trab. form. giuliana - cemitério ecologico vertical
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Cemitério Ecologico VerticalTRANSCRIPT
CENTRO UNIVERSITÁRIO MÓDULO – JUN/2013
ORIENTADOR: PROFº MS. CHRISTIAN ROCHA
CENTRO UNIVERSITÁRIO MÓDULO – JUN/2013
ORIENTADOR: PROFº MS. CHRISTIAN ROCHA
Trabalho Final de Graduação I, apresentado junto ao
curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro
Universitário Módulo, como requisito parcial para
obtenção do título de bacharel.
CEMITÉRIO VERTICAL ECUMÊNICO
ORIENTADOR: PROFº MS. CHRISTIAN ROCHA
ORIENTANDA: GIULIANNA SCHIAVETTI DE MORAES
“Que grande necrópole é o coração humano! Para que irmos aos cemitérios?
Basta abrirmos as nossas recordações; quantos túmulos [...].”
(Gustave Flaubert )
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O presente trabalho final de graduação consiste em uma pesquisa para a implantação de um Cemitério
Vertical Ecumênico com captação de Necrochorume no Município de Caraguatatuba, localizado no Litoral
Norte do Estado de São Paulo.
Os cemitérios constituem um ramo profissional que engloba o ser humano, de um ponto de vista
econômico e ambiental como um elemento de descarte formado por resíduos sólidos que pode produzir
materiais líquidos e gasosos. Do ponto de vista social e espiritual constitui uma nova forma de interpretação
universal para a morte como simples e inevitável parte da existência.
Com o crescimento populacional desordenado surge a necessidade de se implantar um cemitério com
o conceito espaço eficiente. A vantagem da necrópole em edifício e destacada por não liberar poluentes
fúnebres no solo. E poupar espaço para a construção de outros elementos que confortem os enlutados no
velório e nas visitas.
A metodologia utilizada foi a de pesquisa exploratória e descritiva envolvendo levantamento técnico e
fotográfico alem de entrevistas junto a pessoas envolvidas com o tema. Com isso é possível estabelecer
delimitações de projeto para que o mesmo reflita a temática abordada de forma a proporcionar o respeito
coletivo para com os mortos e o local onde eles são colocados para descansar.
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ORIENTADOR: PROFº MS. CHRISTIAN ROCHA
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ORIENTANDA: GIULIANNA SCHIAVETTI DE MORAES
RESUMO.....................................................................................................................ii
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................01
1.1 TEMA..........................................................................................................01
1.2 OBJETIVOS ...............................................................................................01
1.2.1 OBJETIVOS GERAIS..............................................................................01
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................01
1.3 HIPÓTESE..................................................................................................01
1.4 JUSTIFICATIVA ........................................................................................02
2. EMBASAMENTO TEÓRICO.........................................................................03
2.1 BREVE HISTÓRICO .................................................................................03
2.2 CEMITÉRIOS VERTICAIS........................................................................05
2.3 DIMENSÃO ESPIRITUAL E RELIGIOSA DA MORTE..........................07
2.4 A MORTE PARA CADA RELIGIÃO PRESENTE NO BRASIL..............07
2.5 A TENDENCIA AO ECUMENISMO.........................................................09
3. VISITAS TÉCNICAS.......................................................................................10
3.1 MEMORIAL NECRÓPOLE ECUMÊNICA DE SANTOS........................10
3.2 CEMITÉRIO PARQUE BELA VISTA - CARAGUATATUBA.................13
3.2.1 ENTREVISTA COM O PROPRIETÁRIO E ARQUITETO....................13
3.2.2 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO E DESCRIÇÕES.......................14
4. LEGISLAÇÕES .............................................................................................17
4.1 PLANO DIRETOR....................................................................................17
4.2 RESOLUÇÃO CONAMA ........................................................................18
4.3 CÓDIGO SANITÁRIO..............................................................................19
4.4 VIGILÂNCIA SANITÁRIA......................................................................20
5. REFERENCIAIS PROJETUAIS..................................................................21
5.1 PHOENIX MEMORIAL DO ABC............................................................21
5.2 GETHSÊMANI ANHANGUERA.............................................................22
5.3 CREMATÓRIO DE PARMA....................................................................22
5.4 CEMITÉRIO DE AREZZO.......................................................................22
6. DIAGNÓSTICO..............................................................................................23
6.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA.....................................................................23
6.2 ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO.............................................24
6.3 ANÁLISE DO ENTORNO........................................................................25
6.5 JUSTIFICATIVA DA ÁREA.....................................................................26
6.4 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO.......................................................26
7. ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO.........................................................28
7.1 PARTIDO ARQUITETÔNICO..................................................................28
7.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES........................................................28
7.3 ORGANOGRAMA....................................................................................29
7.4 FLUXOGRAMA.......................................................................................30
7.5 SETORIZAÇÃO........................................................................................31
7.6 CROQUIS..................................................................................................32
8. ANEXOS..........................................................................................................33
8.1 ENTREVISTA 2 – CEMITÉRIO BELA VISTA.......................................32
9. BIBLIOGRAFIA.............................................................................................34
10. BIBLIOGRAFIA DE IMAGENS..................................................................35
1.2.1. OBJETIVO GERAL
Construção de um cemitério vertical com captação do necro-chorume na cidade de
Caraguatatuba.
1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Oferecer um local de repouso digno e estruturado para a população,
independentemente de sua ascendência religiosa.
Reduzir o desperdício de espaço dos locais destinados ao sepultamento.
Diminuir o impacto que os cemitérios horizontais tradicionais costumam causar ao
meio ambiente através do necro-chorume.
Criar uma nova visão da sociedade perante os locais de sepultamento, causando uma
sensação de um ambiente menos chocante e mais agradável.
Interpretar a morte como uma simples e inevitável parte da existência e analisar o uso
deste conceito no desenvolvimento do projeto de uma necrópole.
Implantação de um cemitério vertical ecumênico com captação de necrochorume na
cidade de Caraguatatuba – sp.
Esta pesquisa refere-se ao planejamento do projeto de um cemitério vertical
ecumênico, com reduzido fatores de agressão ao meio ambiente pela captação do
necrochorume, na cidade de Caraguatatuba.
O objetivo deste trabalho é proporcionar ao Município um cemitério que possa
acolher a demanda de óbitos, alem de oferecer estrutura e dignidade ao ambiente destinado
para o descanso eterno.
A verticalização é fator determinante do projeto que visa minimizar o espaço
desperdiçado nos cemitérios tradicionais horizontais, a edificação vertical também modifica
o cenário social perante as sepulturas já que o local não tem uma aparecia fúnebre como de
costume.
A necrópole vertical protege os enlutados das intempéries pois um cemitério em
forma de edifício proporciona conforto e segurança aos familiares e íntimos dos sepultados.
O ecumenismo é a base deste projeto que se propõe a destacar no atendimento e
estrutura, a equidade com os mortos, visitantes e enlutados. Além de mostrar que o mesmo
local pode possuir imparcialidade para lidar com a dor da perda universalmente.
A implantação de um cemitério vertical em Caraguatatuba possibilitará uma melhor
relação das necrópoles com o meio ambiente, diminuindo a poluição no solo e no ar. Tratará
do conceito espaço-eficiente poupando terra no Município, além de atender o índice de
óbitos anuais que sobem junto com a demanda de habitantes que migram para o Litoral
Norte atrás de melhores condições de vida.
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A densidade populacional aumenta todos os anos gradualmente nas cidades. Na
medida em que aumenta o número de habitantes, aumenta o número de óbitos anuais
gerando assim uma necessidade intrínseca dos municípios investirem em necrópoles. A
região do Litoral Norte encontra-se em expansão e o desenvolvimento urbano acompanha
naturalmente a vinda de migrantes. Dessa forma a implantação de um cemitério vertical
para Caraguatatuba é uma iniciativa tão pertinente quanto essencial ao contexto em que a
cidade se insere.
Fig. 1 – Gráfico do IBGE : Evolução Populacional ,
1991-2010
Fig. 2 – Legenda do gráfico : Ano /
Número de habitantes.
A opção de verticalizar o cemitério deriva de vários aspectos, sobretudo dos pontos de
vista econômico e ambiental. Sobre o ponto de vista econômico a verticalização economiza
área em terreno com as sepulturas e destina a essa área outros usos. Além disso, há economia
na relação metros quadrados por quantia em capital. Sobre o ponto de vista ambiental a
verticalização se responsabiliza por reduzir a liberação dos gases funerários tanto à atmosfera
quanto ao solo e aos lençóis freáticos.
A alta especulação imobiliária e o aumento do valor do metro quadrado na região
confirmam o conceito espaço-eficiente dos cemitérios verticais. Estes por si trazem benefícios
em termos de economia de capital e de espaço. A diferença do cemitério vertical e do
horizontal em questão de hectares de terra pode resultar na criação de outros espaços públicos
como parques e praças ou até mesmo na disponibilidade de locais para a instalação dos
mesmos.
O corpo de um ser humano após o óbito é considerado, do ponto de vista ambiental, um
resíduo sólido contaminado. E como se já não bastasse a poluição que um ser humano produz
em vida, essa continua depois da morte. O corpo quando entra em processo de decomposição
libera gases funerários que prejudicam a atmosfera e libera um resíduo líquido contaminado
chamado necro-chorume. Esse líquido pode contaminar o solo e os lençóis freáticos, levando,
em alguns casos isolados, à contaminação de rios e oferecendo sérios riscos de saúde às
populações que se servem dessas águas.
O Brasil foi pioneiro nas regulamentações ambientais voltadas a cemitérios. A
Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental de São Paulo (CETESB) levantou a
problemática por volta de 1999 e implantou algumas normas e regras específicas que o setor
econômico funerário deveria seguir. Em 2008 o Conselho Nacional do Meio Ambiente entrou
com novas resoluções sobre a lei com o intuito de colocá-la em vigor. Entretanto, a maioria dos
cemitérios horizontais existentes ainda não está de acordo com a legislação ambiental, tanto por
serem edificações muito antigas quanto pelo processo de adequação, que é bastante complexo e
caro.
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2.1. BREVE HISTÓRICO
Cada uma das diversas formas de sepultamento, encontradas desde os tempos
primórdios, foram criadas a partir da ideia que se tinha a respeito da morte. Os homens se
guiavam pela fé, e a crença no pós-morte já era o fator determinante para sua consideração
com o destino dos mortos.
Lewis Mumford afirma que os mortos foram os primeiros na história do homem a
terem moradia fixa. Desde o paleolítico os mortos já eram colocados para descansar em
covas ou cavernas.
O que há de registro sobre as primeiras sepulturas são as cavernas do neolítico
utilizadas de cemitério coletivo e fechadas por grandes pedras. Além desse método também
construíam os Dolmens, que segundo Mumford eram construções formadas por quatro placas
de pedras colocadas sobre a superfície da terra e cobertas por uma quinta placa. Formavam
um espaço compatível ao tamanho de um homem sentado abraçado aos joelhos. E essa era
justamente a posição em que o cadáver era colocado.
Fig. 3 – Dolmén de pedra: monumento tumular
coletivo Fig. 4 – Dolmén de pedra, anta, arcas ou palas
era como se chamava esse antigo espaço utilizado
para sepultamento.
No principio muitos grupos de homens não compreendiam o porquê da perda de
movimentos do corpo no ato da morte, mas eram conscientes do mal que um cadáver em
decomposição poderia causar e interpretavam o fato como um novo estágio do corpo daquela
pessoa.
Os egípcios da antiguidade clássica cultivavam o hábito de mumificação para evitar
que o corpo entrasse em decomposição. Isso ocorria, pois essas sociedades acreditavam na
vida após a morte. Os corpos dos faraós eram depositados nas pirâmides que simbolizavam
seu poder.
Fig. 5 – Processo de mumificação
utilizado pelos antigos egípcios para
conservar o corpo após a morte.
Fig. 6 – Pirâmides Egípcias utilizadas para o
sepultamento dos faraós.
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Os povos da Antiguidade Grega e Romana situavam suas tumbas às margens das
estradas de saída das cidades. Geralmente a tumba era uma coluna ou um amontoado de
terra. Conforme afirma Mumford esse foi o meio encontrado como forma de proteção da
cidade. Foram com esses povos antigos que surgiram alguns costumes como escrever nas
lápides ou fazer oferendas com flores e alimentos aos mortos em virtude de eternizar sua
memoria.
O cristianismo começou a dominar a sociedade romana na Idade Média e foi aí então
que os mortos começaram a ser levados e enterrados perto das igrejas e dentro dos limites
paroquiais. Thiago Nicolau de Araújo (em sua dissertação de mestrado apresentada à
PUC-RS) afirma que somente após a lotação das dependências da igreja é que surgiram os
cemitérios mais similares ao que vemos hoje em dia.
Os cemitérios medievais posteriores adquiriram um papel importante de local para
desenvolvimento das atividades sociais locais da época. Em uma reportagem à revista
História Viva, Séverine Fargette Vissiére fala que, mesmo com problemas de higiene e
limpeza, os cemitérios medievais recebiam pessoas que buscavam se divertir, juízes que
lançavam sentenças e o equivalente a prefeitos de hoje que comunicavam suas ações
( Vissiére, 2009). Enfim, as necrópoles exerciam papel urbano na sociedade.
No século XIX a preocupação com a higiene fez com que os cemitérios deixassem
seu caráter de parte da comunidade. Até então os mesmos geralmente se situavam no centro
das cidades e serviam como pasto para gado, como depósito de lixo ou como local para
feiras. Foi a partir deste século , que o local foi mandado para longe das cidades.
No Brasil imperial ainda não havia preocupação com a higiene dos corpos dos
mortos. Os cemitérios eram separados para escravos e não escravos, sendo que no primeiro
caso eram enterrados apenas com um pano sobre o rosto e no segundo caso eram enterrados
em covas tão rasas que em pouco tempo o defunto estava sobre a superfície exalando os
odores funerários. Nessa época era comum conviver com essa situação.
Em meados de 1950 os cuidados com a higiene se tornaram foco na sociedade
brasileira e foi estipulada uma nova relação dos mortos com os vivos. Para se manter a
dignidade e cidadania dentro da cidade, os mortos foram isolados dos vivos e colocados nos
cemitérios murados.
O quadro se manteve, com algumas adaptações, até os dias de hoje e as necrópoles
continuaram longe dos centros urbanos. Exceto nos casos em que o perímetro urbano se
estendeu até alcançar os limites da cidade e se aproximar novamente dos mortos.
Os cemitérios foram ao longo da história se distanciando das cidades, entretanto isso
não ocorreu em relação às igrejas. Pois mesmo que os mortos não sejam sepultados em
território paroquial, muitos cemitérios construídos atualmente possuem capelas ecumênicas,
que podem estar em seu interior ou em suas adjacências.
Fig. 7 – Exemplo de cemitério atrás da
igreja, Vermont - EUA Fig.8– Gravura ilustrando área para sepultamento no
meio da cidade de Paris – França.
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2.2. CEMITÉRIOS VERTICAIS
A definição para cemitério vertical encontra-se na Resolução CONAMA de nº 355 de
3 de Abril de 2003 e descreve o seguinte: Cemitério vertical é um edifício de um ou mais
pavimentos dotados de compartimentos destinados a sepultamentos.
A mudança na estrutura tradicional dos cemitérios horizontais surgiu decorrente de
vários problemas que esse tipo de sepultamento veio apresentando ao longo do tempo. Entre
os pioneiros em construção de cemitérios verticais estão: Canadá, Estados Unidos e Europa.
Eles aderiram à verticalização como solução para a falta de espaço para cemitérios nas
grandes cidades. No Brasil essa tendência se destaca em São Paulo, Santos, Rio de Janeiro,
Porto Alegre e Curitiba.
Com as novas tecnologias os cemitérios verticais passaram a solucionar o problema
do necrochorume com a decomposição aeróbica (decomposição que ocorre na presença do
oxigênio). Um dreno conduz o necrochorume a uma caixa central, este líquido então fica
retido ali até que evapore por completo. E para lidar com os gases é feita a ventilação com
um tubo, onde uma extremidade fica ligada aos lóculos e a outra a uma espécie de chaminé,
uma saída zenital por onde os gases são filtrados e liberados na atmosfera.
O cenário atual do ecologicamente correto trouxe um novo método de decomposição
aeróbica aos cemitérios verticais. Conforme afirma Bolivar Antunes Matos (em sua tese de
doutorado apresentada ao instituto de geociências da USP sobre o cemitério de Vila Nova
Cachoeirinha), os lóculos precisam ser construídos de forma que não haja vazamento de
líquidos e gases e precisam conter além de materiais impermeabilizantes, um dispositivo que
proporcione a decomposição dos corpos através das trocas gasosas. É imprescindível que os
ambientes por onde passarão visitantes e funcionários seja devidamente limpo e o mais
inodoro possível. Para se adquirir um licenciamento ambiental é necessário que haja o
tratamento ambientalmente adequado para evitar o mau cheiro e os danos à natureza
(MATOS, 2001).
O método inovador denominado como Processo de Decomposição Assistido por
Calor e Pressão Negativa (aprovado pelos órgãos CONAMA e CETESB) utiliza a
decomposição aeróbica adequada. Consiste em um sistema de jazigo lacrado, porém com
abertura para dois dutos. Enquanto um deles leva oxigênio ao túmulo, o outro conduz os
gases resultantes da decomposição para um inativador de gases. Após sua inativação esses
gases se caracterizam por não causar danos ao meio ambiente e são liberados em sua forma
inofensiva à atmosfera. Quanto ao necrochorume, este é o que sofre com o calor da
decomposição e a pressão negativa dentro do caixão. Ao surgir em sua forma líquida, é
vaporizado imediatamente e conduzido pelo duto ao equipamento inativador. Quando é
retirado em sua forma gasosa o necrochorume é tratado como os outros gases para ser
liberado à natureza.
Não há registros que comprovem a data de construção ou qual o primeiro cemitério
vertical da história, mas o que se pode afirmar é que os primeiros cemitérios verticais possuíam
o sistema de decomposição anaeróbica (decomposição que ocorre na ausência do oxigênio), e o
que se executava era o método de vedar totalmente o lóculo com a intenção de evitar que os
gases e líquidos funerários vazassem do túmulo.
Fig. 9 – Fachada frontal vista a noite na Memorial
Necrópole ecumênica de Santos. Fig. 19 – Ivista interna dos corredores do cemitério
São Miguel e Almas, Porto Alegre
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Os cemitérios verticais possuem vantagens disparadas sobre os horizontais. Além das
questões ecológicas, do conforto, acesso rápido, segurança e limpeza o licenciamento exige
mínimas regras para instalação desse empreendimento. Enquanto no horizontal é preciso
analisar com cautela o solo, o lençol freático, o nível natural do terreno, sua proximidade aos
caminhos de águas e etc.
Por falar em vantagens, a verticalização prova em números que economiza muito
espaço para as sepulturas. É necessário aproximadamente 2,5m² para a edificação de 6
lóculos por pavimento tipo. Supondo que a edificação possua 5 andares + térreo, é possível
se construir 30 lóculos nos mesmos 2,5m² de área no terreno. Em contrapartida nos
cemitérios tradicionais essa conta chega a quase 4m² por cada jazigo.
O valor médio de venda de lóculos de um cemitério vertical varia entre
R$5.500,00(cinco mil e quinhentos) e R$18.000,00 (dezoito mil reais). Esse valor pode ser
dividido em até 48 vezes. Mensal ou trimestralmente, dependendo da empresa
administradora do cemitério, é cobrado taxas de manutenção que vão de R$18,00 a R$50,00
reais.
Fig. 11 - Tubulação que ventila os lóculos.
Fig. 12 Sistema de exaustão que garante a pressão negativa dos lóculos.
Fig. 13 - Inativador de gases que neutraliza o mau cheiroso gás sulfídrico.
Fig. 14 - Ao final do processo, o único resíduo que resta são gases
inodoros e respiráveis.
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2.3. DIMENSÃO ESPIRITUAL E RELIGIOSA DA MORTE:
A única certeza que se tem a respeito da vida é a morte. Esses dois elementos juntos é
que dão razão à existência. Para alguns a morte é fim, lamentação e para outros um novo
início e até comemoração.
Segundo definições encontradas nos dicionários: Morte significa o ato de morrer, o
fim da vida. Religião significa a crença na existência de uma força ou forças sobrenaturais
(criadoras e reguladoras do Universo) que proveem o homem de uma natureza espiritual, que
se perpetua após a morte. Espiritual significa aquilo que é relativo ao espírito, incorpóreo,
mental, relativo à religião; religioso.
Uma psiquiatra suíça chamada Elisabeth Kubler-Ross, nascida em 1926, é autora de
vários livros a respeito da morte e da experiência do morrer. Em sua ampla pesquisa com
pacientes em fase terminal ela criou métodos que auxiliam os médicos, enfermeiros e
familiares a acompanhar o enfermo. Para ela, a evolução do ser humano é o resultado da
promessa da morte que temos em vida. Ela sugere que o que impulsiona o homem a fazer
algo de produtivo e belo em vida é justamente o fato de termos um limite de tempo para isso.
Lidar com a morte está diretamente relacionado com a forma com que se lida com a
vida. As crenças e religiões são fundamentais para a superação dos familiares em relação ao
óbito. A espiritualidade auxilia no entendimento de que se deve encontrar um significado
para a vida que traga crescimento, força interior uma consciência profunda de si e do mundo.
A espiritualidade é uma realidade comunitária, as pessoas a adquirem através das
experiências pessoais e na convivência com os seres semelhantes e diferentes. É a
consciência e motivação de um grupo, sendo que cada grupo possui sua cultura e a cada
cultura sua própria espiritualidade. Essa dimensão espiritual consiste nos valores de
convivência ligados a apropriação de qualquer espaço público como sagrado, portanto é
também a consciência de respeito e de limites que se tem perante um cemitério, perante ao
óbito e perante a vida.
O que universaliza o homem, a morte, o espírito e a religião é justamente a crença no
transcendental. Crença tal, que traduz segundo diversas religiões e confissões religiosas, o
modo de viver característico de um crente que busca alcançar a plenitude da sua relação vida
e morte.
2.4. A MORTE PARA CADA RELIGIÃO PRESENTE NO BRASIL:
Budismo:
Para os budistas, a única certeza que se tem na vida é a morte. Por essa razão
possuem uma filosofia que prega o valor à vida em decorrência da inevitabilidade da morte.
Acreditam que podem preparar a mente para a morte e que das reencarnações trazemos
apenas nossos pensamentos. No geral encaram com calma o ciclo da vida e evitam o choro
ao final dela.
Os budistas possuem inúmeros ritos de funerais, utilizam flores no caixão e acreditam
que nada deve faltar ao que faleceu, então dispõe sobre uma mesa tigelas com arroz cozido,
água, velas e incensos. Em sua maioria, os seguidores do budismo não praticam o luto,
porém em algumas áreas tradicionais do Japão costuma-se manter um sinal de respeito por
até 49 dias.
Fig. 15 – Ilustração representando monges budistas
velando as cinzas de um funeral com serenidade.
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Candomblé:
A crença do candomblé é de que as pessoas são formadas de duas partes distintas,
corpo e alma. Creem que a morte é apenas a separação desses elementos, e o ori (como é
chamada a parte imperecível dos elementos que constituem o homem) vai para outro lugar
quando abandona seu corpo de vida.
O rito funerário do candomblé é conhecido como Axexê. É desenvolvido no terreiro
após o enterro, encaminhando o espírito do morto para o outro lado. O ritual pode levar dias,
e ao final os elementos simbólicos utilizados são jogados em água corrente.
Catolicismo:
"Não existem mortos, mas vivos e ressuscitados. O Senhor nos toca e nos reerguemos
para a vida eterna", diz o padre Paulo Crozera, coordenador da pastoral Universitária da
PUC-Campinas.
Os católicos seguem a doutrina de que a morte é uma passagem para o caminho da
vida eterna, não há reencarnação e o corpo e a alma constituem um elemento único.
Durante o velório, envolvem o ente com orações e utilizam velas para representar a
luz de Cristo ressuscitado. Usam também as flores que simbolizam “o florescimento da vida
na eternidade”. Depois de enterrado, ocorrem celebrações em memória do morto no sétimo
dia, no primeiro mês e no primeiro ano.
Espiritismo
Os espíritas creem em reencarnação e acreditam que o espírito utiliza o corpo para
evoluir, portanto para eles a morte não existe. Afirmam que após o falecimento somos
conduzidos à outra dimensão onde devemos estudar e evoluir e então reencarnar em outro
corpo voltando ao ciclo.
Os fiéis dessa religião não utilizam flores nem velas na cerimônia fúnebre e não
praticam o luto. Para eles o equilíbrio durante o velório é essencial, pois o espírito
desencarnado pode continuar próximo por um tempo.
A vida dos familiares deve seguir normalmente e conforme afirma Ana Gaspar, das
Casas André Luiz, "o espírita não tem fé, ele tem certeza".
Fig. 16 – Foto do axexê, ritual funerário para os mais importantes
membros do candomblé.
Fig. 17 - Foto de um velório católico com a presença de padres
abençoando a ida do falecido.
Fig. 18 – Registro do velório do espírita Chico Xavier.
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Protestantismo
"O movimento protestante acredita na próxima vida, mas em comunhão com Deus.
Falar na vida eterna da alma é limitado porque acreditamos na ressurreição do corpo", diz o
pastor da Igreja Metodista Fernando Marques.
Os protestantes acreditam em céu e inferno, negam a reencarnação e afirmam que na
morte apenas passamos desta vida para outra. Não praticam o luto e nem cerimônias pós-
morte como no catolicismo.
A diferença do funeral protestante para os outros, é que este objetiva o conforto da
família e não do morto. Não se utiliza velas, apenas flores e as orações consistem em leituras
bíblicas e comentários espontâneos.
2.5. TENDÊNCIA AO ECUMENISMO
Não é novidade que diariamente as pessoas convivem em um mundo caracterizado
pelas diferenças e divisões. Já estamos mais do que acostumados com as diversas naturezas
das distinções humanas: divergências religiosas, políticas, culturais, geográficas e outas. O
ecumenismo é uma tendência de união das religiões que visam o aproveitamento das
diferenças como fonte de riqueza, aprendizado e trocas de conhecimento e experiências.
(Aneli Schwarz)
Existem vários conceitos e pontos de vista diferentes sobre o ecumenismo. Para os
cristãos essa unificação de religiões significa uma ameaça ao predomínio do cristianismo nos
países que vivem esse cenário. Para os não cristãos o ecumenismo é encarado com
entusiasmo como um aliado na redução de diferenças entre as religiões presentes num país.
Já a concepção política e cultural do ecumenismo aborda o tema como base para a
globalização.
Para apoiar a unificação ecumênica a ONU promoveu uma espécie de religião
mundial conhecida como URI (Iniciativa das Religiões Unidas). O objetivo disso é a
promoção do respeito às diversidades, do fim da violência de ordem religiosa e criação de
uma cultura de paz para todos os seres vivos. (URI)
O que se reconhece entre o ecumenismo e a morte é justamente a equidade com as
pessoas. No momento do óbito, qualquer diferença vira mero detalhe, pois o contexto que
engloba a dor da perda é o mesmo para inúmeras famílias de diversos lugares do mundo.
O papel do projeto ecumênico consiste no respeito mútuo, no fornecimento de
conforto sem questionar a quem. Para o espaço público ou privado que recepciona as pessoas
no coletivo é intrínseco o planejamento para a imparcialidade do ambiente perante a opção
religiosa de cada um. A ideia não é separar locais específicos, mas sim universalizar um
único local que acolha a todos.
Fig. 19 - Velório evangélico ministrado por um Pastor.
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3.1. MEMORIAL NECRÓPOLE ECUMÊNICA DE SANTOS - SP
O cemitério vertical de santos começou a ser construído em 1983 e foi considerado o
mais alto do mundo conforme o Guiness Book.
A necrópole possui mais de 14 mil lóculos no prédio principal e o objetivo da
construção do prédio complementar foi aumentar a capacidade para 25 mil lóculos. O
empreendimento é considerado um ponto turístico pela Secretaria de Turismo de Santos.
Ao entrar no cemitério o primeiro contato que se tem é com a guarita de entrada, o
restaurante, o estacionamento e com os animais silvestres que habitam a mata em volta do
edifício. Com a autorização do IBAMA, os animais são preservados e cuidados por uma
equipe de biólogos. Dentre as mais variadas espécies, a fauna presente é composta por:
Jabutis, Carpas, Gansos, Araras, Papagaios, Pavões, Tucanos e até macacos que ficam soltos
pela mata e vão até o local para serem alimentados.
Fig. 21 - Sinalização dos setores,
elevadores, alas, sanitários e andares
do cemitério.
Fig. 20 - Fonte da praça de recepção, com cascata
Ao fundo e um lago de carpas.
Fig. 22 - Guarita e Restaurante Fig. 23 - Estacionamento
Fig. 24 - Araras nativas no “mini zoo” . Fig. 25 - Animais silvestres: Tucano
Fig. 26 - Lago de gansos localizado aos
fundos do restaurante.
Fig. 27 - Animais silvestres recebem
tratamento adequado na Memorial : Mico
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A Memorial necrópole ecumênica de Santos conta com uma gruta e um espaço para
queima de velas inseridos na mata, na área externa, e como parte da edificação uma capela
ecumênica e um museu de carros antigos. É possível perceber que os elementos
complementares do cemitério são para transmitir uma sensação de conforto aos familiares
que vão ao local. O ambiente é rico em vegetação nativa e possui uma praça de
contemplação trabalhada com paisagismo.
Fig. 28 - Gruta formada por pedra
principal localizada naturalmente. Um
fio de água mineral da nascente escorre
pela pedra e pinga na fonte abaixo.
Fig. 29 - Acesso contornando as curvas
de nível da encosta para a chegada na
gruta e no velário.
Fig. 30 - Velário : espaço destinado à
queima de velas com segurança.
Fig. 31 - Capela ecumênica da Memorial, muito
vidro e luminosidade no ambiente
Fig. 32 - Exposição de carros antigos. Fig. 33 - Jardim de recepção.
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A infraestrutura da necrópole é composta por 2 prédios principais interligados por
uma edificação central sem cobertura. Ao caminhar pelo prédio antigo é possível notar o
mármore preto padronizado nas lápides dos lóculos e um vaso de parede para flores em cada
um deles. Já no prédio novo, o mármore é branco e os vasos foram eliminados do projeto
para transmitir serenidade ao ambiente. Além de dar a sensação de não estar em um
cemitério e quebrar a característica fúnebre desses locais. Por ser ecumênico, o regulamento
do cemitério proibe a colocação de qualquer elemento religioso nos corredores dos lóculos.
O prédio é composto também por um crematório, cinerário, ossário e mausoléus.
Todas as salas de velório possuem ante salas, e os salões de velório contam com um espaço
maior, muita sofisticação e uma suíte para agregar conforto aos enlutados.
Fig. 34 - Abertura zenital entre o
conjunto de prédios.
Fig. 35 - Praça de encontro, interna ao
conjunto de prédios.
Fig. 35 - Entrada das salas de velório.
Fig. 36 - Lóculos do prédio antigo. Fig. 37 - Lóculos do prédio novo.
Fig. 38 - Corredor de lóculos da nova
edificação. Detalhe para o fundo tão
próximo da encosta.
Fig. 39 - Salão Nobre para grandes
velórios, possui suíte privativa, ante sala,
sala de recepção e sala velatória.
Fig. 40 - Salão do crematório.
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3.2. CEMITÉRIO PARQUE BELA VISTA – CARAGUATATUBA/ SP
Para a complementação da visita técnica no Cemitério Parque Bela Vista, foi realizada
uma entrevista com 2 pessoas envolvidas com o empreendimento. Segue abaixo na íntegra a
entrevista com o proprietário e arquiteto do projeto, e em anexo segue a entrevista realizada
com uma funcionária do local.
1 - Como surgiu a ideia de construir um cemitério parque em Caraguatatuba?
“A ideia partiu de empresários da cidade, um grupo que montou o cemitério, que viu a
necessidade de ter um cemitério nesse município. Porque o cemitério é uma empresa e nos
despertou esse interesse.”
2 - Durante a elaboração do projeto houve alguma referência projetual que o
inspirou?
“Visitamos muitos cemitérios no Estado de São Paulo, como a ideia era de se fazer um
cemitério parque, que é um assunto novo no Brasil, de 10 a 15 anos pra cá. Chamou atenção
o de Imbu das Artes e o Gethsemani da Anhanguera. A pesquisa pré-projeto levou quase um
ano. Há cemitérios com heliportos, com apartamentos para famílias enlutadas mas não houve
essa necessidade no Bela Vista que é de menor porte.”
3 - Houve alguma intenção projetual que permaneceu no papel e não foi
concretizada em obra?
“A capela está no projeto inicial e será construída esse ano.”
4 - Houve alguma dificuldade em conseguir a licença para a construção, tanto no
âmbito jurídico quanto no ambiental? Se sim, fale um pouco sobre isso.
“O cemitério foi implantado antes das resoluções implantadas pelo CONAMA, então atendemos
as leis vigentes na época. Passamos por um tramite ambiental, pois o houve supressão de
vegetação no morro.”
5 - Antes do início da construção foi necessário algum tipo de preparação do solo? Foi
necessário cumprir alguma exigência técnica com relação ao uso do solo (tipo do solo,
topografia, escoamento de águas pluviais etc.) para a implantação de um cemitério?
“Com relação ao solo não, em relação às aguas pluviais tivemos que fazer caixas de contenção.
Para aprovar o desmatamento averbamos uma área de preservação permanente para dar
contrapartida no impacto ambiental.”
6 - Vale a pena investir num cemitério particular? Como o mercado imobiliário anda
aquecido no Litoral Norte, a impressão que se tem é de que um cemitério particular pode
ser um bom investimento tanto para o empreendedor como para quem decide adquirir um
jazigo. Qual a sua opinião a respeito disso?
“O ramo do cemitério se distingue do aquecimento de mercado e da economia do país. Esse
ramo é atípico e envolve crenças religiosas, tradições culturais. Percebemos que em algumas
regiões de cultura tradicionalista a preocupação com a compra do jazigo para a família é mais
constante do que em outras regiões.”
7 - O Cemitério Bela Vista foi concebido para uma religião específica ou se trata de
um espaço ecumênico? Caso seja um espaço ecumênico, como isso foi tratado nas diversas
etapas de projeto e construção? Após sua inauguração o cemitério tem recebido funerais de
várias religiões ou há uma que predomina?
“Trata-se de um cemitério ecumênico. O projeto é simples e optamos por não carregar com
sinais ou elementos arquitetônicos que demonstrem uma religião predominante. Inclusive
tivemos essa preocupação durante a elaboração do projeto da capela ecumênica. Realizamos
funerais de religiões budistas, católicos, evangélicos enfim, diversas religiões.”
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8 - Quais os elementos de projeto mais importantes no cemitério? Como foi
planejada a distribuição das edificações pelo terreno?
Por se tratar de um cemitério parque nós buscamos sempre implantar vegetação, e a
altura do morro (que é aproximadamente 26 m acima do nível do mar) favorece a vista que é
o ponto mais bonito. Por isso o nome Bela Vista. Para realçar a paisagem utilizamos uma
estrutura que não fosse muito exuberante.
Procuramos aplicar cores neutras, que agradem a todos, pois às vezes temos dois
velórios simultâneos de religiões distintas. Em cada sala de velório instalamos uma janela
vertical que permite o acesso visual à área externa, ao verde do gramado e à bela paisagem.
Foi pensado também no fluxo, que ocorre da seguinte forma: o carro funerário chega,
descarrega a urna funerária que segue direto pra sala do velório. Após o velório essa urna
funerária vai sob um carrinho até a praça de sepultamento.
Na entrada do cemitério há uma estrutura que atende a família enlutada:
administração, estacionamento, banheiros, copa enfim, área administrativa e de serviços.
A sensação que se tem na praça de sepultamento, não é de estar em um cemitério.
Utilizando muito paisagismo queremos fornecer um ambiente de serenidade às famílias. A
vista do gramado, junto à arborização forma um local para contemplação e boas lembranças.
Temos um equipamento externo para queima de velas, utilizamos o vidro para barrar
o vento sem criar uma barreira visual para a orla.
O cemitério é um projeto que a todo tempo pode ser implementado e ampliado,
porque não é como a inauguração de um shopping, por exemplo, que no primeiro dia recebe
o maior público. As visitas aumentam gradativamente conforme aumenta o número de
sepulturas e isso permite que o projeto possa ser sempre complementado. Temos intenção de
fazer a curto prazo uma fonte de contemplação e um mini parque para as crianças.
Futuramente queremos construir apartamentos para que as famílias descansem ou pernoitem
quando desejado ou necessário.
Fig. 42 – A primeira visão que se tem da
entrada do cemitério chegando pela rodovia
Caraguá – Ubatuba. Na foto a rampa de acesso
para veículos e pedestres e ao fundo a guarita
de controle de entrada e saída.
Fig. 41 – Maquete física existente no
cemitério Bela vista. Representa com clareza
o desnível do morro e o posicionamento das
edificações pelo terreno.
Fig. 43 – À esquerda está o edifício principal,
onde ficam os setores administrativo,
funerário e serviços do cemitério. A estrutura
simples e pouco exuberante foi planejada para
se envolver na paisagem. É possível notar o
estacionamento à direita que foi colocado
próximo da administração para facilitar o
acesso e não ter transtorno com intempéries.
Fig. 44 – A foto representa a primeira entrada
para o setor onde se localizam as salas de
velório. Detalhe para a copa à esquerda com
certa proximidade do salão para dar apoio aos
velórios. Outro detalhe para a largura da porta
de vidro, que possui dimensões adequadas para
o fluxo específico dos caixões que por aí
entram.
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Fig. 45 - Vista da janela passa-prato da copa,
seguido da porta de entrada . Logo à esquerda a
sala de repouso que oferece um conforto aos
enlutados que queiram ou precisem de um
ambiente mais reservado para descansar.
Fig. 46 – Na imagem acima é possível
visualizar a entrada dos sanitários masculino e
feminino, assim como as aberturas adequadas
posicionadas acima das portas proporcionando
a ventilação, iluminação e abertura para o
ambiente externo.
Fig. 49 – Carro para o transporte das urnas
funerárias que seguem até a praça de
sepultamento carregando o falecido para o
jazigo após o velório.
Fig. 50 – Sala de velório com a janela lateral
projetada justamente para a entrada de luz no
ambiente e vista da paisagem. externa. No
centro da sala os paramentos funerários que
são: anteparos para apoio da urna, castiçais,
tripé para coroa de flores e artefatos religiosos
quando solicitado.
Fig. 51 – Esta foto mostra as salas de velório
aos lados, e no centro o acesso principal do
edifício para a praça de sepultamento. Detalhe
para a largura da porta projetada para atender
ao fluxo, que segue o cortejo atrás do carrinho
funerário carregando a urna funerária até o
jazigo.
Fig. 52 – A imagem acima mostra a sala de
espera dos velórios, esta sala também serve
como sala de velório no caso de lotação das
outras salas . Detalhe para as aberturas de vidro
que proporcionam muita claridade ao ambiente
além de uma ótima vista para o lado externo
que possui a paisagem das montanhas, do céu e
do mar.
Fig. 47 – Nesta foto da fachada de acesso ao
edifício principal destaca-se acima do telhado,
os shafts de iluminação que consistem em
aberturas zenitais para iluminar naturalmente o
ambiente dos velórios.
Fig. 48 – Fachada do edifício que dá o acesso à
praça de sepultamentos do cemitério. Detalhe
para as aberturas verticais que existem em cada
sala de velório para oferecer visualização da área
externa e a sensação da natureza na paisagem
aos enlutados que encontram-se no lado interno
do prédio.
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Fig. 53 – A foto ilustra o depósito para guarda de
materiais e ferramentas localizado próximo à
fachada direita do edifício principal. À esquerda
portão de madeira menor que dá o acesso ao
refeitório e vestiário dos funcionários do
cemitério.
Fig. 54 – Vista da fachada direita do edifício da
administração e velórios. Detalhe para o
paisagismo na área externa e para a visual da
serra ao fundo da imagem.
Fig. 55 – Área verde localizada de frente com a
fachada esquerda do edifício e próximo ao
estacionamento da entrada. Local reservado
para a implantação da capela ecumênica que
será construída no cemitério parque.
Fig. 56 – A combinação de arbustos, árvores e
grandes pedras formam o paisagismo que se
agrega à paisagem ao fundo. O ambiente
arborizado proporciona serenidade para as
pessoas que passem por aqui.
Fig. 57 – Ilustração do velário, elemento para
queima de velas.
Fig. 58 - Praça de sepultamentos, lápides no
gramado e paisagem ao fundo.
Fig. 59 – Caminho de acesso às lápides e
jazigos, visual positiva ao fundo da foto.
Fig. 60 – Vista do caminho que dá acesso
aos pedestres e carrinhos funerários à praça
de sepultamento. A perspectiva do caminho
leva à paisagem do mar e do céu aos
fundos. Foram plantadas árvores ao longo
do trajeto para oferecer a sensação de
bosque aos enlutados e visitantes.
Fig. 61 – Vista de cima do morro para o
bairro do Getuba em Caraguatatuba – SP.
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4.1. PLANO DIRETOR
O Plano Diretor da Estância Balneária de Caraguatatuba encaminhado em 2011, em seu
Capítulo II, define a Lei de Zoneamento na Seção IX - da Zona de Suporte Urbano – ZSU:
Art. 117. Nas áreas classificadas como Suporte Urbano - ZSU, caracterizada pela possibilidade de
instalação de equipamentos infraestruturais impactantes, como Estação de tratamento de Efluentes,
Centro de Detenção Provisória, Cemitério, disposição de resíduos, Garagens, Área de Estruturas
Náuticas, Drenagem e similares, vedado ao uso residencial.
No mesmo capítulo define Políticas do Desenvolvimento Urbano subdivididas em seções e
subseções:
Seção I : Urbanização e Uso do Solo
Subseção VI :Infraestrutura e Serviços de Utilidade Pública
Art. 74. Na prestação dos serviços funerários, o Município de Caraguatatuba deverá garantir:
I- tratamento igualitário à população usuária do serviço funerário;
II- segurança e acessibilidade à população usuária do serviço funerário;
III- ampliar o atendimento funerário, criando ou incentivando a implantação de novos cemitérios,
inclusive verticais;
IV- incentivar a implantação de, no mínimo, 1 (um) crematório no Município.
No Capítulo VII , sobre o uso e ocupação do solo o plano diretor só define para a ZSU a
possibilidade da instalação de infraestruturas de suporte urbano, portanto para nos orientarmos em
como executá-las teremos que utilizar a categoria de uso permitido para a IS2 conforme o Quadro
do Zoneamento Municipal ilustrado ao lado:
Na seção XXI , do capítulo VII sobre o uso e ocupação do solo encontramos as
discriminações para o uso do setor de uso institucional e de serviços – IS.
II - Uso Institucional e de Serviços– IS2, caracterizadas pelo uso especifico de estabelecimentos
científicos voltados às atividades de uso institucional e serviços especiais de pesquisa e estudos
científicos tais como: centros de pesquisas, laboratórios, incubadoras e correlatos.
Para esta categoria devem-se adotar critérios da zona inserida, ficando estabelecido:
1) características gerais do lote (mínimo de 2.000,00m²):
a) frente mínima: 20m;
b) deverá ser realizado estudo prévio de impacto de vizinhança.
2) coeficiente de aproveitamento: máximo = 2,0
3) taxa de ocupação: 60% (sessenta por cento);
4) recuos mínimos do pavimento térreo:
a) fundos: 3,0m (três metros);
b) frente: 6,0m (seis metros);
c) laterais: 3,0m (três metros).
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4.2. RESOLUÇÃO CONAMA nº 335, de 3 de abril de 2003
Publicada no Diário Oficial da União nº 101, de 28 de maio de 2003, Seção 1, páginas 98-99.
Correlações:
· Alterada pela Resolução CONAMA no 368/06 (alterados os arts. 3o e 5o, revogado o inciso III,
do § 3o, do art. 3o)
· Alterada pela Resolução nº 402/08 (alterados os arts. 11 e 12).
Dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios:
Art. 1o Os cemitérios horizontais e os cemitérios verticais, doravante denominados:
cemitérios, deverão ser submetidos ao processo de licenciamento ambiental, nos termos, desta
Resolução, sem prejuízo de outras normas aplicáveis à espécie.
Art. 2o Para efeito desta Resolução serão adotadas as seguintes definições:
I - cemitério: área destinada a sepultamentos;
a) cemitério horizontal: é aquele localizado em área descoberta compreendendo os tradicionais e
o do tipo parque ou jardim;
b) cemitério parque ou jardim: é aquele predominantemente recoberto por jardins, isento de
construções tumulares, e no qual as sepulturas são identificadas por uma lápide, ao nível do chão,
e de pequenas dimensões;
c) cemitério vertical: é um edifício de um ou mais pavimentos dotados de compartimentos
destinados a sepultamentos;
d) cemitérios de animais: cemitérios destinados a sepultamentos de animais.
II - sepultar ou inumar: é o ato de colocar pessoa falecida, membros amputados e restos mortais
em local adequado;
III - sepultura: espaço unitário, destinado a sepultamentos;
IV - construção tumular: é uma construção erigida em uma sepultura, dotada ou não de
compartimentos para sepultamento, compreendendo-se:
a) jazigo: é o compartimento destinado a sepultamento contido;
b) carneiro ou gaveta: é a unidade de cada um dos compartimentos para sepultamentos
existentes em uma construção tumular; e
c) cripta: compartimento destinado a sepultamento no interior de edificações, templos ou suas
dependências.
V - lóculo: é o compartimento destinado a sepultamento contido no cemitério vertical;
VI - produto da coliqüação: é o líquido biodegradável oriundo do processo de decomposição
dos corpos ou partes;
VII - exumar: retirar a pessoa falecida, partes ou restos mortais do local em que se acha
sepultado;
VIII - reinumar: reintroduzir a pessoa falecida ou seus restos mortais, após exumação, na
mesma sepultura ou em outra;
IX - urna, caixão, ataúde ou esquife: é a caixa com formato adequado para conter pessoa
falecida ou partes;
X - urna ossuária: é o recipiente de tamanho adequado para conter ossos ou partes de corpos
exumados;
XI - urna cinerária: é o recipiente destinado a cinzas de corpos cremados;
XII - ossuário ou ossário - é o local para acomodação de ossos, contidos ou não em urna
ossuária;
XIII - cinerário: é o local para acomodação de urnas cinerárias;
XIV - columbário: é o local para guardar urnas e cinzas funerárias, dispostos horizontal e
verticalmente, com acesso coberto ou não, adjacente ao fundo, com um muro ou outro conjunto
de jazigos;
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XV - nicho: é o local para colocar urnas com cinzas funerárias ou ossos;
XVI - translado: ato de remover pessoa falecida ou restos mortais de um lugar para outro.
Art. 3º Na fase de Licença Prévia do licenciamento ambiental, deverão ser apresentados,
dentre outros, os seguintes documentos:
I - caracterização da área na qual será implantado o empreendimento, compreendendo:
a) localização tecnicamente identificada no município, com indicação de acessos, sistema
viário, ocupação e benfeitorias no seu entorno;
II - plano de implantação e operação do empreendimento.
Art. 4º Na fase de Licença de Instalação do licenciamento ambiental, deverão ser
apresentados, entre outros, os seguintes documentos:
I - projeto do empreendimento que deverá conter plantas, memoriais e documentos assinados
por profissional habilitado; e
II - projeto executivo contemplando as medidas de mitigação e de controle ambiental.
Art. 6o Deverão ser atendidas as seguintes exigências para os cemitérios verticais:
I - os lóculos devem ser constituídos de:
a) materiais que impeçam a passagem de gases para os locais de circulação dos visitantes
e trabalhadores;
b) acessórios ou características construtivas que impeçam o vazamento dos líquidos
oriundos da coliqüação;
c) dispositivo que permita a troca gasosa, em todos os lóculos, proporcionando as
condições adequadas para a decomposição dos corpos, exceto nos casos específicos
previstos na legislação;
d) tratamento ambientalmente adequado para os eventuais efluentes gasosos.
Art. 9o Os resíduos sólidos, não humanos, resultantes da exumação dos corpos deverão
ter destinação ambiental e sanitariamente adequada.
Art. 14. O descumprimento das disposições desta Resolução, dos termos das Licenças
Ambientais e de eventual Termo de Ajustamento de Conduta, sujeitará o infrator às
penalidades previstas na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e em outros dispositivos
normativos pertinentes, sem prejuízo do dever de recuperar os danos ambientais causados, na
forma do art. 14, § 1o, da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.
4.3. CÓDIGO SANITÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Normas da Vigilância Sanitária nas edificações de cemitérios:
CAPÍTULO VIII – Necroterios, Velórios, Cemitérios
SEÇÃO I - Necrotérios e Velórios
Artigo 148 – Os necrotérios e velórios deverão ficar a 3,00m, no mínimo, afastados das
divisas dos terrenos vizinhos a ser convenientemente ventilados e iluminados.
Artigo 150 – os velórios deverão ter, pelo menos:
I - sala de vigília, com área não inferior a 20,00m²;
II -sala de descanso e espera, proporcional ao número de salas de vigília;
III - instalações sanitárias com, pelo menos 1 bacia sanitária e um lavatório, para cada sexo;
IV - bebedouro, fora das instalações sanitárias e das salas de vigília.
Parágrafo único – São permitidas copas em locais adequadamente situados.
SEÇÃO II Cemitérios
Artigo 151 – Os cemitérios serão construídos em áreas elevadas, na contra vertente das águas
que possam alimentar poços e outras fontes de abastecimento.
Parágrafo único – Em caráter excepcional, serão tolerados, a juízo da autoridade sanitária,
cemitérios em regiões planas.
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Artigo 152 – Deverão ser isolados, em todo o seu perímetro, por logradouros públicos ou
outras áreas abertas, com largura mínima de 15,00m, em zonas abastecidas por redes de
água, e de 30,00m, em zonas não providas de redes.
Artigo 156 – Nos cemitérios, deverá haver, pelo menos:
I - local para administração e recepção;
II - sala de necropsia atendendo aos requisitos exigidos neste Regulamento.
III - depósito de materiais e ferramentas;
IV - vestiários e instalação sanitária para os empregados;
V - instalações sanitárias, para o público, separadas para cada sexo.
Parágrafo único – A autoridade sanitaria poderá reduzir as exigências deste artigo em
função das limitações socioeconômicas do município de localização do cemitério.
Artigo 157 – Nos cemitérios, pelo menos 20% de suas áreas serão destinadas a
arborização ou ajardinamento.
§ 1.º - Os jardins sobre jazigos não serão computados para os efeitos deste artigo.
§ 2.º - Nos cemitérios-parques poderá ser dispensada a destinação da área mencionada
neste artigo.
Artigo 158 – Os vasos ornamentais não deverão conservar água, a fim de evitar a
proliferação de mosquitos.
4.4. CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Portaria que compõe as normas e regras da Vigilância Sanitária na implantação de
Cemitérios Verticais.
Portaria CVS nº001/2011 – Publicada no Diário Oficial - Poder Executivo Nº 10 – DOE
de 14/01/11 – Seção 1 - p.50 Anexo I
Norma Técnica que disciplina sobre necrotério, serviço de necropsia, serviço de
somatoconservação de cadáveres, serviço de tanatopraxia, velório, cemitério, inumação,
exumação, cremação e transladação.
11. Cemitério
11.1. Os cemitérios horizontais e verticais, doravante denominados cemitérios, devem ser
submetidos ao processo de licenciamento ambiental, do órgão competente e atender os
requisitos dispostos nas Resoluções CONAMA nº. 335/03, nº. 368/06 e nº. 402/08.
11.2. No cemitério, deve haver, pelo menos:
11.2.1. Local para administração e recepção.
11.2.2. Depósito de materiais e ferramentas.
11.2.3. Instalações sanitárias, para o público, separadas para cada sexo.
11.2.4. Bebedouro ou água potável para o público.
11.3. Instalações sanitárias, vestiário, refeitório e fornecimento de água potável para os
trabalhadores, devem atender o preconizado na Norma Regulamentadora 24.
11.4. Os serviços de alimentação ou lanchonete existentes devem atender a legislação sanitária
vigente.
11.6. Nos cemitérios, pelo menos 20% de suas áreas serão destinadas à arborização ou
ajardinamento.
11.7. Fica proibida a instalação, manutenção ou utilização no interior dos cemitérios públicos e
particulares, de recipientes ou quaisquer outras formas de retenção e acúmulo de água, tais como
floreiras, vasos, canaletas, reservatórios, caixas d,água descobertas para evitar proliferação do
mosquito Aedes aegypti.
11.9. Nas sepulturas de cemitérios verticais quaisquer aberturas para ventilação, inclusive
chaminés, deverão ser dotadas de dispositivos que impeçam a entrada de água e telas milimétricas
de proteção contra insetos.
11.10. Nos cemitérios verticais, os lóculos devem ser construídos e convenientemente vedados de
modo a evitar a exalação de odores e incômodos aos trabalhadores e visitantes e dotados de
dispositivos que permitam a troca de ar.
11.11. Os cemitérios devem dispor de local exclusivo para acondicionamento dos resíduos de
exumação e com acesso facilitado para os veículos coletores. Pode ser utilizado contêiner ou outro
recipiente tipo “Big bag”, desde que dimensionado para o volume de resíduos gerados no
cemitério.
11.11.1. Os resíduos sólidos, não humanos, resultantes da exumação dos corpos devem ter
destinação ambiental e sanitária adequada, conforme classe 2 A da NBR nº 10.004 da ABNT.
11.12. Nos cemitérios horizontais, verticais e cemitérios parques devem ser realizados os controles
de vetores e pragas urbanas, por empresas licenciadas pela Vigilância Sanitária.
11.14. Os cemitérios verticais devem possuir ascensores para a colocação dos caixões nos lóculos
superiores ou outro mecanismo para facilitar a ergonomia do trabalhador.
11.15. Os corpos sepultados podem estar envoltos por mantas ou urnas constituídas de materiais
biodegradáveis, não sendo recomendado o uso de plásticos, tintas, vernizes, metais pesados ou
qualquer material nocivo ao meio ambiente, ficando vedado o emprego de material impermeável
que impeça a troca gasosa do corpo sepultado com o meio que o envolve.
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5.1. PHOENIX MEMORIAL DO ABC
SANTO ANDRÉ - SP
O cemitério vertical Phoenix
Memorial do ABC foi inaugurado em
1993, o projeto é do arquiteto Carlos
Bratke. Essa necrópole possui prestígio
por não contaminar o solo com nenhum
resíduo líquido ou sólido e por tratar os
gases funerários emitidos pelos corpos
antes de devolver os mesmos à natureza.
As instalações desse cemitério
proporcionam conforto especial aos
clientes, dispondo de salas de velório
completas, equipadas com ar
condicionado, sala de estar e lavabo
privativo. O estacionamento é fechado e
gratuito, no empreendimento o acesso às
redes wi-fi é liberado, telefones públicos
estão disponíveis nas dependências
internas do cemitério e as instalações
foram feitas de acordo com as leis de
acessibilidade.
Fig. 62 – Maquete do prédio da Memorial. Fig. 63 – Fachada dos lóculos à noite iluminada. Fig. 64 – Fachada de entrada do cemitério.
Fig. 65 – Detalhe para os brises da edificação. Fig. 66 – Vista interna do corredor dos lóculos. Fig. 67 – Vista externa do corredor do ossuário.
Fig. 68 – Fachada do edifício vista de dia. Fig. 69 – Detalhe para o paisagismo elaborado no jardim .
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5.3. CREMATÓRIO EM PARMA, ITÁLIA
O crematório de Parma, na Itália, foi construído entre os anos de 2006 e 2009. O
Arquiteto responsável se chama Paolo Zermani. O projeto foi escolhido como referência
por suas aberturas zenitais que trazem iluminação ao ambiente. Além disso no ambiente
externo foi utilizado apelo paisagístico com quatro espelhos d’água que possibilitam
diversos passeios pelo jardim.
5.4. CEMITÉRIO EM AREZZO, ITÁLIA
O cemitério de Arezzo, na Itália, foi construído entre os anos de 1997 e 2012. O
arquiteto responsável se chama Paolo Zermani. Detalhe para as aberturas zenitais.
5.2. CEMITÉRIO GETHSÊMANI ANHANGUERA
SÃO PAULO - SP
O Cemitério Gethsemani será utilizado como referência projetual por seu rico
paisagismo e pela forma como situa a capela ecumênica no terreno.
Fig. 70 – Vista da vegetação do cemitério. Fig. 71 – Caminhos e passeios entre vegetações.
Fig. 72 – Praça de descanso com paisagismo. Fig. 73 – Caminho de pedestres margeado por
vegetação.
Fig. 74 – Vista lateral da capela. Fig. 75 – Vista frontal da capela.
Fig. 76 – Elegância e iluminação zenital. Fig. 77 – Horizontalidade marcada por
espelhos d’água.
Fig. 78 – Corredores com luminosidade. Fig. 79 – Volumes e luminosidade.
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6.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA:
Fig. 80 - Cidade de Caraguatatuba dentro do Estado de São Paulo.
Fig. 81 – Bairro Gaivotas situado na Cidade de Caraguatatuba.
Fig. 82 – Área de estudo destacada no bairro Gaivotas, em Caraguatatuba – SP.
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6.2. ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO
O terreno descrito possui 11. 695,95m². Está margeado aos fundos e lateral direita por
uma área de mata fechada, a esquerda pela sede da Sabesp e a sua frente encontra-se um
morro encoberto por vegetação nativa.
O Transbordo de lixo da cidade de Caraguatatuba esta situado sob o terreno escolhido
para implantação do Cemitério Vertical, portanto se propõe para o melhor desenvolvimento
do projeto que o transbordo existente seja transferido para o terreno ilustrado ao lado cujo a
lei de zoneamento esta de acordo com o Plano Diretor (ZSU).
Fig. 83 – Estudo dos ventos e orientação solar.
Fig. 84- Relocação do transbordo de lixo existente na área de estudo.
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6.3. ANÁLISE DO ENTORNO
Abaixo imagem do entorno da área seguido dos seguintes usos do solo. À direita ilustração da zona de suporte urbano do município de Caraguatatuba definido pelo Plano Diretor
Fig. 85- Diagnóstico do entorno.
Fig. 86- Trecho do bairro Gaivotas setorizado pelo Plano Diretor.
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T
6.4. JUSTIFICATIVA DA ÁREA
A área escolhida para a implantação do projeto
arquitetônico situa-se no bairro Jardim Gaivotas e
está locada ao final da Avenida Garça, continuação
da Avenida Marechal Floriano Peixoto. O plano
diretor a identifica como ZSU – Zona de Suporte
Urbano- e está destinada à possibilidade de
instalação de equipamentos infraestruturais
impactantes.
O terreno possui dois acessos principais: um que
se dá através de uma travessa da Avenida Presidente
Campos Salles onde se encontra o Terminal
Rodoviário de Caraguatatuba e outro que se dá por
uma travessa da Rodovia SP – 055, sentido São
Sebastião.
Apesar de possuir facilidade no acesso, a área é
afastada dos principais setores movimentados da
cidade e o fluxo de pessoas e automóveis que
transitam por ali é mais contido, o que lhe atribui um
caráter reservado. Para uma necrópole, o contexto
intimista do terreno é de suma importância assim
como um acesso fácil e urbanizado.
Na frente do terreno há uma bela encosta e o seu
entorno é feito por muita área verde, vegetação
nativa e mata fechada, um cenário ideal para o
cemitério que precisa oferecer serenidade aos
frequentadores, visitantes e aos mortos.
Fig. 87- Rotatória de acesso na rodovia
Caraguá – São Sebastião.
Fig. 88- Na esquina da avenida de acesso um
posto de gasolina.
Fig. 89- Na outra esquina da avenida de
acesso, uma padaria.
Fig. 90- Começo da avenida, fluxo intenso.
Fig. 91- Meio da avenida, fluxo moderado.
Fig. 92- Ao final da avenida, fluxo contido.
Fig. 93- Entrada do transbordo.
Fig. 94- Lixo exposto causando mau cheiro.
Fig. 95- Urubus que ficam no transbordo.
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6.5. LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
T
Fig. 96- Transbordo com urubus e visual
negativa.
Fig. 97- Terreno escolhido.
Fig. 98 – Imagem da área, com o transbordo
ao lado.
Fig. 99 – Terreno plano com vegetação ao
fundo.
Fig. 100 – Detalhe para a mata nativa fechada
no terreno escolhido.
Fig. 101 – Imagem das casas irregulares de
madeira no terreno.
Fig. 102 – Morro na frente do terreno.
Fig. 103 – Morro situado na frente do terreno.
Fig. 104 – Caminho para o Kart.
Fig. 105 – Entrada para o kart à esquerda. À
direita caminho para o terreno do transbordo.
Fig. 106 – Área escolhida para a implantação
do transbordo.
Fig. 107 – Área para relocação do transbordo,
contorno da serra aos fundos.
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SETOR ADMINISTRATIVO :
• SALA DE ADMINISTRAÇÃO
• SALA DA DIRETORIA
• ALMOXARIFADO
• ARQUIVO MORTO
• BALCÃO DE INFORMAÇÕES
• SANITÁRIOS
SETOR SERVIÇOS:
• GARAGEM
• ÁREA DE SERVIÇOS / LAVANDERIA
• DEPÓSITO DE MATERIAIS
/ FERRAMENTAS
• GERADOR DE ENERGIA
• INATIVADOR DE GASES
• ACONDICIONAMENTO DE
RESÍDUOS DE EXUMAÇÃO
• VESTIÁRIO / SANITÁRIOS
• COPA / REFEITÓRIO
• ELEVADOR
• SETOR VISITANTES :
• GUARITA
• ESTACIONAMENTO
• LANCHONETE
• CAPELA ECUMÊNICA
• QUEIMA DE VELAS
• SUÍTES
• FONTE / ESPELHO D’ÁGUA
• JARDIM DE CONTEMPLAÇÃO
• PLAYGROUND
• ELEVADOR
• SANITÁRIOS
• SETOR FUNERÁRIO:
• SALAS DE VELÓRIO / VIGÍLIA
• SALAS DE DESCANSO
• OSSÁRIO
• MAUSOLÉUS
• SANITÁRIOS
• ELEVADORES PARA TRANSPORTE
• DE FÉRETRO
• LÓCULOS
• CREMATÓRIO
O partido desse projeto consiste na interpretação da luz como elemento
fundamental para a concepção arquitetônica. Durante as etapas de pesquisa foi possível
definir alguns conceitos para o momento da morte. Um deles destaca a morte como o
momento da passagem para o plano transcendental e misterioso. Por essa razão o projeto
será composto de elementos que remetam à essa busca pela luz. Uma busca contínua que
situa a projeção da claridade como elemento pacificador do ambiente, que traga o
conforto, a serenidade e a razão.
Um outro conceito que foi possível identificar durante as etapas do trabalho é o da
morte como ascendência aos céus. É o encontro com o divino inimaginável plano do
universo. Esse encontro se dá através da subida, da elevação da alma e do espírito. Dessa
forma o partido desse projeto tem como norte as estruturas etéreas que remetam a esse
caminho para cima.
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SANITÁRIOS
INATIVADOR DE
GASES
VESTIÁRIO /
SANITÁRIOS
ÁREA DE
SERVIÇOS /
LAVANDERIA
COPA /
REFEITÓRIO
ELEVADOR
RESÍDUOS DE
EXUMAÇÃO
DEPÓSITO DE
MATERIAIS /
FERRAMENTAS
GERADOR DE
ENERGIA
ARQUIVO MORTO
ALMOXARIFADO
SALA DA
DIRETORIA
SALAS DE
VELÓRIO / VIGÍLIA
PLAYGROUND
CAPELA
ECUMÊNICA
QUEIMA DE VELAS
FONTE / ESPELHO
D’ÁGUA
ESTACIONAMENTO
GARAGEM
SALA DE
ADMINISTRAÇÃO
RECEPÇÃO /
BALCÃO DE
INFORMAÇÕES
GUARITA
JARDIM DE
CONTEMPLAÇÃO
SALAS DE
DESCANSO
ELEVADOR
ELEVADORES
SANITÁRIOS
OSSÁRIO
MAUSOLÉUS
SANITÁRIOS
SUÍTES
CREMATÓRIO
LÓCULOS
LANCHONETE
VISITANTES
FUNERÁRIO
ADMINISTRAT.
SERVIÇOS
LEGENDA :
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VESTIÁRIO /
SANITÁRIOS
ÁREA DE
SERVIÇOS /
LAVANDERIA
COPA /
REFEITÓRIO
ELEVADOR
DEPÓSITO DE
MATERIAIS /
FERRAMENTAS
ARQUIVO MORTO
ALMOXARIFADO
SALA DA
DIRETORIA
INATIVADOR DE
GASES
RESÍDUOS DE
EXUMAÇÃO GARAGEM
GERADOR DE
ENERGIA
SUÍTES
PLAYGROUND
CAPELA
ECUMÊNICA
QUEIMA DE VELAS
FONTE / ESPELHO
D’ÁGUA
JARDIM DE
CONTEMPLAÇÃO
ELEVADOR
SANITÁRIOS
LANCHONETE
SALA DE
ADMINISTRAÇÃO
SANITÁRIOS
RECEPÇÃO /
BALCÃO DE
INFORMAÇÕES
GUARITA
ESTACIONAMENTO
MAUSOLÉUS
SALAS DE
VELÓRIO / VIGÍLIA
SANITÁRIOS
SALAS DE
DESCANSO
ELEVADORES
CREMATÓRIO
LÓCULOS
OSSÁRIO
VISITANTES
FUNERÁRIO
FUNCIONÁRIOS
SERVIÇOS
LEGENDA :
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Fig. 108 – Estudo preliminar de possibilidade de volumetria. Intenção projetual de
corredores externos, varandas suspensas ou em balanço. Foco para a busca da luz
a partir do guarda corpo. Relação de alturas entre pé direito e escala humana.
Fig. 109 – Análise de possível caminho de jardim.
Passeio que remete ao infinito, acompanhado de
arborização
Fig. 110 – Croqui de banco de madeira envolto em
tronco de árvore.
Fig. 110 – Relação da escala humana com os lóculos do edifício.
8.1. ENTREVISTA COM A GERENTE NO CEMITÉRIO PARQUE BELA VISTA
-Qual sua função no Bela Vista – Cemitério Parque ?
Sou gerente administrativo e acompanho a parte operacional do Cemitério. Diariamente é
programado um serviço a ser executado no decorrer do expediente. Quanto a exumação, o
Código Sanitário do Estado de São Paulo, estipula um prazo mínimo de três anos após o
sepultamento para a exumação, e no Bela Vista Cemitério Parque esse prazo é de cinco anos,
devido esse prazo proporcionar melhores condições ao serviço de exumação. O Bela Vista
Cemitério Parque é uma propriedade particular. O Grupo Empresarial observou que a
Prefeitura de Caraguatatuba estava enfrentando dificuldades para atender a demanda de
sepultamentos em seu Cemitério Municipal devido à falta de espaço disponível.
- Após o Sepultamento, com que frequência às pessoas costumam voltar ao Cemitério
para visitar o túmulo do ente querido?
No começo a frequência pode ser um pouco maior, mas posteriormente as pessoas se
adaptam com a ausência e as idas ao Cemitério tendem a diminuir. Entretanto para pergunta
a resposta não é engessada e o cenário varia de família para família. Em termos de velório, o
acumulo de pessoas é bastante significativo. O cemitério é ecumênico. Pode ser observar um
maior número de pessoas em velórios de crença evangélica.
- Quais são os procedimentos realizados desde a chegada do corpo até o momento do
sepultamento?
Primeiramente o serviço funerário comunica ao cemitério a chegada de um corpo para
velório.No atendimento á família enlutada: Verifica-se com a família o horário de
sepultamento; é feita a documentação necessária e o registro desse óbito. O corpo é destinado
a sala velatória de acordo com a religião da família. Dado o horário do sepultamento, um
funcionário do Cemitério, procede ao fechamento da urna, onde a mesma é colocada num
carrinho (específico para urna),seguindo o cortejo até o jazigo.
- O Bela Vista Cemitério Parque recebe pessoas de diferentes religiões,culturas e
crenças. O espaço oferece estrutura para que qualquer tipo de cerimônia seja
realizada?
Sim, o Cemitério contém quatro salas velatórias, sendo duas destinadas a cerimônias sem
imagens e castiçais e duas com imagem e castiçal. Há uma conduta interna do Cemitério que
impõe acima de tudo um respeito imenso perante qualquer tipo de crença, bem como
oferendas depositadas sob as sepulturas. Temos como norma respeitar essas oferendas por
um período de 24 horas, após a limpeza é realizada pelos funcionários.
- Qual a capacidade máxima do cemitério?
Depende da criatividade, como diz o idealizador desse projeto.
Hoje no Bela Vista Cemitério Parque, está edificado três modelos de Jazigos que são :
03 gavetas empilhadas ; 03 gavetas com acesso comum e 06 gavetas com acesso exclusivo,
porém essa capacidade aumenta no momento em que há possibilidade para construir 4,5,6 ou
10 gavetas.
- Como é feita a divisão e distribuição dos Jazigos?
É feita da seguinte forma : Denominamos QUADRA A – SETORES 01 ,02 , 03 , estão
edificados os modelos 03 gavetas com acesso comum e 06 gavetas com acesso exclusivo.
QUADRA B – SETORES 1,2,3,4,5 edificado modelo 03 gavetas empilhadas. QUADRA C –
SETORES 1,2,3 , edificado modelo 03 gavetas empilhadas. QUADRA D e E, SETORES de
01 a 10. edificado uma única gaveta, (jazigos rotativos), para atender as famílias de baixa
renda ou para locação por tempo determinado. Há um projeto de uma capela ecumênica que
começará a ser edificada ainda esse ano.
- Como é composto o quadro de funcionários de um Cemitério?
No Bela Vista Cemitério Parque o quadro é formado: Operacional: por 02 vigias ( diurno e
noturno), pedreiros ( que edificam), ajudantes gerais (manutenção e limpeza diária).
Administrativa: Gerente e Auxiliar Administrativo.
- Qual a área total em metros quadrados, do terreno do Cemitério?
A área é de 63.000m².
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LIVROS
ARIÈS, Philippe. O homem perante a morte. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1989.
KÜBLER-ROSS, Elisabeth. Sobre a Morte e o Morrer. São Paulo: Martins Fontes, 1969.
MUMFORD, Lewis. A cidade na história: suas origens, transformações e perspectivas. São
Paulo: Martins Fontes, 1998.
REIS, João José. A morte é uma festa: ritos fúnebres e revolta popular no Brasil do século
XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
MONOGRAFIAS, TESES E DISSERTAÇÕES.
ARAÚJO, Thiago Nicolau de. Túmulos celebrativos do Rio Grande do Sul: múltiplos
olhares sobre o espaço cemiterial. Porto Alegre: PUCRS, 2006 .Dissertação de Mestrado,
programa de Pós-Graduação em História das sociedades ibéricas e americanas, Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006. Disponível em:
<http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=214> Acesso em 19 mar. 2013.
ELIAS, Ana Catarina de Araújo. Relaxamento mental, imagens mentais e espiritualidade
na re – significação da dor simbólica da morte de pacientes terminais. Campinas:
UNICAMP, 2001. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade
Estadual de Campinas. 2001. Disponível em:
<http://www.amebrasil.org.br/html/anacatarina_mestr.pdf> Acesso em 11 mar. 2013.
KLEIN, Henrique Fontenele. Monumentos à memoria dos que morreram: as necrópoles e
seu impacto ambiental. Brasília: UNB, 2010. Monografia de Bacharelado, Faculdade de
Administração, Universidade de Brasília, 2010. Disponível em:
<http://bdm.bce.unb.br/handle/10483/2918> Acesso em 22 mar. 2013.
MATOS, Bolivar Antunes. Avaliação da ocorrência de microrganismos no aquífero freático
do cemitério de Vila Nova Cachoeirinha. Município de São Paulo: USP, 2001. Tese de
doutorado, Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, 2001. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44133/tde-19122001-082301/pt-br.php>
Acesso em 01 jun. 2013.
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DOCUMENTOS ELETRÔNICOS:
Religiões no Brasil - As principais religiões no Brasil e número de seguidores, crenças e
tradições. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/religiaosociais/religioes_brasil.htm
Acesso em 25 mar. 2013.
Folha Online - Saiba como a morte é encarada por diversas religiões. 2001. Disponível
em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/comportamento/ult561u51.shtml>
Acesso em 28 mar. 2013.
Espere Niterói – Dimensão Espiritual. 2011. Disponível em:
<http://www.espereniteroi.com/rede/index.php?option=com_content&view=article&id=9:di
mensao-espiritual&catid=9:principal&Itemid=117> Acesso em 03 mai. 2013.
Recanto das letras – Os funerais na Grécia: do mundo mítico à Poli. 2012. Disponível em:
<http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/3129557> Acesso em 17 mar. 2013.
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<http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/os_animados_cemiterios_medievais.html
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URI – Disponível em: <http://www.uri.org/about_uri > Acesso em 10 mai. 2013.
PHOENIX MEMORIAL – Disponível em:
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CEMITERIO ECOLOGICO – Disponível em:
<http://cemiterioecologico.com.br/servicos.html> Acesso em 28 mai. 2013.
GETHSEMANI ANHANGUERA – Disponível em:
<http://www.arquidiocesedesaopaulo.org.br/servicos/cemiterio> Acesso em 14 mai. 2013.
LEGISLAÇÃO
BRASIL. Lei Complementar nº 42, de 25 de Novembro de 2011. “Dispõe sobre o Plano
Diretor do Município da Estância Balneária de Caraguatatuba e dá outras providências”.
Disponível em: <
http://www.caraguatatuba.sp.gov.br/LEI%20COMPLEMENTAR%2042-11-
%20PLANO%20DIRETOR.pdf> Acesso em 30 jun.2013.
BRASIL. DECRETO N.º 12.342, de 27 de Setembro de 1978. “Aprova o Regulamento a
que se refere o artigo 22do Decreto-Lei n.º 211, de 30 de março de 1970, que dispõe sobre
normas de promoção, preservação e recuperação da saúde no campo de competência da
Secretaria de Estado da Saúde.” Disponível em:
<http://pt.scribd.com/doc/5705358/codigo-sanitario> Acesso em 17 mai. 2013.
BRASIL. Portaria cvs nº001/2011. “Aprova norma técnica que disciplina sobre necrotério,
serviço de necrópsia, serviço de Somatoconservação de cadáveres, serviço de tanatopraxia,
velório, cemitério, Inumação, exumação, cremação e transladação”. Disponível em:
<ftp://ftp.saude.sp.gov.br/ftpsessp/bibliote/informe_eletronico/2011/iels.jan.11/Iels10/E_PT-
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BRASIL. RESOLUÇÃO CONAMA nº 335, de 3 de abril de 2003. Publicada no DOU no
101, de 28 de maio de 2003, Seção 1, páginas 98-99. “Dispõe sobre o licenciamento
ambiental de cemitérios.” Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_CONS_2003_335.pdf>
Acesso em 27 mar. 2013.
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35
Fig. 1 e 2 - http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?codmun=351050
Fig.3 e 4 - http://tempodoshomens.blogspot.com.br/2011_03_01_archive.html
Fig. 5 - http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/o-processo-da-mumificacao.html
Fig. 6 - http://www.brasilescola.com/historiag/a-historia-das-piramides-no-egito-antigo.htm
Fig. 7 - http://www.encyclopedia-titanica.org/old-congregational-hall-bennington.html
Fig. 8 -
http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/os_animados_cemiterios_medievais.html
Fig. 9 - http://www.memorialcemiterio.com.br/images/memorial.jpg
Fig. 10 - http://s17.photobucket.com/user/latinohunk/media/two/IMG_0754.jpg.html
Fig. 11 a 14 - http://cemiterioecologico.com.br/tecnologia.htm
Fig. 15 – http://akashyoga.blogspot.com.br/2012/09/resumo-da-vida-de-buda.html
Fig. 16 – http://jornalismodigital.f2j.edu.br/2009/12/14/traduicao-do-axexe-resiste-ao-tempo/
Fig. 17 – http://blogs.periodistadigital.com/religion.php/2008/08/27/p185492
Fig. 18 – http://www.nossosaopaulo.com.br/Espiritismo/Chico_Xavier.htm
Fig. 19 – http://www.youtube.com/watch?v=wwJb_ISId3M
Fig. 25 e 27 - http://www.memorialsantos.com.br/fotos.html
Fig. 62 a 69 - http://www.phoenixmemorial.com.br/instalacoes.html
Fig. 70 à 75 - http://www.arquidiocesedesaopaulo.org.br/servicos/cemiterio
Fig.76 e 77 - http://www.plataformaarquitectura.cl/2013/01/08/crematorio-en-parma-studio-
zermani-e-associati/
Fig. 78 e 79 - http://www.archdaily.com.br/92458/cemiterio-de-sansepolcro-studio-zermani-e-
associati/
Fig. 80 a 85 - https://maps.google.com.br/
Fig. 86 – Mapa de Zoneamento Urbano do Plano diretor de Caraguatatuba -
http://www.caraguatatuba.sp.gov.br/noticias/?id=5425
Observações:
1 - Todas as figuras que não foram listadas são de autoria da orientanda ou do arquivo de fotos
pessoal da mesma.
2 – Todos os links disponíveis ao lado foram acessados pela última vez em 04 de junho de
2013.