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Trabalho de graduação integrado IIArquitetura e Urbanismo

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TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO II

Lívia Mendes MoraesNovembro 2012

USP_Universidade de São PauloInstituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos

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A todos que estiveram presente nesse intenso processo. À Deus, minha compreensível família, meus verdadeiros amigos, meus colegas.

Aos mestres que fizeram parte da minha formação.

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“[...]Há que ser uma qualidade que as pessoas SINTAM INCONSCIENTEMENTE, um sentido de PERCEPÇÃO e contemplação. Se você prover a ESSÊNCIA de

espaço e forma, os indivíduos a completarão com a sua IMAGINAÇÃO”.TADAO ANDO

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Introdução...............10Referências...............12

Desenvolvimento...............14Conceitos................20

Processo 26_04................21

Local.................24

Conteúdo programático................36

Processo 24_05...............38

Processo 22_06...............41

Processo 05_07...............43

Processo 16_08...............50

Processo 20_09...............52

Percurso intraquadra...............54

Desenhos técnicos...............58

Projeto...............75

Bibliografia...............92

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Este caderno é o resultado da disciplina deTrabalho de Graduação Integrado (T.G.I.) de Arquitetura eUrbanismo desenvolvido durante um ano e meio de estudo eprojeto.

Desde a disciplina de Introdução à T.G.I., aintenção projetual era de estabelecer um contato maispróximo entre arquitetura e usuário, dissolvendo os limites epropondo um espaço em que o homem sentisse vontade depermanecer. Instigava‐me aqueles ambientes onde o indivíduosentia‐se como parte integrante, espaços produzidos edestinados a seu bem‐estar, na escala humana. Procurava umvínculo emocional com o espaço, que se relacionava com aprópria essência do homem.

Por meio da leitura de As cidades invisíveis(1993) de Italo Calvino foi possível identificar que o espaço éapreendido de maneira diferente por cada indivíduo. Se elepermite diferentes possibilidades de apropriação, o homemmodifica‐o conforme sua vontade, a partir de sua imaginação.

Objeto desenvolvido na disciplina de Introdução à T.G.I.Fonte: Foto de Lívia Mendes Moraes 

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A concepção arquitetônica desenvolveu‐se por meio de uma leitura do centro urbano como sendo um espaço de confluênciade públicos diversificados, já que é o centro comercial, social, cultural e histórico de um determinado povoado. É o ponto de sociabilidade,onde há a exigência de diversidade de serviços para propiciar ao usuário a possibilidade de escolha. A atual dinâmica do centro urbano écaracterizada pela grande velocidade e variedade da oferta de mercadorias, informações e relações a que o homem teve que se adequar. Afuncionalidade impera e transforma esse espaço em um local onde só se vai quando é necessário e não por prazer em vivenciá‐lo.

Essa complexidade exige que as ações sejam precisas e até ensaiadas. No entanto, a diversidade no ambiente urbano deveser entendida como uma possibilidade de escolha para o usuário. Distintos serviços e comércios, ofertas e sensações. Essa é a prova de que acidade não é uma obra acabada, ela apresenta ou deveria apresentar alternativas a seu habitante que não fosse somente a nível do consumo.O homem tem o poder de escolher o que quer viver e essas transformações de pensamento mantêm viva a cidade.

O trabalho repetitivo apenas tem sido interrompido para alimentar‐se. A refeição, que deveria funcionar como uma pausano tempo do trabalho, é tragada em poucos minutos de modo objetivo. E por que não alimentar o corpo e também a alma de forma a buscaro equilíbrio entre espaço e o ser?

Ainda que o homem seja tratado como elemento de um sistema, ele faz parte de uma sociedade massificada e mecanizadaonde a dimensão do individual é descartada. Um lugar onde o indivíduo possa entrar em contato consigo mesmo possibilitando ativar assensações do ser que se perde em meio aos ruídos externos. Um espaço com um novo tempo, o tempo do homem, um refúgio à disposiçãodo indivíduo que queira descolar‐se daquele momento e espaço.

Com relação às referências projetuais, destacaram‐se ambientes propostos em museus e memoriais onde o contato sensitivodestes com o homem é provocado por meio de elementos que levam a recordar um tempo diferente daquele presente, revelando‐se umespaço que estimula a introspecção em seus visitantes.

Para Juhani Pallasmaa, a arquitetura deve envolver o usuário através da tridimensionalidade. Ele critica a arquitetura que impacta, afirmando que o excesso de informações é uma tentativa forçada de atrair a atenção. Ele faz uma associação com as catedrais, que se contrastam com o mundo, mas convidam ao encontro íntimo, do homem consigo mesmo, quebrando com o ritmo cotidiano já visto como um processo naturalizado.

Em Os olhos da pele(1996), ele explicita que a arquitetura não deve ser tratada como mero objeto de sedução visual, ela é capaz de relacionar, mediar e projetar significados. A arquitetura de experiências multissensoriais deve, para o arquiteto, substituir a supervalorização das dimensões intelectual e conceitual da arquitetura, características estas que têm levado ao desaparecimento da sua essência física e espiritual. 

Peter Zumthor discute aspectos relacionados com o simbolismo. Ele contraria as naturalizações e considera que os objetos têm que ser apenas eles mesmos, sem conceitos pré‐determinados, para que cada indivíduo tire as suas próprias conclusões. Na suaconcepção, a diversidade dos homens permite que os espaços possam ter significados múltiplos, desenvolvendo uma poética arquitetônica como na música, literatura ou pintura.

O indivíduo é peça central na arquitetura de Zumthor e por isso, a simplicidade espacial tem o objetivo de não manipular as suas percepções. Sua arquitetura evoca a dimensão espiritual a partir do envolvimento físico do homem para propiciar uma experiência emocional.

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Jardins japoneses, com singelos espaços,  apenas com pedras, água, areia e tranquilidade também serviram de referência. Lugares estes pouco difundidos na cultura ocidental, mas que procuram o equilíbrio do ser para a constituição de ambientes em grupo com ares de calmaria. Onde o homem encontra as respostas para seus problemas. Presenciar uma nova maneira de se encontrar com sua alma pode ser um caminho para difundir e instigar essa necessidade. Um espaço urbano destinado também a essas práticas permitiria apresentar a novas pessoas um modo de lidar com os problemas cotidianos.

As casas de chá orientais foram alguns dos elementos de referência. A simplicidade envolvente parece causar estranheza no homem ocidental habituado a acumular ornamentos e elementos, por isso a leitura de um capitulo de O livro do chá (2008) propiciou um novo olhar sobre o espaço construído.

Na arquitetura japonesa, o vazio mostra‐se bem presente. Este elemento propõe desvendar o oculto, chegar à origem, à essência do ser. Essa profundidade é demonstrada no projeto quando o material apresenta‐se aparente, sem revestimento ou cor, para que toque o ser e permita que ele também alcance essa simplicidade. Ainda nos projetos orientais, os intervalos levam à reflexão, e o elemento distinto presente na arquitetura aciona os mecanismos de percepção do espaço naquele que rotineiramente não o sente por sobreviver de maneira funcional.

Possíveis práticas de atividades.Fonte: Foto de Lívia Mendes Moraes 

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Tadao Ando propõe composições que consigam tocar a sensibilidade dos indivíduos, em que a percepção do passar do tempo seja parte da experiência espacial. Propõe uma arquitetura que condense o momento e a duração.

Ele afirma que os espaços geométricos e puros denunciam a complexidade e riqueza da natureza, alcançados pela experiência íntima de cada ser. Acredita que arquitetura não deva falar muito, deve propiciar que a natureza fale diretamente com o espírito humano para que as pessoas possam se sentir realmente vivas, suscitando uma comunhão de sentimentos no usuário.

Em seus projetos, o percurso para levar o usuário a um novo lugar é de fundamental importância. Prenunciar o novo em termos materiais, diferente disposição de paredes ou por meio de um elemento novo introduzido na paisagem são maneiras encontradas pelo arquiteto de preparar a percepção do usuário.

A materialidade apresentada de maneira bruta torna a textura do material o próprio revestimento e, a negação do uso de artifícios que apreendam a atenção do usuário deixa em evidência o projeto em sua totalidade. O homem sente a arquitetura.

Tadao Ando já demonstra a importância do concreto aparente como sendo um material onde a execução é incorporada ao resultado. As formas ficam marcadas ali. O espaço mostra a sua densidade. 

“O resultado do concreto depende da confiança das relações humanas entre o arquiteto e o pessoal do canteiro de obras, da capacidade de se formar no construtor o orgulho por construir algo” (ANDO,2000, p.143).

Esse caminho escolhido relaciona‐se com um espaço sensorial, perceptível por aquele que ali adentra por conta de uma arquitetura sensível ao tempo. Uma parada para o descanso. Ali o tempo torna‐se visível, incorporando tempos passados, pertencentes à memória; trata‐se da manifestação física do tempo, uma “materialidade sentida”.

O termo “habitar” compreende a relação entre o homem e o seu meio através da percepção. Esse filtro por qual o ambiente construído passa ao apresentar‐se ao indivíduo não é lógico, ele envolve sentimentos.

Aí se insere a necessidade de um projeto tender a minimizar os elementos que possam distrair o olhar. A simplicidade buscada nesse projeto é demonstrada por materiais aparentes. 

A transitoriedade pode ser manifestada nos elementos e materiais construtivos que passaram por pouco ou nenhum processos artificiais para sua constituição, mantendo as características de sua origem.

Relação com elementos naturais (vento, água, chuva); luz e sombra; aberturas de grandes cortes no projeto que oferecem perspectivas, pontos de vista e interpretações; material na sua essência; parede como estruturadora de lugares; formas geométricas puras (estáticas) são elementos que estimulam um sentimento de introspecção para a constituição de espaços de silêncio.

[...]Eu acho que toda grande arquitetura converge para um ponto de silêncio. É esta tranquilidade que a consciência humana busca. 

Acho que as cidades de hoje são tão mais complicadas e densas que há uma necessidade real de criar espaços que sugiram solidão e liberdade espiritual. E acho que isto se faz através de ordem e simplicidade, não de adornamentos sucessivos. Há que 

ser uma qualidade que as pessoas sintam inconscientemente, um sentido de percepção e contemplação. Se você prover a essência de espaço e forma, os indivíduos a completarão com a sua imaginação. 

(AUPING, 2003)

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A partir da escala do usuário o conceito projetual começou a ser refinado e levou a determinadas escolhas. A decisão por um projeto na cidade de São Carlos (interior de São Paulo) ocorreu por conta da relação com o urbano presenciada por quem está projetando. Não é a escala do motorista ou de quem trafega de ônibus diariamente, mas por quem caminha por suas ruas.

Por abrigar universidades de importância nacional, a cidade de São Carlos é o local onde muitos estudantes se refugiam por alguns anos. A diversidade de práticas culturais influencia diretamente nos tipos de comércio e serviços presentes na cidade. Esta precisa acolher seus habitantes atendendo às distintas necessidades.

O centro urbano caracterizado por ser o núcleo histórico, econômico e social local tem a função de atender aos públicos diversificados (população e estudantes). É o espaço de sociabilidade, onde os indivíduos encontram‐se e realizam diversas atividades. Há trocas de conhecimentos e experiências.

O recorte para a inserção do projeto foi a Avenida São Carlos, de grande importância para o município. A quadra escolhida apresenta elementos propícios para buscar o silêncio pretendido. Em seu interior uma recorrência comum na maioria das quadras da cidade, um “vazio” caracterizado por vegetação ou estacionamento. Esse “miolo de quadra” dificilmente é acessado pelo usuário que é mantido em suas bordas, enfrentando um percorrer urbano que tornou‐se pesaroso e monótono. A quadra de intervenção encontra‐se entre praças, apresenta a Biblioteca Municipal e um edifício de importância histórica para a cidade, o Palacete Bento Carlos.

O projeto apresenta dois níveis de percepção do espaço. A primeira leva o usuário a caminhar por entre as construções existentes. Da rua menos movimentada, o homem já tem uma visualidade para o projeto que se desenvolve no interior da quadra. Logo de início, o usuário margeia a história da cidade e tem a possibilidade de vivenciar tempos passados. Por entre os cabos de aço é possível sentir a leveza da paisagem formada pelas árvores, mais baixas que o observador por conta da declividade acentuada do solo. Ele pode continuar e testar diferentes pontos de vista para aquele singelo momento da natureza, pode escolher aquele que é compatível com seu estado de espírito e por ali permanecer. Ainda pode mudar o foco e deslocar‐se em direção a outra história, a história escrita e relatada nos livros. A segunda percepção encontra‐se no projeto em si, a busca por descolar‐se do tempo e do espaço, do burburinho, turbilhão de informações de uma importante avenida.

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1_USP II2

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2_Rua Miguel Petroni3_Rua Bruno Ruggiero Filho4_USP I5_Cemitério6_UFSCar7_Av. Trabalhador Sancarlense8_Av. São Carlos9_Av. Comendador Alfredo Maffei10_RodoviaWashington Luiz11_Av. Getúlio Vargas

ÁREA DE PROJETO

1

CIDADE DE SÃO CARLOS_SP

EDIFÍCIOS HISTÓRICOS/CULTURAIS

2 7

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5

67 89

1011

12

1_Teatro Municipal2_CDCC3_Livraria4_Sede Social São Carlos Clube5_Câmara Municipal6_Edifício Paulino Carlos7_Museu da Ciência8_Cine São Carlos9_Palacete Conde do Pinhal10_Biblioteca Municipal11_Palacete Bento Carlos

QUADRA DE INTERVENÇÃO

12_Mercado Municipal26

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Rua Jesuíno de Arruda

Rua Treze de Maio 

Av. São

 Carlos

Rua Don

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Rua São Joaq

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Rua Ep

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ÁREA DE PROJETO ‐ 1600 m²

Rua Conde do Pinhal 

Rua Geminiano Costa 28

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Rua Jesuíno de Arruda

Rua Dona Alexandrina

Rua Treze de Maio

Avenida São Carlos

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BibliotecaMunicipal

Unidas(aluguel  de carros)

BancoBradesco

BancoMercantil

PalaceteBento Carlos

EstacionamentoBradesco

Casa 2 pav.

AthenasPaulista

Clínica

Av. São

 Carlos

Casa2 pav.

ÁREA DE PROJETOÁREA DE PROJETO“VAZIO DA QUADRA”CONCENTRAÇÃO DE PESSOAS

mercadomunicipal

ônibus

ônibus

ônibus

ônibus

ÁREA DE PROJETO

ÁREA DE PROJETO

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PRAÇACORONELPAULINOCARLOS

PRAÇAVOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA

N

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O conteúdo do projeto desenvolveu‐se a partir da relação entre pausa no tempo com o momento da alimentação. Um restaurante localizado na importante avenida da cidade que permitisse ao usuário desvencilhar‐se do fluxo e transformar‐se em espectadordas situações cotidianas do habitante sancarlense. Um espaço onde o degustar é o chamariz para aquele que, percorrendo a avenida sente necessidade de alimentar seu corpo. 

O alimento da alma é um espaço onde as pessoas podem descansar em meio ao turbilhão de informações presentes no centro urbano. Ali o indivíduo pode recolher‐se e refletir sobre as questões e problemas que o atormentam. Como o descanso pode variar conforme cada ser humano, a possibilidade do que fazer deve ser ampliada. Sentar no mezanino e apreciar a paisagem, deitar/sentar em espreguiçadeiras, ler, ouvir música, usar seu notebook, balançar‐se em uma rede.

Articulando esses dois momentos do programa está uma rampa que circunda um pátio coberto onde podem ocorrer diversas apresentações. Atividades que exercitam o corpo e a mente, que necessitam apenas de um espaço e pessoas que queiram envolver‐se com tranquilidade. A rampa funciona não apenas como circulação, mas como um elemento que permite a visualização, por diversos ângulos, do que acontece no pátio. Essa é uma maneira de apresentar à cidade os vários tipos de atividades que se realizam. A experiência, mesmo visual, incita o usuário a novos pensamentos, sentimentos e necessidades.

O refúgio completa‐se. Pessoas e espaço. Alimento e proteção. 

O terreno apresenta cerca de 1600 m² onde a cozinha, refeitório, área de descanso e pátio são distribuídos. Esses ambientes são posicionados para o interior da quadra conforme a relação de cada atividade com a intensidade do som oriundo da avenida.

COZINHA_65 m² (1ºpav.) + 140 m² (2ºpav.) = 205 m²REFEITÓRIO_263 m²PÁTIO (circundado pela rampa)_272,25 m²DESCANSO_ 65,5 m² (mezanino) + 188 m² = 253,5 m²

Cont

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1m 3m 5m

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FACE VOLTADA PARA AV. SÃO CARLOS

BANCO BRADESCO

BIBLIOTECA

NOVO – 1º PAV. NOVO – 2º PAV. DENTRO 46

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1m 3m 5m

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PERCURSO

AMBIÊNCIASEXPERIÊNCIAS

CONVITE ADESACELERAR

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Verão 10h

Verão 11h

Verão 12h

Verão 13h

Verão 14h

Verão 15h

O pátio deixou de ser descoberto quando, por meio do estudo do percurso solar, foi possível perceber a importância de um aparato que pudesse proteger as pessoas. Durante o verão, das 10h às 15h , a grande incidência dos raios solares afastaria os indivíduos do local.

Adotou‐se um sistema de cobertura semelhante ao utilizado por Paulo Mendes da Rocha no Museu da Língua Portuguesa (Estação da Luz, São Paulo). Trata‐se de uma grelha metálica sustentada por barras de aço fixadas a quatro pilares. Essa peça permite que alguns módulos dessa grelha possam ter fechamento metálico ou em fibra de vidro, sendo que neste último caso, adotou‐se uma localização que marcasse o percurso do sol na superfície do pátio (faixa de leste a oeste).

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PALACETEBENTOCARLOS

BIBLIOTECAMUNICIPAL

Mapa à direita localizandoo percurso (imagens na 

próxima página) 

O percurso (cerca de 80m) tem início na Rua Treze de Maio. O Palacete Bento Carlos deixa de esconder‐se em meio a grades e é desvendado pelo transeunte que adentra à quadra. Ao fundo alguns galhos verdes chamam a atenção. Cabos de aço, mas que sustentam o quê? Continuar e caminhar até a Biblioteca Municipal ou conhecer algo novo? A fresta horizontal em concreto tem altura baixa, mas seria todo o ambiente com esse mesmo nível?

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PALACETEBENTOCARLOS

BIBLIOTECAMUNICIPAL

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Projeto

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O acesso pela Avenida São Carlos inicia‐se por uma escada de mesmo piso que a calçada de maneira a convidar o usuário a caminhar pelo interior da quadra e borrar os limites de percurso apenas pelas faces de quadra.

Blocos em concreto com dimensões e alturas diferenciadas espalham‐se no térreo e permitem que os usuários possam se acomodar conforme a necessidade, buscando uma referência, com o que Lawrence Halprin concretizou em Freeway Park (Seattle, Washington ‐EUA) ou em Ira Keller Fountain (Portland, Oregon‐EUA), onde o espaço projetado encontra a sua completude com a presença humana.

Essas peças foram projetadas como sendo um dispositivo para permitir distintos pontos de vista do ambiente. As pessoas podem ver e serem vistas de diversos ângulos e níveis, sozinhas, em casais, grupos. 

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Acima do térreo livre, um refeitório em “L” que circunda um canto do pátio foi projetado para propiciar o acolhimento para os indivíduos. Essa característica, defendida anteriormente é apresentada no mobiliário em madeira (tratada de maneira a permitir a correta e fácil higienização), na estreita faixa envidraçada voltada para a avenida e mesmo ao delimitar um espaço para os usuários que permanecem no pátio coberto.

A face do refeitório voltada para a avenida é tratada para permitir que o usuário desloque‐se do fluxo do centro urbano e passe a ser um espectador da circulação de pessoas e veículos.

DIRECIONAR O OLHAR

VISÃO DO “SOBRE” PARA AV. SÃO CARLOS78 

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A configuração do ambiente do degustar apresentada seria uma das possibilidades. Propõe‐se uma composição de um tipo de mesa, quadrada e para até quatro pessoas, um rearranjo do mesmo objeto. Conforme a necessidade de quem ali adentra, o mobiliário pode adaptar‐se. Essa foi uma característica apresentada no início das ações projetuais, ainda em croqui (imagem), para que esse espaço fosse moldado de acordo com as pessoas. Alternativas, diversidade e encontros. Abriga cerca de 135 pessoas. 

A difusão do aprendizado para os habitantes de São Carlos e a leitura do centro urbano como uma área que abriga a diversidade possibilitaria que os alunos do curso de gastronomia do SENAC pudessem estagiar em sua cozinha.  Assim o tipo de refeição seria diferenciado da maioria apresentada nesse local. Não seria mais uma filial de uma rede de “fast food”, mas um espaço que tendesse ao “slowfood”.

ÁREA DE PROJETOSENAC_curso de gastronomia

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O estudo de uma cozinha industrial passou desde as de restaurantes populares até às de pequeno porte.O funcionário acessa pela avenida o projeto e caminha em direção aos vestiários para a higienização. No pavimento térreo, 

localizam‐se também a cozinha e sanitários para os funcionários e, ao fundo, o escritório. Subindo a escada, há a recepção, o controle qualitativo, quantitativo e armazenamento dos alimentos. Engloba algumas pias 

para a pré‐higienização dos produtos que chegam; depósito de caixas; despensa seca para cereais e enlatados além de câmaras frigoríficas para carnes, frutas e legumes. Assim chega‐se à área de pré‐preparo onde ocorre o descasque, fatiamento, porcionamento, lavagem e desinfecção de legumes, cereais e carnes. A seguir a região de preparo com os utensílios de cocção e abertura para o refeitório. Na área de

higienização realiza‐se a lavagem dos vasilhames usados para preparar os alimentos além da louça utilizada para servi‐los.

Toda essa área (pré‐preparo, preparo e higienização) encontra‐se 1m acima do nível da recepção. Isso permite que o refeitório esteja nivelado com a área de cocção, facilitando o acesso pelos funcionários. Outro motivo foi o de funcionar como uma separação do material que chega pela rua daquele que será preparado e, ainda por conta de permitir a instalação do piso elevado, vão por onde passam a fiação dos aparelhos da cozinha agrupados em “ilha”.

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AVENIDASÃO CARLOS

As geladeiras têm portas de vidro e, os locais onde os temperos e utensílios para produção do alimento são armazenados devem ser abertos ou com material transparente para agilizar o preparo. As bancadas variam de altura conforme o tipo de serviço a ser realizado.  Quando é exigido do funcionário precisão, para escolher grãos por exemplo, a altura é de aproximadamente 100 cm. Para lavar pratos, utiliza‐se cerca de 90cm e, quando o trabalho é mais pesado, como lavar panelas, 83 cm.

Um novo corredor configura‐se para isolar a passagem do alimento dos resíduos gerados. O lixo situa‐se no mesmo bloco construtivo das duas câmaras frias, cujas paredes são revestidas por material isolante térmico. Isso permite que o ar refrigerado delas possa ser utilizado para armazenar os resíduos a uma temperatura baixa impedindo a proliferação de animais transmissores de doenças. Localiza‐se bem próximo ao depósito de limpeza e à área de carga e descarga. Esta é acessada pelo automóvel a partir da Avenida São Carlos e, diante do alto fluxo de veículos e da acentuada declividade do terreno, a reposição dos produtos é feita várias vezes por semana para não prejudicar o trânsito ao possibilitar que carros menores possam fazê‐la.

PÁTIO

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No espelho d’água o reflexo do homem é projetado, levando‐o a questionamentos referentes ao seu modo de vida, uma válvula que aciona a reflexão.

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A rampa que articula o espaço interno, cumpre também com o papel de “orientar” um percurso, ela introduz o usuário em um novo tempo. O seu formato quadrado, usado já nos claustros japoneses, leva à perda da noção da temporalidade em que se encontra. Caminhar para se alcançar determinado nível vertical e se perder em meio a faces de mesma dimensão. Assim, o homem deixa de trabalhar o seu poder de precisão e desvenda a sua imaginação, a sua capacidade de associação para descobrir novos lugares.

Projetada em concreto aparente, está estruturalmente vinculada aos demais espaços. Nas faces leste e norte, a rampa está engastada nos dois muros de arrimo (ver Det.02). À oeste, uma viga inclinada, sustentada pelos pilares da cozinha, recebe os esforços da laje inclinada. Já à sul, pilotis estruturam‐na. Com mesmo intervalo,  eles configuram filtros do olhar de quem está nos blocos em concreto para o pátio. 

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A cozinha normalmente seria apenas um espaço onde a “mágica” acontece, o alimento comprado em uma refeição. O usuário nem mesmo consegue nomear uma hortaliça plantada quando a vê. De maneira singela, um jardim de temperos proposto para o nível acima da cozinha, instiga o homem a sentir o aroma do seu futuro alimento. 

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O tempo é incorporado fisicamente nos materiais aparentes que não fazem grande uso da artificialidade. A parede de concreto recolhe a água pluvial até chegar ao recorte no chão, coberto por seixos, que recebe essa água(detalhamento semelhante ao projetado para o espelho d’água) e deixa marcado o seu caminho. 

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A concepção do espaço que mais se distancia da avenida desenvolveu‐se a partir da leitura do projeto para o pavilhão brasileiro na XIII Trienal de Milão (1964) idealizado por Lucio Costa. O tema, “Tempo livre”, o permitiu fazer um contraponto à simples funcionalização do cotidiano do homem e à generalização do modo de viver, um questionamento diante da massificação das necessidades humanas. 

Denominado de “RIPOSATEVI”, Costa convidava os usuários a repousarem em quatorze redes dispostas em um espaço cujo chão era coberto por areia. A associação ao tempo vivido pós‐golpe militar estava presente, buscando alcançar em um espaço limitado um novo tempo, descolando o homem do espaço e momento histórico.

O uso de redes em chão de areia, sustentadas por cabos de aço, abaixo do mezanino, faz uma referência ao projeto de Lucio Costa. Ainda há espreguiçadeiras cujo encosto tem diferentes inclinações. A mobilidade delas possibilita rearranjar o lugar para desenvolver qualquer tipo de atividade. 

Trata‐se de um convite a perceber o espaço, visualizar as árvores da praça do mercado  municipal logo adiante ou sentir o tempo nas folhas e flores de Ipê Branco que nascem e caem. A marcação das estações do ano por uma vegetação quese insere de maneira escultural na paisagem é o foco.

Portas pivotantes em vidro orientadas a sul, funcionam como filtro. A grande intensidade do fluxo de pessoas na avenida, ameniza‐se conforme o adentrar pela interior da quadra e, ao atingir as portas, o caminho afunila‐se novamente.

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Assim como os blocos em concreto permitem visualizar de diferentes ângulos a paisagem, a escada entre o mezanino e o espaço das redes, possibilita perceber o exterior em distintos níveis. A cada degrau uma nova perspectiva, um novo elemento que é revelado e que esconde um anterior.

Paredes paralelas em concreto estruturam esse espaço. Essa solução assemelha‐se à do refeitório, quando paredes em pedra sustentam uma grande área livre. Já na cozinha, ambiente que não precisa de grandes vãos livres, ocorre por vigas e pilares em concreto. Em alguns momentos, a solução foi por vigas invertidas para não prejudicar passagens ou alturas.

Nas imagens a seguir propõe‐se uma construção dos espaços por meio dos seus elementos estruturais principais.

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PILARES

PILARES/VIGAS

PILARES/VIGAS/LAJES

PAREDES ESTRUTURAIS

PAREDES ESTRUTURAIS/PILOTIS

PAREDES ESTRUTURAIS/PILOTIS/RAMPA

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