textos clássicos da antiga china – as ciências na china - andré bueno

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  • 8/14/2019 Textos Clssicos da Antiga China As Cincias na China - Andr Bueno

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    ndice

    O objetivo desta seleo , antes de tudo, fornecer uma

    base didtica para o estudo da China Antiga. Longe de

    ser uma base completa, trato aui dos dados mais

    superficiais e abrangentes ue possam condu!ir o

    interessado num estudo srio e esclarecido sobre o tema,

    de modo a reali!ar uma e"posio ue no seja nem

    http://chinaimperial.blogspot.com/2008/03/apresentao.htmlhttp://4.bp.blogspot.com/_KlfjjUIPn_Y/SBdsiSJFdwI/AAAAAAAAANI/_3jCOS__KYQ/s1600-h/chine.bmphttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/03/apresentao.html
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    cansativa, nem muito comple"a. #nevitavelmente, somos

    obrigados a nos deparar com algumas relativi!a$es

    te%ricas necessrias ao aprofundamento do estudo desta

    civili!ao, cujas especificidades invocam um olhar

    bastante cuidadoso. &o entanto, nos deteremos, aui,

    num conjunto de e"plana$es bsicas ue sirvam de

    referencial a todas estas uest$es. #gualmente, a

    determinao dos elementos bibliogrficos serve a

    proposta inicial de tornar um pouco mais acess'vel este

    nosso estudo. (uscamos, pois, indicar te"tos ue sejam

    facilmente encontrados, ue estejam em nosso idioma e

    ue sejam de academicamente vlidos, afastando)mepropositalmente de toda e ualuer publicao de

    carter e"otrico ou de fonte duvidosa. &o caso

    espec'fico da sinologia, sabemos ue tais te"tos abundam

    em profuso, dificultando o estudo srio da China e

    comprometendo um trabalho esclarecido.

    Andr (ueno

    .......................................................

    NDICE

    . Histria- Uma apresentao geral sobre a histria daChina, organizada atra!s dos se"s prin#ipais per$odos

    din%sti#os.

    . & 'ensamento Chin(s- )e*tos sobre a histria dopensamento #hin(s, se" desenolimento e #one*+es #omo pensamento o#idental.

    . eligio e itologia- &s prin#ipais #"ltos #hineses, a

    interpretao religiosa das es#olas ilosi#as,religiosidade pop"lar e o"tras religi+es na China.

    http://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/histria.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/o-pensamento-chins.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/religio-e-mitologia.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/histria.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/o-pensamento-chins.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/religio-e-mitologia.html
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    . /s Ci(n#ias na China- Como era a matem%ti#a, a $si#a,a geograia, et#. na China Imperial0 Uma apresentaodiersa do tema, a partir dos trabalhos de Colin onan.

    . / arte #hinesa atra!s dos tempos- / eol"o da arte#hinesa desde os primrdios na Dinastia 1hang at!s os diasde Ho2e.

    . 3ebgraia- 1"gest+es bibliogr%i#as e lin4s interessantespara a pes5"isa sinolgi#a.

    ..................................................

    obs6 No to#ante a graia dos nomes #hineses, preseramosa orma original "tilizada nos te*tos.

    As Cincias na China

    http://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/as-cincias-na-china.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/arte-chinesa-atravs-dos-tempos.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/03/webgrafia.htmlhttp://4.bp.blogspot.com/_KlfjjUIPn_Y/R_1V8Tyr3sI/AAAAAAAAAIM/Ov3y9l8QhcQ/s1600-h/5.jpghttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/as-cincias-na-china.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/arte-chinesa-atravs-dos-tempos.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/03/webgrafia.html
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    . Con#eitos 7%si#os

    . / China e o idente

    . atem%ti#a, /ritm!ti#a, 8lgebra e 9eometria

    . /stronomia, egistros e apas do C!"

    . Instr"mentos de edio

    . Ci(n#ias geogr%i#as, geolgi#as e meteorolgi#as

    . :$si#a

    . ;"$mi#a

    . 7iologia e Ci(n#ia /gr$#ola Chinesa

    . edi#ina Chinesa

    Conceitos Bsicos

    7ag"a e &ito )rigramas

    http://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/conceitos-bsicos.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/china-e-o-ocidente.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/matemtica-aritimtica-lgebra-e-geometria.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/astronomia-registros-e-mapas-do-cu.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/instrumentos-de-medio.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/cincias-geogrficas-geolgicas-e.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/fsica.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/qumica.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/biologia-e-cincia-agrcola-chinesa.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/medicina-chinesa.htmlhttp://1.bp.blogspot.com/_KlfjjUIPn_Y/R_0lJjyr3mI/AAAAAAAAAHc/O1UYrL5ELkY/s1600-h/tao.gifhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/conceitos-bsicos.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/china-e-o-ocidente.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/matemtica-aritimtica-lgebra-e-geometria.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/astronomia-registros-e-mapas-do-cu.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/instrumentos-de-medio.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/cincias-geogrficas-geolgicas-e.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/fsica.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/qumica.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/biologia-e-cincia-agrcola-chinesa.htmlhttp://chinaimperial.blogspot.com/2008/04/medicina-chinesa.html
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    Entre os #hineses, bem #omo entre os gregos, haia alg"ns

    #on#eitos #ient$i#os b%si#os "sados para e*pli#ar o m"ndo nat"ral.

    Dentre eles, #om"m a ambas as #iiliza+es, o 5"e se reeria o metal tamb!m a#eitaa ormas pela modelagem o"

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    pela "ndio, e era de sabor a#re. :inalmente, a terra era

    #ara#terizada por prod"zir egetao #omest$el, e era do#e.

    Em bree esses elementos oram organizados em "m sistema #$#li#o

    5"e se torno" m"ito estilizado no per$odo Han. Esboaram-se %rias

    JordensJ dos elementos. Uma delas mostraa a se5K(n#ia na 5"al se

    s"p"nha 5"e os elementos tinham s"rgido, #om a %g"a #omo

    elemento primitio. Uma o"tra ordem, a da Jprod"o mAt"aJ,

    a#reditaa mostrar #omo "m elemento daa origem a o"tro. Haia

    tamb!m a ordem da JmAt"a #on5"istaJ, em 5"e #ada elemento

    podia #on5"istar o o"tro. 'or e*emplo, a madeira #on5"ista a terra

    ?"ma ez 5"e "ma p% de madeira pode #aar a terra@> o metal, a

    madeira ?pode #ort%-la e es#"lpi-la@> o ogo, o metal ?pode "ndi-lo@> a %g"a, o ogo ?pode e*ting"i-lo@. 'ara #ompletar, a terra

    #on5"ista a %g"a ?pode repres%-la e #ont(-la, #omo os #hineses

    sabiam m"ito bem, #om se"s ei#ientes e m"itas ezes elaborados

    sistemas de irrigao@. / ordem da mAt"a #on5"ista era "sada no

    s na #i(n#ia #omo tamb!m no #ampo pol$ti#o, pois era #rena

    amplamente di"ndida 5"e o #omportamento do pr$n#ipe o"

    imperador e de se"s "n#ionarias da #orte poderia, se osse bom,

    ser g"iado pela ordem da mAt"a #on5"ista dos elementos,espe#ialmente por5"e esses elementos eram asso#iados #om as

    esta+es e #om as maniesta+es do m"ndo nat"ral.

    &s #in#o elementos eram asso#iados #om todas as e*peri(n#ias.

    Constit"$am s$mbolos de m"dana, de 5"antidade ?eram

    #onsiderados respons%eis pelo #ontrole de "m pro#esso,

    dependendo da 5"antidade do elemento presente@ e, na o#asio

    oport"na, eram ligados aos #heiros, assim #omo aos gostos, aos

    pontos #ardeais da bAssola,

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    est% dentro, 5"e ! rio e es#"ro. & Gang, por o"tro lado, liga-se

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    interrompidas. Cada "m desses padr+es ! predominantemente o"

    Gin o" Gang, e so dispostos de tal modo a prod"zir esse res"ltado

    alternadamente. Em s"ma, trata-se de "m te*to repleto de

    impli#a+es m%gi#as, e #onstit"i o deleite da5"eles 5"e apre#iam o

    misti#ismo rela#ionado #om os nAmeros.

    eprod"o do )ai2it", /rti#"lao entre Gin, Gang e os Cin#o

    /gentes

    & te*to data proaelmente do s!#"lo III a.C., embora s"as origens

    remontem a trezentos anos antes. 1e se tratasse apenas de "m

    te*to "tilizado para a adiinhao do "t"ro, no estar$amosdis#orrendo sobre ele, mas os ap(ndi#es, 5"e estaam em "m plano

    intele#t"al mais eleado 5"e o restante do te*to, a m"itos pare#em

    ter signii#ao real. /pesar de s"a nat"reza abstrata, talez

    #ontenham "ma 5"antidade to grande de rela#ionamentos 5"e

    poderiam lanar l"z sobre todos os atos obserados na nat"reza e

    e*pli#ar #ada en=meno. & liro das m"ta+es pare#ia ser o liro de

    reer(n#ia nat"ral dos est"diosos da !po#a Han 5"e pro#"raam

    de#irar os problemas das mar!s e dos eeitos do magnetismo>inelizmente s"as e*pli#a+es eram apenas pse"do#ient$i#as, e no

    traziam nenh"m es#lare#imento < l"z da #i(n#ia. Certamente, a

    despeito dessa obra, izeram-se des#obertas de alor #ient$i#o,

    mas, m"itas ezes, desestim"laam-se essas des#obertas #om a

    alegao de 5"e elas 2% #onstaam do iro das m"ta+es. Isso,

    nat"ralmente, pare#ia estim"lar-lhe a alidade.

    & erdadeiro perigo do iro das m"ta+es residia no ato de ele

    agir #omo espon2a, absorendo toda obserao noa, em b"s#a de

    asso#ia+es apropriadas para 5"e os noos atos p"dessem ser

    #lassii#ados. Um dos eeitos dessa ao oi desen#ora2ar

    obsera+es posteriores> o"tro, ridi#"larizar id!ias. /pesar disso, a

    #i(n#ia #hinesa ez progressos. Nenh"ma o"tra #iilizao pare#e

    ter sorido tanto por #a"sa de "m iro #omo o I Ching, mas talez

    isso no se2a s"rpreendente> ele era, essen#ialmente, "m e*tenso e

    #omple*o sistema de ar5"iamento de rela+es e estaa destinadoa atrair a mente #hinesa, 5"e, ainal, desenolera a mais e*tensa -

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    e ei#iente - b"ro#ra#ia do m"ndo.

    in onan, C. Histria Il"strada da Ci(n#ia pela Cambridge

    UniersitO. io de Paneiro6 Fahar, QRMS

    A China e o Ocidente

    Nem sempre ! %#il determinar a 5"antidade de #onhe#imento

    #ient$i#o 5"e oi transmitida do idente para a China, e i#e-

    ersa, pois linhas de pes5"isa e inen+es independentes mas

    paralelas poderiam apare#er e apare#eram, em ambas as partes do

    m"ndo. 'or e*emplo, pare#e 5"e a id!ia de "ma Jes#ada de almasJ,

    5"e se en#ontraria em /ristteles e "an zi ?Hs"an )z"@, nas#e"

    independentemente na 9r!#ia e na China, pois, embora as id!ias

    tenham apare#ido #om #em anos de dierena "ma da o"tra,

    o#orreram em "ma !po#a em 5"e as #ondi+es de iagem entre

    leste e oeste no eram prop$#ias. /l!m disso, pare#e 5"e todo o

    #on#eito - 5"e #onstit"i realmente "ma e*presso da #omple*idade

    das #oisas ias - poderia o#orrer m"ita nat"ralmente a "ma pessoapreo#"pada em e*pli#ar e #lassii#ar o m"ndo da nat"reza. De

    5"al5"er maneira, a #om"ni#ao entre a China e o idente no

    era to rara 5"anto se poderia imaginar.

    P% na Idade do 7ronze ?antes de QT a.C., isto !, antes da era

    Chang@, ho"e #ontato em grande es#ala, #omo i#o" proado pelas

    es#aa+es ar5"eolgi#as, na orma de ma#hadas, espadas,

    armad"ras e o"tras ob2etos de desenhos impressionantemente

    semelhantes. H% ainda "ma 5"antidade de plantas s"postamentedotadas de poderes m$sti#os 5"e apare#em nas #renas de poos

    to distintos #omo os da China, da 9%lia e do !*i#o. #laro 5"e as

    inorma+es oram di"ndidas pelas migra+es, pelas #on5"istas e,

    sobret"do pelo #om!r#io, 5"e, #om a China, oi estabele#ido m"ito

    #edo, espe#ialmente a e*portao de seda para a idente> de

    ato, a China oi #onhe#ida, m"itas ezes, #omo 1eres o" 1ina,

    nomes deriados do #hin(s si ?ss"@, 5"e signii#a JsedaJ.

    & #ontato #om a China podia ser eito, por terra o" por mar,

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    atra!s de rotas 5"e passaam pela ndia6 de ato, o primeiro

    #onhe#imento da China obtido pelos gregos a#onte#e" por meio da

    ndia, no s!#"lo L a.C. & #ontato mar$timo #om a China

    propriamente dita pode ter tido in$#io no s!#"lo III d.C., e,

    #ertamente, no m"ito depois disso, naios #hineses singraram os

    mares a #aminho das ndias e talez mais al!m. aiores #ontatos

    oram eitos no s!#"lo LIII, pelos %rabes, os senhores dos mares de

    ento, 5"e no s!#"lo I estabele#eram s"as prprias #ol=nias de

    #om!r#io em Canto e Hang#hoV. No s!#"lo III, o imp!rio dos

    mongis a#ilito" o #ontato entre a China, a 8sia o#idental e mesmo

    a #ristandade.

    /s rotas terrestres desenoleram-se ao mesmo tempo 5"e asmar$timas. 'or olta de Q WC., o #om!r#io terrestre reg"lar da

    seda oi estabele#ido em #erto nAmero de rotas, se2a para ora da

    China pelo noroeste e depois para oeste, por )ash4ent e

    1amar#anda, o" de an#hoV para s"doeste, at! 'atna, e depois

    para noroeste, at! er, 5"e #orresponde ao at"al )"r#omenisto,

    na U11. Essa era a antiga ota da 1eda, 5"e #ontin"o" em "so

    m"ito depois do s!#"lo LI, 5"ando a segredo da man"at"ra da seda

    oi ro"bado da China e leado para 7izn#io. as isso era de seesperar, pois a seda no era o Ani#o prod"to de e*portao da

    China, e as rotas eram "sadas por imigrantes da 1$ria romana e da

    '!rsia, para embai*adas e at! para a transporte de prisioneiras de

    g"erra. Em geral, #ont"do, os o#identais pare#em ter sido mais

    aent"reiros 5"e os #hineses, e ho"e mais moimento do idente

    para a China do 5"e no sentido inerso.

    'ortanto, apesar do relatio isolamento da China, ela no i#o"

    #ompletamente lire das inl"(n#ias e*ternas. Certamente, #omo

    imos no esboo histri#o, ho"e alg"mas !po#as em 5"e os

    estrangeiros eram bem-indos> ho"e tamb!m per$odos em 5"e

    reol"+es e g"erras nas pa$ses da 8sia #entral, o" no editerrneo

    e pa$ses %rabes, #onstit"$ram "m estoro para as iagens. as, em

    geral, as inorma+es se iltraram para ora da China, #omo o

    demonstra a adoo pelo idente de alg"mas inen+es #hinesas.

    1e isso no a#onte#e" to rapidamente #om a #i(n#ia p"ra, era dese esperar, mas ho"e inter#mbio de id!ias, #omo poderemos

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    mostrar #om "ma des#rio da #i(n#ia #hinesa primitia.

    in onan, C. Histria Il"strada da Ci(n#ia pela Cambridge

    UniersitO. io de Paneiro6 Fahar, QRMS

    Matemtica, Aritimtica, lgebra e Geometria

    &s gregos, #omo sabemos, tinham aptido para a geometria. &s

    #hineses, no> em ez disso, tinham "ma 5"eda pela %lgebra e

    pelas ormas de es#reer nAmeros. / es#rita dos nAmeros ! mais

    importante do 5"e pode pare#er < primeira ista, pois, na erdade,

    ! o modo de registrar opera+es matem%ti#as #omo a m"ltipli#ao

    e a diiso, para no #itar tipos mais #omple*os de opera+es de

    matem%ti#a s"perior. /ssim, na E"ropa do s!#"lo LIII, embora

    lsaa# NeVton e 3ilhelm eibniz tiessem inentado o #%l#"lo

    independentemente "m do o"tro, no oi na Inglaterra 5"e se ez

    imediatamente "m progresso s"bse5Kente, mas, antes, na :rana e

    na /lemanha, primeiramente por5"e eibniz es#ree" as opera+es

    de modo mais e*pl$#ito do 5"e NeVton. / es#rita dos nAmerospropriamente ditos ! da mesma orma importante para o progresso

    matem%ti#o, 5"al5"er "m 5"e d"ide disso deeria diidir CIL

    por IL, "sando sempre os nAmeros romanos> a nat"reza

    embaraosa do empreendimento logo i#ar% biaX

    & m!todo #hin(s de es#reer os nAmeros desenole"-se de modo

    grad"al no #orrer dos s!#"los, nat"ralmente, mas 2% atingira alto

    gra" de simplii#ao no s!#"lo III a.C., 5"ando oi "sada a notao

    de alor-l"gar. ;"er tenhamos #ons#i(n#ia disso o" no a notao-l"gar a"tomati#amente nos a#orre ho2e em dia 5"ando es#reemos

    Q, II, III, e assim por diante, "sando os l"gares dos nAmeros para

    designar dezenas, #entenas, e assim por diante. 'are#e bio. as

    nem todas as #iiliza+es pensaram assim. E a respeito dos

    n"merais em si0

    No s!#"lo III a.C., estaam em "so ormas de n"merais 5"e

    empregaam linhas retas. Isso seria mais bem a#ilmente

    #ompreendido #omo #ole+es de pe5"enas aretas, "ma para o Q,

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    d"as para o , e assim por diante, e a m"dana do traado indi#aa

    as pot(n#ias de Q. /ssim, a nAmero QQ BS apare#eria em #hin(s

    #omo Y00. Notem 5"e, en5"anto o #hin(s ! es#rito de #ima para

    bai*o, se"s nAmeros se es#reem #omo os nossos, horizontalmente.

    &s nAmeros aparentemente s"rgiram #om o "so de pla#as de

    #ontagem. )rata-se de t%b"as planas #om linhas traadas, sobre as

    5"ais se #olo#am pe5"enas aretas o" bast+es, /s aretas registram

    "m nAmero e, 5"ando se realiza "ma operao s"bse5Kente, #omo

    soma, s"btrao, m"ltipli#ao o" diiso, as aretas apropriadas

    tro#am de posio, so retiradas o" o"tras so adi#ionadas. "m

    sistema le*$el, 5"e, em mos #hinesas, permiti"

    desenolimentos #onsider%eis, no apenas em aritm!ti#a #omotamb!m em %lgebra. No se sabe 5"ando isso #omeo", mas as

    pla#as de #ontagem podem datar de Q a.C., e os n"merais #om

    aretas de #ontagem antes des#ritas podem ter estado em "so dois

    s!#"los depois.

    & sinal para o zero - "m l"gar azio na pla#a de #ontagem - eio

    depois. :oi impresso pela primeira ez somente no s!#"lo III d.C.,

    mas pode ter sido adotado #em anos antes. 1"geri"-se 5"e tenha

    deriado da ndia, no s!#"lo I, embora pes5"isas re#entes tenhamindi#ada 5"e a sit"ao pode no ter sido to simples assim. ogo

    aps SMB d.C., as primeiras ins#ri+es 5"e "saam zero apare#eram

    sim"ltaneamente no Cambo2a e em 1"matra, e, por %rias raz+es,

    no ! impro%el 5"e o zero tenha se originada no na ndia

    propriamente dita, mas em "ma %rea sit"ada no limite entre as

    #"lt"ras da ndia e do E*tremo &riente. 'ossielmente, o espao

    azio da pla#a de #ontagem #hinesa possa ter tido se" papel

    espe#$i#o nisso, ao lado de id!ias #omo o J%#"oJ dos ilsoos

    indianos e o JazioJ men#ionado no misti#ismo tao$sta.

    )ipos de nAmeros

    Na maior parte das #iiliza+es, ho"e "ma tend(n#ia a eitar

    ra+es, sempre 5"e poss$el, mas isso n"n#a o#orre" na China, e,

    na !po#a Han, os #hineses se tornaram peritos em ra+es. Estaam

    tamb!m amiliarizados #om "m sistema de#imal 5"e pare#e ter#omeado m"ito #edo, pois os r"dimentos podem ser en#ontrados

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    nos do#"mentos mo$stas do s!#"lo IL a.C. Em !po#as ainda mais

    remotas, no tempo dos ossos-or%#"lo de Chang, os #hineses eram

    #apazes de e*pressar nAmeros m"ito grandes - #oisa de 5"e po"#as

    #iiliza+es podiam se org"lhar - e, por olta do s!#"lo II d.C.,

    estaam "sando o 5"e ho2e #hamamos de Jpot(n#ias de dezJ. /ssim,

    Q ! QZ, Q ! Q[, e assim por diante ?o pe5"eno nAmero

    eleado, o" \$ndi#eJ, indi#a o nAmero de zeros, isto !, o nAmero de

    ezes em 5"e Q ! m"ltipli#ado por si mesmo@. eidente 5"e os

    #hineses no es#reiam Q[, mas tinham s$mbolos 5"e e*pressaam

    a mesma id!ia.

    No idente, sempre ho"e dii#"ldades 5"ando se #hego" aos

    Js"rdisJ ?palara deriada do latim JestApidoJ@. Esses nAmerosestApidos, o" irra#ionais, eram, #omo a raiz 5"adrada de , a5"eles

    5"e no podiam ser e*pressos #omo a relao entre dois nAmeros

    inteiros, #omo "ma rao do tipo Q] o" B]^. / raiz 5"adrada de

    , e*pressa #omo de#imal, ! Q,^Q^QBS...as essa

    in#omens"rabilidade pare#e no ter #riado problema alg"m na

    mente dos #hineses, en5"anto para os gregos pare#ia realmente

    irra#ional, pois no se podia estabele#er "ma relao direta #om

    ela, &s #hineses no tinham problemas 5"ando se deparaam #omnAmeros negatios> em s"as pran#has de #ontagem, as aretas

    ermelhas representaam nAmeros positios e as negras, nAmeros

    negatios - isso pela menos desde o s!#"lo II d.C. Na ndia, tais

    nAmeros no apare#eram antes do s!#"lo LII e, na E"ropa, no

    antes do s!#"lo LI.

    /ritim!ti#a

    /ssim #omo prati#aam os pro#essos b%si#os de aritm!ti#a e

    est"daam 5"adrados, #"bos e ra$zes, #omo 2% imos, os #hineses

    i#aam intrigados #om as rela+es dos nAmeros em si. Nisso

    seg"iam o padro de m"itas #iiliza+es primitias. Em "m est%gio

    m"ito antigo da histria #hinesa, os nAmeros $mpares eram 2"lgados

    aziagos e os pares, aort"nados. Est"daram-se padr+es de pontos,

    #omo o oram na 9r!#ia por 'it%goras e se"s seg"idores, para

    ded"zir se5K(n#ias n"m!ri#as, e os #hineses des#obriram alg"masrela+es des#onhe#idas dos gregos. 'or e*emplo, sabiam 5"e a

  • 8/14/2019 Textos Clssicos da Antiga China As Cincias na China - Andr Bueno

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    soma da se5K(n#ia de nAmeros $mpares ! sempre "m 5"adrado.

    &s #hineses tamb!m mostraam interesse pela Jan%lise

    #ombinatriaJ, o 5"e reela s"a #"riosidade pelos J5"adrados

    m%gi#osJ - 5"adrados ormados por #ompartimentos preen#hidos

    #om nAmeros #"2a soma d% sempre o mesmo total, 5"er se tomem

    os nAmeros no sentido erti#al, horizontal o" diagonal. & 5"adrado

    m%gi#o poderia tornar-se elaborado - at! se imaginaram 5"adrados

    tridimensionais - mas, em s"a orma mais simples, pare#e ter

    origem pelo menos no ano Q a.C., o" ainda mais #edo, embora

    esse ass"nto no se tenha desenolido seno Q ^ anos depois.

    &s #hineses sempre oram peritos em en#ontrar a"*$lios para o

    #%l#"lo. Como o"tras #iiliza+es primitias, #ontaam nos dedos eempregaam a mais #ompli#ada t!#ni#a de destinar nAmeros para

    as 2"ntas dos dedos, tanto 5"anto para os dedos propriamente

    ditos. Usaam tamb!m "m barbante #om ns, semelhante ao 5"ipA

    per"ano, embora esse m!todo osse empregado mais para registros

    do 5"e realmente para e*e#"tar #%l#"los. as se" mais ei#iente

    arti$#io de #%l#"lo primitio era a ara de #ontar. 'are#e ter sido

    "sada desde #edo e era ideal para o #%l#"lo semime#ni#a> h%

    m"itas lendas a#er#a do "so desse instr"mento, #omo a 5"e enoleo astr=nomo do s!#"lo I, 3ei 'o, 5"e, dizem, moia as aras to

    rapidamente 5"e elas pare#iam estar oando. as, depois do

    per$odo ing, po"#o se o"i" a respeito das aretas, pois elas

    #ederam l"gar ao %ba#o, "m instr"mento bem mais ei#iente.

    & %ba#o #hin(s ! #hamado tanto de s"an pan ?pla#a de #%l#"lo@

    #omo #h" s"an pan ?pla#a de bola@> pran#heta retang"lar proida

    de bolas introd"zidas em arames, o %ba#o ! proaelmente

    #onhe#ido da maioria dos leitores. / primeira reer(n#ia a esse

    instr"mento no apare#e" antes do ano QTRB d.C.> por isso alg"mas

    ezes se penso" 5"e osse des#onhe#ido na China at! o s!#"lo LI.

    Cont"do, alg"ns te*tos tornam #laro 5"e a reer(n#ia de QTRB !

    tardia6 admite-se 5"e no se trata realmente do %ba#o, mas de

    "ma Jaritm!ti#a de bolaJ, tipo de #%l#"lo e*e#"tado em madeira

    es#aada, proida de arames e bolas. Essa des#rio apare#e n"m

    liro datado do s!#"lo LI d.C, e s"a onte de inormao remontaao inal do s!#"lo II d.C. Uma ez 5"e h% o"tras reer(n#ias a

  • 8/14/2019 Textos Clssicos da Antiga China As Cincias na China - Andr Bueno

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    des#ri+es semelhantes, pare#e 5"e o %ba#o 2% era #onhe#ido no

    s!#"lo LI e possielmente no s!#"lo II d.C. Em o"tras #iiliza+es

    primitias, o Jme#anismoJ ! ormada por pedras 5"e se deslo#am

    dentro de ranh"ras. & m!todo das pedras pode m"ito bem ser

    origin%rio da ndia, no s!#"lo III o" IL d.C., #omo "m

    apereioamento das antigas bande2as de areia o" p empregadas

    no editerrneo para realizar #%l#"los. Estas oram bem #onhe#idas

    dos gregos, dos eg$p#ios e at! mesma dos babil=nios.

    8lgebra

    Ho2e, 5"ando alamos em %lgebra, pensamos no "so de

    #ombina+es de letras e nAmeros, de e5"a+es #omo * Z _ T* - S `. &s #hineses prati#aam a %lgebra desde os tempos mais antigos e

    registraam o res"ltado totalmente em palaras, embora essas

    palaras tiessem "m signii#ado espe#ii#o em se" #onte*to

    matem%ti#o. 1 raramente e m"ito mais tarde ! 5"e "saram

    s$mbolos matem%ti#os. Entretanto, tamb!m empregaram pran#ha

    de #ontagem para a %lgebra, e, no per$odo 1"ng, isso oi

    desenolido em "m m!todo de anotao to #ompleto 5"e podia

    enoler e5"a+es de pot(n#ia m"ito eleada - podiam resolere5"a+es #ontendo * eleado a nona pot(n#ia. No entanto, apesar

    desse e*traordin%rio progresso - e no h% dAida de 5"e oi o

    m%*imo da %lgebra #hinesa - o trabalho no tee se5K(n#ia, pois os

    #hineses no tinham "ma teoria geral das e5"a+es, tal #omo oi

    desenolida no in"ndo o#idental, para #onseg"ir sol"#ion%-las.

    / a"s(n#ia de "ma teoria alg!bri#a entre os #hineses, #ont"do, no

    lhes inibi" a habilidade de resoler grande nAmero de problemas

    "sando a %lgebra. No per$odo Han, eram #apazes de resoler

    e5"a+es lineares sim"ltneas ?e5"a+es #om d"as, tr(s o" mais

    5"antidades des#onhe#idas@ e, mais tarde, no s!#"lo IL d.C., at!

    e5"a+es indeterminadas ?5"e poss"em mais in#gnitas do 5"e

    e5"a+es para resol(-las diretamente@. E5"a+es 5"adr%ti#as

    ?e5"a+es #om * Z@ tamb!m podiam ser resolidas desde #edo, e

    eles estaam ig"almente #ientes de algo 5"e ho2e #hamamos de

    Jm!todo das dierenas initasJ, o 5"al pode ser "sado, #omo o erapelos #hineses no s!#"lo LII, para resoler problemas rela#ionados

  • 8/14/2019 Textos Clssicos da Antiga China As Cincias na China - Andr Bueno

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    ao moimenta aparente do 1ol no #!". No s!#"lo IL, haiam

    desenolido esse m!todo at! "m gra" des#onhe#ido na E"ropa de

    tr(s o" 5"atro s!#"los depois.

    &s algebristas #hineses est"daram s!ries matem%ti#as ?s!ries de

    nAmeros ligados "m ao o"tro de maneira espe#$i#a@ e tamb!m

    inestigaram ormas matem%ti#as para e*pressar perm"ta+es e

    #ombina+es de ob2etos. /l!m disso, ao resoler e5"a+es de

    pot(n#ia m"ito eleada, izeram "so do 5"e ho2e #hamamos de

    Jteorema binomialJ, 5"e se reere a e*press+es de dois termos

    ?bin=mios@, #omo ?* _ Q@, 5"e, se m"ltipli#adas por si mesmas, do

    #omo res"ltado "ma s!rie de termos. Com alg"ns e*emplos,

    poderemos er #omo isso a#onte#e6 ?* _ Q@ Z ` ?* _ Q@ ?* _ Q@ ` * Z _* _ l e ?* _ Q@ [ ` ?* _Q@ ?* _ l@ ?* _ Q@ ` * [ _ B* Z _ B* _ Q. /ssim,

    torna-se #laro 5"e, 5"anto mais m"ltipli#a+es ?o" pot(n#ias@

    tiermos, maior ser% o nAmero de termos na s!rie. as, se

    obserarmos os nAmeros #olo#ados < es5"erda dos * ?isto !, os

    #oei#ientes@, poderemos er 5"e h% "m padro entre eles, &s de

    pot(n#ia Q - isto !, ?* _ Q@- so Q, Q> os de pot(n#ia - isto !, ?* _

    Q@ Z - so Q, , Q> os de pot(n#ia B - isto !, ?* _ Q@ [ - so Q, B, B, Q,

    e assim por diante. De ato, eles podem ser dispostos em orma de"ma tabela6

    pot(n#ia Q Q Q

    pot(n#ia Q Q

    pot(n#ia B Q B B Q

    pot(n#ia ^ Q ^ S ^ Q

    pot(n#ia T Q T Q Q T Q

    et#.

    Desde o s!#"lo LII d.C., esse arran2o n"m!ri#o tem sido #onhe#ido

    #omo Jtring"lo de 'as#alJ, pois oi elaborado por 7laise 'as#al,

    embora tenha apare#ido "m s!#"lo antes n"m iro de 'eter /pian.

    & tring"lo ! empregado na an%lise matem%ti#a das probabilidades6

    assim, a seg"nda ileira ?pot(n#ia @ mostra o nAmero total de

    maneiras o" perm"ta+es em 5"e d"as moedas podem #air n"mas"per$#ie #om a #ara o" #oroa oltadas para #ima ?h% "ma

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    possibilidade de dar d"as #aras, d"as de dar "ma #ara e "ma #oroa

    e "ma de d"as #oroas@> a ter#eira ileira ?pot(n#ia B@, o mesmo

    2ogo de probabilidades, #om tr(s moedas, e assim por diante.

    Entretanto, o 5"e nos interessa no momento ! 5"e os #hineses

    #onhe#iam isso pelos indianos #in#o s!#"los antes de 'as#al, pois

    oi e*posto pelo matem%ti#o Pia ien ?Chia Hsien@, no per$odo 1"ng,

    em QQ, e ! pro%el 5"e tenha apare#ido pela primeira ez "m

    po"#o antes disso. Na China, por!m, o tring"lo de nAmeros

    apare#e de lado, ind$#io para os historiadores de 5"e os aanados

    m!todos alg!bri#os 1"ng eram, de ato, origin%rios do "so de

    aretas em "ma pla#a de #ontagem.

    ;"e #on#l"s+es podemos tirar da matem%ti#a #hinesa0 'rimeira,pare#e bastante #laro 5"e os #hineses n"n#a elaboraram 5"al5"er

    proa r$gida, #omo ez E"#lides em se"s Elementos, possielmente

    por no terem #riado "ma lgi#a ormal, de a#ordo #om regras

    estritas, #omo ez /ristteles na 9r!#ia> s"a mente pare#e ter-se

    dirigido a o"tros ob2etios. Na China, a matem%ti#a estaa ligada o mal-estar o" o

    bem-estar de "ma parte dee aetar o resto. Essa id!ia do "nierso

    agia #omo est$m"lo para a #onstr"o de obseratrios

    astron=mi#os e a obserao do #!" par astr=nomos oi#iais pararegistrar os en=menos #elestes. as haia o"tra razo 5"e leaa

    os #hineses a se preo#"par #om a astronomia6 a #one#o de "m

    #alend%rio, / a#eitao de "m #alend%rio oi#ial era #onsiderada

    parte das obriga+es da5"eles 5"e deiam obedi(n#ia ao

    imperador. as, nat"ralmente, esse #alend%rio deia ser

    razoaelmente #orreta> as datas deiam andar emparelhadas #om

    as esta+es. /ssim, por essas d"as raz+es, a astronomia sempre oi

    "ma #i(n#ia oi#ial - "ma J#i(n#ia #on"#ionistaJ - #omo lis ezesera #hamada - dierentemente da al5"imia, por e*emplo, 5"e era

    "ma #i(n#ia no oi#ial o" Jheterodo*aJ, #om ortes inl"(n#ias

    tao$stas.

    / astronomia #hinesa, de a#ordo #om o relato de atteo i##i e

    se"s #olegas por olta de QS, pare#ia, em geral, "ma #oisa pobre,

    m"ito inerior < o#idental, mesma < astronomia o#idental de ins do

    s!#"lo LI. as isso se deia a "ma s!rie de mal-entendidos, os

    5"ais diziam respeito ao m!todo de des#reer as posi+es dos

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    #orpos no #!", 5"e era dierente do empregado pelos astr=nomos

    o#identais. & ato de ele ser ig"almente %lido no pare#e ter

    moderado as opini+es dos 2es"$tas. Ironi#amente, o sistema

    o#idental 5"e i##i ia #omo o Ani#o #orreto 2% ora abandonado h%

    m"ito tempo> na erdade, estaa a #aminho do abandono 5"ando

    ele ez s"as #r$ti#as. & sistema J#hin(sJ oi adotado "niersalmente,

    embora, ! pre#iso dizer, isso no tenha a#orrido por5"e a

    #on#epo #hinesa tiesse sido importada pelo idente - n"n#a o

    oi - mas por5"e oi des#oberta independentemente e proo" ser

    s"perior para as obsera+es de pre#iso.

    / dierena entre os dois m!todos pode ser #aptada #om "m

    simples diagrama, Imaginem-se as estrelas #omo se elas estiessemi*as na interior de "ma esera ?esse ainda ! o sistema mais

    #oneniente para se lidar #om os ob2etos ao se azer medidas de

    posio, pois tais mens"ra+es so sempre eitas em ng"los@. H%

    d"as ormas de espe#ii#ar s"a posio. Uma delas #onsiste em

    medir a posio em relao ao tra2eto aparente do 1ol no #!", isto

    !, a e#l$pti#a. / o"tra, espe#ii#ar a posio em relao ao e5"ador

    #eleste ?5"e !, realmente, o e5"ador terrestre pro2etado na esera

    #eleste@. &s dois #$r#"los, o e5"ador #eleste e a e#l$pti#a, #r"zamem dois pontos ?/ e & na ig"ra@. Esses pontos, 5"ando o 1ol est% no

    e5"ador #eleste, #orrespondem

  • 8/14/2019 Textos Clssicos da Antiga China As Cincias na China - Andr Bueno

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    em ez de espe#ii#ar a de#linao de "ma estrela, "sassem a

    Jdistn#ia polar norteJ, isto !, a distn#ia N. Isso por5"e daam

    m"ito alor ao plo #eleste.

    'ara os #hineses, o plo norte #eleste representaa o imperador,

    #olo#ado no #entro de se" goerno. Era o ponto #entral do #!",

    assim #omo o era o imperador em relao ao se" imp!rio. & plo

    norte #eleste, de ato, est% sempre no #!" de "m pa$s #omo a

    China, sit"ado no hemis!rio norte. No pode ser isto d"rante o

    dia, #ertamente, mas l% est%. /ssim tamb!m as estrelas

    #ir#"mpolares. Elas n"n#a se p+em> permane#em sempre a#ima do

    horizonte. Em a#e dessas #onsidera+es, o plo norte do #!" e as

    estrelas #ir#"mpolares ass"mem s"prema importn#ia, e issorealaa a maneira pela 5"al os #hineses olhaam as #onstela+es e

    o modo pelo 5"al se media a posio do 1ol no #!".

    'ara determinar "m #alend%rio sazonal, o #onhe#imento da posio

    do 1ol ! "ndamental. E #omo imos tamb!m, as antigas

    #iiliza+es do editerrneo determinaam a posio do 1ol 2%

    obserando nas#entes e poentes hel$a#os, ao passo 5"e os poos de

    latit"des mais setentrionais na E"ropa "saam o alinhamento de

    pedras. as h% "m ter#eiro m!todo, m"ito dierente, de sedeterminar a posio do 1ol entre as estrelas6 a obserao de

    estrelas 5"e se tornam is$eis bem ao s"l, < meia-noite, pais elas

    estaro diretamente opostas ao 1ol no #!". Esse ! o m!todo

    adotado pelos #hineses. Eles "saam "m #on2"nto de M

    #onstela+es, o" Jmans+es #elestiaisJ, pelas 5"ais a "a pare#e

    passar ?a "a e o 1ol seg"em 5"ase o mesmo tra2eto aparente no

    #!"@. Uma ez determinadas essas #onstela+es, i*aam a

    as#enso reta do in$#io de #ada manso #om a estrela #ir#"mpolar

    parti#"lar 5"e tiesse a mesma as#enso reta. "itas ezes a

    estrela #ir#"mpolar era po"#o brilhante, mas isso no importaa>

    sempre podia ser obserada em "ma noite #lara.

    Como todas as antigas #iiliza+es, os #hineses tamb!m poss"$am

    "m #alend%rio l"nar, mas "saam "m #alend%rio solar para as

    esta+es. 'or olta de Q^ a.C., sabiam 5"e a d"rao do ano

    solar era de BST,T dias e 5"e "ma l"nao ?per$odo #ompreendidoentre d"as l"as noas #onse#"tias@ era de R Q] dias, Usaam "m

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    #i#lo de doze l"na+es ?BT^ dias@ e a#res#entaam "m m(s e*tra de

    R o" B dias, de tempos em tempos, para 5"e o #i#lo se

    emparelhasse #om as esta+es. ais tarde, desenoleram "m #i#lo

    de QR anos ?per$odo alg"mas ezes #onhe#ido no idente #omo

    #i#lo metoniano, pois oi desenolido em ^B a.C., pelo astr=nomo

    grego eto de /tenas, em #on2"nto #om E"temon, o"tro

    ateniense@. Esse #i#lo #onsiste em BT l"na+es e d% "m per$odo de

    Q anos de Q meses l"nares e anos de QB meses> depois desse

    per$odo, os #alend%rios solar e l"nar prati#amente #oin#idem ?na

    erdade, apresentam apenas #in#o dias de dierena, o", #olo#ado

    de o"tro modo, o erro m!dio ! de apenas po"#o mais de "m 5"arto

    de dia por ano@. /o 5"e t"do indi#a, os #hineses #onhe#iam esse#i#lo "m s!#"lo antes de eto apresentar se" trabalho. Esse

    m!todo de QR anos era s"perior ao primeiro e, de modo geral, o

    s"bstit"i" no s!#"lo III a.C. )ais #%l#"los eram s"plementados por

    "m #i#lo Jmeteorolgi#oJ de ^ pontos - JIn$#io da 'rimaeraJ, J8g"a

    da Ch"aJ, JInsetos E*#itadosJ, JE5"in#io 'rimaerilJ, e assim por

    diante6 #ada ponto signii#aa "m moimento do 1ol pr*imo aos Q^

    gra"s de as#enso reta e po"#o mais de QT gra"s ao longo da

    e#l$pti#a. 1e "m m(s l"nar dei*aa de #onter "m dos pontosmeteorolgi#os - o 5"e podia a#onte#er de tempos em tempos - isso

    signii#aa 5"e se deia inserir "m m(s e*tra. /ssim os #hineses

    tinham "m ei#iente #alend%rio l"nissolar.

    /l!m do #alend%rio l"nissolar, os #hineses "saam tamb!m a

    simples #ontagem dos dias. Esse m!todo no dependia do 1ol nem

    da "a, mas se baseaa em "ma #ombinao de Q Jramos

    terrestresJ e Q #a"les #elestes ?sistema de predizer a sorte@, 5"e

    daam dois #i#los de S dias, e era "sado desde a dinastia Chang. &

    #i#lo podia ser diidido em S per$odos de Q dias, e a semana de Q

    dias era #om"m na antiga China. / semana de dias eio m"ito

    depois, sendo introd"zida na China na per$odo 1"ng, por olta de

    Q d.C., pelos persas e por mer#adores da 8sia #entral.

    Desde os tempos mais remotos, os #hineses obseraam e anotaam

    os moimentos dos planetas. &s planetas - er#Ario, L(n"s, arte,

    PApiter e 1at"rno ?os Ani#os ento #onhe#idos@ - eram asso#iadosaos #in#o elementos, mas os #hineses n"n#a orm"laram 5"al5"er

  • 8/14/2019 Textos Clssicos da Antiga China As Cincias na China - Andr Bueno

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    teoria a respeito do moimento planet%rio, #omo izeram os gregos.

    No entanto, mostraram "m interesse parti#"lar por PApiter, pois o

    per$odo de reol"o desse planeta em torno do 1ol ! de QQ,MS

    anos, isto !, 5"ase Q anos, e isso pare#e a2"star-se m"ito #om os

    Q Jramos terrestresJ #$#li#os e tamb!m #om o nAmero de l"na+es

    em "m ano. &"tros #i#los oram re#onhe#idos, #omo a#onte#e" #om

    o"tras #iiliza+es, e 5"ase todas elas i#aam as#inadas #om o

    per$odo de Q anos de PApiter. & maior #i#lo #hin(s, a J1"prema

    9rande &rigem DerradeiraJ, #ombinaa todos os o"tros, e somaa

    no menos 5"e B SBR ^ anos> era o per$odo depois do 5"al todas

    as aria+es das posi+es relatias de todos os ob2etos #elestes se

    repetiriam.

    E9I1)&1 D& CU

    /l!m das obsera+es dos planetas, os #hineses identii#aram e

    registraram %rios en=menos astron=mi#os, Ho2e, s"as obsera+es

    so de grande alia na an%lise de eentos #$#li#os, #omo e#lipses,

    apari+es de #ometas o" a#onte#imentos ainda mais raros, #omo

    e*ploso de estrelas. Desde tempos imemoriais, os e#lipses do 1ol

    eram #onsiderados de grande signii#ao, e os registros de e#lipsespelos #hineses datam de a.C., #er#a de trezentos anos antes da

    #ompilao realizada par 'tolome" no /lmagesto> so anota+es

    seg"ras, ri#as em detalhes. No entanto, "ma ez 5"e interpretaam

    os e#lipses #omo "ma adert(n#ia do #!" aos ma"s goernos, os

    en=menos o#orridos d"rante reinados pop"lares tendiam a no ser

    registrados, o 5"e e*pli#a por 5"e os registros astron=mi#os eram

    #onsiderados segredos de Estado.

    1e, por "m lado, os #hineses se sentiam inibidos em registrar os

    e#lipses o#orridos d"rante os reinados pop"lares, por o"tro, no se

    #onstrangiam em obserar e registrar 5"al5"er instabilidade o"

    ariao 5"e p"dessem o#orrer no #!", #omo a#onte#ia no

    idente, /ssim, os #hineses obseraram e registraram as man#has

    solares, as 5"ais n"n#a oram des#ritas na E"ropa, at! o s!#"lo

    LII, deido < #rena de 5"e os #orpos #elestes eram pereitos, e

    essa pereio no admitia a apario de man#has no 1ol. &sregistros das man#has solares eitos pelos #hineses, ini#iados em M

  • 8/14/2019 Textos Clssicos da Antiga China As Cincias na China - Andr Bueno

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    a.C., so os mais #ompletos de 5"e dispomos.

    &"tro e*emplo da alta de inibio dos #hineses na obserao, em

    #omparao #om o idente, ! o #aso das noas e s"pernoas. Ho2e

    sabemos 5"e so estrelas 5"e e*plodem, a"mentando s"a

    l"minosidade e #riando e*tensas #amadas de g%s 5"ente. /ssim,

    elas podem ser lo#alizadas onde nenh"ma estrela haia sido

    obserada antes, pois, #ertamente, s"a l"minosidade era

    ins"i#iente para #hamar a ateno dos astr=nomos - da$ a

    denominao noas. /ps a metade do per$odo Han, os #hineses

    passaram a "sar apropriadamente o termo Jge *ingJ ?4o sihng@, o"

    se2a, Jestrela hspedeJ. No idente, no se admitia a e*ist(n#ia

    de tais estrelas, pelo menos oi#ialmente, pois #onsideraa-se o #!"pereito e #ompleto> a apario de noas estrelas era teori#amente

    imposs$el. /s e*plos+es #atastri#as - as s"pernoas - so raras,

    mas relatos #hineses registram o#orr(n#ias em QS, QT^, QT e

    QS^. /s d"as Altimas a#orreram depois 5"e a #rena e"rop!ia n"m

    #osmo pereito e im"t%el haia desapare#ido, e oram registradas

    tanto no idente #omo no &riente. /lg"ns relatos o#identais

    men#ionam a s"pernoa de QS, pois ela era to espeta#"lar 5"e

    #hegaram a #on"ndi-la #om "m #ometa> essa interpretaoa#almaria as #ons#i(n#ias, pois, de a#ordo #om a #on#epo 5"e

    dominaa na !po#a, os #ometas podiam apare#er de repente, #omo

    se ossem apores lame2antes na alta atmosera, alg"ma #oisa

    Jabai*o da esera da "aJ e, portanto, transitria. Cont"do, ao 5"e

    t"do indi#a, a e*ploso da s"pernoa de QT^ oi registrada apenas

    na China e no Papo. 1e"s remanes#entes, is$eis ainda ho2e, mais

    de noe s!#"los depois da e*ploso, so #onhe#idos pelos

    astr=nomos modernos #omo a neb"losa de Cn#er e despertam

    intensios est"dos> por isso, os registros #hineses so aliosos. as

    os #hineses no limitaram s"a ateno

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    importante, pois os relatos realizadas por o"tras #iiliza+es

    apresentam m"itas alhas. & registro #hin(s #obre apari+es de

    #ometas entre SQB a.C. e QSQ d.C., "m per$odo s"perior a

    s!#"los. &s relatos sobre o #ometa HalleO so os mais importantes

    ?sendo bastante re5Kentes e m"ito impressionantes@, e #onstit"em

    ontes de #ons"lta inestim%eis para os astr=nomos modernas 5"e

    dese2am traar os moimentas mais antigos desse #ometa. /l!m

    disso, a astronomia moderna proo" haer "ma ligao entre os

    #ometas e as Jestrelas #adentesJ ?meteoros@, 5"e apare#em por

    apenas "ma rao de seg"ndo, mais o" menos, 5"ando #intilam

    n"ma noite es#"ra. 1o #orpos espa#iais #ompostos de ro#ha e

    metal sit"ados ora da atmosera> 5"ando penetram na atmosera,se" atrito #om essa #amada gasosa prod"z "m intenso a5"e#imento

    e em geral eles se desintegram d"rante o pro#esso. /lg"mas ezes,

    no entanto, esses #orpos so m"ito grandes e s"i#ientemente

    resistentes para no se desintegrar #om o atrito, e a#abam

    atingindo a s"per$#ie terrestre6 so ento #onhe#idas #omo

    meteoritos. /ntigos registros de tais 5"edas so importantes>

    elizmente, os dos #hineses oram preserados. ;"ando poss$el, os

    meteoritos eram e*aminados #om rigor #ient$i#o, m"ito antes deessa pr%ti#a ser empregada no idente. Ch"as peridi#as de

    meteoros tamb!m oram registradas na China.

    /'/1 D& CU

    'elo 5"e 2% dissemos, no ser% s"rpresa saber 5"e os #hineses

    pare#em ter sido os primeiros na #ompilao de #at%logos

    sistem%ti#os de estrelas. P% no s!#"lo IL a.C., tr(s astr=nomos -

    1hih 1hen, 9an De ?an )e@ e 3" ien ?3" Hsien@ - #oligiram

    #at%logos to detalhados 5"e oram "sados mil anos depois. No

    idente, o primeiro #at%logo oi #one##ionado no s!#"lo II a.C. &s

    tr(s #at%logos #hineses oram "sados independentemente d"rante

    longo tempo, mas oram re"nidos no s!#"lo IL d.C., 5"ando Chen

    Fh"o elaboro" "m mapa estelar baseado neles. / #omposio de

    mapas estelares tee in$#io, de ato, "m s!#"lo antes, embora isso

    no signii5"e 5"e 2% nessa !po#a se delineassem as #onstela+es6"m e*emplo disso so os releos do per$odo Han. :oram os #hineses

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    tamb!m 5"e #riaram o m!todo Jbola e traaJ para elaborar as

    #onig"ra+es das #onstela+es, ainda em "so ho2e em atlas

    #elestes pop"lares.

    Um dos mais admir%eis mapas estelares primitios apare#e" no

    ano R^ d.C. 7aseado no mapa de ;ian o Fhi ?Chien o- Chih@, o

    Jastr=nomo realJ #hin(s do s!#"lo L d.C., a parti#"laridade digna de

    admirao no ! a s"a minA#ia - esta 2% era dispon$el haia %rios

    s!#"los - nem s"a elaborao em tr(s #ores, para dieren#iar as

    estrelas dos #at%logos dos astr=nomos 1hih 1hen, 9an De e 3" ien,

    mas se" m!todo para mapear as estrelas. 1empre #onstit"i" "m

    grande problema representar #orretamente as estrelas em "ma

    s"per$#ie plana, de ez 5"e elas so obseradas dentro de "maesera - e5"iale a tentar representar a s"per$#ie da )erra em "m

    plano. H% %rias maneiras de resoler essa dii#"ldade, %rias

    ormas de Jpro2eoJ, #omo 'tolome" sabia e e*pli#o" no s!#"lo II

    d.C. & 5"e s"rpreende" no D"nh"ang ?mapa estelar de ;ian o-

    Fhi@ oi a orma de pro2eo6 "ma pro2eo er#ator. Esse sistema

    ! amplamente empregado ho2e em dia em mapas e atlas> oi #riado

    em QTSR d.C. pelo matem%ti#o e #artgrao lamengo 9erard"s

    er#ator, seis s!#"los aps o apare#imento do mapa estelarD"nh"ang. No se sabe se er#ator #onhe#ia esse trabalho #hin(s -

    depois de R^, de#erto essa pro2eo oi amplamente "sada na

    China - mas o idente, deinitiamente, no tem prioridade nesse

    ass"nto, #omo 2% se imagino".

    & mapeamento do #!" tamb!m oi e*e#"tado em globos e

    planis!rios. Um planis!rio ! "ma #arta #ir#"lar, o" 5"ase #ir#"lar,

    #om o plo #eleste no #entro> trata-se da iso do globo #eleste

    #omo se o obserador estiesse s"spenso sobre o plo, o 5"e d%

    "ma pro2eo dierente da de er#ator. &s #hineses #onhe#iam

    tamb!m essa pro2eo, e se" planis!rio mais importante apare#e"

    no s!#"lo II, es#"lpido em pedra> mostraa o plo, a e#l$pti#a, o

    e5"ador e as mans+es #elestiais e tamb!m "ma Jestrada bran#aJ da

    "a, al!m de orne#er inorma+es #orretas sobre os e#lipses do 1ol

    e da "a. /s erdadeiras #a"sas dos e#lipses - o e#lipse solar o#orre5"ando a l"a se interp+e entre o sol e a )erra, e o e#lipse l"nar,

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    5"ando a "a passa pelo #one de sombra da )erra - eram

    #onhe#idas por alg"ns #hineses "m mil(nio antes da elaborao do

    planis!rio de pedra, embora, por alg"m tempo alg"ns ilsoos

    #hineses #ontin"assem a preerir "ma e*pli#ao seg"ndo a 5"al

    esses en=menos dependiam do #res#imento e da dimin"io das

    d"as oras, Gin e Gang.

    Um globo #eleste em 5"e se representaam as estrelas ! "m

    dispositio antigo6 era #onhe#ido pelos gregos e pode at! ser

    origin%rio da 7abil=nia. Um globo slido, #om as estrelas nele

    desenhadas, seria en#ontrado na China no s!#"lo L d.C., ao tempo

    de Chien o- Chih. )alez s"a #on#epo se2a anterior a essa !po#a,

    embora os #hineses tenham pensado 5"e "ma esera armilar serias"i#iente para atender as s"as ne#essidades. Uma esera armilar

    #onsiste n"ma re"nio de an!is ?do latim armiliae@, #ada 5"al

    representando "m #$r#"lo da esera #eleste, tal #omo a e#l$pti#a, o

    e5"ador, e assim por diante> a )erra ! #onsiderada o #entro do

    sistema. Em s"ma, ! "m es5"eleto do globo #eleste. 1e se

    grad"arem os an!is e se montar "ma barra #om isores, i*a em "m

    anel mel, a instr"mento pode ser "sado para medir posi+es.

    )E&I/1 /1)&NIC/1

    /ntes de dei*armos a astronomia primitia #hinesa, ! importante

    #onsiderar se"s pontos de ista sobre o "nierso #omo "m todo.

    Haia tr(s teorias prin#ipais, das 5"ais a primeira e mais antiga

    pare#e ter sido herdada da 7abil=nia. :oi #hamada de teoria de 9ai

    )ian ?ai )ien@, o" da J#Ap"la hemis!ri#aJ , e era e*atamente o

    5"e o nome indi#a6 "ma #Ap"la para o #!", #om a )erra sob ela,

    #er#ada por "m o#eano #ir#"lar. / seg"nda id!ia, a teoria de H"n

    )ian ?H"n )ien@, o" da Jesera #elesteJ, embora posterior oi

    #ont"do #onhe#ida desde o s!#"lo IL a.C. Um passo adiante em

    relao ao #on#eito da #Ap"la hemis!ri#a era pereito #omo

    des#rio de #omo o "nierso apare#e> a ela est% asso#iada < id!ia

    de 5"e a prpria )erra era "ma esera.

    / ter#eira id!ia #hinesa, a teoria de "an Ge ?Hs"an Geh@, o" do

    Jininito espao azioJ, era a mais aanada e imaginosa. asso#iada a Chi eng, 5"e ie" em alg"m per$odo d"rante a Altima

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    dinastia Han ?T a d.C@. 1eg"ndo esse ponto de ista, o #!" era

    azio e sem s"bstn#ia... no tendo ronteiras. & 1ol, a "a e as

    estrelas l"t"aam liremente no espao. & 5"e os azia moer.se

    em s"as tra2etrias0 'ara responder a essa perg"nta os #hineses

    re#orreram ao #on#eito de Jento orteJ, algo deriado dos

    #on#eitos dao$stas e possielmente originado das poderosas ra2adas

    de ar dos oles "sados nas "ndi+es. Em todo #aso, toda essa teoria

    #onstit"$a "ma id!ia totalmente noa. De ato, "m "nierso ininito

    e azio, #om #orpos l"t"ando nesse espao, dirigidos por ortes

    entos o" no, era "m #on#eito m"ito aanado, e no s por

    #oin#idir #om m"itos dos pontos de ista at"ais sobre o "nierso,

    mas por ser menos restritio 5"e o Ani#o o"tro #on#eito da !po#a, ar$gida #rena grega nas eseras slidas. Era "ma grandiosa iso do

    #osmo, e en#ora2o" os #hineses a desenoler "ma perspe#tia mais

    ampla da nat"reza #omo "m todo.

    in onan, C. Histria Il"strada da Ci(n#ia pela Cambridge

    UniersitO. io de Paneiro6 Fahar, QRMS

    nstrumentos de Medi!"o

    &s #hineses "saam "ma ampla ariedade de instr"mentos de

    obserao, alg"ns semelhantes aos empregados por o"tras

    #iiliza+es, #omo o gn=mon ?haste erti#al@ e a esera armilar.

    ais tarde, orientados pelos %rabes, #onstr"$ram grandes

    instr"mentos astron=mi#os em alenaria. /ssim, em 9ao Cheng

    ?ao-#heng@, na pro$n#ia de Honan en#ontra-se a J)orre Fho" "ngpara se medir a alt"ra do 1olJ> trata-se de "ma torre de #er#a de Q

    metros de alt"ra, dotada de "ma es#ala horizontal em alenarIa de

    mais de BS metros de #omprimentos sobre a 5"al "m gn=mon de Q

    metros lanaa "ma sombra. Constr"$da em QS d.C., oi

    resta"rada d"rante o per$odo ing. as nem todos os instr"mentos

    #hineses eram #pias de aparelhos #riados por o"tras #iiliza+es.

    Eles prprios desenoleram inAmeros instr"mentos. Um dos mais

    antigos era o medidor da sombra do gn=mon, pea grad"ada padro

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    de 2ade o" terra#ota, para se #olo#ar sobre a sombra de "m

    gn=mon> essa pea dee datar do s!#"lo II d.C. &"tro era o medidor

    de #onstelao #ir#"mpolar, deriado do dis#o de 2ade, #om "m

    "ro #entral ?o pi@, aparelho 5"e podia ser "sado para en#ontrar o

    plo #eleste, bem #omo identii#ar alg"mas das estrelas lo#alizadas

    pr*imo a esse ponto. 'odia ig"almente indi#ar os ng"los em 5"e

    essas estrelas apare#iam, "n#ionando assim, #omo "m instr"mento

    5"e serisse de reer(n#ia a elas em relao

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    pelo es#apo do relgio de %g"a, de modo 5"e seg"ia o moimento

    aparente do 1ol e das estrelas no #!". No entanto, a torre-relgio

    de 1" no oi a primeira estr"t"ra a ser e5"ipada #om "ma esera

    armilar a#ionada por "m relgio. P% no s!#"lo LIII, Fhang Heng

    ?Chang Heng@ haia apli#ado o es#apo de I-ing e iang ing- Fan

    #om o mesmo ob2etio. /o 5"e pare#e, a id!ia no era a#ilitar a

    obserao ao se #riar "m instr"mento 5"e poderia retratar

    a"tomati#amente a rotao di%ria da abbada #eleste, mas antes

    #riar "m padro para se aerir a rotao real ?obserada em o"tra

    esera armilar@. Dessa orma, podiam-se obserar a#ilmente as

    dis#repn#ias 5"e o#orressem no #!", as 5"ais o astr=nomo tinha

    obrigao de registrar. Em t"do isso os #hineses ante#iparam-se aoidente6 os relgios me#ni#os no #hegaram < E"ropa antes do

    in$#io do s!#"lo IL, sete#entos anos depois da ineno do es#apo

    na China, en5"anto os instr"mentos de obserao #om

    a#ionamento me#ni#o no oram prod"zidos no idente antes do

    s!#"lo LIII.

    & interesse dos #hineses pelas #oordenadas baseadas no e5"ador

    #eleste, em detrimento da e#l$pti#a, #omo se "saa no idente,

    tee dois eeitos. 'or "m lado, signii#aa 5"e as eseras armilares#hinesas eram, m"itas ezes, mais simples 5"e as do idente, pois

    no tinham "m anel para representar a e#l$pti#a> e, mais

    importante, leo"-os a imaginar a Jmontagem e5"atorialJ. ;"ando

    se olha o #!", ele pare#e girar em torno do plo, mas, "ma ez 5"e

    o plo n"n#a est% a#ima da #abea ?a no ser 5"e as obsera+es

    se2am eitas em "m dos plos terrestres@, todos os #orpos #elestes

    pare#em des#reer "ma tra2etria #"ra atra!s do #!". 'ara

    a#ompanhar esse moimento #om "m instr"mento de obserao -

    "m astrol%bio, por e*emplo - o obserador dee gir%-lo em d"as

    dire+es, "ma para o lado, paralela ao horizonte, e a o"tra em

    linha reta, para #ima o" para bai*o. & 5"e os #hineses erii#aram,

    em alg"m momento do s!#"lo III d.C., oi 5"e, #aso se in#linasse o

    ei*o do instr"mento para o lado, at! 5"e i#asse alinhado #om o

    plo #eleste, s seria ne#ess%rio "m moimento para a#ompanhar o

    moimento di%rio das estrelas. )al instr"mento, montadoJe5"atorialmenteJ, ! o Jtor5"et"m e5"atorialJ de 9"o 1ho"- Fing

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    ?"o 1ho"- Ching@, de Q d.C. Embora a montagem e5"atorial

    sela "sada ho2e nos maiores teles#pios do idente, ela no

    #hego" seno na Altima parte do s!#"lo LI, para "m instr"mento

    armilar trezentos anos depois de se" apare#imento na China.

    in onan, C. Histria Il"strada da Ci(n#ia pela Cambridge

    UniersitO. io de Paneiro6 Fahar, QRMS

    Cincias geogr#icas, geol$gicas e meteorol$gicas

    1ismgrao de Fhang Heng

    9E&9/:I/

    Em geograia, essa #on#epo ra#ional dos #hineses se reelo" nomodo pelo 5"al enrentaram o problema de mapear a )erra. No

    idente, ho"e "m hiato entre o tempo de 'tolome" e #er#a de

    Q^ d.C., interalo em 5"e o mapeamento e"rope" sore" "m

    e#lipse 5"ase #ompleto. &s mapas do m"ndo tornaram-se e$#"lo

    de id!ias religiosas, apresentaam po"#a semelhana #om o m"ndo

    real, ao passo 5"e na China leaa-se adiante "ma tradio de

    mapeamento #ient$i#o. No per$odo Han, #er#a de Q d.C., Fhang

    Heng ?Chang Heng@ introd"zi" "m sistema de grade - sistema delinhas ormando ng"los retos "mas #om as o"tras - para espe#ii#ar

    http://2.bp.blogspot.com/_KlfjjUIPn_Y/R_0oQzyr3nI/AAAAAAAAAHk/HEmaTIQ0FZI/s1600-h/nova_p13.gif
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    as posi+es geogr%i#as de pontos importantes, e no per$odo )ang,

    o #res#imento do imp!rio oi #on#omitante a "ma e*tenso do

    mapeamento pre#iso dentro de ronteiras mais amplas.

    D"rante o reinado 1"ng, o mapeamento #ontin"o" lores#endo, e

    prod"ziram-se dois mapas magn$i#os no s!#"lo II. /mbos eram

    es#"lpidos em pedra - "m deles #om "m 5"adri#"lado pre#iso - e

    eram to e*atas 5"e podem ser #omparados aos modernos mapas.

    interessante notar 5"e o norte estaa na parte s"perior, #oneno

    "niersalmente a#eita ho2e em dia, mas sing"lar na5"ele tempo. &

    #artgrao #hin(s oi Fh" 1i-7en ?Ch" 1s"- 'en@, 5"e trabalho"

    d"rante a dinastia mongol. Ele no somente ez mapas magn$i#os epre#isos #omo tamb!m alerto" para o perigo de inserir pa$ses dos

    5"ais no haia proas detalhadas dispon$eis, #onselho 5"e no oi

    "niersalmente a#eito, mesmo na China. tamb!m aos #hineses

    5"e se deem os primeiros mapas em releo. No per$odo 1"ng,

    eram eitos de madeira, mas pare#iam ter tido origem m"ito antes

    do s!#"lo . :oram "sados para ins militares no per$odo Han,

    d"rante o s!#"lo I d.C., mas des#onhe#e-se s"a inalidade original.

    odelos em releo de estat$sti#as pop"la#ionais eram "sados desdetempos remotos na China, e haia tamb!m Jin#ensrios #om

    #olinasJ - instr"mentos eitos para 5"eimar in#enso, #om a orma de

    montanhas sagradas - no s!#"lo I a.C.., os 5"ais tinham relao

    #om o b"dismo e, proaelmente, #om o tao$smo6 talez tenham

    sido os pre#"rsores de mapas posteriores.

    9E&&9I/

    / arte dos #hineses mostra 5"e eles tinham "ma aaliao m"ito

    #lara dos aspe#tos geolgi#os. De ato, os artistas #hineses eram

    e*tremamente i!is < nat"reza, e, por #entenas de anos, g"ias para

    o delineamento de #olinas e montanhas, aloramentos de ro#has e

    e*tens+es de %g"as ig"raam entre se"s man"ais. E, antes do

    s!#"lo II d.C., o s%bio neo#on"#ianista Fh" i ?Ch" Hsi@ per#ebe"

    5"e as montanhas haiam-se eleado de terras 5"e antes estaam

    sob o mar. Isso oi algo 5"e no seria erii#ado na E"ropa at! oprin#$pio do s!#"lo I. as Fh" i no oi o primeiro a per#eber o

  • 8/14/2019 Textos Clssicos da Antiga China As Cincias na China - Andr Bueno

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    ato, essa id!ia era #onhe#ida na China m"ito antes do s!#"lo I -

    de ato, desde alg"m tempo entre os s!#"los II e LI.

    )"do indi#a 5"e os #hineses oram os primeiros a re#onhe#er os

    sseis pelo 5"e eles so de ato - restos de "m material 5"e 2% oi

    io. Certamente, eles estaam na ang"arda 5"anto < apre#iao

    da erdadeira nat"reza dos sseis de plantas. & #onhe#imento de

    pinheiros ossilizados apare#e desde o s!#"lo III d.C., e, mais tarde,

    no s!#"lo I, oi des#oberto e des#rito "m ssil de bamb", embora

    entre os dois tenha haido o"tras identii#a+es, #on5"anto nem

    sempre #orretas, pois alg"mas ezes ho"e #on"so entre plantas

    ossilizadas e ro#has #om eios de "m material semelhante a restos

    de plantas ossilizadas. &s #hineses tamb!m re#onhe#eram animaisossilizados. Nem sempre identii#aam #orretamente as esp!#ies>

    ho"e, por e*emplo, #on"so entre "m p%ssaro - a andorinha - e o

    mol"s#o e*tinto 1pirier, pois as #on#has do mol"s#o eram m"ito

    pare#idas #om as asas do p%ssaro. J'ei*es de pedraJ eram

    re#onhe#idos desde o s!#"lo LI d.C. e des#ritas min"#iosamente,

    mas no s!#"lo I a.C. os #hineses haiam re#onhe#ido os sseis

    #omo remanes#entes de #riat"ras ias, ponto de ista 5"e, embora

    tenha sido s"gerido por alg"ns gregos, oi totalmente es5"e#ido o"ignorado no idente at! o adento da enas#ena.

    E)E&&&9I/

    & interesse dos #hineses pela nat"reza $si#a do m"ndo e por a5"ilo

    5"e a #ir#"ndaa estim"lo"-os a azer est"dos tanto sobre o tempo

    #omo sobre o #omportamento das mar!s. & tempo, #ertamente,

    dependia do #omportamento do #!" e da #ond"ta do goerno>

    ainal, os en=menos meteorolgi#os o#orrem, sem dAida, no #!",

    a#ima da )erra. Essa relao, assim #omo a administrao do

    Estado, 5"e estaa s"bordinada

  • 8/14/2019 Textos Clssicos da Antiga China As Cincias na China - Andr Bueno

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    temperat"ra oi reg"larmente registrada, ao menos no per$odo Han

    - no seg"ndo "ma es#ala termom!tri#a, logi#amente, pois essa s

    iria a apare#er no s!#"lo LII, mas er+es e*#essiamente 5"entes

    e inernos rios eram anotados, e orne#eram registros Ateis para os

    modernos metereologistas. Ch"as e entos eram tamb!m

    registrados no per$odo Chang, e e*istem registros desde QQS a.C.

    5"e orne#em inorma+es sobre #h"as, granizo nee e ento, #om

    detalhes da 5"antidade de #h"as e da direo dos entos. Usaam-

    se medidores de nee - grandes gaiolas de bamb" #olo#adas ao lado

    de desiladeiros e no alto de montanhas> os "n#ion%rios deiam

    azer relatrios ao goerno #entral para a2"dar a #al#"lar os

    reparos e trabalhos de man"teno de di5"es e o"tras obraspAbli#as 5"e se aziam ne#ess%rias.

    / aaliao da "midade no oi es5"e#ida6 o primeiro higr=metro,

    instr"mento 5"e mede o gra" de "midade do ar, oi inentado no

    s!#"lo II a.C.> media o #aro se#o e Amido e depois azia-se a

    #omparao dos res"ltados. Como se podia preer, o troo e o

    relmpago eram interpretados em termos de Gin e Gang, n"ma

    !po#a em 5"e no era poss$el "ma e*pli#ao #ient$i#a, mas o

    pensamento ra#ional #hin(s do im do s!#"lo IL a.C. estaa bem#iente do #i#lo das %g"as. / id!ia de 5"e a #h"a #ai, eapora-se

    para ormar as n"ens e retorna sob a orma de #h"a era tamb!m

    #onhe#ida na 9r!#ia, no s!#"lo LI a.C., e assim, talez, esse tenha

    sido "m #aso de transmisso de id!ias, embora as dii#"ldades de

    di"ndir inorma+es na5"ela !po#a tornem isso po"#o pro%el.

    "itos o"tros en=menos meteorolgi#os, o" aparentemente

    meteorolgi#os, oram obserados e registrados pelos #hineses.

    /r#o-$ris e halos ao redor da "a oram notados, assim #omo halos e

    alsos sis - m"ito mais pitores#os - 5"e m"itas ezes so istos

    perto o" em torno do 1ol. Estes Altimos oram obserados "m

    mil(nio antes do primeiro registro #onhe#ido na E"ropa. E tamb!m

    as a"roras boreais oram deidamente notadas e registradas desde

    o s!#"lo III a.C.

    as o en=meno pelo 5"al os #hineses pare#em ter mostrado o

    maior interesse oi o moimento das mar!s. & 5"e, sem dAida,#hamo" parti#"larmente a ateno para esse ass"nto oi a

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    #onsider%el amplit"de das mar!s 5"e a#orrem na China> h% "ma

    amplit"de de #er#a de B metros na desembo#ad"ra do Gang-ts!, na

    primaera, ao passo 5"e o rio ;ien )ang ?Chien-)ang@ apresenta

    pr*imo a Hang#hoV "ma pororo#a sem ig"al em 5"al5"er o"tra

    parte, e*#eto no /mazonas. Cer#a do s!#"lo II a.C., 2% haia "ma

    noo de 5"e a o#orr(n#ia de mar!s altas estaa diretamente

    rela#ionada #om a l"a #heia, mas no oi seno dois s!#"los depois

    5"e se erii#o" 5"e a "a realmente inl"en#iaa o moimento das

    %g"as. No s!#"lo I, per#ebe"-se 5"e o 1ol tamb!m desempenhaa

    "m papel nesse en=meno, en5"anto, po"#o aps essa erii#ao,

    o engenheiro e astr=nomo 1hen "a re#onhe#ia o 5"e #hamamos de

    Jestabele#imento do portoJ, 5"e ! o retardo da mar! alta deido

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    onte #om"m mais antiga, possielmente a 7abil=nia.

    &s minerais eram #lassii#ados na China de a#ordo #om a d"reza, a

    #or, a apar(n#ia e o gosto. &s metais eram dieren#iados das

    pedras. )amb!m se obsero", #omo )eorasto erii#ara, 5"e

    alg"ns podiam ser "ndidos pelo #alor, o"tros, no. Na China

    tamb!m se de" ateno % asso#iao de #amadas de min!rio #om

    dierentes esp!#ies de ro#has. Certamente, a mineralogia #hinesa

    oi a"*iliada pelo espe#ial interesse nos minerais demonstrado

    pelos dao$stas, os 5"ais sempre espe#ii#aram drogas eitas de

    minerais, tanto 5"anto de egetais, osse para a2"dar a prod"zir a

    imortalidade $si#a, osse para "m "so m!di#o mais ortodo*o. No

    idente, no s!#"lo II d.C., 9aleno op=s-se irmemente a 5"al5"erdroga 5"e no osse preparada #om eras, mas na China no haia

    tais impedimentos.

    &s #hineses re#onhe#eram e "saram "ma s!rie de s"bstn#ias

    minerais. & al"me era "sado #omo tint"ra e em %rios pro#essos

    ind"striais, bem #omo na medi#ina. Isso tamb!m o#orre" #om o sal

    amon$a#o ?#loreto de am=nia@ e, mais tarde, #om o bra*. &s

    #hineses #onhe#iam e "saam esse estranho mineral ibroso, o

    amianto> sabiam ser a pedra de to5"e ?2aspe@ "m a"*iliar na an%lisedo o"ro e da prata, e, eidentemente, #onhe#iam as pedras

    pre#iosas. No entanto, ! estranho erii#ar 5"e, embora estiessem

    amiliarizados #om os diamantes e ho"essem re#onhe#ido s"a

    d"reza, no os #onhe#iam #omo pedras #ortadas e polidas at! 5"e

    os port"g"eses as tro"*eram, no s!#"lo LI. & mineral de#oratio

    #hin(s por e*#el(n#ia era o 2ade, "m sili#ato de sdio e al"m$nio.

    /pesar de s"a d"reza, 2% era es#"lpido no tempo dos 1hang, e mais

    tarde era #ortado #om o "so de abrasios. Cortadores rotatios

    #ir#"lares estaam em "so no s!#"lo II d.C., e pare#e pro%el 5"e

    tenham apare#ido m"ito antes disso.

    Uma interessante a#eta da mineralogia #hinesa ! o 5"e ho2e

    #hamamos prospe#o geobotni#a e biogeo5"$mi#a. Nos tempos

    antigos, os mineiros lo#alizaam a presena de min!rios pela

    int"io e e*peri(n#ia. Notaam o estado da terra, o apare#imento

    de #ertos aloramentos de ro#has, e assim por diante. Entre os#hineses esses atores tamb!m eram re#onhe#idos, por!m eles

  • 8/14/2019 Textos Clssicos da Antiga China As Cincias na China - Andr Bueno

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    obseraram 5"e #ertas plantas eram asso#iadas a determinados

    minerais6 "ma esp!#ie de #ebola indi#aa a presena de o"ro nas

    imedia+es, o gengibre pren"n#iaa a e*ist(n#ia de estanho e

    #obre. Notaam #omo ho2e tamb!m 5"e as #ondi+es das plantas

    eram importantes e, sabemos 5"e alg"mas esp!#ies de plantas

    realmente indi#am a presena de #ertos metais, podemos per#eber

    5"e eles oram os pioneiros em "ma t!#ni#a 5"e o"tros poos

    se5"er sonhaam e*istir. De ato, os #hineses sabiam 5"e alg"ns

    metais podiam ser e*tra$dos de #ertas plantas. 'ode-se admitir 5"e

    mineiros de o"tras #iiliza+es tamb!m estiessem #ientes desses

    atos, mas no h% proas disso. No idente, a prospe#o era

    des#onhe#ida at! QST, o" mais tarde.

    1I1&&9I/

    / China #onstit"i "ma parte das grandes regi+es do m"ndo s"2eitas

    a terremotos, e, #omo poder$amos esperar, os #hineses g"ardaram

    e*tensos registros de todos os distArbios 5"e assolaram se" pa$s. /

    primeira #at%stroe o#orre" em M a.C., 5"ando os #"rsos de tr(s

    rios oram interrompidos ao passo 5"e o #on2"nto de registros

    mostra 5"e ho"e doze grandes abalos entre o im do per$odo 1"nge o in$#io do goerno man#h". Um dos piores terremotos da histria

    o#orre" na China, no ano QBB d.C., 5"ando morreram mais de M

    pessoas.

    Embora os #hineses no tenham eito progresso na #riao de "ma

    teoria dos terremotos, o"tra #iilizao antiga o" medieal

    tampo"#o o #onseg"i". as os #hineses realmente t(m "ma

    reiindi#ao a azer no #ampo da sismologia6 #onstr"$ram o

    antepassado do sismgrao. 'ro2etada no prin#ipio do s!#"lo II d.C.,

    por Fhang Heng ?Chang Heng@, esse J#ata-ento de terremotosJ

    #ont(m o elemento b%si#o de tal me#anismo6 "m p(nd"lo m"ito

    pesado 5"e, embora no se2a aetado por pe5"enos distArbios

    o#orridos na s"per$#ie, responde aos pro"ndos e ro"#os r"$dos de

    "m terremoto.

    & not%el instr"mento de Fhang Heng #onsistia em "ma 2arra de

    inho eita de bronze, de metros de dimetro, dotada de "matampa. Em torno do 2arro haia oito #abeas de drago, #ada 5"al

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    #om "ma bola. No #ho, em torno do 2arro, eram #olo#ados oito

    sapos #om as bo#as abertas. D"rante "m tremor de terra, "ma das

    bo#as de drago se abria e dei*aa #air a bola na bo#a do sapo. /

    lo#alizao do drago 5"e soltasse a bola indi#aa a direo de

    onde proinha o tremor, e em seg"ida o aparelho se e#haa

    a"tomati#amente, para 5"e nenh"ma o"tra bola osse solta>

    obtinha-se, ento, "ma indi#ao permanente. & aparelho

    demonstro" ser Atil para o goerno, e h% proas de 5"e registros

    semelhantes oram eitos em tempos posteriores. )ais instr"mentos

    pare#em ter sido #onhe#idos no &bseratrio araghah, na '!rsia,

    no s!#"lo III, mas, #omo esse obseratrio estaa em #ontato

    $ntimo #om os #hineses, pare#e no haer dAida de 5"e osinstr"mentos persas oram importados da China.

    in onan, C. Histria Il"strada da Ci(n#ia pela Cambridge

    UniersitO. io de Paneiro6 Fahar, QRMS

    %&sica

    / $si#a #hinesa n"n#a se preo#"po" #om %tomos o" teorias

    at=mi#as. No s!#"lo IL a.C., pare#e 5"e os mo$stas tieram alg"ma

    in#linao nesse sentido e, no s!#"lo I d.C., o b"dismo tro"*e

    #onsigo id!ias at=mi#as, mas o panorama geral #hin(s se

    #on#entraa no #res#imento e dimin"io mAt"a das d"as oras,

    Gin e Gang. Era "m ponto de ista #$#li#o 5"e leaa a "m "nierso

    permeado de #ont$n"as m"danas em orma de ondas. Ho2e, namoderna #i(n#ia o#idental, o moimento #$#li#o do tipo ond"latrio

    ! parte da e*pli#ao 5"e damos para as m"danas 5"e o#orrem no

    "nierso. Esse ! apenas "m aspe#to de "ma elaborada e poderosa

    teoria at=mi#a, mas isso no altera s"a importn#ia no pensamento

    #ient$i#o. interessante, ento, erii#ar 5"e, desde os tempos

    m"itos antigos, os #hineses tamb!m "saram "ma orma de teoria

    ond"latria para 2"stii#ar as m"danas 5"e o#orrem por todo o

    m"ndo nat"ral> en5"anto Gin #res#ia, Gang dimin"$a, e depois,

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    en5"anto Gin dimin"$a, Gang #res#ia noamente. )o poderoso !

    esse #on#eito #hin(s 5"e alg"ns $si#os at=mi#os modernos esto se

    oltando para as imagens #hinesas, n"ma tentatia de e*pli#ar s"as

    teorias do #omportamento das part$#"las s"bat=mi#as.

    &s #hineses tamb!m eram peritos em medi+es pr%ti#as, #omo se

    deeria esperar, talez, de "ma nao 5"e oi bem-s"#edida em

    todos os #ampos da engenharia. )inham "m sistema m!tri#o desde

    os tempos mais remotos, e eram pioneiros em m"itos dom$nios da

    est%ti#a - oras, pesos, alaan#as, balanas, et#. -, pois os mo$stas

    daam #ontrib"i+es aliosas nesse #ampo 2% no s!#"lo IL a.C.

    )entaram tamb!m lidar #om #orpos em moimento, esoro 5"e

    no #ontin"o" na China #omo o#orre" no idente, #om osprimeiros est"dos do moimento eitos pelos gregos. /l!m disso,

    oram os mo$stas 5"e #omearam o est"do da pti#a na China,

    dis#"tindo sombras e notando, desde logo, o ato de 5"e a l"z ia2a

    em linha reta. :izeram e*peri(n#ias tamb!m #om a J#mara es#"raJ

    e sabiam #omo a imagem de "ma #ena distante se inerte 5"ando a

    l"z passa por "m pe5"eno b"ra#o. Entretanto, na China, #omo no

    m"ndo m""lmano, a #mara es#"ra s se irmo" no s!#"lo LIII d.C.

    Espelhos planos e #=n#aos eram ob2etos de est"do, e os mo$stas#onhe#iam o 5"e ho2e se #hama de imagens JreaisJ e Jirt"aisJ,

    orne#idas pelos espelhas #=n#aas> em todas essas mat!rias eles

    pare#em ter sobrep"2ado os gregos, 5"e, #omo imos no Altimo

    #ap$t"lo, tinham alg"mas id!ias "ndamentalmente erradas sobre

    l"z e iso. erdade 5"e, 5"ase na mesma !po#a em 5"e os

    mo$stas desenoliam se" trabalho na China, E"#lides, em

    /le*andria, es#reia "ma s!rie de teoremas de pti#a> mas se"

    est"do em relao a espelhos est% desapare#ido, e ! pro%el 5"e

    no tenha atingido o est%gio al#anado pelos mo$stas deido a

    #on#ep+es erradas preale#entes entre os gregos.

    Na China, espelhos #=n#aos 5"eimadores eram empregados na ida

    pr%ti#a, e no per$odo Han, grandes espelhos de metal eram de ato

    #om"ns, mas #omo no idente, des#onhe#iam-se os espelhos de

    idro, eles seriam inentados apenas no s!#"lo I. &s #hineses

    estaam amiliarizados tamb!m #om lentes 5"eimadoras. No s!#"lo, moldaram lentes de %rias ormas e sabiam 5"e, en5"anto

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    alg"mas a"mentaam as imagens, o"tros podiam prod"zir "ma

    imagem red"zida ?lentes dimin"tias@, embora isso no os tiesse

    leado a "sar #"los o" a desenoler "m teles#pio. /s lentes

    #hinesas eram eitas de #ristal de ro#ha 5"e o#orria nat"ralmente,

    embora parea pro%el 5"e o idro tamb!m tenha sido "sado, ao

    menos do per$odo Han em diante, pois a China tee "ma indAstria

    de idro 2% no s!#"lo LI a.C.

    Em todas as #iiliza+es primitias, a mAsi#a agi" #omo "m

    est$m"lo para o est"do do som, embora o gra" #ient$i#o desse

    est"do dependesse das atit"des mentais a respeito de inestiga+es

    dessa nat"reza> ele podia permane#er em "m n$el p"ramente

    art$sti#o. as na China, #omo na 9r!#ia, era "m est"doparti#"larmente oltado para "ma medio #"idadosa. Haia "ma

    dierena, #ont"do6 en5"anto os gregos estaam interessados

    prin#ipalmente em analisar o som, os antigos #hineses tendiam a

    obserar os rela#ionamentos, pois isso tinha ainidade #om se"

    modo de pensar, mais de a#ordo #om s"a iso orgni#a do

    "nierso, onde t"do g"ardaa alg"ma relao #om alg"ma o"tra

    #oisa. /ssim, en5"anto os gregos pro#"raam des#obrir por 5"e a

    orma de "ma la"ta alteraa a alt"ra de se" som, os #hinesesestaam mais interessados em sons harmoniosos o", em termos

    modernos, em ressonn#ias harmoniosas. )ais sons so o"idos, por

    e*emplo, 5"ando se tange "ma #orda de "m instr"mento m"si#al,

    transmitindo-se ibra+es a o"tras #ordas. 'ara os #hineses, isso

    era meramente "m e*emplo de "m rela#ionamento nat"ral em "m

    m"ndo nat"ral> nada haia de marailhoso nisso. Uma ez 5"e as

    notas em 5"e as #ordas eram ainadas mantinham "m

    rela#ionamento espe#$i#o entre si, estaam orientadas para ter

    ressonn#ias harmoniosas, pois essa era a orma #omo o m"ndo

    estaa #onstr"$do.

    Na China, nos tempos mais primitios, os sons tamb!m tinham

    rela#ionamentos no-#ient$i#os> os #hineses "niam o som ao

    paladar e a #or em alg"mas #erim=nias religiosas. as isso no

    eito" 5"e se mantiesse tamb!m "ma atiidade #ient$i#a

    paralela. &s sons oram #lassii#ados por timbre e por alt"ra, e seespe#ii#aram %rias es#alas m"si#ais. Isso, por s"a ez, e*igia "ma

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    ainao pereita. )al oi #onseg"ido, par#ialmente, pela

    ressonn#ia> "m sino deidamente ainado podia serir #omo

    padro e aria #om 5"e o"tro sino to#asse em ressonn#ia 5"ando

    estiesse #orretamente ainado. /l!m disso, asos #heios o"

    par#ialmente #heios #om 5"antidades espe#$i#as de %g"a eram

    "sados #omo ressonadores para dar os tons padro, e m"itas ezes

    se "saam sinos para a2"dar a ainar #ordas. Nada disso era

    e*#l"sio da China, mas o 5"e era pe#"liar nesse pa$s era a pre#iso

    obtida6 isso era par#ialmente deido ao "so de sementes de paino

    #omo medida de #apa#idade de la"tas de #alibres semelhantes, o

    5"e pode ter deriado de "m dese2o b%si#o de medir #apa#idades

    de re#ipientes de %rios tipos. as, #ertamente do per$odo Han emdiante, torno"-se "m m!todo padro de ainar la"tas. &s #hineses

    tamb!m re#onhe#iam 5"e o som era "ma ibrao6 no eram os

    Ani#os a pensar assim, mas #ertamente deram "ma #ontrib"io

    espe#ial, e o res"ltado de se" trabalho #ient$i#o sobre o som oi a

    eol"o de "ma Jes#ala de ig"al ainaoJ. Esse ! o tipo de es#ala

    adotado at"almente no idente> permite m"dana r%pida de "ma

    #hae para o"tra :oi "sado - pode-se 5"ase dizer apresentado - por

    P. 1. 7a#h em se" Crao bem temperado> tal es#ala era#omparatiamente noa mesmo no prin#$pio do s!#"lo LIII, tendo

    sido introd"zida no idente por olta de QS. Entretanto, era

    #onhe#ida e trabalhada na China por Fh" Fai G" ?Ch" )sai-G"@, em

    QTMT, e h% raz+es para se pensar 5"e a es#ala o#idental se origino"

    na China.

    De todos os trabalhos dos #hineses em $si#a - e ! eidente 5"e esse

    oi "m #ampo em 5"e eles deram m"itas #ontrib"i+es importantes

    - o mais signii#atio oi a ineno da bAssola magn!ti#a. Esse ato

    ! parti#"larmente interessante, pois ! "m primeiro e*emplo de os

    pro#essos de magia #ond"zirem a "ma des#oberta #ient$i#a.

    /parentemente #omeo" no s!#"lo III a.C., #om o "so das pla#as

    dos adiinhos. Essas eram operadas por adiinhadores da sorte,

    preo#"pados #om os neg#ios de Estado, e #onsistiam em d"as

    partes, "ma s"perior e o"tra inerior. / s"perior, 5"e representaa

    o #!", giraa em "m pino, sobre o dis#o inerior, 5"e simbolizaa a)erra. / pla#a s"perior tinha a #onstelao #ir#"mpolar norte da

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    9rande Ursa o" do /rado e ambas as pran#has eram mar#adas #om

    os Jpontos da bAssolaJ, o" dire+es, #om "m interalo de QT gra"s

    entre si. 'ara a adiinhao, JpeasJ 5"e simbolizaam %rios

    ob2etos eram atiradas nas pla#as e o adiinho ento lia o "t"ro

    baseando-se em s"as posi+es. Uma das peas simbli#as tinha a

    orma de "ma #olher, a 5"al simbolizaa a Ursa. odaam

    rapidamente e, em #erta !po#a, no aps o s!#"lo I d.C., essas

    #olheres rotatias s"bstit"$ram toda a parte s"perior da pla#a de

    adiinhao.

    /ssim #omo m"itas o"tras #iiliza+es primitias, os #hineses

    #onhe#iam as propriedades magn!ti#as nat"rais da magnetita ?"ma

    orma do *ido de erra@, e nos tempos antigos, se" poder de atrairo erro era #onsiderado m%gi#o. No seg"ndo o" no primeiro s!#"lo

    antes de Crista, isso leo" os adiinhos a "sar a magnetita para

    #one##ionar alg"mas das peas das pla#as de adiinhao, e a

    prpria #olher passo" a ser prod"zida #om esse material. ogo

    depois, assim 5"e a #olher passo" a s"bstit"ir a pla#a do J#!"J, s"a

    posio, 5"e agora i#aa no #entro da pla#a, #onen#e" os

    adiinhos de 5"e era erdadeiramente "m ob2eto m%gi#o, pois se"

    #abo apontaa sempre na mesma direo, e passo" a ser #onhe#ida#omo a J#olher 5"e aponta para o s"lJ. Certamente, tal #olher se

    moia aos tran#os - a ri#o se en#arregaa disso -, e assim se

    in#remento" a pr%ti#a de azer a #olher de madeira #om "ma pea

    de magnetita em se" interior6 mais tarde, despida 2% dos #ontornos

    de "ma #olher, passo" a ser montada sobre "m pino o" #olo#ada

    boiando na %g"a. Essa oi a ess(n#ia da bAssola magn!ti#a, 5"e

    apontaa para o s"l em ez de para o norte, 5"e se torno" "m

    ob2eto amiliar no s!#"lo I d.C. No s!#"lo LI, os #hineses

    des#obriram 5"e pe5"enas ag"lhas de erro podiam ser

    magnetizadas #aso ossem esregadas #om "m pedao de magnetita

    e, mais tarde, per#eberam 5"e era poss$el magnetizar o erro

    a5"e#endo-o ao r"bro e depois esriando-o, en5"anto se mantinha o

    erro estendido na direo s"l - norte.

    / bAssola magn!ti#a Jm%gi#aJ oi "sada ini#ialmente na #onstr"o

    de obras pAbli#as e edi$#ios priados. )empos depois, oi adotadapelos marinheiros e era #om"m nos naios #hineses talez desde o

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    s!#"lo e, #ertamente no s!#"lo I> se" "so pelos #hineses para a

    naegao pre#ede", assim, s"a adoo no idente em pelo

    menos #em anos. as isso no ! t"do. / "tilizao da ag"lha

    magn!ti#a tro"*e maIor pre#iso na obserao das dire+es

    magn!ti#as e, desde a dinastia )ang, leo" os #hineses a

    des#obrirem 5"e o norte e o s"l magn!ti#os no #oin#idem #om o

    norte e o s"l geogr%i#os, des#oberta 5"e no oi eita no idente

    seno aps mais de sete#entos anos.

    in onan, C. Histria Il"strada da Ci(n#ia pela Cambridge

    UniersitO. io de Paneiro6 Fahar, QRMS

    'u&mica

    Como dis#iplina #ient$i#a, a 5"$mi#a ! "ma mat!ria bastante

    re#ente> s no idente, no s!#"lo LII, ! 5"e a 5"$mi#a #ient$i#a

    se desenole", e se passo" "m s!#"lo para 5"e ela atingisse a

    China. /o longo do tempo, #ertamente, os #hineses ad5"iriram "ma

    enorme 5"antidade de #onhe#imentos de 5"$mi#a pr%ti#a, #omo oizeram os poos de o"tras #iiliza+es, e esse #onhe#imento no

    dee ser desprezado. Com s"as t!#ni#as e s"as apli#a+es pro#"raam meios

    pelos 5"ais p"dessem impedir o enelhe#imento. 'ara #onseg"ir

    isso, adogaam "ma s!rie de m!todos, 5"e in#l"$am gin%sti#as,

    e*er#$#ios respiratrios e o "so de rem!dios espe#iais, m"itas ezes

    preparados #om min!rios. Dedi#aam espe#ial ateno ao modo

    #omo os #orpos eram enterrados.

    / imortalidade sempre lhes es#apo", mas, na s"a pro#"ra, re"niram

    m"ito #onhe#imento de 5"$mi#a. Um aspe#to disso reelo"-se n"m

    trabalho ar5"eolgi#o re#entemente realizado na China. /s

    es#aa+es de "m tAm"lo em Honan tro"*eram < l"z "m sar#ago5"e, 5"ando aberto, mostro" #onter o #orpo de "ma m"lher, a

    Jsenhora de )aiJ. Embora ela tiesse morrido por olta de QMS a.C. -

    mais de anos antes - o #orpo pare#ia o de "ma pessoa #"2a

    morte tiesse o#orrido h% apenas "ma semana o" po"#o mais> a

    #arne, por e*emplo, ainda se mostraa s"i#ientemente el%sti#a

    para retornar ao normal depois de pressionada. & #orpo no estaa,

    por!m, embalsamado, m"mii#ado, #"rtido, o" mesmo #ongelado>

    s"a preserao se deia a "m l$5"ido de #or marrom, #ontendos"l"reto de mer#Ario, mantido dentro de "m sar#ago 5"e estaa,

    par s"a ez, dentro de o"tro, ortemente selada #om #amadas de

    #aro e argila bran#a pega2osa. & ar nos sar#agos era #onstit"$do

    prin#ipalmente de metano e estaa sob alg"ma presso. /ssim, o

    sep"ltamento presero" o #orpo no 5"e ho2e #hamar$amos de

    #ondi+es anaerbi#as> ele estaa hermeti#amente e#hado e

    imperme%el < %g"a, e a #mara mort"%ria garanti" 5"e a

    temperat"ra se mantiesse razoaelmente #onstante a #er#a de QB

    gra"s. H% m"itas lendas sobre dao$stas 5"e realmente #onseg"iram

    manter a integridade do #orpo, e proas obtidas #om a es#aao

    de Honan tornam #laro 5"e nem todas so mitos> o #onhe#imento

    da preserao 5"$mi#a se en#ontraa em "m estado

    eidentemente adiantado, mesmo no s!#"lo II a.C.

    /o prati#arem s"a m$sti#a al5"imia, os dao$stas estaam em

    sintonia #om os proto5"$mi#os de /le*andria, da ndia e, naerdade, de todas as #iiliza+es em 5"e se aziam tentatias no

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    apenas de inestigar a 5"$mi#a das s"bstn#ias nat"rais, mas

    tamb!m de transormar metais ordin%rios e ab"ndantes em o"ro,

    5"e era no s mais raro, #omo m"ito mais bonito. / palara

    Jal5"imiaJ #ertamente deria do %rabe, mas, o 5"e ! m"ito

    interessante, o prprio %rabe derio" do #hin(s, e no do grego, do

    eg$p#io o" mesmo do hebrai#o, #omo se pensaa anteriormente. &s

    dao$stas, ento, podem ter tido inl"(n#ias m"ito al!m de se"s

    #$r#"los imediatos> a atiidade al5"imista geral, 5"e en#ontramos

    em toda parte - "ma atiidade 5"e adoto" "ma iso Jorgni#aJ de

    m"itas s"bstn#ias, 5"e #on#ebe" e*peri(n#ias #omo #pias de s"a

    gestao no Atero da )erra -, pode ter deido algo a eles. Era

    #ertamente "ma perspe#tia 5"e se adaptaa bem < iso #hinesado "nierso #omo "m organismo. as os dao$stas tamb!m oram

    a"*iliados por o"tros aspe#tos da ilosoia #hinesa> a teoria dos

    #in#o elementos a2"do"-os a #lassii#ar %rias s"bstn#ias e a azer

    e*peri(n#ias apropriadas #om elas, en5"anto a do"trina das d"as

    oras os leo" a "ma id!ia de l"*o e rel"*o, a "m sentido de

    m"dana #$#li#a em 5"e, assim 5"e "m pro#esso atinge a se" ponto

    m%*imo, se" oposto dee #omear a se airmar.

    1"as e*peri(n#ias learam-nos a pro2etar "ma ariedade deaparelhos 5"$mi#os espe#iais, 5"e in#l"$am artigos #omo ornos e

    ornalhas espe#iais, assim #omo asos nos 5"ais as rea+es 5"$mi#as

    podiam pro#essar-se em #ondi+es de isolamento. "itas ezes tais

    rea+es signii#aam o estabele#imento de altas press+es, e

    re5Kentemente se "saam re#ipientes de metal resistente, m"itas

    ezes enoltos em arames para eitar 5"e toda a retorta iesse a

    e*plodir. E, embora os #hineses n"n#a tenham inentado

    term=metros propriamente ditos, se"s al5"imistas e proto5"$mi#os

    #ertamente sabiam da importn#ia de alg"mas rea+es se

    realizarem sob #erto #alor> por isso, #riaram banhos de %g"a e

    o"tros estabilizadores de temperat"ra. 7alanas romanas eram

    "sadas para a pesagem e - o 5"e era m"ito engenhoso - "tilizaam-

    se de t"b"la+es de bamb" para ligar "ma pea do aparelho a

    o"tra.

    )alez, por!m, a pea mais signii#atia tenha sido o alambi5"e.Deriaa, basi#amente do pote de #ozimento neol$ti#o, o li. )inha

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    tr(s pernas o#as> mais tarde desenole"-se em "m tipo espe#ial de

    aso d"plo de apor, o zeng ?tseng@, 5"e tinha, #om eeito, "m

    seg"ndo aso montado sobre o primeiro, separado por "ma grade

    per"rada. 'ara inalidades 5"$mi#as, o seg"ndo aso era enolto

    por "m re#ipiente #om %g"a para resriamento, de tal orma 5"e as

    s"bstan#ias eaporadas se esriaam e se #ondensaam em seg"ida>

    gote2aam, ento, sendo #oletadas em "ma pe5"ena *$#ara. Esse

    desenho, 5"e oi "sado por toda a 8sia &riental, era dierente do

    tipo de alambi5"e empregado em /le*andria> nesse #aso, o

    material destilado era trazido para ora, por "m t"bo, para "m aso

    #oletor> o resriamento 5"e deia o#orrer era #onseg"ido apenas

    pelo ar 5"e #ir#"laa em torno do t"bo e*terior. & desenho b%si#odo alambi5"e #hin(s ! por ns empregado, ho2e em dia, no

    moderno alambi5"e mole#"lar, "sado para a e*trao de pe5"enas

    5"antidades de #ompostos #omple*os, mas pode ter sido "m

    apereioamento do tipo ale*andrino o" helen$sti#o. Este Altimo

    data de alg"m tempo antes do ano B d.C., en5"anto o #hin(s oi

    #riado, proaelmente, no s!#"lo IL d.C., embora possa ser

    anterior a essa !po#a. & 5"e no dei*a dAida, por!m, ! 5"e a

    destilao era amplamente prati#ada na China do s!#"lo LII,d"rante o per$odo )ang. /l!m disso, o resriamento imediato do

    material destilado, 5"e o alambi5"e #hin(s #onseg"ia, era

    importante 5"imi#amente> tal pro#esso de resriamento s se

    torno" dispon$el no idente 5"atro#entos o" 5"inhentos anos

    mais tarde.

    Uma das t!#ni#as do alambi5"e #hin(s "tilizada pelos

    proto5"$mi#os era a destilao do %l#ool> para isso, ! imperatio

    "m sistema de resriamento, #aso #ontr%rio o %l#ool se perde. Eles

    tamb!m prati#aam "m pro#esso espe#ial de #ongelamento>

    trataa-se de "m m!todo em 5"e se #ongelaa a %g"a para dei*ar

    lire o %l#ool. Essa t!#ni#a, 5"e no e*ige o alambi5"e, prod"z "ma

    orma de %l#ool m"ito #on#entrada, 5"e os #hineses pare#em ter

    #onhe#ido 2% no s!#"lo II a.C.

    Com o passar do tempo, os #onhe#imentos de 5"$mi#a oram se

    a#"m"lando. /lg"ns minerais eram preparados em ormasapropriadas para "so medi#inal - os s"letos de ars(ni#o eram "m

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    e*emplo disso - o 5"e represento" "ma grande ante#ipao em

    relao ao se" "so no idente, onde os minerais no oram "sados

    em tratamentos m!di#os antes do s!#"lo LI. Ind"strialmente, os

    #hineses tornaram-se peritos na e*trao do #obre pela

    pre#ipitao desse metal #om sol"+es, e tamb!m "saram "m tipo

    ra#o de %#ido n$tri#o para obter s"bstn#ias insolAeis #om

    #ondi+es normais. Esse trabalho #olo#o"-os em #ontato #om o

    nitrato de pot%ssio, o" salitre, 5"e "saram em e*peri(n#ias em

    #ombina+es #om o #aro e o en*ore, s"bstn#ia 5"e 2% era

    #onhe#ida h% m"ito tempo. /s e*peri(n#ias podem ter sido eitas -

    e proaelmente o oram - #om o propsito de obter "m eli*ir 5"e

    a2"dasse a #onseg"ir a imortalidade, mas, 5"al5"er 5"e tenha sidoa inalidade ini#ial, learam os #hineses < des#oberta da plora.

    Esta era "sada em ogos de arti$#io e para ins militares, tendo

    sido empregada em #ombate pela primeira ez no s!#"lo , d"rante

    "m per$odo em 5"e o pa$s estaa noamente diidido em a#+es

    g"erreiras. D"rante os d"zentos anos seg"intes, ela tomo" parte,

    reg"larmente, em a+es militares na China, mas no se torno"

    #onhe#ida ora desse pa$s at! o s!#"lo III, 5"ando oi "sada no

    m"ndo m""lmano> #hego" < E"ropa no s!#"lo IL.Ento, 5"e podemos dizer, em s"ma, da 5"$mi#a #hinesa0 Em se"s

    aspe#tos mais m$sti#os e m%gi#os, abri" #aminho para a des#oberta

    de m!todos sem paralelo para a preserao dos mortos e, em se"s

    aspe#tos mais pr%ti#os, tro"*e aanos ind"striais, militares e

    m!di#os. Cientii#amente, os #hineses tamb!m deram not%eis

    pa