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Tomás Antonio Gonzaga Cartas Chilenas

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Page 1: Tomás antonio gonzaga   cartas chilenas

Tomás Antonio GonzagaCartas Chilenas

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Inconfidência Mineira• A verdade sobre a Inconfidência Mineira, rebelião ocorrida em 1789 e ainda hoje a mais

romanceada da História do país, vem surgindo aos poucos.• Idealizada em Vila Rica, hoje Ouro Preto, a primeira articulação de brasileiros para obter a

independência de Portugal forneceu um mártir para os republicanos de 1889 e para os militares de 1964. Os primeiros fizeram de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, um símbolo. Os segundos o elevaram, por decreto, a "patrono cívico da nação", o único brasileiro cuja data de morte é comemorada com um feriado nacional. 

• Outros inconfidentes, como os poetas Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto, foram imortalizados nos livros de história como espíritos libertários inspirados pelo iluminismo francês.

• O primeiro livro sério sobre o assunto só apareceu em 1973, quando o historiador inglês Kenneth Maxwell, após revirar arquivos no Brasil, em Portugal, na Inglaterra e na Espanha, publicou A Devassa da Devassa,provando que o levante tinha raízes mais materialistas do que se supunha. Segundo o livro, o que se pretendia, no fundo, era acabar com os tributos que a coroa portuguesa impunha à atividade mineradora.

• Enquanto suas razões vêm sendo pouco a pouco esclarecidas, a aura de heroísmo dos chamados inconfidentes permanece. "Os historiadores têm-se detido sobre o ambiente intelectual que motivou a inconfidência", diz Kenneth Mawxell, para quem ainda há muito a ser descoberto sobre os inconfidentes. Seguindo essa trilha, o pesquisador Adelto Gonçalves acaba de defender, na Universidade de São Paulo, a tese de doutoramento "Gonzaga, um poeta do iluminismo". Ele pesquisou a vida de Tomás Antônio Gonzaga, personagem famoso nos compêndios de literatura e nos livros de História. 

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As Cartas Chilenas• Na História, Gonzaga aparece como o autor do mais agudo panfleto político do

período, as chamadas Cartas Chilenas. Sob o pseudônimo Critilo, criticava impiedosamente o então governador da capitania de Minas Gerais, Luís da Cunha Meneses.

• Tomas Antônio Gonzaga é o autor do poema satírico Cartas Chilenas, escrito no século XVIII contra os desmandos de um governador português no Brasil de 1783 a 1788, ou seja, no período imediatamente anterior à Inconfidência Mineira.

• Esses poemas satíricos percorreram Vila Rica antes da conjuração mineira, em forma manuscrita e anônima. As cartas são escritas por Critilo (o próprio Gonzaga) e dirigidas a Doroteu (supostamente, Cláudio Manuel da Costa), criticando o governador da capitania do Chile, Fanfarrão Minésio – pseudônimo de Cunha Meneses, que governou a capitania das Minas Gerais de 10 de outubro de 1783 a 11 de julho de 1788.

• Sempre em choque com outras autoridades, como por exemplo o ouvidor Tomás Antônio, as treze cartas que compõem a edição mostram um governo marcado pela corrupção e crueldade, através da pintura objetiva de uma sociedade.

• Não se deve imaginar porém que as cartas sejam um ataque frontal ao regime português. Nelas, Gonzaga satiriza pessoas e não instituições. É dentro deste padrão e convenções retóricas do Arcadismo que o poeta vai demonstrar alguns acontecimentos e sinais da década de oitenta do setecentos.

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• No caso de Cartas Chilenas, a análise feita à luz de outros textos mostrou que o autor, de uma forma subjetiva e atribuindo uma função moralizadora e educacional à sátira, procurava persuadir os contemporâneos a lutar pelos ideais, iluministas, de racionalidade e de autonomia do indivíduo contra o despotismo.

• Defendendo um novo conceito de valor humano, de justiça e de governabilidade, esse tipo de literatura, direta ou indiretamente, pode ter influenciado os movimentos de insurreição ocorridos no Brasil no final do século XVIII e começo do XIX.

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• As “Cartas Chilenas” são um poema satírico de Tomás Antônio Gonzaga, que viria a ser um dos cabeças da Inconfidência Mineira. São treze cartas em versos, que teriam sido escritas por um tal de Critilo a seu amigo Doroteu, nas quais se critica os desmandos do Fanfarrão Minésio, governador da capitania do Chile.

• Trata-se apenas de um recurso de Gonzaga para driblar a censura da administração colonial. O verdadeiro alvo das críticas é Luís da Cunha Meneses, governador de Minas Gerais de 1783 a 1788.

• A oitava carta, transcrita em seguida integralmente, conforme versão da Biblioteca Virtual da USP, denuncia que Meneses usava em benefício próprio o sistema de contratos - concessão que se fazia, trienalmente, a um particular para que ele efetuasse a cobrança dos impostos em nome da Coroa.

• Teoricamente, os contratos deveriam ser disputados em concorrências públicas, mas, como se vê, na Vila Rica do final do século XVIII, os governantes corruptos já conheciam os caminhos das pedras para driblar a lei, roubar os cofres públicos e encher as burras de dinheiro. Por algo, somos o que somos ...

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Trecho das Cartas ChilenasA primeira fazenda, que o bom chefe Ergueu nestas campinas, foi a grandeHerdade, que arrendou ao seu Marquésio.As línguas depravadas espalharamQue, para o tal Marquésio entrar de posse,Largara ao grande chefe, só de luvas,Uns trinta mil cruzados; bagatela!Os mesmos maldizentes acrescentamQue o pançudo Robério fora aqueleQue fez de corretor no tal contrato.As leis do nosso reino não consentemQue os chefes dêem contratos, contra os votosDos retos deputados que organizamA Junta de Fazenda, e o nosso chefeMandou arrematar, ao seu Marquésio,O contrato maior, sem ter um votoQue favorável fosse aos seus projetos.

Pretende, Doroteu, o nosso chefeMostrar um grande zelo nas cobrançasDo imenso cabedal que todo o povo,Aos cofres do monarca, está devendo.Envia bons soldados às comarcas,E manda-lhe que cobrem, ou que metam,

A quantos não pagarem, nas cadeias.Não quero, Doroteu, lembrar-me agoraDas leis do nosso augusto; estou cansadoDe confrontar os fatos deste chefeCom as disposições do são direito;

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• http://www.ppg.uem.br/Docs/pes/eaic/XI_EAIC/trabalhos/arquivos/11-1540-0.pdf• http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?pid=S0034-

83091998000200008&script=sci_arttext• http://veja.abril.com.br/210198/p_094b.html