Textos complementares – 3º ano

Ilustração de Charles Robinson para a fábula “O vento e o sol”, de Esopo, autor consagrado pelos gregos do século V a.C. pela simplicidade com que transmitia suas liçoes morais.

Fábula de Esopo:

O Vento e o Sol

O vento e o sol estavam disputando qual dos dois era o mais forte. De repente, viram um viajante que vinha caminhando. - Sei como decidir nosso caso. Aquele que conseguir fazer o viajante tirar o casaco, será o mais forte. Você começa, propôs o sol, retirando-se para trás de uma nuvem. O vento começou a soprar com toda a força. Quanto mais soprava, mais o homem ajustava o casaco ao corpo. Desesperado, então o vento retirou-se. O sol saiu de seu esconderijo e brilhou com todo o esplendor sobre o homem, que logo sentiu calor e despiu o paletó.

(O amor constroi, a violência arruína)

Marc Chagali — O poeta, 1911

Ao balcão de um momento para o outro mutatis, mutandis, estamos sós ao balcão. e nus. e sós. sem música nem pernas torneadas de acompanhantes ocasionais. um ressaibo do álcool e tabaco em fundo uma vida regressada e indisfarçável inteira, nossa, nua, concreta. deito fora o charuto, as palavras engulo-as. Apenas o silêncio me importa mas não este aqui ao balcão vazio como os copos, sujo como eles hostil de tantos rostos que se partiram. de não sei que parte o rapaz chega balbucia coisa qualquer que não escuto. tem razão talvez: irei para casa este silêncio, por fim é, o que me mata.