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TEXTOS ARGUMENTATIVOS Habilidades de argumentação Prof. Fernanda Braga

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Material para estudo sobre o texto argumentativo, estratégias argumentativas e organização textual.

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Page 1: Textos argumentativos

TEXTOS ARGUMENTATIVOSHabilidades de argumentação

Prof. Fernanda Braga

Page 2: Textos argumentativos

Observe as charges abaixo

Page 3: Textos argumentativos

Leia o texto abaixo

Paz social

Está comprovado que a violência só gera violência. A rua serve para a criança como uma escola preparatória. Do menino marginal, esculpe-se o adulto marginal, talhado diariamente por uma sociedade violenta que lhe nega condições básicas de vida.Por trás de um garoto abandonado existe um adulto abandonado. E o garoto abandonado de hoje é o adulto abandonado de amanhã. É um círculo vicioso, em que todos são vítimas, em maior ou menor escala. Vítimas de uma sociedade que não consegue garantir um mínimo de paz social.Paz social significa poder andar na rua sem ser incomodado por pivetes. Isso porque, num país civilizado, não existem pivetes. Existem crianças desenvolvendo suas potencialidades. Paz é não ter medo de sequestradores. É nunca desejar comprar uma arma para se defender ou querer se refugiar em Miami. É não considerar normal a ideia de que o extermínio de crianças ou adultos garanta a segurançaEntender a infância marginal significa entender por que um menino vai para a rua e não para a escola. Essa é, em essência, a diferença entre o garoto que está dentro do carro, de vidros fechados, e aquele que se aproxima do carro para vender chiclete ou pedir esmola. E essa é a diferença entre desenvolvido e um país de Terceiro Mundo.É também entender a história do Brasil, marcada pelo descaso das elites em relação aos menos privilegiados. Esse descaso é simbolizado por uma frase que fez muito sucesso na política brasileira: caso social é caso de polícia.A frase surgiu como uma justificativa para o tratamento dado ao trabalhador no começo do século XX. Em outras palavras, é a mesma postura que as pessoas assumem hoje em relação à infância carente e aos meninos de rua. Fonte: DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel: a infância, a adolescência e os direitos humanos no Brasil. 20. ed. São

Paulo: Ática, 1993.

Page 4: Textos argumentativos

COMO ESTRUTURAR O TEXTO ARGUMENTATIVO

Comunicar: informar, argumentar, convencer, persuadir, contra-argumentar.

“fazer saber” e “fazer crer”

Escrever é também argumentar e não só informar.

COMUNICAR 

Page 5: Textos argumentativos

Texto argumentativo

Tese Ideia que se defende

Argumentos A palavra ARGUMENTO tem uma origem curiosa: vem

do latim ARGUMENTUM, que tem o tema ARGU , cujo sentido primeiro é "fazer brilhar", "iluminar", a mesma raiz de "argênteo", "argúcia", "arguto".

Estratégias argumentativas Recursos utilizados para envolver o leitor/ouvinte Credibilidade

Page 6: Textos argumentativos

Esquema de texto

Introdução: Enunciação clara da ideia a ser defendida

Desenvolvimento Escolha dos argumentos e das estratégias

argumentativas Conclusão

Ratificação dos argumentos

Page 7: Textos argumentativos

Relendo...Paz SocialEstá comprovado que a violência só gera violência. (afirmativa da tese a ser defendida de forma explícita) A rua serve para a criança como uma escola preparatória. Do menino marginal, esculpe-se o adulto marginal, talhado diariamente por uma sociedade violenta que lhe nega condições básicas de vida.Por trás de um garoto abandonado existe um adulto abandonado. (primeira estratégia argumentativa: relação de causa)

Page 8: Textos argumentativos

E o garoto abandonado de hoje é o adulto abandonado de amanhã. (afirmativa baseada no óbvio, senso comum) É um círculo vicioso, em que todos são vítimas, em maior ou menor escala. Vítimas de uma sociedade que não consegue garantir um mínimo de paz social. (segunda estratégia argumentativa: culpar a sociedade e mencionar o que o autor acredita ser a solução = paz social)

Page 9: Textos argumentativos

Paz social significa poder andar na rua sem ser incomodado por pivetes. Isso porque, num país civilizado, não existem pivetes. Existem crianças desenvolvendo suas potencialidades. Paz é não ter medo de sequestradores. É nunca desejar comprar uma arma para se defender ou querer se refugiar em Miami. É não considerar normal a ideia de que o extermínio de crianças ou adultos garanta a segurança. (terceira estratégia argumentativa: definição do que o autor considera ser paz social)

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Entender a infância marginal significa entender por que um menino vai para a rua e não para a escola. Essa é, em essência, a diferença entre o garoto que está dentro do carro, de vidros fechados, e aquele que se aproxima do carro para vender chiclete ou pedir esmola. E essa é a diferença entre desenvolvido e um país de Terceiro Mundo. (quarta estratégia argumentativa: comparação)

Page 11: Textos argumentativos

É também entender a história do Brasil, marcada pelo descaso das elites em relação aos menos privilegiados. Esse descaso é simbolizado por uma frase que fez muito sucesso na política brasileira: caso social é caso de polícia. (quarta estratégia argumentativa: alusão histórica, citação popular)

Page 12: Textos argumentativos

A frase surgiu como uma justificativa para o tratamento dado ao trabalhador no começo do século XX. Em outras palavras, é a mesma postura que as pessoas assumem hoje em relação à infância carente e aos meninos de rua. (confirmação da tese proposta baseada na alusão histórica: a sociedade desde antigamente não consegue garantir a paz social)Fonte: DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel: a infância, a adolescência e os direitos humanos no Brasil. 20. ed. São Paulo: Ática, 1993.

Page 13: Textos argumentativos

Outro exemplo: Tempos de falsa liberdade

O toque de recolher não protege a juventude nem a sociedade. Embora venha sendo sucessivamente adotado em várias grandes cidades brasileiras, mostra-se como uma medida de eficiência duvidosa que mais esconde que soluciona o problema dos jovens e as noites urbanas do Brasil.Os primeiros anos do século XXI vêm sendo de dura repressão. Não mais como aquela da década de sessenta [1960], tempos de ditadura, mas é uma repressão velada, o que é pior. Fingindo pôr um fim aos problemas de drogas, alcoolismo e violência relacionados especialmente à juventude, governantes adotam essa lei que apenas tira de alguns o seu principal direito: a liberdade.E tudo isso é feito para tentar esconder a incapacidade das autoridades de resolver essa questão. É evidente que não é necessária apenas uma esquina escura para o uso de drogas e a prostituição juvenil. A violência continua a ocorrer em qualquer hora do dia, mesmo nos locais em que o toque de recolher foi imposto. Assim, os índices de criminalidade entre os menores de dezoito [18] anos permanecem altos, e as cidades continuam inseguras.Esse é um problema que precisa ser resolvido, mas de forma mais séria. O que é necessário é a inserção da segurança nas ruas brasileiras em todos os momentos do dia, além da tomada de medidas que realmente impeçam o consumo de drogas e prostituição dos jovens, sem que seus direitos sejam feridos. Destas, a principal é a educação.

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(Época, 02.06.03)

Proposta de redação ENEM 2003

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Entender a violência, entre outras coisas, como fruto de nossa horrenda desigualdade social, não nos leva a desculpar os criminosos, mas poderia ajudar a decidir que tipo de investimentos o Estado deve fazer para enfrentar o problema: incrementar violência por meio da repressão ou tomar medidas para sanear alguns problemas sociais gravíssimos? (Maria Rita Kehl. Folha de S. Paulo) Ao expor as pessoas a constantes ataques à sua integridade física e moral, a violência começa a gerar expectativas, a fornecer padrões de respostas. Episódios truculentos e situações-limite passam a ser imaginados e repetidos com o fim de legitimar a idéia de que só a força resolve conflitos. A violência torna-se um item obrigatório na visão de mundo que nos é transmitida. O problema, então, é entender como chegamos a esse ponto. Penso que a questão crucial, no momento, não é a de saber o que deu origem ao jogo da violência, mas a de saber como parar um jogo que a maioria, coagida ou não, começa a querer continuar jogando. (Adaptado de Jurandir Costa. O medo social.)

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Considerando a leitura do quadro e dos textos, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo? Instruções: • Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista, elaborando propostas para a solução do problema discutido em seu texto. Suas propostas devem demonstrar respeito aos direitos humanos. • Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da modalidade escrita culta da língua portuguesa. • O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou de narrativa. • O texto deverá ter no mínimo 15 (quinze) linhas escritas. • A redação deverá ser apresentada a tinta e desenvolvida na folha própria.