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Título: GESTÃO PARA A SUSTENTABILIDADE NA INDÚSTRIA DE TINTAS – CASO BASF
Autor/Apresentador: Max Wilson da Silva Empresa: BASF S.A./ Fundação Espaço ECO
1. INTRODUÇÃO
As transformações da economia mundial exigem novas respostas do país.
Há uma nova geografia do crescimento, da produção e da inovação que
apresentam claros efeitos sobre a forma de inserção do Brasil no mundo.
A competitividade da indústria brasileira é sensível a essas transformações
e a outras mudanças externas e internas. Boa parte das mudanças futuras é
permeada por elevado nível de incerteza. Há, porém, fenômenos com forte
impacto na atividade econômica e industrial cujos desdobramentos futuros
podem ser vislumbrados com certo grau de previsibilidade.
“A produtividade é o aspecto determinante da competitividade que mais
depende da ação da própria indústria. A empresa pode aumentar sua
produtividade por meio do processo de “aprender fazendo”, aproveitando
economias de escala ou melhoria da gestão. No entanto, para se obter ganhos
contínuos de produtividade, a empresa precisa de inovação, entendida como a
introdução de um novo bem ou serviço, processo, método ou modelo de
negócio” (Mapa Estratégico da Indústria, 2013).
Ainda de acordo com o Mapa Estratégico da Indústria (2013), entre 2000 e
2010, a produtividade do trabalho na indústria manufatureira do Brasil cresceu,
em média, apenas 0,6% ao ano. Essa taxa é bastante inferior à registrada pela
indústria de países como Coreia do Sul (5,6%), Estados Unidos (5,2%),
Cingapura (3,4%), Reino Unido (3,1%) e Austrália (2,0%). Os gastos
empresariais em pesquisa e desenvolvimento estão aumentando, porém, a
comparação com outros países é desfavorável ao Brasil. A elevação da
competitividade brasileira exige ação urgente de superação dos obstáculos.
Porém para crescer de forma estruturada e arrojada, gerar empregos, produzir
renda, fomentar a inovação e disputar a preferência dos consumidores em
igualdade de condições com qualquer concorrente estrangeiro é preciso uma
orientação estratégica sustentável.
Dentro de um sistema produtivo, a Sustentabilidade pode ser avaliada sob
diversas formas, desde a criação de indicadores de performance e o
monitoramento da redução de desperdícios, quanto as ferramentas de gestão
que inserem normas já conceituadas e com padrões já pré-estabelecidos de um
sistema de qualidade e segurança que passa a ser direcionador e orientador de
melhores práticas.
2. OBJETIVOS DO PROGRAMA DEMARCHI + ECOEFICIENTE
• Realizar um diagnóstico dos impactos ambientais e econômicos gerados no site
e na pré-cadeia, identificando pontos críticos e oportunidades de melhorias.
• Promover o desenvolvimento sustentável, transformando a realidade de
pessoas, por meio do estímulo à mudança de comportamento, a partir da
construção de valores socioambientais, conhecimentos e atitudes voltadas ao
uso eficiente de recursos.
3. EDUCAÇÃO SOCIOAMBIENTAL CORPORATIVA
Ilustração 1- Processo baseado nas definições da UN ESCO de Educação para
Sustentabilidade
A primeira etapa do processo de transformação dos colaboradores teve
como objetivo sensibilizá-los quanto à importância da sustentabilidade e da sua
aplicação dentro do site produtivo e do dia-a-dia. Tomando como base as
definições da UNESCO de Educação para Sustentabilidade, o programa
promoveu a conexão com o tema, onde os conceitos de ciclo de vida e
Ecoeficiência foram trabalhados de forma prática, totalizando 43 Workshops
presenciais, atendendo os 3 turnos. A gincana "Medindo a Ecoeficiência na
Prática" marca a segunda fase do programa que coloca a teoria em prática por
meio da conscientização . Para isso, os colaboradores praticaram a
mensuração dos impactos ambientais e econômicos de alguns aspectos de suas
próprias residências gerando os seus próprios índices de ecoeficiência o que
possibilitou o entendimento dos conceitos e a replicação deste conhecimento
para os seus familiares. Por fim, o grupo vencedor recebeu como prêmio uma
visita ao Museu Catavento e Mercado Municipal de São Paulo.
Em seguida, os resultados obtidos por parte da Gincana e do site produtivo
foram apresentados via um treinamento presencial objetivando a
transformação dos conceitos em ações orientadas à mitigação dos impactos
ambientais e econômicos. Ao final houve um questionário de avaliação para
verificar a internalização e o aprendizado dos temas referentes à
Sustentabilidade.
Ilustração 2 – Etapas do Programa de Educação Ambie ntal com os colaboradores
4. ANÁLISE DE ECOEFICIÊNCIA - BASE CONCEITUAL
Conceito associado à ferramenta da gestão ambiental que avalia o
desempenho ambiental dos produtos ao longo de todo o seu ciclo de vida, desde
a extração dos recursos naturais, passando por todos os elos de sua cadeia
produtiva, por seu uso, indo até seu descarte final. Pode ser descrito como todas
as interações antrópicas com o meio ambiente associadas ao atendimento de
uma função. Em linhas bastante gerais, a técnica de Avaliação do Ciclo de Vida
(ACV) se propõe a fornecer um diagnóstico de envergadura sistêmica e, ao
mesmo tempo, de caráter quantitativo do desempenho ambiental do
atendimento de determinada função, pela aplicação de um produto,
desenvolvimento de um processo, ou realização de um serviço. O diagnóstico
gerado pela ACV se apresenta na forma de um conjunto de indicadores de
impacto ambiental por meio dos quais o desempenho da função em análise está
retratado. Em comparações de desempenhos destes objetos de estudo, os
mesmos devem cumprir a mesma função definida (tal como é conhecido para
AEE como “Customer Benefit”). Para proporcionar este resultado a técnica
serve-se, em termos metodológicos, de quatro fases operacionais.
A metodologia da análise de ecoeficiência foi desenvolvida pela BASF na
Alemanha na década de 1990. A primeira versão da metodologia foi inicialmente
utilizada em 1996 e passa por constantes aperfeiçoamentos em sua modelagem.
Pode ser considerada como uma classe de técnicas de gestão que visa avaliar
o desempenho ambiental de produtos, processos e serviços de forma a integrar
uma avaliação econômica. A análise tem como base a metodologia da Avaliação
do Ciclo de Vida conforme a série de normas ISO 14040 e é usada
principalmente para a comparação de sistemas de produtos que cumpram uma
mesma função, visando a geração de subsídios para a tomada de decisão em
diversos níveis.
5. ANÁLISE DE ECOEFICIÊNCIA LOCALIDADE DEMARCHI
Como o objetivo do estudo é avaliar o sistema de produção, decidiu-se por
não considerar a etapa de uso do produto.
Para esta análise foram considerados os processos elementares
associados à fabricação dos produtos nas sete unidades produtivas da
localidade Demarchi, sendo elas: Fábrica 1, Fábricas 3 e 6, Fábrica 4, Fábrica
5, FRIA III e Suvinil.
Cobertura geográfica: a cobertura geográfica considerou o local de origem
da matéria prima que passou pelo último processo de transformação até a
disponibilidade junto às instalações industriais, situadas na Região
Metropolitana de São Bernardo do Campo.
Cobertura temporal: estabeleceu-se que os dados primários foram
coletados através de informações disponibilizadas no sistema SAP de maneira
continuada ao longo do ano de 2010, 2011 e 2012. Adaptações referentes ao
ano do perfil ambiental de materias primas já existentes no banco de dados
utilizado (Boustead Version 5.0.1) foram efetuadas no proprio banco de dados,
considerando a cobertura temporal do estudo.
Para o estudo foi considerado que a característica do sistema de produto do
Site Demarchi é fixa ao longo dos anos, ou seja, para todas as alternativas em
análise será considerado o mesmo portfólio, mix e proporções de produtos;
A partir das premissas e condições de contorno indicadas gerou-se o
conjunto de Inventários de Ciclo de Vida (ICVs) dos sistemas de produção de
cada Fábrica. Como resultado deste aporte de dados de entradas e saídas
obteve-se os ICVs de cada processo elementar, que são os aspectos ambientais
correspondentes a estes processos. Esta é a fase que consome mais tempo e
recursos em um estudo de ciclo de vida.
Na sequência da etapa de Análise de Inventário procedeu-se à Avaliação
de Impactos de Ciclo de Vida (AICV), que objetiva associar os aspectos
ambientais levantados na etapa anterior aos seus respectivos impactos
ambientais potenciais. Os resultados deste encadeamento aparecem a seguir
para as categorias de impacto com maior fator de relevância, ou seja, aqueles
que apresentaram maior representatividade para o sistema de produto definido
no estudo. Todas as escolhas de valores utilizadas com relação às categorias
de impacto, modelos de caracterização, fatores de caracterização,
normalização, agrupamento, ponderação e seu uso em qualquer ponto da
análise causam influência sobre os resultados, conclusões e recomendações.
Os resultados da análise de impactos de ciclo de vida são expressões relativas
e não prevêem impactos sobre pontos finais de categoria, ultrapassagem dos
valores limite, margens de segurança ou riscos.
6. Resultados
6.1. Impressão Ambiental
Os valores obtidos para cada categoria de impacto são então normalizados
para que possa haver a comparação entre as alternativas. Desta forma, torna-
se possível uma avaliação preliminar com a identificação das categorias de
impacto menos favoráveis (representadas com valor igual a um) e das categorias
de impacto mais favoráveis (representadas com valores proporcionais, menores
que um) para cada alternativa, através do gráfico denominado “Impressão
Ambiental”.
Ilustração 3 – Impressão Ambiental (quanto mais ext remos, maiores os
impactos)
Avaliando a Impressão Ambiental percebemos que o ano de 2012
apresentou melhor desempenho em praticamente todas as categorias (exceto
Consumo de Recursos). A categoria Potencial de Risco (doenças ocupacionais
e acidentes) é outra categoria que vem reduzindo ao longo dos anos e o mesmo
ocorre com a categoria Potencial de Toxicidade.
Vale lembrar que estes resultados abrangem o processo produtivo
específico do site Demarchi e todos os processos produtivos da pré cadeia
(fabricação das matérias primas, auxiliares, transportes etc).
Ilustração 4 - Relevância Ambiental
Através do fator de relevância a ilustração acima mostra as categorias de
impacto ambiental que se apresentaram mais críticas dentro deste sistema em
específico. Como é possível observar, o consumo de energia e o consumo de
recursos apontaram como as categorias que devem ser tratadas como
prioridades. A relação de melhoria de desempenho seja esta dentro do site ou
mesmo na cadeia de fornecedores (pré cadeia) reflete diretamente no resultado
de ecoeficiência da localidade Demarchi.
Abaixo segue um exemplo de análise de apenas uma das categorias
ambientais.
6.2. Consumo Acumulado de Energia
Ilustração 5 – Impacto em Consumo de Energia (Demar chi+ Pré Cadeia); Matriz de Consumo energético da fábrica.
Na primeira avaliação é possível perceber que o impacto em consumo de
energia esta principalmente relacionado à produção das matérias primas (pré
cadeia) demandadas pelo Demarchi e que a energia consumida dentro do site,
em seus processos de transformação e manufatura, representa apenas 2% do
total da energia consumida. Contudo, são as atitudes tomadas dentro do site que
refletem no resultado total e o mesmo ocorre com todas as demais categorias
de impacto. Algumas considerações puderam ser elencadas ao realizar a
avaliação por fábrica.
Para análise do consumo interno foram considerados as cinco fontes mais
representativas de energia. No gráfico podemos observar a matriz energética do
site (em MJ), indicando a importante participação de gás natural utilizado no
processo, considerando o consumo e produção de 2012.
6.3. Avaliação Econômica
O pilar econômico pode ser composto através de duas metodologias, uma
baseada nos custos de produção do produto ou através do valor de venda. A
metodologia baseada em custo é indicada quando o objetivo do estudo for
gerencial, pois indica ao gestor exatamente em qual etapa do processo é mais
impactante no aspecto financeiro.
Como o maior interesse no estudo é analisar a performance de produção do
site a avaliação econômica foi composta por custos com: colaboradores,
energias e utilidades, manutenção, disposição de resíduos e matérias primas.
Os custos considerados foram levados ao valor presente considerando o
índice de inflação.
Ilustração 6 – Impacto econômico (R$/ton de produto)
6.4. Resultado de Ecoeficiência
A matriz de Ecoeficiência é o gráfico que traz o resultado/resposta mais
conclusiva. Trata-se de uma matriz de eixo invertido onde o quadrante mais claro
representa a alternativa mais ecoeficiente.
Ilustração 7 – Matriz de Ecoeficiência
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
2010 2011 20120
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
Despesas com
pessoal
Despesas com
energia e
utilidades
Manutenção Disposição de
Resíduos
Matéria-prima
2010
2011
2012
0,8
1,0
1,30,81,01,3
Impa
ctos
Am
bien
tais
(no
rm.)
Custos (norm.)
2010
2011
2012
A conclusão do estudo aponta que o site está em contínua evolução sob o
ponto de vista da ecoeficiêcnia de seus processos produtivos, o que demonstra
a preocupação da BASF na busca pela melhoria contínua de seus produtos.
Considerando apenas o ano de 2012, foi possível notar que ele apresentou o
melhor desempenho em praticamente todas as categorias ambientais, embora
com custos mais elevados.
7. Conclusões
7.1. Avaliação Ambiental
� Todas as categorias de impacto ambiental analisadas concentram maior impacto
na pré cadeia, porém qualquer mudança interna irá refletir neste impacto que
acontece fora da localidade.
� Com o estudo foi possível avaliar quais as matérias primas (dentre as que foram
mapeadas) são mais críticas em cada categoria de impacto. Algumas como
aguarrás mineral, dióxido de titânio e silicato de alumínio foram destaque pela
intensidade de impacto atrelado ao volume demandando no processo de
produção.
� Na avaliação interna do consumo de energia foi verificado uma redução de
aproximadamente 13% com potencial de redução ainda maior devido aos
trabalhos de eficiência energética que estão sendo implementados à
estabilidade no consumo de diesel que no ano de 2012 teve um grande salto
devido à entrada da nova subestação de energia que exigiu acionamento dos
geradores.
� O consumo de gás natural representa praticamente metade da demanda interna
de energia.
� Quanto às emissões atmosféricas do site, percebeu-se que a localidade vem
sendo menos carbono intensiva e com uma significativa redução de 8% ao longo
dos anos avaliados.
7.2. Avaliação Econômica
� Houve um aumento de 5% no custo de produção relacionado principalmente ao
custo de matérias primas;
� Ao longo de dois anos o custo com matérias primas por tonelada de produto
aumentou em 7%.
� Matéria prima importada corresponde a 20% dos custos totais com matérias
primas e custam em média 2,5 vezes mais do que as nacionais;
� O resultado de impacto econômico pode ser diretamente influenciado pela
oscilação do custo de matérias primas importadas.
� A Suvinil foi a Fábrica que mais sofreu com o aumento do custo de matéria prima
principalmente devido ao elevado consumo de dióxido de titânio e silicato de
alumínio.
� As despesas com pessoal e energia apresentaram uma importante redução ao
longo dos anos avaliados.
8. CENÁRIOS
Durante a realização do projeto foram identificados alguns pontos de
melhoria sendo então discutidas algumas oportunidades que puderam ser
simuladas no estudo.
8.1. Reaproveitamento do pó de exaustão (Suvinil)
Este cenário foi construído a partir de um projeto, que acabou de ser
implementado, que visa à redução do consumo de um tipo de Dióxido de Titânio
(Crimea) e Silicato de Alumínio Desidratado, realizando o reaproveitamento do
pó de exaustão de uma determinada linha de produção.
Essa melhoria corresponde à redução de emissão de 660g de CO2 eq por
tonelada de produto do Demarchi; considerando a produção total de 2012 temos
uma redução de 228 ton de CO2 eq, que é o equivalente a um caminhão de 14
toneladas dando 4,3 voltas na terra.
Com relação aos custos, a redução do consumo de dióxido de titânio e de
silicato de alumínio desidratado corresponde à economia de aproximadamente
R$ 143,7 mil reais/ano.
Ilustração 8 – Benefício do projeto em e missões equivalentes
8.2. Implementação de Economizador
O cenário seguinte foi baseado em um projeto em fase de implementação.
Consiste na instalação de um economizador de gás natural na chaminé da
caldeira, capaz de aproveitar o calor de combustão para pré aquecer a água que
irá alimentar a caldeira. Esta melhoria poderá trazer uma eficiência de até 6%,
reduzindo o consumo de gás natural com a implementação desta medida.
Ilustração 9 - Implementação do Economizador
No diagrama da ilustração 48 podemos observar que a redução do impacto
em energia resultante da menor demanda de gás natural parece pequena
quando observado por tonelada de produto. Porém quando a análise é feita
dentro de uma dimensão proporcional ao que o Demarchi produziu no ano de
2012, esta redução de energia apresenta um impacto significativo, evitando por
volta de 410 toneladas de CO2 eq, o equivalente a um caminhão de 14 toneladas
dando 7 voltas na Terra. Trazendo uma reducão de custo anual de R$ 74 mil
reais.
9. Referências
BRASIL, Ministério do Trabalho E Emprego. Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho. Brasília, 2009. Disponível em: <http://www.mpas.gov.br/arquivos/office/3_111202-105614-161.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2013. BOUSTEAD CONSULTING LIMITED. The Boustead Model 5.0.12. Disponível em <http://lca.jrc.ec.europa.eu/lcainfohub/tool2.vm?tid=186>. Acesso em 2 abr. 2013. SALING, P. et al. Eco-efficiency analysis by BASF : The Method. International Journal of Life Cycle Management. [S.l.: s.n.], 2002. n. 7. v. 4. Confederação Nacional da Indústria. Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 . Brasília, 2013. IPCA 2010. Disponível em: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/ibge-inflacao-pelo-ipca-fecha-2010-em-5-91. IPCA 2011. Disponível em: http://exame.abril.com.br/economia/noticias/ipca-fecha-2011-a-6-50-segundo-ibge-dentro-da-meta-de-inflacao. BASF Sustainability Issues. Disponível em: https://www.basf.net/irj/portal/basfnet?NavigationTarget=navurl://9aa786c26d536e6d2caacc4488c0162d#.