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  • 7/25/2019 Trabalho Biomassa

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    UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIRIDODEPARTAMENTO DE CINCIAS AMBIENTAIS E TECNOLGICASCURSO DE ENGENHARIA DE ENERGIA

    DANIEL CARLOS DE CARVALHO CRISSTOMOSAMANTA MESQUITA DE HOLANDA

    ROTA BTL (BIOMASS TO LIQUID)

    MOSSOR-RN2015

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    DANIEL CARLOS DE CARVALHO CRISSTOMOSAMANTA MESQUITA DE HOLANDA

    ROTA BTL (BIOMASS TO LIQUID)

    Trabalho apresentado UniversidadeFederal Rural do Semirido UFERSA,Departamento de Cincias Ambientais eTecnolgicas para obteno nota parcial dadisciplina de Biomassa.

    MOSSOR2015

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Rotas de converso da biomassa em biocombustveis.................................... 7

    Figura 2 - Etapas do processo de obteno de combustveis pela rota BTL.................... 8

    Figura 3 - Principais aplicaes do gs de sntese............................................................ 9

    Figura 4 - Etapas do processo de gaseificao de biomassa........................................... 11

    Figura 5 - Tipos de Gaseificadores................................................................................. 12

    Figura 6- Sintese FT....................................................................................................... 15

    Figura 7-Mecanismo de Carbeno................................................................................... 16

    Figura 8-Mecanismo de Hidroxicarbeno........................................................................ 16

    Figura 9-Mecanismo de insero de CO........................................................................ 17Figura 10- Tratamento e refino da gasolina.................................................................... 19

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1- Sintese FT ....................................................................................................... 14

    Tabela 2- Principais produtos FT ................................................................................... 15

    Tabela 3 -Estimativas Rota BTL .................................................................................... 18

    Tabela 4- Variedades da gasolina brasileira ................................................................... 20

    Tabela 5- Tipos de leo Diesel ....................................................................................... 20

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    SUMRIO

    1. INTRODUO....................................................................................................... 6

    2. ROTA BTL (BiomassToLiquid

    )............................................................................. 73. GASEIFICAO .................................................................................................. 10

    4. TECNOLOGIA FISCHER-TROPSCH.............................................................. 13

    4.1. SINTESE FT...................................................................................................... 14

    4.2. MECANISMOS DE REAO..................................................................... 15

    4.2.1. Mecanismo de Carbeno ............................................................................ 15

    4.2.2. Mecanismo de Hidroxicarbeno ................................................................. 16

    4.2.3. Mecanismo de insero de CO ................................................................. 17

    4.3. FISCHER-TROPSCH- PERSPECTIVAS E PANORAMA MUNDIAL. 17

    5. TRATAMENTO E REFINO............................................................................... 18

    5.2. Gasolina.......................................................................................................... 18

    5.2.1. Destilao fracionada ............................................................................... 18

    5.2.2. Craqueamento ........................................................................................... 19

    5.3. leo Diesel...................................................................................................... 20

    CONCLUSO ................................................................................................................ 21

    REFERNCIAS ............................................................................................................. 22

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    1. INTRODUO

    O aumento da preocupao mundial com as mudanas climticas tem

    impulsionado as pesquisas com diversas fontes de energias alternativas renovveis,

    dentre as quais pode-se destacar o uso de biomassa proveniente de resduos agrcolas,

    atravs de diferentes rotas tecnolgicas (MARTINS, 2013). Ao longo das ltimas

    dcadas as preocupaes que surgiram acabaram por moldar pensamentos e ideias,

    levando a novas necessidades que precisariam ser atendidas e, dessa forma, teve incio

    uma constante busca cientifica por novas tecnologias que fossem, ao mesmo tempo,

    menos poluentes e comercialmente viveis de proporcionar energia para o setor de

    transportes (FONSECA, 2009).

    Diante do cenrio energtico global destacam-se os biocombustveis (todo o

    recurso renovvel oriundo da matria orgnica de origem animal ou vegetal), cujo

    principal objetivo oferecer um suporte a cadeia de abastecimento de combustveis

    veiculares e mitigar os efeitos danosos decorrentes da macia utilizao de derivados de

    fontes energticas fosseis.Em teoria, pode-se dizer que os biocombustveis possuem

    uma emisso neutra de carbono, alm de oferecerem uma reduo quanto a dependncia

    de petrleo e dessa forma contribuir para uma melhor segurana energtica (FONSECA,

    2009). O crescente consumo de combustveis fsseis derivados de petrleo e gs

    natural, a elevao acentuada dos preos do petrleo nos anos recentes e os avanos da

    tecnologia envolvendo o processo Fischer-Tropsch fizeram da tecnologia BTL uma

    alternativa atravs da converso de biomassa nos convencionais derivados do petrleo

    (MARTINS, 2009).

    O presente trabalho aborda a produo de combustveis lquidos atravs da rota

    BTL (BiomassToLiquids), uma promissora tecnologia na obteno de biocombustveis

    sintticos pertencentes a rota de segunda gerao. A rota BTL consiste na utilizao doprocesso de gaseificao para transformar a biomassa em um insumo conhecido como

    gs de sntese (syngasou, de forma mais adequada, biosyngas) e sua posterior aplicao

    na sntese Fischer-Tropsch para obteno de combustveis veiculares de boa qualidade e

    menos poluentes (FONSECA, 2009). Em decorrncia da natureza complexa das vrias

    biomassas que podem ser utilizadas, torna-se indispensvel submeter o gs de sntese a

    um processo de remoo de contaminantes e demais substncias volteis.Os produtos

    obtidos sero, cada um em sua proporo, direcionados para o uso final mais adequadoque lhes couber (gasolina, diesel, nafta, querosene de aviao, entre outros). Neste

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    trabalho ser dado destaque a gasolina e leo diesel, devido a sua importncia e

    notoriedade no mercado mundial de combustveis.

    2. ROTA BTL (BiomassToLiquid)

    A biomassa pode ser definhada como todo recurso renovvel oriundo de matria

    orgnica de origem animal ou vegetal. Geralmente utilizada como fonte de calor e

    para a gerao de eletricidade a partir da sua combusto em fornos e caldeiras acoplados

    ou a turbinas a vapor. A gaseificao da biomassa consiste na converso da biomassa

    em um gs combustvel, possibilitando a sua utilizao em equipamentos como

    Turbinas a Gs (TG) e Motores Alternativos de Combusto Interna (MACI) aplicados a

    converso de potncia. A partir da biomassa da biomassa tambm possvel se obter o

    gs de sntese (ou producergas), composto por hidrocarbonetos com caractersticas

    semelhantes as combustveis lquidos comerciais (gasolina e diesel).

    Existem duas rotas de converso da biomassa em biocombustveis, a rota

    termoqumica e a rota bioqumica, conforme mostrado na Figura 1. A rota

    termoqumica atravs da pirlise e/ou a gaseificao da biomassa, passa pela obteno

    de hidrocarbonetos, lcoois, hidrognio, amnia e GNS (Gs Natural Sinttico) entre

    outros compostos (LORA et. al, 2012). Os processos da rota termoqumica so

    conhecidos como processos BTL (BiomassToLiquids).

    Figura 1 - Rotas de converso da biomassa em biocombustveis.

    Fonte: LORA, et. al, 2012.

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    O termo BTL aplicado para combustveis sintticos, produzidos a partir de

    biomassas, utilizando-se uma rota termoqumica. O objetivo produzir substncias

    lquidas com propriedades semelhantes a dos combustveis fsseis (LORA, et. al,

    2012).A Figura 2 representa as etapas do processo de obteno de combustveis a partir

    da tecnologia BTL.

    Figura 2 - Etapas do processo de obteno de combustveis pela rota BTL.

    Fonte: LORA et. al, 2012.

    O gs de sntese o nome dado a uma mistura de hidrognio (H2) e monxido de

    carbono (CO) que pode ser produzido a partir de gs natural, carvo, petrleo e

    biomassa. O gs de sntese representa uma fonte potencialmente crescente de

    combustveis limpos e tambm para a sntese de produtos qumicos, sendo um

    combustvel importante para a produo de eletricidade isenta de poluentes

    atmosfricos, tais como xidos de enxofre (SOx) e xidos de nitrognio (NOx)

    (WENDER, 1996).

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    Figura 3 - Principais aplicaes do gs de sntese.

    Fonte: LORA, et. al, 2012.

    Quando o processo de gaseificao realizado com o ar, o gs de sntese tem um

    teor considervel de nitrognio (N2), o qual deve ser removido quando se visa

    produo de compostos qumicos. Alguns autores diferenciam um gs de sntese de

    menor qualidade, ou seja, com baixo poder calorfico (5,0 MJ/Nm em mdia), passvel

    de ser utilizado diretamente em Motor Alternativo de Combusto Interna (MACI),

    Turbinas a Gs (TG) ou para queima direta em fornos e caldeiras. A poligerao

    consiste no uso do gs obtido por gaseificao, tanto para o processo de sntese como

    para gerao de eletricidade numa nica planta (LORA, et. al, 2012). No caso da via

    bioqumica de converso, existe a opo de gaseificar os resduos de lignina.

    A vantagem dos combustveis BTL a oportunidade de tornar o setor de

    transportes mais independente das fontes energticas fsseis e, a mdio e longo prazos,

    suprir a demanda do mesmo (LORA, et. al, 2012). Outra vantagem o potencial destes

    combustveis em reduzir as emisses de dixido de carbono, a qual dever chegar a

    mais de 90%, em relao aos combustveis fsseis (DENA, 2007).

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    3. GASEIFICAO

    Segundo Probstein e Hicks (1982) o processo de converso trmica conhecido

    como pirolise caracteriza-se pela decomposio da matria orgnica atravs do calor, na

    ausncia de oxignio e, normalmente, outros reagentes qumicos no so utilizados;

    contudo, em se tratando da gaseificao, pode-se introduzir no sistema certas

    quantidades de hidrognio,oxignio e vapor de agua. Dado o processo de gaseificao

    da biomassa, que ocorre a elevadas temperaturas, a pirolise pode ser considerada como

    sendo o primeiro estgio nesse processo de converso (FONSECA, 2009).

    A gaseificao pode ser definida como o processo de converso termoqumica

    de um material slido ou lquido (que contm carbono na sua composio) em um

    combustvel gasoso, atravs da oxidao parcial a temperaturas elevadas (reaes

    termoqumicas numa faixa de temperaturas de 800 a 1100C), e em presses

    atmosfricas ou maiores, at 33 bar. Utiliza-se um agente de gaseificao que pode ser

    ar, vapor de gua, oxignio ou uma mistura destes, em quantidades inferiores

    estequiomtrica (mnimo terico para a combusto) (LORA, et. al, 2012).

    A Figura 4 mostra um esquema das etapas do processo de gaseificao. A

    pirlise constitui a primeira fase do processo na qual se forma carvo vegetal, alcatro e

    gases. Em paralelo, uma frao pequena da biomassa oxidada, a fim de elevar a

    temperatura de rao at os valores compreendidos entre 800 e 1200C, dependendo

    principalmente da quantidade e d tipo de agente de gaseificao fornecido. Assim,

    possvel atingir o nvel de temperatura adequado, tanto para o desenvolvimento da etapa

    de pirlise como para a gaseificao apropriadamente dita dos produtos gerados na

    pirlise

    Na gaseificao da biomassa o assim chamado fator de ar e um parmetro

    fundamental desse processo, sendo ele definido como a relao entre a razoar/combustvel (AC) ou, de forma mais adequada, razo entre o agente

    oxidante/combustvel real e a estequiomtrica, responsvel por influenciar no

    rendimento do processo.

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    Figura 4 - Etapas do processo de gaseificao de biomassa.

    Fonte: NEST, 2015.

    De acordo com Melo (2008), no interior de um gaseificador ocorrem complexas

    reaes que, em termos tericos, podem ser dividas em diferentes zonas. Na primeira

    delas, denominada zona de secagem, h a remoo da umidade presente na biomassa

    alimentada.Essa, por sua vez, pode conter elevado grau de umidade dependendo de sua

    natureza e se37sofreu ou no uma pr-secagem.Em seguida tem-se a zona de pirolise

    onde ocorre a formao de produtos slidos, volteis e alcatroes em decorrncia da

    degradao trmica da biomassa alimentada na ausncia ou com pouco oxignio.Bridgwater apud Melo (2008) aponta que essa degradao trmica ocorre em

    temperaturas entre 500 C e1000 C gerando um complexa mistura de compostos

    orgnicos que incluem outros combustveis em fraes slidas, lquidas e gasosas.

    No interior do gaseificador ocorre a combusto da biomassa em contato com o

    oxignio e cujo principal aspecto e a formao de dixido de carbono e vapor de agua

    em uma reao exotrmica, liberando calor que pode variar de 700 C a 2000 C.

    Seguindo, h a fase de reduo onde ocorrem reaes endotrmicas em uma faixa de

    temperatura compreendia entre 800 C a 1100 C. As diferentes zonas podem variar de

    posio em decorrncia dos diferentes tipos/modelos de gaseificadores utilizados, como

    ilustra a Figura 5.

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    Figura 5 - Tipos de Gaseificadores.

    Fonte: NEST, 2015.

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    4. TECNOLOGIA FISCHER-TROPSCH

    A tecnologia conhecida como Fischer- Tropsch pode ser considerada nica em

    muitos sentidos dada sua proposio de construir cadeias de hidrocarbonetos mais

    longas a partir de molculas menores, originadas de uma matria prima carbonada comoo carvo, por exemplo, combinada com o hidrognio, na forma do que se conhece como

    gs de sntese. Depois de construdas, as cadeias de hidrocarbonetos podem ser

    convertidas em combustveis veiculares lquidos para consumo final, como a gasolina e

    o leo diesel, dentre outros insumos para indstria qumica e automotiva. No que diz

    respeito aos produtos Fischer-Tropsch, suas propriedades ambientais tem sido

    reconhecidas como muito valiosas no que tange os combustveis mais limpos e as

    percepes entre oferta e demanda, assim como o preo que o barril de petrleo tematingido no mercado internacional nos ltimos meses- apesar da crise financeira

    internacional- tem criado um incentivo econmico para a pesquisa de tecnologias

    alternativas consideradas menos poluentes. Esses fatores, quando combinados,

    conduzem s expectativas de que a tecnologia Fischer- Tropsch ir, ao menos, se tornar

    um fator significante de suporte ao abastecimento de combustveis veiculares no cenrio

    energtico global.

    Foi em 1925 que o professor alemo Franz Joseph Emil Fischer (1877-1947), e

    seu chefe de departamento, o tcheco Dr. Hans Tropsch (1889-1935), ambos qumicos de

    formao, descreveram um processo capaz de produzir hidrocarbonetos lquido atravs

    do monxido de carbono (CO) e hidrognio (H2) na presena de catalisadores de metal,

    para serem utilizados como combustveis e insumos para a indstria qumica.

    As qualidades ambientais dos produtos Fischer-Tropsch tem sido reconhecidas

    como valiosas no que tange os combustveis menos poluentes. As percepes entre

    oferta e demanda tem criado um incentivo econmico para pesquisa de tecnologias

    alternativas consideradas verdes. Esses fatores, quando combinados, nos levam a

    esperar que a tecnologia Fischer-Tropsch ira, pelo menos, se tornar um fator significante

    de suporte no cenrio energtico global. Inicialmente a tecnologia Fischer-Tropsch era

    utilizada para converter carvo, pela rota CTL, em combustveis lquidos para

    transportes terrestres. Posteriormente o gs natural se tornou a principal matria prima

    ficando conhecido pela tecnologia GTL. Na atualidade h a rota conhecida como BTL

    que consiste na converso da biomassa em diversos hidrocarbonetos, dentre eles, os

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    combustveis sintticos lquidos. A sntese Fischer-Tropsch produz cadeias de

    hidrocarbonetos de diferentes tamanhos. O crescimento das cadeias e modelado a partir

    da reao do CO com o H2na superfcie de um catalisador, comumente a base de ferro

    (Fe) ou cobalto (Co). A variao do comprimento das cadeias ser determinada pela

    probabilidade das cadeias de hidrocarbonetos se propagarem ou terminarem.

    4.1. SINTESE FT

    As duas principais caractersticas da sntese Fischer-Tropsch so:

    a possibilidade de produo de uma vasta gama de cadeias de

    hidrocarbonetos, sejam elas de parafinas (alcanos), olefinas (alcenos) ou

    produtos oxigenados, tais como alcois e cidos carboxlicos;

    a liberao de grandes quantidades de calor, dado que as reaes so

    altamente exotrmicas.

    Na sntese FT, o gs de sntese convertido em uma mistura de diversos tipos de

    hidrocarbonetos, de diferentes tamanhos, e o crescimento dessas cadeias modelado a

    partir da reao do monxido de carbono (CO) como o Hidrognio (H2), indicada pela

    reao 1, na superfcie de um catalisador metlico, seja de ferro (Fe) ou cobalto (Co),comumente. As reaes que ocorrem dentro do reator carecer de um detalhamento

    maior sobre seu comportamento, mas de forma geral, possvel descrev-las pelas

    reaes abaixo:

    Tabela 1- Sintese FT

    nCO + (n+m/2)H2CnHm+nH2O 1

    CO + 2H2 -CH2-+H2O H = -165 kJ mol- 2

    2CO +H2 - CH2-+ CO2 H = -204,7 kJ mol-1 3

    CO + H2O H2 + CO2 H = -39,8 kJ mol- 4

    3CO +H2 - CH2-+ 2CO2 H = -244,5 kJ mol- 5

    CO2+ 3H2 -CH2-+ 2H2O H = -125,2 kJ mol-1 6

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    Figura 6- Sintese FT

    Fonte: (Ren, 2012)

    Os principais produtos da reao Fischer-Tropsch podem ser descritos na tabela abaixo:

    Tabela 2- Principais produtos FT

    Produtos Frmula

    Hidrocarbonetos C1-C2

    LPG C3-C4

    Nafta C5-C11

    Diesel C9-C20Cera >C20

    4.2.MECANISMOS DE REAO

    4.2.1. Mecanismo de Carbeno

    O mecanismo de Carbeno caracteriza-se pela formao de carbono adsorvido e

    livre de oxignio, atravs da hidrogenao do carbono superficial, aps a dissociao doCO adsorvido. H vrios estudos que sustentam o mecanismo de carbeno, sendo

    considerado como um dos mecanismos Fischer-Tropsch mais provveis.

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    Figura 7-Mecanismo de Carbeno

    Fonte: (Ren, 2012)

    4.2.2. Mecanismo de Hidroxicarbeno

    No mecanismo de hidroxicarbeno ocorre um crescimento da cadeia atravs de

    uma reao de condensao de duas espcies hidroxicarbeno (CHOH) adsorvidas. Os

    hidroxicarbenos so formados pela hidrogenao parcial do CO adsorvido. Neste

    mecanismo, formam-se alcois por hidrogenao, aldedos atravs da dissoro, e

    hidrocarbonetos via eliminao do grupo OH.

    Figura 8-Mecanismo de Hidroxicarbeno

    Fonte: (Ren, 2012)

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    4.2.3. Mecanismo de insero de CO

    No mecanismo de insero de CO, a cadeia cresce atravs da insero de um

    grupo carbonil (CO adsorvido) na ligao metal-alquila (radical orgnico monovalente).

    Para que a reao de acoplamento de C-C ocorra, as espcies resultantes soprimeiramente hidrogenadas a uma cadeia alquila. Alcoois, aldedos e hidrocarbonetos

    so formados neste mecanismo.

    Figura 9-Mecanismo de insero de CO

    Fonte: (Ren, 2012)

    4.3.FISCHER-TROPSCH- PERSPECTIVAS E PANORAMA MUNDIAL

    Atualmente, as instalaes de grande porte para a converso Fischer-Tropsch

    utilizam somente combustveis fsseis, por exemplo, a Shell da Malsia, que produz

    lquidos FT derivados do gs natural. Na frica do Sul, a Sasol tem uma planta de

    produo utilizando carvo como matria-prima. O uso de biomassa no processo FT

    ainda est em fase de desenvolvimento. As tecnologias para a gaseificao da biomassa

    ou bio-leo para obteno de gs de sntese esto ainda em faz de estudo.

    Abaixo, o nmero de plantas BTL estimadas na Europa para os anos de 2015 a 2020,

    para produo de diesel FT:

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    Tabela 3 -Estimativas Rota BTL

    Plantas BTL Entrada de

    biomassa (MWth)

    Referncia

    2015 20201 6 8500 Shell Qatar

    2 12 4100 Sasol Qatar

    4 28 1800 Shell Malsia

    Fonte: (Fonseca, 2009)

    Uma estimativa para o futuro da tecnologia FT a reduo dos custos de

    investimento. Estes custos iro diminuir cerca de 25-35%, para uma instalao de 1000

    MWth, como resultado de melhorias na eficincia, desenvolvimento tecnolgico e

    aumento da capacidade produtiva da planta.

    5. TRATAMENTO E REFINO

    5.2.Gasolina

    Atualmente, muitos processos so conhecidos e utilizados para obteno da

    gasolina. Os tradicionais processos de refino sofreram uma continua evoluo aomesmo tempo em que os motores automotivos progrediam e conforme esses sofriam

    modificaes, principalmente com relao a sua taxa de compresso ao objetivar uma

    maior potncia, os processos de refino eram aperfeioados para a fabricao da gasolina

    a fim de satisfazer os requisitos de qualidade da mesma. A destilao fracionada e o

    craqueamento so os mais importantes e merecem destaque maior.

    5.2.1. Destilao fracionada

    No processo de destilao fracionada, os hidrocarbonetos so submetidos a

    temperaturas que variam de 350 C a 400 C sendo, em seguida, direcionado para uma

    torre de fracionamento onde, presso atmosfrica, separado em diferentes fraes

    segundo o ponto de ebulio de cada uma; algumas dessas fraes so a gasolina de

    destilao primria, a nafta, o querosene, o leo diesel, entre outras. De uma perspectiva

    tcnica-cientfica, o princpio da trajetria tecnolgica do refino o uso dos

    conhecimentos de termodinmica em sistemas lquido vapor para a separao fsica das

    molculas de HC em diferentes faixas de peso molecular; essa separao possvel uma

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    vez que a temperatura de ebulio e o peso molecular esto relacionados, e tanto a

    quantidade como a composio dos hidrocarbonetos da gasolina primria dependem do

    tipo de composto destilado, variando suas propriedades, como por exemplo: densidade,

    caractersticas de vaporizao, poder antidetonante, entre outras.

    Figura 10- Tratamento e refino da gasolina

    Fonte: (Fonseca, 2009)

    A gasolina a frao que destila entre 30 C e 180 C, conforme indicado na Figura

    acima.

    5.2.2. Craqueamento

    Trata-se de uma transformao por ruptura. O craqueamento consiste em provocar a

    quebra ou diviso das grandes molculas de hidrocarbonetos que possuem, por

    sua fez, alto ponto de ebulio- onde um composto dividido em partes menores pelaao de calor e/ou catalisador, para produzir outro de menor ponto de ebulio na faixa

    desejada, nesse caso, na faixa da gasolina.

    Pode-se utilizar o chamado processo de craqueamento trmico ou ento

    craqueamento cataltico, sendo que o primeiro, j em desuso, faz com que grandes

    cadeias de hidrocarbonetos sejam aquecidas a altas temperaturas (e algumas vezes a

    altas presses tambm) at que elas se quebrem; h o craqueamento cataltico, usado

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    atualmente, permite o uso de presses mais baixas do que o craqueamento trmico pois

    usa um catalisador para aumentar a velocidade da reao.

    Na Tabela 4, as principais variedades da gasolina brasileira:

    Tabela 4- Variedades da gasolina brasileira

    Fonte: (Fonseca, 2009)

    5.3.leo Diesel

    O combustvel leo diesel um produto da petroqumica tradicional, sendo obtido

    primordialmente pela destilao fracionada de hidrocarbonetos, destilando at 300 C

    em presso atmosfrica, conforme a Figura XX, e constitudo basicamente de

    hidrocarbonetos contendo de 12 a 16 tomos de carbono e alguns contaminantesderivados do enxofre e do nitrognio. O combustvel final do leo diesel resulta da

    mistura de diversas fraes do petrleo, como o diesel pesado, o leve, querosene e nafta,

    visando o resultado mais adequado e menos poluente para o uso.

    Na tabela 5, as principais variedades do leo diesel brasileiro

    Tabela 5- Tipos de leo Diesel

    Fonte: (Fonseca, 2009)

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    CONCLUSO

    Ao trmino deste trabalho pode-se concluir que diante do cenrio energtico

    global os biocombustveis (todo o recurso renovvel oriundo da matria orgnica de

    origem animal ou vegetal), cujo principal objetivo oferecer um suporte a cadeia de

    abastecimento de combustveis veiculares e mitigar os efeitos danosos decorrentes da

    exacerbada utilizao de derivados de fontes energticas fosseis.

    Alm disso, viu-se que rota conhecida como Biomass-to-Liquids (BTL) consiste

    na utilizao do processo de gaseificao para transformar a biomassa em um insumo

    conhecido como gs de sntese (syngas ou, de forma mais adequada, biosyngas) e sua

    posterior aplicao na sntese Fischer-Tropsch para obteno de combustveis veiculares

    de boa qualidade e menos poluentes. E ainda que os biocombustveis oferecerem uma

    reduo quanto a dependncia de petrleo e,deste modo,contribuem para uma melhor

    segurana energtica.

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