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ADÉLIA LUCI RIBEIRO TRABALHANDO A EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA NO COTIDIANO ESCOLAR: BRINCADEIRAS CANTADAS E LÚDICAS PARA ALUNOS SURDOS RIO DE JANEIRO 2009

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ADÉLIA LUCI RIBEIRO

TRABALHANDO A EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA NO

COTIDIANO ESCOLAR: BRINCADEIRAS CANTADAS E

LÚDICAS PARA ALUNOS SURDOS

RIO DE JANEIRO

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

TRABALHANDO A EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA NO

COTIDIANO ESCOLAR: BRINCADEIRAS CANTADAS E

LÚDICAS PARA ALUNOS SURDOS

Monografia apresentada para a

Conclusão do Curso de Pós-

Graduação “Lato Sensu”, na

Universidade Cândido Mendes -

Instituto a Vez do Mestre.

RIO DE JANEIRO

2009

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AGRADECIMENTOS

A todos que me ajudaram neste trabalho.

Aos alunos que contribuíram diretamente

para o término desta pesquisa.

E a Deus por me dar forças para pesquisar.

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DEDICATÓRIA

Dedico a todos que me ajudaram

nesta pesquisa, contribuindo

para que esta fosse concluída.

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RESUMO

Estudos mostraram que a inclusão é para todos, tendo o direito à

igualdade, visando o pleno desenvolvimento do cidadão, seu preparo para o

exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho.

Surdo é o termo usado para quem tem déficit auditivo, podendo esta

surdez, ser parcial, total e congênita. O grau de deficiência é validada em

decibéis (dB), como leve, moderada, severa e profunda.

E para se expressar, a pessoa surda comunica-se através da libras,

linguagem visual que é comunicada através de gestos, com expressões faciais

e por pequenos movimento do corpo.

A educação física foi área escolhida para estar trabalhando com alunos

surdos, pois na sua prática exerce o papel fundamental do brincar com a

música, a qual nos permite falar dos desejos, sentimentos, afetos, convivência

social, harmonia do ciclo natural da vida, possibilitando a criança usar toda a

sua capacidade para aprender de acordo com seu ritmo.

A música tem o dom de envolver, unir, encantar e despertar emoções e

desejos, fazendo com que a criança extravase suas angustias, medos,

demonstrando seu potencial criativo.

O trabalho com a música permite também o brincar, onde a criança

desenvolve suas habilidades, conhece as regras e dominam seu próprio

comportamento e, é através do brincar que a criança terá condições de

construir sua identidade, socializar-se, ser integrante de um grupo, conhecer e

reconhecer, amar e ser amada.

Sendo assim, é através da música e do lúdico que crianças surdas foram

trabalhadas e motivadas.

No entanto, o objetivo da pesquisa é mostrar através de estudos de

casos como trabalhar a música e o lúdico com crianças surdas.

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METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida numa sala de alunos surdos, num total de

12 meninos de uma escola especial da cidade de Três Corações/MG.

Desenvolvida em quatro meses, foi sendo executada uma vez por semana. As

atividades trabalhadas foram através de brincadeiras cantadas e lúdicas

explicadas em Libras, para que tivesse a participação dos alunos nas aulas de

Educação Física e interação entre os alunos no âmbito escolar. As brincadeiras

cantadas foram as mais diversas possíveis, abrangendo vários temas. Antes do

inicio das atividades o avaliador comunicava com os avaliados através da

Libras. Todos sentiam a vibração do som, colocando a mão no alto-falante do

aparelho de som. Logo após esse contato inicial, o avaliador demonstrava os

gestos e dava-se inicio a atividade. Assim se decorria as atividades. No inicio

da pesquisa, era visível e notório o comportamento dos alunos. Eram

agressivos, desmotivados, não se relacionavam bem como uns com os outros

e principalmente com o professor, desinteressados entre outros aspectos

negativos. A maior barreira a ser vencida entre uma pessoa surda é a

comunicação, e esse obstáculo foi vencido, pois o avaliador estava em

formação do curso de interprete de Libras. Após os 4 meses de avaliação

através da aplicação das brincadeiras cantadas a professora de sala como o

avaliador, subjetivamente, notaram uma melhoria gradativa da turma quanto

ao: comportamento interesse em participar das aulas, melhor relacionamento e

até um melhor convívio social.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I 11

INCLUSÃO ESCOLAR 11

1.1 Inclusão 12

1.2 Construção de uma Escola Inclusiva 13

1.2.1 Papel da Escola Frente à Inclusão 14

1.3 Educação Física Inclusiva 15

CAPÍTULO II 17

SURDEZ 17

2. 1 Como identificar a Surdez 17

2.1.1 Causas 18

2.1.2 Diagnóstico 18

2.1.3 Exames 19

2.2 Surdez na Concepção Clínica Terapêutica 20

2.3 Surdez na Perspectiva Pedagógica Social 21

2.4 Quem é o Sujeito Surdo? 22

2.5 Perda Auditiva 23

2.5.1 Tipos, causas e grau de perda Auditiva 23

2.6 O Uso da Língua de Sinais 24

2.7 Cultura e Comunidade Surdas no Brasil 25

2.8 Espaço Para Atendimento Educacional Especializado 27

2.8.1 Sala recurso 28

CAPÍTULO III 30

BRINCADEIRAS COM MÚSICAS LÚDICAS 30

3.1 A Educação Musical 31

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3.2 O Lúdico 31

3.3 Trabalhando a Música e o Lúdico no Contexto Escolar 32

Conclusão 40

Bibliografia 41

Índice 66

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INTRODUÇÃO

A literatura relata que a inclusão é para todos, que todos têm o direito a

igualdade, visando assim o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo

para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho. A inclusão

está em todos os momentos, e principalmente na escola, pois ela é o melhor

lugar para as pessoas com necessidades especiais.

Entretanto algumas escolas estão longe de se tornarem inclusivas, pois

são associadas a projetos que visam à inclusão, pois a inclusão depende de

uma rede de apoio, serviço especializados com elaboração do PPP, dos pais,

planejamento.

A escola e a sala de aula são os melhores ambientes para reforçar os

pontos fortes, recolher as dificuldades e adaptar as necessidades de cada

aluno, podendo assim desenvolver a elaboração de um currículo que reflita o

meio social e cultual.

Segundo a SEESP/MEC (2006) surdos, são pessoas que não ouvem ou

ouvem pouco e sua comunicação é a visão. Surdo, é um termo usado para

quem tem déficit auditivo, podendo esta surdez, ser parcial, total e congênita. O

grau de deficiência é validada em decibéis (dB), como leve, moderada, severa

e profunda.

Segundo o INES (1997), só é possível detectar a surdez numa criança,

se avaliar a capacidade de ouvir dela ainda na maternidade. Algumas causas,

que poderão ocorrer à surdez ou perda auditiva: durante a gestação,

hereditariedade ou má formação, podem também através de doenças, como:

rubéola, toxoplasmose, meningite, sarampo, etc.

Quanto mais cedo diagnosticado, mais cedo à criança terá um

acompanhamento, junto com os pais, para que eles possam saber o que fazer

e acolher o filho, sabendo lhe dar com a situação.

Para detectar a surdez, é através de um exame audiométrico, que

analisa a medida do som em decibéis (0 a 40 dB), só assim será identificado e

medido o grau de audição de uma pessoa.

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Para se expressar a pessoa surda comunica-se através da libras,

linguagem visual que é comunicada através de gestos, com expressões faciais

e por pequenos movimento do corpo. (FERREIRA (1994); ADAMS (1985).

Existem comunidades surdas no Brasil, que é um grupo de pessoas que

compartilham em comum e trabalham para alcançar metas.

A concepção terapêutica e pedagógica mostra a necessidade de

reconhecer o potencial de cada ser humano, que os surdos têm direito a uma

educação bilíngüe de qualidade, que existem leis e decretos que reconhecem a

Língua Brasileira de Sinais, que regulamenta a libras, incluindo-a no conteúdo

curricular nos cursos de formação de professores e fonoaudiólogos. FENEIS

(1996)

Segundo o SEESP/MEC (1996) afirma que salas de recurso devem ser

montadas nas escolas que possuem alunos surdos ou com deficiência auditiva,

pois é o lugar especializado para o atendimento educacional especializado,

contando com um professor de preferência bilíngüe.

Portanto a Educação Física é a área a qual foi escolhida para estar

trabalhando com alunos surdos, pois na sua prática exerce o papel

fundamental do brincar com a música, a qual nos permite falar dos desejos,

sentimentos, afetos, convivência social, harmonia do ciclo natural da vida, já a

educação musical possibilita a criança usar toda a sua capacidade para

aprender de acordo com seu ritmo.

No entanto, a música faz com que a criança extravase suas angustias,

medos, a demonstrar seu potencial criativo, pois a música tem o dom de

envolver, unir, encantar e despertar emoções e desejos.

Trabalhar a música permite também o brincar, onde a criança

desenvolve sua habilidade de conhecer regras e a dominar seu próprio

comportamento, dando condições a criança de construir sua identidade,

socializar-se, ser integrante de um grupo, conhecer e reconhecer, amar e ser

amada.

Sendo assim, é através da música e do lúdico que crianças surdas foram

trabalhadas e motivadas.

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CAPÍTULO l

Inclusão Escolar

A inclusão é um desafio que ao ser enfrentado pelas escolas comum,

provoca a melhoria da qualidade da educação, onde os alunos com e sem

deficiência possam exercer o direito à educação em sua plenitude, e as escolas

aprimorem suas práticas, a fim de atender às deferências. Esse aprimoramento

é necessário, para que os alunos passem por uma experiência educacional,

sendo valioso e irreversível em suas vidas: o momento do desenvolvimento.

A transformação da escola não pode ser resumida em uma simples

exigência da inclusão escolar, de pessoas portadoras de deficiências ou

dificuldades de aprendizado, por este motivo ela dever ser encarada como um

compromisso inadiável pelas escolas, que terá a inclusão como conseqüência.

Atualmente as escolas estão longe de se tornarem inclusivas, o que

ocorre são projetos que parcialmente visam à inclusão, os quais não estão

associados às mudanças de base nas referidas instituições e que continuam

atuando em espaços reservados e em horários diferenciados.

O despreparo profissional dos professores é o principal fator que a

maioria das escolas utilizam como argumento para o não atendimento de

alunos com deficiências.

Segundo a SEESP/ MEC (2006), existem instituições que não acreditam

que esses alunos possam tirar algum proveito destas novas situações,

especialmente nos casos mais graves, devido as suas complicações, e não

acompanhariam os avanços dos demais colegas e seriam discriminados das

classes e escolas especiais.

Com isso fica evidenciada a necessidade de redefinir e de colocarem em

ação, novas alternativas e práticas pedagógicas, com novos conceitos

metodológicos educacionais compatíveis com esse desafio.

Transformações devem ser feitas, e, conseqüentemente, muito trabalho

surgirá para que essa escola tenha um ensino de qualidade mais adequado e

compatível com a necessidade de inclusão.

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1.1 Inclusão

Inclusão é um fenômeno individual e social que faz parte de cada

comunidade, em diferentes gerações e pelo nível de desenvolvimento

científico, político ético e econômico.

Deficiência é um termo que sempre foi marcado por forte rejeição,

discriminação e preconceito. (BAGATINI, 1987).

Segundo a SEESP/MEC, no Brasil, a primeira escola especial foi criada

em 1854. Em 1957, o Instituo Imperial de Educação de Surdos, no Rio de

Janeiro.

A educação especial surgiu por enfoque médico e clínico, com o método

de ensino para crianças com Deficiência Mental.

DIEHL (2006) conceitua inclusão como a necessidade de aprofundar o

debate sobre a diversidade, onde busca compreender a heterogeneidade, as

diferenças individuais e coletivas, as especificidades do ser humano e sobre

tudo as diferentes situações vividas na realidade social e no cotidiano escolar.

Inclusão também é definida como Declaração Mundial de Educação

para todos, ou seja, direito à igualdade que visa o “Pleno Desenvolvimento da

Pessoa, seu preparo para o Exercício da Cidadania e sua Qualificação para o

Trabalho”.

A definição de inclusão significa: convidar, aproximar aqueles que

estiveram historicamente excluídos ou deixados de lado, pois é esta inclusão

que nos dá a postura de saber quem é o outro, ou seja, conhecer o diferente.

Ela não se restringe somente às pessoas com deficiência, mas diz respeito a

todas as diferenças.

Segundo WERNECK (1997) a construção de uma sociedade inclusiva

exige mudanças de idéias e práticas e assim sendo, o Ministério da Educação

apóia a implementação de uma nova prática social que viabilize escolas

inclusivas que atendam a todos, independentes das suas necessidades

educacionais especiais, de forma a garantir a participação de todos.

Por mais que estudamos sobre a deficiência, não conseguiremos saber

tudo sobre a criança especial. O que nos fará conhecer de fato como trabalhar

com elas, serão a convivência e as experiências que iremos adquirir. Sendo

assim, nós educadores, não estamos preparados para trabalhar com estes

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alunos, se não experimentarmos e vivenciarmos tal situação, não saberemos

quem são nossos alunos, porque muita das vezes não os conhecemos e só a

explicação das teorias não é suficiente.

Os desafios da inclusão estão em todos os momentos, nos espaços, na

escola, onde todos têm que aprender buscar aquele ideal do conhecimento,

que o professor tem que dominar e aprender junto com os alunos, pois a escola

é o melhor lugar para as pessoas com necessidades especiais, havendo

ressignificação dos processos pedagógicos e educacionais e mudança da

postura dos educadores.

No entanto, a escola não educa para a vida, ela é a vida e sendo assim,

a inclusão só acontece quando está nas vozes do cotidiano, ou seja, no nosso

dia-a-dia, a inclusão é tão agregadora que seus benefícios não são somente

sentido pelas pessoas que estão excluídas, mas, por toda sociedade.

1.2 Construção de uma Escola Inclusiva

A inclusão é um processo que abrange diferentes dimensões ideológica,

sociocultural e econômica.

Portanto a Educação Inclusiva deve ter um ponto de partida, sendo o

coletivo, a escola e a classe comum, onde todos os alunos com necessidades

especiais educacionais ou não, precisarão ter acesso ao conhecimento, ao

aprender, à cultura e progredir no aspecto pessoal e social.

Estudos e experiências realizadas em escolas regulares, com o projeto

de inclusão e com alunos portadores de necessidades especiais apontam

alguns princípios e fundamentos: o de identidade, construção de todos os

aspectos físicos, afetivos, intelectual, moral e ético, valorização da diversidade

para conviver com as diferenças, trabalho coletivo e principalmente

transformação da prática pedagógica, ou seja, professor aluno, família-

professor, professor comunidade escolar. (BAGATINI, 1987)

Inclusão depende de uma rede de apoio, ajuda mútua entre escolas,

pais e serviços especializados para a elaboração do PPP, que deve garantir

adaptação necessária ao currículo, apoio didático especializado, planejamento

e valorização das possibilidades das aptidões de interesse e de empenho dos

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alunos, para realização de atividades, com participação nos projetos e

trabalhos coletivos, considerando todos os alunos.

Acesso à cultura, ao conhecimento para o desenvolvimento da

autonomia e independência e auto-conceito positivo pela participação social.

A escola e a sala de aula devem ser um espaço acolhedor inclusivo,

ambiente estimulante que reforça os pontos fortes, para recolher as

dificuldades e adaptar as necessidades de cada aluno.

Segundo SOLER (2005), o processo de aprendizagem e inclusão

dependem da formação continuada do professor, de grupo de estudos com os

profissionais da educação e professores, dando oportunidade de estarem

refletindo os conceitos, fundamentos, princípios e práticas pedagógicas para a

educação inclusiva no cotidiano escolar e em situações vividas na sala de aula.

Ensinar é um ato de risco, pois não sabemos o que o conhecimento vai

nos ensinar, por isso para quem gosta de ensinar, corre sempre o risco de

conhecer o outro. Entretanto, o educar na perspectiva da educação inclusiva, é

ir de encontro com o conhecimento, é buscar o espírito que tem que reinar na

escola, criar ambiente e espaços de aprendizagens possíveis, adequados e

organizados para todos, inclusive para atender os portadores de necessidades

especiais.

1.2.1 Papel da Escola frente à Inclusão

Uma das mudanças mais importantes da escola visa estimular e

elaborar com autonomia e de forma participativa o seu (PPP) Projeto Político

Pedagógico, diagnosticando a demanda.

A sistematização de objetivos, conteúdos, processo de ensino

aprendizagem e avaliação têm como meta a inclusão do aluno na cultura

corporal do movimento, por meio da participação e reflexão concreta e afetiva.

Busca-se reverter o quadro histórico da área de seleção entre indivíduos aptos

e inaptos para as práticas corporais, resultante da valorização exacerbada do

desempenho.

É importante verificar quem é, e quantos são os alunos, onde estão, e

quais têm dificuldades de aprendizagem. Elaborar um planejamento que

envolva todos os que compõem a comunidade escolar, com o objetivo de

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estabelecer prioridades de atuação, objetivos, metas e responsabilidades que

vão definir o plano de ação das escolas, de acordo com o perfil de cada uma:

as especialidades do alunado, equipe de professores, funcionários, num

espaço de tempo no decorrer do ano letivo.

A escola deve conhecer seus alunos e os que estão a sua volta, para

que seja possível elaborar um currículo escolar que reflita o meio social e

cultural em que se insere.

Os conhecimentos e as peculiaridades éticas, gênero, cultura, etc., são

respeitadas pelas propostas curriculares. Suas realidades de vida e suas

experiências, seus saberes e fazeres, vão sendo tramadas em redes de

conhecimento que superam a tão decantada sistematização do saber.

A implantação de ciclos nas escolas tem sido outra solução que pode

ser adotada como uma novidade e ainda pouco difundida e aplicada nas redes

de ensino. A educação física escolar apresenta-se como disciplina

extremamente excludente, onde os alunos são excluídos por diversos motivos:

fracos, baixos, gordos, deficientes físicos, lentos, mulher, enfim... Sendo assim,

incluir a todos nas atividades, tem que fazer parte, dando oportunidade de

aprendizagem, respeitando o tempo e a forma de aprender de cada criança.

1.3 Educação Física Inclusiva

A Educação Física é nada mais que o desenvolvimento da criança, com

essas suas necessidades mudam e surgem novos interesses e maneiras de

relacionar com o mundo.

Na sua prática a Educação Física tem seu papel de brincar, dando

oportunidade aos alunos de aprenderem, adquirirem autoconfiança, auto-

estima e o seu desenvolvimento físico emocional e intelectual.

A Educação Física é um dos meios para se buscar possibilidades de

ensino-aprendizagem e também como forma de inclusão. A tarefa do professor

de Educação Física é complexa e busca compartilhar os interesses do grupo

com aqueles que apresentam dificuldades ou que sejam diferentes.

Segundo SOLER (2005, p.117), o professor de Educação Física deve

estar muito bem preparado para sumir tal tarefa. Outro fator importante que o

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professor deve possuir é saber conhecer o aluno com o qual irá trabalhar: tipo

de deficiência, idade com que apareceu, as funções prejudicadas e seu

processo de desenvolvimento como: biológico, cognitivo, afetivo, motor,

interação e social.

O profissional de educação física deve passar por um processo de

formação para que adquira conhecimento do assunto e incorpore-o no seu dia-

a-dia, para que suas aulas sejam respeitadas como as outras.

A participação do aluno com necessidade especial nas aulas de

Educação Física é muito importante para desenvolver suas capacidades

perceptivas, afetivas de integração com a inclusão social, favorecendo sua

autonomia e independência.

Ao planejarem as aulas, fazer adequação necessária nas regras, nas

atividades, na utilização do espaço, materiais para estimular, podendo assim

serem usadas por todos, favorecendo sua formação e integração.

A aula deve ser um exercício de convivência, que faça com que os

alunos aprendam a construir uma nova sociedade, sem discriminação, com

atitudes solidárias, respeito, aceitação, não havendo preconceito e exclusão.

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CAPÍTULO II

Surdez

Surdo é um termo usado ao tratar pessoas com déficit auditivo. Esta

expressão é adotada pela comunidade surda, comunidade que possui

identidade própria caracterizada pela existência de uma específica

comunicação. (INES, 1997)

Surdez é a perda total ou parcial, congênita ou adquirida da capacidade

de compreender a fala através do ouvido. De acordo com o grau de perda

auditiva, avaliada em decibéis (dB), ela se manifesta em Leve, moderada,

severa e profunda, impedindo o indivíduo de ouvir a voz humana e adquirir,

espontaneamente, o código da modalidade oral da língua.

Segundo o INES - Instituto Nacional de Educação de Surdos, pelo

menos uma em cada mil crianças nasce profundamente surda. Muitas

desenvolvem problemas auditivos ao longo da vida, por causa de acidentes ou

doenças. A surdez traz limitações apenas para o desenvolvimento lingüístico

do individuo, mas não cognitivo.

2.1. Como identificar a surdez?

Só é possível detectar uma criança com perda auditiva, se avaliar a

capacidade auditiva do bebê ainda na maternidade. Há alguns sinais que

podem ser observados logo nas primeiras semanas de vida, se o pediatra e os

familiares estiverem atentos às reações:

• O bebê não acorda ou se assusta com um barulho forte e súbito;

• O bebê não pára de chorar, quando a mãe usa apenas a voz para

acalmá-lo;

• O bebê procura a origem do barulho, virando a cabeça para a fonte

sonora, isso já numa fase posterior do desenvolvimento;

• O bebê é exageradamente quieto.

Alguns sinais podem ser observados, na criança que tem mais de um

ano:

• Aquisição da fala tardio;

• Não responde ao ser chamado;

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• Quando de costas, não se volta para a pessoa que lhe dirige a palavra;

• Apresenta excesso de comunicação gestual e pouca emissão de

palavras;

• Fala extremamente alto ou baixo;

• Vira a cabeça para ouvir melhor;

• Olha para os lábios de quem fala e não para os olhos;

• Troca à emissão de fonemas na fala e na escrita;

É mais fácil descobri uma perda auditiva de nível severo ou profundo do

que de uma leve ou moderada.

2.1.2 Causas

Ela pode ser congênita nas fases pré-natal e Perinatal (durante a

gestação ou no parto). Pode ser adquirida ao longo da vida, ouve já, na fase

pós-natal.

As causas Perinatais, são aquelas que surgem durante a gestação, de

forma hereditária ou por má formação, portanto, surgem problemas em

decorrência da dificuldade, ocorrida durante o parto, como: doenças,

traumatismos que podem levar a um indivíduo a manifestar a deficiência.

Segundo, FERREIRA (1994); OLIVEIRA (1994); ADAMS (1985); as

causas mais comuns são:

• Pré Natal: rubéola, toxoplasmose, herpes incompatibilidade de Rh, sífilis,

ingestão de determinados medicamentos (durante a gestação);

• Peri natal: anóxia, hipóxia, prematuridade, traumatismos obstétricos,

icterícia neonatal (no parto);

• Pós Natal: meningite, sarampo, traumatismo craniano, encefalite.

Os exames pré-natais são muito importantes para a prevenção, assim

como o aprendizado de formas de tratar e atender o bebê.

A criança que apresentar o comprometimento auditivo podem, muitas

vezes, necessitar da comunicação visual, através da libras.

2.1.3 Diagnóstico

É de grande importância que a surdez seja diagnosticada o mais cedo

possível, pois só assim será possível dar início ao seu acompanhamento, que

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inclui não só a criança, mas também pais, para que eles saibam o que fazer e

que possam acolher o filho, sabendo lhe lidar com a situação.

A estimulação precoce realizada em casa junto ao trabalho educacional

permitirá com que a criança adquira condições de comunicar-se melhor de

maneira possível, situando-se melhor na sociedade. Após o médico

diagnosticar a perda auditiva e o grau, a família deve tomar algumas decisões

importantes como:

• Procurar orientação com profissionais capacitados sobre abordagem

educacionais para surdos, a libras e a língua portuguesa.

• Procurar o atendimento educacional especializado, proporcionando

trabalho de estimulação precoce.

• Utilizar o aparelho auditivo (A.A.S. I – Aparelho Ampliação sonora

Individual) se for adequado para o caso.

2.1.4 Exames

A audiometria analisa a freqüência do som medido por decibéis (dB

varia de 0 dB a 140 dB).

Através de testes audiométricos podemos medir e identificar o grau de

audição de uma pessoa, que é ilustrada em um gráfico da freqüência e

intensidade do som.

Uma pessoa será considerada com deficiência auditiva se possuir perda

de audição acima de 25 dB, ou seja, conseguem ouvir apenas sons acima de

25 dB, em ambos os ouvidos, onde o grau de perda é analisado conforme o

melhor resultado do testes audiométrico do melhor ouvido.

O indivíduo pode ter perda auditiva acima de 55 dB em um ouvido, não

apresentando perda auditiva no outro, então não é considerado surdo, ou seja,

não precisa usar libras.

Níveis de limiares auditivos

Deficiência Auditiva Limiar auditivo Exemplos Aproximados

Leve 16 a 40 dB Sussurro/cochicho

Moderada 41 a 55 dB Voz fraca

Acentuada 56 a 70 dB Voz normal

Severa 71 a 85 dB Tráfego, furadeira, voz

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forte

Grave 86 a 90 dB Liquidificador, voz muito

forte.

Profunda Superior a 91 dB Trem, britadeira, buzina

de automóvel, turbina de

avião,

Sons que causam dor.

Tabela 1 – Fonte: Saberes e práticas da inclusão

São considerados com deficiência leve pessoas com perda em ambos

os ouvidos, que escuta de 16 a 40 dB, eles conseguem ouvir o som de

conversa em sussurros.

Os que possuem deficiência auditiva moderada não escutam sussurros,

mas conseguem ouvir vozes de uma conversa normal. A partir desse nível,

poderão ter a necessidade de usar libras, entre o entendimento de falas e falta

de sensibilidade para ouvir sons.

A deficiência auditiva acentuadas, a pessoa não consegue distinguir

sons de uma conversa normal, eles escutam a partir de 71 até 85 dB,

enquadrados na deficiência auditiva severa. Portanto, a aprendizagem da libras

é muito importante.

É considerado surdo profundo a pessoa com perda auditiva acima de 90

dB.

2.2 Surdez na Concepção Clínica Terapêutica

A surdez é a diminuição da capacidade de percepção normal dos

sons. Portanto é considerado surdo à pessoa cuja audição não é funcional na

vida comum e, parcialmente surdo, aquele com audição mesmo deficiente, é

funcional com ou sem prótese auditiva.

Em decorrência desta dificuldade em desenvolver normalmente a

linguagem oral, os surdos podem apresentar um atraso intelectual de 2 a 5

anos, dificuldade de abstração, generalização, raciocínio lógico, simbolização e

outros.

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Assim como as demais pessoas, essa incapacidade de se comunicar, de

modo significativo, atua em sua personalidade, fazendo com que manifeste

tendências de introspecção, imaturidade emocional, rigidez de juízos e

opiniões, prejudicando o desenvolvimento do sujeito em sua globalidade.

Para que estes problemas sejam evitados é aconselhável que a criança

surda seja encaminhada o mais cedo possível a uma escola especializada para

que possa receber estimulação auditiva e oral adequada, adquirindo um

desenvolvimento próximo aos padrões de normalidade.

O domínio da linguagem oral permitirá sua plena integração à

sociedade, sendo esta sua forma usual de comunicar-se com pessoas. Sendo

assim, o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem está subordinado

ao aprendizado da linguagem oral.

A valorização da pluralidade cultural no convívio social fez surgir à

necessidade de reconhecer o potencial de cada ser humano, a fim de que

possamos ter relações sociais mais justas e humanas. Dessa forma, não se

nega que a surdez seja uma limitação auditiva, mas com essa nova concepção

valorizam-se as potencialidades dos surdos, traduzidas por construções

artísticas, lingüísticas e culturais, representativas dessa comunidade, que

compartilha a possibilidade de conhecer e aprender, tanto mais por meio de

experiência visual do que pela possível percepção acústica. Em outras

palavras, em Educação não se pretende falar de ausências e de limitações,

mas de novas possibilidades de construção; não se trata apenas do que nós

pensamos sobre os surdos, mas se trata, sobretudo, do que os surdos pensam

sobre si.

2.3 Surdez na Perspectiva Pedagógica Social

Surdez é a experiência que traz aos surdos a possibilidade de constituir

sua subjetividade por meio de experiências cognitivo lingüísticas, mediadas por

formas alternativas de comunicação simbólica, encontrado na libras. A surdez é

realidade heterogênea e multifacetada e cada sujeito surdo é único, sua

identidade se constituirá a depender de experiências socioculturais

compartilhados ao longo da vida.

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Os surdos têm direito a uma educação bilíngüe de qualidade, sendo

fundamento no exercício de sua cidadania, permitindo-lhe acesso aos

conteúdos curriculares, leitura e escrita não dependam do domínio da

oralidade.

A presença de educadores surdos é imprescindível no processo

educacional, atuando no modelo de identificação lingüístico-cultural e

exercendo funções e papéis significativos.

Muitas pesquisas demonstram que crianças surdas, filhas de pais

surdos, desde o nascimento estiveram expostas à língua de sinais, obtiveram

um desenvolvimento lingüístico, cognitivo, afetivo e social adequados.

Atualmente a língua de sinais é uma disciplina em expansão no mundo,

pesquisam demonstram a importância dessa língua na constituição do sujeito

surdo, afirmam que as etapas de aquisição da Libras são semelhantes àquelas

apresentadas por crianças ouvintes com linguagem oral.

2.4 Quem é o sujeito surdo?

É a pessoa destituída da audição. Como não tem comunicação auditiva

usa-se da visão. A estimativa do número de surdos no Brasil é de mais ou

menos 2,5 milhões, (segundo dados da revista Integração) a pessoa surda tem

uma cultura visual elaborada e o ouvinte tem uma cultura auditiva. Como

diferença, a maneira que as pessoas surdas percebem o mundo em que vivem,

possibilita ao surdo desenvolver sua autonomia.

Para interagir com eles, é preciso conhecer ou usar sua forma de

comunicação. A língua dos surdos é visual-gestual, forma de comunicar-se

visualmente. A língua brasileira de sinais é sua língua materna, que poderá se

aprendida por qualquer pessoa interessada pela comunicação com essa

comunidade. A comunidade surda é constituída por pessoas que usam a

comunicação visual-gestual. Estão presentes nela, estudantes, alfabetos,

profissionais, letrados, trabalhadores, desempregados. Alguns surdos lutam por

seus direitos dentro do movimento surdo, outros vivem na acomodação.

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2.5 Perda Auditiva

As classificações mais utilizadas vão desde a localização da lesão

causadora da surdez e do grau de perda auditiva, que é definida pelos testes

audiométricos até a classificação que leva em consideração do comportamento

do indivíduo.

No entanto a deficiência auditiva caracteriza-se pela perda total ou

parcial na conduta ou percepção de sinais sonoros (FERREIRA (1994);

ADAMS (1985).

Quando há lesão localizada no ouvido externo ou médio, acarreta

diminuição da audição na intensidade sonora de condução do som até o ouvido

interno aonde chega de forma mais fraca.

Outra manifestação a surdez acarretada por lesão no ouvido interno,

caracteriza por surdez neurosensorial, que é a perda e diminuição na

intensidade sonora e na percepção do som, isso provoca dificuldades na

discriminação auditiva, distorção na sensação sonora e no recrutamento, além

de uma alteração quantitativa e também na alteração na qualitativa.

Surdez central é uma lesão que pode localizar-se a partir do tronco

cerebral até região subcortecais e córtex.

2.5.1 Tipos, causas e grau da perda auditiva.

Tipos de Perdas Auditivas

• Condutivas

• Sensório-neurais

• Mista

• Central

• Funcional ou emocional

Causas de Perdas Auditivas

Pré-Natais

• Hereditárias

• Não hereditárias

Infecções intra-uterinas: Sífilis, toxoplasmose, rubéola, etc.

Drogas ototóxicas

Alcoolismo

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Irradiações

Toxemia gravídica

Perinatais

• Prematuridade, baixo peso ao nascimento.

• Asfixia

• Hemorragia intracraniana

• Hiperbilirrubinemia

Pós Natais

• Genéticas

• Não genéticas

Infecções

Drogas ototóxicas

Traumas

Perda auditiva induzida por ruído

2.6 O Uso da Língua de Sinais

A libras é o meio de comunicar-se com pessoas surdas. Esta

linguagem é estritamente visual e comunicada através de gestos codificados,

tais como: expressões faciais, pequenos movimentos do corpo. Esta é uma

forma de expressar a intensidade do que se conversa. Cada país possui a sua

língua de sinais.

No Brasil, ela é chamada de libras, tendo sido oficializada em 2002, no

entanto, esta língua, também é provinda de cada região, caracterizando ainda

mais esta língua.

PERLIN (1999), afirma que cada sinal tem sua representatividade, que o

surdo é capaz de conferir, entender e dar significado.

Pesquisas revelam que a língua de sinais é organizada no cérebro da

mesma forma que a linguagem oral, o que se difere é que uma utiliza-se da fala

e a outra dos gestos e da visão.

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A libras é utilizada de sinais, com um significado. Existem também

palavras que não tem significado, então utiliza-se o alfabeto datilológico

(manual), para auxiliar na comunicação.

PEREIRA (2006), “muitas pessoas acreditam que a libras é o português

feito com as mãos, na qual o sinal substitui as palavras desta língua, outras

pensam que esta língua é um conjunto de gestos que interpretam as línguas

orais.”

No entanto, a libras como outra qualquer língua tem sua estrutura

sintática, morfológica e semântica. A libras, não é universal: assim pessoas

ouvintes de países diferentes, falam diferentes línguas, as pessoas surdas por

toda parte do mundo, possuem sua própria línguas, independente das língua

orais auditivas.

Parâmetros de língua de sinais

• Configuração das mãos: são formas das mãos feitas pela

mão predominante;

• Ponto de articulação: é o lugar onde incide a mão

predominante configurada;

• Movimento: os sinais podem ter movimento ou não

• Expressão facial ou e corporal: é um traço caracterizador;

• Orientação/direcionalidade: sinais têm uma direção com

relação aos parâmetros acima.

Princípios para o aprendizado de libras

• Não tenha receio de errar;

• Use expressões corporais para se expressar;

• Desperte a atenção e memória visual;

• Fixe o olhar no emissor da mensagem

• Comunique-se com seus colegas em libaras

• Envolve as com as comunidades surdas.

2.7 Cultura e Comunidades Surdas no Brasil

Segundo PADDEN (1989), “Uma cultura é um conjunto de

comportamentos aprendidos de um grupo de pessoas que possuem língua

própria, valores, regras, tradições e uma Comunidade é um sistema social

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geral, no qual um grupo de pessoas vivem juntas, compartilham metas em

comum e partilham certas responsabilidades umas com as outras.”.

Uma comunidade surda é um grupo de pessoas que moram em uma

localidade particular, compartilha metas em comum e, de vários modos

trabalha para alcançar estas metas.

Membros de uma cultura surda comportam como pessoas surdas, usam

a língua de pessoas surdas e compartilham entre si as crenças das pessoas

surdas e com pessoas que não são surdas.

Mas ser uma pessoa surda não quer dizer que faça parte de uma cultura

surda e de uma comunidade surda, porque a maioria dos surdos, 95% filhos de

pais ouvintes, muitos destes não aprenderam a LIBRAS e não conhecem as

Associações de Surdos, que são as comunidades Surdas, podendo tornar-se

somente deficientes auditivos.

As pessoas surdas, que estão politicamente atuando para terem seus

direitos de cidadania e lingüísticos respeitados, fazem uma distinção entre ser

surdo e ser deficiente auditivo. A palavra deficiente estigmatiza a pessoa

porque mostra sempre o que ela não tem, em relação às outras e, não o que

ela pode ter de diferente e, por isso, acrescentar às outras pessoas. Ser surdo

é saber que pode falar com as mãos e aprender uma língua oral-auditiva

dessa, é conviver com pessoas, que num universo de barulhos, depara-se com

pessoas que estão percebendo o mundo através da visão e isso, os torna

diferentes e, não necessariamente deficientes.

A diferença está no modo de apreender o mundo, que gera valores,

comportamento comum compartilhado e tradições sócias interativas e a este

modo de vida está sendo denominada Cultura Surda.

A estimativa do número de surdos no Brasil é de mais ou menos 2,5

milhões (segundo dados da revista integração), mas ainda não se tem uma

pesquisa para avaliar que o percentual de surdos inserido na cultura surda.

A cultura surda é muito recente no Brasil é a maneira que as pessoas

surdas percebem o mundo em que vivem. Constitui essa cultura:

• A Família: diante da necessidade de comunicação os surdos

estabelecem com a família, um sistema gestual que possibilita

naturalmente a compreensão de coisas básicas. Por isso, é muito

importante que a família aprenda a Língua de Sinais.

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• A Escola: é na escola que a criança surda, juntamente com outras

crianças surdas, passa a conviver naturalmente com a Libras e vai de

maneira natural enriquecendo e significando a própria linguagem. A

criança surda é capaz de compreender e aprender todos os conteúdos

assim como a criança ouvinte, basta que seja estimulada.

• Associação de Surdos: Nesse espaço, jovens e adultos surdos

estabelecem intercâmbio cultural e lingüístico e fazem uso oficial da

LIBRAS

• Mundo: lugar onde a linguagem é o fenômeno da comunicação, e onde

a riqueza cultural é partilhada entre os envolvidos no processo de

educação e comunicação.

• Diferença: do ponto de vista da saúde, não há problemas que

diferenciem surdos de ouvintes. O erro social “surdo-mudo” é dado ao

fato de que convivem num silêncio rotulado pela própria sociedade.

Deficiente auditivo é o termo usado dentro das políticas educacionais,

com os quais técnicos e profissionais se referem à pessoa surda,

demonstrando a força do preconceito social.

2.8 Espaço para o Atendimento Educacional Especializado

“Segundo o Ministério da Educação - Secretária de Educação Especial”:

a educação de pessoas surdas no Brasil realiza-se na concepção clínico-

terpêutica e os professores tinham por objetivo fazer os alunos falarem, e com

isso, a educação especial esteve voltada à reabilitação da audição e da fala,

sendo sinônimo de linguagem.

Nos últimos anos, as práticas, as representações sociais e as novas

concepções de surdez passaram a ser edificadas com respaldo nos avanços

científicos e nos estudos lingüísticos e sócios antropológicos. Entretanto, essas

concepções, negam que a surdez seje uma limitação auditiva, mas valorizam

as potencialidades do surdo, expressos na construção artísticas, lingüísticas e

culturais.

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A experiência visual traz as pessoas surdas à possibilidade de construir

sua subjetividade por meio de experiência visual possibilitando-a de construir

formas alternativas de comunicação simbólica, que encontram na Libras seu

principal meio de concretização.

O Brasil reconheceu a Língua Brasileira de Sinais, por meio da Lei nº.

10.436/02 (Lei de Libras), que determinou a inclusão desse conteúdo curricular

em todos os cursos de formação de professores e de fonoaudiólogos, definindo

que a Libras não substitui a Língua Portuguesa (escrita).

O Decreto nº. 5.626/05, que regulamentou a Lei de Libras, definiu, entre

outros aspectos, que os sistemas de ensino devem garantir a inclusão de

pessoas surdas ou com deficiência auditiva, por meio da organização de

escolas e classes bilíngües, nas quais a Libras e a Língua Portuguesa sejam

línguas de instrução. Definiu também, que além da escolarização esses alunos

têm o direito ao atendimento educacional especializado em turno diferenciado,

para o desenvolvimento de complementação curricular.

[...] Mudanças introduziram a Libras no currículo tornando seu ensino

obrigatório. No entanto, se os pais ou os próprios alunos optarem pelo não uso

da Libras, deverão formalizar essa preferência junto à escola. (MEC/SEESP)

A sala recurso multifuncional para os alunos surdos ou com deficiência

auditiva é o espaço organizado para o atendimento educacional especializado,

necessários aos alunos que apresentam condições de comunicação e de

sinalização diferenciadas dos demais colegas. Esses alunos podem demandar,

ao longo de sua aprendizagem, o desenvolvimento de instrumentos lingüísticos

(língua brasileira de sinais e língua portuguesa), necessários para sua inclusão

educacional e social.

2.8.1 Sala Recurso

As salas recursos para alunos surdos ou deficiência auditiva são

espaços educacionais destinados à realização da complementação curricular

específica, em turno contrário ao da classe comum.

Nessas salas recursos, o professor, de preferência bilíngüe, com

conhecimentos acerca da metodologia para o ensino de língua deve:

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• Complementar os estudos referentes aos conhecimentos construídos

nas classes comuns de ensino regular;

• Ofertar suporte pedagógicos aos alunos, facilitando-lhes o acesso a

todos os conteúdos curriculares;

• Promover o aprendizado da Libras para o aluno que optar pelo seu uso;

• Utilizar as tecnologias, informação e comunicação para a aprendizagem

da Libras e da Língua Portuguesa;

• Desenvolver a Libras como atividade pedagógica, instrumental, dialógica

e de conversação;

• Promover a aprendizagem da Língua Português para alunos surdos,

como segunda língua, de forma instrumental, dialógica e de

conversação;

• Aprofundar os estudos relativos à disciplina da Língua Portuguesa,

principalmente na modalidade escrita;

• Produzir materiais bilíngües (Libras – Português-Libras):

• Favorecer a convivência entre os alunos surdos para o aprendizado e

desenvolvimento da Libras;

• Utilizar equipamento de amplificação sonora e efetivar interface com a

fonoaudiologia para atender alunos com resíduos auditivos, quando esta

for à opção da família ou do aluno.

O objetivo da organização dessas salas é viabilizar condições para o

acesso aos níveis mais elevados de ensino, considerando que esses alunos

tenham condições de comunicação diferenciada.

A sala recursos multifuncionais para os alunos surdos ou deficiência

auditiva é o espaço organizado para o atendimento educacional especializado,

necessários aos alunos que apresentam condições de comunicação e

sinalização diferenciadas dos demais colegas.

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CAPÍTULO III

Brincadeiras com músicas lúdicas

Segundo MOYLES (2002), brincar é sem dúvida um meio pelo quais os

seres humanos e os animais exploram uma variedade de experiências em

diferentes situações, para diversos propósitos. Brincar em situações

educacionais proporciona não só o meio real de aprendizagem, mas promove

novas aprendizagens nos domínios cognitivos e afetivos.

Acima de tudo, o brincar motiva, proporciona um clima especial para a

aprendizagem, sejam os aprendizens: crianças ou adultos, o brincar fora da

escola motiva a criança a explorar, experimentar: a casa, o jardim, a rua, as

lojas, a vizinhança. O brincar na escola necessariamente motiva uma

aprendizagem diferente e é caracterizado por maior fragmentação e por estar

compactado em segmentos de tempo.

Vygotsky (2002) atribui importante papel ao ato de brincar na

constituição do pensamento infantil. Diz ele, que através da brincadeira, o

educando reproduz o discurso externo e o internaliza construindo seu próprio

pensamento.

Brincar com música significa permitir falar sobre os desejos,

sentimentos, afetos, convivência social e harmonia do ciclo natural da vida.

Segundo YOGI (2003) toda criança tem uma visão mágica do mundo,

crê em seu pensamento, com o poder de transformá-lo em realidade, mundo

da fantasia, da imaginação, onde as músicas nos encantam falando de animais

com ações reais e imaginárias de fenômenos da natureza, de emoções e de

uma infinidade de assuntos comuns à criança.

No entanto, quando associadas a movimentos corporais coordenados,

agradam às crianças e é uma excelente estratégia, que o educador pode usar

para o desenvolvimento de seu trabalho, sendo assim, a criança sente prazer

em ouvir, sendo estas por meio das cantigas e das ações, aprendem que

alegrias e tristezas, conquistas e perdas, coragem e medo podem ocorrer, mas

também podem ser resolvidos.

A inclusão do nome da criança nas cantigas leva-a a aceitar de si

mesma e dos outros, na construção de sua auto-estima.

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A música é um importante mediador do desenvolvimento das crianças

nas suas habilidades físicas, verbais, sociais e emocionais. Proporciona

liberdade de criar e adaptar, mediante a qual atividades se tornam atraentes

aos olhos das crianças que buscam incansavelmente novidades, descobertas e

vivências que satisfaçam à curiosidade. A música proporciona um trabalho de

desenvolvimento global que possibilita à criança usar toda sua capacidade para

uma aprendizagem de acordo com seu ritmo. A música faz com que as

crianças extravasem suas angústias e medos, contribuindo assim no

desenvolvimento do seu potencial criativo, que incide diretamente na sua

aprendizagem.

Portanto, a música tem o dom de envolver, unir, encantar, despertar

emoções e desejos nas crianças.

3.1 Educação Musical

Na Educação Musical, os conteúdos são desenvolvidos em forma de

projetos, brincadeiras e jogos, fazendo da aprendizagem escolar uma atividade

prazerosa.

Educar significa buscar o sentido do que nos rodeia não permitir que o

péssimo e a baixa estima tomem conta de nossas crianças, capacitá-las a

sentir e perceber as coisas importantes do viver cotidiano.

Paralelamente, devera ocorre a formação de hábitos, regras sociais e

fundamentais para convivência na sociedade, tais como: respeito ao outro,

esperar a vez e saber ouvir. Com ajuda constante da música, a criança

aprende pela própria ação, observação, tentativas e experiências concretas.

Para a educação musical, o próprio corpo é o ponto de partida, onde a

sua voz é um precioso instrumento que tem dentro de si, portanto, a criança, é

levada a praticar, reconhecer e a descobrir ritmo e o som de maneira livre e

organizada, apartir de movimentos corporais e depois fora dele. (YOGI, 2003,

p.12)

3.2 O Lúdico

O lúdico é o principal agente na construção do conhecimento, utilizando

a recreação como veículo para o desenvolvimento da criança, atuando em três

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níveis: o primeiro é o conhecimento pleno do seu corpo (limitações e

possibilidades de superação), o segundo é o reconhecimento do espaço que a

cerca, bem como sua capacidade de manipulação de diverso s tipos de

objetos, e o terceiro é a sua capacidade de relacionar com o outro e o

aprendizado da convivência em grupo. O lúdico é uma atividade constante no

cotidiano das crianças, pois o brincar se faz presente nos primeiros anos de

vida da criança. “A ludicidade e a aprendizagem podem ser considerada como

ações com objetivos distintos”. As regras e a imaginação favorecem a criança

comportamento além de habituais.

Portanto, é através do lúdico que ela abandona o seu mundo de

necessidades e constrangimento e se desenvolve, criando e adaptando uma

nova realidade a sua personalidade. A infância É, portanto, um período de

aprendizagem necessária à idade adulta, sendo assim, é nesse momento que

a brincadeira se torna uma oportunidade de afirmação de seu “eu”.

Brincando a criança se torna espontânea, desperta sua criatividade e

interagem com seu mundo interior e exterior, e é também através de atividades

lúdicas que podemos perceber as dificuldades motoras, intelectuais e afetivas,

sendo assim, as brincadeiras irão proporcionar no educando criar, imaginar,

fazer de contas, funcionam como laboratório de aprendizagem, que permitam-

lhe experimentar, medir, utilizar, equivocar-se e fundamentalmente aprender.

Segundo Aléxis (1988), atividade lúdica desenvolve no educando sua

habilidade de subordina-se a uma regra, mesmo quando o estimulo direto

impele a fazer algo diferente, pois dominar as regras domina seu próprio

comportamento, aprendendo a controlá-lo, a subordiná-lo a um propósito

definido.

3.3 Trabalhando a música e o lúdico no contexto escolar

Na escola, as crianças participantes de atividades baseadas no prazer,

com certeza conseguem transcender a simples repetição de gestos e a

mecanização dos movimentos.

Segundo Vygotsky (2002), “o brinquedo, ou situação de brincadeira

parece pouco estruturada e sem função explícita na formação dos processos

de desenvolvimento, portanto, o brinquedo também cria uma zona de

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desenvolvimento proximal na criança, tendo enorme influência em seu

desenvolvimento.” O brincar evidencia à medida que as crianças em geral

estão apartadas ao brinquedo. Representa um fator de grande importância na

socialização da criança, pois é brincando que o ser humano se torna apto a

viver numa ordem social e num mundo cultural. Brincar exige concentração

durante um grande intervalo de tempo, desenvolve iniciativa, imaginação e

interesse.

No entanto, os jogos e brincadeiras infantis nos acompanham da

infância desde os primeiros anos de vida até a fase adulta, pois a brincadeira e

o jogo são elementos de suma importância na infância.

É através do brincar, que a criança terá condições de construir sua

identidade, socializar-se, enquanto parte integrante de um grupo, conhecer e

reconhecer-se, amar e ser amada.

O brinquedo nos faz refletir o passado, o presente e o futuro, sendo

assim, os jogos e os brinquedos tradicionais infantis resgatam um passado

valiosíssimo, lembranças jamais esquecidas de um tempo de criança, com

descobertas, aprendizagem, amizade, de afetividade e de dificuldade.

Entretanto, o jogo é a ação da criança. Vivências lúdicas possibilitam a

criança desenvolver a expressão verbal e gestual rica, aumentando a

espontaneidade criadora, auxiliando no processo de desenvolvimento e

aprendizagem. Já as vivências corporais, através dos jogos, expressam um

nível de comportamento afetivo, motor e lingüístico que irão possibilitar às

crianças efetuarem novas sínteses, explorarem no plano mental, novas

possibilidades de ação.

Nos jogos, as crianças jogam sempre apartir de algo que ela viu ou

ouviu, e é aquilo que ela vive. Na utilização de atividades com características

lúdicas, através da brincadeira, busca-se o prazer como elemento fundamental,

não existindo a possibilidade do lazer estar desvinculado do prazer. A

construção desse saber através da linguagem corporal é de fundamental

importância para o desenvolvimento da criança, sendo através da cultura

corporal do movimento que a Educação física se torna o principal veículo.

1- Bola ao Alto

Alunos em círculo, numerados seguidamente.

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O professor, no centro do círculo, atirará a bola para o alto, chamando

um dos números, “cinco”, por exemplo; o aluno assim indicado deverá pegar a

bola antes que ela toque o chão, caso consiga ou não, inicia-se de novo a

brincadeira.

2- Queimando do centro da quadra

Um aluno dentro do círculo central da quadra, disposto de uma bola.

Este tentará atingir seus colegas com a bola, podendo acertar qualquer

parte do corpo. Quem for atingido, deverá também ir para o centro do círculo e

ajudar seu colega a atingir os que ainda não foram.

3- Pegou a bola, abaixou

Alunos divididos em números iguais formarão duas fileiras, onde cada

fileira terá um aluno com a bola, de frente. Este terá que jogar a bola para o

primeiro em seguida devolvê-la sem cair, devolveu abaixa. Novamente o

segundo este devolve e abaixa, para o terceiro e assim sucessivamente, até

que todos tenham ido e abaixado. A fileira que terminar primeiro, vence,

marcando ponto.

4- Amarrar a fita na trave do gol

Estafeta. Feito duas fileiras, com números iguais de alunos, de frente

para a trave do gol, o primeiro com a fita leva e amarra na trave, vem correndo

e bate na mão do segundo, este desamarra, volta correndo e entrega para o

terceiro e assim sucessivamente até que todos tenham ido. A fileira que

terminar primeiro vence.

5- Rouba-rabo com fita

Utilizando a mesma fita da atividade acima.

Todos os alunos devem pega-la e colocar atrás, com a ponta dentro da

roupa, sobrando um pedaço grande que será o rabo. Dado o sinal todos devem

correr pela quadra, tentando pegar o rabo do outro, mas protegendo o seu,

para que ninguém o pegue. O aluno que conseguir pegar mais rabos será o

vencedor.

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6- Música: Olá como vai?

A música é cantada assim: olá, como vai?

Eu vou bem

E você vai bem também

Legal, legal, legal, legal...

Os alunos estarão em duplas, aonde um vai cumprimenta o outro, em

seguida aponta para si mesmo e logo após para o colega. Bate palma, sua

mão direita com a direita do seu colega, outra palma e bate as mãos

esquerdas, logo após canta novamente, fazendo os mesmos gestos.

7- Bola ao Guarda

Os alunos formam um círculo, um deles fica no centro com a bola,

dentro do bambolê. Dado o sinal de início, esse jogador arremessa a bola para

algum colega e foge para fora do círculo. O jogador que receber a bola tem que

deixá-la no centro do bambolê e perseguir o guarda que tentará voltar e tocar a

bola sem ser pego. Caso consiga, continua como guarda. Se for tocado antes,

troca de lugar com o colega. Ganha o jogo quem ficar mais tempo como

guarda.

8- Música: Sai o piaba

Sai, sai , sai o piaba

Saia da lagoa,

Sai, sai, sai o piaba

Saia da lagoa,

Põe a mão na cabeça

A outra na cintura

Da um remelexo no corpo

E da............... (indica qualquer parte do corpo)

Mexendo as mãos, como se estivessem expulsando alguém, põe a mão

na cabeça e na cintura, da uma rebolada e em seguida bate a parte do corpo

indicada uma na outra.

9- Carimbo

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Este jogo é uma queimada individual, onde o jogador que estiver de

posse da bola tentará queimar qualquer um dos participantes. Para queimar, a

bola deve encostar-se a qualquer parte do corpo da pessoa e, em seguida, cair

ao chão. Caso toque no corpo, mas a pessoa segure-a antes que caia, não é

considerado queimado.

O aluno de posse da bola não pode andar, enquanto os outros poderão

deslocar-se livremente, andando, correndo, saltando, rolando etc.

Quem for queimado deverá sentar-se no local onde isso aconteceu, e

continuará participando, pois, se a bola chegar ao seu alcance, poderá pegá-la

e levantar-se para continuar queimando. Algumas vezes as crianças pedem

para quem for queimado não poder mais levantar, apenas continuar a jogar

sentado. Sendo assim, será vencedor o último que ficar em pé, caso contrário,

pode-se combinar um tempo, e vencerá quem for menos queimado.

O jogo pode ser dificultado, colocando outras regras. Exemplo: quem

está sentado e conseguir tocar naquele que esta em pé pode levantar

automaticamente, dificultando a vida de quem está em pé, ou colocando mais

bolas no jogo, o que exigirá.

Maior concentração dos alunos.

10- Música: “Eu conheço um Jacaré”.

Eu conheço um jacaré,

Que gosta de comer,

Esconde a (parte do corpo).

Se não o jacaré, come (parte do corpo).

E o dedão do pé.

A música ensina a esconder as partes do corpo. Fazer um círculo, cada aluno

após terminar a música, irá falar qual parte do corpo que quer esconder.

11- Música: “Se você está feliz”.

Se você está feliz, bata palma,

Se você está feliz, bata palma,

Se você está feliz com vontade de sorrir,

Se você está feliz, bata palma...

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Fazer os gestos (palmas, espirro, estalar o dedos, comprimento), cada

hora utiliza estes gestos, ao final terão que fazer os quatros, de uma vez.

12- Música: “O Jipe do Padre”.

O Jipe do padre

Fez um furo no pneu.

Consertamos com chiclete.

Ensinar a música, em seguida, ensinar os gestos da música, onde as

partes do jipe, padre, furo e pneu somem e não canta; somente fazer os

gestos, com sinais sonoros.

13- Bola errante

As crianças deverão formar um círculo e uma ocupará o centro do

círculo com uma bola.

A criança do centro lançará a bola para um dos coleguinhas do círculo,

que lançará para outro, e assim sucessivamente, sempre evitando que o

companheiro do círculo torne a pegá-la. Se isto acontecer, o responsável pela

perda da bola trocará de lugar com um colega do centro.

13- Esquiva da bola

Os alunos em círculo.

Apenas uma ou dois estarão dentro dele. As crianças de fora do círculo

tentarão acertar a bola nos colegas do centro do círculo e estas deverão fugir.

Quem acertar uma delas irá tomar seu lugar.

14- Pique Cola

Um aluno será o pegador e o restante do grupo serão os perseguidos. O

pegador de posse de uma bola terá que acertar o colega em qualquer parte de

seu corpo, menos na cabeça e no rosto.

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O aluno que for acertado terá que ficar parado e será salvo com um

abraço de algum colega.

Depois de algum tempo, troca-se o pegador.

15- Gato e rato por entre as pernas

Todos os alunos de pé, em círculo, em afastamento lateral, mãos dadas.

Um aluno no interior do círculo, representando o rato, e outra fora, sendo o

gato.

Ao sinal, o “gato” perseguirá o “rato”, ambos terão necessariamente que

passar por entre as pernas dos companheiros para perseguir ou fugir. Inverter-

se-ão as posições, ou trocar-se-ão as crianças, quando o “gato” pegar o “rato”.

16- Pique Cor

Os alunos devem estar espalhados na quadra, somente na parte de

dentro da linha branca.

Os alunos devem estar no fundo da quadra. Um aluno estará no centro

da quadra como pegador.

O que está no centro dirá uma cor. Os colegas que tiverem a cor podem

passar andando e não podem ser pegos, mas, os que não tiverem têm que

atravessar correndo e fugir do pegador.

Os alunos que forem pegos devem ficar no centro e ajudar o pegador a

pegar o restante dos colegas que não forem pegos.

* Obs.: Quando todos já tiverem atravessado, muda-se a cor.

17- Estafeta

Fazer duas filas, conforme o número de alunos, tamanho e estrutura

física.

Cada fileira terá o mesmo número de alunos, os primeiros estarão com

uma bola na mão.

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Dada à partida os primeiros terão que levar a bola até o gol, deixá-la,

sair correndo bater na mão do segundo e este vai buscá-la, levá-la até o

terceiro, que a levará o gol novamente. E assim até que todos da fileira tenham

ido e quando chegar no primeiro e o último tiver deixado a bola ou tocado na

sua mão vence.

18- Rouba bola com números

Dividir os alunos em grupos com números iguais. Desenhar no fundo da

quadra números de acordo com o número de alunos.

E no centro da quadra um círculo onde a bola estará.

O número que for dito, imediatamente deverá sair os alunos que vão

estar neste número e ir ao encontro da bola, o que pegá-la primeiro deverá sair

correndo e voltar para o seu número.

Enquanto o que ficou sem a bola deverá sair correndo e tentar pegar o

que está com a bola. Marca ponto o grupo que chegar primeiro com a bola

dentro do número ou o que pegou o colega com a bola antes dele entrar no

número.

19- Cabeça do Dragão

Todos formando um grande círculo, menos dois alunos, que serão

escolhidos para iniciar como dragão. Um será a cabeça e o outro, o rabo do

dragão. A cabaça na frente e o rabo arás, segurando o primeiro pela cintura.

Os alunos do círculo devem passar primeiro uma bola entre o grupo,

tentando acerar o rabo do dragão, que não pode soltar a sua cabeça. A

cabeça, por sua vez, defende o rabo, utilizando as mãos. Os dois podem se

movimentar livremente.

Quando alguém, do círculo acera o rabo, passa a ser o novo rabo. O

antigo rabo passa a ser cabeça e a antiga cabeça volta para o círculo.

Depois de algum tempo, será introduzida oura bola, e assim por diante,

até que o jogo fique muito dinâmico. Quanto mais bola, mais chance de todos

vivenciarem os papéis de cabeça e rabo do dragão.

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20 - Brincando com o Jornal

Fazer duas filas, conforme o número de alunos, tamanho e estrutura

física.

Cada fileira terá o mesmo número de alunos, todos os alunos estarão

com uma folha de jornal na mão.

Dada à partida os primeiros terão que sair correndo, até a trave do gol,

colocando a folha de jornal em qualquer parte do corpo, voltar e bater na mão

do segundo e este vai com a folha de jornal equilibrando em uma parte do

corpo, leva até o terceiro, e assim vai até que todos da fileira vão até chegar no

primeiro.

A equipe que chegar primeiro vence.

• Variação: Após a estafeta de jornal, os alunos irão fazer bolinhas

com sua parte do jornal, bem amassadas, em seguida, irão jogar

para cima com qualquer uma das mãos.

Depois de um tempo, será definida qual mão deverá ser usada: direita,

esquerda, depois joga para cima com a mão direita e pega com a esquerda e

vice-versa.

E por último joga com as duas e bate palma, etc...

As atividades com música foram conversadas e mostradas os gestos.

Depois foi colocado o CD, quando começou a tocar a música os alunos ficaram

quietos. Então peguei as mãos deles e fui colocando em cima do aparelho de

som, onde sentiriam somente a vibração, conversei com eles e mostrei como

deveriam fazer com suas mãos e de início iriam um por um fazer comigo,

depois de certo tempo, eles iriam com outros colegas.

As outras atividades, sem música, também foram mostradas como

seriam executadas.

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CONCLUSÃO

Os educadores devem estar cientes e preparados, para todas as

circunstâncias, pois ao propormos as brincadeiras lúdicas e cantadas,

A partir do momento em que comecei a aprender a língua, ficou mais

fácil, comecei a por em prática o que havia aprendido. Tudo mudou, todos já

interagiam com os colegas, a se sentirem mais felizes e pude perceber que são

outras crianças.

Entretanto, está sendo uma lição de vida propor atividade nesta sala,

pois todos os alunos são seres humanos igual a nós, que tem sentimentos,

dificuldades, mas, sobretudo vontade de aprender, principalmente quando vem

estimulado por nós professores de educação física, que na maioria das vezes

somos seu espelho.

Sendo assim, os educadores devem ser exemplos para a sociedade,

fazendo-a entender que ser diferente é ser uma pessoa normal e que este deve

ser tratado com muito amor, dedicação, carinho e afeição.

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BIBLIOGRAFIA

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1987.

___________. Educação física para o excepcional. MEC – Secretaria de

Educação Física e Desportos (SEED). 1982.

BRUNO, Marilda Moraes Garcia. Educação Infantil: saberes e práticas da

inclusão: Introdução. 4ª Ed. – Brasília: MEC, Secretária de Educação Especial,

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CATUNDA, Ricardo. Brincar, Criar, Vivenciar na escola. Rio de Janeiro: Sprint.

2005.

DIEHL, Rosilene Moraes. Jogando com as diferenças: jogos para crianças e

jovens com deficiência. São Paulo: Phorte. 2006.

Educação Infantil: saberes e práticas da inclusão: dificuldades de comunicação

e sinalização: Surdez. 4ª Ed. Secretária de Estado da Educação do Distrito

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GUEDES, Maria Hermínia de Souza. Continuando a brincadeira. Rio de

Janeiro: Sprint. 2005.

QUEIROZ, Tânia dias & MARTIS, João Luís. Pedagogia lúdica: jogos e

brincadeiras de A a Z. São Paulo. Rideel. 1ª ed. 2002.

Saberes e práticas da inclusão: desenvolvendo competências para o

atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos surdos. 2ª ed.

– Brasília: MEC, Secretária de Educação Especial, 2006.

Saberes e práticas da inclusão: recomendações para a construção de escolas

inclusivas. 2ª ed. – Brasília: MEC, Secretária de Educação Especial, 2006.

SOLER, Reinaldo. Brincado e Aprendendo com os jogos cooperativos. Rio de

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___________. Educação física: uma abordagem cooperativa. Rio de Janeiro.

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___________. Educação Física Inclusiva: em busca de uma escola plural. Rio

de Janeiro. Sprint. 2ª edição. 2006.

___________. Jogos Cooperativos para a Educação Infantil. Rio de Janeiro.

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___________. Educação Física para o Excepcional. MEC – Secretaria de

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YOGI, Chizuki. Aprendendo e brincando com música e com jogos. Belo

Horizonte. FAPI. 2003.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1>> Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005;

Anexo 2>> Fotos;

Anexo 3>> Alfabeto em Libras;

Anexo 4>> Números em Libras.

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ANEXO 1

DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005.

Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de

abril de 2002, que dispõe sobre a

Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o

art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de

dezembro de 2000.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere

o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no

10.436, de 24 de abril de 2002, e no art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de

dezembro de 2000,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e o

art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000.

Art. 2o Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela que,

por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de

experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da

Língua Brasileira de Sinais - Libras.

Parágrafo único. Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral,

parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por

audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.

CAPÍTULO II

DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR

Art. 3o A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória

nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em

nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de

ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de

ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

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§ 1o Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do

conhecimento, o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso

de Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos de

formação de professores e profissionais da educação para o exercício do

magistério.

§ 2o A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais

cursos de educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da

publicação deste Decreto.

CAPÍTULO III

DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LIBRAS E DO

INSTRUTOR DE LIBRAS

Art. 4o A formação de docentes para o ensino de Libras nas séries finais

do ensino fundamental, no ensino médio e na educação superior deve ser

realizada em nível superior, em curso de graduação de licenciatura plena em

Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa como segunda língua.

Parágrafo único. As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de

formação previstos no caput.

Art. 5o A formação de docentes para o ensino de Libras na educação

infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental deve ser realizada em curso

de Pedagogia ou curso normal superior, em que Libras e Língua Portuguesa

escrita tenham constituído línguas de instrução, viabilizando a formação

bilíngüe.

§ 1o Admite-se como formação mínima de docentes para o ensino de

Libras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, a

formação ofertada em nível médio na modalidade normal, que viabilizar a

formação bilíngüe, referida no caput.

§ 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos

no caput.

Art. 6o A formação de instrutor de Libras, em nível médio, deve ser

realizada por meio de:

I - cursos de educação profissional;

II - cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino

superior; e

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III - cursos de formação continuada promovidos por instituições

credenciadas por secretarias de educação.

§ 1o A formação do instrutor de Libras pode ser realizada também por

organizações da sociedade civil representativa da comunidade surda, desde

que o certificado seja convalidado por pelo menos uma das instituições

referidas nos incisos II e III.

§ 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos

no caput.

Art. 7o Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso

não haja docente com título de pós-graduação ou de graduação em Libras para

o ensino dessa disciplina em cursos de educação superior, ela poderá ser

ministrada por profissionais que apresentem pelo menos um dos seguintes

perfis:

I - professor de Libras, usuário dessa língua com curso de pós-graduação

ou com formação superior e certificado de proficiência em Libras, obtido por

meio de exame promovido pelo Ministério da Educação;

II - instrutor de Libras, usuário dessa língua com formação de nível médio

e com certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras,

promovido pelo Ministério da Educação;

III - professor ouvinte bilíngüe: Libras - Língua Portuguesa, com pós-

graduação ou formação superior e com certificado obtido por meio de exame

de proficiência em Libras, promovido pelo Ministério da Educação.

§ 1o Nos casos previstos nos incisos I e II, as pessoas surdas terão

prioridade para ministrar a disciplina de Libras.

§ 2o A partir de um ano da publicação deste Decreto, os sistemas e as

instituições de ensino da educação básica e as de educação superior devem

incluir o professor de Libras em seu quadro do magistério.

Art. 8o O exame de proficiência em Libras, referido no art. 7o, deve avaliar

a fluência no uso, o conhecimento e a competência para o ensino dessa língua.

§ 1o O exame de proficiência em Libras deve ser promovido, anualmente,

pelo Ministério da Educação e instituições de educação superior por ele

credenciadas para essa finalidade.

§ 2o A certificação de proficiência em Libras habilitará o instrutor ou o

professor para a função docente.

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§ 3o O exame de proficiência em Libras deve ser realizado por banca

examinadora de amplo conhecimento em Libras, constituída por docentes

surdos e lingüistas de instituições de educação superior.

Art. 9o A partir da publicação deste Decreto, as instituições de ensino

médio que oferecem cursos de formação para o magistério na modalidade

normal e as instituições de educação superior que oferecem cursos de

Fonoaudiologia ou de formação de professores devem incluir Libras como

disciplina curricular, nos seguintes prazos e percentuais mínimos:

I - até três anos, em vinte por cento dos cursos da instituição;

II - até cinco anos, em sessenta por cento dos cursos da instituição;

III - até sete anos, em oitenta por cento dos cursos da instituição; e

IV - dez anos, em cem por cento dos cursos da instituição.

Parágrafo único. O processo de inclusão da Libras como disciplina

curricular deve iniciar-se nos cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia,

Pedagogia e Letras, ampliando-se progressivamente para as demais

licenciaturas.

Art. 10. As instituições de educação superior devem incluir a Libras como

objeto de ensino, pesquisa e extensão nos cursos de formação de professores

para a educação básica, nos cursos de Fonoaudiologia e nos cursos de

Tradução e Interpretação de Libras - Língua Portuguesa.

Art. 11. O Ministério da Educação promoverá, a partir da publicação deste

Decreto, programas específicos para a criação de cursos de graduação:

I - para formação de professores surdos e ouvintes, para a educação

infantil e anos iniciais do ensino fundamental, que viabilize a educação bilíngüe:

Libras - Língua Portuguesa como segunda língua;

II - de licenciatura em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua

Portuguesa, como segunda língua para surdos;

III - de formação em Tradução e Interpretação de Libras - Língua

Portuguesa.

Art. 12. As instituições de educação superior, principalmente as que

ofertam cursos de Educação Especial, Pedagogia e Letras, devem viabilizar

cursos de pós-graduação para a formação de professores para o ensino de

Libras e sua interpretação, a partir de um ano da publicação deste Decreto.

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Art. 13. O ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como

segunda língua para pessoas surdas, deve ser incluído como disciplina

curricular nos cursos de formação de professores para a educação infantil e

para os anos iniciais do ensino fundamental, de nível médio e superior, bem

como nos cursos de licenciatura em Letras com habilitação em Língua

Portuguesa.

Parágrafo único. O tema sobre a modalidade escrita da língua portuguesa

para surdos deve ser incluído como conteúdo nos cursos de Fonoaudiologia.

CAPÍTULO IV

DO USO E DA DIFUSÃO DA LIBRAS E DA LÍNGUA

PORTUGUESA PARA O

ACESSO DAS PESSOAS SURDAS À EDUCAÇÃO

Art. 14. As instituições federais de ensino devem garantir,

obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à comunicação, à informação e à

educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares

desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a

educação infantil até à superior.

§ 1o Para garantir o atendimento educacional especializado e o acesso

previsto no caput, as instituições federais de ensino devem:

I - promover cursos de formação de professores para:

a) o ensino e uso da Libras;

b) a tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa; e

c) o ensino da Língua Portuguesa, como segunda língua para pessoas

surdas;

II - ofertar, obrigatoriamente, desde a educação infantil, o ensino da Libras

e também da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos;

III - prover as escolas com:

a) professor de Libras ou instrutor de Libras;

b) tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa;

c) professor para o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua

para pessoas surdas; e

d) professor regente de classe com conhecimento acerca da singularidade

lingüística manifestada pelos alunos surdos;

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IV - garantir o atendimento às necessidades educacionais especiais de

alunos surdos, desde a educação infantil, nas salas de aula e, também, em

salas de recursos, em turno contrário ao da escolarização;

V - apoiar, na comunidade escolar, o uso e a difusão de Libras entre

professores, alunos, funcionários, direção da escola e familiares, inclusive por

meio da oferta de cursos;

VI - adotar mecanismos de avaliação coerentes com aprendizado de

segunda língua, na correção das provas escritas, valorizando o aspecto

semântico e reconhecendo a singularidade lingüística manifestada no aspecto

formal da Língua Portuguesa;

VII - desenvolver e adotar mecanismos alternativos para a avaliação de

conhecimentos expressos em Libras, desde que devidamente registrados em

vídeo ou em outros meios eletrônicos e tecnológicos;

VIII - disponibilizar equipamentos, acesso às novas tecnologias de

informação e comunicação, bem como recursos didáticos para apoiar a

educação de alunos surdos ou com deficiência auditiva.

§ 2o O professor da educação básica, bilíngüe, aprovado em exame de

proficiência em tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, pode

exercer a função de tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa, cuja

função é distinta da função de professor docente.

§ 3o As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino

federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as

medidas referidas neste artigo como meio de assegurar atendimento

educacional especializado aos alunos surdos ou com deficiência auditiva.

Art. 15. Para complementar o currículo da base nacional comum, o ensino

de Libras e o ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como

segunda língua para alunos surdos, devem ser ministrados em uma

perspectiva dialógica, funcional e instrumental, como:

I - atividades ou complementação curricular específica na educação

infantil e anos iniciais do ensino fundamental; e

II - áreas de conhecimento, como disciplinas curriculares, nos anos finais

do ensino fundamental, no ensino médio e na educação superior.

Art. 16. A modalidade oral da Língua Portuguesa, na educação básica,

deve ser ofertada aos alunos surdos ou com deficiência auditiva,

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preferencialmente em turno distinto ao da escolarização, por meio de ações

integradas entre as áreas da saúde e da educação, resguardado o direito de

opção da família ou do próprio aluno por essa modalidade.

Parágrafo único. A definição de espaço para o desenvolvimento da

modalidade oral da Língua Portuguesa e a definição dos profissionais de

Fonoaudiologia para atuação com alunos da educação básica são de

competência dos órgãos que possuam estas atribuições nas unidades

federadas.

CAPÍTULO V

DA FORMAÇÃO DO TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LIBRAS -

LÍNGUA PORTUGUESA

Art. 17. A formação do tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa

deve efetivar-se por meio de curso superior de Tradução e Interpretação, com

habilitação em Libras - Língua Portuguesa.

Art. 18. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, a

formação de tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa, em nível

médio, deve ser realizada por meio de:

I - cursos de educação profissional;

II - cursos de extensão universitária; e

III - cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino

superior e instituições credenciadas por secretarias de educação.

Parágrafo único. A formação de tradutor e intérprete de Libras pode ser

realizada por organizações da sociedade civil representativas da comunidade

surda, desde que o certificado seja convalidado por uma das instituições

referidas no inciso III.

Art. 19. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto,

caso não haja pessoas com a titulação exigida para o exercício da tradução e

interpretação de Libras - Língua Portuguesa, as instituições federais de ensino

devem incluir, em seus quadros, profissionais com o seguinte perfil:

I - profissional ouvinte, de nível superior, com competência e fluência em

Libras para realizar a interpretação das duas línguas, de maneira simultânea e

consecutiva, e com aprovação em exame de proficiência, promovido pelo

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Ministério da Educação, para atuação em instituições de ensino médio e de

educação superior;

II - profissional ouvinte, de nível médio, com competência e fluência em

Libras para realizar a interpretação das duas línguas, de maneira simultânea e

consecutiva, e com aprovação em exame de proficiência, promovido pelo

Ministério da Educação, para atuação no ensino fundamental;

III - profissional surdo, com competência para realizar a interpretação de

línguas de sinais de outros países para a Libras, para atuação em cursos e

eventos.

Parágrafo único. As instituições privadas e as públicas dos sistemas de

ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar

as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos

ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à

educação.

Art. 20. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, o

Ministério da Educação ou instituições de ensino superior por ele credenciadas

para essa finalidade promoverão, anualmente, exame nacional de proficiência

em tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa.

Parágrafo único. O exame de proficiência em tradução e interpretação de

Libras - Língua Portuguesa deve ser realizado por banca examinadora de

amplo conhecimento dessa função, constituída por docentes surdos, lingüistas

e tradutores e intérpretes de Libras de instituições de educação superior.

Art. 21. A partir de um ano da publicação deste Decreto, as instituições

federais de ensino da educação básica e da educação superior devem incluir,

em seus quadros, em todos os níveis, etapas e modalidades, o tradutor e

intérprete de Libras - Língua Portuguesa, para viabilizar o acesso à

comunicação, à informação e à educação de alunos surdos.

§ 1o O profissional a que se refere o caput atuará:

I - nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino;

II - nas salas de aula para viabilizar o acesso dos alunos aos

conhecimentos e conteúdos curriculares, em todas as atividades didático-

pedagógicas; e

III - no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades-fim da

instituição de ensino.

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§ 2o As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino

federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as

medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou

com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação.

CAPÍTULO VI

DA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO DAS PESSOAS

SURDAS OUCOM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Art. 22. As instituições federais de ensino responsáveis pela educação

básica devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva,

por meio da organização de:

I - escolas e classes de educação bilíngüe, abertas a alunos surdos e

ouvintes, com professores bilíngües, na educação infantil e nos anos iniciais do

ensino fundamental;

II - escolas bilíngües ou escolas comuns da rede regular de ensino,

abertas a alunos surdos e ouvintes, para os anos finais do ensino fundamental,

ensino médio ou educação profissional, com docentes das diferentes áreas do

conhecimento, cientes da singularidade lingüística dos alunos surdos, bem

como com a presença de tradutores e intérpretes de Libras - Língua

Portuguesa.

§ 1o São denominadas escolas ou classes de educação bilíngüe aquelas

em que a Libras e a modalidade escrita da Língua Portuguesa sejam línguas

de instrução utilizadas no desenvolvimento de todo o processo educativo.

§ 2o Os alunos têm o direito à escolarização em um turno diferenciado ao

do atendimento educacional especializado para o desenvolvimento de

complementação curricular, com utilização de equipamentos e tecnologias de

informação.

§ 3o As mudanças decorrentes da implementação dos incisos I e II

implicam a formalização, pelos pais e pelos próprios alunos, de sua opção ou

preferência pela educação sem o uso de Libras.

§ 4o O disposto no § 2o deste artigo deve ser garantido também para os

alunos não usuários da Libras.

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Art. 23. As instituições federais de ensino, de educação básica e superior,

devem proporcionar aos alunos surdos os serviços de tradutor e intérprete de

Libras - Língua Portuguesa em sala de aula e em outros espaços educacionais,

bem como equipamentos e tecnologias que viabilizem o acesso à

comunicação, à informação e à educação.

§ 1o Deve ser proporcionado aos professores acesso à literatura e

informações sobre a especificidade lingüística do aluno surdo.

§ 2o As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino

federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as

medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou

com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação.

Art. 24. A programação visual dos cursos de nível médio e superior,

preferencialmente os de formação de professores, na modalidade de educação

a distância, deve dispor de sistemas de acesso à informação como janela com

tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa e subtitulação por meio do

sistema de legenda oculta, de modo a reproduzir as mensagens veiculadas às

pessoas surdas, conforme prevê o Decreto no 5.296, de 2 de dezembro de

2004.

CAPÍTULO VII

DA GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE DAS PESSOAS SURDAS

OU

COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Art. 25. A partir de um ano da publicação deste Decreto, o Sistema Único

de Saúde - SUS e as empresas que detêm concessão ou permissão de

serviços públicos de assistência à saúde, na perspectiva da inclusão plena das

pessoas surdas ou com deficiência auditiva em todas as esferas da vida social,

devem garantir, prioritariamente aos alunos matriculados nas redes de ensino

da educação básica, a atenção integral à sua saúde, nos diversos níveis de

complexidade e especialidades médicas, efetivando:

I - ações de prevenção e desenvolvimento de programas de saúde

auditiva;

II - tratamento clínico e atendimento especializado, respeitando as

especificidades de cada caso;

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III - realização de diagnóstico, atendimento precoce e do encaminhamento

para a área de educação;

IV - seleção, adaptação e fornecimento de prótese auditiva ou aparelho de

amplificação sonora, quando indicado;

V - acompanhamento médico e fonoaudiológico e terapia fonoaudiológica;

VI - atendimento em reabilitação por equipe multiprofissional;

VII - atendimento fonoaudiológico às crianças, adolescentes e jovens

matriculados na educação básica, por meio de ações integradas com a área da

educação, de acordo com as necessidades terapêuticas do aluno;

VIII - orientações à família sobre as implicações da surdez e sobre a

importância para a criança com perda auditiva ter, desde seu nascimento,

acesso à Libras e à Língua Portuguesa;

IX - atendimento às pessoas surdas ou com deficiência auditiva na rede

de serviços do SUS e das empresas que detêm concessão ou permissão de

serviços públicos de assistência à saúde, por profissionais capacitados para o

uso de Libras ou para sua tradução e interpretação; e

X - apoio à capacitação e formação de profissionais da rede de serviços

do SUS para o uso de Libras e sua tradução e interpretação.

§ 1o O disposto neste artigo deve ser garantido também para os alunos

surdos ou com deficiência auditiva não usuários da Libras.

§ 2o O Poder Público, os órgãos da administração pública estadual,

municipal, do Distrito Federal e as empresas privadas que detêm autorização,

concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde buscarão

implementar as medidas referidas no art. 3o da Lei no 10.436, de 2002, como

meio de assegurar, prioritariamente, aos alunos surdos ou com deficiência

auditiva matriculados nas redes de ensino da educação básica, a atenção

integral à sua saúde, nos diversos níveis de complexidade e especialidades

médicas.

CAPÍTULO VIII

DO PAPEL DO PODER PÚBLICO E DAS EMPRESAS QUE

DETÊM CONCESSÃO OU PERMISSÃO DE SERVIÇOS

PÚBLICOS, NO APOIO AO USO E DIFUSÃO DA LIBRAS

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Art. 26. A partir de um ano da publicação deste Decreto, o Poder Público,

as empresas concessionárias de serviços públicos e os órgãos da

administração pública federal, direta e indireta devem garantir às pessoas

surdas o tratamento diferenciado, por meio do uso e difusão de Libras e da

tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, realizados por

servidores e empregados capacitados para essa função, bem como o acesso

às tecnologias de informação, conforme prevê o Decreto no 5.296, de 2004.

§ 1o As instituições de que trata o caput devem dispor de, pelo menos,

cinco por cento de servidores, funcionários e empregados capacitados para o

uso e interpretação da Libras.

§ 2o O Poder Público, os órgãos da administração pública estadual,

municipal e do Distrito Federal, e as empresas privadas que detêm concessão

ou permissão de serviços públicos buscarão implementar as medidas referidas

neste artigo como meio de assegurar às pessoas surdas ou com deficiência

auditiva o tratamento diferenciado, previsto no caput.

Art. 27. No âmbito da administração pública federal, direta e indireta, bem

como das empresas que detêm concessão e permissão de serviços públicos

federais, os serviços prestados por servidores e empregados capacitados para

utilizar a Libras e realizar a tradução e interpretação de Libras - Língua

Portuguesa estão sujeitos a padrões de controle de atendimento e a avaliação

da satisfação do usuário dos serviços públicos, sob a coordenação da

Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em

conformidade com o Decreto no 3.507, de 13 de junho de 2000.

Parágrafo único. Caberá à administração pública no âmbito estadual,

municipal e do Distrito Federal disciplinar, em regulamento próprio, os padrões

de controle do atendimento e avaliação da satisfação do usuário dos serviços

públicos, referido no caput.

CAPÍTULO IX

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 28. Os órgãos da administração pública federal, direta e indireta,

devem incluir em seus orçamentos anuais e plurianuais dotações destinadas a

viabilizar ações previstas neste Decreto, prioritariamente as relativas à

formação, capacitação e qualificação de professores, servidores e empregados

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para o uso e difusão da Libras e à realização da tradução e interpretação de

Libras - Língua Portuguesa, a partir de um ano da publicação deste Decreto.

Art. 29. O Distrito Federal, os Estados e os Municípios, no âmbito de suas

competências, definirão os instrumentos para a efetiva implantação e o controle

do uso e difusão de Libras e de sua tradução e interpretação, referidos nos

dispositivos deste Decreto.

Art. 30. Os órgãos da administração pública estadual, municipal e do

Distrito Federal, direta e indireta, viabilizarão as ações previstas neste Decreto

com dotações específicas em seus orçamentos anuais e plurianuais,

prioritariamente as relativas à formação, capacitação e qualificação de

professores, servidores e empregados para o uso e difusão da Libras e à

realização da tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, a partir

de um ano da publicação deste Decreto.

Art. 31. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2005; 184o da Independência e 117o da

República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Fernando Haddad

Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2005

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ANEXO 2

FOTOS

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ANEXO 3

Alfabeto em Libras

Fonte: Dicionário de Libras

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ANEXO 2