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O Processo de Logística Reversa dos Pneumáticos Inservíveis O N L I N E UNIGRANRIO O N L I N E

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O Processo de Logística Reversa dos Pneumáticos Inservíveis

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Olá, seja bem-vindo a unidade 7.Hoje falaremos sobre o seguinte assunto:O Processo de Logística Reversa dos

Pneumáticos InservíveisPreparado(a) para começar

os estudos?

Boa aula!

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OBJETIVOS

TÓPICOS

ABORDADOS

UN

IDA

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I. Detalhar o processo de logística reversa de pneumáticos inservíveis, descrevendo suas etapas e indicando quais os usos mais comuns de reaproveitamento.

I. Tipos de resíduos sólidos; Áreas de utilização e aplicação de resíduos sólidos de pneumáticos inservíveis; co-processamento; artefatos de borracha; laminação; asfalto-borracha; e os benefícios econômicos do uso de resíduos sólidos de pneumáticos inservíveis.

Em todo processo de logística reversa é necessário descrever quais são as possíveis utilização dos resíduos obtidos após o consumo dos produtos primários. Além disto, é necessário descrever os resultados que podem ser obtidos com este processo. Um dos mais importantes, do ponto de vista das organizações empresariais, é o alcance dos objetivos econômicos nos canais reversos. A correta implementação destes pontos, alavanca toda a cadeia envolvida no fluxo reverso de pós-consumo, trazendo melhorias ambientais e sociais para as pessoas e entidades envolvidas no processo.

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De acordo com Tocchetto (2005), o pneu é segundo com maior tempo de decomposição entre os principais tipos de resíduos encontrados descartados incorretamente no meio ambiente. Segundo os dados divulgados, o pneu apresenta um tempo médio de decomposição no meio ambiente de aproximadamente 600 anos. No quadro 1 (Tempo de Decomposição dos Principais Resíduos), é observado o tempo que cada resíduo leva, em média, para a decomposição completa no meio ambiente.

A preocupação com a logística reversa de pneus se deve ao elevado tempo de decomposição dos pneus quando descartados incorretamente no meio ambiente.

Tipos de Resíduos Tempo de Decomposição

2 a 6 meses

1 a 4 meses

3 meses

3 meses

2 anos

2 anos

5 anos

30 a 40 anos

100 a 500 anos

100 a 500 anos

100 a 500 anos

600 anos

200 a 450 anos

Tempo Indeterminado

Jornais

Embalagem de Papel

Cascas de Frutas

Guardanapos

Pontas de Cigarros

Fósforos

Chicletes

Nylon

Latas de Alumínio

Tampas de Garrafa

Pilhas

Pneus

Sacos e Copos Plásticos

Garrafas e Frascos de Vidros

Quadro 1 – Tempo de Decomposição dos Principais ResíduosFonte: Tocchetto, 2005

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Segundo Aly (2006), existem diversas formas de se empregar a reutilização do pneu descartado de maneira indevida. Ele sugere algumas alternativas de reciclagem para equacionar a questão, de forma que a natureza não seja afetada de forma negativa.

De acordo com Aly (2006), os resíduos oriundos da cadeia produtiva e de utilização dos pneus são considerados um dos maiores passivos sólidos que são encontrados na natureza. Isto significa que deve haver, ao final do seu ciclo produtivo e de utilização, um rígido processo de armazenagem, já com a especificação da destinação final a ser dada para este tipo de resíduo, de maneira que se torne aproveitável dentro de outra cadeia de produção. Desta forma, o pneu pode ser reaproveitado ou, em outras situações, ser reciclado dentro dos corretos padrões ambientais.

Tem gerado novas utilizações que, ao serem adotadas, têm conseguido enorme êxito, seja quando utiliza o produto inteiro, seja nas situações de utilização de novos insumos decorrentes de modernas utilizações do material apurado da destinação correta do pneu inservível. De acordo com Motta (2008), os pneus inservíveis têm a tendência de seguir três caminhos nos processos associados a sua destinação final:

Conforme Ramos & Filho (2008), a procura por novas aplicabilidades para os pneus ao final da sua vida útil, que são causadores de problemas relacionados com o nível social e ambiental das sociedades que são impactadas pelo descarte incorreto.

•Os pneus convencionaispodem ser destinados àsorganizações que efetuam alaminaçãoeatransformaçãodaborracha em objetos variados,taiscomo:cintasdesofá,soladopara calçados, tapetes paraveículos,entreoutros;

01•Os pneus radiais (aqueles cujas lonas que fazempartedacarcaçasãoalocadasdemaneiraaformaremumângulode90°coma linhadoplano longitudinaldopneu),emboapartedassituações,sãotrituradosedepoisdestinadosparaasempresasquecompõemosegmentodeproduçãonaáreadecimento,paraquesejamutilizadosnaqueimadentrodos fornosousãoencaminhadosparaoprocessoPetrosix (unidadedeprodução da Petrobrás que efetua o processamentodo xisto betuminoso para obtenção de petróleo emestadobruto.

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Além disto, o pneu também pode ser direcionado para empresas que realizam o processo de trituração ou picotagem, que, desta forma, se transforma na primeira etapa do processo de reutilização dos resíduos oriundos dos pneus inservíveis. O processo de picotagem é obtido através do corte do pneu em pedaços menores, tornando-os assim mais leves e gerando, consequentemente, redução dos custos de transporte, diminuindo os custos associados ao custo de reciclagem do material. No processo de reutilização do resíduo, o pneu pode ser em duas formas: inteiro ou picado. Quando o processo usado for o pneu picado, apenas a banda de rodagem é reciclada e quando é adotado o sistema de reciclagem de pneu inteiro, há inclusão do aro de aço.

•Os pneus tambémpodem ser destinadosàs empresas de regeneração de borracha,quetêmoobjetivodetransformá-losempóde borracha. São poucas as empresas quepossuem este processo. As empresas quetrabalham com o pó de borracha, em suamaioria, seabastecemdos resíduosquesãoproduzidos pelo processo de raspagemdospneususadosrealizadospelasempresasquefazemareformadospneus.

Este número de participação na logística reversa de pneus inservíveis tende a crescer devido a preocupação das indústrias produtoras de pneus e da crescente conscientização dos consumidores finais na correta destinação dos pneus inutilizáveis e nos aspectos ambientais, sociais e de saúde, causados com o descarte incorreto dos pneus.

7.1 Áreas de Utilização e Aplicação de Pneus Inservíveis

De acordo com Aly (2006), as aplicações e respectivos segmentos para utilização de resíduos oriundos de pneus inservíveis estão descritas nos itens abaixo:

7.1.2. Co-processamento Neste tipo de processo, os pneus inservíveis são utilizados como combustível alternativo em alto-fornos de empresas cimenteiras, que no processo convencional, utilizam o carvão coque. Este tipo de carvão é largamente utilizado na siderurgia moderna, pois é um carvão betuminoso de alto rendimento. Como os pneus possuem alta capacidade de combustão, conseguem ser utilizado com sucesso neste processo, em substituição ao carvão coque.

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Este processo se destaca como o mais utilizado nos meios de reaproveitamento de pneus inservíveis, pois, através da facilidade de sua implantação, podem atender a vários segmentos de negócios que utilizem o processo de queima de combustíveis em fornos ou caldeiras industriais. Dentre estes segmentos se destacam as empresas que utilizam combustíveis fósseis, tais como indústrias de celulose, cimento, cal e as que possuem ou utilizam processos em que estejam inseridas tecnologias que atuem com sistemas de caldeiras.

De acordo com Tocchetto (2012), os pneus possuem um poder calorífico de aproximadamente 7.000 kcal/kg. Este valor é superior ao apresentado pelo carvão. Para termos de comparação, cada pneu contém a energia equivalente a 9,4 litros de petróleo. A utilização dos pneus inservíveis nestes processos é uma vantagem ambiental, pois substituem e reduzem a utilização de combustíveis não-renováveis, como carvão e óleo.

Para efeitos comparativos, Tocchetto (2012) destaca que fábricas localizadas nos Estados Unidos, na Ásia e na Europa fazem uso desta tecnologia. No mundo ao todo são mais de 78 fábricas, principalmente no Japão, Estados Unidos e Alemanha. No Brasil está tecnologia começou a ser utilizada em 1998 na Ciminas, uma fábrica cimenteira situada na cidade de Pedro Leopoldo. Esta fábrica faz parte do grupo Holdebank, de origem suíça, considerado o maior grupo cimenteiro mundial.

Pneus

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Esta técnica gera diversas economias e lucratividades, pois trata de uma maior volume consumido, a rapidez como este material reciclado é consumido e, principalmente, a vantagem que as empresas que adquirem os resíduos de pneus tem quando substituem o combustível tradicional, pois são remunerados pelos produtores pela sua utilização, além de, na cadeia reversa, remunerarem as empresas que prestam serviços de destinação.

Deve ser destacado que, conforme descrito por Aly (2006), antes de ser iniciado o processo de utilização de pneus inservíveis em fornos e caldeiras industriais, deve ser realizado um processo que utiliza técnicas de picotagem, que consiste na redução do volume através do corte, que auxilia ao processo a agregar valor ao produto, pois o processo facilita o transporte, o manuseio e a queima nos altos fornos.

7.1.3. Artefatos de borracha

Neste segmento tipo de processo, os pneus inservíveis são utilizados como matéria-prima para artefatos de borracha, através do processo de transformação de borracha vulcanizada em artefatos como cintas de sofá, tapetes para veículos, pisos industriais, pisos para quadra esportiva, borrachas de vedação, rodos domésticos, câmaras de ar, entre outros.

Fonte: Reciclanip, 2013

7.1.4.. Laminação

Neste processo, os pneus não radiais passam pela laminação, que consiste na operação sucessiva de cortes efetuadas em pneus inservíveis, com o objetivo de retirar lâminas e trechos de contornos. Este tipo de pneu não possui, em sua estrutura de constituição, as malhas de aço, o que acaba facilitando o processo de reciclagem. O material extraído desta laminação são utilizados em fabricação de solas de sapato, dutos de águas pluviais e percintas utilizadas em indústrias moveleiras.

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7.1.5. Asfalto borracha

Neste processo ocorre a junção no composto asfáltico do pó de borracha obtido do processo de reciclagem de pneus inservíveis. São usadas como componentes para a produção de manta-asfáltica e asfalto-borracha. A massa formada por esta junção aumenta a vida útil do asfalto, sendo reconhecidos também a redução do nível de poluição sonora (através da diminuição dos ruídos causados pelo atrito entre composto asfáltico e material rodante) e aumento da segurança nas rodovias que utilizam este tipo de composto, pois ele promove maior aderência do material rodante ao pavimento das vias. Porém, apesar dos benefícios associados a sua utilização, o uso de pneus inservíveis neste processo ainda está abaixo da sua real capacidade de utilização.

Fonte: Reciclanip, 2013

Pneus descratados

Silos de agregados

Aquecimento de agregados

Transportes

Borracha de pneu descartada moída

Mistura de borracha moída

Armazenamento deCALIQ

Mistura de agregados e ligantes asfalto - borracha

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Nesta unidade de estudo foi mostrado os destinos mais comuns para a reutilização da borracha oriunda do resíduo sólido dos pneumáticos inservíveis, além de demonstrar quais são os ganhos econômicos gerados pelo correto fluxo de utilização da logística reversa pelas organizações empresariais.

Artigo – Cimino, M.A. e Zanta, V.M. Gerenciamento de pneumáticos inservíveis (GPI): Análise crítica de ações institucionais e tecnologias para minimização.2005. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-41522005000400006&script=sci_arttext

Artigo – Lagarinhos, C.A.F. e Tenório, J.A.S. Tecnologias utilizadas para a reutilização, reciclagem e valorização energética de pneus no Brasil. 2008. http://www.scielo.br/pdf/po/v18n2/a07v18n2.pdf/tecnologias

Vídeo – TV Sentidos - Reciclagem de Pneus https://www.youtube.com/watch?v=NrRDOrRrifM

Vídeo – TVNBR – Estudo do IBAMA mostra que 85% dos pneus inutilizáveis são descartados corretamente. https://www.youtube.com/watch?v=92EiuCdWops

DONATO, Vitório. Logística Verde: Uma abordagem sócio-ambiental. São Paulo. Ed. Ciência Moderna. 2008.

LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa: Meio ambiente e competitividade. 2ª edição. São Paulo. Ed. Pearson. 2009.

MOURA, Luiz Antônio Abdalla de. Qualidade e Gestão Ambiental: sugestão para implantação das normas ISO 14.000 nas empresas. 3ª edição. São Paulo. Ed. Juarez de Oliveira. 2002.