toxoplasmose

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TOXOPLASMOSE 1. DEFINIÇÃO: " Infecção por um protozoário, Toxoplasma gondii , muito distribuido na natureza e que produz, na espécie humana, doênça congênita e adquirida, amíune desaparente. " 2. AGENTE ETIOLÓGICO: Toxoplasma gondii 3. HOSPEDEIROS: 3.1. HOSPEDEIROS DEFINITIVOS:Familia felidae( selvagens e domésticos ). 3.2. HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS: Muitas espécies de vertebrados, incluindo anfíbios, répteis, aves e mamíferos. 3.3. HOSPEDEIROS DEFINITIVOS E INTERMEDIÁRIOS: Gatos 4. VIAS DE TRANSMISSÃO E FONTES DE INFECÇÃO: 4.1. Infecção transplacentária 4.2. Ingestão de alimentos ou água contaminada com oocistos esporulados de fezes de gatos. 4.3. Ingestão de carne crua ou mal-cozida contendo cistos teciduais 4.4. Transfusões de sangue 4.5. Transplante de orgãos para receptores não infectados. 4.6. Acidentes de laboratório, categoria profissional ( Médicos Veterinários, funcionários de matadouros, técnicos de laboratório, criadores de suínos ). OBSERVAÇÃO: As formas de infecção podem variar, dependendo dos fatores sociais e higiênicos, da umidade ambiental, da ocupação profissional, dos hábitos e costumes dos habitantes de determinada região. 5.0. 5.0. O PAPEL DO GATO: Está primariamente relacionado com a produção e a perpetuação da doença no meio ambiente e na cadeia alimentar. Após a ingestão de cistos contidos nos tecidos dos hospedeiros intermediários, principalmente pequenos mamíferos e pássaros, e completando o ciclo enteroepitelial, o gato elimina, para o ambiente, cerca de 100.000 oocistos/g de fezes. Entretanto, os oocistos devem esporular antes de se tornarem infectantes. Esse processo leva de 1 a 5 dias após a excreção. A esporulação ocorre no ambiente e é dependente da temperatura e da umidade. Os oocistos podem permanecer no ambiente por até dois anos. Os oocistos são excretados por apenas 1 ou 2 semanas. (os gatos em geral, não voltam a excretar oocistos quando reinfestados, pois desenvolvem imunidade, devido à primeira infecção - foi provado que essa imunidade pode durar por até 6 anos em cerca de 55% de gatos sob condições experimentais ). Infecção por contato direto com gatos excretando oocistos é extremamente improvável e, como os oocistos devem exporular para serem infectantes, o contato com fezes frescas não é capaz de causar infecção. Os gatos em geral, defecam e enterram suas fezes em terra fofa ou areia. Geralmente as fezes são consistentes e podem permanecer no local por meses. A menos que o gato esteja doente, pouco ou nenhum resíduo fecal fica aderido à região perineal, e os gatos, em geral, não estão diarreicos durante o período de excreção dos oocistos. Por causa de seus cuidadosos hábitos de limpeza, matéria fecal não é encontrada na pelagem de gatos clinicamente normais (portanto a possibilidade de transmissão para seres humanos pelo ato de tocar ou acariciar um gato é mínima ou inexistente ). Mordidas, arranhões são improváveis vias de transmissão pois os taquizoítos dificilmente estarão presentes na cavidade oral de gatos com infecção ativa e nenhum em infecção crônica. 6. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E SINTOMAS: Clinicamente a toxoplasmose sintomática pode comprometer muitos órgãos. Em seguida a ingestão oral de oocistos, o

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Page 1: TOXOPLASMOSE

TOXOPLASMOSE

1. DEFINIÇÃO: " Infecção por um protozoário, Toxoplasma gondii , muito distribuido na natureza e que produz, na espécie humana, doênça congênita e adquirida, amíune desaparente. "2. AGENTE ETIOLÓGICO: Toxoplasma gondii3. HOSPEDEIROS:3.1. HOSPEDEIROS DEFINITIVOS:Familia felidae( selvagens e domésticos ).3.2. HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS: Muitas espécies de vertebrados, incluindo anfíbios, répteis, aves e mamíferos.3.3. HOSPEDEIROS DEFINITIVOS E INTERMEDIÁRIOS: Gatos4. VIAS DE TRANSMISSÃO E FONTES DE INFECÇÃO: 4.1. Infecção transplacentária4.2. Ingestão de alimentos ou água contaminada com oocistos esporulados de fezes de gatos.4.3. Ingestão de carne crua ou mal-cozida contendo cistos teciduais4.4. Transfusões de sangue4.5. Transplante de orgãos para receptores não infectados.4.6. Acidentes de laboratório, categoria profissional ( Médicos Veterinários, funcionários de matadouros, técnicos de laboratório, criadores de suínos ).OBSERVAÇÃO: As formas de infecção podem variar, dependendo dos fatores sociais e higiênicos, da umidade ambiental, da ocupação profissional, dos hábitos e costumes dos habitantes de determinada região.5.0. 5.0. O PAPEL DO GATO: Está primariamente relacionado com a produção e a perpetuação da doença no meio ambiente e na cadeia alimentar.Após a ingestão de cistos contidos nos tecidos dos hospedeiros intermediários, principalmente pequenos mamíferos e pássaros, e completando o ciclo enteroepitelial, o gato elimina, para o ambiente, cerca de 100.000 oocistos/g de fezes. Entretanto, os oocistos devem esporular antes de se tornarem infectantes. Esse processo leva de 1 a 5 dias após a excreção. A esporulação ocorre no ambiente e é dependente da temperatura e da umidade. Os oocistos podem permanecer no ambiente por até dois anos.Os oocistos são excretados por apenas 1 ou 2 semanas. (os gatos em geral, não voltam a excretar oocistos quando reinfestados, pois desenvolvem imunidade, devido à primeira infecção - foi provado que essa imunidade pode durar por até 6 anos em cerca de 55% de gatos sob condições experimentais ).Infecção por contato direto com gatos excretando oocistos é extremamente improvável e, como os oocistos devem exporular para serem infectantes, o contato com fezes frescas não é capaz de causar infecção.Os gatos em geral, defecam e enterram suas fezes em terra fofa ou areia. Geralmente as fezes são consistentes e podem permanecer no local por meses. A menos que o gato esteja doente, pouco ou nenhum resíduo fecal fica aderido à região perineal, e os gatos, em geral, não estão diarreicos durante o período de excreção dos oocistos. Por causa de seus cuidadosos hábitos de limpeza, matéria fecal não é encontrada na pelagem de gatos clinicamente normais (portanto a possibilidade de transmissão para seres humanos pelo ato de tocar ou acariciar um gato é mínima ou inexistente ).Mordidas, arranhões são improváveis vias de transmissão pois os taquizoítos dificilmente estarão presentes na cavidade oral de gatos com infecção ativa e nenhum em infecção crônica.6. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E SINTOMAS: Clinicamente a toxoplasmose sintomática pode comprometer muitos órgãos. Em seguida a ingestão oral de oocistos, o trato gastrintestinal é infectado; pode ocorrer daí a disseminação hematogênica e linfogênica do organismo para outros órgãos - incluindo o fígado, pulmões, linfonodos, olhos, sistema nervoso central e músculos, podendo o infectado apresentar icterícia, hepatomegalia e esplenomegalia, cório - retinite, convulsões, hidrocefalia ou microcefalia, calcificações cerebrais e retardamento psicomotor, que se evidencia ao nascer ou durante a vida; nas formas adquiridas, pode haver doença febril com exantema, linfoadenopatia, hepatesplenomegalia, encefalomielite, miocardite e uveíte granulomatosa.7. PREVENÇÃO: 7.1. Não alimentar gatos com produtos cárneos crus ( aquecer a carne a pelo menos 66 ºC ou alimentos secos ou enlatados;7.2. Controle de moscas, baratas e outros animais que podem servir como hospedeiros do Toxoplasma;7.3. evitar o contato com o solo e areia que possam estar contaminados com fezes de gatos. Trocar diariamente a caixa de areia dos gatos (ideal é cada vez imergir a bandeja de fezes em água fervente , ou utilizar bandejas descartáveis);7.4. lavar as mãos após manusear os gatos e seus excrementos;utilizar luvas enquanto estiver trabalhando em jardins ou manter coberta caixas de areia que crianças utilizam para brincar.7.5. não ingerir carne crua ou parcialmente cozida.

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BIBLIOGRAFIAETTINGER, Stephen J. Tratado de Medicina Veterinária. 3 ed.Vol I . São Paulo. Editora Manote, 1997. KIRK, Robert e BISTNER, Stephen I. Manual de Procedimentos e Tratamento deEmergência em Medicina Veterinária . 3 ed. São Paulo. Editora Manole, 1987. OSOL, Arthur. Dicionário Médico. 2 ed. São Paulo. Andrei Editora, 1990.REVISTA CLINICA VETERINÁRIA. Toxoplasmose: o que todo profissional deve Saber. Rio de Janeiro. Ano III, nº 15, jul/agos 1998.

Maiores informações:mailto:[email protected] mailto:[email protected]

Toxoplasmose CongênitaA toxoplasmose é uma infecção causada pelo parasita Toxoplasma Goondi. A transmissão ocorre através da carne mal-passada, ou do contato com fezes de gatos contaminados. Sintomas inespecíficos como febre, casnsaço, dor de garganta e aumento dos linfonodos podem ocorrer. A maioria dos adultos permanecem assintomáticos. Na maioria dos casos, uma vez tendo adquirido a doença, a infecção não ocorre novamente.Mulheres que criam gatos, costumam comer carne mal-passada e apresentaram os sintomas citados acima têm um risco aumentado para a infecção.Nos Estados Unidos, aproximadamente dois-terços das mulheres nunca tiveram a doença e correm o risco da infecção. Um exame de sangue pode determinar se a pessoa já foi afetada. O ideal seria que as mulheres realizassem o exame antes da gestação. Se a infecção for diagnosticada durante a gestação, outros testes serão necessários para determinar se a infecção é recente ou não. Muitas vezes, o teste é de difícil interpretação e pode ser necessário mandá-lo a um laboratório especial.O Toxoplasma Goondi pode ser encontrado em carne mal-cozida, ovos crus e leite não pasteurizado. Gatos que comem carne crua e roedores podem ser infectados, e o parasita permanece vivo nas fezes dos gatos por duas semanas. Desta forma, gestantes e mulheres que desejem engravidar não devem limpar ou trocar objetos com esses dejetos. Os ovos do parasita permanecem nas fezes dos gatos por 18 meses. Para evitar a infecção em gestantes deve:

cozinhar bem a carne

usar luvas quando mexer no jardim

lavar todas as frutas e vegetais

lavar bem as mãos após manusear com carne crua, frutas e vegetais

não mexer ou limpar as fezes dos gatos

A toxoplasmose congênita ocorre apenas quando as mulheres apresentam a infecção ativa durante a gestação. Em geral, não há risco para o feto quando a infecção ocorre mais de 6 meses antes da gestação. Mulheres com algum grau de imunodeficiência podem desenvolver a doença mais de uma vez.O parasita da toxoplasmose é conhecido por atravessar a placenta. Em cerca de 40% dos casos nos quais a gestante tem toxoplasmose, o bebê é infectado. As crianças que são infectadas durante a gestação apresentam toxoplasmose congênita. Nos Estados Unidos, 1 a 2 por 1000 bebês nascidos a cada ano apresentam a infecção. Algumas crianças com toxoplasmose congênita apresentarão problemas em órgãos como cérebro, olhos, coração, rins, fígado e baço. Os efeitos a longo prazo incluem convulsões, retardo mental, paralisia cerebral, surdez e cegueira. Muitas crianças infectadas não terão problemas ao nascimento.Quando a mãe é infectada entre 10 e 24 semanas de gestação, o risco de seqüelas importantes para o recém-nascido é de 5-6 por cento. Quando a mãe é infectada em um período mais tardio da gestação, a chance de o bebê apresentar seqüelas é muito pequena.Sabendo-se que a infecção da gestante é recente, há muitas formas de verificar se o feto foi afetado. O líquido que envolve o feto ou o sangue fetal podem ser examinados para determinar a presença da infecção. Entretanto, se o feto estiver infectado, estes exames não demonstram a gravidade da doença. Cerca de um-terço dos bebês com toxoplasmose congênita apresentam problemas que podem ser diagnosticados pela ecografia. Após o nascimento, um exame de sangue deve ser realizado pelo bebê.

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A toxoplasmose materna pode ser tratada com sucesso com determinados antibióticos. O diagnóstico precoce e o tratamento diminuem as chance de infecção fetal. Caso o bebê já tenha sido infectado, o tratamento com outras medicações podem tornar a doença menos severa. Entretanto, o tratamento pode não prevenir os efeitos no bebê. O tratamento durante o primeiro ano de vida pode ser muito útil.Bebês com toxoplasmose congênita geralmente não apresentam nenhuma alteração ao nascimento. Ainda assim, estudos a longo prazo mostram que mais de 90 por cento desenvolvem problemas de cegueira, surdez, e retardo de desenvolvimento. Estes sintomas podem surgir meses ou anos após o nascimento. Por esta razão, crianças com toxoplasmose congênita devem ser tratadas durante o primeiro ano de vida e periodicamente examinadas.