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Bioquímica Geral 1 SEPARAÇÃO DE COMPOSTOS BIOLÓGICOS POR CROMATOGRAFIA 1ª sessão I. Cromatografia de filtração em gel I.1. Introdução O método de filtração em gel, baseado no efeito de peneira molecular, é um método usado para a separação de substâncias de acordo com o tamanho e forma moleculares. Estas peneiras moleculares são redes porosas tridimensionais, constituídas por cadeias lineares de polímeros que se entrecruzam e formam a matriz do gel. Os géis mais usados são os obtidos pela polimerização de cadeias de polissacáridos (Sephadex) ou os constituídos pela polimerização de cadeias de poliacrilamida (Biogel). Quando estas peneiras moleculares se colocam em água, incham e formam o gel. As partículas que formam o gel têm poros e o tamanho dos poros é função do grau de entrecruzamento das cadeias de polímeros. A possibilidade de variar o tamanho do poro torna este método útil para a separação de diferentes substâncias e a sua utilização na determinação das massas moleculares das mesmas. A facilidade de uma molécula de soluto penetrar na rede do gel é função do seu tamanho e forma molecular. Quando as moléculas são demasiado grandes para penetrar na matriz do gel, elas passam somente no volume de líquido fora do leito (V o ). Quando as moléculas são suficientemente pequenas elas podem penetrar em quase todo o volume interior do leito (V i ). Se o volume das partículas de gel for (V g ), então o volume total (V t ) do leito será: V t = V o + V i + V g Se for colocada uma mistura de macromoléculas na parte superior de uma coluna cheia de gel, e se se deitar tampão para provocar a sua eluição, as moléculas começarão a sair da coluna com o tampão em fracções diferentes e por ordem decrescente do seu tamanho molecular. A filtração em gel é pois uma técnica muito usada na separação de misturas de macromoléculas de massas moleculares diferentes e especialmente utilizada no isolamento e purificação de proteínas. TABELA 1. ALGUNS TIPOS DE SEPHADEX E RESPECTIVOS LIMITES DE EXCLUSÃO MOLECULAR Tipo de Sephadex Massa Molecular (kDa) Limite Inferior Limite Superior G10 0,7 G15 1,5 G25 1 5,0 G50 1,5 30,0 G75 3,0 70,0 G100 4,0 150,0 G150 5,0 400,0 G200 5,0 800,0 Comercialmente encontramse preparações de géis com vários tamanhos de poro permitindo separar macromoléculas de diferentes massas moleculares. Na tabela 1 são apresentados vários tipos de Sephadex utilizados na separação de proteínas. Por exemplo, o Sephadex G25 tem poros relativamente pequenos e

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Trabalho 2 Cromatografia 15 16

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Bioquímica Geral

  1  

SEPARAÇÃO  DE  COMPOSTOS  BIOLÓGICOS  POR  CROMATOGRAFIA    

1ª  sessão    I.     Cromatografia  de  filtração  em  gel  

I.1.     Introdução  

O   método   de   filtração   em   gel,   baseado   no   efeito   de   peneira   molecular,   é   um   método   usado   para   a  separação  de  substâncias  de  acordo  com  o   tamanho  e   forma  moleculares.  Estas  peneiras  moleculares  são  redes  porosas  tridimensionais,  constituídas  por  cadeias  lineares  de  polímeros  que  se  entrecruzam  e  formam  a   matriz   do   gel.   Os   géis   mais   usados   são   os   obtidos   pela   polimerização   de   cadeias   de   polissacáridos  (Sephadex)   ou   os   constituídos   pela   polimerização   de   cadeias   de   poliacrilamida   (Biogel).   Quando   estas  peneiras  moleculares   se   colocam   em   água,   incham   e   formam   o   gel.   As   partículas   que   formam   o   gel   têm  poros   e   o   tamanho   dos   poros   é   função   do   grau   de   entrecruzamento   das   cadeias   de   polímeros.   A  possibilidade  de  variar  o  tamanho  do  poro  torna  este  método  útil  para  a  separação  de  diferentes  substâncias  e  a  sua  utilização  na  determinação  das  massas  moleculares  das  mesmas.  

A  facilidade  de  uma  molécula  de  soluto  penetrar  na  rede  do  gel  é  função  do  seu  tamanho  e  forma  molecular.  Quando   as   moléculas   são   demasiado   grandes   para   penetrar   na   matriz   do   gel,   elas   passam   somente   no  volume   de   líquido   fora   do   leito   (Vo).   Quando   as   moléculas   são   suficientemente   pequenas   elas   podem  penetrar  em  quase  todo  o  volume  interior  do  leito  (Vi).  

Se  o  volume  das  partículas  de  gel  for  (Vg),  então  o  volume  total  (Vt)  do  leito  será:  

Vt  =  Vo  +  Vi  +  Vg  

Se  for  colocada  uma  mistura  de  macromoléculas  na  parte  superior  de  uma  coluna  cheia  de  gel,  e  se  se  deitar  tampão  para  provocar  a  sua  eluição,  as  moléculas  começarão  a  sair  da  coluna  com  o  tampão  em  fracções  diferentes  e  por  ordem  decrescente  do  seu  tamanho  molecular.  A  filtração  em  gel  é  pois  uma  técnica  muito  usada   na   separação   de   misturas   de   macromoléculas   de   massas   moleculares   diferentes   e   especialmente  utilizada  no  isolamento  e  purificação  de  proteínas.    

  TABELA  1.  ALGUNS  TIPOS  DE  SEPHADEX  E  RESPECTIVOS  LIMITES  DE  EXCLUSÃO  MOLECULAR  

 

  Tipo  de  Sephadex   Massa  Molecular  (kDa)    

    Limite  Inferior   Limite  Superior    

  G-­‐10   –   0,7    

  G-­‐15   –   1,5    

  G-­‐25   1   5,0    

  G-­‐50   1,5   30,0    

  G-­‐75   3,0   70,0    

  G-­‐100   4,0   150,0    

  G-­‐150   5,0   400,0    

  G-­‐200   5,0   800,0    

 

Comercialmente   encontram-­‐se   preparações   de   géis   com   vários   tamanhos   de   poro   permitindo   separar  macromoléculas  de  diferentes  massas  moleculares.  Na  tabela  1  são  apresentados  vários  tipos  de  Sephadex  utilizados  na  separação  de  proteínas.  Por  exemplo,  o  Sephadex  G-­‐25  tem  poros  relativamente  pequenos  e  

Bioquímica Geral

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exclui  moléculas  de  massas  moleculares  (MM)  superiores  a  5000  Da.  É  um  gel  útil  na  separação  de  moléculas  de  MM  compreendidas  entre  1000  e  5000  Da.  O  Sephadex  G-­‐200  só  exclui  moléculas  com  MM  superiores  a  800000   Da   e   é   utilizado   na   separação   de  massas  moleculares   entre   5000   e   800000   Da.   Entre   estes   dois  tamanhos  existe  uma  grande  gama  intermédia  de  poros  que  permite  a  separação  mais  fina  dentro  de  gamas  de  MM  mais  estreitas.    

Numa   separação   as  macromoléculas   são   eluídas   em   fracções   diferentes   e   por   ordem  decrescente   da   sua  MM  podendo  estabelecer-­‐se   relações  empíricas  entre  o  volume  de  solvente  necessário  para  a  sua  eluição  (Ve)   e   a   respectiva   MM.   Esta   relação   é   empírica   e   varia   para   as   diferentes   classes   de   macromoléculas  (polissacáridos,   proteínas   globulares,   etc.).   Para   as   proteínas   globulares   verificou-­‐se   que   essa   relação   é  traduzida  por:  

Ve  =  A  log10(MM)  +  B  

em  que  A  e  B  são  constantes,  tendo  A  um  valor  negativo.  Esta  relação  só  é  válida  num  domínio  restrito  de  MM.  Assim  Ve  terá  um  valor  mínimo  igual  ao  Vo  quando  a  proteína  tem  uma  MM  superior  ao  limite  máximo  de  exclusão  do  gel.  Para  proteínas  com  MM  dentro  dos  limites  de  exclusão  do  gel,  o  volume  Ve  aumentará  com  a  diminuição  da  massa  molecular.  Proteínas  com  MM  inferior  ao  limite  mínimo  de  exclusão  do  gel  são  eluídas  com  o  volume  Ve=Vo+Vi.  As  constantes  A  e  B  são  determinadas  por  calibração  da  coluna  com  pelo  menos  duas  proteínas  globulares  de  massa  molecular  conhecida.    

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

I.2.     Cromatografia  de  filtração  em  gel  e  sua  utilização  no  tratamento  químico  de  proteínas  

A  cromatografia  de   filtração  em  gel  é   também  frequentemente  utilizada  no   tratamento  de  proteínas   com  determinados   reagentes   (de   MM  muito   inferior   ao   das   macromoléculas).   Assim,   podemos   carregar   uma  zona  da  coluna  com  um  determinado  reagente  de  modo  que,  a  proteína  ao  mover-­‐se  e  ao  atravessar  essa  zona  vá  contactando  sucessivamente  com  camadas  de  reagente  novo  tornando  o  processo  de  reacção  mais  eficiente.  A  separação  entre  a  proteína  e  o  excesso  de  reagente  pode  ser  feita  por  eluição  contínua.  

 

I.3.   Objectivo  do  trabalho  

Neste  trabalho  vamos  utilizar  a  técnica  de  filtração  em  gel  com  dois  objectivos  distintos:  

i) Utilização   do   gel   como   suporte   para   uma   reacção   química   entre   uma   proteína   e   reagentes   químicos,  conseguindo-­‐se  detectar  as  diferentes  formas  da  hemoglobina.  

ii) Separação  entre  a  proteína  e  os  reagentes.  

Nesta   experiência   a   oxihemoglobina   (vermelho   vivo)   é   tratada   com   ferricianeto   de   potássio   (Fe(CN)63-­‐)   e  transforma-­‐se   em   metahemoglobina   (castanha).   Esta   mistura   é   aplicada   na   coluna   cromatográfica   para  separação.   A   metahemoglobina   é   posteriormente   tratada   na   coluna   com   ditionito   de   sódio   (Na2S2O4)  

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resultando  na   conversão  em  desoxihemoglobina   (púrpura)   que  é  oxigenada  à  medida  que  percorre  o   gel,  contactando  com  o  oxigénio  molecular  que  aí  se  encontra,  dando  origem  a  oxihemoglobina  (vermelho  vivo).    AS  DIFERENTES  FORMAS  DE  HEMOGLOBINA  

A   função   da   hemoglobina   (MM  =  64500   Da)   é   a   de   transportar   oxigénio   dos   pulmões   para   os   tecidos   e  dióxido  de  carbono  e  H+  dos  tecidos  para  os  pulmões.  A  hemoglobina  contém  um  grupo  prostético  hemo.  O  hemo   contém  um   ião   ferroso  que  está  quelado  no   centro  de  um  anel   de  porfirina.  Os   iões   Fe2+   são  mais  estáveis   quando   é   satisfeito   um   número   de   coordenação   6.   Quatro   das   posições   de   coordenação   são  preenchidas  pelos  átomos  de  azoto  do  anel  de  porfirina,  outra  posição  pela  base  de  histidina  (His)  da  cadeia  polipeptídica  da  proteína  e,  na  oxihemoglobina,  a  sexta  posição  é  preenchida  por  oxigénio  molecular.  

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

Nesta  experiência  vão  ser  observadas  três  formas  de  hemoglobina:  – Metahemoglobina   -­‐  nesta   forma  o   ião  Fe2+  no  centro  do  anel  de  porfirina  é  oxidado  à   forma   férrica  

com  ferricianeto.  Esta  forma  não  liga  O2  e  é  rapidamente  reconhecida  pela  sua  cor  castanha;  – Desoxihemoglobina  -­‐  esta  forma  tem  cor  púrpura  (roxo);  – Oxihemoglobina  -­‐  hemoglobina  oxigenada.  Esta  forma  apresenta  uma  coloração  vermelho  viva.  

As  três  formas  podem  ser  interconvertidas  de  acordo  com  o  esquema  seguinte:  

                                                                                                 Redução  Na2S2O4                                        Oxigenação     Metahemoglobina                                                                        desoxihemoglobina                                                                      Oxihemoglobina  

 

                             Oxidação  Fe(CN)63-­‐              

 

I.4.  Procedimento  experimental  

Reagentes  

Sephadex  G-­‐50  equilibrada  em  50  mM  tampão  fosfato  pH=7,  0  50  mM  Tampão  fosfato  pH  =  7,0  (19,5  mL  NaH2PO4  1  M,  30,5  mL  Na2HPO4  1M,  para  1  L)  Ditionito  de  sódio:  Solução  10  mg/mL  preparada  no  tampão  fosfato  Ferricianeto  de  potássio  (MM  329  g/mol)  Solução  de  hemoglobina    

Grupos metilo

Grupos vinilo

Grupos propionato

Anel pirrólico

Oxihemoglobina  Desoxihemoglobina  

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Preparação  da  coluna  

Com  a  torneira  fechada,  transfira  um  pouco  de  tampão  para  a  coluna  e  verifique  que  esta  não  se  encontra  entupida.  Transfira  para  a  coluna  com  a  ajuda  de  uma  vareta  a  suspensão  de  gel  devidamente  diluída  com  tampão.   Abra   lentamente   a   torneira   e   observe   o   empacotamento   do   gel.   Vá   adicionando  mais   gel,   sem  deixar  formar  interface,  até  que  a  zona  já  empacotada  atinja  uma  altura  de  aproximadamente  20  cm.  Feche  a   torneira.  Depois  de  devidamente  cheia  a  coluna  deve  ser   lavada  com  tampão.  Utilizando  uma  pipeta  de  Pasteur,  deite  o  tampão  cuidadosamente  no  topo  da  coluna  e  abra  a  torneira  para  deixar  escorrer  o  excesso  de   tampão   através   do   gel   até   que  o   nível   esteja  mesmo  acima  da   superfície   do   leito.   Feche   a   torneira.  É  muito   importante   não   deixar   secar   a   coluna   durante   todo   este   processo.   Pipete   cuidadosamente  aproximadamente   0,2  mL   da   solução   de   ditionito   de   sódio   para   a   superfície   do   gel.   Abra   a   torneira   para  deixar   o   ditionito   entrar   na   coluna   até   que  o  menisco   atinja   a   superfície   do   gel.   Feche   a   torneira.   Logo   a  seguir  pipete  cuidadosamente  0,2  mL  de  tampão  para  a  superfície  da  coluna.  Abra  a  torneira  para  deixar  o  tampão  entrar  na  coluna  até  que  o  menisco  atinja  a  superfície  do  gel.  Feche  a  torneira.  

 

 

 

 

 

 

 

 

Preparação  e  eluição  da  solução  de  metahemoglobina  

Adicionar   50   mg   de   ferricianeto   de   potássio   sólido   à   solução   de   hemoglobina.   Agitar   bem.   Pipete  cuidadosamente   0,5   ml   de   solução   de   metahemoglobina   para   a   superfície   da   coluna.   Abra   a   torneira   e  depois   da   amostra   penetrar   no   gel,   inicie   a   eluição   adicionando   tampão   pelo   topo   da   coluna   (a   solução  eluente  contem  sais,  para  diminuir  qualquer  adsorção  de  proteína  ou  reagentes  ao  gel).  Comece  a  recolher  o  eluído   num   copo   limpo.   Deixe   a   amostra   percorrer   as   partículas   do   gel   e   anote   as   mudanças   de   cor  observadas.  Repare  ainda  na  banda  amarela  do  ferricianeto  de  potássio  que  se  atrasa  e  separa  da  banda  da  hemoglobina.  Para  determinar  os  volumes  de  eluição  da  hemoglobina  e  do  ferricianeto  a  recolha  do  eluído  é  feita  em  dois   copos;  desde  o   início  até  à   saída  de  metade  da  banda  vermelha  num  copo  e  desde  aí  até  à  saída  de  metade  da  banda  amarela  noutro  copo.  Meça  os  volumes  recolhidos  com  uma  proveta.  

Lave  a  coluna  com  tampão  até  esta  ficar  de  novo  branca  para  recuperação  do  gel.  

Gel  

Ditionito  de  sódio  

Tampão  

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2ª  sessão    

II.     Cromatografia  de  permuta  iónica  

II.1.   Introdução  

As  proteínas  podem  ser  separadas  por  adsorção  diferencial  em  materiais  de  permuta  iónica.  Alguns  destes  materiais   são   convenientemente   preparados   introduzindo   grupos   iónicos   na   celulose.   A  dietilaminoetilcelulose   (DEAE-­‐C)   é   um   destes   materiais   e   contém   grupos   ―OCH2CH2N(C2H5)2   em   vez   de  alguns  grupos  OH  da  celulose  original.  Estes  grupos  adquirem  uma  carga  positiva  quando  o  átomo  de  azoto  se   combina   com  um  protão   para   se   tornar  ―NH+R2.   A  DEAE-­‐C   é   uma   resina   aniónica   pois   as   suas   cargas  positivas  atraem  aniões.    

A   solução  de  proteínas  a   separar  é  aplicada  numa  coluna  de  DEAE-­‐C  e  as  diferentes  proteínas   são  eluídas  passando   através   da   coluna   soluções   tampão   com   composições   diferentes.   Baixando   o   pH   elui-­‐se   mais  proteína  pois  vai-­‐se  diminuindo  o  número  total  de  cargas  negativas  da  molécula  de  proteína  diminuindo  a  sua  interacção  com  a  DEAE-­‐C  carregada  positivamente.  Por  outro  lado,  o  aumento  da  concentração  de  sal  no  tampão  facilita  a  eluição  de  mais  proteína  pois  há  mais  aniões  no  meio  para  competir  com  a  proteína  para  as  cargas  positivas  da  DEAE-­‐C.  

Neste   trabalho   vamos   separar   duas   proteínas   a   catalase   (proteína   verde)   e   o   citocromo   c     (proteína  vermelha).  A  primeira  é  uma  enzima  que  catalisa  a  reacção:    

H2O2  ⇌  H2O  +  ½O2  

O  citocromo  c  medeia  a  transferência  de  electrões  entre  os  complexos  III  e  IV  da  cadeia  respiratória:  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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II.2.   Procedimento  experimental  

Reagentes  

Mistura  de  citocromo  c  e  catalase  em  água  Resina  aniónica  DEAE-­‐C  equilbrada  com  tampão  A  Tampão  A:  tampão  20  mM  acetato  de  sódio,  5  mM  ácido  acético  Tampão  B:  tampão  20  mM  acetato  de  sódio,  5  mM  ácido  acético,  1  M  NaCl  Ferricianeto  de  potássio  Ditionito  de  sódio  Peróxido  de  hidrogénio  (10  vol.)      Preparação  da  coluna  de  permuta  iónica  

A  forma  de  preparação  da  coluna  é  semelhante  à  anterior,  sendo  utilizado  neste  caso  o  tampão  A.  Transfira  a   resina   DEAE-­‐C   para   a   coluna   com   a   ajuda   de   uma   vareta,   de   modo   a   ficar   com   uma   altura   de  aproximadamente  10  cm.  Esta  resina  foi  previamente  equilibrada  no  tampão  A.  Verifique  se  a  superfície  da  coluna   está   plana.   Lave   a   coluna   com   tampão   A,   tendo   o   cuidado   para   não   perturbar   a   superfície.   É  importante  que  a  coluna  não  seque.    

 Separação  da  mistura  de  proteínas  

Deixe  entrar  todo  o  tampão  A  na  coluna  antes  de  introduzir  cuidadosamente  3  mL  da  solução  de  proteína.  Observe   a   concentração   de   material   corado   no   topo   da   coluna.   Depois   de   deixar   entrar   a   solução   de  proteína  na   coluna,   continue  a   adicionar  o   tampão   inicial   (tampão  A)   até  eluir   completamente  a  primeira  proteína.  Note  que  a  banda  avermelhada  não  se  adsorve  à  superfície  começando  a  descer  imediatamente  na  coluna.  Recolha  o  eluido  em  tubos  de  ensaio  desde  o  início  até  ao  fim  da  eluição  das  duas  proteínas  (recolha  um  volume  de  cerca  de  3  mL  por  tubo).  Completada  a  eluição  da  banda  vermelha,  mude  para  o  tampão  B,  para  eluir  a  2ª  proteína.  Repare  que  a  banda  esverdeada  desce  na  coluna,  continue  a  recolha  do  eluido  em  tubos  de  ensaio  até  ela  sair.  

 Identificação  das  proteínas  coradas  

1. Verifique   quais   as   fracções   mais   concentradas  em   proteína,   medindo   a   absorvância   das  fracções   recolhidas   a   280   nm.   Represente  graficamente   a   absorvância   a   280   nm   em  função  do  número  de  fracção.  

2. Com   as   fracções   mais   concentradas   e   com   o  objectivo  de  identificar  as  proteínas  divida  cada  fracção   em   duas   partes.   A   uma   das   partes  adicione  H2O2   (a   10   volumes)   e   verifique   se  há  libertação  de  bolhas.  À  outra  adicione  ditionito  (Na2S2O4)   para   reduzir   a   proteína   e   trace   o  espectro   de   visível   entre   350   e   700   nm.  Compare  os  espectros  com  os  da  figura  em  que  se   apresentam   os   espectros   de   visível   do  citocromo  c  e  da  catalase  na  forma  oxidada  (a)  e  na  forma  reduzida  (b).  

   

 

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Preparação  da  aula  prática  

Cromatografia  de  filtração  em  gel  

1. Qual  a  base  do  método  de  separação  por  cromatografia  de  filtração  em  gel?  

2. Quais  são  os  componentes  separados  na  coluna  de  Sephadex  neste  trabalho?  

3. Será   possível   determinar   a   massa   molecular   da   hemoglobina   por   cromatografia   de   filtração   em   gel  utilizando  Sephadex  G-­‐25?  Em  caso  negativo  diga  qual  o  tipo  de  Sephadex  que  escolheria.  

 

Cromatografia  de  permuta  iónica  

1. Calcule  o  pH  e  a   força   iónica   (I   =  ½∑Ci(Zi)2)   dos  dois   tampões  utilizados   sabendo  que  o  pKa     do  ácido  acético  é  igual  a  4,7.  

2. Qual  a  base  do  método  de  separação  por  cromatografia  de  permuta  iónica?  

3. Sabendo  que  apenas  a  banda  verde  adsorve  à  resina  DEAE-­‐C  ao  pH  do  tampão  A  o  que  pode  concluir  acerca  do  pI  do  citocromo  c  de  cavalo?  E  acerca  do  pI  da  catalase?  

4. A  banda  verde  é  eluída  por  aumento  de  força  iónica  do  tampão  de  eluição  (força  iónica  do  tampão  B  >  força   iónica   do   tampão   A).   Sugira   um   método   alternativo   para   a   eluição   desta   proteína   mantendo  constante  a  força  iónica.  Explique  como  procederia.  

     

Análise  dos  resultados    

Separação  de  compostos  biológicos  por  cromatografia  de  filtração  em  gel    

1. Explique  a  sucessão  de  cores  observada  na  coluna  de  Sephadex.  

2. Usando  os  volumes  de  eluído  recolhidos  (volume  recolhido  até  saída  de  metade  da  banda  vermelha  e  o  volume  recolhido  no  segundo  copo)  diga  qual  é  a  relação  entre  os  volumes  de  eluição  da  hemoglobina  (MM  =  64500  Da)  e  do  ferricianeto  (MM  =  329  g/mol)  e  os  volumes  Vo  e  Vi,  tendo  em  consideração  os  limites  de  exclusão  molecular  do  gel  utilizado  na  aula.  Justifique.  

3. Determine  Vo  e  Vi    para  a  coluna  que  utilizou  na  aula.  

   

Separação  de  compostos  biológicos  por  cromatografia  de  permuta  iónica    

1. Com   base   na   representação   gráfica   da   absorvância   medida   a   280   nm   em   função   do   número   das  fracções  recolhidas,  comente  a  eficiência  da  separação.