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Energia e Ambiente

A Macedo Vitorino & Associados foi constituída em 1996, concentrando a sua

actividade na assessoria a clientes nacionais e estrangeiros em sectores

específicos de actividade, de que destacamos o sector financeiro,

telecomunicações, energia e infra-estruturas. Desde a sua constituição, a

Macedo Vitorino & Associados estabeleceu relações estreitas de

correspondência e de parceria com algumas das mais prestigiadas sociedades

de advogados internacionais da Europa e dos Estados Unidos, o que nos permite

prestar aconselhamento em operações internacionais de forma eficaz.

No âmbito do nosso Grupo de Energia e Ambiente a Macedo Vitorino &

Associados aconselha clientes nas seguintes matérias:

Processos de licenciamento administrativo;

Regulação específica do sector da energia;

Direito do ambiente;

Projectos de energias renováveis, nomeadamente energia eólica, solar e

biomassa e co-geração; e

Petróleo e gás natural (produção e exploração, distribuição e

comercialização).

Prestamos ainda serviços jurídicos relacionados com:

Certificados verdes; e

Contratos de operação e manutenção.

A Macedo Vitorino & Associados é citada em onze das dezoito áreas de trabalho

analisadas pelo directório internacional, The European Legal 500,

nomeadamente em “Banking and Finance”, “Capital Markets”, “Project Finance”,

“Corporate”, “Tax”, “Telecoms” e “Litigation”. A nossa actuação é ainda

destacada pela IFLR 1000 em “Project Finance”, Corporate Finance” e “Mergers

and Acquisitions” e pela Chambers and Partners em “Litigation”.

Se quiser saber mais sobre a Macedo Vitorino & Associados por favor visite o

nosso website em “www.macedovitorino.com ou contacte-nos através de:

Tel.: (351) 21 324 1900 - Fax: (351) 21 324 1929

Email: [email protected]

Esta informação é de carácter genérico, pelo que não deverá ser considerada

como aconselhamento profissional. Caso necessite de aconselhamento jurídico

sobre estas matérias deverá contactar um advogado. Caso seja cliente da

Macedo Vitorino & Associados, poderá contactar-nos directamente para os

contactos acima referidos.

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Índice

1. Introdução .......................................................................................................... 1

2. Acontecimentos relevantes a nível nacional ...................................................... 1

2.1. Estratégia para a Energia Eléctrica Nacional e Plano Nacional de

Acção para as Energias Renováveis ..................................................................... 1

2.2. Fim da tarifa regulada de electricidade ........................................................... 2

2.3. Tarifa social de venda de electricidade ........................................................... 2

2.4. Aprovação do novo regime de microprodução de electricidade...................... 3

2.5. Energias Renováveis ...................................................................................... 3

2.6. Eficiência energética ....................................................................................... 5

2.7. Rede de mobilidade eléctrica nacional ........................................................... 6

2.8. Sector do gás .................................................................................................. 7

3. Acontecimentos relevantes a nível comunitário ................................................. 7

3.1. Estratégia Europeia para a Energia 2020 ....................................................... 7

3.2. Financiamento de projectos inovadores no sector da energia ........................ 8

3.3. Novas Directivas sobre Eficiência Energética ................................................. 8

3.4. Tribunal de Justiça da União Europeia condena Portugal .............................. 8

4. Perspectivas para o ano de 2011 ...................................................................... 9

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2010 – Um Ano em Revista: Energia e Ambiente

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1. Introdução

O ano de 2010 ficou marcado por importantes acontecimentos, a nível interno

e comunitário, nas áreas do direito da energia e do direito do ambiente.

A nível nacional, assume particular destaque a aposta no sector energético,

sobretudo com vista ao desenvolvimento de projectos de produção de

energia eléctrica através de recursos renováveis, tal como resulta das

medidas consagradas na Estratégia para a Energia Eléctrica Nacional e no

Plano Nacional de Acção para as Energias Renováveis.

É ainda de ressalvar as preocupações com o aumento da concorrência quer

no mercado da electricidade quer no mercado do gás, com a extinção das

tarifas reguladas, respectivamente, na venda de energia eléctrica a

consumidores em muita alta tensão, alta tensão, média tensão e baixa tensão

especial e no consumo de gás superior a 10.000 m3.

Durante o ano de 2010 registaram-se ainda desenvolvimentos no programa

da mobilidade eléctrica, com vista à implementação da rede nacional de

mobilidade eléctrica.

As questões de eficiência energética motivaram igualmente o debate

nacional.

A nível comunitário, a União Europeia (“UE”) dirigiu a sua actuação sobretudo

para o desenvolvimento de projectos de produção de energia a partir de

fontes renováveis, com vista a impulsionar o sector energético, como resulta

da Estratégia Europeia para a Energia.

É ainda de notar o investimento no desenvolvimento deste sector através do

financiamento de projectos inovadores que apresentem simultaneamente

preocupações ambientais.

Neste ano em revista, descrevemos sumariamente alguns dos principais

acontecimentos ocorridos no sector energético no ano de 2010 quer em

Portugal quer na Europa.

2. Acontecimentos relevantes a nível nacional

2.1. Estratégia para a Energia Eléctrica Nacional e Plano Nacional de Acção

para as Energias Renováveis

O ano de 2010 fica marcado pela adopção da Estratégia para a Energia

Eléctrica Nacional, com o horizonte de 2020, que integra a Resolução de

Conselho de Ministros n.º 29/2010, de 15 de Abril.

A Estratégia para a Energia Eléctrica Nacional consagra inúmeras medidas

com vista essencialmente:

(a) À promoção da concorrência nos mercados energéticos;

Com a presente publicação, a

Macedo Vitorino & Associados

procura descrever alguns dos

principais acontecimentos de

2010, nos sectores da energia e do

ambiente, tanto a nível nacional

como comunitário.

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(b) À utilização de tecnologia mais eficiente na produção, transmissão e

consumo de energia; e

(c) À promoção da eficiência energética.

Neste âmbito, assume particular relevância a aposta nas energias renováveis

como forma de produção de electricidade, na sequência da aprovação do

Plano Nacional de Acção para as Energias Renováveis (PNAER).

O PNAER fixa os objectivos a desenvolver pelo Estado português para atingir

as quotas de produção de electricidade a partir de recursos renováveis, no

âmbito da Directiva 2009/28/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho de

23 de Abril, relativa à promoção da utilização de energia proveniente de

fontes renováveis. Em particular, para Portugal, fixa-se que 31% da energia a

consumir no sector da electricidade e do aquecimento e arrefecimento, até

2020, seja proveniente de fontes renováveis, bem como uma quota específica

de 10% no sector dos transportes.

2.2. Fim da tarifa regulada de electricidade

Durante o ano de 2010, uma das preocupações centrais foi a promoção da

concorrência nos mercados energéticos e da liberalização do mercado

eléctrico.

Neste âmbito, assume particular relevância a aprovação do fim das tarifas

reguladas de venda de electricidade, pelo Decreto-Lei n.º 104/2010, de 29 de

Setembro.

Com efeito, desde 1 de Janeiro de 2011, que a venda de electricidade está

submetida ao regime de preços livres para os consumidores de muita alta,

alta, média e baixa tensão especial, que deixam de ser fornecidos por

comercializadores de último recurso.

Todavia, é de notar que a extinção das tarifas reguladas para a venda de

electricidade só abrangeu os consumidores de escalões de maior consumo.

Por conseguinte, os clientes finais com fornecimentos ou entregas em baixa

tensão (com potência contratada até 41,4 KW), isto é, a maioria dos

consumidores domésticos e das pequenas empresas, continuam a poder

escolher entre o mercado regulado e o mercado liberalizado e a ser

fornecidos por comercializadores de último recurso.

2.3. Tarifa social de venda de electricidade

No âmbito da Estratégia Nacional para a Energia 2020, o Governo criou um

desconto no preço da electricidade para os consumidores economicamente

mais vulneráveis, através da aprovação da designada tarifa social.

Os consumidores finais de electricidade destinada exclusivamente a uso

doméstico e com uma potência de 4,6 KvA podem beneficiar desta tarifa

desde que estejam a receber da segurança social um dos seguintes apoios (i)

complemento solidário para idosos, (ii) rendimento social de inserção, (iii)

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subsídio social de desemprego, (iv) primeiro escalão do abono de família ou

(v) pensão nacional de invalidez.

A tarifa social é calculada mediante a aplicação de um desconto na tarifa de

acesso às redes em baixa tensão normal e será definida pela ERSE.

As condições de acesso e benefício da tarifa social estão consagradas no

Decreto-Lei n.º 138-A/2010, de 28 de Dezembro.

2.4. Aprovação do novo regime de microprodução de electricidade

Durante os últimos anos, o exercício da actividade de microprodução de

electricidade tem sido bastante conturbado, sobretudo, por falta de potência a

atribuir aos microprodutores.

Por conseguinte, o ano de 2010 fica também marcado pela aprovação de um

conjunto de alterações ao regime jurídico e remuneratório da actividade de

microprodução de electricidade, através do Decreto-Lei n.º 118-A/2010, de 25

de Outubro, com vista a impulsionar o exercício desta actividade.

A microprodução de electricidade consiste na actividade de produção de

electricidade, em baixa tensão, por intermédio de instalações de pequena

potência (unidades de microprodução), destinando-se a electricidade

produzida ao consumo e à venda aos fornecedores de electricidade.

Neste âmbito, o diploma consagra um aumento da quota de potência da

electricidade a ser produzida em microprodução (uma quota de 25 MW) e

simplifica o procedimento de acesso à actividade.

O acesso à actividade de microprodução fica dependente de uma inscrição

realizada por registo electrónico, junto do Serviço de Registos de

Microprodução, através de um procedimento simplificado de aceitação e

posterior atribuição de potência. Este registo torna-se definitivo com a

emissão de um certificado de exploração, após a instalação da unidade de

microprodução.

O novo diploma actualiza ainda o regime remuneratório (geral e especial)

desta actividade. Em particular, no regime especial, o produtor passa a ser

remunerado com base na tarifa de referência que vigorar à data da emissão

do certificado de exploração. Esta tarifa é aplicável durante um total de 15

anos, subdivididos em dois períodos. No primeiro período a tarifa é fixada em

€ 400 MWh e no segundo em € 240 MWh, com uma redução anual de €

20/MWh. O tarifário depende ainda do tipo de energia primária utilizada,

incentivando-se o uso de energia renovável.

2.5. Energias Renováveis

2.5.1. Biomassa

O ano de 2010 fica igualmente marcado pela adopção de algumas medidas

tendentes à concretização dos projectos de centrais de biomassa florestal,

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lançados já em 2006, cuja execução tem sido atribulada sobretudo devido às

dificuldades na contratação do fornecimento de biomassa.

As novas medidas, constantes da Resolução do Conselho de Ministros n.º

81/2010, de 3 de Novembro, pretendem impulsionar a concretização destes

projectos, designadamente através (i) da atribuição de incentivos económicos

na venda de energia eléctrica produzida pelos promotores das centrais a

biomassa e (ii) da promoção da produção e do aproveitamento de recursos

de biomassa, por exemplo, com a concessão de incentivos à plantação de

culturas destinadas a alimentar as referidas centrais.

No sector da biomassa florestal, assume particular destaque os primeiros

passos no desenvolvimento do processo de certificação florestal que se

destina a assegurar, aos consumidores e outras partes interessadas, que um

determinado produto utiliza matéria-prima originária de florestas que são alvo

de uma gestão sustentável.

2.5.2. Energia hídrica

Durante o ano de 2010 foram lançados vários concursos públicos para a

implementação de centrais mini-hídricas eléctricas, com vista à atribuição de

uma potência de 150 milhões de watts.

Neste âmbito, o Governo definiu um conjunto de regras para a atribuição das

das respectivas licenças, através do Decreto-Lei n.º 126/2010, de 23 de

Novembro, privilegiando como critério de adjudicação das concessões o da

quantia oferecida pela entidade privada.

O prazo de concessões ficou fixado em 45 anos, prevendo-se a celebração

de um contrato de implementação e um contrato de concessão entre o

Estado e a entidade privada adjudicatária.

Para o ano de 2011 aguarda-se o lançamento de mais 100 milhões de watts

a concurso.

2.5.3. Energia eólica

No âmbito da energia eólica, merece destaque a provação de várias medidas

com vista à simplificação do procedimento aplicável ao sobreequipamento

das centrais eólicas, consagradas no Decreto-Lei n.º 51/2010, de 20 de Maio.

Actualmente, o sobreequipamento de centrais eólicas exige uma mera

comunicação prévia à Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), com

excepção dos casos em que é obrigatória a realização de uma avaliação de

impacte ambiental ou de incidência ambiental.

A comunicação prévia é acompanhada da assunção de responsabilidade do

promotor, visto que lhe é exigida a apresentação de uma declaração a atestar

a conformidade de todos os aerogeradores da central sobreequipada com os

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regulamentos de segurança das instalações eléctricas e da rede de

transporte ou de distribuição.

Este novo diploma introduz ainda a obrigação de instalação de equipamento

destinado a suportar cavas de tensão e a fornecer energia reactiva durante

essas cavas em todos os aerogeradores de uma central eólica ligada à rede

de transporte ou de distribuição (e não apenas nos aerogeradores de

sobreequipamento). Caso os aerogeradores não possuam aquele

equipamento, o fornecimento de energia pode ser suspenso pelo operador da

rede a que a central eólica se encontra ligada.

Em complemento a estas alterações, o regime remuneratório foi igualmente

actualizado.

2.5.4. Alterações ao regime de produção de energia em co-geração

Em Março de 2010 foi aprovado o novo regime jurídico e remuneratório da

actividade de produção de energia em co-geração, constante do Decreto-Lei

n.º 23/2010, de 25 de Março.

Este diploma actualiza o regime da produção de energia em co-geração que

datava de 1999 e, simultaneamente, procede à transposição da Directiva

2004/8/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de Fevereiro.

A co-geração consiste na produção simultânea, através de um processo

integrado, de energia térmica e de energia eléctrica, permitindo o

aproveitamento local do calor originado nos processos termodinâmicos de

geração de energia eléctrica, que seriam normalmente desperdiçados.

Nesta medida, a co-geração é um processo com elevado potencial de

poupança de energia e, além disso, permite a redução das emissões de

dióxido de carbono.

Com vista à promoção do investimento e desenvolvimento da co-geração, o

novo diploma actualiza o regime remuneratório, criando duas modalidades à

escolha do promotor da co-geração. A modalidade geral é acessível a todas

as co-gerações, sem restrição de potência instalada, ao passo que a

modalidade especial encontra-se apenas acessível a co-gerações com

capacidade instalada igual ou inferior a 100 MW.

O regime de acesso às redes fica depois dependente da modalidade de

regime remuneratório escolhido.

2.6. Eficiência energética

2.6.1. Criação do Fundo para a Eficiência Energética

O ano de 2010 ficou marcado pela criação do Fundo para a Eficiência

Energética (“FEE”), constante do Decreto-Lei n.º 51/2010 de 20 de Maio.

O FEE tem a natureza de património autónomo sem personalidade jurídica e

apresenta uma dotação de € 1,5 milhões destinados financiar a aquisição de

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equipamentos de elevado desempenho energético pelos cidadãos e

empresas e a abertura de linhas de apoio ao investimento nas energias

renováveis.

2.6.2. Promoção da eficiência energética no sector dos transportes

A promoção da eficiência energética tem sido uma medida incentivada nos

últimos anos em diversos sectores, nomeadamente no habitacional. Durante

o ano de 2010, esta preocupação estendeu-se ao sector dos transportes,

com a transposição para a ordem jurídica interna da Directiva 2009/33/CE, do

Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Abril, através do Decreto-Lei

n.º 140/2010, de 29 de Dezembro, que estabelece o regime jurídico relativo à

promoção de veículos de transporte rodoviários não poluentes e

energeticamente eficientes.

Este diploma tem como destinatários todas as entidades públicas (Estado,

Autarquias Locais, Institutos, Fundações, Associações, entre outros) e as

entidades que prestem serviços públicos de transporte de passageiros

quando o contrato de compra e venda ou de aluguer de longa duração do

veículo tenha um valor superior a 499 mil euros.

Por conseguinte, nos concursos públicos para a aquisição ou aluguer de

longa duração deste tipo de veículos passa a ser obrigatório ponderar, para

além do preço do veículo, os impactos operacionais energético e ambiental

relativos a (i) consumo de energia, (ii) emissões de CO2 e (iii) emissões

poluentes (emissões de NOx – óxidos de nitrogénio).

Neste âmbito, assume igualmente destaque a criação de um sítio pela CE,

(www.cleanvehicle.ue) que ajuda a escolher os veículos menos poluentes e

energeticamente mais eficientes existentes no mercado.

Neste portal é também disponibilizada informação sobre as regras em

matéria de concursos públicos e regimes de incentivo para a compra deste

tipo de veículos nos diferentes Estados-membros.

2.7. Rede de mobilidade eléctrica nacional

Outro dos acontecimentos relevantes do ano foi o início da implementação da

rede de mobilidade eléctrica nacional que compreende o conjunto integrado

de pontos de carregamento e outras infra-estruturas relacionadas com o

carregamento de baterias de veículos eléctricos com abrangência nacional,

com vista a alcançar a meta dos 1350 pontos de carregamento até ao final do

primeiro semestre de 2011.

Para o efeito, foi aprovado o Decreto-Lei n.º 39/2010, de 26 de Abril, que

regula a organização, o acesso e o exercício das actividades de mobilidade

eléctrica e procede ao estabelecimento da rede piloto de mobilidade eléctrica.

As actividades de mobilidade eléctrica dividem-se em (i) operação de

comercialização de electricidade para a mobilidade eléctrica, (ii) operação de

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pontos de carregamento e (iii) gestão das operações da rede de mobilidade

eléctrica nacional.

O desenvolvimento da rede de mobilidade eléctrica visa a introdução na

circulação, de forma massificada, de veículos eléctricos.

2.8. Sector do gás

2.8.1. Liberalização do mercado do gás para consumo superior a 10.000 m3

Em 2010 foi dado mais um passo em direcção à liberalização do mercado

energético do gás natural, com o fim das tarifas reguladas de venda de gás

natural a clientes finais com consumos anuais superiores a 10.000 m3.

Desde 1 de Julho de 2010 que a venda de gás natural para consumo superior

a 10.000 m3 está, portanto, sujeita ao regime de preços livres, à semelhança

do que acontece na venda aos clientes finais com consumos anuais

superiores a 1.000.000 m3.

A extinção das tarifas reguladas consta do Decreto-Lei n.º 66/2010, de 11 de

Junho.

Neste momento, só falta liberalizar cerca de 6% do mercado do gás, o que

inclui os clientes finais com consumos inferiores aos 10.000 m3, isto é, os

consumidores domésticos.

Aos consumidores domésticos continua, portanto, a aplicar-se as tarifas

reguladas, previstas para o fornecimento de gás pelo comercializador de

último recurso, as quais fixadas pela Entidade Reguladora dos Serviços

Energéticos (ERSE).

3. Acontecimentos relevantes a nível comunitário

3.1. Estratégia Europeia para a Energia 2020

Em Novembro, a CE divulgou a nova Estratégia Europeia para a Energia, a

qual consagra um conjunto de medidas a adoptar nos próximos dez anos

com vista a estimular o sector energético a nível comunitário.

Uma das prioridades definidas na Estratégia é a poupança de energia, pelo

que se consagra a realização de várias acções de poupança energética,

nomeadamente através da concessão de incentivos ao investimento e

financiamento de medidas de poupança energética nos sectores dos

transportes e nos edifícios.

A Estratégia Europeia para a Energia estabelece igualmente o lançamento de

grandes projectos energéticos, a desenvolver nos próximos anos, em áreas

diversificadas, tais como (i) a área das novas tecnologias para redes

inteligentes e armazenamento de electricidade, (i) a investigação sobre

biocombustíveis de segunda geração e (iii) o desenvolvimento de cidades

inteligentes.

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Perspectiva-se também que o mercado interno da energia esteja concluído

no ano de 2015.

3.2. Financiamento de projectos inovadores no sector da energia

Em Novembro, a União Europeia fixou ainda um conjunto de critérios para o

financiamento de diversos projectos inovadores na área da energia,

designadamente:

(a) Projectos de demonstração comercial para a captura e

armazenamento de CO2, conhecidos como projectos de

demonstração CAC; e

(b) Projectos de demonstração de tecnologias de aproveitamento de

energias renováveis, conhecidos por projectos de demonstração FRE.

No geral, serão financiados oito projectos de demonstração de CAC e um

projecto por cada uma das oito subcategorias de projectos de demonstração

FRE, com um montante de financiamento de 50% dos custos pertinentes.

O financiamento terá por base a conversão das licenças de emissão de

gases com efeito de estufa em moeda, cuja gestão incumbe ao Banco

Europeu de Investimento (BEI) responsável por as transferir para os Estados-

membros.

No caso dos projectos de demonstração CAC, o montante pago

corresponderá à quantidade de CO2 armazenada, enquanto nos projectos de

demonstração FRE, o montante dependerá da quantidade de energia

produzida, multiplicada pela taxa de financiamento.

3.3. Novas Directivas sobre Eficiência Energética

A promoção da eficiência energética foi uma das preocupações do legislador

comunitário que neste âmbito aprovou, durante o ano de 2010, duas novas

Directivas dedicadas ao tema:

(a) A Directiva 2010/30/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, que

estabelece um quadro para a harmonização de medidas nacionais

relativas à informação ao consumidor final do consumo de energia e

de outros recursos por parte dos produtos relacionados com a energia;

e

(b) A Directiva 2010/31/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho,

estabelece um quadro que visa promover a melhoria do desempenho

energético dos edifícios na União Europeia.

Estas Directivas devem ser transpostas para o direito interno de cada Estado-

membro durante o ano de 2011.

3.4. Tribunal de Justiça da União Europeia condena Portugal

Em 10 de Junho, o Tribunal de Justiça da União Europeia (“Tribunal de

Justiça”) condenou Portugal por não ter adoptado as medidas necessárias na

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gestão dos resíduos depositados ilegalmente nas pedreiras de Limas e Linos,

situadas na freguesia de Lourosa.

Esta decisão pôs fim ao processo judicial instaurado pela CE contra Portugal

em Janeiro de 2009, por incumprimento da Directiva 2006/12/CE, do

Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de Abril, relativa aos resíduos, e da

Directiva 80/68/CE, do Conselho, de 17 de Dezembro, relativa à protecção

das águas subterrâneas contra a poluição causada por certas substâncias

perigosas.

Estas directivas impõem aos Estados-membros a adopção das medidas

necessárias para garantir que os resíduos sejam eliminados sem pôr em

perigo a saúde humana e sem causar danos ao ambiente.

4. Perspectivas para o ano de 2011

Para o ano de 2011, perspectiva-se que sejam concretizados os mais

diversos objectivos traçados para o sector da energia quer a nível nacional

quer a nível comunitário.

No que respeita a Portugal, aguarda-se com expectativa o impacto das

medidas de liberalização do sector eléctrico e do gás, quer nos preços de

venda da electricidade e do gás, quer no âmbito da promoção da

concorrência nestes sectores.

Além disso, espera-se que o aumento da quota de potência atribuída à

actividade de microprodução de energia seja suficiente para estimular esta

actividade que tem conhecido poucos desenvolvimentos nos últimos anos,

por falta de potência a atribuir em comparação com o número de

interessados.

Aguarda-se igualmente a concretização dos projectos de novas centrais com

base em recursos renováveis, nomeadamente as centras de biomassa

florestal e as mini-hídricas eléctricas.

O próximo ano será ainda um ano importante para o desenvolvimento da

rede de mobilidade eléctrica nacional, com o estímulo das actividades de

comercialização de electricidade para a mobilidade eléctrica e de operação

de pontos de carregamento. Aguarda-se também a implementação de novos

pontos de carregamento dos veículos eléctricos, com vista a cumprir a meta

traçada para 2011 de 1350 pontos de carregamento.

No que respeita à UE, aguarda-se a concretização das medidas adoptadas

no ano de 2010, através da aprovação de medidas legislativas concretas,

com o objectivo de renovar o sector energético e de tornar este sector mais

sustentável e competitivo.

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A UE continuará a apostar fortemente na utilização de energias renováveis,

incentivando o investimento nesta área, o qual terá obrigatoriamente de

crescer nos próximos anos.

Além disso, em 2011, entrará em vigor o terceiro pacote legislativo relativo ao

mercado interno da energia, adoptado pela Comissão Europeia em 19 de

Setembro de 2007, pelo que se espera um novo impulso neste sector.

© Macedo Vitorino & Associados – 2011