portugues fichas

80
1. PA-2008-2P Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo) Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE) Capacidades Expressão Escrita Vais escrever um texto de 25 linhas. Conta uma aventura, real ou imaginária, em que tu e o teu animal de estimação sejam os protagonistas, isto é, as personagens principais. Ao fazeres, na folha de rascunho, o plano do teu texto, não te esqueças de que és o narrador e, ao mesmo tempo, protagonista da história. Não deixes de... a) indicar quando se deu o episódio que vais contar; b) descrever, com algum pormenor, o local onde a aventura decorreu; c) apresentar o teu animal de estimação como a outra personagem principal: como é, o que habitualmente faz, que relação há entre ti e ele...; d) contar o que aconteceu, o que cada um fez e com que intenção; como acabou a aventura; e) organizar a descrição dos diferentes acontecimentos que constituem a «aventura», de maneira a obter uma sequência narrativa bem construída, com princípio, meio e fim. Antes de começares a escrever, toma atenção às seguintes instruções: escreve o texto que te foi pedido; faz um rascunho do teu texto, a lápis, na folha própria; preenche um mínimo de 20 linhas; dá um título ao texto; revê com cuidado o que escreveste no rascunho e corrige o que achares que deve ser corrigido; copia o texto para a folha da prova, em letra bem legível, a tinta azul ou preta; se, por acaso, te enganares, risca e escreve de novo. Não uses corrector. 1.1 (título) ________________________________________

Upload: alexia1977

Post on 10-Jul-2015

487 views

Category:

Education


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: Portugues   fichas

1. PA-2008-2P

Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Expressão Escrita

Vais escrever um texto de 25 linhas.

 

Conta uma aventura, real ou imaginária, em que tu e o teu animal de estimação sejam osprotagonistas, isto é, as personagens principais.

Ao fazeres, na folha de rascunho, o plano do teu texto, não te esqueças de que és o narrador e, aomesmo tempo, protagonista da história. Não deixes de...

a) indicar quando se deu o episódio que vais contar;

b) descrever, com algum pormenor, o local onde a aventura decorreu;

c) apresentar o teu animal de estimação como a outra personagem principal: como é, o quehabitualmente faz, que relação há entre ti e ele...;

d) contar o que aconteceu, o que cada um fez e com que intenção; como acabou a aventura;

e) organizar a descrição dos diferentes acontecimentos que constituem a «aventura», de maneira aobter uma sequência narrativa bem construída, com princípio, meio e fim.

 

Antes de começares a escrever, toma atenção às seguintes instruções:

 

escreve o texto que te foi pedido;faz um rascunho do teu texto, a lápis, na folha própria;preenche um mínimo de 20 linhas;dá um título ao texto;revê com cuidado o que escreveste no rascunho e corrige o que achares que deve ser corrigido;copia o texto para a folha da prova, em letra bem legível, a tinta azul ou preta;se, por acaso, te enganares, risca e escreve de novo. Não uses corrector.

  

1.1

(título) ________________________________________

Page 2: Portugues   fichas

2. PA-2008-1P-9-10

Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Leitura

O texto C é um excerto de um livro que narra vários episódios da vida de uma família que tinhaum cão chamado Kurika.

 

Lê o texto. Consulta as entradas do dicionário para compreenderes o

significado de palavras ou expressões que te sejam menos familiares.

 

 

 

TEXTO C

 

    O cão sabia o sentido, o seu sentido. E nunca se perdia.

    Ou por outra. Houve uma vez. Há sempre uma vez. Ainda hoje não é claro o que aconteceu.

    Tínhamos ido à praia no fim do Inverno. Eu fui pescar, o resto da família foi dar uma volta pelasredondezas. O cão ficou comigo, mas já se sabe que ele desprezava a pesca. Deve ter ido à casa quealugamos no Verão e não encontrou ninguém. Procurou no local das barracas e não viu barracas nemfamília.

    A G.N.R. disse depois que quem o levou o tinha encontrado na estrada, de um lado para o outro, aladrar, desorientado. Talvez estivesse, mas não perdido. Deve ter sido para ele um cenário depesadelo: a casa fechada, a ausência das barracas no sítio onde normalmente elas estão. Como é quequeriam que o cão ficasse? Poder-se-á perguntar por que não voltou para junto de mim. Além de nãogostar de pesca é possível que, nesse dia, ele tivesse, por momentos, perdido o sentido. Ou a

tramontana1, chame-se-lhe o que se quiser. Admito que sim. Quem o levou sabia de cães, como veioa confirmar-se. E das duas uma: ou ficou impressionado com a atarantação de um épagneul-breton

L.O.P.2 (via-se à vista desarmada a alta linhagem do cão) julgando que tinha sido abandonado ou,

partindo embora desse pressuposto3, meteu-o dentro do carro para ver o que a coisa dava. Pelo simpelo não avisou a G.N.R.

    O certo é que o pânico se instalou em toda a família, a começar por mim, confesso, quando já

depois de a noite cair não se vislumbrava4 rasto do cão. Procurou-se por toda a parte, fomos a váriascasas onde em diferentes Verões tínhamos estado, corremos os restaurantes, perguntámos aosamigos. Algumas pessoas tinham-no visto na praia. Outras perto da Cabana do Pescador, orestaurante que fica junto à praia. Mas acharam normal. Pensaram: Fulanos estão cá.

    A G.N.R. foi extraordinariamente diligente. Em pouco mais de uma hora já sabia onde estava o cão.

Page 3: Portugues   fichas

A rapidez foi facilitada pelo facto de quem levou o cão ter comunicado ao posto mais próximo que tinha«encontrado perdido» um cão com aquelas características.

    Dois dias depois o cão estava de volta. Veio amuado, não ligava a ninguém.

    - O cão está zangado, não fala connosco, comentou um dos meus filhos.

    Era verdade. Durante uns dias o cão não falou. Digo bem: não falou. A fala é muito complicada. Estáantes da palavra, como a poesia. E aquele cão falava. Falava com os seus vários modos de silêncio,falava com os olhos, falava, até, com o rabo, falava com o andar, com as inclinações de cabeça, com olevantar ou baixar as orelhas. Daquela vez calou-se por completo. Não falou com nenhum dos seussinais. Nem sequer com o seu silêncio.

 

Manuel Alegre, Cão Como Nós, Lisboa,

Publicações Dom Quixote, 2002 (adaptado)

 

 

1 perder a tramontana Perder o rumo ou o tino, DESNORTEAR-SE.

2 L.O.P. Sigla de Livro de Origens Português, onde se faz o registo genealógico para a identificaçãodos animais de raça pura existentes em Portugal.

3 pressuposto n.m. Aquilo que se pressupõe, SUPOSIÇÃO.

4 vislumbrar (conjug. -ar, p.p. vislumbrado) v. Ver de forma pouco clara, a custo, ENTREVER,LOBRIGAR

 

2.1

O relato dos acontecimentos deixa-nos perceber os sentimentos do dono e da família para com o cão.

Transcreve do texto a frase que melhor traduz o estado de espírito de todos os membros da famíliaquando o cão desapareceu.

2.2

Que comportamento adoptou o cão, nos dias seguintes ao episódio relatado, para

mostrar que estava «zangado»?

Transcreve do último parágrafo do texto quatro das frases que descrevem esse

comportamento.

 

1 ________________________________________________________________

Page 4: Portugues   fichas

 

2 ________________________________________________________________

 

3 ________________________________________________________________

 

4 ________________________________________________________________

Page 5: Portugues   fichas

3. PA-2008-1P-8

Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Leitura

O texto C é um excerto de um livro que narra vários episódios da vida de uma família que tinhaum cão chamado Kurika.

 

Lê o texto. Consulta as entradas do dicionário para compreenderes o

significado de palavras ou expressões que te sejam menos familiares.

 

 

TEXTO C

 

    O cão sabia o sentido, o seu sentido. E nunca se perdia.

    Ou por outra. Houve uma vez. Há sempre uma vez. Ainda hoje não é claro o que aconteceu.

    Tínhamos ido à praia no fim do Inverno. Eu fui pescar, o resto da família foi dar uma volta pelasredondezas. O cão ficou comigo, mas já se sabe que ele desprezava a pesca. Deve ter ido à casa quealugamos no Verão e não encontrou ninguém. Procurou no local das barracas e não viu barracas nemfamília.

    A G.N.R. disse depois que quem o levou o tinha encontrado na estrada, de um lado para o outro, aladrar, desorientado. Talvez estivesse, mas não perdido. Deve ter sido para ele um cenário depesadelo: a casa fechada, a ausência das barracas no sítio onde normalmente elas estão. Como é quequeriam que o cão ficasse? Poder-se-á perguntar por que não voltou para junto de mim. Além de nãogostar de pesca é possível que, nesse dia, ele tivesse, por momentos, perdido o sentido. Ou a

tramontana1, chame-se-lhe o que se quiser. Admito que sim. Quem o levou sabia de cães, como veioa confirmar-se. E das duas uma: ou ficou impressionado com a atarantação de um épagneul-breton

L.O.P.2 (via-se à vista desarmada a alta linhagem do cão) julgando que tinha sido abandonado ou,

partindo embora desse pressuposto3, meteu-o dentro do carro para ver o que a coisa dava. Pelo simpelo não avisou a G.N.R.

    O certo é que o pânico se instalou em toda a família, a começar por mim, confesso, quando já

depois de a noite cair não se vislumbrava4 rasto do cão. Procurou-se por toda a parte, fomos a váriascasas onde em diferentes Verões tínhamos estado, corremos os restaurantes, perguntámos aosamigos. Algumas pessoas tinham-no visto na praia. Outras perto da Cabana do Pescador, orestaurante que fica junto à praia. Mas acharam normal. Pensaram: Fulanos estão cá.

    A G.N.R. foi extraordinariamente diligente. Em pouco mais de uma hora já sabia onde estava o cão.A rapidez foi facilitada pelo facto de quem levou o cão ter comunicado ao posto mais próximo que tinha«encontrado perdido» um cão com aquelas características.

Page 6: Portugues   fichas

    Dois dias depois o cão estava de volta. Veio amuado, não ligava a ninguém.

    - O cão está zangado, não fala connosco, comentou um dos meus filhos.

    Era verdade. Durante uns dias o cão não falou. Digo bem: não falou. A fala é muito complicada. Estáantes da palavra, como a poesia. E aquele cão falava. Falava com os seus vários modos de silêncio,falava com os olhos, falava, até, com o rabo, falava com o andar, com as inclinações de cabeça, com olevantar ou baixar as orelhas. Daquela vez calou-se por completo. Não falou com nenhum dos seussinais. Nem sequer com o seu silêncio.

 

Manuel Alegre, Cão Como Nós, Lisboa,

Publicações Dom Quixote, 2002 (adaptado)

 

 

1 perder a tramontana Perder o rumo ou o tino, DESNORTEAR-SE.

2 L.O.P. Sigla de Livro de Origens Português, onde se faz o registo genealógico para a identificaçãodos animais de raça pura existentes em Portugal.

3 pressuposto n.m. Aquilo que se pressupõe, SUPOSIÇÃO.

4 vislumbrar (conjug. -ar, p.p. vislumbrado) v. Ver de forma pouco clara, a custo, ENTREVER,LOBRIGAR

 

3.1

A G.N.R. disse depois que quem levou o cão o tinha encontrado na estrada, a andar de um lado para ooutro, a ladrar, desorientado.

Assinala com X as duas razões apresentadas pelo narrador para explicar a desorientação do cão.

 

 

  A casa de Verão fechada

 

  O trânsito na estrada

 

  As barracas desmontadas

 

  O mar bravo

 

Page 7: Portugues   fichas

  O restaurante vazio                 

Page 8: Portugues   fichas

4. PA-2008-1P-5

Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Leitura

O texto B, retirado de uma página da internet, foi escrito por alguém que se

preocupa com o que acontece aos animais abandonados.

Lê o texto.

 

TEXTO B

 

 

No Cantinho dos Animais Abandonados

de Viseu entram, em média, cerca de trinta

cães por mês, dos quais muitos são dados

para adopção, ao ritmo de duzentos e

cinquenta por ano. Há actualmente no

Cantinho quase quinhentos cães e

sessenta gatos, todos meiguinhos,

calmíssimos e muito felizes.

As férias são o primeiro motivo para

abandono de animais, o que, nesta região,

poderia facilmente ser evitado, uma vez

que o Cantinho se dispõe a aceitar todos

os animais cujos donos queiram ir de

férias.

O segundo motivo é o facto de, quando

a dona de um cão ou de um gato fica

grávida, ela ser influenciada por avisos

Page 9: Portugues   fichas

pouco esclarecidos e sem fundamento, por

parte de terceiras pessoas, sobre a

possibilidade de o seu animal lhe transmitir

 

 

 

doenças que afectem o bebé. Na realidade,

basta ter os animais desparasitados

e vacinados para o evitar.

O terceiro motivo de abandono resulta

de alguns caçadores se utilizarem dos

cães na época da caça e, depois, os

abandonarem, para não terem de os levar

para os apartamentos onde vivem.

A vaidade é outro motivo de abandono.

Muitas pessoas, assim que podem

comprar um cão de raça, desfazem-se do

pobre rafeiro que as acompanhou até

então, para se poderem exibir junto de

amigos e de conhecidos, esquecendo,

porém, que o rafeiro é um cão muito

sensível e inteligente e que, por isso, sofre

muito ao ser abandonado.

 

 

 

http://www.alexandraguerra.com/cantinho/

(adaptado) 

 

Page 10: Portugues   fichas

Três das quatro afirmações seguintes representam factos e só uma refere a opinião

de quem escreveu o texto.

Assinala com X a afirmação que refere uma opinião.

4.1 Os gatos, no Cantinho dos Animais Abandonados, estão em minoria.

4.2 O Cantinho tem capacidade para várias centenas de animais.

4.3 Os animais recolhidos no Cantinho parecem ser calmos e meigos.

4.4 O Cantinho deu, este ano, duzentos e cinquenta animais para adopção.

Page 11: Portugues   fichas

5. PA-2008-1P-4Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Leitura

O texto B, retirado de uma página da internet, foi escrito por alguém que se

preocupa com o que acontece aos animais abandonados.

Lê o texto.

 

TEXTO B

 

 

No Cantinho dos Animais Abandonados

de Viseu entram, em média, cerca de trinta

cães por mês, dos quais muitos são dados

para adopção, ao ritmo de duzentos e

cinquenta por ano. Há actualmente no

Cantinho quase quinhentos cães e

sessenta gatos, todos meiguinhos,

calmíssimos e muito felizes.

As férias são o primeiro motivo para

Page 12: Portugues   fichas

abandono de animais, o que, nesta região,

poderia facilmente ser evitado, uma vez

que o Cantinho se dispõe a aceitar todos

os animais cujos donos queiram ir de

férias.

O segundo motivo é o facto de, quando

a dona de um cão ou de um gato fica

grávida, ela ser influenciada por avisos

pouco esclarecidos e sem fundamento, por

parte de terceiras pessoas, sobre a

possibilidade de o seu animal lhe transmitir

 

 

 

doenças que afectem o bebé. Na realidade,

basta ter os animais desparasitados

e vacinados para o evitar.

O terceiro motivo de abandono resulta

de alguns caçadores se utilizarem dos

Page 13: Portugues   fichas

cães na época da caça e, depois, os

abandonarem, para não terem de os levar

para os apartamentos onde vivem.

A vaidade é outro motivo de abandono.

Muitas pessoas, assim que podem

comprar um cão de raça, desfazem-se do

pobre rafeiro que as acompanhou até

então, para se poderem exibir junto de

amigos e de conhecidos, esquecendo,

porém, que o rafeiro é um cão muito

sensível e inteligente e que, por isso, sofre

muito ao ser abandonado.

 

 

 

http://www.alexandraguerra.com/cantinho/

(adaptado) 

5.1

De acordo com o que é dito no texto, classifica cada uma das afirmaçõesseguintes como verdadeira (V) ou falsa (F), escrevendo V ou F junto de cada

Page 14: Portugues   fichas

uma delas.

 

 O Cantinho dos Animais Abandonados é uma associação situada emLisboa.

 

 Há animais para adopção no Cantinho dos Animais Abandonados.

 

 Os animais recolhidos nesta instituição estão calmos, mas infelizes.

 

 As férias são um dos principais motivos para o abandono dos animais.

 

 Se os donos de um animal têm de se ausentar podem deixá-lo no Cantinho.

 

 Os cães vacinados e desparasitados são um perigo para a saúde dos bebés.

 

 Após a época de caça, alguns cães são deixados ao abandono porcaçadores.

 

 Os cães rafeiros reagem bem quando são abandonados.

 

Page 15: Portugues   fichas

6. PA-2008-1P-20Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Conhecimento Explícito da Língua

Lê as frases seguintes:

  

A. O nosso cão era um cão caprichoso.

B. Este cão era um cão muito especial.

C. Parecia diferente dos outros cães.

D. Ele foi um cão igual a nós.

6.1

Escolhe as palavras ou expressões que, nas frases A, B, C e D, correspondemàs funções sintácticas indicadas. Transcreve-as para o respectivo lugar doquadro.

Segue o exemplo.

 

  Sujeito Predicado

Frase exemplo               Kurika           

era um épagneul-breton puro.            

Frase A     Frase B     Frase C     Frase D    

Page 16: Portugues   fichas

7. PA-2008-1P-2Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Leitura

O texto A é um anúncio publicado num jornal diário por um criador de cães.

Lê o texto.

TEXTO A

 

Vendo cachorro épagneul-breton puro, nascido a 07MAR07, branco ecastanho. Linha francesa. Excelente para caça ou companhia. Entregue comvacinas e desparasitações actualizadas.

Contactar Canil Municipal de Évora.

7.1

Completa o quadro com os dados relativos ao cachorro fornecidos pelo textodo anúncio.

Segue o exemplo.

 

Data do nascimento

Page 17: Portugues   fichas

(por extenso)

                                                                       Raça   Linhagem   francesa Coresdo pêlo   

Duas funções para que  

está bem preparado 

 

Page 18: Portugues   fichas

8. PA-2008-1P-19Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Conhecimento Explícito da Língua8.1

Observa a frase: Kurika era altivo e fiel e desobediente e caprichoso e livre.

 

Reescreve essa frase, substituindo três vezes o «e» pelo sinal de pontuaçãoadequado.

Page 19: Portugues   fichas

9. PA-2008-1P-17-18Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Conhecimento Explícito da Língua

De acordo com o sentido do episódio do Kurika, escolhe o elemento adequadopara ligares, por coordenação, as frases simples da coluna A com as da colunaB e construíres frases complexas.

Segue o exemplo.

 

9.1                        porém       ou       portanto     mas        nem             

  A       B  

Eu fui pescar      e      o cão ficou comigo

O cão estava só atarantado

 ..........

tinha mesmo perdido o sentido? 

O cão não estava na praia 

 ..........

estava em qualquer dos restaurantes. 

Dois dias depois, o cão estava de volta

 ..........

vinha amuado.

Page 20: Portugues   fichas

 9.2

                          que         se       porque     quando        como             

  A       B  

O cão foi à casa de Verão

  onde   

não encontrou ninguém.

Ainda não tínhamos encontrado o cão 

 ..........

a noite caiu. 

O cão afastou-se de mim 

 ..........

detestava a pesca. 

O automobilista julgou 

 ..........

o cão tinha sido abandonado.         

Page 21: Portugues   fichas

10. PA-2008-1P-16Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Conhecimento Explícito da Língua

Lê os vários significados da palavra cenário, tal como aparecem numdicionário.

 

Cenário n.m.

1. Conjunto de elementos com que o artista desenha a representaçãofigurada do lugar onde se passa a acção e que compõem uma cena teatral,de filme ou de outro espaço de representação.

2. Local onde decorre ou pode decorrer um facto ou uma actividade.

3. O que se avista de um determinado ponto, PAISAGEM,PANORAMA.

4. Conjunto de aspectos que caracterizam uma situação, CENA.

10.1

Nas frases abaixo, a palavra cenário é usada com significados diferentes.Escolhe o mais adequado a cada frase e escreve o seu número no espaçocorrespondente.

Segue o exemplo.

 

........ Deve ter sido para ele um cenário de pesadelo.

Page 22: Portugues   fichas

 

...1... Os cenários dos filmes de Harry Potter foram desenhados por umaequipa de artistas, liderada por Stuart Craig.

 

........ Do alto da Serra da Estrela, avista-se um belíssimo cenário.

 

........ A Ilha de S. Miguel, nos Açores, foi cenário da telenovela «Ilha dosAmores».

Page 23: Portugues   fichas

11. PA-2008-1P-15Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Conhecimento Explícito da Língua11.1

Repara na frase:

 

Os cães rafeiros são mais sensíveis e inteligentes do que os cães de raça.

 

Reescreve a frase, transformando-a de modo a estabeleceres uma comparaçãode igualdade.

Page 24: Portugues   fichas

12. PA-2008-1P-13Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Conhecimento Explícito da Língua

Em Português, o processo de derivação de palavras é predominantementerealizado por sufixação.

Segue o exemplo e escreve, na coluna do meio, o sufixo utilizado para aformação das palavras listadas na coluna da direita.

12.1             sufixo          

cão                     -(z)inho cãozinho

linha   linhagem

município   municipal

criar   criador

França   francês

vacinar   vacinação

nascer   nascimento

Page 25: Portugues   fichas

13. PA-2008-1P-12Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Conhecimento Explícito da Língua

 

 

Vendo cachorro épagneul-breton puro, nascido a07MAR07,branco e castanho. Linha francesa. Excelente para caça oucompanhia. Entregue com vacinas e desparasitaçõesactualizadas.

Contactar Canil Municipal de Évora.

 

No anúncio que leste, a palavra épagneul-breton aparece num tipo de letradiferente, em itálico.

Assinala com X a opção que completa correctamente a frase.

A palavra aparece em itálico para

13.1 não ser confundida com o nome do cachorro.

13.2 chamar a atenção dos leitores do texto.

13.3 impressionar quem gosta de exibir cães de raça.

13.4 indicar que a palavra não é portuguesa.

Page 26: Portugues   fichas

14. PA-2008-1P-7Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Leitura

O texto C é um excerto de um livro que narra vários episódios da vida deuma família que tinha um cão chamado Kurika.

Lê o texto. Consulta as entradas do dicionário para compreenderes o

significado de palavras ou expressões que te sejam menos familiares.

 

 

 

TEXTO C

 

    O cão sabia o sentido, o seu sentido. E nunca se perdia.

    Ou por outra. Houve uma vez. Há sempre uma vez. Ainda hoje não é claroo que aconteceu.

    Tínhamos ido à praia no fim do Inverno. Eu fui pescar, o resto da famíliafoi dar uma volta pelas redondezas. O cão ficou comigo, mas já se sabe queele desprezava a pesca. Deve ter ido à casa que alugamos no Verão e nãoencontrou ninguém. Procurou no local das barracas e não viu barracas nemfamília.

    A G.N.R. disse depois que quem o levou o tinha encontrado na estrada, deum lado para o outro, a ladrar, desorientado. Talvez estivesse, mas não

Page 27: Portugues   fichas

perdido. Deve ter sido para ele um cenário de pesadelo: a casa fechada, aausência das barracas no sítio onde normalmente elas estão. Como é quequeriam que o cão ficasse? Poder-se-á perguntar por que não voltou para juntode mim. Além de não gostar de pesca é possível que, nesse dia, ele tivesse, por

momentos, perdido o sentido. Ou a tramontana1, chame-se-lhe o que se quiser.Admito que sim. Quem o levou sabia de cães, como veio a confirmar-se. E dasduas uma: ou ficou impressionado com a atarantação de um épagneul-breton

L.O.P.2 (via-se à vista desarmada a alta linhagem do cão) julgando que tinha

sido abandonado ou, partindo embora desse pressuposto3, meteu-o dentro docarro para ver o que a coisa dava. Pelo sim pelo não avisou a G.N.R.

    O certo é que o pânico se instalou em toda a família, a começar por mim,

confesso, quando já depois de a noite cair não se vislumbrava4 rasto do cão.Procurou-se por toda a parte, fomos a várias casas onde em diferentes Verõestínhamos estado, corremos os restaurantes, perguntámos aos amigos. Algumaspessoas tinham-no visto na praia. Outras perto da Cabana do Pescador, orestaurante que fica junto à praia. Mas acharam normal. Pensaram: Fulanosestão cá.

    A G.N.R. foi extraordinariamente diligente. Em pouco mais de uma hora jásabia onde estava o cão. A rapidez foi facilitada pelo facto de quem levou ocão ter comunicado ao posto mais próximo que tinha «encontrado perdido»um cão com aquelas características.

    Dois dias depois o cão estava de volta. Veio amuado, não ligava a ninguém.

    - O cão está zangado, não fala connosco, comentou um dos meus filhos.

    Era verdade. Durante uns dias o cão não falou. Digo bem: não falou. A falaé muito complicada. Está antes da palavra, como a poesia. E aquele cãofalava. Falava com os seus vários modos de silêncio, falava com os olhos,falava, até, com o rabo, falava com o andar, com as inclinações de cabeça,com o levantar ou baixar as orelhas. Daquela vez calou-se por completo. Nãofalou com nenhum dos seus sinais. Nem sequer com o seu silêncio.

 

Page 28: Portugues   fichas

Manuel Alegre, Cão Como Nós, Lisboa,

Publicações Dom Quixote, 2002 (adaptado)

 

 

1 perder a tramontana Perder o rumo ou o tino, DESNORTEAR-SE.

2 L.O.P. Sigla de Livro de Origens Português, onde se faz o registogenealógico para a identificação dos animais de raça pura existentes emPortugal.

3 pressuposto n.m. Aquilo que se pressupõe, SUPOSIÇÃO.

4 vislumbrar (conjug. -ar, p.p. vislumbrado) v. Ver de forma pouco clara, acusto, ENTREVER, LOBRIGAR

14.1

Numera as afirmações seguintes, de acordo com a ordem dos acontecimentosnarrados.

Segue o exemplo.

 

A família foi dar um passeio, enquanto o narrador pescava.

     1     

Kurika foi recolhido e levado num carro. 

 

Page 29: Portugues   fichas

O cão voltou amuado, não ligava a ninguém. 

  Viram-no a ladrar, desorientado, na estrada.  

Em pouco tempo a G.N.R. localizou o épagneul-breton. 

 

O automobilista que o levou avisou a G.N.R. 

 

Como Kurika não gostava nada de pesca, afastou-se do dono. 

  Dois dias depois, o cão foi devolvido à família do narrador.  

 

Page 30: Portugues   fichas

15. PA-2007-1P-9Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades LeituraLê o texto com muita atenção. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

5

 

 

 

 

Page 31: Portugues   fichas

10

 

 

 

 

15

 

 

 

 

20

 

 

 

 

25

 

 

 

Page 32: Portugues   fichas

 

30

 

 

 

 

35

 

 

 

 

40

 

 

 

 

45

 

 

Page 33: Portugues   fichas

 

 

50

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A CAIXINHA DE MÚSICA

 

Catarina não gostava da cara que tinha. Achava-se feia, com o seu narizarrebitado,

a boca grande e os olhos muito pequeninos.

Na escola, as crianças não queriam brincar com ela. Preferiam outrascompanhias.

Corriam pelo pátio, muito alegres, fazendo jogos em que Catarina nuncaconseguia

Page 34: Portugues   fichas

entrar.

Quando a campainha tocava, no fim das aulas, pegava na pasta de cabedal

castanho, punha-a às costas e ia sem pressa para casa, colada às paredes, commedo

das sombras, dos gracejos dos rapazes mais crescidos. Com medo de tudo que

pudesse tornar ainda mais triste a sua vida.

«Tens mesmo cara de bolacha.» - dissera-lhe, dias antes, uma rapariga da sua

turma.

Ficou muito magoada com aquelas palavras que lhe acertaram em cheio, comouma

pedrada, em pleno coração.

E lá andava ela com os seus olhos pequeninos e tristes, com os pés para olado, a

ver se descobria alguém que conseguisse gostar dela, nem que fosse só umbocadinho.

No caminho para casa encontrava todos os dias o homem do realejo1.

Era muito velho e estava sempre a sorrir. Trazia, poisado no ombro, umgrande

papagaio de muitas cores que passava o tempo todo a dormitar.

Quase ninguém reparava no velho que tocava cantigas muito antigas, àesquina de

duas ruas sem sol. Era um homem solitário2.

Page 35: Portugues   fichas

Quando fez anos, Catarina levou-lhe uma fatia de bolo de aniversário, comcerejas

cristalizadas e algumas velas em cima. O velho ficou muito comovido,guardou o bolo

dentro de um saco branco e foi-se embora, para ela não ver a sua caraenrugada cheia

de lágrimas.

Um dia, quando saiu da escola, foi procurar o seu amigo. Deixou que ele lhe

agarrasse na mão e ouviu-o dizer numa voz muito sumida:

«Vim hoje aqui com muito sacrifício só para te dizer adeus. Vou partir paramuito

longe, mas gostava de te deixar uma recordação minha». Meteu a mão nobolso do

sobretudo e tirou uma pequena caixa de música.

«Esta caixinha é muito, muito velha. Nem se sabe ao certo a sua idade.Sempre que

a abrires e tiveres um desejo ele há-de realizar-se imediatamente».

Catarina ficou muito contente a olhar para a caixa e quando quis agradecer aoamigo

já não o encontrou.

Catarina levou para casa a caixinha de música e escondeu-a com muitocuidado

para ninguém a descobrir. O desejo não demorou a surgir: queria deixar de serfeia.

Page 36: Portugues   fichas

Pôs-se à frente do espelho, abriu a caixa e pensou no seu desejo com quantaforça

tinha. Da caixinha saía uma música muito bonita. Catarina olhou para oespelho cheia

de receio de que o sonho não se tivesse tornado realidade. Mas não. Ninguémiria

acreditar quando a visse com a sua nova cara, o ar alegre e bem disposto.

A sua vida modificou-se completamente. Passou a ter amigos. Já ninguémfalava da

sua cara, da sua maneira esquisita de andar.

Um dia perdeu a caixinha de música. Ao fim de uns dias, a magia começou a

desaparecer lentamente. A boca alargou, os olhos voltaram a ficar muitopequenos.

Sentiu de novo uma grande tristeza e apeteceu-lhe fugir para muito longe oununca

mais sair de casa.

Ao fim de algum tempo, acabou por se decidir: começou a sair à rua, a ir àescola.

E, com grande surpresa sua, os companheiros de escola, os amigos falavam-lhe

como se nada tivesse acontecido, como se a sua cara não tivesse voltado aoque era

dantes.

Page 37: Portugues   fichas

A tristeza desapareceu e Catarina percebeu que o importante não é a cara queas

pessoas têm mas a forma como são na vida, no mundo, como sabem sersolidárias3

com os outros.

 

José Jorge Letria, Histórias quase Fantásticas,

Cacém, Edições Ró, 1981 (adaptado)

 

 

  1 realejo - instrumento musical mecânico movido a manivela, como o que sepode observar na figura ao lado.

2 solitário, -a, adj. 1 - que está sem companhia, só; 2 - que vive na solidão, quese afasta da convivência com os outros.

3 solidário, -a, adj. 1 - que é capaz de estabelecer com alguém relações deajuda mútua, de entreajuda; 2 - que revela disponibilidade para apoiar,defender ou consolar alguém em circunstâncias de necessidade.

 

 

 

Page 38: Portugues   fichas

 

  

Relê a passagem «Catarina olhou para o espelho cheia de receio de que osonho não se tivesse tornado realidade. Mas não.» (linhas 37-38)

 

Assinala com X a frase que exprime por completo o sentido que se poderetirar do texto.

15.1Mas não gostou do que viu.

15.2Mas não, o seu sonho concretizou-se.

15.3Mas não quis fiar-se em magias.

Page 39: Portugues   fichas

15.4Mas não, tudo continuou como antes.

Page 40: Portugues   fichas

16. PA-2008-1P-14Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Conhecimento Explícito da Língua

Repara na frase:

Há actualmente no Cantinho quase quinhentos cães e sessenta gatos, todosmeiguinhos, calmíssimos e muito felizes.

16.1

A partir da frase, preenche cada espaço do quadro com uma palavrapertencente à classe ou subclasse nele indicada.

 

CLASSES E SUBCLASSES DE PALAVRAS

    Nome    

   próprio

     Nome    

 comum

     Pronome    

    indefinido

     Numeral    

     cardinal  

Page 41: Portugues   fichas

  Adjectivo       Verbo       Advérbio  

 

 

           

Page 42: Portugues   fichas

17. PA-2008-1P-3Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Leitura

O texto A é um anúncio publicado num jornal diário por um criador de cães.

Lê o texto.

 

TEXTO A

 

Vendo cachorro épagneul-breton puro, nascido a 07MAR07, branco ecastanho. Linha francesa. Excelente para caça ou companhia. Entregue comvacinas e desparasitações actualizadas.

Contactar Canil Municipal de Évora.

17.1

Indica os dois cuidados de saúde que o criador afirma já ter prestado ao cão.

Page 43: Portugues   fichas

18. PA-2006-1P-2Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Leitura

Lê o texto com muita atenção.

 

 

1

 

 

 

5

 

 

 

 

10

 

 

Page 44: Portugues   fichas

 

 

15

 

 

 

 

20

 

 

 

 

25

 

 

 

 

30

 

Page 45: Portugues   fichas

 

 

 

35

 

 

 

 

40

 

 

 

 

45

 

 

 

 

50

Page 46: Portugues   fichas

 

A VISITA À MADRINHA

 

Agora, agora mesmo quase à beirinha do sono da noite, dou comigo a colocaruma

cassete especial no vídeo da minha vida e a preparar-me para assistir a certascoisas

que me aconteceram por volta dos meus 5 anos de idade!

(...) Um dia, por alturas da Páscoa desse ano, a nossa mãe olhou para mim epara

as minhas duas irmãs, mais novas do que eu e, apontando apenas para mim,anunciou

em voz solene: «Amanhã vamos todos fazer uma visita à tua Madrinha!»

(...) A minha Madrinha era nossa tia-avó. Pequenina e delicada, não pareciamuito

preparada para viver neste mundo. Digo isto porque andava muitodevagarinho, como

se tivesse medo de pisar o chão e de ele se queixar. E passava por entre osmóveis e

as cadeiras, e de porta em porta, com muita cerimónia, assim como que a pedirlicença

para passar. E o seu cabelo era só caracolinhos muito brancos à roda dacabeça. A

Madrinha morava no Porto, junto da Rua Sá da Bandeira, numa moradia

Page 47: Portugues   fichas

muito bonita.

Quando no dia seguinte lá chegámos, a mãe e o pai, e nós três muito bemarranjadas,

de luvas e chapéu, com os ouvidos cheios de «Não façam isto, não façamaquilo»...

«Portem-se bem»... «Não batam os pés»... «Não mexam em nada»..., jásabíamos que

a Madrinha estava à nossa espera, pois esta visita anual era sempre anunciadacom a

devida antecedência. Tocámos à campainha, alguém veio abrir a porta e pegarnos

nossos casacos e chapéus e luvas, que não vi onde penduraram. À nossafrente, num

vasto chão imaculadamente branco, uma passadeira de veludo vermelhoparecia não

ter fim. Lá muito ao fundo, numa sala cheia de quadros e de esculturas, e demuitos,

muitos livros, estavam a Madrinha e o Padrinho, de braços abertos. OPadrinho, o

nosso tio-avô Alberto Villares, «era um sábio» - dizia sempre o meu pai, «eque até era

um cientista ilustre, tinha um Observatório de Astronomia no telhado da casa,onde

estudava os mistérios do céu, e que do Observatório de Paris estavam semprea pedir

Page 48: Portugues   fichas

a opinião dele»..., e por tudo isto, embora ele fosse sempre muito delicado emuito

simpático para nós, eu tinha imenso medo de dizer os meus costumadosdisparates ao

pé dele.

Ora, neste dia, ele quis saber se eu já sabia ler, e eu, sem querer, disse que sim,

mas a verdade é que ainda não sabia. Então, ele foi buscar um livrinho comdesenhos.

Em cada página havia um lindo e colorido desenho muito grande, que tinhapor baixo,

escrita, o que eu já percebia que era uma palavra. E foi assim: numa página viuma

grande maçã e... apontando com um dedo a palavra que estava debaixo, fingique, a

muito custo, lia a palavra MAÇÃ. Na página a seguir, vi um pato e fingi quelia, a custo,

a palavra que estava por baixo: PATO.

Como a vida me estava a correr bem, fiquei mais calma. Até que apareceuuma

página com um desenho que era mesmo mesmo uma grande mão. Sem hesitarnem

um bocadinho, apontei para a palavra em baixo e, muito lampeira, quasegritei: MÃO!

Foi uma risota. Os meus pais e os padrinhos riam com gosto, e eu semperceber

Page 49: Portugues   fichas

porquê! Até que a minha mãe, devagarinho e docemente, me disse: - «Não,filha, o que

aqui está escrito não é MÃO. O que está escrito é LUVA». Fiquei tãoenvergonhada que

nunca mais me esqueci daquele momento. A seguir, já nem o lanche me soubea nada,

nem o bolo de chocolate, nem os docinhos, nem as torradinhas com manteiga,nem os

rebuçados de tantas cores. E foi nesse momento que resolvi que tinha deaprender a

ler de verdade. Mesmo que ninguém tivesse paciência para me ensinar, haviade

aprender a ler sozinha! E assim foi. Sozinha e às escondidas, aprendi a ler àminha

moda, pouco tempo depois, já nos campos de um Ribatejo com extremas parao

Alentejo, em terras da minha mãe, onde passámos a viver. Só aos 9 anos fuipela

primeira vez para um Colégio, em Lisboa. E nessa altura já eu era tu cá-tu lácom todas

as historinhas que apanhava à mão e com toda a experiência boa que umaNatureza

campestre e sábia tinha posto à minha disposição.

 

Page 50: Portugues   fichas

Maria Alberta Menéres, Contos da Cidade das Pontes, Porto, EditorialÂmbar, 2001

 

Lê a seguinte frase (linhas 4 a 6).

«Um dia, por alturas da Páscoa desse ano, a nossa mãe (...) anunciou em vozsolene...»

 

Assinala com X a opção correcta, de acordo com o sentido do texto.

O tom solene da voz da mãe significava que ela

 

18.1ia dizer uma coisa importante.

18.2estava aborrecida com as filhas.

18.3queria ser imediatamente obedecida.

18.4estava cansada de repetir o mesmo.

Page 51: Portugues   fichas

19. PA-2006-1P-18Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Conhecimento Explícito da Língua19.1

Preenche o quadro, indicando o tipo e a forma das frases.

 

Frase Tipo              

Forma              

Adorei ler este livro!    

Ainda não o leste?    

O livro é muitoengraçado.         

   

Lê-o, por favor!    

Page 52: Portugues   fichas

20. PA-2006-1P-17Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Conhecimento Explícito da Língua20.1

Resolve o crucigrama com as formas verbais que te são pedidas, a partir dosseguintes verbos retirados do texto.

 

1.                            V                              

  2.           E              3.           R                 4.         B            5.             O             

          6.   S              

1 - Verbo contar     - Pretérito Imperfeito do Indicativo, 3.ª pessoa do plural.

2 - Verbo inventar  - Pretérito Perfeito do Indicativo, 2.ª pessoa do singular.

3 - Verbo escrever - Futuro do Indicativo, 1.ª pessoa do singular.

4 - Verbo publicar  - Pretérito Perfeito do Indicativo, 1.ª pessoa do singular.

5 - Verbo viver       - Presente do Indicativo, 1.ª pessoa do plural.

6 - Verbo servir      - Presente do Conjuntivo, 3.ª pessoa do singular.

Page 53: Portugues   fichas

21. PA-2006-1P-16Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Conhecimento Explícito da Língua

Lê o seguinte parágrafo.

 

A escritora conta aos seus leitores momentos da sua vida.

Estes momentos servem frequentemente de inspiração para as

histórias que a escritora escreve e publica. Ela conta aos seus leitores

factos que viveu na sua infância, reinventando esses factos.

 

21.1

Reescreve-o, substituindo por pronomes os grupos de palavras sublinhados, oueliminando-os, quando for possível, evitando repetições inúteis.

Page 54: Portugues   fichas

22. PA-2006-1P-15Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Conhecimento Explícito da Língua

No mesmo livro (De que São Feitos os Sonhos), Maria Alberta Menérescontinua a partilhar connosco recordações da sua infância.

 

Quando, naquele dia de Dezembro, percebi que estava com gripe, fiquei

toda contente! Ia poder ficar muito quietinha a sentir as horas a passar

muito devagar ao longo de todo o dia e ia poder olhar calmamente, da

janela do meu quarto, para o tecto e para as folhas verdes da velha árvore.

 

 

22.1

Classifica as palavras sublinhadas, indicadas na coluna da esquerda,assinalando com X, na coluna correspondente, a classe gramatical a quepertencem.

 

            

Page 55: Portugues   fichas

Nomes  Adjectivos  Verbos  Determinantes  Preposições  Advérbios 

de            

Dezembro               

percebi            

gripe            

a            

as            

devagar            

ia            

meu            

verdes            

velha            

Page 56: Portugues   fichas

23. PA-2006-1P-14Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Conhecimento Explícito da Língua

Maria Alberta Menéres contactou cedo com o mundo da leitura e da escrita eas histórias fizeram sempre parte da sua vida. É ela quem nos conta esse facto.

 

Lê o que está escrito no rectângulo, adaptado da obra De que São Feitos osSonhos.

 

quando era criança de vez em quando dizia para os meus pais amanhã faz

de conta que estou doente quero canja e que me contem histórias todo o

dia

 

23.1

Reescreve o que acabaste de ler, usando correctamente os recursos adequados

(parágrafo, pontuação, letra maiúscula/minúscula).

Page 57: Portugues   fichas

24. PA-2006-1P-12-13Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Leitura

Lê, agora, os textos A e B sobre a autora do texto «A Visita à Madrinha».

 

TEXTO A

 

Maria Alberta MENÉRES

 

    Natural de Vila Nova de Gaia, onde nasceu a 25/8/1930, Maria AlbertaRovisco

Garcia Menéres licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdadede Letras

de Lisboa. Poetisa, escritora e professora, foi ainda funcionária da RTP.Estreou-se na

poesia com o livro Intervalo, publicado em 1952. Colaborou em váriaspublicações de

que salientamos: «Jornal do Fundão», «Diário de Notícias», «Cadernos doMeio-Dia»,

«Távola Redonda». Maria AIberta Menéres é uma das mais destacadas figurasda

literatura infantil portuguesa, à qual tem dedicado muito do seu saber etalento. A sua

Page 58: Portugues   fichas

obra é vasta neste domínio e atravessada por histórias originais, recolhatradicional,

versão de obras clássicas, teatro infantil e poesia para crianças.

 

TEXTO B

 

Obras de Maria Alberta Menéres

 

Literatura Infantil: Conversas com Versos, 1968; Figuras Figuronas, 1969;O Poeta

Faz-se aos Dez Anos, 1973; Lengalenga do Vento, 1976; Hoje Há Palhaços,1976 (com

António Torrado); A Pedra Azul da Imaginação, 1977; Semana Sim, SemanaSim, 1978;

A Água que Bebemos, 1981; O Ouriço Cacheiro Espreitou Três Vezes,1981; Dez Dedos

Dez Segredos, 1985; O Retrato em Escadinha, 1985; Histórias de Tempo VaiTempo

Vem, 1988; À Beira do Lago dos Encantos, 1988; Ulisses, 1989 (adaptação);No

Coração do Trevo, 1992; Uma Palmada na Testa, 1993; Pêra Perinha, 1993;

Page 59: Portugues   fichas

A Gaveta

das Histórias, 1995; Sigam a Borboleta, 1996; O Cão Pastor, 2001.

 

António Garcia Barreto, Dicionário de Literatura Infantil Portuguesa,

Porto, Campo das Letras Editores, 2002 (adaptado)

 

24.1

Preenche o quadro com dados sobre Maria Alberta Menéres, retirando ainformação necessária dos textos que acabaste de ler.

 

Nome completo             ____________________________________

______________________________________  

Naturalidade

____________________________________

Idade

____________________________________

Licenciatura

____________________________________

Page 60: Portugues   fichas

Duas publicações

em que colaborou

____________________________________

 

____________________________________

Duas actividades

profissionais que

desenvolveu

____________________________________

 

____________________________________

Obras publicadas

em 1993

 ______________________________________

 

Page 61: Portugues   fichas

 ______________________________________

24.2

Completa as seguintes frases com uma das alternativas:

 

 

nota autobiográfica / nota biográfica / nota bibliográfica

 

 

O texto A é uma __________________________________, porque relata, naterceira pessoa,

alguns aspectos fundamentais da vida desta autora.

 

O texto B refere as obras destinadas a crianças que a autora publicou.Dizemos, por isso, que

se trata de uma _________________________________.

Page 62: Portugues   fichas

25. PA-2006-1P-11Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Leitura

Lê e observa com atenção o seguinte Roteiro Turístico sobre a zona da cidadedo Porto, onde viviam os padrinhos da menina.

 

Caminhemos até à Praça D. João I. Esta praça, de forma quadrangular, foiconstruída já nos nossos dias. Nela se destacam dois belos edifícios: o PalácioAtlântico e o Teatro Rivoli.

Atravessando a Praça D. João I, temos em frente o Palácio Atlântico, que fazesquina com a Rua Sá da Bandeira. Começando a subir esta rua, encontramos,à direita, o famoso Mercado do Bolhão, o mais típico dos mercadosportuenses. Logo depois, se virarmos à direita para a Rua Fernandes Tomás,chegamos à Rua de Santa Catarina, paralela à Rua Sá da Bandeira e uma dasartérias comerciais mais conhecidas da Cidade Invicta.

 

Page 63: Portugues   fichas

 

25.1

Baseando-te nas informações do texto e observando atentamente o mapa, faz asua legenda. Para responderes à questão, escreve Palácio Atlântico, TeatroRivoli, Mercado do Bolhão, Rua Fernandes Tomás e Rua de Santa Catarina, àfrente da letra (A, B, C, D e E) que corresponde à respectiva localização.

 

Legenda do mapa

 

A - __________________________________________________

 

Page 64: Portugues   fichas

B - __________________________________________________

 

C - __________________________________________________

 

D - __________________________________________________

Page 65: Portugues   fichas

26. PA-2006-1P-10Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Leitura

Lê o texto com muita atenção.

  

 

1

 

 

 

5

 

 

 

 

10

 

 

 

Page 66: Portugues   fichas

 

15

 

 

 

 

20

 

 

 

 

25

 

 

 

 

30

 

 

Page 67: Portugues   fichas

 

 

35

 

 

 

 

40

 

 

 

 

45

 

 

 

 

50

 

Page 68: Portugues   fichas

A VISITA À MADRINHA

 

Agora, agora mesmo quase à beirinha do sono da noite, dou comigo a colocaruma

cassete especial no vídeo da minha vida e a preparar-me para assistir a certascoisas

que me aconteceram por volta dos meus 5 anos de idade!

(...) Um dia, por alturas da Páscoa desse ano, a nossa mãe olhou para mim epara

as minhas duas irmãs, mais novas do que eu e, apontando apenas para mim,anunciou

em voz solene: «Amanhã vamos todos fazer uma visita à tua Madrinha!»

(...) A minha Madrinha era nossa tia-avó. Pequenina e delicada, não pareciamuito

preparada para viver neste mundo. Digo isto porque andava muitodevagarinho, como

se tivesse medo de pisar o chão e de ele se queixar. E passava por entre osmóveis e

as cadeiras, e de porta em porta, com muita cerimónia, assim como que a pedirlicença

para passar. E o seu cabelo era só caracolinhos muito brancos à roda dacabeça. A

Madrinha morava no Porto, junto da Rua Sá da Bandeira, numa moradiamuito bonita.

Page 69: Portugues   fichas

Quando no dia seguinte lá chegámos, a mãe e o pai, e nós três muito bemarranjadas,

de luvas e chapéu, com os ouvidos cheios de «Não façam isto, não façamaquilo»...

«Portem-se bem»... «Não batam os pés»... «Não mexam em nada»..., jásabíamos que

a Madrinha estava à nossa espera, pois esta visita anual era sempre anunciadacom a

devida antecedência. Tocámos à campainha, alguém veio abrir a porta e pegarnos

nossos casacos e chapéus e luvas, que não vi onde penduraram. À nossafrente, num

vasto chão imaculadamente branco, uma passadeira de veludo vermelhoparecia não

ter fim. Lá muito ao fundo, numa sala cheia de quadros e de esculturas, e demuitos,

muitos livros, estavam a Madrinha e o Padrinho, de braços abertos. OPadrinho, o

nosso tio-avô Alberto Villares, «era um sábio» - dizia sempre o meu pai, «eque até era

um cientista ilustre, tinha um Observatório de Astronomia no telhado da casa,onde

estudava os mistérios do céu, e que do Observatório de Paris estavam semprea pedir

a opinião dele»..., e por tudo isto, embora ele fosse sempre muito delicado emuito

Page 70: Portugues   fichas

simpático para nós, eu tinha imenso medo de dizer os meus costumadosdisparates ao

pé dele.

Ora, neste dia, ele quis saber se eu já sabia ler, e eu, sem querer, disse que sim,

mas a verdade é que ainda não sabia. Então, ele foi buscar um livrinho comdesenhos.

Em cada página havia um lindo e colorido desenho muito grande, que tinhapor baixo,

escrita, o que eu já percebia que era uma palavra. E foi assim: numa página viuma

grande maçã e... apontando com um dedo a palavra que estava debaixo, fingique, a

muito custo, lia a palavra MAÇÃ. Na página a seguir, vi um pato e fingi quelia, a custo,

a palavra que estava por baixo: PATO.

Como a vida me estava a correr bem, fiquei mais calma. Até que apareceuuma

página com um desenho que era mesmo mesmo uma grande mão. Sem hesitarnem

um bocadinho, apontei para a palavra em baixo e, muito lampeira, quasegritei: MÃO!

Foi uma risota. Os meus pais e os padrinhos riam com gosto, e eu semperceber

porquê! Até que a minha mãe, devagarinho e docemente, me disse: - «Não,

Page 71: Portugues   fichas

filha, o que

aqui está escrito não é MÃO. O que está escrito é LUVA». Fiquei tãoenvergonhada que

nunca mais me esqueci daquele momento. A seguir, já nem o lanche me soubea nada,

nem o bolo de chocolate, nem os docinhos, nem as torradinhas com manteiga,nem os

rebuçados de tantas cores. E foi nesse momento que resolvi que tinha deaprender a

ler de verdade. Mesmo que ninguém tivesse paciência para me ensinar, haviade

aprender a ler sozinha! E assim foi. Sozinha e às escondidas, aprendi a ler àminha

moda, pouco tempo depois, já nos campos de um Ribatejo com extremas parao

Alentejo, em terras da minha mãe, onde passámos a viver. Só aos 9 anos fuipela

primeira vez para um Colégio, em Lisboa. E nessa altura já eu era tu cá-tu lácom todas

as historinhas que apanhava à mão e com toda a experiência boa que umaNatureza

campestre e sábia tinha posto à minha disposição.

 

Maria Alberta Menéres, Contos da Cidade das Pontes, Porto, EditorialÂmbar, 2001

Page 72: Portugues   fichas

 

Assinala com X a opção correcta, de acordo com o sentido do texto.

Depois do que lhe aconteceu, a menina tomou a decisão de

26.1para a próxima fingir melhor.

26.2nunca mais visitar os padrinhos.

26.3aprender a ler nem que fosse sozinha.

26.4pedir à mãe que a ensinasse a ler.

Page 73: Portugues   fichas

27. PA-2006-1P-1Disciplina Língua Portuguesa (2º Ciclo)Autor Provas de Aferição de Língua Portuguesa (GAVE)Capacidades Leitura

Lê o texto com muita atenção.

 

 

1

 

 

 

5

 

 

 

 

10

 

 

 

Page 74: Portugues   fichas

 

15

 

 

 

 

20

 

 

 

 

25

 

 

 

 

30

 

 

Page 75: Portugues   fichas

 

 

35

 

 

 

 

40

 

 

 

 

45

 

 

 

 

50

 

Page 76: Portugues   fichas

A VISITA À MADRINHA

 

Agora, agora mesmo quase à beirinha do sono da noite, dou comigo a colocaruma

cassete especial no vídeo da minha vida e a preparar-me para assistir a certascoisas

que me aconteceram por volta dos meus 5 anos de idade!

(...) Um dia, por alturas da Páscoa desse ano, a nossa mãe olhou para mim epara

as minhas duas irmãs, mais novas do que eu e, apontando apenas para mim,anunciou

em voz solene: «Amanhã vamos todos fazer uma visita à tua Madrinha!»

(...) A minha Madrinha era nossa tia-avó. Pequenina e delicada, não pareciamuito

preparada para viver neste mundo. Digo isto porque andava muitodevagarinho, como

se tivesse medo de pisar o chão e de ele se queixar. E passava por entre osmóveis e

as cadeiras, e de porta em porta, com muita cerimónia, assim como que a pedirlicença

para passar. E o seu cabelo era só caracolinhos muito brancos à roda dacabeça. A

Madrinha morava no Porto, junto da Rua Sá da Bandeira, numa moradiamuito bonita.

Page 77: Portugues   fichas

Quando no dia seguinte lá chegámos, a mãe e o pai, e nós três muito bemarranjadas,

de luvas e chapéu, com os ouvidos cheios de «Não façam isto, não façamaquilo»...

«Portem-se bem»... «Não batam os pés»... «Não mexam em nada»..., jásabíamos que

a Madrinha estava à nossa espera, pois esta visita anual era sempre anunciadacom a

devida antecedência. Tocámos à campainha, alguém veio abrir a porta e pegarnos

nossos casacos e chapéus e luvas, que não vi onde penduraram. À nossafrente, num

vasto chão imaculadamente branco, uma passadeira de veludo vermelhoparecia não

ter fim. Lá muito ao fundo, numa sala cheia de quadros e de esculturas, e demuitos,

muitos livros, estavam a Madrinha e o Padrinho, de braços abertos. OPadrinho, o

nosso tio-avô Alberto Villares, «era um sábio» - dizia sempre o meu pai, «eque até era

um cientista ilustre, tinha um Observatório de Astronomia no telhado da casa,onde

estudava os mistérios do céu, e que do Observatório de Paris estavam semprea pedir

a opinião dele»..., e por tudo isto, embora ele fosse sempre muito delicado emuito

Page 78: Portugues   fichas

simpático para nós, eu tinha imenso medo de dizer os meus costumadosdisparates ao

pé dele.

Ora, neste dia, ele quis saber se eu já sabia ler, e eu, sem querer, disse que sim,

mas a verdade é que ainda não sabia. Então, ele foi buscar um livrinho comdesenhos.

Em cada página havia um lindo e colorido desenho muito grande, que tinhapor baixo,

escrita, o que eu já percebia que era uma palavra. E foi assim: numa página viuma

grande maçã e... apontando com um dedo a palavra que estava debaixo, fingique, a

muito custo, lia a palavra MAÇÃ. Na página a seguir, vi um pato e fingi quelia, a custo,

a palavra que estava por baixo: PATO.

Como a vida me estava a correr bem, fiquei mais calma. Até que apareceuuma

página com um desenho que era mesmo mesmo uma grande mão. Sem hesitarnem

um bocadinho, apontei para a palavra em baixo e, muito lampeira, quasegritei: MÃO!

Foi uma risota. Os meus pais e os padrinhos riam com gosto, e eu semperceber

porquê! Até que a minha mãe, devagarinho e docemente, me disse: - «Não,

Page 79: Portugues   fichas

filha, o que

aqui está escrito não é MÃO. O que está escrito é LUVA». Fiquei tãoenvergonhada que

nunca mais me esqueci daquele momento. A seguir, já nem o lanche me soubea nada,

nem o bolo de chocolate, nem os docinhos, nem as torradinhas com manteiga,nem os

rebuçados de tantas cores. E foi nesse momento que resolvi que tinha deaprender a

ler de verdade. Mesmo que ninguém tivesse paciência para me ensinar, haviade

aprender a ler sozinha! E assim foi. Sozinha e às escondidas, aprendi a ler àminha

moda, pouco tempo depois, já nos campos de um Ribatejo com extremas parao

Alentejo, em terras da minha mãe, onde passámos a viver. Só aos 9 anos fuipela

primeira vez para um Colégio, em Lisboa. E nessa altura já eu era tu cá-tu lácom todas

as historinhas que apanhava à mão e com toda a experiência boa que umaNatureza

campestre e sábia tinha posto à minha disposição.

 

Maria Alberta Menéres, Contos da Cidade das Pontes, Porto, EditorialÂmbar, 2001

Page 80: Portugues   fichas

 

Assinala com X a opção correcta, de acordo com o sentido do texto.

Com a frase «... dou comigo a colocar uma cassete especial no vídeo daminha vida...» (linhas 1 e 2), a narradora pretende dizer-nos que

27.1antes de dormir, foi ver, no vídeo, um filme sobre a sua vida.

27.2antes de adormecer, recordou acontecimentos do seu passado.

27.3antes de se deitar, viu uma cassete sobre o seu quinto aniversário.

27.4quando adormeceu, sonhou com factos vividos aos cinco anos.