toq 34 henriquenuno portugues

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Rua das Marrecas, 15 Centro CEP 20031-120. Rio de Janeiro RJ. Telefax: (21) 2544-3752/2544-9202 Prova de auditor-fiscal da Sefaz/RJ -2011- FGV Texto para as questões 1 a 10 Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica 1. No Brasil, embora exista desde 1988 o 2. permissivo constitucional para responsabilização penal 3. das pessoas jurídicas em casos de crimes ambientais 4. (artigo 225, paragrafo 3o), é certo que a adoção, na 5. prática dessa possibilidade vem se dando de forma 6. bastante tímida, muito em razão das inúmeras 7. deficiências de técnica legislativa encontradas na Lei 8. nº 9.605, de 1998, que a tornam quase que inaplicável 9. neste âmbito. 10. A partir de uma perspectiva que tem como 11. ponto de partida os debates travados no âmbito 12. doutrinário nacional, insuflados pelos também 13. acalorados debates em plano internacional sobre o 14. tema e pela crescente aceitação da possibilidade da 15. responsabilização penal da pessoa jurídica em 16. legislações de países de importância central na 17. atividade econômica globalizada, é possível vislumbrar 18. que, em breve, discussões sobre a ampliação legal do 19. rol das possibilidades desse tipo de responsabilização 20. penal ganhem cada vez mais espaço no Brasil. 21. É certo que a mudança do enfoque sobre o 22. tema, no âmbito das empresas – principalmente, as 23. transnacionais –, decorrerá também de ajustamentos 24. de postura administrativa decorrentes da adoção de 25. critérios de responsabilização penal da pessoa jurídica 26. em seus países de origem. Tais mudanças, 27. inevitavelmente, terão que abranger as práticas 28. administrativas de suas congêneres espalhadas pelo 29. mundo, a fim de evitar respingos de responsabilização

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Rua das Marrecas, 15 – Centro – CEP 20031-120. Rio de Janeiro – RJ. Telefax: (21) 2544-3752/2544-9202

Prova de auditor-fiscal da Sefaz/RJ -2011- FGV

Texto para as questões 1 a 10

Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica

1. No Brasil, embora exista desde 1988 o

2. permissivo constitucional para responsabilização penal

3. das pessoas jurídicas em casos de crimes ambientais

4. (artigo 225, paragrafo 3o), é certo que a adoção, na

5. prática dessa possibilidade vem se dando de forma

6. bastante tímida, muito em razão das inúmeras

7. deficiências de técnica legislativa encontradas na Lei

8. nº 9.605, de 1998, que a tornam quase que inaplicável

9. neste âmbito.

10. A partir de uma perspectiva que tem como

11. ponto de partida os debates travados no âmbito

12. doutrinário nacional, insuflados pelos também

13. acalorados debates em plano internacional sobre o

14. tema e pela crescente aceitação da possibilidade da

15. responsabilização penal da pessoa jurídica em

16. legislações de países de importância central na

17. atividade econômica globalizada, é possível vislumbrar

18. que, em breve, discussões sobre a ampliação legal do

19. rol das possibilidades desse tipo de responsabilização

20. penal ganhem cada vez mais espaço no Brasil.

21. É certo que a mudança do enfoque sobre o

22. tema, no âmbito das empresas – principalmente, as

23. transnacionais –, decorrerá também de ajustamentos

24. de postura administrativa decorrentes da adoção de

25. critérios de responsabilização penal da pessoa jurídica

26. em seus países de origem. Tais mudanças,

27. inevitavelmente, terão que abranger as práticas

28. administrativas de suas congêneres espalhadas pelo

29. mundo, a fim de evitar respingos de responsabilização

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30. em sua matriz.

31. Na Espanha, por exemplo, a recentíssima

32. reforma do Código Penal – que atende diretivas da

33. União Europeia sobre o tema – trouxe, no artigo 31 bis,

34. não só a possibilidade de responsabilização penal da

35. pessoa jurídica (por delitos que sejam cometidos no

36. exercício de suas atividades sociais, ou por conta,

37. nome, ou em proveito delas), mas também estabelece

38. regras de como essa responsabilização será aferida nos

39. casos concretos (ela será aplicável [...], em função da

40. inoperância de controles empresariais, sobre atividades

41. desempenhadas pelas pessoas físicas que as dirigem ou

42. que agem em seu nome). A vigência na nova norma

43. penal já trouxe efeitos práticos no cotidiano acadêmico

44. e empresarial, pois abundam, naquele país, ciclos de

45. debates acerca dos instrumentos de controle da

46. administração empresarial, promovidos por empresas

47. que pretendem implementar, o quanto antes, práticas

48. administrativas voltadas a prevenção de qualquer tipo

49. de responsabilidade penal.

50. Dessa realidade legal e da tendência politico-criminal

51. que dela se pode inferir, ganham importância,

52. no espectro de preocupação não só das empresas

53. estrangeiras situadas no Brasil, mas também das

54. próprias empresas nacionais, as práticas de criminal

55. compliance.

56. Tem-se, grosso modo, por compliance a

57. submissão ou a obediência a diversas obrigações

58. impostas as empresas privadas, por meio da

59. implementação de políticas e procedimentos gerenciais

60. adequados, com a finalidade de detectar e gerir os

61. riscos da atividade da empresa.

62. Na atualidade, o direito penal tem assumido

63. uma função muito próxima do direito administrativo,

64. isto é, vêm-se incriminando, cada vez mais, os

65. descumprimentos das normas regulatórias estatais,

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66. como forma de reforçar a necessidade de prevenção de

67. riscos a bens juridicamente tutelados. Muitas vezes, o

68. mero descumprimento doloso dessas normas e

69. diretivas administrativas estatais pode conduzir à

70. responsabilização penal de funcionários ou dirigentes

71. da empresa, ou mesmo à própria responsabilização da

72. pessoa jurídica, quando houver previsão legal para

73. tanto.

74. Assim sendo, criminal compliance pode ser

75. compreendido como prática sistemática de controles

76. internos com vistas a dar cumprimento às normas e

77. deveres ínsitos a cada atividade econômica,

78. objetivando prevenir possibilidades de

79. responsabilização penal decorrente da prática dos atos

80. normais de gestão empresarial.

81. No Brasil, por exemplo, existem regras de

82. criminal compliance previstas na Lei dos Crimes de

83. Lavagem de Dinheiro – Lei nº 9.613, de 3 de marco de

84. 1998 – que sujeitam as pessoas físicas e jurídicas que

85. tenham como atividade principal ou acessória a

86. captação, intermediação e aplicação de recursos

87. financeiros, compra e venda de moeda estrangeira ou

88. ouro ou títulos ou valores mobiliários, à obrigação de

89. comunicar aos órgãos oficiais sobre as operações tidas

90. como “suspeitas”, sob pena de serem responsabilizadas

91. penal e administrativamente.

92. Porém, sofrendo o Brasil os influxos de

93. modelos legislativos estrangeiros, assim como estando

94. as matrizes das empresas transnacionais que aqui

95. operam sujeitas as normas de seus países de origem,

96. não tardará para que as práticas que envolvem o

97. criminal compliance sejam estendidas a diversos outros

98. segmentos da economia. Trata-se, portanto, de um

99. assunto de relevante interesse para as empresas

100. nacionais e estrangeiras que atuam no Brasil, bem

101. como para os profissionais especializados na área

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102. criminal, que atuarão cada vez mais veementemente na

103. prevenção dos riscos da empresa. (...)

(Leandro Sarcedo e Jonathan Ariel Raicher. Valor Econômico. 29/03/2011. Com adaptações)

01. Com base na leitura do texto, analise as afirmativas a seguir.

I. Nas empresas transnacionais, políticas de criminal compliance devem ser pensadas em

adequação às diferentes legislações que podem ser adotadas nos diversos países em

que atuam.

II. Para evitar que bens juridicamente tutelados sejam atingidos, o direito penal vem se

aproximando cada vez mais do direito administrativo.

III. No tocante ao modelo de criminal compliance adotado hoje no Brasil, percebe-se a nítida

influência da reforma do Código Penal espanhol.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(B) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(C) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(D) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(E) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

02. É correto afirmar que o 6º § do texto, quanto à sua tipologia e à sua função discursiva em

relação ao texto como um todo, mantém maior aproximação com o

(A) 5º §.

(B) 7º §.

(C) 8º §.

(D) 4º §.

(E) 2º §.

03. Assinale a alternativa em que se tenha indicado INCORRETAMENTE a relação entre

vocábulo e o termo a que ele se refere.

(A) seus (l. 26) – das empresas.

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(B) a (l. 8) – Lei nº 9.605.

(C) dela (l. 51) – da tendência político-criminal.

(D) sua (l. 30) – das empresas.

(E) delas (l. 37) – das atividades sociais.

04. Por ínsitos (l. 77), NÃO se pode entender

(A) inerentes.

(B) peculiares.

(C) típicos.

(D) adventícios.

(E) característicos.

05. A palavra sujeitas (l. 95) exerce, no texto, função sintática de

(A) complemento nominal.

(B) objeto direto.

(C) predicativo do objeto.

(D) predicativo do sujeito.

(E) adjunto adverbial de modo.

06. Assinale a palavra que, no texto, NÃO tenha valor adverbial:

(A) mais (l. 20).

(B) bastante (l. 6).

(C) penal (l. 91).

(D) só (l. 52).

(E) antes (l. 47).

07. “Porém, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros, assim como

estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam sujeitas às normas de

seus países de origem, não tardará para que as práticas que envolvem o criminal

compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da economia” (l. 92-98)

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Assinale a alternativa em que a alteração desse período tenha mantido adequação quanto ao

seu sentido original e correção quanto à pontuação.

(A) Sofrendo o Brasil, no entanto, os influxos de modelos legislativos estrangeiros –

assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam

sujeitas às normas de seus países de origem –, não tardará para que as práticas que

envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da

economia.

(B) Entretanto, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros, –

assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam

sujeitas às normas de seus países de origem – não tardará para que as práticas que

envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da

economia.

(C) Sofrendo, contudo, o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros –

assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam

sujeitas às normas de seus países de origem – não tardará para que as práticas que

envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da

economia.

(D) Todavia, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros, –

assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam

sujeitas às normas de seus países de origem –, não tardará para que as práticas que

envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da

economia.

(E) Contudo, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros –

assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam

sujeitas às normas de seus países de origem, não tardará para que as práticas que

envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da

economia.

08. “Trata-se, portanto, de um assunto de relevante interesse para as empresas nacionais e

estrangeiras que atuam no Brasil, bem como para os profissionais especializados na área

criminal, que atuarão cada vez mais veementemente na prevenção dos riscos da

empresa” (l. 98-103)

No período destacado, o se classifica-se como

(A) pronome reflexivo.

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(B) partícula apassivadora.

(C) parte integrante do verbo.

(D) pronome oblíquo.

(E) indeterminador do sujeito.

09. “No Brasil, por exemplo, existem regras de criminal compliance...”(l. 81-82)

Assinale a alternativa em que a alteração do trecho acima tenha provocado

INADEQUAÇÃO quanto à norma culta. Não leve em conta a alteração de sentido.

(A) No Brasil, por exemplo, haverá regras de criminal compliance...

(B) No Brasil, por exemplo, deve haver regras de criminal compliance...

(C) No Brasil, por exemplo, há de existir regras de criminal compliance...

(D) No Brasil, por exemplo, devem existir regras de criminal compliance...

(E) No Brasil, por exemplo, poderão existir regras de criminal compliance...

10. Assinale o termo que, no texto, desempenhe função sintática idêntica à de à obrigação (l.

88).

(A) às normas (l. 95).

(B) de ajustamentos (l. 23).

(C) a diversas obrigações (l. 57).

(D) da adoção (l. 24).

(E) dessa possibilidade (l. 5).

11. Assinale a alternativa em que o elemento in- tenha valor idêntico ao de insuflados (l. 12).

(A) influxos (l. 92).

(B) intermediação (l. 86).

(C) inaplicável (l. 8).

(D) inúmeras (l. 6).

(E) inferir (l. 51).

12. “Na Espanha, por exemplo, a recentíssima reforma do Código Penal – que atende diretivas

da União Europeia sobre o tema – trouxe, no artigo 31 bis, não só a possibilidade de

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responsabilização penal da pessoa jurídica (por delitos que sejam cometidos no exercício

de suas atividades sociais, ou por conta, nome, ou em proveito delas), mas também

estabelece regras de como essa responsabilização será aferida nos casos concretos (ela

será aplicável [...], em função da inoperância de controles empresariais, sobre atividades

desempenhadas pelas pessoas físicas que as dirigem ou que agem em seu nome).” (l. 31-

42).

A respeito desse período, analise as afirmativas a seguir.

I. Há uma oração coordenada sindética aditiva e uma oração coordenada sindética

alternativa.

II. Há três orações na voz passiva, mas somente uma com agente da passiva explícito.

III. Há quatro orações subordinadas adjetivas desenvolvidas e uma oração subordinada

adjetiva reduzida.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

13. “É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito das empresas –

principalmente, as transnacionais –, decorrerá também de ajustamentos de postura

administrativa decorrentes da adoção de critérios de responsabilização penal da pessoa

jurídica em seus países de origem. Tais mudanças, inevitavelmente, terão que abranger

as práticas administrativas de suas congêneres espalhadas pelo mundo, a fim de evitar

respingos de responsabilização em sua matriz.” (l. 21-30).

No trecho acima, as ocorrências da palavra QUE classificam-se, respectivamente, como

(A) pronome relativo e preposição.

(B) conjunção integrante e preposição.

(C) conjunção integrante e conjunção integrante.

(D) pronome relativo e conjunção integrante.

(E) preposição e pronome relativo.

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Texto para as questões 14 a 16

(Rodrigo Zoom. <http://www.flickr.com/photos/rodrigozoom>.)

14. A respeito da interpretação do quadrinho, analise as afirmativas a seguir:

I. Associando texto e imagem, é correto afirmar que o uso da ironia é a chave para o

entendimento do quadrinho.

II. Na fala do homem, o humor reside em um trocadilho com relação à fala da mulher.

III. Não há elementos textuais que indiquem ser possível afirmar com certeza se o homem

entendeu ou não a mensagem da mulher.

Assinale

(A) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

(D) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

15. A respeito do quadrinho, analise as afirmativas a seguir:

I. Ao passar parte da fala do homem para o discurso indireto, ficaria correta a frase “O

homem pediu à mulher que trouxesse um copo de água bem gelada para ele”.

II. Na fala da mulher, ficaria correto substituir devia por deveria.

III. Há marcas linguísticas na fala do homem que caracterizam o registro coloquial.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(C) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(E) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

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16. Assinale a alternativa em que a alteração da fala do homem do quadrinho NÃO tenha sido

feita com adequação à norma culta. Não leve em conta possível alteração de sentido.

(A) Quando tu voltares, traz um copo de água bem gelada para mim!

(B) Quando vós voltardes, trazei um copo de água bem gelada para mim!

(C) Quando tu voltares, não tragas um copo de água bem gelada para mim!

(D) Quando vós voltardes, não tragais um copo de água bem gelada para mim!

(E) Quando vós voltardes, não trazeis um copo de água bem gelada para mim!

Texto para as questões 17 a 20

Último Desejo

1. Nosso amor que eu não esqueço

2. E que teve o seu começo

3. Numa festa de São João

4. Morre hoje sem foguete

5. Sem retrato e sem bilhete

6. Sem luar, sem violão

7. Perto de você me calo

8. Tudo penso e nada falo

9. Tenho medo de chorar

10. Nunca mais quero o seu beijo

11. Mas meu último desejo

12. Você não pode negar

13. Se alguma pessoa amiga pedir

14. Que você lhe diga

15. Se você me quer ou não

16. Diga que você me adora

17. Que você lamenta e chora

18. A nossa separação

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19. Às pessoas que eu detesto

20. Diga sempre que eu não presto

21. Que meu lar é o botequim

22. Que eu arruinei sua vida

23. Que eu não mereço a comida

24. Que você pagou pra mim

(Noel Rosa)

17. Assinale a alternativa em que a alteração do verso da canção tenha sido feito com

adequação à norma culta. Não leve em conta possível alteração de sentido.

(A) Nosso amor que eu não esqueço (v. 1) / Nosso amor deque eu não esqueço

(B) Que você lhe diga (v. 14) / Que você lhe encontre

(C) Diga que você me adora (v. 16) / Diga que você adora-me

(D) Às pessoas que eu detesto (v. 19) / Às pessoas que não gosto

(E) Que você pagou pra mim (v. 24) / Por que você optou para mim

18. A respeito da composição de Noel Rosa, analise as afirmativas a seguir:

I. É possível inferir pela leitura da composição que se trata do último desejo da vida de

um dos amantes.

II. Não é possível identificar textualmente se a voz que fala na composição é masculina

ou feminina.

III. O último desejo é constituído por dois pedidos.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

(C) se nenhuma afirmativa estiver correta.

(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.

(E) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

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19.

Diga que você me adora

Que você lamenta e chora

A nossa separação

Às pessoas que eu detesto

Diga sempre que eu não presto

(v. 16-20)

Nesse trecho há quantas ocorrências, respectivamente, de pronomes e conjunções?

(A) Sete e cinco.

(B) Cinco e cinco.

(C) Seis e cinco.

(D) Sete e quatro.

(E) Seis e quatro.

20. Que você pagou pra mim (v. 24).

Assinale a alternativa em que a alteração do verso acima tenha sido feita de acordo com a

norma culta. Não leve em conta possível alteração de sentido.

(A) Que Vossa Excelência pagou pra mim.

(B) Que vós pagaste pra mim.

(C) Que Vossa Senhoria pagastes pra mim.

(D) Que tu pagastes pra mim.

(E) Que tu pagáreis pra mim.

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Respostas comentadas

01. Resposta: D

Estão corretos os itens I e II.

Item I: correto – “Nas empresas transnacionais, políticas de criminal compliance

devem ser pensadas em adequação às diferentes legislações que podem ser adotadas nos

diversos países em que atuam.”

De acordo com o texto, políticas de criminal compliance devem adequar-se às diferentes

legislações que podem ser adotadas nos diversos países em que atuam: “terão que abranger

as práticas administrativas de suas congêneres espalhadas pelo mundo, a fim de evitar

respingos de responsabilização em sua matriz”.

Item II: correto – “Para evitar que bens juridicamente tutelados sejam atingidos, o

direito penal vem se aproximando cada vez mais do direito administrativo”.

Segundo o texto, o direito penal vem se aproximando cada vez mais do direito administrativo

para que se evite que bens juridicamente tutelados sejam atingidos: ”Na atualidade, o direito penal

tem assumido uma função muito próxima do direito administrativo, isto é, vêm-se incriminando,

cada vez mais, os descumprimentos das normas regulatórias estatais, como forma de reforçar a

necessidade de prevenção de riscos a bens juridicamente tutelados” (grifos do autor).

Item III: errado – No tocante ao modelo de criminal compliance adotado hoje no

Brasil, percebe-se a nítida influência da reforma do Código Penal espanhol.

Diferentemente do que se afirma neste item, o modelo de criminal compliance adotado hoje no

Brasil não pode ter recebido nítida influência da reforma do Código Penal espanhol, visto que no Brasil

existem “regras de criminal compliance previstas na Lei dos Crimes de Lavagem de Dinheiro – Lei nº

9.613, de 3 de março de 1988 –, anteriores à reforma do Código Penal espanhol” (grifos do autor).

02. Resposta: C

(C) Item certo – “O sexto parágrafo do texto, quanto à sua tipologia e à sua função

discursiva em relação ao texto como um todo, mantém maior aproximação com o

oitavo parágrafo”.

No sexto parágrafo, o autor declara que existe “a submissão ou a obediência a diversas

obrigações impostas às empresas privadas, por meio da implementação de políticas e

procedimentos gerenciais adequados, com a finalidade de detectar e gerir os riscos da

atividade da empresa”. A expressão “Assim sendo”, que inicia o oitavo parágrafo, dá

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continuidade ao sexto, concluindo a ideia do que é compliance: “Assim sendo, criminal

compliance pode ser compreendido como prática sistemática de controles internos com vistas a

dar cumprimento às normas e deveres ínsitos a cada atividade econômica, objetivando

prevenir possibilidades de responsabilização penal decorrente da prática dos atos normais de

gestão empresarial”.

03. Resposta: C

(A) Item certo – seus – das empresas.

Substituição: “(...) no âmbito das empresas (...) decorrerá também de ajustamentos de

postura administrativa decorrentes da adoção de critérios de responsabilização penal da

pessoa jurídica em seus países de origem” = (...) no âmbito das empresas (...) decorrerá

também de ajustamentos de postura administrativa decorrentes da adoção de critérios de

responsabilização penal da pessoa jurídica nos países das empresas de origem.”

(B) Item certo – a – Lei nº 9.605.

Substituição: “(...) muito em razão das inúmeras deficiências de técnica legislativa

encontradas na Lei nº 9.605, de 1998, que a tornam quase que inaplicável neste âmbito” =

(...) muito em razão das inúmeras deficiências de técnica legislativa encontradas na Lei nº

9.605, de 1998, que tornam a Lei nº 9.605 quase que inaplicável neste âmbito.

(C) Item errado – “A alternativa em que se tenha indicado INCORRETAMENTE a

relação entre vocábulo e o termo a que ele se refere é”: dela – da tendência político-

criminal.

O termo “dela” não retoma “tendência político-criminal”, mas, sim, “realidade legal”.

Observemos a substituição: “Dessa realidade legal e da tendência político-criminal que dela se

pode inferir” = Dessa realidade legal e da tendência político-criminal que se pode inferir dessa

realidade legal.

(D) Item certo – sua – das empresas.

Substituição: “É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito das empresas –

principalmente, as transnacionais –, decorrerá também de ajustamentos de postura

administrativa decorrentes da adoção de critérios de responsabilização penal da pessoa

jurídica em seus países de origem. Tais mudanças, inevitavelmente, terão que abranger as

práticas administrativas de suas congêneres espalhadas pelo mundo, a fim de evitar respingos

de responsabilização em sua matriz.” = (...) a fim de evitar respingos de responsabilização na

matriz das empresas.

(E) Item certo – delas – das atividades sociais.

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Substituição: “(...) trouxe, no artigo 31 bis, não só a possibilidade de responsabilização

penal da pessoa jurídica (por delitos que sejam cometidos no exercício de suas atividades

sociais, ou por conta, nome, ou em proveito delas) (...)” = trouxe, no artigo 31 bis, não só a

possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica (por delitos que sejam cometidos

no exercício de suas atividades sociais, ou por conta, nome, ou em proveito das atividades

sociais).

04. Resposta: D

(D) Item certo – “Por ínsitos (l. 77), NÃO se pode entender adventícios.”

Dentre os vários sinônimos de “ínsitos”, destacamos: “inerentes”, “peculiares”, “típicos”,

característicos”. Observemos que o adjetivo “adventícios”, cujo significado, de acordo com o

Dicionário eletrônico Houaiss, é “que ocorre inesperadamente”, “casual”, “imprevisto”, não se

aproxima semanticamente de “ínsitos”.

05. Resposta: D

(D) Item certo – “A palavra „sujeitas‟ exerce, no texto, função sintática de

predicativo do sujeito.”

Trecho em que se encontra o adjetivo “sujeitas”: “as matrizes das empresas transnacionais

que aqui operam sujeitas às normas de seus países de origem”.

Em “que aqui operam sujeitas às normas de seus países de origem”, temos um predicado

verbo-nominal, pois possui dois núcleos (“operam” {verbo intransitivo}, que expressa uma

ação praticada pelo sujeito “que”, cujo referente é “as matrizes das empresas transnacionais”,

e “sujeitas” {predicativo do sujeito}, que indica um atributo do sujeito. Observemos que

podemos desdobrar o predicado verbo-nominal em dois predicados – um verbal e um nominal:

Predicado verbal: que aqui operam (= as matrizes das empresas transnacionais aqui

operam); sujeito: que (= as matrizes das empresas transnacionais); núcleo do predicado:

operam; adjunto adverbial de lugar: aqui.

Predicado nominal: que (= as matrizes das empresas transnacionais) estão sujeitas

às normas de seus países de origem; sujeito: que (= as matrizes das empresas

transnacionais); verbo de ligação: está; núcleo do predicativo do sujeito: sujeitas;

complemento nominal: às normas de seus países de origem.

Predicativo1

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Predicativo – é o núcleo do predicado nomi­nal. É termo que indica um atributo (uma

qualidade, estado ou uma característica) ao sujeito ou ao objeto. Pode ser representado por

adjetivos, locuções adjetivas, substantivos, numerais, pronomes ou orações.

O menino está triste. (Triste – adjetivo = predicativo do sujeito “O menino”.)

Você está com fome. (Com fome – locução adjetiva = predicativo do sujeito “Você”.)

Consideram-me o chefe. (Chefe – substantivo = predicativo do objeto direto “me”.)

Vocês são dois. (Dois – numeral = predicativo do sujeito “Vocês”.)

A vida é isso. (Isso – pronome = predicativo do sujeito “A vida”.)

Meu desejo é que sejas feliz. (Que sejas feliz – oração = predicativo do sujeito “Meu

desejo”.)

Predicativo do sujeito – refere-se ao su­jeito (Se o verbo for de ligação ou

in­transitivo.)

Ela parece feliz. (Feliz = predicativo do sujeito; parece = verbo de ligação.)

Ela andava pelas ruas preocupada. (Preo­cupada = predicativo do sujeito; andava

=verbo intransitivo.)

Predicativo do objeto – refere-se ao ob­jeto (se o verbo for transitivo.)

Todos o consideravam inteligente (Inteli­gente = predicativo do objeto; considera­vam =

verbo transitivo direto.)

Tipos de predicado

Predicado verbal – é aquele cujo núcleo é um verbo de caráter significativo.

O professor corrigiu as provas.

João fez uma boa prova.

Predicado nominal – é aquele cujo núcleo é um nome (substantivo, adjetivo ou

pro­nome), ligado ao sujeito por um verbo de ligação. O núcleo do predicado chama-se

predicativo do sujeito (termo que dá qua­lidade ou estado ao sujeito).

Predicado verbo-nominal – é aquele constituído de dois núcleos: um verbo

significativo e um nome (predicativo).

O mar rugia agitado.

rugia: verbo significativo

agitado: nome (predicativo)

rugia agitado: predicado verbo-nominal

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06. Resposta: A

(A) Item certo – “A palavra que, no texto, NÃO tem valor adverbial é „mais‟”.

Na oração “discussões sobre a ampliação legal do rol das possibilidades desse tipo de

responsabilização penal ganhem cada vez mais espaço no Brasil”, o termo “mais”, como se

refere ao substantivo “espaço”, é pronome adjetivo indefinido.

Observação: algumas palavras podem ser pronomes indefinidos ou advérbios. Serão

pronomes indefinidos caso se refiram a substantivos e advérbios de intensidade quando se

referem a verbos ou adjetivos. Eis algumas dessas pala­vras: mais, menos, muito, pouco,

bastante, tanto, quanto etc. Como advérbios, as pala­vras são invariáveis.2

Pronome

Comprei muitos livros, poucas revistas, bastantes canetas.

Faça mais deveres e menos brincadeiras.

Quantos dias passamos juntos!

Tanto trabalho para nada.

Advérbio

Trabalho muito ou pouco.

Durma menos e trabalhe bastante.

Estude mais.

Você é muito inteligente.

Saiba quanto custou o livro.

Não brinque tanto.

(B) Item certo – bastante.

O vocábulo “bastante”, na oração “a adoção, na prática, dessa possibilidade vem se

dando de forma bastante tímida”, é um advérbio, pois modifica o sentido do adjetivo “tímida”.

(C) Item certo – penal.

Na oração “sob pena de serem responsabilizadas penal e administrativamente”, a palavra

“penal”, equivalente a “penalmente”, assim como “administrativamente”, é advérbio, uma vez

que modifica o verbo.

(D) Item certo – só.

Vejamos o trecho em que se insere o vocábulo “só”: Dessa realidade legal e da tendência

político-criminal que dela se pode inferir, ganham importância, no espectro de preocupação

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não só das empresas estrangeiras situadas no Brasil, mas também das próprias empresas

nacionais, as práticas de criminal compliance.

O termo “só”, no texto”, faz parte da locução conjuntiva aditiva “não só... mas também”.

Mas a questão pede que analisemos unicamente o termo “só”, que, para alguns estudiosos, é

palavra denotativa de exclusão; para outros, advérbio. Vejamos o que diz o dicionário

eletrônico Houaiss:

“6. advérbio

apenas, somente, unicamente

Ex.: da vida só quer saúde”

Observação: na análise morfológica, devemos prestar atenção ao que se pede.

Exemplos:

Você saiu de noite. (A expressão “de noite” é locução adverbial; os termos que fazem

parte dessa locução são, respectivamente, preposição e substantivo.)

Gosto da vida da noite. (A expressão “da noite” é locução adjetiva; os termos que fazem

parte dessa locução são, respectivamente, preposição e substantivo.)

(E) Item certo – antes.

Na oração “que pretendem implementar, o quanto antes, práticas administrativas”, o

termo “antes” é um advérbio porque modifica o sentido do verbo “implementar”.

07. Resposta: A

Basicamente, o sentido de todas as frases é o mesmo: os conectivos “Porém” (trecho

original), “no entanto” (alternativa A), “Entretanto” (alternativa B), “contudo” (alternativa

C), “Todavia” (alternativa D) e “Contudo” (alternativa E) são adversativos.

(A) Item certo – A alteração do período que manteve a adequação quanto ao seu

sentido original e correção quanto à pontuação é: “Sofrendo o Brasil, no entanto, os

influxos de modelos legislativos estrangeiros – assim como estando as matrizes das

empresas transnacionais que aqui operam sujeitas às normas de seus países de

origem –, não tardará para que as práticas que envolvem o criminal compliance

sejam estendidas a diversos outros segmentos da economia”.

Quanto à pontuação, as alterações não provocaram erro, como veremos a seguir. O

conectivo “no entanto” está deslocado, por isso fica obrigatoriamente entre vírgulas. Em

relação ao trecho “assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui

operam sujeitas às normas de seus países de origem”, que no texto original está entre

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vírgulas, agora ficou entre travessões, o que é correto; a vírgula depois do segundo

travessão é obrigatória, pois a oração principal – “não tardará (...)” está posposta à

principal.

Observemos que depois de “origem”, a vírgula possui duas funções – fazer dupla com a

que antecede o “assim”, demarcando a oração “assim como estando as matrizes das

empresas transnacionais que aqui operam sujeitas às normas de seus países de origem” e

separando as orações adverbiais antecipadas em relação à principal. Quando isso acontece

– o fato de a vírgula possuir duas funções –, a vírgula deverá vir imediatamente depois do

segundo travessão. O mesmo acontece quando as vírgulas são substituídas por

parênteses:

“Sofrendo o Brasil, no entanto, os influxos de modelos legislativos estrangeiros (assim

como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam sujeitas às

normas de seus países de origem), não tardará para que as práticas que envolvem o

criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da economia.”

(B) Item errado – “Entretanto, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos

estrangeiros, – assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui

operam sujeitas às normas de seus países de origem – não tardará para que as

práticas que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros

segmentos da economia.”

Como dissemos na alternativa anterior, a vírgula deveria vir depois do segundo travessão,

e não depois do primeiro. A propósito, a vírgula depois de “Entretanto”, correta, é

facultativa.

(C) Item errado – “Sofrendo, contudo, o Brasil os influxos de modelos legislativos

estrangeiros – assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui

operam sujeitas às normas de seus países de origem – não tardará para que as

práticas que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros

segmentos da economia.”

Faltou uma vírgula depois do segundo travessão.

(D) Item errado – “Todavia, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos

estrangeiros, – assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui

operam sujeitas às normas de seus países de origem –, não tardará para que as

práticas que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros

segmentos da economia.”

O correto é suprimir a vírgula antes do primeiro travessão.

(E) Item errado – “Contudo, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos

estrangeiros – assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui

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operam sujeitas às normas de seus países de origem, não tardará para que as práticas

que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros segmentos da

economia.”

Ou se coloca um travessão e uma vírgula depois de “origem”, como foi feito na alternativa

A, ou se troca o travessão, que está antes de “assim”, por vírgula, fazendo dupla com a

vírgula que vem depois de “origem”.

08. Resposta: E

(E) Item certo – Em “Trata-se...”, o “se” classifica-se como indeterminador do

sujeito.

Como o verbo “tratar” está empregado como transitivo indireto, o “se” é índice de

indeterminação do sujeito.

Índice de indeterminação do sujeito3

É usado com verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos, verbos transitivos diretos

preposicionados e verbos de ligação. Serve para indeterminar o sujeito. Neste caso, o verbo

fica sempre na 3ª pessoa do singular.

Necessita-se de livros. {Verbo transitivo indireto} (Quem necessita? Resposta: Não

sabemos – sujeito indeterminado.)

Estuda-se aqui {Verbo intransitivo} (Quem estuda? – Resposta: Não sabemos – sujeito

indeterminado.)

É-se feliz aqui. (Quem é feliz? – Resposta: Não sabemos – sujeito indeterminado.)

Bebeu-se do vinho. (Quem bebeu do vinho? – Resposta: Não sabemos – sujeito

indeterminado.)

Observação: veja que não é possível passar esses verbos para a voz passiva analítica.

Resumo: índice de indeterminação do sujeito: VTI + SE, ou VI + SE, ou V ligação + SE.

09. Resposta: C

(A) Item certo – “No Brasil, por exemplo, haverá regras de criminal compliance.”

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Justificativa: empregado com o sentido de “existir”, o verbo “haver” é impessoal (não tem

sujeito) e não se flexiona (fica sempre na terceira pessoa do singular).

(B) Item certo – “No Brasil, por exemplo, deve haver regras de criminal

compliance.”

Justificativa: nas formas compostas, o verbo “haver” transmite a sua impessoalidade ao

verbo auxiliar.

(C) Item errado – No Brasil, por exemplo, há de existir regras de criminal

compliance.

Justificativa: a alteração do trecho que provocou INADEQUAÇÃO quanto à norma culta.

Como o verbo “haver”, equivalente a “ter”, é auxiliar de “existir”, deve flexionar-se,

concordando com o sujeito “regras de criminal compliance”. Correção:

No Brasil, por exemplo, hão (= têm) de existir regras de criminal compliance.

(D) Item certo – “No Brasil, por exemplo, devem existir regras de criminal

compliance.”

Justificativa: Ao contrário de “haver”, o verbo “existir” é pessoal e se flexiona,

concordando com o sujeito (sujeito: “regras de criminal compliance”).

(E) Item certo – “No Brasil, por exemplo, poderão existir regras de criminal

compliance.”

Justificativa: sujeito: “regras de criminal compliance.”

10. Resposta: B

No enunciado, o termo “à obrigação” funciona como objeto indireto.

Análise: na oração “que sujeitam as pessoas físicas e jurídicas (...) à obrigação (...)”, o

verbo “sujeitar” é transitivo direto e indireto (quem sujeita, sujeita alguém {= as pessoas

físicas e jurídicas > objeto direto} a algo {= à obrigação > objeto indireto}).

(A) Item errado – às normas.

Na oração “que aqui operam sujeitas às normas”, o termo “às normas” é complemento

nominal, pois completa o sentido do adjetivo “sujeitas”.

(B) Item certo – O termo que, no texto, desempenha função sintática idêntica à de “à

obrigação” – objeto indireto – é “de ajustamentos”.

Em “a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito das empresas (...) decorrerá também

de ajustamentos”, o verbo “decorrer” é transitivo indireto (decorrerá de quê? Resposta: de

ajustamentos = objeto indireto).

(C) Item errado – a diversas obrigações.

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Na oração “Tem-se, grosso modo, por compliance a submissão ou a obediência a diversas

obrigações”, o termo “a diversas obrigações” é complemento nominal, em virtude de

completar o sentido dos substantivos abstratos “submissão” e “obediência”. Observemos que a

expressão “a diversas obrigações” é paciente, isto é, corresponde ao sujeito da voz passiva (a

submissão ou a obediência a diversas obrigações = diversas obrigações são submetidas ou

obedecidas).

(D) Item errado – da adoção.

Em “decorrerá também de ajustamentos de postura administrativa decorrentes da

adoção”, “da adoção” é complemento nominal, visto que completa o sentido do adjetivo

“decorrentes”.

(E) Item errado – dessa possibilidade.

Na oração “a adoção, na prática, dessa possibilidade vem se dando de forma bastante

tímida”, o termo “dessa possibilidade” é complemento nominal do substantivo abstrato

“adoção”. Notemos que a expressão “dessa possibilidade” é paciente, isto é, corresponde ao

sujeito da voz passiva (a adoção dessa possibilidade = essa possibilidade é adotada).

11. Resposta: A

(A) Item certo – A alternativa em que o elemento “in-” tem valor idêntico ao de

“insuflados” é “influxos”.

Em “insuflados” e “influxos”, o prefixo “in” indica “movimento para dentro”.

(B) Item errado – intermediação.

Em “intermediação”, o prefixo “in-” indica “reciprocidade”.

(C) Item errado – inaplicável.

O prefixo “in-”, inaplicável, exprime “negação”.

(D) Item errado – inúmeras.

No vocábulo “inúmeras”, o prefixo “in-” expressa “negação”.

(E) Item errado – inferir.

Na palavra “inferir”, o prefixo “in” indica “posição inferior”. Notemos que o prefixo não dá

ideia de movimento.

12. Resposta: E

Todas as afirmativas estão corretas.

Para efeito didático, vamos numerar as orações.

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(1) “Na Espanha, por exemplo, a recentíssima reforma do Código Penal trouxe, no artigo

31 bis, não só a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica” – oração

coordenada assindética aditiva em relação à (2).

(2) “mas também estabelece regras” – oração coordenada sindética em relação à (1).

(3) “que atende diretivas da União Europeia sobre o tema” – oração subordinada adjetiva

explicativa. A oração explica o sentido do termo “Código Penal”.

(4) “(por delitos) que sejam cometidos no exercício de suas atividades sociais, ou por conta,

nome, ou em proveito dela” – oração subordinada adjetiva restritiva. A oração restringe o

sentido do termo “delitos”.

(5) “de como essa responsabilização será aferida nos casos concretos” – oração

substantiva completiva nominal. Notemos que a oração poderia ser substituída por

“disso”, e completa o sentido do vocábulo “regras”, presente na oração (2).

(6) “ela será aplicável [...], em função da inoperância de controles empresariais, sobre

atividades” – oração intercalada.

(7) “desempenhadas pelas pessoas físicas” – oração subordinada adjetiva restritiva,

reduzida de particípio. A oração restringe o significado do substantivo “atividades”,

presente na (6).

(8) “que as dirigem” – oração subordinada adjetiva restritiva. A oração restringe o

significado do substantivo “atividades”, presente na (6).

(9) “ou que agem em seu nome” – oração coordenada alternativa em relação em relação à

(8), e subordinada adjetiva restritiva. A oração restringe o significado do substantivo

“atividades”, presente na (6).

Item I: correto – “Há uma oração coordenada sindética aditiva e uma oração

coordenada sindética alternativa.”

Justificativa: a oração “mas também estabelece regras” é coordenada sindética aditiva

em relação à (1); a oração “ou que agem em seu nome” – oração coordenada alternativa em

relação em relação à anterior – a (8).

Item II: correto – “Há três orações na voz passiva, mas somente uma com agente da

passiva explícito.”

Justificativa: orações na voz passiva sem sujeito explícito: “de como essa

responsabilização será aferida nos casos concretos” – voz passiva analítica (verbo “ser” {será}

+ particípio {aferida}); / “que sejam cometidos no exercício de suas atividades sociais, ou por

conta, nome, ou em proveito delas” – voz passiva analítica (verbo “ser” {sejam} + particípio

{cometidos}).

Oração na voz passiva com sujeito explícito: “desempenhadas pelas pessoas físicas”–

voz passiva analítica (verbo “ser” subentendido + particípio {desempenhadas}). Aqui, ao

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contrário do que se observa nas orações anteriormente analisadas, o agente da passiva

está explícito: pelas pessoas físicas.

Item III: correto – “Há quatro orações subordinadas adjetivas desenvolvidas e uma

oração subordinada adjetiva reduzida.”

Justificativa: Orações adjetivas desenvolvidas (o verbo está no modo indicativo): (3) “que

atende diretivas da União Europeia sobre o tema”, (4) “que sejam cometidos no exercício de

suas atividades sociais, ou por conta, nome, ou em proveito dela”, (8) “que as dirigem”, (9) “que

agem em seu nome”.

Orações adjetivas desenvolvidas (o verbo está no particípio): (7) “desempenhadas pelas

pessoas físicas”.

13. Resposta: B

(B) Item certo – As ocorrências da palavra “que” classificam-se, respectivamente,

como “conjunção integrante e preposição”.

Em “É certo que a mudança do enfoque sobre o tema...”, o vocábulo “que” é conjunção

integrante, uma vez que inicia uma oração substantiva. A conjunção será integrante

quando “que” + oração = isso (É certo que a mudança do enfoque sobre o tema... = É

certo isso).

Na oração “Tais mudanças, inevitavelmente, terão que abranger as práticas

administrativas...”, o vocábulo “que”, equivalente a “de”, é preposição (terão que

abranger = terão de abranger). Geralmente, a preposição “que” vem no meio de locuções

verbais formadas pelos verbos “ter” e “haver” + infinitivo. Exemplos: Tenho que (= de)

estudar. / Há pouco que (= para) estudar.

14. Resposta: B

Estão corretos os itens II e III.

Item I: errado – “Associando texto e imagem, é correto afirmar que o uso da ironia é a

chave para o entendimento do quadrinho.”

A expressão facial do homem não nos permite inferir que haja ironia.

Item II: correto – “Na fala do homem, o humor reside em um trocadilho com relação à

fala da mulher.”

A graça reside no trocadilho com vocábulo “sedentário”, que o homem associou à “sede”.

Item III: correto – “Não há elementos textuais que indiquem ser possível afirmar com

certeza se o homem entendeu ou não a mensagem da mulher.”

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15. Resposta: C

Todas as afirmativas estão corretas.

Item I: correto – “Ao passar parte da fala do homem para o discurso indireto, ficaria

correta a frase „O homem pediu à mulher que trouxesse um copo de água bem gelada para

ele‟”.

Está correta a transposição da fala do homem para o discurso indireto. Observemos que

no enunciado se afirma sobre “passar parte da fala do homem para o discurso indireto”, e não

de modo integral.

Item II: correto – “Na fala da mulher, ficaria correto substituir devia por deveria.”

Para exprimir nossa desejo, mas de maneira cortês, costuma-se usar indiferentemente “devia”

(pretérito imperfeito) ou “deveria” (futuro do pretérito).

Item III: correto – “Há marcas linguísticas na fala do homem que caracterizam o

registro coloquial.”

“Registro coloquial”, de acordo com o dicionário eletrônico Houaiss,é “variante da língua

falada usada em situações informais ou de pouca formalidade”. A expressão “Tá bom” é uma

marca coloquial.

16. Resposta: E

Conjugação dos verbos envolvidos nesta questão:

Futuro do subjuntivo de “voltar”: eu voltar, tu voltares, ele voltar, nós voltarmos, vós voltardes,

eles voltarem.

Imperativo afirmativo de “trazer”: traze (tu), traz (tu), traga (você), trazei (vós), tragam

(vocês).

Imperativo negativo de “trazer”: não tragas (tu), não traga (você), não tragamos (nós),

não tragais (vós), não tragam (você).

(A) Item certo – “Quando tu voltares, traz um copo de água bem gelada para

mim!”

A segunda pessoa do singular do futuro do subjuntivo é “voltares”; a do imperativo

afirmativo é “traz” ou “traze”.

(B) Item certo – “Quando vós voltardes, trazei um copo de água bem gelada para

mim!”

A segunda pessoa do plural do futuro do subjuntivo é “voltardes”; a do imperativo

afirmativo, “trazei”.

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(C) Item certo – “Quando tu voltares, não tragas um copo de água bem gelada

para mim!”

A segunda pessoa do singular do futuro do subjuntivo é “voltares”; a do imperativo

negativo é “tragas”.

(D) Item certo – “Quando vós voltardes, não tragais um copo de água bem gelada

para mim!”

A segunda pessoa do plural do futuro do subjuntivo é “voltardes”; a do imperativo

negativo é “tragais”.

(D) Item errado – “A alternativa em que a alteração da fala do homem do

quadrinho NÃO tenha sido feita com adequação à norma culta é: “Quando vós

voltardes, não trazeis um copo de água bem gelada para mim!”

A forma verbal “voltardes” está correta; o erro está no emprego do imperativo negativo.

Correção: “Quando vós voltardes, não tragais um copo de água bem gelada para mim!”

17. Resposta: E

A questão pede apenas que observemos se os versos alterados obedecem à norma culta,

portanto não temos necessidade de analisar os versos originais.

(A) Item errado – “Nosso amor de que eu não esqueço.”

Correção: “Nosso amor de que eu não me esqueço.” Ou: “Nosso amor que eu não

esqueço.”

Justificativa: o verbo “esquecer” é transitivo direto (quem esquece, esquece algo); quando

pronominal, o verbo é transitivo indireto, com preposição “de” (quem se esquece, esquece-se

de algo).

(B) Item errado – “Que você lhe encontre.”

Correção: “Que você o encontre.”

Justificativa: o verbo “encontrar” é transitivo direto (quem encontra, encontra algo ou

alguém), portanto o objeto direto é “o”, e não “lhe”.

(C) Item errado – “Diga que você adora-me.”

Correção: “Diga que você me adora.”

Justificativa: o vocábulo “que”, conjunção subordinativa integrante, é fator de próclise, por

isso o pronome terá de vir antes do verbo.

(D) Item errado – “Às pessoas que não gosto.”

Correção: “Às pessoas de quem (ou das quais) não gosto.”

Justificativa: o verbo “gostar”, transitivo indireto, exige a preposição “de” (quem gosta,

gosta de alguém).

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(E) Item certo – “A alternativa em que a alteração do verso da canção tenha sido

feito com adequação à norma culta é: Por que você optou para mim.”

O verso “Por que você optou para mim”, substituindo “Que você pagou pra mim”,

completaria corretamente o sentido do verso anterior: “Que eu não mereço a comida/ Que

você optou para mim.” Observemos que “optar” pede preposição “por”, e o pronome relativo

“que” retoma “a comida”. Ordem direta: “Você optou por que (ou pela qual) para mim”. =

Você optou “por que”, e não “para mim”.

18. Resposta: B

Estão corretos os itens II e III.

Item I: errado – “É possível inferir pela leitura da composição que se trata do último

desejo da vida de um dos amantes.”

Pela leitura do poema, não podemos inferir que se trata do último desejo da vida de um

dos amantes. Aliás, analisando os versos “Às pessoas que eu detesto / Diga sempre que eu

não presto / Que meu lar é o botequim”, poderíamos inferir que o eu-lírico continuará vivo. Na

verdade, o que se percebe é que se trata do último desejo do emissor em relação à amada.

Item II: correto – “Não é possível identificar textualmente se a voz que fala na

composição é masculina ou feminina.”

No poema, não há pistas que nos levem a identificar se a voz que fala na composição é

masculina ou feminina.

Item III: correto – “O último desejo é constituído por dois pedidos.”

Um dos amantes pede que a pessoa amada fale sobre ele de duas maneiras: a primeira,

em forma de elogio ao amante (“Se alguma pessoa amiga pedir / Que você lhe diga / Se você

me quer ou não / Diga que você me adora / Que você lamenta e chora / A nossa separação”);

a segunda, em forma de crítica ao comportamento do amante (“Às pessoas que eu detesto /

Diga sempre que eu não presto / Que eu arruinei sua vida / Que eu não mereço a comida /

Que você pagou pra mim”).

19. Resposta: D

(D) Item certo – “No trecho em análise há sete pronomes e quatro conjunções.”

Pronomes: Diga que você {1} (pronome de tratamento) me {2} (pronome pessoal oblíquo)

adora / Que você {3} (pronome de tratamento) lamenta e chora / A nossa {4} (pronome

possessivo) separação / Às pessoas que {5} (pronome relativo) eu {6} (pronome pessoal

de caso reto) detesto / Diga sempre que eu {7} (pronome pessoal de caso reto) não presto.

Page 28: Toq 34 HenriqueNuno Portugues

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Conjunções: Diga que {1} (conjunção integrante) você me adora / Que {2} (conjunção

integrante) você lamenta e {3} (conjunção coordenativa aditiva) chora / A nossa

separação / Às pessoas que eu detesto / Diga sempre que {4} (conjunção integrante) eu

não presto.

20. Resposta: A

A questão pede que se analise somente a alteração feita em relação ao pronome e sua

concordância, portanto o termo “pra”, coloquial, está fora de análise.

(A) Item certo – A alternativa em que a alteração desse verso tenha sido feita de

acordo com a norma culta é: “Que Vossa Excelência pagou pra mim.”

Justificativa: usa-se “Vossa Excelência” quando nos dirigimos diretamente ao interlocutor

(“Sua Excelência” é empregado quando falamos da pessoa.); a forma verbal (“pagou”) fica

obrigatoriamente na terceira pessoa – está no singular porque o pronome também está no singular.

(B) Item errado – “Que vós pagaste pra mim.”

Correção: “Que vós pagastes pra mim.”

(C) Item errado – “Que Vossa Senhoria pagastes pra mim.”

Correção: “Que Vossa Senhoria pagou pra mim.”

(D) Item errado – “Que tu pagastes pra mim.”

Correção: “Que tu pagaste pra mim.”

(E) Item errado – “Que tu pagáreis pra mim.”

Correção: “Que tu pagarás pra mim.”