testemunhos do património: memórias da casa do guarda · 2018. 2. 19. · sr. machado e ao sr....

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO Testemunhos do Património: Memórias da Casa do Guarda DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM COMUNICAÇÃO E MULTIMÉDIA TÂNIA MARGARIDA PEREIRA PINTO Orientador: Professor Doutor João Sousa Coorientadora: Professora Doutora Tânia Rocha VILA REAL, 2015

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UNIVERSIDADE DE TRA ́S-OS-MONTES E ALTO DOURO

Testemunhos do Património:

Memórias da Casa do Guarda

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM COMUNICAÇÃO E MULTIMÉDIA

TÂNIA MARGARIDA PEREIRA PINTO

Orientador: Professor Doutor João Sousa

Coorientadora: Professora Doutora Tânia Rocha

VILA REAL, 2015

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Agradecimentos

A concretização desta dissertação marca o fim de uma importante etapa da minha vida. Posto

isto gostaria de agradecer a todos aqueles que contribuíram, de forma decisiva, para a sua

concretização.

Gostaria de deixar aqui expresso o meu agradecimento a diversas pessoas que, ao longo do

percurso deste trabalho, me apoiaram de diferentes formas e a vários níveis.

Aos meus pais, pela paciência, compreensão, persistência e motivação e por não me deixarem

desistir desta etapa. Agradeço-lhes, ainda, por todo o investimento na minha formação porque

sem eles não teria chegado onde cheguei até hoje nem seria quem sou. Este momento só foi

possível por causa deles.

Aos meus orientadores Professor Doutor Joaquim João Sousa e Professora Doutora Tânia

Rocha agradeço a disponibilidade para a orientação desta dissertação, pelo contínuo

acompanhamento, pela ajuda que me deram em todo o processo de trabalho, pela sabedoria

transmitida e pela paciência que tiveram comigo.

Ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, em especial ao seu Diretor Eng.º

Rogério Rodrigues, à Eng.ª Cristina Camilo, ao Eng.º Henrique Pereira, à Eng.ª Ana Paula, ao

Sr. Machado e ao Sr. Higino pelo apoio incondicional prestado na logística, nas deslocações,

na paciência, nos conhecimentos transmitidos sobre o tema. Pelas histórias contadas, pela

oportunidade de conhecer pessoas fenomenais e pelos ensinamentos adquiridos. Sem eles

grande parte deste trabalho não teria sido realizado.

Ao Mestre Salvador, ao Mestre Miguel e ao Mestre Fernando pela disponibilidade

demonstrada, por toda a paciência e espera no registo das suas memórias para a posterior

realização deste documentário, por toda a sabedoria, ensinamentos e histórias partilhadas.

Novamente, sem eles este documentário não serial possível.

À Joana Basto que mesmo longe esteve e está sempre presente com a sua amizade, carinho,

apoio, força e ajuda nas dúvidas que foram surgindo ao longo desta etapa.

À Joana Garcia pelo carinho e amizade incondicionais, pela força para não desistir, pelo apoio

e acompanhamento diário nesta etapa trabalhosa, pelo ombro amigo nos momentos mais

difíceis e por toda a ajuda prestada quer a nível de trabalho como a nível pessoal.

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À Filipa Silva pela amizade, pelo apoio, pelo incentivo, por toda a ajuda prestada na

realização deste trabalho e por me ensinar mais sobre a ferramenta utilizada para a redação

desta dissertação.

À Sandra Baptista e ao Ricardo Azevedo pela ajuda prestada e por disponibilizarem o seu

espaço para me auxiliarem neste trabalho.

À Ana Serapicos pela amizade, pela paciência e por todo o auxilio prestado nos momentos

mais trabalhosos.

Ao Carlos Cortinhas pela disponibilidade mostrada e prontidão imediata em ajudar.

Ainda aos meus amigos Rita Soares, Pedro Macedo, Élsio Afonso, Luís Vieira, Cristiano

Moura, pela preocupação e compreensão mostrada e por tudo o que se deixou de fazer nestes

últimos tempo, fruto das longas noites e dias de reclusão para trabalhar.

A todos os que me ajudaram e que de uma maneira direta ou indireta contribuíram para a

realização deste trabalho, o meu sincero obrigada.

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Resumo

As casas dos guardas florestais tiveram uma importância fundamental na preservação da

floresta ao longo dos últimos séculos. Contudo, o passar do tempo e o correspondente

desenvolvimento tecnológico levaram a que o legislador introduzisse alterações na

organização orgânica das instituições responsáveis pela proteção das florestas,

implementando novas formas de proteção, culminando com a desativação das casas e das

respetivas funções, exercidas pelos guardas florestais. Grande parte destas casas encontram-

se, atualmente, abandonas e vandalizadas, outras foram reconvertidas para outras finalidades

e outras, ainda, foram vendidas estando, agora, muitas delas ao dispor das pessoas para

turismo de habitação.

A presente dissertação reflecte sobre a importância da floresta, dando especial enfoque aos

guardas florestais e às suas casas. A presença destes guardas teve um grande impacto no culto

e no zelo das florestas. A estes era atribuído um perímetro dentro da mata, para se instalarem

com as suas famílias em casas com tipologias específicas. Era também necessário terem

noções e conhecimentos técnicos sobre as várias funções que estes iriam exercer, tais como

exploração, plantações, espécies florestais, medidas de prevenção de incêndios, fiscalização,

entre outros.

Reflecte-se, ainda, sobre as vivências e as memórias dos guardas florestais, o que originará o

documentário que faz parte integrante deste trabalho. Aqui serão relatadas as histórias e as

memórias daqueles que já foram em tempos os guardiões das nossas florestas, e da perceção

do estado das suas casas atualmente. Este trabalho tem como principal objetivo perpetuar a

memória destas casas, tanto ao nível de arquitetura como das funções para as quais foram

criadas.

Palavras-chave: documentário, floresta, guarda florestal, casa de guarda, memórias

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Abstract

During the last centuries, the forest guard’s houses had a paramount importance on

the forest preservation. However, along the years and the corresponding technological

development led the legislator to introduce changes in the organic organization of the

institutions responsible for the forest protection, implementing new measures of

protection, culminating with the deactivation of the guardhouses and its respective

functions performed by the forest guards. Nowadays, the majority of these houses are

abandoned and vandalized, others were reconverted for other ends, and others were

sold, some of these are now available to people for multiple purposes including

tourism.

This dissertation reflects about the importance of the forest, giving a special emphasis

on the forest rangers and their houses. The presence of the guards had a great impact

on the reverence and zeal of the forest. A perimeter inside the woods was assigned to

the guards, for them to install themselves with their families in houses with specific

typologies. Additionally, they need to have concepts and technical knowledge about

the multiple functions they would exercise, such as exploration, plantations, forest

species, fire preventing measures, inspection, among others.

A reflection will be made on the experiences and memories of the forest guards,

which will lead to the creation of a documentary that is a vital part of this dissertation.

Here the stories and memories of those who once were the guardians of our forests

will be described, as well as the state of their houses presently. This work has as a

main objective to perpetuate the memory of these houses, both for the architecture

level and the functions for which they were built.

Keywords: documentary, forest, forest guard, guardhouse, memories

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Índice

Agradecimentos .............................................................................................................................. iii

Resumo ................................................................................................................................................vi

Abstract ............................................................................................................................................ viii

1. Introdução ................................................................................................................................... 1

1.1 Objetivos ................................................................................................................................................. 1

1.2 Estrutura da dissertação ................................................................................................................... 2

2. Caracterização do estado de arte ........................................................................................... 4

2.1 História da evolução da floresta ..................................................................................................... 4

2.2 Importância das casas de guarda na gestão florestal ............................................................. 9

2.3 Decisões e alterações relativas às casas de guarda florestal ............................................ 13

3. Breve introdução ao cinema documental ........................................................................ 17

4. Fundamentação estética ......................................................................................................... 19

5. Elementos da composição fílmica ....................................................................................... 20

6. Dossier de Pré-Produção ........................................................................................................ 22

6.1 Ideia/Conceito .................................................................................................................................... 22

6.2 Sinopse .................................................................................................................................................. 22

6.3 Guião de Intenção ............................................................................................................................. 23

6.4 Guião Técnico ..................................................................................................................................... 45

6.5 Orçamento ........................................................................................................................................... 61

6.6 Material ................................................................................................................................................ 61

6.7 Promoção e Divulgação ................................................................................................................... 62

6.8 Repérage .............................................................................................................................................. 65

7. Conclusão ..................................................................................................................................... 69

Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 71

Anexo 1 – Storyboard ................................................................................................................... 72

Anexo 2 – Autorizações ............................................................................................................. 111

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Índice de Figuras

Figura 1: Chapas de metal usadas nos chapéus dos guardas florestais ...................................... 6

Figura 2: Uniforme de guarda introduzido em 1847. Fonte: Arala Pinto, 1938 ........................ 7

Figura 3: Projetos tipo dos anexos das casas. Fonte: Inês Pereira, 2004/2005 ........................ 10

Figura 4: La Sortie de l'usine Lumière à Lyon, Louis Lumière, 1895 ..................................... 17

Figura 5: Nanook, Robert Flaherty, 1922 ................................................................................ 18

Figura 6: Cartaz oficial de promoção do documentário ........................................................... 63

Figura 7: Capa da caixa do DVD que contém o documentário ................................................ 64

Figura 8: Sticker do DVD ........................................................................................................ 64

Figura 9: Posto de Vigia da Serra do Marão ............................................................................ 65

Figura 10: Casa de guarda do Covelo, Aboadela ..................................................................... 65

Figura 11: Casa de guarda do Covelo, Aboadela ..................................................................... 66

Figura 12: Casa de guarda do Covelo, Aboadela ..................................................................... 66

Figura 13: Casa de guarda de Fridão, Fridão ........................................................................... 66

Figura 14: Anexo da casa de guarda do Covelo, Aboadela ..................................................... 67

Figura 15: Janela da casa de guarda de Fortunho, São Tomé do Castelo ................................ 67

Figura 16: Janela da casa de guarda de Fortunho, São Tomé do Castelo ................................ 67

Figura 17: Casa de guarda de Paredes, Paredes ....................................................................... 68

Figura 18: Mestre Salvador, antigo guarda florestal ................................................................ 68

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1. Introdução

Quase dois séculos depois de inúmeros investimentos do Estado no setor florestal, em áreas

do Estado ou geridas por este, num total de cerca de 8% do território florestal do País, foram

igualmente implantadas no território centenas de casas florestais que “guardam memórias”

dos seus habitantes e das funções que possibilitavam, naqueles tempos.

A maioria destas casas encontram-se, nos nossos dias, abandonadas, perdidas no espaço, mas

envolvidas pela beleza do património natural, embora “entristecidas” pela perda de

importância a que os novos tempos obrigam.

Além das casas de guarda florestal, foram realizadas diversas obras de plantação e gestão

florestal, para além da vasta rede de caminhos florestais, que hoje constituem a grande

maioria das principais ligações entre aldeias no interior do país, e de outras infraestruturas,

como pontes, muros, aquedutos, barragens, etc..

Com este trabalho pretende-se contribuir para a preservação deste património de valor

irrefutável, encontrando testemunhos de quem melhor o conheceu e ocupou, saber das

memórias e histórias daqueles que, isolados do mundo, estavam determinados a cumprir uma

missão.

Os tempos passaram, mas a memória destas gentes não se esgotou.

1.1 Objetivos

A presente dissertação de mestrado, constituída por um documentário e uma memória

descritiva do mesmo, tem como objetivo principal ser um repositório de memoria histórica,

sublinhando a necessidade e a importância de um registo das memórias de um povo,

especificamente ao nível da floresta e das casas de guarda, com a criação deste produto

audiovisual.

Através de todo o trabalho desenvolvido, pretende-se, também, colmatar a falta de

visibilidade destas casas e mostrar o valor de todo o trabalho da população envolvida,

incluindo tarefas de apoio na divulgação das potencialidades deste património tão rico.

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No caso particular deste trabalho, produção de conteúdos audiovisuais, nomeadamente o

documentário, servirá para dar a conhecer as histórias das casas de guarda florestais bem

como as histórias dos seus ocupantes, evitando, desta forma, que estas memórias se percam

no tempo.

O trabalho destes guardas tem sido fundamental ao longo dos anos para a melhoria do bem-

estar das populações, e para o desenvolvimento económico, contribuindo também, para uma

gestão sustentável dos recursos naturais.

Focada nos aspetos acima mencionados, esta dissertação visa apresentar uma forma de

mostrar o quão útil é a existência de casas de guarda florestais ativadas nas suas principais

funções, de modo a dar continuidade aos trabalhos necessários para garantir a preservação de

todo o património florestal nacional e, consequentemente, dar entrada à procura turística.

Existe, também, um interesse em colocar frente-a-frente os tempos áureos com os tempos

atuais, e dar a conhecer as diferenças que foram ocorrendo com o passar dos anos, visto que

estas casas foram sendo desativadas ao longo do tempo e, posteriormente, mostrar que os

trabalhos realizados pelos seus ocupantes envolviam-se de grande importância para o

património florestal.

Estas funções esquecidas com o passar dos anos, necessitam ser resgatadas, sendo preciso

valorizá-las e apoiá-las, através do reforço da colaboração dos guardas florestais na

construção e beneficiação de caminhos florestais e rurais, na produção de plantas em viveiro,

no fomento da arborização no setor público e privado, na gestão e valorização de parques

florestais e na gestão da pastagem baldia.

1.2 Estrutura da dissertação

A estrutura da dissertação dividir-se-á em vários capítulos. No segundo capítulo será feita

uma abordagem teórica da história da floresta e do aparecimento e ocupação das casas de

guarda florestal, e as funções que vieram a desempenhar junto das comunidades locais.

O terceiro capítulo caracteriza-se pela a fundamentação teórica relativa ao cinema documental

e as opções estéticas.

No quarto capítulo, o trabalho dividir-se-á em três fases: pré-produção, produção, pós-

produção e redação.

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A primeira fase, incidirá sobre a planificação do trabalho onde será criado o dossier de

produção com toda a pesquisa e levantamento de informação (incluindo dados do Instituto da

Conservação da Natureza e das Florestas - ICNF); ideia/conceito, sinopse, guião (intenção e

técnico) e storyboards, contactos e autorizações de entidades relevantes.

Na fase de produção, será feita a criação do produto audiovisual em formato documental: aqui

será realizada a captura de imagem, como também a edição e o tratamento de imagem.

Na terceira fase, pós-produção, serão desenvolvidas ações de promoção e divulgação do

produto audiovisual nos meios digitais.

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2. Caracterização do estado de arte

Neste capítulo faz-se uma breve descrição da história e da evolução da floresta ao longo dos

tempos, centralizando-se de forma mais específica nas casas de guarda florestal. São

abordadas várias componentes, a histórica, a social, a política e a ambiental.

Com vista a incentivar a preservação deste património e a manter as memórias que estas casas

guardam intactas, é feita uma análise ao longo das várias componentes as quais nos remetem

para uma maior sensibilidade e atenção acerca do tema. Demonstra-se desta forma a

importância que as casas exerceram aquando do seu período de ativação, bem como dos seus

ocupantes.

Este capítulo caracteriza-se essencialmente pela abordagem aquando do aparecimento das

casas e os trabalhos que vieram a desempenhar, a sua importância ao longo dos anos e as mais

valias para a sociedade e, por fim, o abandono dos guardas e posterior degradação do

património.

2.1 História da evolução da floresta

O estado atual das florestas é o resultado de um longo e complexo processo que decorreu

durante milhões de anos, tendo sido, o Homem, o principal responsável pelas alterações dos

espaços florestais, tanto a nível de extensão como em termos de matéria. A História do ser

humano e a história das florestas teve, desde sempre, uma forte ligação, de onde resultaram

práticas, conhecimentos e doutrinas e de onde as paisagens se içaram e se moldaram de forma

poderosa, fazendo da floresta um importantíssimo património histórico e cultural. O poder

pernicioso do Homem nunca foi exercido com tão grande amplitude como no legado natural,

o processo de arborização e desarborização foi estigmatizado desde tempos remotos um

pouco por todo o património florestal mundial. Vieira (2000) comprova a importância das

florestas no panorama cultural referindo que “As florestas são um espaço de vida, de

diversidade, rico de formas, cores, luzes, movimentos e cheiros que se transforma ao longo do

dia e das estações do ano e que o Homem, através dos seus cinco sentidos, pode captar,

colecionando sensações que associa para uma percepção intensa e complexa da floresta”. A

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relação existente, desde então, entre o Homem e a floresta, manteve-se até aos dias que

correm, sendo que a floresta serviu, desde sempre, como um apoio ao Homem. De lá

recolhemos o primeiro alimento e as primeiras armas e ferramentas. De lá surgiram as

construções navais – que possibilitaram ao Homem a descoberta do mundo – e a construção

de símbolos religiosos, que simbolizam a miséria e a riqueza deste mesmo mundo atual. A

floresta está, indissoluvelmente ligada ao ser humano e, fez surgir em nós, possivelmente, o

primeiro sentido estético.

Os nossos reis sempre reconheceram as potencialidades e a importância das nossas florestas,

produzindo legislação para proteger o património florestal e cinegético. A 1ª dinastia foi

marcada pela concessão de coutadas e doação de matas a particulares e ordens religiosas, com

o principal objetivo de defender a caça grossa e a proteção da mata contra fogos e cortes

excessivos (Vieira, 2000).

Em 1605 já existiam 24 guardas florestais encarregados da vigilância do Pinhal de Leiria, que

guardavam as matas do estado e também as particulares. Havia esta necessidade devido à

escassez de madeiras para as construção naval, que já se ia notando, bem como de animais

para a prática da caça, atividade desde sempre ligada à nobreza. A missão do guarda florestal

não se limitava à vigilância, pois já lhes eram exigidos conhecimentos técnicos que tinham a

ver com a manutenção florestal. Em 1790, o Ministro Martinho de Melo e Castro, devido a

abusos cometidos por alguns guardas, elaborou um novo regulamento, em que foram criados

vários cargos onde cada um deles tinha uma função específica. O guarda florestal passou,

então, a residir nos perímetros florestais, sendo-lhes feitas mais exigências no local de

residência.

Em 1824 foi criado um regulamento, uma vez que já era atribuída uma remuneração pelos

seus serviços, e, com o passar do tempo, era cada vez mais exigido um maior conhecimento

técnico. Por esse motivo, e por uma necessidade de uma preparação mais específica para

desempenhar o cargo de guarda florestal, propôs-se, em 1836, a criação de uma escola

florestal na Marinha Grande.

Existindo já a distinção entre os guardas, em 1837, faz-se então uma maior diferenciação com

o fornecimento de chapas de metal amarelo aos primeiros guardas, para serem colocadas nos

chapéus (Figura 1).

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Figura 1: Chapas de metal usadas nos chapéus dos guardas florestais. Fonte: Arala Pinto, 1938

Com o avançar dos anos os guardas passaram a ter acesso aos quadros e com o Regulamento

de 1847 foi decidido o uso de uniforme (Figura. 2) “para serem reconhecidos e respeitados no

exercício das suas obrigações”, mas apenas em 1856 é que passam a usar fardamento, do qual

constava “calça de briche avivada a verde, para inverno, e de lona crua para verão; gravata

preta; boné (Képi) com as iniciais G F de metal amarelo; camisola de zuarte azul, aberta sobre

o peito; polaina curta de couro branco, por cima da calça, no inverno, e de lona crua no verão;

sapato de tacão raso; bolsa de couro suspensa a tiracolo, tendo na frente, sôbre o peito uma

chapa de metal amarelo com as armas reaes e a inscrição ‘Administração Geral das Matas’; o

armamento é igual ao que usa a artilharia” (Arala Pinto, 1938).

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Figura 2: Uniforme de guarda introduzido em 1847. Fonte: Arala Pinto, 1938

Em 1824 criou-se também a Administração Geral das Matas do Reino, no âmbito do

Ministério da Marinha, dando início ao Portugal Florestal Moderno, uma época notável do

desenvolvimento florestal no nosso país. Esta foi uma fase marcante na criação de

“legislação, proteção, fomento, introdução da técnica no ordenamento e gestão das matas,

organização dos serviços, publicação de trabalho de vulto e a criação do Ensino Superior

Florestal (1865)” (Vieira, 2000).

Segundo Mendonça (1961), os trabalhos de recuperação e arborização das zonas mais

necessitadas tiveram início no século XIX, sendo que os encargos foram iniciados na zona

litoral e na zona do interior de forma a gerar um acréscimo da área florestal e incentivar a

importância desta mudança, de forma a criar um maior povoamento nas zonas mais

necessitadas. Assim, foi criada uma “lei apresentada pelo Governo à Câmara dos Deputados

em 5 de Março de 1857” (Mendonça, 1961).

O século XX caracteriza-se por um aumento significativo da área florestal, resultante de uma

ação sistemática de arborização. O Regime Florestal, criado no início desse século, tinha

como objetivo dar resposta à carência de arborização em grandes extensões, especificamente

nas dunas e nas serras, mas também impedir a rápida degradação dos recursos florestais e

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evitar a erosão provocada por uma má utilização dos baldios serranos (Sá, 2004). Embora a

submissão de terrenos ao Regime Florestal tivesse sido processada desde a sua criação no

princípio do século, foi com o Plano de Povoamento Florestal de 1938 implementado em

larga escala e a em ritmo mais intenso, que se impôs um forte crescimento e autonomia dos

Serviços Florestais do Estado, sendo que só os baldios mais indicados para a cultura florestal,

eram reconhecidos pelos serviços oficiais a serem submetidos ao regime florestal (Mendonça,

1961). Este Plano foi criado para vigorar durante 30 anos e estavam previstas a criação de

várias administrações florestais e possíveis infraestruturas, tais como 1000 casas de guarda,

26 casas de administração, 140 postos de vigia, 2455 km de estradas, 1159 telefones e 5800

km de rede telefónica. Um dos motivos para a entrada em vigor deste plano foi a problemática

da desarborização e do sobrepastoreio, o que resultou na erosão extrema dos solos. A

resolução para este problema só seria possível com trabalhos de arborização e

desenvolvimento de melhores pastagens. No entanto, a implementação deste plano nem

sempre foi pacífica, gerou conflitos ao nível de escassez de matos, lenhas e estrumes,

problemas económicos das povoações face à redução da agricultura nos baldios e a agregação

de terrenos particulares nos perímetros florestais. Ainda assim, todos estes elementos,

ocorridos frequentemente, geraram ondas de revolta, conflitos judiciais e fogos postos, que

conduziram a várias deficiências verificadas, em especial junto das povoações.

Entretanto, as coisas começaram a ter melhores dias e com o tempo, e com os benefícios da

arborização, que entretanto se fizeram sentir, os ânimos acalmaram e apenas permaneceu o

resultado, a conclusão do revestimento das dunas e a submissão ao Regime Florestal de

350000 ha de baldios, tendo sido arborizados na sua maior parte através do Plano de

Povoamento.

Com a submissão do Regime Florestal houve um reforço significativo por parte dos Serviços

Florestais, foram intensificados os recursos financeiros bem como os meios humanos, houve

um aumento do corpo de guardas florestais com o objetivo de haver mais práticas das normas

técnicas e proteção das áreas submetidas (Sá, 2004).

Contudo, o planeamento florestal acabou por nunca ser compreendido como sendo uma

prioridade a nível nacional, constatou-se uma falha no que toca à investigação científica feita

nesta área. Os diversos planos de ordenamento florestal tiveram assim uma consecução que

ficou muito abaixo do que seria esperado, e as consequências deste problema foram evidentes,

notou-se um continuo aumento dos incêndios florestais, provocados pela ineficácia do Sector

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Florestal, e a ausência de politicas de exploração de recursos florestais que se traduzisse numa

aplicação sustentável e lucrativa (Coelho, 2003).

2.2 Importância das casas de guarda na gestão florestal

No inicio do século XIX, e devido à contínua desarborização que se fazia verificar, a

preocupação do Estado em volta desta problemática foi aumentando. Foi esta questão que deu

origem à criação, da, anteriormente referida, Administração Geral das Matas, em 1884. Com a

chegada do Regime Florestal esta legislação levou à submissão de diversas áreas, “este

processo vai-se alastrando a todo o país e toma um grande impulso em 1938, com a Lei de

Povoamento Florestal e respectivo Plano de 1939” (Jorge, 2003).

No decorrer do processo de arborização dos Perímetros Florestais, os terrenos particulares

deveriam ser arborizados pelos seus proprietários, seguindo os planos dos Serviços Florestais,

caso contrário o Estado tomava posse desses mesmos terrenos.

No entanto, a entrada em vigor do Regime Florestal não foi tão calma como se previa, em

especial nas áreas serranas, tanto pela dimensão, como pela falta de matos, incorporação dos

terrenos particulares e pelo abuso do pessoal florestal, o que originou diversas vezes o uso da

força, ameaças e perseguições políticas para ordenar a desapropriação dos baldios (Sá, 2004).

Em 1834, iniciou-se a criação de um corpo de guardas que habitava num determinado

perímetro florestal. A estes era concedido uma área especifica designada como cantão. Entre

1888 e 1973, o Estado dá início à construção de diversas casas (Figura. 3) seguindo projetos-

tipo (Jorge, 2003), onde os Serviços florestais pretendiam responder às necessidades locais,

recorrendo aos seus técnicos particulares com formação especifica para o efeito.

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Figura 3: Projetos tipo dos anexos das casas. Fonte: Inês Pereira, 2004/2005

O objetivo destas casas não passava apenas pelo simples abrigo dos guardas e das duas

famílias, pois a criação das mesmas está associada ao aparecimento do Regime Florestal,

integrando um importante mecanismo jurídico que possibilitou a intervenção do Estado de

acordo com o interesse público no fomento florestal do País (Corte-Real de Sousa Oliveira,

2010).

Quando era promulgado um perímetro florestal, era juntamente determinado um conjunto de

permissões ao respetivo agregado, como por exemplo levar o gado a pastar e vigia-lo, o

tratamento do mato, os resíduos das limpezas, lenhas secas, aproveitamento e abastecimento

de água, bem como “a manutenção de serventias indispensáveis para o trânsito de pessoas,

veículos e gados, etc.”. Os guardas florestais, perante todas estas permissões, estavam sujeitos

a uma vigilância contínua de modo a manter as boas-práticas dos trabalhos de arborização. “A

casa florestal era vista como uma escola da floresta e o guarda florestal como o seu principal

professor”, (Sá, 2004).

A assistência do Estado como forte empregador das povoações locais não se ficava apenas

pelas atividades de arborização, pois várias atividades foram um forte contributo para a

fixação das populações. Esta mudança teve origem na abertura de estradas florestais,

construção de pontes e casas de guarda florestal, aceiros e posteriormente obras de desbaste e

resinagem (Corte-Real de Sousa Oliveira, 2010).

A construção das casas vai muito além de uma mera habituação, tornou-se referência para a

história do Estado, com o próprio desenvolvimento arquitetónico ao longo dos anos, a sua

conceção foi antecedida de várias experiências de habitação, de forma a estabelecerem um

programa-base definindo o que seria fundamental numa casa a ser construída em espaço

florestal. Contudo, as primeiras casas a serem construídas tinham apenas como objetivo o

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abrigo do pessoal que lá residia ou que apenas para quem precisava de um alojamento

provisório (Sá, 2004).

O programa previsto antevia construções de custos controlados e orçamentos reduzidos, mas

com as condições básicas e necessárias para poderem ser habitadas. A casa, inicialmente com

dois pisos, era composta por um espaço que contava com um edifício principal e diversos

anexos, sendo uns para habitação e outros para arrumos. O tamanho das divisões era bastante

reduzido, se compararmos com as dimensões de casas de campo para a altura, dado o extenso

espaço existente. A estética era considerada de extrema importância, sendo implementadas

em locais de extrema beleza natural, embora desconsiderassem esses aspetos caso não

houvesse orçamento para os critérios estéticos. Contudo, um dos fatores fundamentais na sua

construção era a escolha dos materiais que deveriam obedecer a critérios de durabilidade e

segurança, mesmo que para tal implicasse custos de construção elevados.

Ao longo de várias décadas os conceitos básicos na construção destas casas mantiveram-se

inalterados, sendo definido pela experiencia dos Serviços Florestais a fixação destes

princípios. A zona de execução, a quantidade de divisões e a estrutura das casas vão-se

manter praticamente inalteradas ao longo de 80 anos. A estrutura das habitações usufruía de

uma cozinha, casa de banho (ou apenas lavatório e retrete), três quartos e um escritório, que

era considerado uma divisão indispensável, de acordo com o serviço administrativo que o

guarda estava encarregado de executar. Era responsável pela preservação de documentação,

preenchimento de folhas de jornais, folhas de medições, talões de venda, levantamento de

autos, entre outras atividades administrativas. Esta dependência restituía, assim, um elemento

fundamental para que a documentação das atividades estivesse longe do alcance dos filhos, e

de forma a que o guarda não tivesse que trabalhar na cozinha. “O escritório possuía uma porta

exterior e assumia tal importância que se encontrava na fachada principal do edifício, tendo

sido, aquando da revisão do projecto de 1948, o ponto de maiores criticas uma vez que o

acesso a um dos quatros dependia da passagem por esta divisão” (Jorge, 2003).

O número de quartos era bastante limitado para os paradigmas da época, nunca tendo havido

um propósito de restringir este número, para que não acontecessem situações consideradas

desagradáveis como a cozinha servir de dormitório. Sendo assim, um dos quartos era

designado para o guarda e a sua esposa, e dos restantes, um para os filhos e o último para as

filhas. As divisões para arrumações eram importantes e para estas existiam espaços próprios,

estavam destinadas aos pertences pessoais dos guardas e abrigo dos adornos das atividades.

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A princípio a zona de arrumos de todos os seus bens estava desvinculada da habitação,

passando mais tarde a fazer parte do edifício principal.

Estas casas, dada a sua localização, estavam preparadas para servir os seus habitantes, tendo

nos anexos um forno e um galinheiro que lhes proporcionaria uma independência citadina.

As primeiras casas construídas tinham apenas o objetivo de acomodar quem lá residia e

muitas vezes foram, mais tarde, aproveitadas para reconstrução.

Os primeiros projetistas foram engenheiros silvicultores e desenhadores com formação de

condução de obras públicas. Erguiam edifícios com um ou dois pisos, casas de alvenaria de

pedra ou de madeira, grandes telhados inclinados e casas unifamiliares, coletivas ou

geminadas. Pode-se constatar que os edifícios construídos refletiam quem os projetava.

Com o passar dos anos, chegou-se à conclusão que era necessário estas casas serem

construídas segundo um modelo único, que possibilitasse um controlo de custos, albergando o

corpo de guardas pelos perímetros florestais de todo o país. É então a partir do último quartel

do século XIX, que se inicia a construção de casas-tipo. Nesta altura o Estado investe em

arquitetos que idealizassem um modelo de casa capaz de ser construído em qualquer zona do

país, recorrendo a diversos tipos de materiais, organizando assim um programa de base com

alguma complexidade e a um custo reduzido.

Com o decorrer dos anos a supervisão das casas era contínua tendo sido diversos os modelos

que deram origem a alterações com o objetivo de resolver algumas irregularidades, a nível de

construção e organizacional. Foi sendo necessário aprimorar pequenas falhas com vista ao

aperfeiçoamento dos modelos. Verificou-se que as instalações sanitárias foram as que

sofreram mais transformações em termos de localização, acesso e acabamentos (Jorge, 2003).

A construção das casas de guarda teve um grande impacto na cultura do país, construídas

próximo das povoações e por vezes com a falta de vias de comunicação, muitas delas eram

auxiliadas por estradas florestais que serviam também as comunidades locais. Por sua vez, as

redes telefónicas eram escassas nas povoações, sendo o telefone instalado nas casas de guarda

fundamental para proceder a comunicações relevantes, embora estas comunicações não

fossem diretas, pois a ligação à Administração Florestal da Zona instalada em áreas dotadas

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de telefone para o exterior, permitia suprir algumas necessidades, dado que a chamada era

recebida internamente e a mensagem requerida era transmitida externamente.

O escritório da casa servia também para efetuar o pagamento de salário aos jornaleiros que,

eram, por vezes, recrutados entre as povoações locais, e eram pagos ao final do dia (Sá,

2004).

O sucesso do trabalho dos guardas para atingirem os objetivos nas suas atividades, passava

muito pela boa escolha dos locais na hora da construção das casas, tendo em conta as

características do perímetro, superfície e vias de comunicação. As condições de salubridade e

os matérias usados eram também tidas em conta na construção das casas.

Com o passar do tempo, o melhoramento dos acessos e dos meios de transporte, dá-se então

início ao processo de abandono dos guardas e das suas famílias para os centros urbanos

(Jorge, 2003).

2.3 Decisões e alterações relativas às casas de guarda florestal

Com a chegada do 25 de Abril, tiveram início as alterações na Direcção Geral de Florestas, o

que deu origem ao abandono das políticas da floresta impostas até então, desde o corpo

técnico, às administrações e às áreas florestais, e com um investimento técnico e financeiro

cada vez menor. Esta problemática originou o abandono das casas e estas ficaram expostas à

decadência natural e ao vandalismo (Jorge, 2003)

A criação dos Serviços Florestais vieram normalizar a floresta nacional de modo a garantir a

sua gestão e conservação. Nesta época, a ocorrência de incêndios era consideravelmente

reduzida, devido à menor quantidade de combustível produzido, tornando os matos e a lenha

uma mais-valia. Os guardas florestais e os mestres mostram-se, assim, como os principais

representantes da floresta, praticando as suas atividades de fiscalização, vigilância, proteção e

combate de incêndios, aquando da ocorrência de algum incêndio, estes rapidamente se uniam

com o resto da população com o objetivo de o extinguir.

Liliana Bento (2012) evidencia as afirmações de Lourenço (2005), dizendo que foi a partir da

década de 60 que se fez notar um maior êxodo rural e emigração da população agrícola,

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devido à modernização da agricultura e à política de arborização do Estado, baseada na

monocultura de pinheiro bravo. Todas estas problemáticas deram origem a uma floresta mais

desprotegida e foi a partir desta época que os incêndios atingiram dimensões devastadoras

(Bento, 2012)

Grande parte das casas de guarda florestal encontram-se atualmente em estado de degradação

e de destruição, sendo que apenas algumas delas ainda estão ao abrigo da Direcção Geral das

Florestas para fins diversos, “algumas foram cedidas a outras instituições, nomeadamente ao

Instituto de Conservação da Natureza, associações de caça e pesca, Corpo Nacional de

Escutas, etc” (Jorge, 2003), mas na sua grande maioria encontram-se ao abandono.

No início do ano 2000, o Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, propôs

a concurso cerca de 300 casas de guarda florestal, num contrato de 20 anos, onde estas iriam

sofrer obras de melhoramento e garantia de conservação e manutenção. As funções de

atribuição dos edifícios ficaram a cargo de várias entidades, entre elas os órgãos de

administração dos baldios, organizações não governamentais do ambiente, proprietários

florestais, entre outros. Contudo, as últimas eleições legislativas vieram alterar todas estas

propostas, devido às mudanças políticas sucedidas (Jorge, 2003).

Ainda com o 25 de abril, devido à desorganização de algumas instituições públicas, as

competências dos serviços florestais são diminuídas, deixando marcas consideráveis no

coberto florestal nacional, “esta situação tem reflexos muito negativos ao nível da defesa e

combate aos incêndios, pois a área de intervenção dos Serviços Florestais é extensa para além

da gestão dos espaços florestais públicos e comunitários” (Gama, 2007), o que fez com que

fossem declaradas leis que devolvessem os baldios às comunidades locais.

Com o problema da superabundância de madeira queimada, nos anos 80 o pinhal sofre uma

severa desvalorização. As populações que tinham acesso à eletricidade e ao gás reduzem

então o consumo de lenha e a floresta deixa aqui de ser uma fonte de produtividade. Para

piorar a situação, os proprietários deixam as terras para trás, desenvolvendo um maior risco e

afluência dos incêndios (Gama, 2007).

No entanto, dado que as casas deixam de servir os interesses dos Serviços Florestais, é

necessário saber que destino lhes conceder. O destino dos edifícios estava reservado,

principalmente, para várias associações, as de baldios, caçadores e pescadores.

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Contudo, estas associações estavam limitadas e a capacidade para realizarem obras de

manutenção nos imóveis era escassa. Atualmente, estes encontram-se em mau estado, tal

como se encontravam quando estavam ao abrigo do Estado.

Dado o número elevado de interessados, a venda de edifícios a particulares seria o caminho

mais fácil e lógico do ponto de vista económico, porque estaria adjacente uma valorização do

património. No entanto, a pergunta impunha-se. Seria essa a melhor opção, tendo em conta

uma possível degradação do património?

As casas estão munidas de uma forte potência turística, devido à sua localização e à paisagem

natural que as envolve. No entanto, os estudos de viabilidade do turismo de natureza não

deixam acordar esse tipo de exploração, devido ao número mínimo de habitações que é

estabelecido para que o negócio seja sustentável. Em consequência disso, algumas casas

passam por um processo de alienação e, algumas delas, sofrem profundas alterações. Estas

alterações não podem permitir o descompromisso com o passado, para que não se perca a

singularidade de cada edifício. A importância destes imóveis não pode ser julgada pelo seu

desmantelamento ou pela sua adulteração mas sim como edifícios isolados que valem pela sua

memória e pelo seu papel. Estes edifícios, ao pertencerem ao passado, tornam-se desajustados

no ponto de vista funcional. O passado deles é-nos desconhecido e, por não termos esse

conhecimento, pomos em risco o nosso património. No entanto, se olharmos para os 1500

exemplares como peças de um projeto com um enorme investimento, quer no ângulo

financeiro, quer no ângulo de concepção, obteremos um ponto de vista diferente (Jorge,

2003).

Ricardo Portal (2013), com base nas afirmações de Afonso (2009), diz-nos que face à

necessidade de colmatar as preocupações e imposições da sociedade relativas a assuntos do

património natural e ambiental, e à falta de uma entidade que controlasse os problemas

relativos à natureza, deu-se a criação, através de um protocolo entre os Ministérios da

Administração Interna e do Ambiente, de uma entidade exclusiva designada para tratar de

questões relacionadas com o ambiente de forma a responder às imposições feitas pela

sociedade, designadamente, o SEPNA. Ricardo Portal (2013) refere ainda, com base nas

palavras de Amado (2001), que um dos motivos que levou à criação desta entidade foi a falta

de fiscalização ambiental, atividade a qual as organizações ambientais não conseguiam

resolver. De acordo com a experiência europeia obtida pelas relações da mesma natureza, a

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GNR inicia-se nas questões ambientais com o objetivo de se atualizar segundo as pretensões

da sociedade neste assunto.

A GNR passa assim a representar uma papel importante tendo em conta que esta entidade se

encontra distribuída por todo o pais, podendo intervir de forma rápida num curto espaço de

tempo, com o poder de executar certas atividades com uma grande eficácia.

Apesar do SEPNA ter sido criado em 2001, a sua atividade só foi iniciada em 2002 e só em

2006 é que se concretizou a consolidação institucional, no decurso da publicação em Decreto-

Lei a 2 de Fevereiro, “este documento extingue na Direcção-Geral dos Recursos Florestais, o

Corpo Nacional da Guarda Florestal e transfere para o quadro civil da GNR o seu pessoal e

bens móveis, de acordo com o seu artigo 5.o e com o preâmbulo da Portaria n.º 798/2006, de

11 de agosto” (Portal, 2013).

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3. Breve introdução ao cinema documental

A definição de documentário segundo Alessandra Braga de Júlio (2008) baseada na obra de

Bill Nichols, Introdução ao Documentário, é sempre relativa. Para Nichols, assim como o

amor e a cultura adquirem significados contrastantes, o documentário é definido pela

diferença entre a ficção e a não ficção. É um género cinematográfico que se distingue pelo

compromisso com a compreensão da realidade, o que não significa necessariamente que

represente apenas e só a realidade como ela acontece, “o documentário é para Nichols, bem

como o cinema de ficção, uma representação parcial e subjectiva da realidade” (Braga de

Júlio, 2008).

Nos primórdios do cinema, com o aparecimento dos irmãos Lumiére, é notável como as suas

obras ficaram para a posterioridade com simples situações do dia a dia, como é o caso de A

Saída da Fábrica Lumière em Lyon (Figura 4). O simples procedimento de fixar a câmara

num local especifico de modo a captar o que se passava à sua frente, tornou-se parte do

conhecimento histórico, dado que essas imagens possibilitavam uma analise de como era a

realidade e o que tencionavam apresentar.

Figura 4: La Sortie de l'usine Lumière à Lyon, Louis

Lumière, 1895. Fonte: www.cristinamello.com.br/?p=43004

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Foram vários os filmes pioneiros neste género cinematográfico, um deles foi o Nannook

(Figura 5), com o objetivo de dar a conhecer a vida dos esquimós. Entre outros filmes, é

notório que se originou aqui uma preponderância para outras gerações e abriu horizontes no

mundo do cinema dentro do género do documentário (Martins, 2009).

O cinema documental, seguindo uma definição curta e simplista, é o registo do que acontece

no mundo real. Com as obras de Flaherty o cinema documental passa a ser reconhecido como

uma produção audiovisual que capta factos e situações do mundo real ou mundo histórico,

sendo os protagonistas os “sujeitos da ação” (Lucena, 2012).

Podemos dizer que o cinema documental é uma narrativa formada por imagens acompanhadas

de música, ruídos e falas, as quais procuramos sobre o mundo que nos rodeia, ou seja,

estabelece afirmações sobre o mundo na medida em que o espectador as receba de forma

assertiva (Ramos, 2008).

No caso deste documentário, este irá centrar-se numa narrativa composta por imagens

acompanhadas de música, som ambiente e falas dos sujeitos da ação, de forma a captar factos

do mundo real e dar a conhecer a realidade vivida pelos guardas florestais durante o seu

legado, através das memórias dos mesmos.

Figura 5: Nanook, Robert Flaherty, 1922. Fonte:

www.filmreference.com/Films-My-No/Nanook-of-the-

North.html

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4. Fundamentação estética

Neste documentário pretende-se valorizar tanto a componente visual como a componente

sonora, com base numa temática simples e acessível, formado por planos longos e com o

objetivo de transmitir a sensação de vários sentimentos. Juntou-se a valorização da natureza e

das paisagens com as memórias relatadas pelos protagonistas sobre acontecimentos do

passado, acontecimentos esses que os levaram a passar por um misto de emoções, provocadas

pelo sofrimento e as alegrias que foram suportando ao longo dos anos vividos na floresta de

forma isolada.

A influência do realismo está presente desde os primórdios do cinema, com o aparecimento

dos irmãos Lumière à procura do registo da realidade, desde cedo que houve uma necessidade

de transportar para imagens em movimento as temáticas sociais e políticas.

A conciliação entre as imagens das paisagens e dos locais captados com a realidade que

podemos constatar, tanto nas representações fílmicas como nos rostos dos entrevistados,

integrado com imagens de puro abandono e degradação, estabelecem assim a estética deste

projeto.

Com base no neo-realismo italiano, existe aqui também uma necessidade de mostrar a

realidade de um povo e de uma sociedade que passaram por uma época difícil, uma época de

maior sofrimento e menos condições, mas com a determinação e vontade de zelar pela defesa

das florestas do país. Machado (2012), diz-nos que o neo-realismo em Portugal teve um papel

importante no combate ao sofrimento do povo português, gerando a sua imputação. “Mais do

que a expressão de uma força política, o movimento neo-realismo foi a expressão de uma

solidariedade, de uma tomada de posição perante o sofrimento agravado do povo português”

(Machado, 2012).

Deste modo, e neste contexto, o estado de abandono é confrontado com as memórias que

teimam em permanecer na memórias de todos, em especial dos guardas.

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5. Elementos da composição fílmica

A linguagem cinematográfica sofre mudanças contínuas, suportam uma evolução através do

aparecimento de técnicas modernas e o desenvolvimento das já existentes. Os realizadores

beneficiam das suas qualidades criativas para oferecer o conhecimento e a informação

tornando as imagens fílmicas mais atrativas ao espectador.

Entre os inúmeros elementos fílmicos existentes no panorama cinematográfico, salientam-se

apenas os mais importantes para uma análise mais significativa: planos, movimentos de

câmara, som e montagem.

Os planos cinematográficos dizem respeito à proporção em que as personagens, e não só, são

enquadradas. O espectador pode ser influenciado emocionalmente pela escolha de plano. Os

planos podem ser o intervalo existente entre dois cortes ou um conjuntos de imagens fixas.

“Assim, a noção de plano por nós adoptada designa a unidade mínima da linguagem

cinematográfica, isto é, um segmento ininterrupto de tempo e espaço fílmico, ou seja, uma

imagem contínua entre dois cortes ou duas transições” (Nogueira, 2010). Posto isto, a escolha

dos planos irá desenrolar-se entre os planos gerais, planos médios e planos aproximados. Os

planos gerais têm um objetivo essencialmente emocional, prendendo-se em aspetos

paisagísticos e de caracterização das casas, remetem-nos para o lugar em questão e faz-nos

viajar. Existe também o objetivo de deixar o espectador refletir e respirar de forma calma e

serena. Nos restantes planos, médios e aproximados, existe o propósito de deixar que as

imagens falem por si, mas que deixem de igual forma o espectador pensar e refletir sobre a

melancolia e a consternação de ver um património em grande parte destruído.

Acrescenta-se a técnica cinematográfica timelapse, pois é uma técnica extremamente útil para

mostrar uma mudança no aspeto físico de um objeto, neste caso, uma paisagem, isto é, um

processo em que cada frame é tomado a uma velocidade muito mais lenta do que aquela que

será reproduzida. Tem como objetivo de mostrar a passagem do tempo com referência ou

comparação ao esquecimento desta temática.

Os realizadores de filmes utilizam os movimentos de câmara para criar maior dinamismo e

interação com o espectador, ajustando o seu significado. Nos primórdios do cinema, apenas

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existia a câmara fixa, ao longo do tempo a câmara passou a captar imagens em movimento.

Desde logo criou-se uma pequena revolução na interação com as cenas e a exploração de uma

linguagem que era impossível nas imagens estáticas. Foi então que surgiam alguns tipos de

movimentos como o travelling e a panorâmica. Os movimentos de câmara no presente

documentário são mínimos. Com o objetivo de se criarem longas memórias, os planos fixos

foram usados na sua maioria para perpetuar e memorizar cada imagem deste documentário,

acresce ainda o objetivo de deixar o espectador respirar emocionalmente. Numa pequena

quantidade, mas ainda assim com importância, existem ainda o travelling e a panorâmica.

Houve uma necessidade de introduzir pequenos apontamentos em movimento para dar a

sensação de abandono e fuga.

A banda sonora de um filme contribui significativamente para uma boa perceção e

compreensão da mensagem que se pretende passar. O som serve para fornecer ritmo às

imagens em movimento, a sua junção é necessária para se complementarem, unindo-se de

maneira a que a interação com o espectador seja absoluta e plena. O som deste trabalho tem

uma forte influencia nos sons mais “curiosos”, com uma componente mística e com algum

“suspense” à mistura. Permite sublinhar a calma e a nostalgia do tema. Assim este

documentário tem três elementos essências relativamente à banda sonora, os diálogos e

depoimentos das entrevistas dos mestres, a música pretende ser o ponto rítmico do

documentário, e os sons ambiente para mostrar a mística da floresta. O som quase nulo

paralelo aos quadros negros existentes no documentário, são intencionais. O intuito é que se

faça uma breve pausa e uma reflexão acerca do que já foi visualizado até então, existe

também uma necessidade de “respirar”. O uso da voz over remete-nos para o chamamento da

memória de uma época agora parcialmente esquecida.

Em relação à montagem impôs-se alguma contenção para sublinhar o ponto de vista. Quanto

as entrevistas e depoimentos deixou-se fluir o resultado do discurso com a óbvia escolha dos

excertos mais pertinentes mas sem adulterar o sentido e o contexto em que são ditos. Também

se pretendeu que a montagem fosse feita utilizando o espaço plano e profundo em coerência

com os movimentos de câmara escolhidos, estes foram reduzidos ao mínimo prevalecendo os

planos gerais e médios fixos. Como imagem sonora o silêncio desempenha um papel

determinante para a reflexão da temática e significado profundo da sua poética.

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6. Dossier de Pré-Produção

6.1 Ideia/Conceito

A criação deste documentário tem como principal objetivo perpetuar a memória dos antigos

guardas florestais bem como das suas casas, muitas destas abandonadas e vandalizas

atualmente. Com este documentário, pretende-se mostrar o estado em que se encontram

algumas das casas de guardas florestais espalhadas pela zona de Trás-os-Montes,

demonstrando que este património está em grande parte ao abandono, existindo uma

necessidade de conservação e criação de outros fins para estes locais. Pretende-se de igual

forma dar a conhecer as memórias que preservam os guardas que nelas habitaram, as funções

que exerciam e também as suas vivências. Irão ser feitos levantamentos de testemunhos de

antigos guardas e de administrativos que irão relatar as histórias vividas há alguns anos atrás.

Género: Documental

Duração: 18:14 minutos

Público-alvo: Maiores de 13

6.2 Sinopse

Três gerações, três mestres, três memórias. Foram muitos os guardas florestais que

desempenharam um papel com grande importância nas florestas nacionais. Hoje, tudo o que

resta são apenas memórias e vivências dessa época.

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6.3 Guião de Intenção

Nesta fase vai ser planeado e estruturado todo o documentário, de forma simples e direta. É

constituído por todos os aspetos visíveis e audíveis do documentário, as ações, as falas, os

detalhes ambientais, etc. É composto pela forma sequencial como será visto o documentário

no final.

Título: Testemunhos do Património: Memórias da Casa do Guarda

Produção: Tânia Rocha

Ajuda à produção: Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Comunicação e

Multimédia - UTAD, Laboratório de Artes Visuais e Multimédia

Storyboard/Guião: Margarida Pinto e Joana Garcia

Direção de fotografia/Edição/Pós-edição: Margarida Pinto

Sonografia: Guilhermino Martins

Promoção e divulgação: Margarida Pinto

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GUIÃO “TESTEMUNHOSDO PATRIMÓNIO – MEMÓRIAS DA CASA DO GUARDA”

IMAGEM SOM

Cena 1

Ecrã negro. Locução.

Transição: corte direto.

Cena 2

Ecrã negro. Título do documentário:

“Testemunhos do Património –

Memórias da Casa do Guarda”

Transição: fade

Cena 3

Paisagem de Montalegre.

Transição: corte direto

Cena 4

Paisagem de Montalegre.

Transição: corte direto

Cena 5

Paisagem de Montalegre.

Transição: corte direto

Cena 6

Plano 1

Paisagem da Serra do Marão.

Transição: corte direto

Voz over da D. Adelaide.

Faixa “Onomatopeia da Floresta” do

autor Guilhermino Martins

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Plano 2

Paisagem da Serra do Marão.

Transição: corte direto

Plano 3

Paisagem da Serra do Marão.

Transição: corte direto

Cena 7

Paisagem da Serra do Marão.

Transição: corte direto

Cena 8

Plano 1

Vista sobre uma casa de guarda na

Serrão do Marão.

Transição: corte direto.

Plano 2

Casa de guarda florestal na Serra do

Marão.

Transição: corte direto

Plano 3

Interior de uma casa de guarda

florestal na Serra do Marão.

Transição: corte direto

Plano 4

Interior de uma casa de guarda

florestal na Serra do Marão.

Transição: corte direto

Plano 5

Interior de uma casa de guarda

florestal na Serra do Marão.

Transição: corte direto

Voz over do Mestre Salvador.

Voz over do Mestre Salvador.

Voz over do Mestre Salvador.

Voz over do Mestre Salvador.

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Plano 6

Exterior de uma casa de guarda

florestal na Serra do Marão.

Transição: corte direto

Plano 7

Casa de guarda florestal na Serra do

Marão.

Transição: corte direto

Plano 8

Casa de guarda florestal na Serra do

Marão.

Transição: corte direto

Cena 9

Ecrã negro.

Transição: corte direto.

Cena 10

Apresentação de um dos Guardas

Florestais e interveniente no

documentário, o Mestre Salvador.

Transição: corte direto.

Cena 11

Ecrã negro.

Transição: corte direto.

Cena 12

Mestre Salvador a falar.

Transição: corte direto.

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Cena 13

Plano das árvores no exterior da casa

de guarda florestal de Montalegre,

onde ainda habita o Mestre Salvador.

Transição: corte direto.

Cena 14

Mestre Salvador a falar.

Transição: corte direto.

Cena 15

Plano 1

Exterior da casa de guarda florestal

de Montalegre, habitada pelo Mestre

Salvador.

Transição: corte direto.

Plano 2

Roupa estendida nas traseiras da casa

de guarda florestal de Montalegre,

onde habita o Mestre Salvador.

Transição: corte direto.

Plano 3

Tanque, pertencente à casa de guarda

florestal onde habita o Mestre

Salvador.

Transição: corte direto.

Cena 16

Mestre Salvador a falar.

Transição: corte direto.

Cena 17

Voz over do Mestre Salvador.

Voz over do Mestre Salvador.

Voz over do Mestre Salvador.

Voz over do Mestre Salvador.

Voz over do Mestre Salvador.

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Ecrã negro.

Transição: corte direto.

Cena 18

Apresentação de um dos Guardas

Florestais e interveniente no

documentário, o Mestre Miguel.

Transição: corte direto.

Cena 19

Ecrã negro.

Transição: corte direto.

Cena 20

Mestre Miguel a falar.

Transição: corte direto.

Cena 21

Ecrã negro.

Transição: corte direto.

Cena 22

Apresentação de um dos Guardas

Florestais e interveniente no

documentário, o Mestre Fernando.

Transição: corte direto.

Cena 23

Ecrã negro.

Transição: corte direto.

Cena 24

Mestre Fernando a falar.

Voz over do Mestre Salvador.

Voz over do Mestre Miguel.

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Transição: corte direto.

Cena 25

Mestre Salvador a falar.

Transição: corte direto.

Cena 26

Floresta onde os trabalhadores do

ICNF (Instituto de Conservação da

Natureza e das Florestas) exercem a

sua função.

Transição: corte direto.

Cena 27

Floresta onde os trabalhadores do

ICNF (Instituto de Conservação da

Natureza e das Florestas) exercem a

sua função.

Transição: corte direto.

Cena 28

Árvore a ser marcada.

Transição: corte direto.

Cena 29

Plano 1

Floresta.

Transição: corte direto.

Plano 2

Folhas de uma árvore.

Transição: corte direto.

Voz over do Mestre Fernando.

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

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Cena 30

Mestre Miguel a falar.

Transição: corte direto.

Cena 31

Plano 1

Floresta

Transição: corte direto.

Plano 2

Floresta

Transição: corte direto.

Cena 32

Plano 1

Floresta

Transição: corte direto.

Plano 2

Floresta

Transição: corte direto.

Cena 33

Mestre Fernando a falar.

Transição: corte direto.

Cena 34

Plano de um funcionário do ICNF a

trabalhar na floresta.

Transição: corte direto.

Cena 35

Plano de uma floresta onde os

trabalhadores do ICNF (Instituto de

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Fernando

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Conservação da Natureza e das

Florestas) exercem a sua função.

Transição: corte direto.

Cena 36

Plano 1

Mestre Salvador a falar.

Transição: corte direto.

Plano 2

Plano das divisas usadas na farda de

guarda florestal do Mestre Salvador.

Transição: corte direto.

Plano 3

Mestre Salvador a falar.

Transição: corte direto.

Plano 4

Plano do objecto metálico colocado

na frente do chapéu de guarda

florestal do Mestre Salvador.

Transição: corte direto.

Plano 5

Mestre Salvador a falar.

Transição: corte direto.

Plano 6

Livro de orientação do Mestre

Salvador.

Transição: corte direto.

Plano 7

Mestre Salvador a falar.

Transição: corte direto.

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

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Cena 37

Plano 1

Casa de guarda florestal.

Transição: corte direto.

Plano 2

Portas de uma casa de guarda

florestal.

Transição: corte direto.

Plano 3

Interior de uma casa de guarda

florestal.

Transição: corte direto.

Plano 4

Edifícios degradados, anexos de uma

casa de guarda florestal.

Transição: corte direto.

Plano 5

Traseiras de uma casa de guarda

florestal.

Transição: corte direto.

Plano 6

Plano de uns pormenores à entrada de

uma casa de guarda florestal.

Transição: corte direto.

Plano 7

Janela de uma casa de guarda

florestal, vista do interior.

Transição: corte direto.

Cena 38

Mestre Miguel a falar.

Transição: corte direto.

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

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Cena 39

Plano 1

Fachada principal de uma casa de

guarda florestal.

Transição: corte direto.

Plano 2

Interior da casa de guarda florestal.

Transição: corte direto.

Plano 3

Antiga cozinha da casa de guarda

florestal.

Transição: corte direto.

Plano 4

Antiga casa de banho da casa de

guarda florestal.

Transição: corte direto.

Cena 40

Mestre Fernando a falar.

Transição: corte direto.

Cena 41

Plano dos pormenores do interior de

uma casa de guarda florestal

abandonada.

Transição: Corte direto.

Cena 42

Fonte próxima da casa de guarda

florestal.

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Fernando

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Transição: Corte direto.

Cena 43

Interior de uma casa de guarda

florestal.

Transição: corte direto.

Cena 44

Floresta

Transição: corte direto.

Cena 45

Paisagem na Serra do Alvão.

Transição: corte direto.

Cena 46

Ecrã negro.

Transição: corte direto.

Cena 47

Mestre Salvador a falar.

Transição: corte direto.

Cena 48

Casa do Mestre Salvador.

Transição: corte direto.

Cena 49

Plano 1

Aldeia de Montalegre.

Transição: corte direto.

Plano 2

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

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Aldeia de Montalegre.

Transição: corte direto.

Plano 3

Aldeia de Montalegre.

Transição: corte direto.

Cena 50

Plano 1

Floresta.

Transição: corte direto.

Plano 2

Floresta.

Transição: corte direto.

Cena 51

Mestre Fernando a falar.

Transição: corte direto.

Cena 52

Plano 1

Plano de uma casa florestal.

Transição: corte direto.

Plano 2

Entrada de uma casa florestal.

Transição: corte direto.

Plano 3

Interior destruído de uma casa

florestal.

Transição: corte direto.

Plano 4

Fonte pertencente a uma casa

florestal.

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

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Transição: corte direto.

Cena 53

Mestre Miguel a falar.

Transição: corte direto.

Cena 54

Plano 1

Paisagem sobre a Serra do Alvão.

Transição: corte direto.

Plano 2

Paisagem sobre a Serra do Alvão.

Transição: corte direto.

Plano 3

Paisagem sobre a Serra do Alvão.

Transição: corte direto.

Cena 55

Mestre Miguel a falar.

Transição: corte direto.

Cena 56

Plano 1

Plano de uma floresta onde os

trabalhadores do ICNF (Instituto de

Conservação da Natureza e das

Florestas) exercem a sua função.

Transição: corte direto.

Plano 2

Plano de uma floresta onde os

trabalhadores do ICNF (Instituto de

Conservação da Natureza e das

Florestas) exercem a sua função.

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

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Transição: corte direto.

Plano 3

Plano de uma floresta onde os

trabalhadores do ICNF (Instituto de

Conservação da Natureza e das

Florestas) exercem a sua função.

Transição: corte direto.

Plano 4

Plano de uma floresta onde os

trabalhadores do ICNF (Instituto de

Conservação da Natureza e das

Florestas) exercem a sua função.

Transição: corte direto.

Cena 57

Ecrã negro.

Transição: corte direto.

Cena 58

Mestre Miguel a falar.

Transição: corte direto.

Cena 59

Plano 1

Mestre Salvador a falar.

Transição: corte direto.

Plano 2

Mestre Salvador a falar.

Transição: corte direto.

Cena 60

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

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Ecrã negro.

Transição: corte direto.

Cena 61

Mestre Miguel a falar.

Transição: corte direto.

Cena 62

Mestre Salvador a falar.

Transição: corte direto.

Cena 63

Plano 1

Vista de uma casa de guarda florestal

ainda habitada por um dos

intervenientes, o Mestre Salvador.

Transição: corte direto.

Plano 2

Vista de uma casa de guarda florestal

ainda habitada por um dos

intervenientes, o Mestre Salvador.

Transição: corte direto.

Cena 64

Plano 1

Vista sobre uma casa de guarda

florestal.

Transição: corte direto.

Plano 2

Parede em ruínas de uma casa de

guarda florestal.

Transição: corte direto.

Plano 3

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Miguel

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Interior de uma casa de guarda

florestal.

Transição: corte direto.

Plano 4

Interior em ruínas de uma casa de

guarda florestal.

Transição: corte direto.

Cena 65

Plano 1

Vista sobre uma casa de guarda

florestal.

Transição: corte direto.

Plano 2

Lateral de uma casa de guarda

florestal.

Transição: corte direto.

Plano 3

Entrada de uma casa de guarda

florestal.

Transição: corte direto.

Cena 66

Vista sobre a Serra do Alvão.

Transição: corte direto.

Cena 67

Plano do Mestre Salvador a falar.

Transição: corte direto.

Cena 68

Casa de guarda florestal em ruínas.

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

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Transição: corte direto.

Cena 69

Plano 1

Interior de uma casa de guarda

florestal em ruínas.

Transição: corte direto.

Plano 2

Interior de uma casa de guarda

florestal em ruínas.

Transição: corte direto.

Cena 70

Plano 1

Interior de uma casa de guarda

florestal em ruínas.

Transição: corte direto.

Plano 2

Interior de uma casa de guarda

florestal em ruínas.

Transição: corte direto.

Plano 3

Interior de uma casa de guarda

florestal em ruínas.

Transição: corte direto.

Plano 4

Interior de uma casa de guarda

florestal em ruínas.

Transição: corte direto.

Plano 5

Telhado de uma casa de guarda

florestal em ruínas.

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Miguel

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

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Transição: corte direto.

Cena 71

Chão à entrada de uma casa de

guarda florestal.

Transição: corte direto.

Cena 72

Plano 1

Plano do Mestre Salvador a falar.

Transição: corte direto.

Plano 2

Plano do Mestre Salvador a falar.

Transição: corte direto.

Cena 73

Plano do Mestre Fernando a falar.

Transição: corte direto.

Cena 74

Serra do Marão.

Transição: corte direto.

Cena 75

Plano 1

Serra do Marão.

Transição: corte direto.

Plano 2

Serra do Marão.

Transição: corte direto.

Cena 76

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

Voz over do Mestre Salvador

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Casa de guarda florestal abandonada.

Transição: corte direto.

Cena 77

Plano 1

Vista sobre uma casa de guarda

florestal abandonada.

Transição: corte direto.

Plano 2

Vista da floresta.

Transição: corte direto.

Cena 78

Ecrã negro.

Transição: corte direto

Cena 79

Vista da Serra do Alvão.

Transição: corte direto.

Cena 80

Vista da Serra do Alvão.

Transição: corte direto.

Cena 81

Vista da Serra do Alvão.

Transição: corte direto.

Cena 82

Plano 1

Animais a pastar.

Transição: corte direto.

Plano 2

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

Voz over do Mestre Fernando

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Animal a pastar.

Transição: corte direto.

Cena 83

Plano 1

Rio na Serra do Alvão.

Transição: corte direto.

Plano 2

Rio na Serra do Alvão.

Transição: corte direto.

Cena 84

Floresta

Transição: corte direto

Cena 85

Floresta

Transição: corte direto

Cena 86

Floresta

Transição: corte direto

Cena 87

Floresta

Transição: corte direto

Cena 88

Ecrã negro. Locução.

Transição: fade.

Cena 89

Vista sobre a Serra do Alvão.

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Transição: Fade.

Técnica Timelapse.

Cena 90

Ecrã negro.

Transição: corte direto.

Cena 91

Créditos finais

Voz over da D. Adelaide

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6.4 Guião Técnico

O Guião Técnico apresenta indicações referentes às cenas e planos, aos movimentos de câmara, iluminação, durações, som, etc. Em suma este

guião contém toda a informação necessária para a realização do documentário, informação essa que posteriormente vai ser complementada com o

storyboard.

Nº de

Cena

Nº de

Plano

Ângulo/

Perspectiva

Escala do

Plano

Movimento

de Câmara Iluminação

Local da

Ação Descrição da Ação

Duração do

Plano

Duração

Total

1 1 - - - - - Locução 00:18 00:18

2 1 - - - - - Título 00:10 00:28

3 1 Normal Geral Fixo Natural Montalegre Paisagem de

Montalegre 00:10 00:38

4 1 Normal Geral Fixo Natural Montalegre Paisagem de

Montalegre 00:10 00:48

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5 1 Normal Geral Fixo Natural Montalegre Paisagem de

Montalegre 00:10 00:58

6 1 Normal Geral Fixo Natural Serra do

Marão

Paisagem da Serra

do Marão 00:07 01:05

6 2 Normal Geral Fixo Natural Serra do

Marão

Paisagem da Serra

do Marão 00:07 01:12

6 3 Normal Médio Fixo Natural Serra do

Marão

Paisagem da Serra

do Marão 00:07 01:19

7 1 Picado Médio Fixo Natural Serra do

Marão

Paisagem da Serra

do Marão 00:07 01:27

8 1 Normal Geral Fixo Natural Serra do

Marão

Vista sobre uma casa

de guarda na Serra

do Marão

00:06 01:33

8 2 Normal Médio Fixo Natural Serra do

Marão

Casa Florestal na

Serra do Marão 00:05 01:38

8 3 Normal Médio Travelling Natural Serra do

Marão

Interior da Casa

Florestal da Serra do

Marão

00:06 01:44

8 4 Normal Aproximado Fixo Natural Serra do

Marão

Interior da Casa

Florestal da Serra do 00:05 01:49

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Marão

8 5 Normal Aproximado Travelling Natural Serra do

Marão

Interior da Casa

Florestal da Serra do

Marão

00:05 01:54

8 6 Normal Aproximado Fixo Natural Serra do

Marão

Exterior da Casa

Florestal da Serra do

Marão

00:05 01:59

8 7 Normal Médio Fixo Natural Serra do

Marão

Casa Florestal da

Serra do Marão 00:04 02:03

8 8 Normal Médio Fixo Natural Serra do

Marão

Casa Florestal da

Serra do Marão 00:05 02:08

9 1 Normal - - - - Ecrã negro 00:03 02:11

10 1 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Apresentação de um

interveniente 00:05 02:16

11 1 Normal - - - - Ecrã negro 00:02 02:18

12 1 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Interveniente a falar 00:43 03:01

13 1 Normal Médio Panorâmica Natural Montalegre

Exterior da casa de

guarda florestal de

Montalegre

00:05 03:06

14 1 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Interveniente a falar 00:02 03:08

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15 1 Normal Médio Fixo Natural Montalegre

Exterior da casa de

guarda florestal de

Montalegre

00:04 03:12

15 2 Normal Médio Travelling Natural Montalegre

Exterior da casa de

guarda florestal de

Montalegre

00:04 03:16

15 3 Normal Médio Fixo Natural Montalegre

Exterior da casa de

guarda florestal de

Montalegre

00:04 03:20

16 1 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Interveniente a falar 00:10 03:30

17 1 Normal - - - - Ecrã negro 00:03 03:33

18 1 Normal Médio Fixo Natural Chaves Apresentação de um

interveniente 00:04 03:37

19 1 Normal - - - - Ecrã negro 00:03 03:40

20 1 Normal Médio Fixo Natural Chaves Interveniente a falar 00:04 04:44

21 1 Normal - - - - Ecrã negro 00:03 04:47

22 1 Normal Médio Fixo Natural Mondim de

Basto

Apresentação de um

interveniente 00:04 04:51

23 1 Normal - - - - Ecrã negro 00:02 04:53

24 1 Normal Médio Fixo Natural Mondim de Interveniente a falar 00:36 05:29

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Basto

25 1 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Interveniente a falar 00:05 05:34

26 1 Normal Médio Fixo Natural Serra do

Marão

Vista de uma

floresta onde

trabalhadores

exercem a sua

função

00:05 05:39

27 1 Normal Médio Fixo Natural Serra do

Marão

Vista de uma

floresta onde

trabalhadores

exercem a sua

função

00:04 05:43

28 1 Normal Aproximado Fixo Natural Serra do

Marão

Trabalhador

exercendo a sua

função

00:04 05:47

29 1 Normal Aproximado Panorâmica Natural Serra do

Marão Floresta 00:04 05:51

29 2 Normal Close up Fixo Natural Serra do

Marão

Folhas de uma

árvore 00:04 05:55

30 1 Normal Médio Fixo Natural Chaves Interveniente a falar 00:03 05:58

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31 1 Normal Geral Fixo Natural Montalegre Floresta 00:05 06:03

31 2 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Floresta 00:04 06:07

32 1 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Floresta 00:05 06:12

32 2 Normal Geral Panorâmica Natural Montalegre Floresta 00:05 06:17

33 1 Normal Médio Fixo Natural Mondim de

Basto Interveniente a falar 00:13 06:30

34 1 Normal Médio Fixo Natural Serra do

Marão

Trabalhador

exercendo a sua

função

00:03 06:33

35 1 Normal Médio Fixo Natural Serra do

Marão

Trabalhadores

exercendo a sua

função

00:03 06:36

36 1 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Interveniente a falar 00:06 06:42

36 2 Contra-

picado Aproximado Panorâmica Natural Montalegre

Divisas de um

guarda florestal 00:05 06:47

36 3 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Interveniente a falar 00:04 06:51

36 4 Contra-

picado Aproximado Panorâmica Natural Montalegre

Objecto metálico do

chapéu do guarda

florestal

00:04 06:55

36 5 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Interveniente a falar 00:12 07:07

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36 6 Contra-

picado Aproximado Fixo Natural Montalegre

Livro de orientação

do guarda florestal 00:04 07:11

36 7 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Interveniente a falar 00:14 07:25

37 1 Normal Médio Fixo Natural Serra do

Marão

Casa de guarda

florestal 00:04 07:29

37 2 Normal Aproximado Travelling Natural Serra do

Marão

Vista das portas da

casa de guarda

florestal

00:04 07:33

37 3 Normal Aproximado Fixo Natural Serra do

Marão

Vista do interior de

uma casa de guarda

florestal

00:05 07:38

37 4 Normal Médio Fixo Natural Serra do

Marão

Anexos de uma casa

de guarda florestal 00:03 07:41

37 5 Normal Médio Travelling Natural Serra do

Marão

Vista sobre uma casa

de guarda florestal 00:05 07:46

37 6 Normal Aproximado Fixo Natural Serra do

Marão

Pormenores de uma

casa de guarda

florestal

00:07 07:53

37 7 Normal Aproximado Travelling Natural Serra do

Marão

Interior de uma casa

de guarda florestal 00:05 07:58

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38 1 Normal Médio Fixo Natural Chaves Interveniente a falar 00:05 08:03

39 1 Normal Médio Fixo Natural Amarante Vista sobre uma casa

de guarda florestal 00:04 08:07

39 2 Normal Aproximado Travelling Natural Amarante Interior de uma casa

de guarda florestal 00:04 08:11

39 3 Normal Aproximado Fixo Natural Amarante Interior de uma casa

de guarda florestal 00:03 08:14

39 4 Normal Aproximado Fixo Natural Amarante Interior de uma casa

de guarda florestal 00:03 08:17

40 1 Normal Médio Fixo Natural Chaves Interveniente a falar 00:03 08:20

41 1 Normal Aproximado Fixo Natural Vila Real Interior de uma casa

de guarda florestal 00:04 08:24

42 1 Normal Aproximado Travelling Natural Vila Real

Fonte próxima de

uma casa de guarda

florestal

00:04 08:28

43 1 Normal Médio Travelling Natural Vila Real Interior de uma casa

de guarda florestal 00:04 08:32

43 2 Normal Aproximado Fixo Natural Vila Real Interior de uma casa

de guarda florestal 00:04 08:36

44 1 Normal Médio Fixo Natural Vila Real Floresta 00:04 08:40

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45 1 Normal Médio Fixo Natural Vila Real Paisagem 00:03 08:43

46 1 Normal - - - - Ecrã negro 00:03 08:46

47 1 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Interveniente a falar 00:04 08:50

48 1 Normal Médio Travelling Natural Montalegre Casa de guarda

florestal 00:04 08:54

49 1 Normal Médio Travelling Natural Montalegre Aldeia de

Montalegre 00:04 08:58

49 2 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Aldeia de

Montalegre 00:04 09:02

49 3 Normal Médio Travelling Natural Montalegre Aldeia de

Montalegre 00:03 09:05

50 1 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Floresta 00:03 09:08

50 2 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Floresta 00:08 09:16

51 1 Normal Médio Fixo Natural Mondim de

Basto Interveniente a falar 00:05 09:21

52 1 Normal Médio Travelling Natural Vila Real Vista sobre uma casa

de guarda florestal 00:05 09:26

52 2 Normal Aproximado Travelling Natural Vila Real Entrada de uma casa

de guarda florestal 00:04 09:30

52 3 Normal Aproximado Travelling Natural Vila Real Interior de uma casa 00:05 09:35

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de guarda florestal

52 4 Normal Aproximado Fixo Natural Vila Real Fonte de uma casa

de guarda florestal 00:15 09:50

53 1 Normal Médio Fixo Natural Chaves Interveniente a falar 00:05 09:55

54 1 Normal Geral Travelling Natural Serra do

Alvão

Paisagem sobre a

Serra do Alvão 00:05 10:00

54 2 Normal Geral Fixo Natural Serra do

Alvão

Paisagem sobre a

Serra do Alvão 00:10 10:10

54 3 Normal Geral Fixo Natural Serra do

Alvão

Paisagem sobre a

Serra do Alvão 00:08 10:18

55 1 Normal Médio Fixo Natural Chaves Interveniente a falar 00:03 10:21

56 1 Normal Médio Fixo Natural Montalegre

Trabalhadores

exercendo as suas

funções

00:04 10:25

56 2 Normal Médio Panorâmica Natural

Montalegre

Trabalhadores

exercendo as suas

funções

00:04 10:29

56 3 Normal Aproximado Panorâmica Natural

Montalegre

Trabalhadores

exercendo as suas

funções

00:04 10:33

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57 1 Normal - - - - Ecrã negro 00:03 10:36

58 1 Normal Médio Fixo Natural Chaves Interveniente a falar 00:59 11:35

59 1 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Interveniente a falar 00:18 11:53

59 2 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Interveniente a falar 00:28 12:21

60 1 Normal - - - - Ecrã negro 00:03 12:24

61 1 Normal Médio Fixo Natural Chaves Interveniente a falar 00:14 12:38

62 2 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Interveniente a falar 00:05 12:43

63 1 Normal Médio Travelling Natural

Montalegre

Vista de uma casa de

guarda florestal,

ainda habitada por

um dos

intervenientes

00:04 12:47

63 2 Normal Médio Fixo Natural

Montalegre

Vista de uma casa de

guarda florestal,

ainda habitada por

um dos

intervenientes

00:04 12:51

64 1 Normal Médio Travelling Natural Montalegre Vista sobre uma casa

de guarda florestal 00:04 12:55

64 2 Normal Aproximado Panorâmica Natural Montalegre Parede em ruínas de 00:04 12:59

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uma casa de guarda

florestal

64 3 Normal Aproximado Fixo Natural Montalegre Interior de uma casa

de guarda florestal 00:04 13:03

64 4 Normal Aproximado Panorâmica Natural Montalegre

Interior em ruínas de

uma casa de guarda

florestal

00:04 13:07

65 1 Normal Médio Travelling Natural Vila Real Vista sobre uma casa

de guarda florestal 00:04 13:11

65 2 Normal Aproximado Fixo Natural Vila Real Lateral de uma casa

de guarda florestal 00:04 13:15

65 3 Normal Aproximado Travelling Natural Vila Real Entrada de uma casa

de guarda florestal 00:04 13:19

66 1 Normal Geral Fixo Natural Serra do

Alvão

Vista sobre a Serra

do Alvão 00:04 13:23

67 1 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Interveniente a falar 00:18 13:41

68 1 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Casa de guarda

florestal em ruínas 00:04 13:45

69 1 Normal Aproximado Fixo Natural Vila Real Interior em ruínas de

uma casa de guarda 00:04 13:49

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florestal

69 2 Normal Aproximado Panorâmica Natural Vila Real

Interior em ruínas de

uma casa de guarda

florestal

00:04 13:53

70 1 Normal Aproximado Fixo Natural Montalegre

Interior em ruínas de

uma casa de guarda

florestal

00:04 13:57

70 2 Normal Aproximado Fixo Natural Montalegre

Interior em ruínas de

uma casa de guarda

florestal

00:03 14:00

70 3 Normal Aproximado Travelling Natural Montalegre

Interior em ruínas de

uma casa de guarda

florestal

00:04 14:04

70 4 Normal Aproximado Fixo Natural Montalegre

Interior em ruínas de

uma casa de guarda

florestal

00:04 14:08

70 5 Picado Aproximado Fixo Natural Montalegre Telhado de uma casa

em ruínas 00:05 14:13

71 1 Contra-

picado Aproximado Fixo Natural Vila Real

Chão à entrada de

uma casa de guarda 00:04 14:17

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florestal

72 1 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Interveniente a falar 00:16 14:33

72 2 Normal Médio Fixo Natural Montalegre Interveniente a falar 00:15 14:48

73 1 Normal Médio Fixo Natural Chaves Interveniente a falar 00:05 14:53

74 1 Normal Geral Fixo Natural Serra do

Marão

Vista sobre a Serra

do Marão 00:04 14:57

75 1 Normal Médio Panorâmica Natural Serra do

Marão

Vista sobre a Serra

do Marão 00:04 15:01

75 2 Normal Médio Fixo Natural Serra do

Marão

Vista sobre a Serra

do Marão 00:04 15:05

76 1 Normal Médio Fixo Natural Aboadela

Vista sobre uma casa

de guarda florestal

abandonada

00:04 15:09

77 1 Normal Médio Fixo Natural Amarante Vista sobre uma casa

de guarda florestal 00:04 15:13

77 2 Normal Médio Fixo Natural Serra do

Marão Floresta 00:05 15:18

78 1 Normal - - - - Ecrã negro 00:03 15:21

79 1 Normal Geral Fixo Natural Serra do

Alvão

Vista da Serra do

Alvão 00:09 15:30

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80 1 Normal Geral Panorâmica Natural Serra do

Alvão

Vista da Serra do

Alvão 00:09 15:39

81 1 Normal Geral Fixo Natural Serra do

Alvão

Vista da Serra do

Alvão 00:11 15:50

82 1 Normal Médio Fixo Natural Serra do

Alvão Animais a pastar 00:10 16:00

82 2 Normal Médio Fixo Natural Serra do

Alvão Animal a pastar 00:10 16:10

83 1 Normal Médio Fixo Natural Serra do

Alvão

Rio da Serra do

Alvão 00:10 16:20

83 2 Normal Aproximado Fixo Natural Serra do

Alvão

Rio da Serra do

Alvão 00:10 16:30

84 1 Normal Aproximado Fixo Natural Serra do

Alvão Floresta 00:10 16:40

85 1 Normal Aproximado Fixo Natural Serra do

Alvão Floresta 00:10 16:50

86 1 Normal Aproximado Fixo Natural Serra do

Alvão Floresta 00:10 17:00

87 1 Picado Geral Fixo Natural Serra do

Alvão Serra do Alvão 00:10 17:10

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88 1 Normal - - - - Locução 00:12 17:22

89 1 Normal Geral Fixo Natural Serra do

Alvão

Timelapse da Serra

do Alvão 00:15 17:37

90 1 Normal - - - - Ecrã negro 00:02 17:39

91 1 Normal - - - - Genérico 00:31 18:10

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6.5 Orçamento

Para a realização deste documentário foram necessários alguns gastos nas deslocações aos

locais para proceder às rodagens, bem como alimentação. Foi de igual forma indispensável a

aquisição de algum material para a elaboração de todo o dossier de produção.

Deslocações – 350 €

Material – 200 €

Alimentação – 250 €

6.6 Material

Para a execução de todo o documentário foi imprescindível o uso de material próprio para o

efeito, abaixo segue a lista do material usado.

Nikon D7000

Lente 35mm

Lente 18-105mm

Tripé Triopo

Slider Kernel

Edirol Roland – R-09HR

Microfone de lapela

Drone

Computador Macbook Pro

Disco externo

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6.7 Promoção e Divulgação

Com vista à divulgação e promoção do documentário e chamar a atenção da população para a

importância que tiverem e ainda podem vir a ter as casas de guarda florestal, foram criados

alguns elementos que ajudam a promover o trabalho Testemunhos do Património: Memórias

da Casa do Guarda. Nas páginas que se seguem encontram-se, respetivamente, o cartaz

oficial do documentário, a capa do DVD e DVD personalizado.

Para a criação do cartaz foi escolhida uma imagem que retrata simbolicamente a busca das

memórias da casa do guarda. Pretende-se representar não só o interior da casa do guarda,

principal “personagem” neste documentário, simbolizando o local físico de armazenamento

de memórias mas também focar a janela como a abertura por onde entra a luz, fator principal

da construção da imagem e assim primordial para a constituição da memoria, retendo e

relembrando o passado.

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Figura 6: Cartaz oficial de promoção do documentário

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Figura 7: Capa da caixa do DVD que contém o documentário

Figura 8: Sticker do DVD

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65

6.8 Repérage

Na fase de produção do documentário é dado inicio às filmagens propriamente ditas, é nesta

fase que se vai por em pratica tudo o que foi descrito na fase de pré-produção.

Este trabalho estende-se por diversos locais de filmagens da zona Norte do país. Foi feito um

levantamento de imagens de alguns desses locais bem como das suas características e espaços

envolventes. Em cada imagem está descrito o nome do local, no caso das imagens das casas

de guarda estas estão identificadas com o nome que lhes é atribuído.

Figura 9: Posto de Vigia da Serra do Marão

Figura 10: Casa de guarda do Covelo, Aboadela

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Figura 11: Casa de guarda do Covelo, Aboadela

Figura 12: Casa de guarda do Covelo, Aboadela

Figura 13: Casa de guarda de Fridão, Fridão

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Figura 14: Anexo da casa de guarda do Covelo,

Aboadela

Figura 15: Janela da casa de guarda de Fortunho, São

Tomé do Castelo

Figura 16: Janela da casa de guarda de Fortunho, São

Tomé do Castelo

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Figura 17: Casa de guarda de Paredes, Paredes

Figura 18: Mestre Salvador, antigo guarda florestal

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7. Conclusão

A realização deste trabalho não foi executada com o intuito de solucionar o problema, mas

sim contribuir para o estimular de consciências sobre esta temática, é urgente resgatar este

património arquitetónico que marcou uma época na evolução social e económica do País, para

tal é essencial fazer um levantamento da condição de conservação e aproveitamento das casas.

A abordagem que agora termina serve de representação do passado e do presente do

património florestal nacional.

Enquanto que no segundo capítulo foi feita uma abordagem geral desde os primórdios da

existência das casas até aos dias que correm, no terceiro, quarto e quinto capítulos aborda-se

questões mais especificas da área cinematográfica referentes às escolhas enunciadas no

documento.

No sexto capitulo apresentou-se o dossier de pré-produção que engloba todo o planeamento

para a execução do documentário em questão.

Em termos gerais, existe uma necessidade urgente de dar um novo rumo a todas as casas de

guarda florestal dispersas por todo o país. Embora algumas já estejam a ser utilizadas para

fins turísticos e outras para abrigo de escuteiros, é relevante traçar um destino para as

restantes. É certo que a gestão e reconstrução deste património tem custos muito elevados, no

entanto são justificados pela sua importância social e económica dos bens e pelos serviços

fornecidos.

O trabalho realizado possibilitou o acesso ao conhecimento de algumas razões em torno das

casas, e entender os motivos pelos quais serviu a sua construção e o porquê do seu abandono.

Foi com a criação do Regime Florestal que se deu o culminar do aparecimento das casas de

guarda, e que levou o Estado a dar início ao processo de florestação de todo o país, estas

serviram durante muitos anos de residência dos guardas florestais tal como das suas famílias,

criando um modelo de conservação das florestas e do ambiente. No entanto, com a chegada

do 25 de Abril e com a restituição dos baldios aos povos, deu-se início à deterioração das

casas.

O trabalho realizado possibilitou o conhecimento de alguns motivos em torno das casas, e

entender as razões pelas quais serviu a sua construção e o porquê do seu abandono. Serviu

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também para nos transportar para uma reflexão sobre a importância que este património teve

na nossa história e cultura, e que infelizmente está conferido ao declínio e esquecimento.

O abandono das áreas florestais por parte dos guardas e a sua posterior e recente integração na

Guarda Nacional Republicana como Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente,

originou alguns problemas, um deles e o mais grave é notório aos olhos de todos: os incêndios

são uma das problemáticas atualmente no nosso país. Com a ausência da entidade florestal

que tinha a seu cargo a conservação, proteção e vigilância das florestas – guarda florestal -

estas ficaram mais vulneráveis a diversos perigos iminentes. Esta questão não era

preocupação há uns anos atrás, pois havia uma maior manutenção e vigilância das matas

nacionais de modo impedir este tipo de criminalidade.

A abordagem feita no terceiro capítulo incide numa componente prática de todo o trabalho

realizado – um documentário. Serve este documentário como uma visão prática de todo o

trabalho teórico realizado onde foram captados testemunhos de antigos guardas florestais.

Deste modo podemos concluir que as memórias desta gente são verdadeiras inúmeras e são

preciosas, tanto para eles como para quem as escuta. Podemos também constatar com estes

testemunhos que, de facto, a época em que as casas e os guardas existiram foi sem dúvida um

pilar importante na história florestal portuguesa, pode-se afirmar que estes foram tempos em

que o coberto florestal do País era de excelência, cuidado e zelado de forma impar.

A conclusão final e geral que se retira deste documentário, é que existe uma necessidade

urgente de conceder um futuro minimamente razoável a este património, e é imperial haver

um despertar de consciências e atuar rapidamente para salvar todo este património florestal e

humano.

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Referências Bibliográficas

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Anexos 1 - Storyboard

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Anexo 2 – Autorizações

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