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Fórum de Psicofarmacologia Epilepsia, dificuldades cognitivas e comorbidades psiquiátricas 8º Congresso Brasileiro de Cérebro Comportamento e Emoções Supostos transtornos? Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade e transtornos de aprendizagem: sim, eles existem, devem ser diagnosticados e tratados SINAPSES SINOPSES TM & ANO 03 - Nº 10 Julho/2012 nc2 – Edição Especial

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Fórum de Psicofarmacologia

Epilepsia, dificuldades cognitivas e comorbidades psiquiátricas

8º Congresso Brasileiro de Cérebro Comportamento e Emoções

Supostos transtornos? Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade e transtornos de aprendizagem: sim, eles existem, devem ser diagnosticados e tratados

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2 – SINAPSES & SINOPSES TM

Sinapses & Sinopses é uma iniciativa da Phoenix Comunicação Integrada, com o objetivo de atualizar os temas propostos em cada edição.Conselho científico: Dra. Ana Gabriela Hounie, Dr. João Senger, Dra. Maristela Costa Cespedes.Material de distribuição exclusiva à classe médica.O anúncio veiculado nesta edição é de exclusiva responsabilidade do anunciante.O conteúdo deste material é de responsabilidade exclusiva de seu(s) autor(es) e não reflete, necessariamente, o posicionamento da Novartis, que apenas patrocina sua divulgação exclusivamente à classe médica.2012 © Novartis Biociências S.A.Proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização do titular.

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TDAH

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Supostos transtornos? Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade e transtornos de aprendizagem: sim, eles existem, devem ser diagnosticados e tratados

No dia 3 de maio, o Dr. Vitor Geraldi Haase, professor titular do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Ge-rais (UFMG), tratou do polêmico tema sobre transtornos de apren-dizagem.

“No Brasil, temos a sensação de que as discussões chegam com 20 ou 30 anos de atraso. Hoje, temos a iniciativa de alguns parlamenta-res de criar uma rede de assistência multidisciplinar para crianças e adolescentes que apresentam dificuldades no aprendizado escolar e transtornos de comportamento. O que, à primeira vista, parecia uma boa ideia tem encontrado resistência em diversos setores da socieda-de, que argumentam que criar essa assistência seria uma forma de dis-criminação. Não concordo com isso. Basicamente, temos duas linhas de argumentação: a primeira delas é que existem evidências avassala-doras de que as diferenças individuais são importantes na aprendiza-gem escolar e que crianças com determinado perfil de desempenho cognitivo e emocional são prejudicadas pelo sistema escolar se não tiverem suas necessidades atendidas. O segundo argumento é que es-sas crianças serão discriminadas de qualquer maneira. O diagnóstico não será a causa da discriminação, pelo contrário, será um meio pelo qual esses indivíduos e suas famílias poderão aprender a conviver com suas dificuldades e construir seu “self”, afirmou o médico.

Existe uma série de diferenças individuais com grande potencial para afetar o desempenho na escola, abrangendo as habilidades sociais, cognitivas e motoras, variáveis na população e representati-vas de um traço biológico. A inteligência é uma dessas diferenças, e é extremamente importante na aprendizagem. As crianças mais inteligentes são as que leem mais. Elas não se beneficiariam dos mé-todos pedagógicos regulares. No caso dos transtornos específicos

de aprendizagem, ou de comportamento, por definição, temos a inteligência geral preservada e alguma dificuldade em certa área específica, algum processo de maturação cerebral.

“Nos últimos 30 anos, as pesquisas realiza-das no mundo inteiro ajudaram a compreender quais são as bases cognitivas e neurais dessas di-ficuldades, e esses resultados de pesquisas não podem ser ignorados”, ressaltou o Dr. Haase.

Outra dimensão individual é a coordenação motora: “frequentemente observamos alunos na faculdade que não sabem segurar o lápis de maneira ergonômica. Isso significa que essas pessoas foram desrespeitadas em sua neuroma-turação. As alterações da coordenação motora são marcadores dos transtornos de desenvolvi-mento”, disse o especialista.

As habilidades visuo-espaciais e visuo-cons-trutivas também têm bases neurais. A capaci-dade de autocontrole (impulso) também é uma dimensão que tem bases comportamentais e neurais. “Por último, temos as habilidades so-ciais. Sabemos que existem pessoas com difi-culdades de fazer a codificação das ligações sociais. O fato é que temos toneladas de evi-dências científicas que mostram que as dife-renças individuais são muito importantes na

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comportamentos problemáticos. Seria importante que os professores recebessem mais informação nos cursos de Pedagogia e tivessem formação neuropsicológica mais adequada. Aí pergunto para vocês: qual o melhor rótu-lo? Burro, preguiçoso, lerdo ou TDAH?”.

Segundo o Dr. Haase, as dificuldades de aprendizado e comportamento, do ponto de vista da criança, são extre-mamente nocivas e desmoralizadoras. Elas baixam a auto-estima, trazem depressão, ansiedade ou revolta – afasta-mento da escola, dos pais, dos colegas e assim por diante. As crianças socialmente desajeitadas têm dificuldade na aprendizagem da interação social e são estigmatizadas.

O fracasso escolar desmotiva; a motivação para estu-dar acontece quando a coisa dá certo. O indivíduo fica motivado a estudar quando percebe que a tarefa está a seu alcance sem tanto esforço. Tudo isso é antigo na Psi-cologia. “Hoje se fala muito em neurociência e educação. Fiquei feliz em um congresso, na Europa, quando ouvi os palestrantes falarem que a neurociência na educação é uma promessa, e a Psicologia, uma realidade. No entanto a Psicologia tem sido ignorada nos cursos de Pedagogia”.

O Dr. Haase confessa que não tem a receita para motivar as crianças, mas afirma que existem técnicas importantes desenvolvidas pela Psicologia: currículo, métodos e adrena-lina. “A adrenalina pode ser dada na forma farmacológica (Ritalina®), mas existe a adrenalina comportamental. Quais são os tipos de atividades motivadoras que têm estrutura e permitem ao jovem desenvolver outras habilidades? São: esportes, hobbies, organizações e atividades sociais”.

Nesse sentido, é preciso, em primeiro lugar, caracterizar o perfil da criança. “Temos que entender a percepção dos pais e dos professores sobre a criança, depois podemos ana-lisar os sentimentos desses adultos e, posteriormente, usar as ferramentas para analisar o comportamento do adulto. O aconselhamento neuropsicológico é fundamental”.

aprendizagem escolar. A questão é se vamos ignorar ou se vamos procurar incorporar os resultados das pesquisas para ajudar esses indivíduos”.

O Dr. Haase explicou, ainda, que, no caso dos transtornos de aprendizagem, a deficiência é um défice específico, e não da inteligência geral, que corresponde a um processo de inadequação entre o que é exigido e o que a criança dá conta de fazer. A deficiência não é uma característica só do ambiente ou só do indivíduo, mas da interação entre o indi-víduo e o ambiente. “Se não abaixarmos um pouco o nível de exigência, ou não ajudarmos a pessoa a superar aquela dificuldade, essa deficiência continua, e tende a aumentar”.

Para o médico, no caso dos transtornos de aprendiza-gem, as definições não são boas. “Temos informações importantes sobre a etiologia dos transtornos do desen-volvimento. Alguns têm etiologia multifatorial, interação de fatores genéticos com fatores ambientais; outras etio-logias são ligadas a síndromes. O problema com a defini-ção dos transtornos são os critérios somente estatísticos, a ausência de marcadores biológicos e cognitivos, e o uso do desempenho escolar como medida”.

Só existem pesquisas sobre a validade interna do Trans-torno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), ou seja, sobre a coerência e a cobertura dos sintomas e a ho-mogeneidade dos quadros clínicos. “E aí temos que pres-tar uma homenagem à indústria farmacêutica, a Ritalina®, porque, como existe o remédio, existe interesse no finan-ciamento de pesquisas, e vamos conhecendo mais coisas, e tendo mais segurança para trabalhar. Não recebo nada da indústria farmacêutica, é apenas um reconhecimento ao trabalho de pesquisa”, comentou.

As consequências de ignorar as evidências que existem são catastróficas. “Visitamos muito as escolas em nossos projetos de pesquisa, e, frequentemente, encontramos professores desamparados e alunos desmotivados, com

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No dia 4 de maio, foi realizada a mesa-redonda A ciên-cia da promoção do neurodesenvolvimento na primeira infância, subdividida em três partes: “O desenvolvimento das funções executivas é a chave do sucesso na vida?”, “As neurociências podem informar novas estratégias para a educação infantil?” e “A economia das intervenções pre-coces: desenvolvendo o capital mental de uma nação”.

O desenvolvimento das funções executivas é a chave do sucesso na vida?

Segundo o Dr. Guilherme Polanczyk, professor de Psi-quiatria da Infância e Adolescência do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e coordena-dor do Programa de Diagnóstico e Intervenção Precoce do Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência do Instituto de Psiquiatria da mesma Universidade, o conceito de sucesso está atrelado à aquisição de nível educacional compatível com o potencial, ao desenvolvimento de há-bitos de vida saudáveis e à manutenção de um relaciona-mento estável.

“As funções executivas permitem que o indivíduo tenha comportamentos deliberados, intencionais ou direcionais, e também permitem o desenvolvimento das habilidades de resolver problemas, persistir em tarefas tediosas, fa-zer planos, reconhecer e corrigir erros, controlar impulsos, definir objetivos, postergar recompensas e monitorar o progresso. Apesar das funções executivas estarem ligadas a fatores genéticos, elas se desenvolvem, ou não, a partir do ambiente ao qual a criança é exposta. A pobreza e o estresse, por exemplo, são fatores geralmente vinculados a piores medidas de saúde e transtornos mentais, como depressão, ansiedade e esquizofrenia”, informou.

Um modelo de estresse familiar mostra como a pobreza afeta as crianças. A falta de dinheiro, ou grandes dívidas, geram pressão na família e, por conta disso, os pais desen-volvem problemas emocionais e comportamentais, o que

os leva a conflitos e causa um clima de pouca afetividade na família. A partir daí, os pais se tornam menos cuida-dosos do que poderiam ser, e isso causa problemas emo-cionais e cognitivos nas crianças. Uma das funções mais afetadas nesses casos é a linguagem.

“As funções executivas podem ser aprimoradas preco-cemente, especialmente na pré-escola, com programas educacionais focados na memória operacional, planeja-mento e controle inibitório. Atividades relacionadas a ar-tes, atividades físicas e programas de computador, com planejamento conjunto entre professores e alunos, são eficientes”, conclui o Dr. Polanczyk.

As neurociências podem informar novas estratégias para a educação infantil?

O Dr. Hamilton Haddad Junior, professor doutor do De-partamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da USP, começou dizendo que o sistema nervoso central hu-mano tem duas características que interessam muito aos educadores e psicólogos: complexidade e plasticidade. “Apesar do longo período de maturação do cérebro, o ser humano é capaz de se adaptar a qualquer situação. As funções cognitivas, como atenção, memória, emoção, sono, percepção, tomada de decisão e linguagem, estão intimamente relacionadas ao processo de aprendizagem. Ainda não há um processo de estudos e de fluxo de infor-mações estabelecido para que a neurociência e a educa-ção possam contribuir uma com a outra diretamente. Para isso, é necessário que haja ligações institucional, metodo-lógica e epistemológica, usando a psicologia cognitiva”.

Faltam protocolos de pesquisas entre instituições que estudam neurociência e educação. O ideal para as pesqui-sas neurocientíficas em educação, por exemplo, é que os cientistas realizem as pesquisas dentro das escolas, levan-do em conta os fatores comportamentais, dados quantita-tivos e qualitativos.

A ciência da promoção do neurodesenvolvimento na primeira infância

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Fórum de Psicofarmacologia

Também no dia 3 de maio, o Fórum de Psicofarmacologia foi divido nos seguintes subte-mas: “Como eu distingo unipolares de bipolares”; “Como tratar pacientes com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e Transtorno do Humor Bipolar (THB)?”; “Cicladores rápidos refratários, como eu trato?”; e “É possível medicar os aspectos da personalidade?”.

Como eu distingo unipolares de bipolares?Em sua apresentação, o Dr. Beny Lafer, professor associado, coordenador do Programa

de Pós-Graduação em Psiquiatria e coordenador do Programa de Transtorno Bipolar (PRO-MAN) do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, afirmou que dis-tinguir pacientes depressivos unipolares e bipolares é importante para definir o tratamento mais adequado a ser utilizado, principalmente no caso do uso de estabilizadores de humor e de antidepressivos, e das estratégias de prevenção de recaídas específicas para bipolares.

“Na anamnese de um paciente depressivo, para identificar a bipolaridade, é preciso analisar a sintomatologia do episódio atual, e a idade de início da doença (quanto mais precoce, maior é a chance de bipolaridade), fazer uma busca detalhada de sintomas ma-níacos e hipomaníacos no passado, verificar a presença de comorbidades com transtornos de abuso e dependência de álcool, drogas e com transtornos de ansiedade, conhecer a quantidade e a duração dos episódios, o histórico familiar e a resposta do paciente a tra-tamentos anteriores”, explicou o especialista.

Outro ponto importante para diagnóstico é a entrevista com familiares do paciente, para investigar sintomas de hipomania e identificar o início da doença, que, muitas vezes, o doente não reconhece. “Também são de fácil diagnóstico de bipolaridade os casos de pacientes que têm depressão e um episódio de mania psicótica ou mania que gerou grande incapacitação social”, acrescentou o Dr. Lafer.

Segundo ele, os casos de bipolaridade tipo II são mais difíceis de serem identificados, porque é preciso observar o histórico do paciente, com foco em episódios de hipomania e mania associada ao uso de antidepressivo. Além disso, é preciso saber se a depressão tem sintomatologia mista no episódio atual e se há depressão recorrente com histórico familiar.

Como tratar pacientes com TOC e THB?O Dr. Lafer também apresentou o tema referente ao tratamento de TOC e THB. De acor-

do com ele, o paciente com THB tem chance até três vezes maior que a população geral de desenvolver alguma comorbidade, como transtorno de ansiedade, fobia social, síndrome do pânico e TOC. “Em pacientes com comorbidade com o TOC, este costuma começar antes do transtorno bipolar e, nesse grupo, é alta a incidência de transtornos de controle de impulso. Antes de receitar qualquer droga, é importante realizar uma anamnese longa,

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Transtorno bipolarque verifica se o paciente tem transtornos ansiosos, proble-mas com álcool e drogas e sintomas de TOC. O segundo passo é descobrir a idade de início e qual doença incapacitou mais o paciente. Também é essencial conhecer o histórico familiar, a resposta do paciente aos remédios (como estabili-zadores de humor e antidepressivos) e se houve psicoterapia em tratamentos anteriores”.

Quando o tratamento é iniciado, o médico deve tratar o quadro bipolar primeiro, especialmente se ele estiver na fase aguda. Em seguida, tratar a mania, a depressão ou o estado misto, estabelecendo um tratamento profilático, e, a partir da estabilização do paciente, traçar um plano para tratar o TOC.

Existem algumas alternativas para tratar o TOC; uma delas é a psicoterapia cognitiva comportamental, que tem eficá-cia semelhante à do tratamento farmacológico em casos de TOC leve e moderado, e deve ser a primeira opção, princi-palmente por conta do risco de virada.

“Os antipsicóticos atípicos, principalmente a risperidona e a quetiapina, têm efeito positivo sobre os sintomas obses-sivo-compulsivos. Associados à psicoterapia, os antipsicóti-cos atípicos são uma boa opção para tratar o paciente que não estiver tomando antipsicóticos. Os antidepressivos são usados quando o paciente não responde às outras opções de tratamento. Os inibidores seletivos têm uma relação di-reta com a dose nos casos de TOC, ou seja, quanto maior a dose, melhor é a resposta. Também é importante o uso concomitante com estabilizadores de humor”, orientou o Dr. Lafer.

Cicladores rápidos refratários, como eu trato?

O Dr. Antônio Peregrino, professor adjunto e regente da Disciplina de Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco (UFPE), coordenador do Ambulatório de Psiquiatria do Hospital Universitário Oswal-do Cruz, em Recife, e supervisor da Residência Médica em Psiquiatria do Sistema Único de Saúde (SUS)/UFPE, mostrou que ciclador rápido é o paciente com transtorno afetivo bi-polar que apresenta quatro ou mais fases em um ano; já o ciclador ultrarrápido é aquele que tem quatro ou mais fases no mês. A ciclagem ultraultrarrápida se dá quando há mais de uma fase por dia, em pelo menos quatro dias da sema-

na. “A maior incidência é em mulheres, e a manifestação é precoce. Em média, a ciclagem rápida se estabiliza em um período de um a cinco anos. Há uma relação com o hipotireoidismo e indução pelo uso de antidepressivos”.

O ponto de partida para tratar o ciclador rápido refratá-rio é o estabilizador de humor. Como monoterapia, podem ser usados o carbonato de lítio e divalproato de sódio, mas o que há de mais interessante é a associação dessas dro-gas. “A associação de lítio com carbamazepina é pouco usada por causar discrasia sanguínea. Até agora, nenhum anticonvulsivante demonstrou clara vantagem em relação ao lítio. Os antipsicóticos atípicos, como olanzapina, que-tiapina, aripiprazol, risperidona e clozapina, ainda não têm eficácia significativa evidenciada. A exceção é a clozapina, que, associada à lamotrigina ou ao topiramato, apresenta resultados positivos. Há polifarmácia disponível para esses pacientes, com a associação de antipsicótico mais carbo-nato de lítio e divalproato de sódio”, disse o especialista.

Além do tratamento farmacológico, há a opção pela eletroconvulsoterapia. No tratamento agudo, são receita-das de seis a dez aplicações. Para a manutenção, é indi-cada uma aplicação mensal, por vários meses. O mesmo acontece com a estimulação magnética transcraniana.

É possível medicar aspectos da personalidade?

Segundo o Dr. Diogo Lara, professor titular e orienta-dor de Pós-Graduação em Medicina e em Biologia Celular e Molecular pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), os efeitos cerebrais dos psicofár-macos, diferentemente dos efeitos clínicos, já podem ser medidos em poucas horas. “Os antidepressivos, por exem-plo, alteram a saliência inicial do paciente, e isso leva a uma mudança mental geral, que se traduz em uma melhora na resposta ao tratamento. Além disso, estudos sugerem que o antidepressivo, depois de duas semanas, afeta a base psi-cológica do doente, aumentando as características positi-vas do temperamento e diminuindo as negativas”.

Conhecer o perfil psicológico do paciente, ou seja, saber se os traços da personalidade estão mais ligados a inibi-ção, sensibilidade emocional, vontade, raiva, controle, de-sejo ou maturidade, ajuda a manejar o humor e potencia-lizar a resposta ao tratamento de depressivos e bipolares.

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Epilepsia, dificuldades cognitivas e comorbidades

psiquiátricas De acordo com a Dra. Magda Lahorgue Nunes, pro-

fessora adjunta de Neurologia da Faculdade de Medicina da PUC-RS, diretora para a América Latina da Internatio-nal Pediatric Sleep Organization e coordenadora da Pós--graduação em Medicina e Ciência da Saúde da PUC-RS, quanto mais precoces são as crises, maior é o risco de da-nos cognitivos permanentes e de indução de novas crises. “A identificação precoce da doença e o manejo adequado são importantes na epilepsia, porque resultam em melhor controle das crises, maior qualidade de vida, redução dos custos no sistema de saúde e mais chances de inclusão social do paciente”.

As alterações cognitivas muitas vezes se desenvolvem como um sintoma secundário da epilepsia. Algumas são mais frequentes em pacientes com epilepsia, como défice de atenção e memória e dificuldade de aprendizado e lentidão, que podem ser causados pelo tipo de síndrome e pelo efeito colateral das drogas de uso crônico no sis-tema nervoso.

Cada tipo de epilepsia está relacionado a uma comor-bidade psiquiátrica, ou dificuldade cognitiva: parcial be-nigna com alterações cognitivas transitórias; ausência in-fantil com dificuldade para manter a atenção; síndrome de West com alterações do comportamento e défices motores e cognitivos; síndrome de Dravet com retardo mental; límbica com défice de memória; e cortical com perdas funcionais.

No caso da epilepsia mioclônico-astática, os pacientes podem ou não apresentar alterações cognitivas. O modelo epiléptico mais completo de alterações cognitivas e com-portamentais é a síndrome de Lennox-Gastaut, na qual se apresentam crises refratárias, distúrbios neuropsiquiá-tricos e alterações cognitivas, assim como o uso crônico de

drogas antiepiléticas em regime de politerapia, descargas contínuas durante o sono e traumas cranianos.

“A recomendação é que seja feita uma boa avaliação da performance mental, atenção, memória, linguagem e função executiva das crianças, para acompanhar essas habilidades durante todo o tratamento. Pacientes com epilepsia e depressão devem ser encaminhados para tera-pia cognitivo-comportamental e receber antidepressivos”, orientou a especialista.

Crises epilépticas no sistema límbico: uma “janela” para o circuito de Papez e a regulação das emoções

No dia 5 de maio, o sistema límbico foi discutido em três apresentações: “Quem é quem no circuito cerebral das emoções? Revisitando o sistema límbico”, “Emoções em tempo real: expressões emocionais de lesões e descargas no sistema límbico” e “Modificando emoções: a cirurgia de epilepsia como comprovação de hipóteses sobre o fun-cionamento do sistema límbico”.

Quem é quem no circuito cerebral das emoções? Revisitando o sistema límbico

Segundo o Dr. João Pereira Leite, professor de Neuro-logia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, nos últimos 30 anos, tivemos avanços importantes de téc-nicas que permitem o estudo das emoções de forma mais elaborada. O especialista iniciou sua aula levantando cinco questões: 1) Quais são os sistemas cerebrais subjacentes às emoções? 2) Como essas diferenças dos sistemas se relacionam às experiências emocionais dos indivíduos? 3) Essa ativação das diferentes regiões envolve diferentes emoções ou todas as emoções são função de uma mesma área básica? 4) Como o processamento das emoções no cérebro se relaciona com as mudanças corporais? 5) Como

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Epilepsia

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Epilepsiao processamento das emoções no cérebro se relaciona à cognição, ao comportamento motor e à linguagem?

Os principais aspectos do que vem sendo discutido nos últimos anos foram abordados. O Dr. Pereira Leite tratou de neurociência moderna (ciência das emoções) usando as observações de Darwin de A expressão das emoções no homem e nos animais. Também discutiu o estudo que observou que pessoas sem as duas amígdalas não sentem medo. “Um filme terrível era mostrado para as pessoas; as que tinham amígdala ficavam com medo, e as que não tinham as duas, não esboçavam nenhuma reação de medo ao que estavam vendo. Recentemente, temos outros estudos em que as pessoas são expostas a figuras que mostram a ativação da amídala esquerda quando há medo”.

Na opinião do Dr. Pereira Leite, a neurociência das emo-ções avançou muito, e com novas técnicas de imagem, como tractografia, os médicos poderão trabalhar paradig-mas para decifrar melhor as emoções.

Emoções em tempo real: expressões emocionais de lesões e descargas no sistema límbico

Para o Dr. Marino Bianchin, professor adjunto de Neu-rologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), falar de emoções é difícil, elas dependem das experiências das pessoas, portanto, são subjetivas. “Os pacientes têm alterações emocionais que descrevem e não conseguimos entender. Algumas coisas são fáceis de entender, como felicidade e raiva, mas outras experiências que não vivemos, não conseguimos compreender”.

Atualmente, o exame de ressonância magnética é usa-do para estudar as crises de epilepsia do ponto de vista anatômico do processo. No entanto técnicas funcionais mais recentes, como a Ressonância Magnética funcional (RMf) e sua associação ao eletroencefalograma (RMf- EEG), começam a propiciar seu entendimento funcional. “Hoje, podemos usar o eletro em tempo real para ver o

que ocorre, e ainda temos a possibilidade de estudar com imagens funcionais, as quais estão ajudando a compro-var hipóteses”.

Modificando emoções: a cirurgia de epilepsia como comprovação de hipóteses sobre o funcionamento do sistema límbico

O Dr. Eliseu Paglioli Neto, professor de Neurocirurgia da PUC-RS, mostrou casos de cirurgias de epilepsia em que mudanças emocionais ocorriam após o procedimento, ex-plicando que a estrutura límbica é responsável pelas sensa-ções de emoções e preservação do indivíduo, como medo, fuga, sexo e definição do território. “Várias doenças podem ter manifestação intermitente e abrupta, e isso é caracte-rístico da epilepsia. As crises são recorrentes e as alterações comportamentais e emocionais podem ocorrer nesses mo-mentos, quando há descarga exagerada de hormônios”.

A apresentação do Dr. Paglioli Neto focou nos casos cujas crises se confundem com questões de comporta-mento ou personalidade do indivíduo. “É importante es-clarecer que a epilepsia é um sintoma, não uma doença, e que pode afetar a pessoa de modo intermitente e contí-nuo, sendo perceptiva ou não”.

Às vezes, só por meio de um estudo bem detalhado de imagem é possível diagnosticar a lesão que está causan-do a atividade epilética. Como exemplo, o neurocirurgião citou o caso de um advogado, de 43 anos, que tinha hi-persexualidade (tinha três mulheres diferentes). Ele passou anos nessa situação até que, durante uma audiência, teve uma crise de ausência. Ele havia feito eletros, mas nada havia sido visto, porque a lesão era tão profunda que não aparecia nesse exame. O procedimento deu certo, e ele nunca mais teve crises.

O cirurgião finalizou a apresentação afirmando que os casos cirúrgicos de sucesso mexem com as emoções do paciente e de seus familiares, os quais ficam aliviados ao vê-lo voltar a ter uma vida normal.

O conteúdo deste material é de responsabilidade exclusiva de seu(s) autor(es) e não reflete, necessariamente, o posicionamento da Novartis, que apenas patrocina sua divulgação exclusivamente à classe médica.

Sinapses & SinopsesTM é uma publicação periódica da Phoenix Comunicação Integrada patrocinada por Novartis. Jornalista responsável: Mariana Santos (MTb: 26.761-SP). Tiragem: 4.440 exemplares. Endereço: Rua Gomes Freire, 439 – cj. 6 – CEP 05075-010 – São Paulo – SP. Tel.: (11) 3645-2171 – Fax: (11) 3831-8560 – Home page: www.editoraphoenix.com.br – E-mail: [email protected]. Todos os direitos reservados. Este material não pode ser publicado, transmitido, divulgado, reescrito ou redistribuído sem prévia autorização da editora. Material destinado exclusivamente à classe médica. phx dml 02/07/12

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Fumarato de quetiapina. Medicamento similar Lei n° 9.787, de 1999. Reg. M.S.: 1.0047.0492. Indicações: Esquizofrenia; monoterapia ou adjuvante em episódios de mania associados ao transtorno afetivo bipolar; episódios de depressão associados ao transtorno afetivo bipolar. Contraindicações: alergia ao fumarato de quetiapina ou a qualquer um dos componentes do medicamento. Precauções e Advertências: pode interferir em atividades que requeiram maior alerta mental. Pode induzir a queda de pressão arterial em pé, especialmente durante o período inicial do tratamento. Utilizar com cuidado havendo sinais e sintomas de infecção, diabetes, risco de desenvolver diabetes, alterações nos níveis de triglicérides e colesterol no sangue, doença cardíaca conhecida, doença cerebrovascular ou outras condições que predisponham à queda de pressão arterial, história de convulsões, sinais e sintomas de alterações de movimento conhecidas por discinesia tardia (reduzir a dose ou descontinuar), síndrome neuroléptica maligna (sinto-mas como aumento da temperatura corporal – hipertermia -, confusão mental, rigidez muscular, instabilidade na frequência respiratória, na função cardíaca e outros sistemas involuntários - instabilidade autonômica - e alteração na função renal). É aconselhada descontinuação gradual: pelo menos uma a duas semanas, há descrição de sintomas de descontinuação aguda como insônia, náusea e vômito na interrupção abrupta do tratamento. Não está aprovado para tratamento de idosos com demência relacionada à psicose. Depressão e certos transtornos psiquiátricos são associados a aumento de risco de ideação e comportamento suicidas. Monitorar em qualquer idade ao iniciar tratamento com antidepressivos quanto a piora clínica, suicidalidade ou alterações não usuais no comportamento. Alertar familiares e cuidadores para observarem o paciente e comunicarem mudanças.Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. A segurança e a efi cácia não foram avaliadas em crianças e adolescentes. Informe ao médico o aparecimento de reações indesejáveis. Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento. Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde. Posologia: Esquizofrenia: 50 mg (dia 1), 100 mg (dia 2), 200 mg (dia 3) e 300 mg (dia 4). A partir do 4º dia, ajustar até atingir a faixa considerada efi caz de 300 a 450 mg/dia. Dependendo da resposta clínica e da tolerabilidade, pode ajustar entre 150 e 750 mg/dia. Episódios de mania associados ao transtorno afetivo bipolar: 100 mg (dia 1), 200 mg (dia 2), 300 mg (dia 3) e 400 mg (dia 4). Outros ajustes de dose até 800 mg/dia no 6° dia, não maiores que 200 mg/dia. Pode ajustar, dependendo da resposta clínica e da tolerabilidade, entre 200 e 800 mg/dia. A dose usual efetiva está entre 400 a 800 mg/dia. Episódios de depressão associados ao transtorno afetivo bipolar: 50 mg (dia 1), 100 mg (dia 2), 200 mg (dia 3) e 300 mg (dia 4). Pode titular até 400 mg (dia 5) e até 600 mg (dia 8). Efi cácia antidepressiva demonstrada com 300 mg e 600 mg, não foram vistos benefícios adicionais no grupo 600 mg em tratamento de curto prazo. Utilizar continuamente até que o médico defi na pela interrupção. Usar com cautela havendo problemas no fígado e em idosos, especialmente durante o período inicial. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA COM RETENÇÃO DE RECEITA. ESTE TEXTO É UM RESUMO, PARA INFORMAÇÕES DETALHADAS CONSULTE A BULA DO PRODUTO. Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.MATERIAL DIRIGIDO UNICAMENTE A PROFISSIONAIS DA SAÚDE HABILITADOS A PRESCREVER E/OU DISPENSAR MEDICAMENTOS. M

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Contraindicações: alergia ao fumarato de quetiapina ou a qualquer um dos componentes do medicamento. Interações medicamentosas: o Neotiapim deve ser utilizado com cuidado nas seguintes situações: pacientes que façam uso de bebidas alcoólicas ou de medicações que atuam no cérebro e no comportamento; pacientes que estejam tomando tioridazina, carbamazepina, fenitoína, cetoconazol, rifampicina, barbitúricos, antifúngicos azóis, antibióticos macrolídeos e inibidores da protease (medicamentos usados para o tratamento de pacientes portadores do HIV).

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