textos da escola primária

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  • 8/17/2019 Textos da Escola Primária

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    Não Quero

    Contos para a infância – Guerra Junqueiro

    Um dia, passando na estrada, ouvi dois rapazitos que falavam muitoalto: «Não, dizia um com voz enérica, não quero!" #arei e

    peruntei$l%e: & ' que é que tu não queres, meu rapaz( & «Não

    quero dizer ) mamã que ven%o da escola, porque é mentira! *ei que

    me %)$de ral%ar, mas antes quero que me ral%e do que mentir!" & +

    tens razão, disse$l%e eu! s um rapaz como se quer!" -pertei$l%e a

    mão, enquanto que o outro pequeno, que l%e aconsel%ava que se

    desculpasse mentindo, ia$se em.ora todo enveron%ado!

    /a0 a aluns meses, passando pela mesma aldeia e tendo de falar

    com o professor, entrei na escola, onde recon%eci imediatamente os

    meus dois pequenos1 o que não quis mentir, sorria$me, enquanto

    que o outro, vendo$me, .ai2ou os ol%os! -o despedir$me interrouei

    o mestre so.re os dois alunos: '%3 disse$me ele, falando do

    primeiro, é um mani4co estudante, um pouco teimoso, mas

    %onrado, sincero, sempre pronto a confessar as suas faltas e o que é

    ainda mel%or, a repar)$las! ' outro pelo contrario, é mentiroso,

    covarde e incorri0vel!" & Não me espanto, disse eu, 5) tin%a tirado

    o %or6scopo destas duas crian7as1 e contei$l%e o que tin%a ouvido!

    Menino, queres ser meu mestre?

    8enino: queres ser meu mestre(

    $ Contio, tin%a tanto que aprender3

    - ser 5ovem, sem querer1

    a ser .om, sem o sa.er1

    - ser alere, sem ter

    8otivos para o ser!

    8enino: queres ser meu mestre(

    $ /ei2a o teu arco a0! 9em$me ensinar

  • 8/17/2019 Textos da Escola Primária

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    - sorrir e a con4ar1

    - ter esperan7a e a perdoar1

    - esquecer e a c%orar

    8enino, que .rincas no 5ardim:

    $ ;u sim,

    #odias ser um mestre para mim3

    As orelhas do abade

     ;e64lo u5a, sen%or a.ade, que o meu %omem 5urou que l%e %avia de

    cortar as orel%as, e isto das perdizes foi um prete2to para c) o

    pil%ar!

    ' a.ade não quis ouvir mais, e ele por aqui me sirvo!

    ' marido c%ea, e diz$l%e a mul%er:

    $ ' a.ade a0 veio, viu as perdizes, e não queria esperar mais por ti,

    peou nelas e foi$se em.ora!

    ' %omem vem = porta da rua, e ainda v? o a.ade fuindo, e

    come7a a ritar:

    $ @ sen%or a.ade3 #elo menos dei2e$me uma!

    $ Nem uma, nem duas3 $ respondeu ele l) de lone!

    Espelho de Mil Faces-nt6nio 8anuel Couto 9iana

    8eninas que estais estudandoNumas .anquin%as pequenas:

    A) fora o sol vai dourando's riscos das vossas penas!

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     8eninas que estais sorrindoNumas .anquin%as sentadas:A) fora Bores vão a.rindoCom as vossas aral%adas!

     8eninas que estais son%andoNumas .anquin%as de pin%o:A) fora canta, c%amando,' canto dum passarin%o! @ mestra que est)s falando+m cadeirin%a tão calma :A) fora o *ol vai dourando-s penas que tens na alma!

    Os olhos de minha mãe

    9ir0lio Couto

    #ersonaens: icardo, >ilipe, /)rio, +st?vão

    D noite! ilipe – Gosto mais do *ol! - luz do *ol aquece

    icardo – - Aua é mais .ela! Não maoa

    /)rio – ue tranquilo est) o 8ar3 #arece um lao azul Não %)

    nada mais lindo que o 8ar

    icardo – Não é tão lindo como a Aua!

    >ilipe – ' *ol é a mais formosa coisa que %) no 8undo! Não éverdade, +st?vão( D+st?vão sorri e nada dizF

    /)rio – verdade: ual é para ti a coisa mais .onita que %) no

    mundo, +st?vão( ' *ol( ' 8ar( - Aua( /iz3

    +st?vão – - coisa mais .onita que %) no 8undo( *ão os ol%os de

    min%a 8ãe!

    icardo – - luz do luar é serena

    +st?vão – 8ais serenos os ol%os dela>ilipe – ' *ol é ardente

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    +st?vão – ;am.ém os seus ol%os são ardentes

    /)rio – ' 8ar é tão azul

    +st?vão – *ão mais azuis os seus ol%os! 8ais azuis do que o mar

    azul1 mais ardentes do que o *ol ardente1 e mais doces do que ado7ura do luar! -creditai: não %) nada mais .onito que os ol%os de

    min%a 8ãe!

    Tem de cá voltar