testes psicológicos e as suas práticas

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Testes Psicológicos e as suas Práticas Psicologia Por Valdeci Gonçalves da Silva [email protected] Publicidade “Todo nosso conhecimento inicia-se nos sentidos, passa ao entendimento e termina na Razão” (Immanuel Kant). I - INTRODUÇÃO A Psicologia contemporânea parece confundir-se com a aplicação dos testes e, em alguns casos, julga-se que, sem esse tipo de instrumento, o psicólogo não seria capaz de fazer qualquer afirmação científica do comportamento humano. Talvez seja pelo fato das ciências serem conhecidas por suas técnicas que lhes permitem aplicações e resultados visíveis. Assim, como o público tende a ver os antibióticos como capazes de curar todas as infecções, por analogia, também à considerar os testes como recursos infalíveis para conhecer as pessoas e suas aptidões. No entanto, assim como o médico é obrigado a conhecer a potencialidade dos remédios e a levar em conta suas contra-indicações, da mesma forma o psicólogo deve saber, não apenas as vantagens dos testes, mas, também os limites de sua utilidade e validade. Do contrário, correrá o risco de apresentar diagnósticos falsos ou deformados, pois estariam baseados em resultados falhos e incompletos. Os testes psicológicos não consistem numa exemplar neutralidade e eficácia em 100% nos seus resultados, mas isto não implica que os mesmos devam ser dispensados. Desde que atendidas as pré-condições de sua

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Testes Psicológicos e as suas Práticas

Psicologia Por Valdeci Gonçalves da Silva [email protected]

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“Todo nosso conhecimento inicia-se nos sentidos, passa ao entendimento e termina na Razão” (Immanuel Kant).

I - INTRODUÇÃO

A Psicologia contemporânea parece confundir-se com a aplicação dos testes e, em alguns casos, julga-se que, sem esse tipo de instrumento, o psicólogo não seria capaz de fazer qualquer afirmação científica do comportamento humano. Talvez seja pelo fato das ciências serem conhecidas por suas técnicas que lhes permitem aplicações e resultados visíveis. Assim, como o público tende a ver os antibióticos como capazes de curar todas as infecções, por analogia, também à considerar os testes como recursos infalíveis para conhecer as pessoas e suas aptidões.

No entanto, assim como o médico é obrigado a conhecer a potencialidade dos remédios e a levar em conta suas contra-indicações, da mesma forma o psicólogo deve saber, não apenas as vantagens dos testes, mas, também os limites de sua utilidade e validade. Do contrário, correrá o risco de apresentar diagnósticos falsos ou deformados, pois estariam baseados em resultados falhos e incompletos.

Os testes psicológicos não consistem numa exemplar neutralidade e eficácia em 100% nos seus resultados, mas isto não implica que os mesmos devam ser dispensados. Desde que atendidas as pré-condições de sua aplicação, e que o psicólogo examinador tenha conhecimento, domínio da aplicação e da avaliação, os testes se instalam como referencial que elimina boa parte da “contaminação” subjetiva das suas percepção e julgamento. É importante ressaltar a condição dos testes como mais um recurso que auxilia o profissional na compreensão e fechamento das considerações a respeito de um examinando, seja em processo seletivo (exame psicológico ou psicotécnico), avaliação psicológica e psicodiagnóstico.

II - CONCEITUAÇÃO DOS TESTES PSICOLÓGICOS

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Os testes psicológicos, da forma que se conhece hoje, são relativamente recentes, datam do início do século XX. Um teste psicológico no sentido epistemológico consiste numa tarefa controvertida, porque dependerá de posições e suposições de caráter filosófico. Para Cronbach (apud PASQUALI, 2001), um teste é um procedimento sistemático para observar o comportamento e descrevê-lo com a ajuda de escalas numéricas ou categorias fixas(p.18).Em outras palavras, um teste psicológico é fundamentalmente uma mensuração objetiva e padronizada de uma amostra de comportamento. Uma verificação ou projeção futura dos potenciais do sujeito. O parâmetro fundamental da medida psicométrica são as escalas, os testes, é a demonstração da adequação da representação, isto é, do isomorfismo entre a ordenação dos procedimentos empíricos e teóricos. Enfim, explicita que a operacionalização dos comportamentos (itens), corresponda ao traço latente1.

III - ORIGENS DOS TESTES PSICOLÓGICOS

Com base em Pasquali (2001), a história dos testes psicológicos, se destacam em sucessivas décadas, de tal maneira que é possível associar muitos autores a alguns períodos bem específicos.

3.1 - A Década de Galton: 1880. Para Francis Galton (biólogo inglês) à avaliação das aptidões humanas se dava por meio da medida sensorial, através da capacidade de discriminação do tato e dos sons. Galton (apud ANASTASI, 1977) entendia que,

A única informação que nos atinge, vinda dos acontecimentos externos, passa, aparentemente pelo caminho de nossos sentidos. Quanto maior o discernimento que os sentidos tenham de diferentes, maior o campo em que podem agir no nosso julgamento de inteligência (p.8).

A contribuição de Galton para psicometria ocorreu em três áreas: Criação de testes antropométricos para medida de discriminação sensorial (barras para medir a percepção de comprimento); Apito para percepção de altura do tom; Criação de escalas de atitudes (escala de pontos, questionários e associação livre2); Desenvolvimento e simplificação de métodos estatísticos (método da análise quantitativa dos dados coletados).

3.2 - A Década de Cattell: 1890. Influenciado por Galton, James M. Cattell (psicólogo americano) desenvolveu medidas das diferenças individuais, o que resultou na criação da terminologia Mental Test (teste mental). Elaborou em Leipzig sua tese sobre diferenças no Tempo de Reação. Este consiste em registrar os minutos decorridos entre a apresentação de um estímulo ou ordem para começar a tarefa, e a primeira resposta emitida pelo examinando. Cattell seguiu as idéias de Galton, dando ênfase às medidas sensoriais, porque elas permitiam uma maior precisão.

3.3 - A Década de Binet: 1900. Seus interesses se voltavam para avaliação das aptidões mais nas áreas acadêmica e da saúde. Alfred Binet e Henri fizeram uma série de crítica aos testes até então utilizadas, afirmando que eram medidas exclusivamente sensoriais que, embora permitisse maior precisão, não

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tinham relação importante com as funções intelectuais. Seu conteúdo intelectual fazia somente referências às habilidades muito específicas de memorizar, calcular, quando deveriam se ater às funções mais amplas como memória, imaginação, compreensão, etc. Em 1905, Binet e Simon desenvolveram o primeiro teste com 30 itens (dispostos em ordem crescente de dificuldade) com o objetivo de avaliar as mais variadas funções como julgamento, compreensão e raciocínio, para detectar o nível de inteligência ou retardo mental de adultos e crianças das escolas de Paris. Estes testes de conteúdo cognitivo atendiam a funções mais amplas, e foram bem aceitos, principalmente nos EUA, a partir da sua tradução por Terman (1916), nascendo, assim, a era dos testes com base no Q.I. (idealizado por W. Stern).

Q.I. = 100 (IM/IC)3

O período de 1910-1930, é considerado a era dos testes de inteligência sob as influências: Do segundo teste de Binet e Simon (1909); Do artigo de Spearman sobre o fator G (1909); Da revisão do teste de Binet para os EUA (Terman, 1916); e do impacto da primeira guerra mundial com a necessidade de seleção rápida e eficiente, de contingente para as forças armadas.

Na Bahia, em 1924, Isaias Alvez fez a adaptação da escala Binet-Simon, considerada como um dos primeiros estudos de adaptação de instrumentos psicométricos no Brasil (NORONHA & ALCHIERI, 2005).

3.4 - A Década da Análise Fatorial: 1930. Por volta de 1920, diminuiu o entusiasmo pelos testes de inteligência, sobretudo por se demonstrar dependentes da cultura onde foram criados, o que contrariava a idéia de fator geral universal de Spearman. Kelley quebrou a tradição de Spearman em 1928, e foi seguido, na Inglaterra, por Thomson (1939) e Burt (1941), e nos EUA, por Thurstone. Este autor é relevante para época, em vista de que, além de desenvolver a análise fatorial múltipla, atuou no desenvolvimento da escalagem psicológica (Thurstone e Chave, 1929) fundando, em 1936, a Sociedade Psicométrica Americana e a revista Psychometrika.

3.5 - A Era da Sistematização: 1940-1980. Esta época é marcada por duas tendências opostas: Os trabalhos de síntese e os de crítica. Em 1954, Guilford reedita Psychometric Methods e tenta sistematizar a teoria clássica, e Torgerson (1958) a teoria sobre a medida escolar. Além disso, Cattell e Warburton (1967) procuraram sintetizar os dados de medida em personalidade, e Guilford (1967) a teoria sobre a inteligência. Entre os trabalhos da crítica, destaca-se Stevens (1946), que levantou o problema das escalas de medidas. Divulgou-se também a primeira crítica à teoria clássica dos testes na obra de Lord e Novick (1968, Statistical Theory of Mental Tests Scores), que iniciou o desenvolvimento de uma teoria alternativa, a do traço latente, que se junta à teoria moderna de Psicometria, e a Teoria de Resposta ao Item - TRI. Outra

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tendência crítica para superar as dificuldades da Psicometria clássica foi iniciada pela Psicologia Cognitiva de Sternberg e Detterman (1979), Sternberg e Weil (1980), com seu modelo, procedimentos e pesquisas sobre os componentes cognitivos, na área da inteligência.

3.6 - A Era da Psicometria Moderna (Teoria de Resposta ao Item - TRI): 1980. Talvez chamar a era atual de TRI seja inadequada, porque: a) Esta teoria embora seja o modelo no Primeiro Mundo, ainda não resolveu todos seus problemas fundamentais para se tornar um modelo definitivo de psicometria e, b) Ela não veio para substituir toda a psicometria clássica, mas, apenas partes dela. Porém, é o que há de mais novo nesse campo.

IV - TIPOS DE TESTES PSICOLÓGICOS

Os testes psicométricos se baseiam na teoria da medida e, mais especificamente, na psicometria, usam números para descrever os fenômenos psicológicos, enquanto os testes impressionistas, ainda que utilizem números, se fundamentam na descrição lingüística. Os testes psicométricos usam a técnica da escolha forçada, escalas em que o sujeito deve simplesmente marcar suas respostas. Primam pela objetividade: tarefas padronizadas. A correção ou apuração é mecânica, portanto, sem ambigüidade por parte do avaliador.Os testes impressionistas requerem respostas livres, sua apuração é ambígua, sujeita aos vieses de interpretação do avaliador. O psicólogo impressionista trabalha com tarefas pouco ou nada estruturadas, a apuração das respostas deixa margem para interpretações subjetivas do próprio avaliador, e os resultados são totalmente dependentes da sua percepção, dos seus critérios de entendimento e bom senso.

4.1 - Testes Coletivos Versus Testes Individuais

Os testes coletivos são planejados, basicamente, para exame em massa. Em comparação aos testes individuais, têm suas vantagens e desvantagens. Do lado positivo, podem ser aplicados em grandes grupos simultaneamente, como por exemplo, em concurso público. Em cada escala torna-se possível desenvolver técnicas de testes coletivos. Ao utilizar apenas itens escritos, e respostas simples que são registradas nas folhas de respostas, isso facilita o exame e o papel do examinador é bastante simplificado, uma vez que elimina a necessidade da relação direta com o examinando. Em contraste com o treinamento intensivo e a experiência exigida para aplicar os testes individuais, a exemplo do Rorschach (teste projetivo de personalidade). A maioria dos testes coletivos exige somente a habilidade de ler as instruções simples para os examinandos e manter o tempo exato. Dão mais uniformidade de condições, uma vez que difere dos individuais, tanto na forma de disposição dos itens quanto na característica de recorrer a itens de múltipla escolha, e a aferição dos seus resultados, geralmente, é mais objetiva. Embora os testes coletivos tenham muitos aspectos desejáveis, porém carece de uma função indispensável, que é a oportunidade do examinador estabelecer relação com o examinando para obter sua cooperação e manter o seu interesse. Do contrário da aplicação dos testes coletivos, os individuais são quase inevitáveis às observações complementares do comportamento do sujeito, a

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exemplo de identificar as causas da má realização em determinados itens, ou de qualquer indisposição momentânea, fadiga, angústia, etc., que possa interferir na sua realização, o que é pouco ou nunca identificado no exame coletivo. O tipo de resposta mais utilizada em testes psicométricos, praticamente em sua totalidade é a escrita, a saber, lápis-e-papel. A grande vantagem desta técnica é que os testes podem ser aplicados coletivamente a grandes amostras de sujeitos, ocorrência difícil de acontecer em situações nas quais as respostas são dadas verbalmente ou exige uma observação mais direta do comportamento do testando.

4.2 - Categoria dos Testes

Os testes podem ser divididos e subdivididos nas seguintes categorias:

a) Objetividade e Padronização: Testes psicométricos e impressionistas;

b) Construto (processo psicológico) que Medem: Testes de capacidade intelectual (inteligência geral – Q.I.); Teste de aptidões (inteligência diferencial: numérica, abstrata, verbal, espacial, mecânica, etc.); Testes de aptidões específicas (música, psicomotricidade, etc.); Testes de desempenho acadêmico (provas educacionais, etc.); Testes neuropsicológicos (testes de disfunções cerebrais, digestivos, neurológicos, etc.); Testes de preferência individual (personalidade; atitudes: valores; interesses; projetivos; situacionais: observação de comportamento, biografias);

c) Forma de Resposta: Verbal; Escrita: papel-e-lápis; Motor; Via computador: Vantagens: apresentam em melhores condições as questões do teste; corrige com rapidez; enquadra de imediato o perfil nas tabelas de interpretação; produz registros legíveis em grande número e os transmite à distância; motiva os testandos ao interagir com o computador; Desvantagens: a interpretação dos resultados do perfil psicológico é mais limitada do que a realizada pelo psicólogo.

V - AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

O conceito de avaliação psicológica é amplo, se refere ao modo de conhecer fenômenos e processos psicológicos por meio de procedimentos de diagnósticos e prognóstico, para criar as condições de aferição de dados e dimensionar esse conhecimento (ALCHIERI & CRUZ, 2003). Os testes gráficos são mais adequados para começar um exame ou avaliação psicológica. Eles refletem os aspectos mais estáveis da personalidade, e mais difíceis de serem modificados (OCAMPO, 1995).

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Segundo Cunha (1993, p.5), o psicodiagnóstico é um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes psicológicos (input), em nível individual ou não, seja para entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos ou para classificar o caso e prever seu curso possível, comunicando os resultados (output). O psicodiagnóstico é uma forma específica de avaliação psicológica, em ambos os processos não têm necessariamente4 que fazer uso de testes psicológicos. Mas, no entender de Nascimento (2005), quando se precisa de material fidedigno, passível de reaplicação, que permita conclusões confiáveis em curto tempo, para tomada de decisões, é preciso dispor de outros recursos além da entrevista, ainda que seja para comprovar alguma característica do examinando.

Avaliação Psicológica é um conjunto de procedimentos para a tomada de informações de que se necessita e não deve ser entendida como um momento único em que um instrumento poderia ser suficiente para responder às questões relacionadas ao problema que se pretende investigar (GUZZO, 1995-2001, p.157). Este tipo de processo é a base da atuação do profissional da psicologia seja qual for sua área (clínica, escolar, organizacional, jurídica, e outras). Para Wechsler e Guzzo (1999), não há como ser um bom psicólogo se não entender o significado da avaliação psicológica como um processo de construção de um conhecimento sobre um fenômeno decorrente de uma escolha teórica e metodológica (apud PACHECO, 2005, p.12).

A avaliação psicológica ou psicodiagnóstico configura uma situação com papéis bem definidos, e com um contrato no qual uma pessoa (o paciente) pede ajuda, e o outro (o psicólogo) aceita o pedido e se compromete a satisfazê-lo dentro de suas possibilidades. É um processo bi-pessoal5(psicólogo-examinando ou paciente e/ou grupo familiar), cujo objetivo é investigar alguns aspectos em particular, de acordo com a sintomatologia e informações da indicação ou queixa. Abrange aspectos passados, presentes (diagnóstico) e futuros (prognóstico) do paciente. A avaliação psicológica não tem por objetivo somente identificar os aspectos deficitários ou patológicos do paciente, mas, em reconhecer os seus recursos potenciais e suas possibilidades. Ou seja, procura valorizar o que ele tem melhor, para viabilizar seus potenciais. Para Nascimento (2005), um bom diagnóstico se faz em parte por uma compreensão racional e em parte por uma compreensão empática (p.216). No entender de Yalom (2006, p.23),

Embora um diagnóstico seja inquestionavelmente crucial nas considerações terapêuticas de muitas patologias graves com um substrato biológico (por exemplo, esquizofrenia, transtornos bipolares, transtornos afetivos maiores, epilepsia de lobo temporal, toxicidade farmacológica, doença orgânica ou cerebral decorrente de toxinas, causas degenerativas ou agentes infecciosos), ele é frequentemente contraproducente na psicoterapia comum dos pacientes com um comportamento menos grave. (grifo do autor).

Enfim, o psicodiagnóstico tem como perspectiva conseguir uma descrição e compreensão, o mais profunda e completamente possível da personalidade do paciente ou do grupo familiar, e sua conclusão será posteriormente transmitida, por escrito, através de um documento denominado Laudo Psicológico (OCAMPO et al., 1995).

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5.1 - Laudo Psicológico

O laudo é uma peça escrita na qual o perito expõe observações e conclusões a que chegou num processo de diagnóstico ou avaliação psicológica. Trata-se de um parecer técnico que visa subsidiar o profissional a tomar decisões. Segundo Guzzo e Pasquali (2001), deve-se evitar a sua devolução oral, porque pode ser facilmente distorcida. O laudo não é um documento exclusivo da área da psicologia, pode ser jurídico, pericial, pedagógico, etc. Uma outra definição da conta desse instrumento como um dos principais recursos para comunicar resultados de uma avaliação psicológica. Cujo objetivo é apresentar materialmente um resultado conclusivo de acordo com a finalidade proposta de consulta, estudo ou prova(ALCHIERI & CRUZ, 2003). Ainda para os autores, esse documento deve ser conclusivo e se restringir às informações estritamente necessárias à solicitação (objetivo da avaliação), com a intenção de preservar a privacidade do examinando.

5.2 - Psicodiagóstico e Psicoterapia

Na visão de Friedenthal (apud SANTIAGO, 1995), a distinção entre estes dois processos é apenas teórica, considerando que na prática clínica, é impossível manter a fronteira entre terapia e psicodiagnóstico. As entrevistas diagnósticas se assemelhem às sessões de terapia, não somente pela interpretação que se faz, mas também pelas intervenções inerentes a essas situações, seja para esclarecer transferências ou para aliviar a ansiedade do paciente, etc. O psicodiagnóstico ocupa um lugar de destaque entre as opções nos serviços de psicologia, independente do motivo que leva o paciente a procurar a instituição. Ele deve ser utilizado como dispositivo para planejar, guiar e avaliar a escolha e indicação terapêutica fundamentada (MITO, 1995; MONACHESI, 1995).

Calegaro (2002) diz que, entre outros, o objetivo da entrevista é de estabelecer rapport (será explicado mais adiante), coletar informações que revelem os problemas, avaliar o grau de estresse e psicopatologia da família (depressão, discórdia conjugal, ansiedade, agressividade, etc.). E assim, modificar o foco de crenças causais improváveis para fatores antecedentes e as conseqüências que o cercam, e, finalmente, atingir uma formulação diagnóstica e tratamento recomendado. O diagnóstico adequado é seguido de esclarecimentos e informações que pode minimizar o estresse experienciado pelo paciente e/ou família. É importante esclarecer quaisquer dúvidas, deixando a sensação de que as dificuldades foram compreendidas, e que estão sendo atendidas por um profissional capaz de recomendar meios que ajudem a resolver os problemas verificados (CALEGARO, 2002).

No entender de Cruz (2002), os fenômenos psicológicos nem sempre se mostram inteligíveis, em quaisquer das áreas e objetos de intervenções da psicologia. Portanto, não se configura numa tarefa fácil, pelo grau de complexidade e múltiplas determinações, equacionarem os eventos psicológicos. Por

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esse motivo é que se torna necessária a avaliação psicológica. Nesse sentido, Quinet (2002) diz que somente o olhar, assim armado pela razão, será capaz de perceber aquilo que não é visível a olho nu, fonte de equívocos, para chegar a perspicuitas6, a transparência (p.29). Afinal, uma das características básicas do conhecimento científico é o esforço em não restringir à descrição de fatos separados e isolados, mas tentar apresentá-los sob o estatuto do contexto e do estado da arte das pesquisas relacionadas (CRUZ, 2002, p.19). Quatro elementos essenciais configuram o campo da Avaliação Psicológica:

a) Objeto - Fenômenos ou processos psicológicos; b) Objetivo visado - Diagnosticar, compreender, avaliar a ocorrência de determinadas condutas; c) Campo Teórico - Sistema conceitual, estado da arte do conhecimento; d) Método - Condições através da qual é possível conhecer a forma de acesso ao que se pretende explorar.

5.2.1 - Enquadramento do processo psicodiagnóstico

O enquadre desse processo consiste nos itens seguintes: Esclarecimento dos papéis respectivos; Lugar de realização das entrevistas; Horários e duração do processo (despertando para o fato de não torná-lo muito curto ou extenso); Honorários (caso se trate de consulta particular ou de instituição paga). Qualquer entrevista posterior à devolução requer o estabelecimento de um novo contrato que explicite o enquadre, as características e os objetivos da tarefa (VERTHELYI apud SANTIAGO, 1995).

5.2.2 - Etapas do processo psicodiagnóstico

Primeiro contato, entrevista semidirigida (um ou duas) com o paciente ou seus pais, quando se trata de criança ou adolescente; Aplicação de testes e técnicas projetivas; Encerramento do processo: devolução oral ao paciente e/ou pais, familiares (uma ou duas entrevistas devolutivas), onde apresentam as conclusões diagnósticas e sugere os passos seguintes a serem trilhados: psicoterapia, encaminhamento para psiquiatra ou ambos; Informe por escrito (Laudo) para o solicitante.

5.3 - O Rapport7

Ao iniciar suas atividades de testagem, seja em qual área for o psicólogo deve realizar esta técnica que se ajusta ao seu papel de oferecer as condições psicológicas favoráveis ao manejo da assistência individual ou grupal. Quando se trata, principalmente, de seleção ou psicotécnico, é necessário que o examinador procure, em breves minutos, desmistificar alguns conceitos ou deturpações que, em geral, pairam no imaginário do senso comum, não somente sobre testes psicológicos, mas também em relação a quase todos os campos dessa atuação profissional. A psicologia ainda é, para prejuízo dessa categoria e da sociedade, uma ciência tabu que inclui medo, rejeição e atração num suposto caldeirão de inutilidades ou de poderes mágicos, misteriosos e fantásticos

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que lhe são atribuídos. Isto promove uma resistência nas pessoas em si trabalhar nessa especialidade, que seja por determinação ou no limite crítico do indispensável. Penso que a psicologia pode oferecer menos do que se imagina, e mais do que pode se esperar caso assim lhe permita. Enfim, esse momento do rapport consiste em o profissional respaldar o (s) paciente(s), examinando(s), trazê-lo(s) para o princípio da realidade, e se fazer agente de motivação e solicitude.

VI - APLICAÇÃO DOS TESTES PSICOLÓGICOS

Os instrumentos técnicos, a exemplo dos testes psicológicos representam a única área de atuação que é privativa dos psicólogos (HUTZ & BANDEIRA, 2003). São de uso exclusivo dos psicólogos que, para gerenciá-los, requer treinamento e conhecimento específicos. Uma vez que os testes obedecem a uma série de regras para sua aplicação chamada de Padronização da Aplicação dos Testes, que implicam em vários procedimentos: Administração dos testes na aplicação; Questões relacionadas ao aplicador ou examinador; e Questões específicas que dizem Respeito ao(s) examinado(s) ou testando(s).

6.1 - Administração dos Testes na Aplicação

Os procedimentos na aplicação dos testes têm como objetivo garantir a sua validade, porque, mesmo dada a sua condição técnica e científica, um teste pode produzir resultados inválidos se for mal aplicado. Assim, deve seguir a risca as instruções e recomendações que explicitam os seus manuais. Sem, entretanto, como dizem Alchieri & Cruz (2003), assumir uma postura estereotipada e rígida. Como se espera saber o nível de aptidão ou as preferências do testando, este deve se sentir na sua melhor forma para agir de acordo com as suas habilidades, e não sob a interferência de distratores ambientais. No processo de aplicação levam-se em consideração alguns aspectos indispensáveis para a realização satisfatória dessa atividade: Qualidade do ambiente físico; Qualidade do ambiente psicológico; e Material de testagem.

6.1.1 - A Qualidade do Ambiente Físico

Todas as estruturas do ambiente físico devem colocar o testando em favorável disposição de reação. De forma que é preciso considerar as condições do local de trabalho: cadeira, mesa, espaço físico; Atmosféricas: iluminação, temperatura, higiene; De silêncio: isolamento acústico.

6.1.2 - A Qualidade do Ambiente Psicológico

O psicólogo deve atenuar o nível de ansiedade do(s) examinando(s) a um mínimo possível através do rapport, bem como: a) Verificar se o(s) examinando(s) apresenta(m) alguma dificuldade de saúde e/ou impedimentos relacionados (ALCHIERI & CRUZ, 2003); b) Esclarecer o(s) examinado(s) de modo que ele(s)

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compreenda(m) exatamente as tarefas a serem executadas; c) Memorizar as instruções e ministrá-las em voz alta e pausada, de uma única vez, e igual para todos (qualquer mudança implica em alteração ou invalidade dos resultados).

6.1.3 - Material de Testagem

Todo material que será utilizado no processo de aplicação deve constar em quantidade a mais do número de candidato ou examinando: Quando se trata de material reutilizável verificar se está em perfeito estado (ALCHIERI & CRUZ, 2003); Cadernos de exercício; Folhas de resposta; Papel ofício A4 e lápis específicos conforme o teste (para o H.T.P - teste da casa/árvore/pessoa -, por exemplo, exige-se o grafite no 2).

6.2 - Questões Relacionadas ao Aplicador ou Examinador

6.2.1 - Das Condições Técnicas do Aplicador

Segundo Anastásia e Ordena (2000), muitas das questões sobre o rigor e o valor da avaliação psicológica passam pela atuação do psicólogo que a realiza, assim sendo, exige-se dele que apresente tais condições mínimas: a) Conhecimento atualizado da literatura e de pesquisas disponíveis sobre o comportamento humano e sobre o instrumental psicológico; b) Treinamento específico para o uso dos instrumentos; c) Domínio sobre os critérios estabelecidos para avaliar e interpretar resultados obtidos; d) Capacidade para considerar os resultados obtidos à luz das informações mais amplas sobre o indivíduo, contextualizando-os; e) Seguir as orientações existentes sobre organizações dos laudos finais e, acima de tudo, garantir princípios éticos quanto ao sigilo e à proteção ao(s) indivíduo(s) avaliado(s) (apud PACHECO, 2005).

6.2.2 - Modo de Atuação do Aplicador O aplicador ou examinador também deve ter cuidados com os itens seguintes: a) Não aceitar pressão quanto ao emprego de determinados instrumentos a fim de reduzir os custos para empresa ou escola, que interfiram na qualidade do trabalho (ALCHIERI & CRUZ, 2003); b) Fazer prevalecer o princípio da isonomia, que consiste em tratar a todos do mesmo modo (remarcar um teste para um candidato, por exemplo, é dar tratamento diferenciado, o que infringe este princípio legal); c) Não responder as questões dos examinandos com maiores detalhes do que os permitidos pelo manual (ALCHIERI & CRUZ, 2003). Ou seja, as dúvidas sobre todas as questões devem ser esclarecidas sem que o aplicador dê indicativo de resposta (este item é mais delicado quando se trata de criança ou pessoa com cuidados especiais); d) Usar um vocabulário apropriado (sem: gíria, jargão psicológico, palavras chulas ou rebuscadas); procurar ter equilíbrio emocional; e evitar interrupções durante a testagem; e) Evitar a familiarização do público com os conteúdos dos testes, o que

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perderia sua característica avaliativa; assegurar que os testes são utilizados por examinador qualificado; controlar a comercialização dos testes psicológicos; considerar as condições em que foram realizados os testes, quando for apurar e interpretar seus resultados; f) A aparência, nesse tipo de atividade, o aplicador não é livre para usar qualquer roupa, uma vez que esta variável interfere nos resultados. Recomendam-se roupas limpas e adequadas, ou seja, formais, discretas, nunca “chamativas” ou sensuais; e o uso moderado de perfume. Tem pessoas muito sensíveis à odores, que podem se sentir incomodadas ao lado ou na mesma sala com a fragrância muito forte de uma outra. Se for uma grávida o incômodo pode ser ainda mais acentuado.

6.2.3 - Controle dos Vieses do Aplicador

A postura do aplicador pode afetar o processo. Pesquisas conclusivas dão conta de sua grande interferência nos resultados. O psicólogo é um ser humano com seus problemas, etc., como os demais, mas também é um técnico, e por isto mesmo deve está consciente desta influência, para procurar minimizá-la. Espera-se que tenha adquirido habilidades próprias da profissão, das quais faça uso em situação de testagem, a exemplo, do autoconhecimento mais elaborado que lhe permita conhecer melhor as suas aptidões e limitações. Para ser psicólogo, Calligaris (2004) diz que não é necessário ser “normais” nem é preciso estarmos curados de nossas neuroses, mas seria bem-vindo que a gente não se tomasse pelo ouro do mundo (p.92). Ou seja, entre outros, a arrogância, parece mais comprometedora em quaisquer dos processos desse exercício profissional.

6.3 - Questões Específicas que Dizem Respeito ao(s) Examinado(s) ou Testando(s)

6.3.1 - Os Direitos dos Testandos

No Brasil, a atuação do psicólogo na testagem é considerada uma atividade pericial. Por lei, os peritos devem prestar serviço de qualidade à sociedade, e esta qualidade pode ser cobrada judicialmente. Isto é, o psicólogo responde até criminalmente por sua conduta na área dos testes psicológicos. Os direitos do testando, de modo geral, são norteados pelos comitês de ética em Psicologia e pelas normas para Testagem Educacional e Psicológica da American Psychological Association (APA), nos seguintes aspectos: a) Consentimento dos testandos ou seus representantes legais, antes da realização da testagem. As exceções a esta regra são: Testagem por determinação legal (perícia) ou governamental (testagem nacional); Testagem como parte de atividades escolares regulares; Testagem de seleção, em que a participação implica consentimento; b) Testagem em escolares e aconselhamento, os sujeitos têm o direito a explicações em linguagem que eles compreendam sobre os resultados que os testes irão produzir e das recomendações que deles decorram; c) Testagem em escolas, clínicas, quando os escores são utilizados para tomar decisões que afetam os testandos, estes ou seus representantes legais têm o direito de conhecer seu escore e sua interpretação.

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6.3.2 - Sigilo e Divulgação dos Resultados

O candidato (empresa), paciente (clínica), orientando (clínica e escola) que submetem aos testes tem o direito a toda e qualquer informação que desejar; O solicitante da testagem, dono da empresa, no caso da seleção ou juiz, no caso pericial (mas, as informações serão estritamente relacionadas ao motivo da solicitação). O sigilo e a segurança dos resultados dos testes devem seguir as normas seguintes: a) Os arquivos devem ser seguros, de modo que ninguém possa ter acesso a um dado sem a autorização do profissional responsável; b) O código de ética do psicólogo diz: É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional (Art. 9º, 2005, p.13).

VII – PARÂMETROS PSICOMÉTRICOS

Para Alchieri e Cruz (2003, p.59), os instrumentos psicométricos estão basicamente fundamentados em valores estatísticos que indicam sua sensibilidade (ou adaptabilidade do teste ao grupo examinado), sua precisão (fidedignidade nos valores quanto à confiabilidade e estabilidade dos resultados) e validade (segurança de que o teste mede o que se deseja medir), como será visto em alguns detalhes a seguir:

7. 1 - Validade e Precisão: A avaliação objetiva dos testes psicológicos inclui, em geral, a determinação da sua validade e da sua precisão em situações específicas. Segundo Pasquali (2001), costuma-se definir a validade de um teste dizendo que ele é válido se de fato mede o que supostamente deve medir (p.112). A validade é a questão mais importante a ser proposta com relação a qualquer teste psicológico, uma vez que, apresenta uma verificação direta do teste satisfazer sua função.

Pasquali (2001) considera que o conceito de precisão ou fidedignidade se refere ao quanto o escore obtido no teste se aproxima do escore verdadeiro do sujeito num traço qualquer. O termo precisão, quando usado em psicometria, sempre significa estabilidade ou consistência. Precisão do teste é a consistência dos resultados obtidos pelo mesmo indivíduo, quando retestado com o mesmo teste, ou com uma forma equivalente. Antes de um teste psicológico ser apresentado para o uso geral, é preciso realizar uma verificação completa e objetiva de sua precisão.

7. 2 - Padronização da Administração do Teste (Normas): Num sentido geral, a padronização se refere à necessária uniformidade em todos os procedimentos no uso de um teste válido e preciso. Desde as precauções a serem tomadas na aplicação até os parâmetros ou critérios para interpretar os resultados obtidos (PASQUALI, 2001). O teste psicológico foi descrito, na definição inicial, como uma medida padronizada. A padronização implica em uniformidade do processo de avaliação do teste. Se vamos comparar os resultados obtidos por diferentes indivíduos, as condições de aplicação devem ser,

Page 13: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

evidentemente, iguais para todos. Padronização = uniformidade na aplicação dos testes, e Normatização = uniformidade na interpretação dos escores dos testes.

VIII – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Embora se associe o psicólogo ao uso de teste psicológico, no entanto é apenas a minoria desses profissionais que aceitam testes psicológicos na sua práxis. Muitos desprezam esses instrumentos, mais por não saber ou não querer utilizá-los do que a partir do seu conhecimento. Como diz Nascimento (2005), os testes continuam sendo alvos de críticas por muitos colegas e, em certos meios chegam a ser considerados uma área desprestigiada da psicologia. Ainda segundo a autora, as críticas mais contundentes partem das correntes humanística e psicanalítica, que vêem no psicodiagnóstico uma forma de classificar personalidades, considerado por elas como discriminatória, estigmatizante e reducionista, em vez de considerar a pessoa na sua singularidade e em sua dinâmica.

Em uma pesquisa com psicólogos sobre o uso de testes psicológicos, Venturi e Silva (1996), concluíram que os entrevistados consideram importante o uso dos testes em sua prática, ao mesmo tempo em que acreditam existir um desinteresse pelo uso desse instrumental devido ao preconceito e ceticismo generalizados. Ademais, acreditam ser necessário rever o ensino das técnicas de avaliação psicológica (apud PACHECO, 2005). As sugestões apresentadas para melhoria no ensino dos testes, de acordo com os citados pesquisadores, foram: O ensino dos testes deve ser aliado à prática; Os alunos devem submeter-se aos testes ou aplicá-los em outras pessoas; Os alunos devem realizar estágios em que possam aplicar os testes; O aluno deve receber uma sólida base teórica sobre os testes utilizados.

Porém, estes itens apontados como favoráveis para aprendizagem dos testes, mesmo quando seguidos na íntegra, ainda assim se encontra resistência em boa parte dos alunos. Outro dado interessante é que os psicólogos, pelos menos nunca vi, não fazem crítica à utilização de testes na área infantil, então com criança pode, não tem do que criticar? A seu favor, pode se argumentar que é pelo fato da criança não ter um repertório oral pronto de auto-expressão. É verdade, mas, por conseguinte ela tende a ser mais autêntica!

Apesar da validade e legitimidade do CFP (Conselho Federal de Psicologia) em relação aos testes atuais, me parece inadiável repensar não somente a epistemologia dos testes, mas, também as categorias das doenças psicológicas e a psicologia como um todo. Afinal, alguns autores, na sua maioria da filosofia (o que é mais intrigante), já vem formatando, havia tempo, perfis atuais e coerentes do homem pós-moderno, a exemplo do “Mínimo eu” de Lasch (1987), do “Homem líquido” de Bauman (2004).

Page 14: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

Finalmente, ou desdobramos a psicologia para entendermos esse novo homem em construção da “Sociedade depressiva” (ROUDINESCO, 2000), na “Era do vazio” (LIPOVETSKY, 2005), que produz o “Homem sem alma” (KRISTEVA, 2002), ou continuaremos a atendê-lo e avaliá-lo nos parâmetros enviesados do século passado. Aí, certamente nos reduziremos ao que diz Guattari (2005, p. 16), em profissionais “psi”, sempre assombrados por um ideal caduco de cientificidade.

NOTAS

1. Latente, aqui não tem o sentido usado abusivamente nas teorias da personalidade. Segundo Pasquali (2001), este conceito de traço latente é utilizado inclusive pela Teoria moderna de Resposta ao Item (TRI), no campo da Psicometria, para se referir aos processos mentais em oposição aos processos físicos ou comportamentais. 2. Utilizadas após as medidas sensoriais para investigar as reações mais afetivas e emocionais. 3. Q.I. = Quociente Intelectual, IM = Idade Mental, IC = Idade Cronológica. 4. Pessoalmente não concebo uma avaliação sem o uso auxiliar dos testes psicológicos, a entrevista é muito subjetiva, e a percepção do entrevistador varia conforme seu humor ou estado de espírito atual. Enfim, de qualquer forma a subjetividade está presente seja com ou na ausência dos testes, mas estes nos dão parâmetros de avaliação que poderão ser facilmente checados por outro aplicador, em caso de dúvida, etc. 5. É pertinente notar que Lacan (1986) considera que a palavra do paciente é um discurso que torna triádica a relação psicólogo/paciente, visto que o inconsciente se manifesta na fala. Esta que vai além do que diz e de suas intenções. A clínica se exerce na valorização daquilo que, na fala do paciente não se compreende, até porque é nessa incerteza que a fala é plena (apud VORCARO, 1995). 6. Grifo do autor. Vem de perspicue (claramente, manifestadamente).7. Não há uma lógica para o uso deste termo francês que não seja, talvez, a da nossa mania de querer sofisticar. Entre outros, significa: analogia; relação; razão; coito, relação sexual. Neste contexto seria: mettre en rapport = colocar em contato (PEREIRA & SIGNER, 1992).

IX - REFERÊNCIAS

ANASTASI, Anne. Testes psicológicos. Trad. D. M. Leite. 2. ed. São Paulo: EPU, 1977.ALCHIERI, J. C & CRUZ, R. M. Avaliação Psicológica: conceito, métodos e instrumentos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. (Coleção temas em avaliação psicológica).BAUMAN, Z. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Trad. C. A. Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.CALEGARO, M. Avaliação psicológica do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). In: CRUZ, R. M et al. (Orgs.). Avaliação e medidas

Page 15: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

psicológicas: produção de conhecimento e de intervenção profissional. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.CALLIGARIS, Contardo. Cartas a um jovem terapeuta: o que é importante para ter sucesso profissional. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.CUNHA, J. A et al. Psicodiagnóstico – R. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.CRUZ, R. M. O processo de conhecer em avaliação psicológica. In: CRUZ, R. M et al. (Orgs.). Avaliação e medidas psicológicas: produção de conhecimento e de intervenção profissional. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.Código de Ética Profissional do Psicólogo – CFP, Brasília, 2005.GUATTARI, F. As três ecologias. 16 ed. Trad. M. C. F. Bittencourt. São Paulo: Papirus, 2005.GUZZO, R. S & PASQUALI, L. Laudo psicológico: a expressão da competência profissional. In: PASQUALI, L. (Org.) Técnicas de exame psicológico – TEP. Manual. Vol. I: fundamentos das técnicas psicológicas. São Paulo: Casa do Psicólogo / CFP, 2001.HUTZ, C. S & BANDEIRA, D. R. Avaliação psicológica no Brasil: situação e desafios para o futuro. In: Yamamoto, O. H & Gouveia, V. V. (Orgs.). Construindo a psicologia brasileira: desafios da ciência e prática psicológica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.KRISTEVA, J. As novas doenças da alma. Trad. J. A. A. Melo. Rio de Janeiro: Rocco, 2002.LASCH, C. O mínimo Eu: sobrevivência psíquica em tempos difíceis. 4 ed. Trad. J. R. M. Filho. São Paulo: Brasiliense, 1987.LIPOVETSKY, G. A era do vazio: ensaios sobre o individualismo contemporâneo. Trad. T. M. Deutsch. Barueri-SP: Manole, 2005.MITO, T. I. Hatae. Psicodiagnóstico formal e avaliação informal. In: LOPEZ, M. Ancona (Org.). Psicodiagnóstico: Processo de intervenção. São Paulo: Cortez, 1995.MONACHESI, Y. Reflexões sobre o uso do diagnóstico em instituições. In: LOPEZ, M. Ancona. (Org.). Psicodiagnóstico: Processo de intervenção. São Paulo: Cortez, 1995.NASCIMENTO, R. S. G. F. A informática e a avaliação psicológica. In: Psicologia e informática: desenvolvimentos e progressos. São Paulo: CRP-SP / Casa do Psicólogo, 2005. (Coleção qualificação profissional).NORONHA, A. P. P & ALCHIERI, JU. C. Reflexões sobre os instrumentos de avaliação psicológica. In: PRIMI, R. (Org.). Temas em Avaliação Psicológica. IBAP / Porto Alegre e Casa do Psicólogo / São Paulo, 2005.OCAMPO, M. L. Siquier et al. O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. Trad. M. Felzenszwalb, São Paulo: Martins Fontes, 1995.PACHECO, E. M de Camargo. Produção Científica e Avaliação Psicológica. In: LOPEZ, EITTER, G. P. (Org.). Metaciência e Psicologia. Campinas-SP: Alínea, 2005.PASQUALI, L (Org.) Técnicas de exame psicológico – TEP. Manual. Vol. I: Fundamentos das técnicas psicológicas. São Paulo: Casa do Psicólogo / CFP, 2001.PEREIRA, H. B. C & SIGNER, R. Michaelis: pequeno dicionário francês-português / português-francês. São Paulo: Melhoramentos, 1992.QUINET, A. Um olhar a mais: ver e ser visto na psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 2002.

Page 16: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

ROUDINESCO, E. Por que a psicanálise? Trad. V. Ribeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.SANTIAGO, M. D. Ewerton. Psicodiagnóstico: uma prática em crise ou uma prática na crise? In: LOPEZ, M. Ancona. (Org.). Psicodiagnóstico: Processo de intervenção. São Paulo: Cortez, 1995.VORCARO, A. M. Resende. Compreender ou estranhar: incidências no psicodignóstico. In: LOPEZ, M. Ancona (Org.). Psicodiagnóstico: Processo de intervenção. São Paulo: Cortez, 1995.YALOM. Irvin D. Os desafios da terapia: reflexões para pacientes e terapeutas. Trad. Vera de Paula Assis. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006

Page 17: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

ESCLARECIMENTO SOBRE A TABELA1 - As datas mencionadas na tabela, marcam o início de cada etapa.2 - A definição de cada etapa apresentada está descrita no Art. 9º da Resolução CFP nº 002/2003.3 - O teste que apresentar mais de uma data nas etapas de "Análise" e "Avaliação" indica que em um primeiro momento houve divergência de parecer entre o parecerista Ad hoc e a Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica e por isso, foi encaminhado para a apreciação de um segundo parecerista Ad hoc, conforme determina o § 1 e § 2 do Art. 12 da Resolução CFP n.º 002/2003.4 - A data especificada na etapa "Análise de Recurso" indica quando o requerente enviou o recurso para o CFP.5 - O * indica que o requerente informou ao CFP que está realizando pesquisas com o teste psicológico, para atender aos requisitos mínimos dispostos na Resolução CFP nº 002/20036 - O ** indica que o requerente enviou para o CFP material adicional que acrescido ao manual do teste psicológico atende aos requisitos mínimos dispostos na Resolução CFP n.º 002/2003. Os requerentes se responsabilizaram por incorporar ao manual do teste psicológico esse material, por meio de um anexo à edição descrita na tabela abaixo ou pela elaboração de nova edição do manual. Esclarecemos que o psicólogo deverá utilizar o manual do teste psicológico acrescido das novas informações.7 - O *** indica que o teste psicológico atende às condições dispostas nos itens 5 e 6 anteriores.8 - O **** indica que o CFP solicitou informações adicionais e aguarda o envio desse material para prosseguir com as análises.

DICA: Para localizar alguma informação (alguma palavra ou frase) aperte as teclas CTRL+F, selecione os critérios de pesquisa, digite o texto a ser encontrado no campo Localizar e clique em Localizar próxima para ir visualizando os pontos da página onde se encontra o texto pesquisado

Imprimir tabela

Teste Edição

Ano de publicação

Requerente

Recepção Análise Avaliação RecursoAnáliseRecurso

Avaliação Final

Bateria de Bateria de Raciocínio LabPam 26/06/200 08/07/200 26/08/200 --- --- Favorável

Page 18: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

Raciocínio Diferencial - BRD

Diferencial - BRD (Raciocínios: Númerico, Abstrato, Espacial, Verbal e Mecânico)

3 3 3 (06/11/2003)

BATERIA K2Bateria K2: TAC, TDO, TES, TRM (**)

2001 LabPam22/05/2003

10/06/2003

13/09/2003

09/10/2003

01/12/2003

Favorável (10/12/2003)

Bateria Piaget-Head de orientação direita-esquerda

Bateria Piaget-Head de orientação direita-esquerda

2006 Vetor02/02/2006

10/02/2006

11/08/2006 11/08/2006

--- --- Favorável (01/09/2006)

BATERIA TSP

BATERIA TSP (Testes: Precisão, Percepção, Julgamento, Memória, Números, Fluência, Partes, Blocos e Dimensão)

2007 Edites08/02/2007

15/02/2007

14/04/2007

--- --- Favorável (01/06/2007)

BBT BBT - Br Feminino - Teste de Fotos de Profissão

2006 CETEPP22/03/2005

30/05/2005

13/08/2005

--- --- Favorável (13/08/2005)

BBT (Teste de Fotos de Profissão).

2ª Edição 2000 CETEPP 14/05/2002

13/12/2002

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003

Page 19: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

14/04/2003

28/06/2003

)

BENDER

Teste Gestáltico Viso-Motor de Bender - Sistema de pontuação gradual (B-SPG)

1ª 2005 Vetor01/09/2005

04/10/2005

25/11/2005

--- --- Favorável (02/12/2005)

BFM BFM - 1 (Bateria de Funções Mentais para Motorista - Testes de Atenção: TACOM A e B, TADIM 1 e 2, TADIS 1 e 2)

1999 Vetor24/04/2002

13/12/2002 16/04/2003

10/04/2003 16/08/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

BFM - 1 (Bateria de Funções Mentais para Motorista, Testes de Atenção) - Versão atualizada

2ª 2007 Vetor19/07/2007

03/08/2007

--- --- --- Favorável

BFM - 2 ( Bateria de Funções Mentais para Motorista - Testes de Memória: TEMPLAM) (**)

2002 Vetor 24/04/2002

13/02/2002 16/04/2003

10/04/2003 16/08/2003

01/09/2003

15/10/2003

Favorável (06/11/2003)

Page 20: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

BFM - 3 (Bateria de Funções Mentais para Motorista - Teste de Raciocínio Lógico: TRAPI 1).

Não Consta

2001 Vetor24/04/2002

13/12/2002 16/04/2003

10/04/2003 16/08/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

BFM-4 (Bateria de Funções Mentais para Motorista - Teste de Atenção Concentrada: TACOM C e D)

Não Consta

2002 Vetor24/04/2002

13/12/2002 16/04/2003

10/04/2003 16/08/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

BGFM

Bateria Geral de Funções Mentais (Testes de Atenção Concentrada) - BGFM2

1ª edição 2003 Vetor24/11/2003

06/01/2004 02/09/2004

--- 16/11/2004

--- --- Favorável (29/11/2004)

Bateria Geral de Funções Mentais (testes de Atenção Difusa) - BGFM1

1ª Edição 2002 Vetor02/07/2003

11/08/2003

18/10/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

BGFM - 4: Bateria Geral de Funções Mentais; Teste de Memória de Reconhecimento

1ª 2007 Vetor09/08/2007

15/08/2007

--- --- --- Favorável

Page 21: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

BPR-5Bateria de Provas de Raciocínio - BPR - 5 (Formas A-B)

1ª edição 2000 Casa do Psicólogo

05/06/2002

13/12/2002

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

COLÚMBIAColúmbia - CMMS (Escala de Maturidade Mental Colúmbia)

1ª edição 2001 Casa do Psicólogo

05/06/2002

13/12/2003

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

CPSCPS (Escalas de Personalidade de Comrey) (**)

2ª Edição (revisada e ampliada)

2003 Vetor24/04/2002

13/12/2002

10/04/2003

16/07/2003

29/09/2003

Favorável (06/11/2003)

Destreza Teste Destreza 1ª 2006 Edites19/08/2005

13/09/2005

26/11/2005

11/01/2006

23/02/2006

Favorável (01/04/2006)

DFH

O Desenho da Figura Humana: Avaliação do Desenvolvimento Cognitivo de Crianças Brasileiras - DFH III

3ª Edição Revisada e Ampliada

2003 Lamp PUC-Campinas

14/08/2003

10/09/2003

18/10/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

Desenho da Figura Humana - Escala Sisto (DFH-Escala Sisto)

1ª 2005 Vetor04/08/2005

23/08/2005

30/09/2005

--- --- Favorável (30/09/2005)

Page 22: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

EAC-IJEscala de Autoconceito Infanto-Juvenil EAC-IJ

1ª edição 2004 Vetor17/06/2004

29/06/2004

13/01/2005

--- --- Favorável (25/01/2005)

EFAC & EMAC

EFAC & EMAC (ESCALA FEMININA DE AUTOCONTROLE E ESCALA MASCULINA DE AUTOCONTROLE)

1ª 2006 Vetor26/07/2006

02/10/2006

24/11/2006 14/04/2007

--- --- Favorável (01/06/2007)

EFEx - Escala Fatorial de Extroversão

EFEx - Escala Fatorial de Extroversão

1ª 2006 Casa do Psicólogo

24/11/2006

12/12/2006

02/03/2007

--- --- Favorável (30/03/2007)

EFN

EFN (Escala Fatorial de Ajustamento Emocional/Neuroticismo)

1ª edição 2001 Casa do Psicólogo

05/06/2002

13/12/2003

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

EMEPEMEP (Escala de Maturidade para a Escolha Profissional)

Não consta

1999 Vetor24/04/2002

13/12/2002 14/04/2003

10/04/2003 28/06/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

Page 23: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

ENTREVISTA FAMILIAR ESTRUTURADA

Entrevista Familiar Estruturada - EFE

Não Consta

2005 PUC-RJ21/01/2005

16/02/2005

31/03/2005

--- --- Favorável (01/04/2005)

ESAESA - Escala de Stress para Adolescentes

Não consta

2006 Casa do Psicólogo

11/07/2005

21/07/2005

29/09/2005

--- --- Favorável (30/09/2005)

ESCALA DE ACONSELHAMENTO PROFISSIONAL (EAP)

ESCALA DE ACONSELHAMENTO PROFISSIONAL (EAP)

1ª 2007 Vetor12/03/2007

09/04/2007

03/07/2007

--- --- Favorável (06/07/2007)

ESCALA DE AUTENTICIDADE, AGRESSIVIDADE E INIBIÇÃO

Escala de Autenticidade, Agressividade e Inibição - EdAAI

- 2004 LabPam30/04/2004

07/05/2004

28/06/2004

--- --- Favorável (23/08/2004)

ESCALA DE VULNERABILIDADE AO ESTRESSE NO TRABALHO (EVENT)

ESCALA DE VULNERABILIDADE AO ESTRESSE NO TRABALHO (EVENT)

1ª 2007 Vetor02/04/2007

05/04/2007

03/07/2007

--- --- Favorável (06/07/2007)

Page 24: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

ESCALA FATORIAL DE SOCIALIZAÇÃO- EFS

ESCALA FATORIAL DE SOCIALIZAÇÃO- EFS

1ª 2006 Casa do Psicólogo

14/08/2006

15/08/2006

25/11/2006

--- --- Favorável (01/12/2006)

ESCALA HARE Escala HARE PCL - R 1ª Edição 2004 Casa do Psicólogo

10/02/2005

14/03/2005 26/09/2005

--- 28/11/2005

--- --- Favorável (02/12/2005)

ESCALA RATHUSEscala de Assertividade Rathus - RAS

2001 LabPam22/05/2003

10/06/2003

13/09/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

ESCALAS BECK Escalas BeckNão consta

2001 Casa do Psicólogo

05/06/2002

13/12/2003

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

ESIESI (Escala de Stress Infantil)(**)

Não consta

1998 Casa do Psicólogo

05/06/2002

13/12/2002 14/04/2003

10/04/2003 28/06/2003

01/09/2003

15/10/2003

Favorável (06/11/2003)

ESTILOS DE PENSAR E CRIAR

ESTILOS DE PENSAR E CRIAR

1ª 2006 Lamp PUC-Campinas

03/08/2006

14/08/2006

25/11/2006

--- --- Favorável (01/12/2006)

ETPC ETPC (Escala de Traços 1ª Edição 2004 Vetor 18/03/200 26/06/200 --- --- Favorável

Page 25: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

de Personalidade para Crianças)

4 4 (23/08/2004)

FTTFTT (Teste Contos de Fadas)

1ª Edição 2004 CEPA14/01/2004

26/03/2004

16/05/2004

--- --- Favorável (15/06/2004)

G-36G-36 ( Teste não verbal de inteligência) (**)

4ª Edição 2002 Vetor24/04/2002

13/12/2002

10/04/2003

16/07/2003

22/08/2003

Favorável (06/11/2003)

G-38G-38 (Teste não verbal de inteligência) (**)

2ª Edição 2002 Vetor24/04/2002

13/12/2002

10/04/2003

16/07/2003

22/08/2003

Favorável (06/11/2003)

HTPThe House-Tree-Person (HTP) de John N. Buck

Não consta

2003 Vetor02/07/2003

23/07/2003 10/12/2003

13/09/2003 15/01/2004

--- --- Favorável (20/01/2004)

ICFP-R

Inventário dos Cinco Fatores de Personalidade Revisado - ICFP-R (**)

2001 LabPam22/05/2003

10/06/2003 25/10/2003

13/09/2003 15/01/2004

11/02/2004

11/03/2004

Favorável (19/04/2004)

IECPA IECPA-Inventário de Expectativas e Crenças

Não consta

1996 Casa do Psicólogo

05/06/2002

13/12/2002

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003

Page 26: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

Pessoais acerca do Álcool

)

IFP

IFP (Inventário Fatorial de Personalidade)

Não consta

1997 Casa do Psicólogo

05/06/2002

13/12/2002

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

Inventário fatorial de personalidade revisado - IFP - R (versão reduzida)

2001 LabPam22/05/2003

10/06/2003

13/09/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

IHSIHS (Inventário de Habilidades Sociais)

Não consta

2001 Casa do Psicólogo

05/06/2002

13/12/2002

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

IHSA-Del-Prette - Inventário de habilidades sociais para adolescentes: Manual de aplicação, apuração

IHSA-Del-Prette - INVENTÁRIO DE HABILIDADES SOCIAIS PARA ADOLESCENTES: MANUAL DE APLICAÇÃO, APURAÇÃO E INTERPRETAÇÃO

2008 Zilda Del Prette

25/02/2008

08/04/2008

01/08/2008

--- --- Favorável

INVENTÁRIO DE AVALIAÇÃO OCUPACIONAL -

INVENTÁRIO DE AVALIAÇÃO

1ª 2007 Eugênia Matilde Peixoto

17/04/2007

25/08/2007 23/10/200

--- 08/04/2008

09/05/2008

Favorável

Page 27: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

IAO OCUPACIONAL - IAO Sofal 7

INVENTÁRIO DE ESTILOS PARENTAIS

Inventário de Estilos Parentais - IEP

- - Editora Vozes

09/11/2004

20/01/2005

11/06/2005

--- --- Favorável (04/07/2005)

ISSLISSL (Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp)

Não consta

2000 Casa do Psicólogo

05/06/2002

13/12/2003

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

L.A.B.E.L L.A.B.E.L. 1ª Edição 2003 Moityca26/08/2003

09/09/2003

15/01/2004

11/02/2004

16/03/2004

Favorável (18/10/2004)

MEDIDA DA PRONTIDÃO MENTAL

Teste Medida da Prontidão Mental - MPM

1ª 2006 Edites19/08/2005

13/09/2005

26/11/2005

11/01/2006

23/02/2006

Favorável (01/04/2006)

NEO PI-R

Inventário de Cinco Fatores NEO Revisado NEO FFI-R (versão curta)

1ª 2007 Vetor01/11/2007

22/11/2007

11/04/2008

--- --- Favorável

NEO PI-R Inventário de Personalidade NEO Revisado

1ª 2007 Vetor01/11/2007

22/11/2007

11/04/2008

--- --- Favorável

Page 28: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

O Desenvolvimento do Comportamento da Criança no Primeiro Ano de Vida

O Desenvolvimento do Comportamento da Criança no Primeiro Ano de Vida

1ª edição 1997 Casa do Psicólogo

05/06/2002

13/12/2002

10/04/2003

16/07/2003

01/09/2003

Favorável (06/11/2003)

PALOGRÁFICOO Teste Palográfico na Avaliação da Personalidade

1ª Edição 2004 Vetor23/04/2004

04/06/2004

21/08/2004

--- --- Favorável (08/09/2004)

PFISTERAs Pirâmides Coloridas de Pfister

2005 CETEPP03/08/2004

25/08/2004

02/10/2004

28/10/2004

05/11/2004

Favorável (25/01/2005)

PMKPMK (Psicodiagnóstico Miocinético)

2ª Edição 2001 Vetor24/04/2002

13/12/2002

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

QSGQSG (Questionário de Saúde Geral de Goldberg)

Não consta

1996 Casa do Psicólogo

05/06/2002

13/12/2003

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

Page 29: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

QUATIQUATI (Questionário de Avaliação Tipológica - versão II) (**)

4ª Edição 2000 Vetor24/04/2002

13/12/2002

10/04/2003

16/07/2003

15/10/2003

Favorável (06/11/2003)

R-1

R-1 - Forma B (manual) - Teste Não Verbal de Inteligência

- 2004 Vetor08/11/2004

02/02/2005

18/05/2005

--- --- Favorável (01/07/2005)

R-1 (Teste não Verbal de Inteligência)

2ª Edição 2002 Vetor24/04/2002

13/12/2003

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

R-2R-2 (Teste não Verbal de Inteligência para Crianças)

2000 Vetor24/04/2002

13/12/2002

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

RAVEN

Raven (geral) (**) 2a. edição 2001 CEPA03/04/2002

13/12/2002

10/04/2003

16/07/2003

--- Favorável (20/01/2004)

Manual Matrizes Progressivas Coloridas de Raven - Escala Especial

1999 CETEPP14/05/2002

13/12/2002

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

RORSCHACH Rorschach - Sistema da Escola Francesa (1. O

1. 2000 2. Não

1998 1. Casa do Psicólogo

02/09/2004

09/09/2004

13/12/2004

--- --- Favorável (25/01/2005

Page 30: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

Psicodiagnóstico de Rorschach em Adultos: Atlas, Normas e Reflexões. 2. A Prática do Rorschach)

consta 2. Vetor )

O Rorschach: Teoria e Desempenho (Sistema Klopfer); O Rorcschach: Teoria e Desempenho II (Sistema Klopfer)

3ª edição1997/2006

1. Editora Manole; 2. Casa do Psicólogo

10/01/2005

16/02/2005

27/04/2006

--- --- Favorável

Rorschach Sistema Compreensivo (Manual de Classificação e Manual de Interpretação)

Não consta

1999 Casa do Psicólogo

06/06/2002

24/12/2002 05/05/2003

--- --- 01/09/2003

Favorável

Rorschach Clínico (**) 2ª Edição 2002

Sociedade de Rorschach de São Paulo

02/09/2003

09/09/2003 07/01/2004

04/12/2003 09/03/2004

--- --- Favorável (15/03/2004)

SISTEMA MULTIMÍDIA DE HABILIDADES

Sistema Multimídia de Habilidades Sociais de Crianças (SMHSC - Del -

2005 Casa do Psicólogo

16/07/2004

29/09/2004 06/01/200

--- 13/01/200

--- --- Favorável (25/01/2005

Page 31: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

SOCIAIS DE CRIANÇAS

Prette) 5 5 )

STAXI

STAXI (Manual do Inventário de Expressão de Raiva como Estado e Traço) (**)

1992 Vetor28/11/2002

13/12/2002 14/04/2003

10/04/2003 28/06/2003

01/09/2003

15/10/2003

Favorável (06/11/2003)

TATTAT (Teste de Apercepção Temática) (**)

2ª edição 1995 Casa do Psicólogo

05/06/2002

13/12/2002 14/04/2003

10/04/2003 28/06/2003

01/09/2003

15/10/2003

Favorável (06/11/2003)

TCA VISUALTCA Visual (Teste Computadorizado de Atenção) (**)

2001 Cognição23/04/2002

13/12/2002

10/04/2003

16/07/2003

--- Favorável (20/01/2004)

TDAHEscala de Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade - TDAH

Não consta

2000 Casa do Psicólogo

05/06/2002

13/12/2002

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

TEITEI (Teste Equicultural de Inteligência)

2a. edição 2002 CEPA27/03/2002

13/12/2002

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

TESTE AC AC-15 (Teste de Atenção Concentrada)

2ª Edição 2003 Vetor 02/07/2003

11/08/2003

18/10/2003

--- --- Favorável (06/11/2003

Page 32: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

)

Teste AC (**) 3ª Edição 2003 Vetor24/04/2003

13/12/2002

10/04/2003

16/07/2003

22/08/2003

Favorável (06/11/2003)

Teste Conciso de Raciocínio - Manual TCR

Teste Conciso de Raciocínio - Manual TCR

2006 Vetor07/04/2006

18/04/2006

11/08/2006

--- --- Favorável

TESTE D2Teste D2 (Atenção Concentrada)

2ª Edição 2000 CETEPP14/05/2002

13/12/2002

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

TESTE D70Teste D. 70 - Manual revisado e ampliado

Não consta

2007 CETEPP24/08/2007

03/09/2007

--- --- --- Favorável

TESTE DAS FÁBULAS

Teste das Fábulas 1993 CETEPP14/05/2002

13/12/2002

28/06/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

TESTE DAS LINHASTeste das Linhas (Atenção/Percepção Visual de Orientação).

2000 Cognição23/04/2002

13/12/2002

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

TESTE DE HABILIDADE

HTM (Teste de Habilidade Mental)

1ª Edição 1983 Vetor 24/04/2002

13/12/2002

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003

Page 33: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

MENTAL )

Teste de Inteligência Geral - Não-Verbal (TIG-NV)

Teste de Inteligência Geral - Não-Verbal (TIG-NV)

1ª 2006 Casa do Psicólogo

31/10/2006

09/11/2006 25/04/2007

14/04/2007 22/07/2007

--- --- Favorável (03/08/2007)

TESTE DE MEMÓRIA VISUAL

Teste de Memória Visual - TMV (**)

2004 LabPam22/05/2003

10/06/2003

18/10/2003

15/12/2003

15/01/2004

Favorável (16/02/2004)

TESTE DE RACIOCÍNIO ANALÓGICO DEDUTIVO

Teste de Raciocínio Analógico Dedutivo - TRAD

2002 LabPam22/05/2003

10/06/2003

18/10/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

Teste de Raciocínio Inferencial (Manual RIn)

Teste de Raciocínio Inferencial (Manual RIn)

2006 Vetor07/04/2006

18/04/2006

11/08/2006

--- --- Favorável (01/09/2006)

TESTE DO DESENHO DE SILVER

SDT (Teste do Desenho de Silver - Cognição e Emoção)

3ª edição 1996 Casa do Psicólogo

05/06/2002

13/12/2003

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

TESTE DOS CÍRCULOS

Teste dos Círculos (Atenção/Percepção de

2000 Cognição 23/04/2002

13/12/2002

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003

Page 34: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

Distância). )

TESTE DOS RELÓGIOS

Teste dos relógios (B e C)

4ª Edição 2002 Vetor24/04/2002

13/12/2002

10/04/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

Teste Não-Verbal de Raciocínio para Crianças

Teste Não-Verbal de Raciocínio para Crianças - TNVRI

Não Consta

2005 Vetor24/01/2005

14/03/2005

11/06/2005

--- --- Favorável (04/07/2005)

TESTE PICTÓRICO DE MEMÓRIA VISUAL (TEPIC-M)

TESTE PICTÓRICO DE MEMÓRIA VISUAL (TEPIC-M)

1ª 2007 Vetor02/04/2007

05/04/2007

22/07/2007 24/07/2007

--- --- Favorável (03/08/2007)

Testes de Atenção Dividida e Sustentada

Testes de Atenção Dividida e Sustentada

2006 Vetor07/04/2006

19/04/2006 05/09/2006

--- 25/11/2006

--- --- Favorável (01/12/2006)

TESTES DE TORRANCE

Testes de Torrance (Avaliação da Criatividade por Figuras e Palavras) - versão brasileira

2002 Lamp PUC-Campinas

07/02/2003

16/04/2003

16/08/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

TONI-3: TESTE DE TONI-3: TESTE DE 1ª 2006 Vetor 02/04/200 09/04/200 22/07/200 --- --- Favorável

Page 35: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

INTELIGÊNCIA NÃO-VERBAL: UMA MEDIDA DE HABILIDADE COGNITIVA INDEPENDENTE DA LINGUAG

INTELIGÊNCIA NÃO-VERBAL: UMA MEDIDA DE HABILIDADE COGNITIVA INDEPENDENTE DA LINGUAGEM

7 7 7 24/07/2007

(03/08/2007)

V-47V-47 (Teste Verbal de Inteligência) (**)

2ª Edição (revisada e ampliada)

2003 Vetor24/04/2002

13/12/2002

10/04/2003

16/07/2003

29/09/2003

Favorável (06/11/2003)

WAISEscala de Inteligência Wechsler para Adultos - WAIS III

1ª edição 2004 Casa do Psicólogo

01/07/2004

13/07/2004

02/10/2004

--- --- Favorável (18/10/2004)

WISCWISC-III (Escala de Inteligência Wechsler para Crianças)

3ª edição Adaptação Brasileira - 1ª edição

2002 Casa do Psicólogo

16/12/2002

08/01/2003 16/04/2003

10/04/2003 09/06/2003

--- --- Favorável (06/11/2003)

WISCONSIN Manual do Teste WISCONSIN de Classificação de Cartas

1ª Edição 2004 Casa do Psicólogo

23/09/2004

06/10/2004 30/05/200

12/03/2005 28/09/200

--- --- Favorável (30/09/2005

Page 36: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

5 5 )

ZULLIGER

Teste de Zulliger - Vaz (**)

Não consta

1998 Casa do Psicólogo

05/06/2002

13/12/2002 14/04/2003

10/04/2003 28/06/2003

01/09/2003

15/10/2003

Favorável (10/12/2003)

O teste de zulliger no sistema compreensivo ZSC - forma individual

Não consta

2007 LapSAM e LabAPE

25/01/2008

07/04/2008

--- --- --- Favorável

VISÃO GERAL DE TESTES PSICOLÓGICOS

- Conceito de testes:

Teste é uma palavra de origem inglesa que significa “ prova”; deriva do latim testis e é usada internacionalmente para denominar uma modalidade de medição bastante conhecida hoje em dia em diversos campos científicos e técnicos. “ Uma medição só é chamada de teste se for usada, primordialmente, para se descobrir algo sobre o indivíduo, em vez de responder a uma questão geral.( Tyler, 1973).

Page 37: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

Essencialmente , a finalidade de um teste consiste em medir as diferenças existentes, quanto a determinada característica, entre diversos sujeitos, ou então o comportamento do mesmo indivíduo em diferentes ocasiões – diferença inter e intra – individual, respectivamente.

O instrumento psicométrico mais típico é o teste. Todavia, não é o único. Trata-se de uma situação estimuladora padronizada ( itens de teste e ambiente de aplicação) à qual uma pessoa responde.

Entende-se por situação experimental tudo aquilo que faz parte do teste e da aplicação do mesmo, definidos anteriormente, ou seja, material empregado, instruções, local da aplicação, etc... Essas condições precisam ser padronizadas para que se evitem variações nas condições da administração. Em segundo lugar, se o teste é um estímulo que gera uma resposta do indivíduo, o registro desse comportamento é deveras importante. Deve ser preciso para ser confiável. No caso dos testes em que cabe ao indivíduo registrar a própria resposta, não há problema. Entretanto, quando se precisa anotar a resposta do indivíduo e, ao mesmo tempo, observar sua responsividade não-verbal, todo o cuidado é pouco.

- Classificação de testes:

Não existe um modo inteiramente satisfatório de classificar os testes que seja adotado por unanimidade pelos diversos autores. Diferentes critérios podem ser adotados. O que será feito a seguir é definir cada uma dessas características , integrando-as em uma única classificação.

- Segundo o método utilizado:

De acordo com o método, os testes dividem-se em psicométricos e projetivos. Tem-se denominado método psicométrico ao procedimento estatístico sobre o qual se baseia a construção dos testes, assim como a elaboração dos dados da investigação. Entretanto, quando se trata da metodologia empregada para a obtenção de dados, diz-se que um teste que um teste psicométrico é aquele cujas normas gerais utilizadas são quantitativas, o que

quer dizer que o resultado é um número ou medida. Os itens do teste são objetivos e podem ser computados de forma independente uns dos outros, seguindo uma tabela ( ex.: testes de inteligência).

Page 38: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

Os testes cuja metodologia á projetiva, por sua vez, são aqueles cujas normas são qualitativas, ou seja, são testes menos objetivos. O resultado se expressa através de uma tipologia. Por terem uma avaliação qualitativa, evidentemente que seus elementos ( itens de teste) não podem ser medidos em separado. E a constância de certas características avaliadas no teste como um todo que dará a relativa certeza de um diagnóstico ( ex.: testes de personalidade em geral).

- Segundo a Finalidade:

Nesse caso, dividem-se em Testes de Velocidade, ou Rapidez, e Testes de Potência, ou Nível. Os testes puros de velocidade medem a rapidez de raciocínio ou execução de determinada tarefa. Caracterizam-se pelo tempo certo de administração e pelo fato de serem homogêneos, isto é, medirem o mesmo fatos comum em todos os itens muito fáceis para se ter como variável apenas a rapidez de execução.

Os testes puros de potência são aqueles que medem, não a rapidez da execução, mas a qualidade da mesma. Avaliam a potencialidade do indivíduo em relação a alguma característica. Os itens apresentam-se em dificuldade crescente – teste heterogêneo- e isso toma mais tempo para a sua realização. Não se pode dizer que o tempo é ilimitado, pois isso implicaria ter-se que estar à disposição do testando.

- Segundo a Influência do Examinador

Segundo a influência do examinador, os testes podem ser Pessois ou Impessoais. Esse é um critério importante, já que a influência do examinador pode favorecer ou desfavorecer o escore do examinando. Nos casos em que é extremamente necessária a presença do examinandor para explicar a tarefa, observar atitudes, etc., sua personalidade e sua conduta influem consideravelmente no resultado. Ao contrário, nos testes impessoais o examinador se limita a administrar o rapport . Geralmente esses testes são auto-administrados ,pois vêm com instruções impressas, cabendo ao examinando apenas segui-las para respondê-las.

Page 39: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

Em princípio, todos os testes são pessoais – o que varia é o grau de influência. Os testes projetivos, em maior grau, e os testes psicométricos, em menor grau, são exemplos disso.

- Segundo o Modo de Administração:

Segundo o modo de administração, os testes podem ser individuais, coletivos e auto-administrados. Chama-se teste individual aquele que exige apenas a presença de um examinador e um examinando, não se podendo aplicá-lo a um grupo de sujeitos

simultaneamente. Suas instruções são complexas, exigindo maior treino por parte do aplicador, principalmente no que diz respeito à coleta das informações não-verbais expressas pelo candidato. São muito pessoais: TAT, Rorschach, PMK...). Os testes coletivos não exigem um contato tão direto entre examinador-examinando. São mais simples e qualquer um, com um pequeno treino, pode administrá – los . Por isso são realizados em grupo, apresentando como vantagem a economia de tempo ( ex.: Baterias de Aptidões).

Os testes que possuem instruções na capa, não determinam tempo e dispensam a presença de um aplicador, tamanha a facilidade comque são executados, são chamados de testes auto-administrativos. Podem ser aplicados coletivamnete ou mesmo de forma individual, desde que adaptados às exigências da situação.

- Segundo o Atributo Medido

Segundo o atributo medido, os testes dividem-se em de rendimento, aproveitamento ou realização; e aptidão e de personalidade .

Os testes de aproveitamento servem para medir o grau de eficiência na realização de uma tarefa aprendida. O objetivo é medir, objetivamente, o conhecimento que o indivíduo adquiriu sobre algo, em relação ao seu grupo. São muito usados em empresas quando se exigem candidatos especializados

Page 40: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

para obtenção de promoções. Também para objetivos educacionais, seja avaliar o desempenho no final de um curso ou medir a aprendizagem vocacional especializada.

Os testes de aptidão medem o “potencial ” do indivíduo para aprender ou realizar uma tarefa. Anteriormente, achava-se que se tratava de capacidades “ latentes ”, bastando um pequeno treinamento adequado para que fossem atualizadas. Hoje se reconhece que isso é um tanto ingênuo. As realizações dos testes de aptidão refletem influências acumulativas de numerosas experiências da vida diária. A aprendizagem é realizada sob condições não – controladas ou desconhecidas. Além do mais, todos os testes psicológicos medem o comportamento atual, e este está carregado de influências da aprendizagem anterior. Uma forma de subdivisão desses testes é: testes de aptidão específica; testes de aptidão especial.

Os testes de aptidão geral ( Fator g) medem inteligência como um todo; dão a medida geral da esfera intelectiva. São os testes que se referem , ao mesmo tempo, a diferentes aspectos da atividade inteligente. Como exemplo desses instrumentos , temos o INV, o Barcelona, o Dominó, etc. Os testes que medem o Fator G dividem-se em testes ou escalas que avaliam o desenvolvimento mental, ou seja, a inteligência em seu aspecto evolutivo e testes de capacidade mental que mensuram a função intelectiva já desenvolvida.

Os testes de Personalidade

Os testes de personalidade medem as características de personalidade propriamente ditas, que não se referem aos aspectos cognitivos da conduta. Ex.: estabilidade emocional, atitude, interesse, sociabilidade, etc.

Sabendo-se que a personalidade do indivíduo muda constantemente, surge a seguinte pergunta: Que medir? Na verdade, medem-se características mais ou menos constantes da personalidade – mesmo assim, em determinado momento.

Critérios para a utilização dos testes psicológicos:

Para que um teste psicológico cumpra com os seus objetivos como instrumento de medida cientificamente válido, é necessário que o usem de forma adequada. É imprescindível o controle em relação à sua utilização, limitando-lhe a venda e o uso a pessoas habilitadas para tal, e também evitando a divulgação de seu conteúdo.

Page 41: Testes Psicológicos e as Suas Práticas

A necessidade de se permitir a administração dos testes somente a pessoas preparadas é importantíssima pois, evidentemente, um mínimo de preparo é necessário, variando a qualidade do treinamento de acordo com a complexidade do instrumento. Os testes de personalidade exigem maior esforço e compreensão por parte do aplicador, por exemplo.

A escolha do teste:

O objetivo do estudo e/ou a relevância do teste para o problema em questão é o primeiro fator a ser considerado. Se o objetivo é realizar uma seleção profissional, por exemplo, através da descrição do cargo chega-se à escolha dos testes que irão compor a bateria.

Em segundo lugar, deve-se estar atento às características dos sujeitos que sofrerão a aplicação – sexo, idade, escolaridade, etc -, as quais determinam o tipo de teste a ser utilizado.

Existem requisitos básicos em relação ao próprio teste que são extremamente relevantes: trata-se da validade, da fidedignidade e da padronização do instrumento. Diz-se que um teste é valido quando ele mede realmente o que pretende medir. Por fidedignidade entende-se a capacidade do teste de repetir os testes em ocasiões diferentes.

A aplicação do teste:

A aplicação do teste deve obedecer rigorosamente às instruções contidas no manual, o tempo estabelecido para a sua execução e outras recomendações especificadas. A modificação de tais instruções invalida o teste.

O aplicador deve estar muito bem preparado de modo a evitar imprevistos durante a aplicação. Deve estar de posse de conhecimento das condições necessárias para aplicações contidas no manual, e do treinamento.

As condições físicas gerais para a aplicação de um teste também deve ser objeto de cuidados: tamanho e iluminação da sala, arejamento, temperatura, influência de elementos perturbadores...Pode parecer desnecessárias, mas essas condições influenciam no bom desempenho em qualquer atividade, principalmente nos testes.

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Sabendo-se que as atividades anteriormente desenvolvidas pelos aplicandos podem influenciar seu desempenho, como por exemplo: perturbação emocional , fadiga , uma noite mal dormida... O relacionamento estabelecido entre aplicador e aplicando com finalidade de aumentar a motivação e diminuir a ansiedade chama-se rapport.

Apesar de motivá-los, o examinador sabe que é importante que o indivíduo consiga um rendimento máximo por meio de seus próprios esforços. Motivar não é o mesmo que “empurrar’ o sujeito para determinada tarefa.

Testes de Personalidade:

Wartegg O teste foi idealizado por Ehrig Wartegg, em 1930, na Alemanha e apresentado pelo seu autor ao XV Congresso de Psicologia de Jena (cidade da Alemanha Oriental) em 1937. Nessa ocasião expôs as linhas gerais de seu teste inspirado em um trabalho de Sander. Este último tinha apresentado no IX Congresso de Jena em 1928 uma prova que consistia em integrar um desenho; eram uns sinais sem coerência aparente, para que os sujeitos submetidos à prova tratassem de coordená-los entre si, dando-lhes um sentido determinado. Esta única prova apresentada por Sander, foi modificada por Ehrig Wartegg, que a transformou em uma série, com o objetivo de conseguir maiores e melhores resultados, e captar melhor o estilo pessoal do examinando. O Teste de Wartegg é uma técnica de investigação da personalidade através de desenhos obtidos por meio de uma variedade de pequenos elementos gráficos que servem como uma série de temas formais a serem desenvolvidos pelo indivíduo de maneira pessoal. São oito campos onde o testando deverá realizar oito desenhos, na seqüência que desejar, o tema que quiser, de acordo com seu próprio ritmo. Cada campo tem um valor arquetípico: Campo 1 – O eu, ego, auto-estima Campo 2 – Fantasias, afetividade Campo 3 – Ambição, metas, objetivos Campo 4 – Angústia, como lida com conflitos Campo 5 – Energia vital, transposição de obstáculos Campo 6 – Criatividade Campo 7 – Sexualidade, sensualidade e sensibilidade Campo 8 – Social, empatia com os outros A integração desses campos constituem a própria personalidade humana, tanto na sua estrutura como na sua dinâmica. No WZT, a simbologia é algo primordial, bem como a execução, seqüência, conteúdo, etc; sendo necessário, desta forma, que o avaliador se prepare profundamente para estar apto a uma avaliação coerente e fidedigna. No Brasil temos alguns livros que são de leitura obrigatória, os quais indico a seguir, numa ordem de importância que eu mesmo classifiquei: · Kfouri, N.J. – Wartegg Da Teoria à Prática – Vetor Editora Psicopedagógica · Wartegg, Ehrig – Teste de Wartegg, Diagnóstico de Camadas – Casa do Psicólogo · Freitas, ªM.L. – Guia de Aplicação e Avaliação do Teste de Wartegg – Casa do Psicólogo E para quem tem fluência em Inglês e acesso a livros importados: · Kinget, G. Marian – The Drawing Completion Test – Ed. Grune and Stratton Inc., New

York Regularmente eu ministro este curso a Psicólogos e estudantes a partir do 3o ano, dando uma visão bastante diferenciada de como avaliar o Teste de Wartegg de modo fiel e aprofundado, buscando uma base bastante sólida na simbologia, além é claro em todos os estudos já realizados e comprovados cientificamente, e que constam na literatura existente.

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Teste de Zulliger Seu autor, Hans Zulliger (suíço, 1895 – 1965), o criou em 1942, em função da necessidade de selecionar um alto contingente de soldados para o exército suíço, em curto espaço de tempo. Foi influenciado diretamente pelas idéias de Freud, Pfister e de Rorschach de quem se tornou discípulo Sua primeira publicação deste teste, data de 1932 (O Teste de Ro a Serviço do Assessoramento Educacional). Seguiram-se outras obras como em 41 (Introdução ao Teste de Behn Rorschach). Em 48 e 54 apareceram suas duas obras referentes ao Teste Z (DER ZULLIGER-DIAPOSITIV-TEST) e (DER ZULLIGER-TAFELIN TEST) Vale lembrar que “O TESTE DE ZULLIGER NÃO É UM TESTE DE RORSCHACH ABREVIADO” - este é um erro que infelizmente muitos profissionais e estudantes ainda têm em mente... ambos possuem a mesma natureza, porém, cada técnica é completa por si só. O Teste de Zulliger constitui-se de três pranchas: Prancha I - Aspectos primitivos da personalidade Prancha II - Afetividade / Emoções Prancha III - Relacionamento Sua aplicação pode ser individual ou coletiva, para toda e qualquer finalidade (psicodiagnóstico, avaliação da personalidade, seleção de pessoal, avaliação de desempenho, etc.). A interpretação integrada das três pranchas propicia uma visão muito aprofundada da personalidade humana, seja em sua estrutura ou em sua dinâmica, especialmente em relação aos seus aspectos afetivo-emocionais, bem como em termos de intelectualidade, pensamento, objetivos de vida, sociabilidade, relacionamento interpessoal, etc. A bibliografia a respeito do Teste de Zulliger é bastante extensa, tanto em língua portuguesa como em outros idiomas. As instituições especializadas possuem um vasto material, bem como o jogo de pranchas: Casa do Psicólogo, Instituto Pieron e Vetor. O Instituto Pieron comercializa um software para avaliação do teste que é bastante interessante.

PMK O Psicodiagnóstico Miocinético (PMK), foi criado pelo Prof. Emílio Mira y López em Londres. Seu autor nasceu em Cuba (1896) e reuniu, no decorrer de sua vida uma experiência profissional-científica invejável, como se conhece em poucas pessoas, e que culminou no Brasil, em 1945, no ISOP; mas foi a partir de 1949 que o seu teste passou a ser amplamente divulgado até ser reconhecida como uma das principais técnicas psicológicas para a avaliação e compreensão da personalidade. O teste é muito utilizado na avaliação de candidatos a motorista, operadores de máquinas e para quem vai portar de arma de fogo e, de certa forma, sua utilização diminuiu para outros fins... o que é um grande erro, pois seu valor psicodiagnóstico é muito grande. Ele nos dá uma visão bastante clara e diferenciada da personalidade humana, sua estrutura e dinâmica, mostrado como a pessoa é em sua essência e como ela reage em contato com o meio ambiente: Tônus vital (elação e depressão), Agressividade (hetero e auto), Reação vivencial (extra e intratensão), Emotividade, Dimensão tensional (excitabilidade e inibição), Predomínio tensional (impulsividade e rigidez/controle). Além disso, é um instrumento bastante valioso no diagnóstico de problemas toxicológicos e neuro-vegetativos. O teste originalmente se constitui de 8 folhas, mas no Brasil, é mais utilizada uma forma resumida: folhas 1, 2, 5 e 6. Esta forma, apesar de ser bastante válida, vale lembrar que para uma avaliação mais aprofundada é necessário que se utilize o teste em sua forma completa. 1- Lineogramas (vertical, horizontal e sagital) 2 - Zigue-zague (sagital) 3 - Escadas e Círculos (verticais) 4 - Cadeias (verticais e sagitais) 5 - Paralelas (egocífugas sagitais) e Us (verticais) 6 - Paralelas (egocípetas sagitais) e Us (sagitais) Existe uma tendência muito grande de se avaliar o PMK pelo que se chama de “olhômetro”, isto é, com uma simples visualização dos traçados feitos, eliminando-se a mensuração e tetronagem do mesmo... Este é um erro muito grave, pois como se sabe o PMK lida com milímetros e não é possível a olho nu determina-los com tanta precisão; portanto, mensura o

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teste é de fundamental importância para a fidedignidade de sua avaliação. Leitura imprescindível e obrigatória é a publicação da Alice Madeleine Galland de Mira, esposa do autor, publicado pela Vetor, em dois volumes de apresentação impecável e de um conteúdo magistral. Vale lembrar também do Prof. Joel Gosling, que há décadas é um pesquisador e divulgador de várias técnicas psicológicas, em especial do PMK; portanto, tudo que for possível

assimilar de seus conhecimentos é de valor inestimável. Conhecer o PMK sem ter contato com as idéias do Professor é, no mínimo, não prezar por um enriquecimento pessoal. Eu fui seu aluno no IPPA, na época em que trabalhava na CMTC (antiga casa do Professor também) e posso afirmar que, todo Psicólogo ou estudante de Psicologia deveria ter um contato com ele, pois sua riqueza de conhecimento é comparável a todo e qualquer grande mestre da nossa área. A Vetor, fornece gratuitamente para Psicólogos, mediante cadastro e apresentação do CRP, um software que facilita muito a avaliação do PMK; porém, mesmo com esta ajuda, o preparo do profissional e seu conhecimento de mensuração são inevitáveis.

Teste Palográfico O teste PLG foi idealizado e elaborado pelo Prof. Salvador Escala Milá, do Instituto Psicotécnico de Barcelona, na Espanha. No Brasil, os estudos a respeito da validação desta técnica foram realizados pelo Prof. Agostinho Minicucci, quando era Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Botucatu e Professor de Psicologia (1960), introduziu nessa escola, um Centro de Estudos de Grafoanálise (Análise da Escrita) e Teste Gráficos, onde efetuou estudos a respeito da validação desta técnica. Seu uso foi mais largamente difundido a partir dos anos 70. É uma técnica projetiva de movimento expressivo e, como tal, apresenta semelhanças como o P.M.K, do professor Mira Y Lopes Graphe, O Tapping Test, o Teste Grafoescritural de Honroth Zarza e outros. O teste palográfico (PLG), pode ser entendido como a avaliação da personalidade com base na expressão gráfica. A folha de papel, representa o mundo no qual o indivíduo se coloca afetivamente e a maneira pela qual ele se relaciona com o meio externo, através dos traçados. Ao escrever, projetamos sobre o papel formas simbólicas, vivas em nós, que expressam nossa vida interior, ou seja, modificamos as formas tradicionais ou caligráficas, de acordo com as idéias conscientes e as imagens inconscientes que determinam a nossa personalidade. A folha de papel representa, portanto, o mundo onde evoluímos, e cada movimento escritural é simbólico de nosso comportamento nesse mundo. Podemos concluir, então, que todos os movimentos, todos os gestos humanos estão carregados de significado e concorrem à expressão da personalidade como um todo. Leitura obrigatória para se conhecer bem este teste, são os livros do Augustinho Minicucci, todos encontrados na Vetor, que também fornece gratuitamente um software para Psicólogos, que permite uma “pré-avaliação” do teste.

HTP

O H.T.P. (House-Tree-Person) é o teste de desenho da Casa-Árvore-Pessoa, idealizado por John N. Buck, em 1948. Partiu do princípio de que estes temas são bastante familiares a todas as pessoas, mesmo na mais tenra idade, o que facilita a idealização dos desenhos, facilitando a projeção de suas experiências internas. Segundo Hammer (1981), “o HTP investiga o fluxo da personalidade à medida que ela invade a área da criatividade artística”... e , mesmo que haja

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uma infinidade de possibilidades nos tipos de figuras desenhadas, é possível se fazer uma avaliação quantitativa e qualitativa, utilizando-se das simbologias, que torna a técnica fidedigna. Suas vantagens relacionam-se ao fato de que é um teste de aplicação muito econômica (lápis e sulfite), de aplicação simples, individual ou coletiva, além de implicar numa avaliação relativamente rápida. Pode ser aplicado somente com lápis preto (no. 2) ou ainda incluir os coloridos (vermelho, verde, amarelo, azul, marrom, preto, violeta e laranja). Também pode-se usar um inquérito, previamente elaborado que enriquece muito a interpretação. A partir de sua criação surgiram algumas “variações”, como por exemplo, além de desenhar a casa, árvore e pessoa, pode-se pedir também que desenhe uma figura do sexo oposto a anteriormente feita, bem como o desenho da família. Numa situação de avaliação para Recursos Humanos, os três desenhos originais são suficientes para um parecer completo a respeito do testando, mas numa situação clínica, para um maior aprofundamento, pode-se incluir os outros desenhos. As já conhecidas e respeitadas instituições ligadas à Psicologia, possuem curso e material sobre o assunto. Destaco aqui o livro da Dinah Martins de Souza Campos, “O teste do desenho como instrumento de diagnóstico da personalidade”, que é amplamente indicado nos cursos de psicologia... mas para um maior aprofundamento indico o “Manual Prático de Avaliação do HTP (Casa-Árvore-Pessoa) e Família”, da Maria Florentina N. Godinho Retondo, editado pela Casa do Psicólogo.