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66 Revista de Odontologia da UBC v.1, n.1 JanJun 2015

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Page 1: Teste ISUU

 

66

Revista  de  Odontologia  da  UBC  

v.1,  n.1  Jan-­‐Jun  2015  

Page 2: Teste ISUU

 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

2  

 

NOSSA  CAPA  Igreja  Matriz  Catedral  Sant'Anna  e  Obelisco,    

Mogi  das  Cruzes,  SP        

"O  bandeirante  Gaspar  Vaz  foi  o  responsável  por  abrir  o  primeiro  caminho  de  acesso  de  São  Paulo  a  Mogi,  dando  início  a  um  povoado  na  região,  que  foi  elevado  à  Vila  em  17  de  agosto  de  1611,  com  o  nome  de  Vila  de  Sant'Anna  

de  Mogi  Mirim.  A  oficialização  ocorreu  em  1º  de  setembro,  dia  em  que  se  comemora  o  aniversário  da  cidade.    

 Mogi  é  uma  alteração  de  Boigy  que,  por  sua  vez,  vem  de  M'Boigy,  

o  que  significa  "Rio  das  Cobras",  denominação  que  os  índios  davam  a  um  trecho  do  Tietê.  Quando  a  Vila  foi  criada  em  1611,  devido  ao  costume  de  adotar  o  nome  do  padroeiro,  passou  a  ser  

denominada  "Sant'Anna  de  Mogy  Mirim".      

Na  língua  indígena,  Mirim  quer  dizer  pequeno.  Provavelmente,  uma  referência  ao  riacho  Mogi  Mirim.  A  linguagem  popular  tratou  

de  acrescentar  o  termo  "cruzes"  ao  nome  oficial  da  Vila.  Era  costume  dos  povoadores  sinalizar  com  cruzes  os  marcos  que  

indicavam  os  limites  da  Vila".      

Professor  Jurandyr    Ferraz  de  Campos,  Historiador.    (Disponível  em:  www.mogidascruzes.sp.gov.br)  

 

Universidade  Braz  Cubas    Diretora  Acadêmica:    Profa.  Dra.  Niube  Ruggiero  Coordenador  Acadêmico  Geral:    Prof.  Claudio  Osiris  de  Oliveira  Coordenador  do  Curso  de  Odontologia:    Prof.  Rafael  Ribeiro    Revista  de  Odontologia  da  UBC    Publicação  Digital  Semestral    volume  1,  número  1  –  Jan-­‐Jun  2015    Corpo  Editoral  Científico:  Profs:  Alexandre  do  Valle  Wuo  (UBC),  Bianca  Fréo  (UBC),  Bruno  Bittencourt  (NASF-­‐Sta.Marcelina),  Claudio  Osiris  de  Oliveira  (UBC),  Fabio  Sartorato  (UBC),  Haine  Beck  (UBC),  Leandro  Tavares  Lucato  (HC-­‐USP),  Rafael  Ribeiro  (UBC).    Responsabilidade  Editorial  A  Revista  de  Odontologia  da  UBC  é  uma  publicação  de  conteúdos  relacionados  à  Odontologia,  não  possuindo  qualquer  vínculo  com  os  trabalhos  científicos  aqui  expostos.  Os  conceitos  e  afirmações  constantes  nos  originais  são  de  inteira  responsabilidade  do(s)  autor(es),  não  refletindo,  necessariamente,  a  opinião  da  Revista,  representada  por  meio  de  seu  corpo  editorial.    

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 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

3  

 

 

Iniciamos  com  esta  edição  uma  nova  jornada  no  projeto  de  desenvolvimento  de  uma  via  de  

divulgação  voltada  ao  meio  acadêmico  odontológico.    Agora  propiciamos  a  todos  uma  revista  com  conteúdo  

integral  de  artigos  científicos  odontológicos.    

 

Não  há  como  separar  a  qualidade  do  nosso  ensino  odontológico  com  a  necessidade  de  termos  

nossos  trabalhos  e  projetos  divulgados  em  veículo  próprio.  Hoje  nossa  revista  fornece  suporte  para  isso.  

Passamos  a  ter  um  instrumento  real  que  trabalhará  de  forma  a  honrar  tudo  o  que  já  foi  conquistado  pelo  

nosso  curso.    

 

Convocamos  a  todos  que  acreditam  neste  sonho  a  participar  deste  projeto.  Inclusive,  o  nosso  futuro    

depende  e  muito  de  uma  participação  o  mais  abrangente  possível,    que  envolva  professores,  alunos  e  

colegas  de  profissões  da  área  da  saúde.  Essa  interação,  inclusive,  é  de  fundamental  importância  para  

qualquer  projeto  sério  e  duradouro,  uma  exigência  dos  nossos  tempos.    

 

Obrigado  a  todos  os  colegas  pelo  ajuda  e  suporte  necessário  para  que  este  projeto  tenha  sucesso.  

Sem  o  comprometimento  de  todos  nada  disso  seria  possível.  

 

Boa  leitura  e  até  a  próxima  edição!!  

 

Editorial  

Prof.  Haine  Beck  Editor  Científico  

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 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

4  

Prof.  Haine  Beck  Prof.  Haine  Beck  

Revista  de  Odontologia  da  UBC  -­‐  v.1,  n.1.  Jan-­‐Jun  2015    

SUMÁRIO    

Editorial      3    

Impacto  da  Saúde  Bucal  na  Qualidade  de  Vida  de  Adolescentes  com  Sinais  e  Sintomas  de  DTM  

Giuriato  JB,  Motta  LJ,  Guedes  CC.      5    

Panorama  Atual  do  Tratamento  Odontológico  de  Pacientes  Especiais  

FIgueiredo  MEB,  Freo  B.      16        

Aspectos  da  Doença  Periodontal  em  Pacientes    com  Paralisia  Cerebral  

Santos  WM,  Santanna  M,  Jeremias  JEM,  Bachiega  JC.        25    

Vantagens  dos  Pinos  de  Fibra  de  Vidro  Fernandes  Jr  D,  Beck  H.        35  

 Normas  de  Publicação      45  

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 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

5  

     

Impacto  da  Saúde  Bucal  na  Qualidade  de  Vida  de  Adolescentes  com  Sinais  e  Sintomas  de  DTM  

Jéssika Barcellos Giuriato1, Lara Jansiski Motta2, Carolina Cardoso Guedes3

1. Mestranda em Dentística pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.

2. Professora da Disciplina de Clínica Infantil e do Programa de Mestrado em Gestão de Sistemas da Saúde da

Universidade Nove de Julho.

3. Professora da Disciplina de Cariologia e da Disciplina de Odontopediatria do Curso de Odontologia da

Universidade Braz Cubas. (correspondência: [email protected]) RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da saúde bucal na qualidade de vida em

adolescentes com disfunção temporomandibular (DTM) atendidos na Clínica Odontológica da

Universidade Braz Cubas no ano de 2012. A avaliação de sinais e sintomas de DTM foi obtida

pelo Questionário de Fonseca determinando a presença e severidade da desordem. Para medir

a percepção do indivíduo sobre as desordens bucais à qualidade de vida foi utilizado o

questionário OHIP-14 (Oral Health Impact Profile) no qual são abordados os seguintes aspectos:

limitação funcional, dor física, desconforto psicológico, incapacidade física, incapacidade

psicológica, incapacidade social e deficiência/ handicap. Para análise dos dados utilizou-se o

programa estatístico SPSS 12 for Win e para comparação das médias com nível de significância

de 5% foram utilizados o teste qui-quadrado e a análise de variância (ANOVA). A análise

descritiva, expressa por porcentagens médias e desvios-padrão, revelou que os pacientes mais

velhos apresentaram mais DTM e maior grau desta. Dos pacientes com DTM moderada 75%

apresentaram impacto forte da saúde bucal na qualidade de vida, para os pacientes com DTM

leve esta porcentagem foi de 40,7%, ou seja, quanto maior o grau de DTM, maior o impacto

causado na qualidade de vida. Não foram encontradas correlações entre sexo e DTM, impacto

da saúde bucal sobre a qualidade de vida e idade ou sexo na amostra estudada.

Palavras-chave: qualidade de vida, saúde bucal, síndrome da disfunção temporomandibular.

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 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

6  

INTRODUÇÃO Apesar dos grandes avanços em

relação à saúde bucal, muitas pessoas -

especialmente com situação econômica

mais desfavorável - ainda são afetadas por

problemas bucais como a cárie e a doença

periodontal1.

A cárie é a doença mais comum na

infância, trazendo efeitos negativos sobre a

vida das pessoas, tais como: dificuldade de

mastigar, diminuição do apetite, perda de

peso, dificuldade para dormir, alteração no

comportamento (irritabilidade e baixa

autoestima) e diminuição do rendimento no

seu dia a dia1. Os agravos bucais e suas

sequelas são de grande prevalência no

Brasil, constituindo-se em problemas de

saúde pública, com graves consequências

sociais e econômicas2,3.

O uso de escova, pasta, fio dental,

visitas preventivas ao dentista, controle no

consumo de açúcares e da utilização de

fumo e álcool são considerados como

comportamentos saudáveis em saúde

bucal4,5.

A disfunção temporomandibular

(DTM) corresponde a um conjunto de

manifestações clínicas de sinais e sintomas

envolvendo os músculos mastigatórios, as

articulações temporomandibulares e

estruturas associadas5,6. Quanto à etiologia

da DTM, esta é multifatorial. Podem-se

evidenciar vários sinais e sintomas como:

cefaléias, mialgias, zumbido, ruídos

articulares, sensibilidade à palpação dos

músculos mastigatórios e das articulações

temporomandibulares e movimentos

mandibulares limitados6.

Normalmente, o diagnóstico das

DTMs envolve o exame físico dos

músculos mastigatórios e da ATM por meio

de palpação muscular, palpação e

auscultação de ruídos articulares, e a

mensuração da amplitude dos movimentos

mandibulares6.

Até recentemente, poucos estudos

investigaram a relação entre as condições

bucais, a DTM e seu impacto na vida das

pessoas, mas na última década, houve

aumento do interesse em quantificar as

conseqüências das doenças. Vários

instrumentos foram desenvolvidos na

tentativa de conhecer e avaliar como os

problemas bucais têm afetado a vida diária

das pessoas6.

A qualidade de vida do ser humano

está inserida em importantes fatores

representados em seu dia a dia. O sujeito

busca para sua qualidade de vida aspectos

pertinente a sua atividade de vida diária,

bem como sua representação frente à

sociedade.

Quando o indivíduo apresenta

problemas em sua saúde bucal, tanto no

seu aspecto funcional quanto estético, este

distúrbio pode ocasionar dificuldades para

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 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

7  

relaxar, dor, embaraço, restrição em comer

determinados alimentos e a perda da

vontade de sair de casa, podendo levar até

ao isolamento social. A perda dentária ou o

uso de próteses inadequadas implicam

impactos negativos na qualidade de vida,

principalmente no que diz respeito à

preocupação, estresse decorrente de

problemas bucais e à vergonha7,8.

Os indicadores sócio-dentais são

considerados subjetivos, criados para

revelar a expectativa do paciente em

relação à saúde, levando em consideração

estilo de vida, nível sócio-econômico e

cultural, como objetivo de avaliar a

qualidade de vida9,10,11. O questionário Oral

Health Impact Profile (OHIP) associa

impacto relatado pelo paciente como: dor,

desconforto, questões estéticas, restrições

alimentares e na comunicação às medidas

clínicas de condições de saúde bucal9,12,13.

Existem diversos indicadores que

são utilizados para associar a qualidade de

vida com saúde bucal14,15. O Oral Health

Impact Profile (OHIP) foi desenvolvido por

pesquisadores australianos Slader &

Spencer e na sua versão original o

questionário apresenta 49 itens. Este

instrumento é considerado um indicador

subjetivo, pois revela a expectativa do

indivíduo em relação a sua saúde bucal.

Atualmente está sendo utilizado em

diversos países e tem como função,

capturar a percepção do indivíduo sobre as

desordens bucais associadas à qualidade

de vida16. Tem como intuito também prover

uma mensuração abrangente das

disfunções, desconfortos e inaptidões

relatadas pelo próprio indivíduo que são

atribuídas a condições bucais17,18,19,20.

Até recentemente, poucos estudos

investigaram a relação entre as condições

bucais e seu impacto na vida das pessoas,

mas na última década, houve aumento do

interesse em quantificar as conseqüências

das doenças21,22. Vários instrumentos

foram desenvolvidos na tentativa de

conhecer e avaliar como os problemas

bucais têm afetado a vida diária das

pessoas5,23,24.

O questionário auto-adiminstrado

para avaliação de DTM desenvolvido por

Fonseca25 mostra como vantagem uma

preocupação com o desenvolvimento de

um índice anamnésico para avaliação da

DTM adaptado à população brasileira, que

fosse de fácil compreensão e aplicação.

Além disso, este índice exige uma menor

capacidade diagnostica do profissional, o

que possibilita o uso em serviços públicos,

levantamentos epidemiológicos e controle

de tratamento26.

Todas as manifestações

relacionadas com a DTM podem causar

algum impacto na qualidade de vida do

indivíduo, afetando seu convívio social e

sua saúde emocional27.

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 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

8  

O objetivo deste estudo foi avaliar o

impacto da saúde bucal na qualidade de

vida de adolescentes com disfunção

temporomandibular atendidos na Clínica

Odontológica da Universidade Braz Cubas

no ano de 2012.

METODOLOGIA

Pacientes adolescentes, entre 12 e

18 anos de idade atendidos na Clínica

Odontológica da Universidade Braz Cubas

foram convidados a participar do estudo.

Dos voluntários que aceitaram participar da

pesquisa, foram escolhidos os primeiros 31

pacientes (n=31), que contemplaram o

critério de inclusão, que era estar em boa

saúde, não estar fazendo nenhum tipo de

tratamento médico no momento e nem

fazendo uso de qualquer tipo de

medicamento. Foram excluídos os

pacientes que estivam em tratamento

médico e que injeriam qualquer tipo de

medicamento.

O estudo seguiu as normas

regulamentadoras de pesquisa em seres

humanos com submissão ao Comitê de

Ética em Pesquisa da Universidade Braz

Cubas (CEP 045/11). Os voluntários

assinaram o termo de consentimento livre

(Anexo I) após esclarecimentos para

autorização da participação na pesquisa.

Para avaliação do impacto da saúde

bucal na qualidade de vida dos pacientes

foi utilizado o questionário do Oral Health

Impact Profile (OHIP - 14) (Anexo II) que

tem como objetivo capturar a percepção do

indivíduo sobre as doenças bucais

associadas à qualidade de vida dos

pacientes tratados na clínica em questão.

O questionário é composto de 14 questões,

onde foram abordados os seguintes

aspectos: limitação funcional, dor física,

desconforto psicológico, incapacidade

física, incapacidade psicológica,

incapacidade social e deficiência/ handicap.

Foi assegurado a privacidade, o anonimato

e sigilo absoluto sobre as respostas e

declarações, atendendo à Resolução nº

196/96 através da assinatura de duas vias

e entrega do Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido.

A pesquisa foi feita por meio de

aplicação de questionário, não trazendo

qualquer tipo de risco ou malefício ao

paciente. Os pacientes, por participarem da

pesquisa, receberam atendimento

odontológico preventivo gratuito (profilaxia

dentária) e foram orientados quanto à

disfunção temporomandibular. Para

determinar a presença de DTM utilizou-se o

Índice de Fonseca6 (Anexo IV) que inclui

informações a respeito de dificuldades em

abrir a boca e movimentação da

mandíbula, dores na cabeça, nuca,

pescoço ou regiões articulares, ruído nas

articulações temporomandibulares, hábito

de apertar ou ranger os dentes. O

questionário é composto por 10 perguntas

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9  

nas quais as possíveis respostas são sim

(10 pontos), às vezes (5 pontos) e não (0

pontos). Sendo que para cada pergunta,

somente pode ser assinalada uma

resposta. A soma de pontos é usada para

classificar a severidade de DTM como

severa (70 a 100 pontos), moderada (45 a

65), leve (20 a 40) e sem disfunção (0 a

15).

Análise Estatística

Para análise dos dados utilizou-se o

programa estatístico SPSS 12 O for Win.

Foi realizada a análise descritiva, expressa

por porcentagens médias e desvios-

padrão. Para análise da presença de

associação entre as variáveis ser o teste

qui-quadrado com nível de significância de

5%.

RESULTADOS Foram avaliados 31 adolescentes

atendidos na Clínica Odontológica da

Universidade Braz Cubas, entre 12 a 18

anos, com média de idade 15,61 (desvio

padrão = 1,91). Destes 35,48 % (n=11) do

sexo masculino e 64,52% (n=20) do sexo

feminino.

Quando analisada as variáveis sexo

e grau de DTM não houve associação

estatisticamente significante (p=0,112) pelo

teste qui-quadrado.

Já na comparação entre idade e o

grau de DTM, foi possível observar por

meio do teste qui-quadrado, que o maior

grau de DTM (moderada) esteve presente

nos pacientes com 17 anos e o maior

numero de pacientes com DTM leve foi o

grupo com 18 anos, ou seja, os mais

velhos apresentaram mais DTM e em maior

grau e esta associação foi estatisticamente

significante (p=0,022) (Tabela 1).

Tabela1: DTM x Idade

Idade Total

12 13 14 16 17 18

Valor

de p

DTM Leve n 5 2 4 5 4 7 27

% 18,5% 7,4% 14,8% 18,5% 14,8% 25,9%

100,0

%

Moderada n 0 0 0 0 4 0 4

% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

100,0

% 0,0%

100,0

%

Total n 5 2 4 5 8 7 31

% 16,1% 6,5% 12,9% 16,1% 25,8% 22,6%

100,0

%

0,022*

*estatisticamente  significante,  p<0,05  

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10  

 

No questionário OHIP a escala pode

alcançar a variação geral de 0 a 28.

Quando o índice esteve classificado entre 0

e 9, foi considerado de fraco impacto, entre

10 e 18 foi considerado médio impacto e

entre 19 e 28 de forte impacto a saúde

bucal sobre a qualidade de vida. Ou, seja,

quanto menor o valor tanto menor é o

impacto negativo da saúde bucal. Foi

possível observar que dos adolescentes

que responderam o questionário 54,8% (n=

17) apresentaram médio impacto e 45,2%

(n=14) forte impacto.

Relacionando impacto da qualidade

de vida com a idade não houve diferença

estatisticamente significante (p=0,64), na

associação entre impacto da qualidade de

vida e sexo também não foi encontrada

diferença estatisticamente significante

(p=0,34).

Já na comparação entre impacto da

qualidade de vida e DTM (Tabela 2), foi

observado impacto forte em 75% dos

pacientes com DTM moderada, enquanto

que com DTM leve esta porcentagem foi

40,7%. Esta diferença foi estatisticamente

significante (p=0,019).

Tabela 2: Impacto x DTM

DTM

Leve Moderada Valor de p

Impacto Médio n 16 1

% 59,3% 25%

Forte n 11 3

% 40,7% 75%

Total n 27 4

% 100,0% 100,0%

0,019*

*estatisticamente  significante,  p<0,05  

DISCUSSÃO O objetivo desta pesquisa foi analisar

o impacto da saúde bucal na qualidade de

vida de adolescentes com disfunção

temporomandibular (DTM) na Clínica

Odontológica da Universidade Braz Cubas

(UBC), em Mogi das Cruzes, SP.

A DTM tem sido objeto de

observações e estudos em diversas áreas

da Odontologia. Inúmeros pesquisadores

têm demonstrado interesse em

Page 11: Teste ISUU

 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

11  

compreender tanto os sinais e sintomas,

como as causas que determinam tais

alterações. Diversos fatores podem estar

relacionados à etiologia da DTM, dentre

eles estão: maloclusão, restaurações ou

prótese mal adaptadas, mastigação

unilateral, hábitos bucais inadequados, má-

postura, tensão emocional, estresse,

patologia ou trauma na articulação e fatores

sistêmicos, podendo estar associados, mas

o que determinará se o paciente

apresentará ou não a desordem será a

tolerância física e a estrutura do indivíduo22.

Diversos trabalhos mostram que a

DTM é uma das principais causas de dor

crônica facial e que estão relacionadas com

estresse físico e psicossomático como

fadiga, alterações do sono, ansiedade e

depressão3,7,12. A DTM crônica associada à

dor tem sido relacionada com alterações na

qualidade de vida8.

Jedel et al.28 avaliaram a frequência

de DTM em crianças e associaram com a

qualidade de vida e verificaram que

crianças com quadros de dor relacionada a

DTM mais de uma vez por semana,

mostraram escores de qualidade de vida

inferiores a crianças do grupo controle. Os

autores concluíram que avaliar a qualidade

de vida em pacientes com DTM é muito

importante para que se possa empregar

medidas terapêuticas para esta doença.

Para estudos epidemiológicos ou

populacionais dos sintomas de DTM,

questionários específicos para DTM podem

ser muito úteis, e os dados resultantes

desses questionários podem ser utilizados

para triar pacientes para clínicas e

pesquisas, embora devam ser interpretados

com cautela, já que a presença de sinais e

sintomas de DTM não é indicativo da

doença, por isso há a necessidade de

associar a avaliação de sintomas uma

análise clínica mais direcionada 23.

A literatura já comprova que as dores

crônicas estão relacionadas com os

aspectos biológicos e psicossociais; e que,

após a instalação do quadro doloroso,

verifica-se uma influência direta dessa dor

sobre as atividades funcionais e relações

sociais na vida desses pacientes, gerando

um grande impacto na qualidade de vida.

Biasotto-Gonçalez et al.29 observou

em seu estudo que dentre as variáveis de

qualidade de vida estudadas, os aspectos

emocionais, mostraram-se muito alterados

estando associados a uma pior qualidade

de vida nos portadores de DTM. A relação

entre a qualidade de vida e estresse

emocional é evidenciada em vários

estudos, principalmente naqueles em que

intervenções terapêuticas envolvendo

relaxamento melhoram a qualidade de vida.

Carvalho et al.23 relata que a dor de

cabeça é provavelmente o sintoma mais

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 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

12  

comum e a queixa mais relatada dentre os

sintomas da DTM, sendo que uma parte

significativa, 85%, dessas dores de cabeça

são relacionadas com alterações do tônus

muscular podem estar relacionadas com

atividades musculares, embora outros

fatores podem causar ou contribuir para o

aparecimento dessas dores, porém esses

dados não foram encontrados nesse

estudo.

Entre os hábitos deletérios, o habito

de apertar ou ranger os dentes, conhecido

como bruxismo, foi o sinal mais relatado no

Índice de Fonseca, e podem causar dor e

redução da coordenação dos músculos

atingidos sendo associado com a maioria

dos sintomas dolorosos da DTM23.

O estalido durante o movimento da

ATM foi observado em 60% dos pacientes

estudados, valor semelhante ao encontrado

por Santos et. al.30. Thinlander et. al.18 que

associam o estalido com o deslocamento da

mandíbula, sensibilidade muscular,

capacidade de abertura bucal reduzida e

interferências, contudo neste estudo tais

sinais e sintomas não foram observados.

Diferente de outros estudos, onde a

prevalência da DTM ocorre mais no sexo

feminino2,16,17,19,31, esse resultado não foi

encontrado nesse trabalho onde não houve

associação entre sexo e a presença de

DTM, também não foi encontrada

associação entre idade e impacto da saúde

bucal.

Quando analisada a relação entre a

severidade de DTM e o impacto da saúde

bucal causada na qualidade de vida,

observou-se que quanto maior o grau de

DTM, maior o impacto, dessa forma os

pacientes com DTM mais grave tendem a

relatar uma pior qualidade de vida do que

os que apresentam sinais mais moderados

e suaves.

CONCLUSÃO

Por meio dos resultados obtidos

neste estudo pode-se concluir que a

qualidade de vida está relacionada à saúde

bucal e que a idade tem grande influencia

sobre a presença da DTM, já que os

pacientes mais velhos apresentaram mais

DTM e maior grau desta. Não foram

encontradas correlações entre sexo e DTM,

impacto da saúde bucal sobre a qualidade

de vida e idade ou gênero na amostra

estudada.

Page 13: Teste ISUU

 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

13  

REFERÊNCIAS

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Page 16: Teste ISUU

 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

16  

 Panorama  Atual  do  Tratamento  Odontológico  de  

Pacientes  Especiais  

Maria Eugenia Bianconsini de Figueiredo1, Bianca Freo2

1. Cirurgiã Dentista.

2. Professora da Disciplina de Semiologia e da Disciplina de Biossegurança do Curso de Odontologia da

Universidade Braz Cubas.

(correspondência: [email protected])

RESUMO Para fins de assistência odontológica, paciente especial é todo aquele indivíduo que

apresente desvios de normalidade acentuados de tal maneira que não se benefice de programas

rotineiros de assistência e para que esses indivíduos usufruam de um serviço de saúde bucal

satisfatório, exige setores, pessoal e serviços especializados, capazes de atender às suas

necessidades específicas. De acordo com o Censo Demográfico 2000, 14,5% da população

brasileira é portadora de algum tipo de deficiência, mas apenas 3% desses pacientes recebem

atendimento odontológico. O objetivo é analisar o panorama atual do tratamento odontológico

dos pacientes especiais, tanto da prevenção e do tratamento quanto da manutenção da saúde

bucal, e avaliar as diretrizes básicas, éticas e legais do especialista em pacientes especiais.

Para realização dessa revisão bibliográfica foram feitas pesquisas nos sites de procura Google

acadêmico e Scielo, com as palavras chave “odontologia para pacientes especiais”, “pacientes

especiais”, “especialista em pacientes especiais”. O atendimento odontológico a pacientes

especiais é complexo, porém se feito da maneira correta e por profissionais capacitados a este

atendimento, pode ser executado como se o paciente fosse não-especial, ou, o dito “normal”.

Para tanto é necessário ter paciência, habilidade e carinho, pois são indivíduos muitas das vezes

não alcançados pelas políticas públicas de saúde e necessitados de atendimento especializado,

principalmente no que se refere ao tratamento odontológico.

Palavras-Chave: saúde bucal; assistência odontológica para pacientes especiais; especialidade

pacientes especiais.

Page 17: Teste ISUU

 

INTRODUÇÃO Paciente portador de necessidades

especiais (PPNE) é denominado aquele

que não se adapta física, intelectual ou

emocionalmente aos parâmetros normais,

considerando os padrões de crescimento,

desenvolvimento mental e controle

emocional, além dos relacionados à

conservação da saúde1.

A Organização Mundial de Saúde

(OMS) relata que, para fins de assistência

odontológica, entende-se por PPNE todo

aquele indivíduo que apresenta desvios de

normalidade – de ordem mental, física,

sensorial, de comportamento e crescimento

– tão acentuados a ponto de não se

beneficiar de programas rotineiros de

assistência. Para que goze de saúde bucal,

exige setores, pessoal e serviços

especializados, capazes de atender às suas

necessidades específicas2.

Na condição de Cirurgião-Dentista, é

dever reconhecer e identificar as afecções

bucais, determinando o tipo de lesão, o

agente etiológico e outros dados de

importância para o diagnóstico e o

tratamento da afecção. Já a qualidade de

especialista em odontologia para pacientes

com necessidades especiais (resolução do

Conselho Federal de Odontologia (CFO)

22/2001, seção XI, artigo 31) exige ter em

mente a complicação orgânica presente na

maioria das pessoas. E, em seguida,

identificar a deficiência – se física, mental,

emocional, social ou orgânica –, bem como

quais delas envolvem distúrbios de

comportamento e de personalidade3.

A literatura especializada pauta-se

mais em tópicos relativos a conceitos,

classificação e conduta no atendimento,

sendo pequena a abordagem sobre os

aspectos éticos e legais4.

No Brasil, o número de especialistas,

segundo o Conselho Federal de

Odontologia, é de 401 em todo o país5. Um

dos aspectos mais inquietantes do

tratamento odontológico aos pacientes

portadores de distúrbios

neuropsicomotores, é a relação que se

estabelece entre o cirurgião dentista, a

família e o paciente.

O cirurgião-dentista deve instituir um

programa de saúde bucal não somente ao

paciente, mas também aos responsáveis

para receberem instruções da técnica de

escovação adequada e do uso do fio

dental7.

Page 18: Teste ISUU

 

REVISÃO DE LITERATURA

O Censo Demográfico 2000 mostrou

que 14,5% da população brasileira é

portadora de algum tipo de deficiência,

onde 48,1% são portadores de deficiência

visual; 22,9% motora; 16,7% auditiva; 8,3%

mental e 4,1% física8. No entanto o IBGE

considera que dos 10% que apresentam

necessidades especiais, apenas 3%

recebem atendimento odontológico, os

quais em dados atuais correspondem a

praticamente meio milhão de pacientes9.

A Classificação Estatística

Internacional de Doenças e Problemas

Relacionados à Saúde (CID-10) define

alguns termos que são normalmente

usados na abordagem do paciente especial.

A CID-10 afirma que “as Deficiências –

impairments – dizem respeito à perda ou

anormalidade de estrutura ou função

psicológica, fisiológica ou anatômica. Em

princípio, as deficiências representam

distúrbios no nível do órgão”. Portanto,

desse ponto de vista, fica equivocado se

afirmar que “a pessoa é deficiente” . Ainda

segundo a CID-10, “as Incapacidades –

disabilities – refletem as conseqüências da

deficiência em termos de qualquer restrição

ou falta de habilidade para se realizar uma

atividade de uma maneira ou dentro da

amplitude normal para o ser humano. As

incapacidades refletem distúrbios no nível

da pessoa”. Como exemplo, podemos

afirmar que uma deficiência de dentes torna

a pessoa incapaz de mastigar

adequadamente ou que uma deficiência de

audição torna a pessoa incapaz de ouvir.

Existe, pois, uma incapacidade auditiva ou

surdez, incapacidade de mastigação ou

incapacidade de locomoção sem auxilio de

outras pessoas. A CID-10 afirma que, “as

Desvantagens – handicaps – são aquelas,

resultantes ou de deficiência ou de uma

incapacidade, que limitam ou impedem o

cumprimento de um papel que é normal

(dependendo da idade, do sexo e de fatores

sociais e culturais) para aquele indivíduo”. 10.

A Classificação Internacional da

Funcionalidade, Incapacidade e Saúde

(CIF), também aceita pela OMS, se

caracteriza como uma classificação que se

propõe a retratar os aspectos de funciona-

lidade, incapacidade e saúde das pessoas.

Como instrumento estatístico, a CIF pode

servir para a apresentação e comparação

de dados entre países, disciplinas de

cuidados de saúde, entre diferentes tipos

de serviços e longitudinalmente no tempo11.

Em nível internacional, a

International Association for Disability and

Oral Health (IADH) inclui, além dos

portadores de deficiência, pessoas com

restrições de capacidades advindas da

idade ou de agravos adquiridos, os quais

limitam a função intelectual, física ou social

– essa associação atua no incentivo ao

Page 19: Teste ISUU

 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

19  

desenvolvimento da pesquisa, educação e

tratamento da saúde bucal de pessoas com

condições incapacitantes12.

As manifestações bucais variam de

acordo com o grau de comprometimento

neuropsicomotor e a conduta dos

responsáveis, no que diz respeito ao auxilio

do controle preventivo, evitando ou

minimizando a maior incidência das

doenças bucais, como cáries e doença

periodontal, bem como maloclusões

decorrentes de hábitos bucais deletérios.

Outro fator que favorece não só a cárie

como também a doença periodontal, é a

dieta inadequada destes pacientes. A

incapacidade neuro-muscular impede que

façam uso de alimentos mais consistentes.

Portanto a alta prevalência da doença cárie

e periodontal estão relacionadas à

dificuldade dos responsáveis em higienizar

corretamente os dentes e a qualidade da

alimentação com potencial cariogênico7.

Ninguém porta uma necessidade,

mas sim, é portador de uma doença ou

deficiência que leva a ter uma necessidade

especial em vários aspectos do todo de que

é composto. Dessa forma, há a

necessidade de individualização na

abordagem e plano de tratamento, sendo

cada caso único, com características

peculiares, ainda que a moléstia de base

seja a mesma13.

A situação da saúde bucal dos

pacientes especiais é pouco estudada e os

dados fidedignos no Brasil são escassos.

Essa realidade atinge cerca de 10% da

população brasileira, representada por

cerca de 15 milhões de deficientes, em sua

maioria assistidos esporadicamente, em

caráter de benemerência. Ocorre a falta de

vivência clínica dos cirurgiões-dentistas,

falta de recursos odontológicos, mesmo nos

centros hospitalares, para tratamento

preventivo, cirúrgico-restaurador e

reabilitador, e a falta de recursos financeiros

que contribuí para que sejam adotadas

soluções extremas, como exodontias

múltiplas14.

Pelas diversas peculiaridades

referentes ao atendimento de pacientes

especiais, atualmente, no Brasil, o

atendimento odontológico a essa

população, muitas vezes, limita-se a

instituições, onde o Cirurgião-Dentista, em

raros casos, integra uma equipe

multidisciplinar e desempenha importante

papel na manutenção e melhoria da

qualidade de vida desses pacientes15.

A resolução 25/2002, publicada no

Diário Oficial da União em 28/05/2002 pelo

Conselho Federal de Odontologia,

regulamentou-se a especialidade, com

intenção de capacitar os cirurgiões-

dentistas ao atendimento de pessoas que

necessitam de cuidados odontológicos

especiais durante toda a vida ou por um

período. Apesar de estar claro na

Constituição do Brasil de 1988 que a saúde

Page 20: Teste ISUU

 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

20  

é um direito de todos e um dever do

Estado, observa-se que a atenção à pessoa

com necessidades especiais tem sido

prestada de forma predominantemente

irregular e antidemocrática, contando muito

com a ajuda de trabalhos voluntários17.

A qualidade de especialista em

Odontologia para pacientes com

necessidades especiais (resolução CFO

22/2001, seção XI, artigo 31) exige ter em

mente a complicação orgânica presente na

maioria das pessoas. E, em seguida,

identificar a deficiência – se física, mental,

emocional, social ou orgânica –, bem como

quais delas envolvem distúrbios de

comportamento e de personalidade18,19, 20.

A incidência de cárie dentária e

gengivite é geralmente muito alta. A

incapacidade desses pacientes para manter

uma higiene bucal adequada é suficiente

para explicar o índice elevado dessas

ocorrências. A este fator etiológico podem,

entretanto, somar-se outros como

respirador bucal, anormalidade de oclusão,

dieta cariogênica e efeitos de

medicamentos21.

Estes pacientes, geralmente,

possuem uma alimentação mais pastosa,

usam mamadeira por mais tempo,

apresentam deglutição atípica e utilizam

medicamentos contendo em sua

composição a sacarose ou medicamentos

que podem causar xerostomia22.

Vale a pena ressaltar que a utilização

rotineira de medicamentos psicoativos,

provocam a redução no volume do fluxo

salivar, fundamental na manutenção da

homeostasia do meio bucal, afetam a

coordenação motora, e dificultam a

higienização da cavidade bucal23.

O conceito de qualidade de vida tem

ampliado a visão do profissional de saúde

sobre o cuidado com seus pacientes.

Refere-se a bem-estar e é multidimensional,

não estando restrita aos efeitos físicos ou

psicológicos do tratamento. Já se sabe que

tratar apenas os sinais e sintomas de uma

doença não promove a saúde integral do

indivíduo24, 25.

OBJETIVO

Este trabalho teve como objetivo

analisar através da revisão bibliográfica,

qual o panorama atual do tratamento

odontológico dos pacientes especiais no

que tange os aspectos tanto da prevenção

e do tratamento quanto da manutenção da

saúde bucal. Por fim, busca-se avaliar as

diretrizes básicas, éticas e legais do

trabalho do especialista da área e desta

forma contribuir pra um melhor

entendimento do tema.

Page 21: Teste ISUU

 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

21  

DISCUSSÃOA dificuldade em se estabelecer

programas de promoção da saúde e

melhoria da qualidade de vida em pacientes

excepcionais é enorme. Os dados

estatísticos além de desatualizados

demonstram-se imprecisos visto que o dado

encontrado durante a revisão bibliográfica

refere-se ao censo de 2000 e o censo de

2010, o mais recente realizado pelo IBGE,

utilizou novamente o método de

amostragem para captar dados sobre as

pessoas com deficiência.8 O método de

amostragem não é capaz de trazer dados

confiáveis e satisfatórios para se traçar

políticas públicas, pois em apenas um de

cada dez questionários havia perguntas

sobre estas pessoas, ou seja, apenas dez

por centos dos formulários coletaram dados

relacionados aos portadores de

necessidades especiais.9

A falta de definição clara de “deficiência” ou

“incapacidade” entre os profissionais da

saúde tem sido apontada como outro

impedimento para a promoção de saúde de

pessoas com deficiência. A família de

classificações internacionais da OMS

constitui uma ferramenta valiosa que

permite descrever e comparar a saúde das

populações num contexto internacional.

Nestas classificações, as condições ou

estados de saúde propriamente ditos

(doenças, distúrbios, lesões, etc.) são

classificados principalmente na CID-10.10

Por sua vez, funcionalidade e incapacidade

associadas aos estados de saúde são

classificadas na CIF. Isto a torna um

instrumento bem mais complexo que a CID,

o que faz com que exija um maior

detalhamento.11

A população-alvo do especialista em

odontologia para tratamento de pacientes

especiais é ampla e nem sempre elucidada

apenas pelo aspecto físico, devendo o

cirurgião-dentista estar apto a identificá-la,

proporcionando um atendimento

odontológico integral e seguro. Para um

adequado atendimento, pode utilizar- se de

uma equipe multidisciplinar composta de

médico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo,

psicólogo, filósofos clínicos entre outros.15,16

Pacientes portadores de deficiência

física e mental podem apresentar, para os

dentistas, algumas dificuldades no seu

manejo e no próprio tratamento

odontológico. Entretanto, estas dificuldades

podem e devem ser superadas através do

enfoque humanitário do tratamento levando

em consideração que saúde e qualidade de

vida são condições fundamentais para a

dignidade humana.20,.

A partir do momento que a

abordagem e o tratamento envolvem um

planejamento terapêutico, deve-se fazer

presente uma anamnese completa,

abordando os mais diversos aspectos e

contemplando, preferencialmente: os

Page 22: Teste ISUU

 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

22  

aspectos gerais do paciente; tipo e

gravidade da doença; medicamentos

usados; relacionamento multidisciplinar;

avaliação dos riscos; avaliação do grau de

estresse, medo e ansiedade; métodos de

contenção; procedimentos necessários. 13

A grande maioria dos pacientes

especiais pode ser tratada em ambiente

ambulatorial, sendo de suma importância

que o profissional possua conhecimentos

técnicos e científicos sobre alguns dos

problemas mais comuns que afetam esses

pacientes. Somente alguns distúrbios

podem exigir equipamentos especiais, além

de certas deficiências profundas que

indicam um tratamento sob anestesia geral. 7,21

A realidade é que durante o curso de

graduação, muitos cirurgiões-dentistas não

têm a oportunidade de conhecer e vivenciar

este tipo de tratamento e por conta disso a

maioria dos profissionais prefere não

atender este tipo de público encaminhando-

os a centros de referência já saturados. 14,15,17

CONCLUSÃO

O atendimento odontológico a

pacientes especiais é altamente exigente,

pois são indivíduos muitas das vezes não

alcançados pelas políticas públicas de

saúde, e necessitados de atendimento

especializado. O sucesso depende não

apenas do conhecimento da conduta

clínica, mas também da natureza das

deficiências físicas, intelectuais, emocionais

e sociais desse indivíduo. Desta forma, a

proposta de integração ou mesmo de

melhoria da qualidade de vida se

complementa a simples idéia de promover

dignidade humana através da prática da

odontologia.

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24  

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Page 25: Teste ISUU

 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

25  

 Aspectos  da  Doença  Periodontal  em  Pacientes  

com  Paralisia  Cerebral      

Wellyn Modesti dos Santos1, Michelle Santanna2, José Eduardo Massucato Jeremias3, Joanna

Carolina Bachiega4

1. Cirurgiã Dentista.

2. Aluna do Curso de Graduação em Odontologia da Universidade Braz Cubas .

3. Fisioterapeuta.

4. Professora da Disciplina de Odontopediatria do Curso de Odontologia da Universidade Braz Cubas.

(correspondência: [email protected])

RESUMO Com a dificuldade em manter uma higiene oral adequada, o presente estudo teve como

objetivo realizar uma revisão de literatura relatando a doença periodontal em pacientes com

paralisia cerebral. As doenças periodontais consistem em processos inflamatórios de origem

infecciosa que acometem os tecidos gengivais e/ou os tecidos de suporte dos dentes por meio

do acumulo de biofilme. Em pacientes com paralisia cerebral as doenças periodontais estão

associadas, além da presença do biofilme, a diversos fatores como hiperplasia gengival

medicamentosa, a falta de vedamento labial e dificuldade na deglutição salivar devido a falta de

tonicidade da musculatura facial. Com a capacidade limitada da mastigação, lentidão no ritmo do

fluxo salivar e a falta da higiene oral do paciente, instala-se uma condição favorável ao maior

acúmulo de biofilme, gerando um processo inflamatório. Para esta revisão foi utilizado

levantamento bibliográfico com base nos sites de buscas de publicações científicas PubMed,

Bireme, Scielo. Medidas preventivas como uma boa higiene oral, raspagem e alisamento

radicular devem ser valorizadas, mantendo a microbiota sob controle, prevenindo a instalação de

um processo infeccioso.

Palavras-chave: paralisia cerebral, higiene bucal, doenças periodontais

Page 26: Teste ISUU

 

INTRODUÇÃO A paralisia cerebral (PC) é

caracterizada por uma alteração dos

movimentos controlados ou posturais dos

pacientes, aparecendo cedo, sendo

secundária a uma lesão, danificação ou

disfunção do sistema nervoso central (SNC)

não sendo reconhecido como resultado de

uma doença cerebral progressiva ou

degenerativa. Está associada com

desordens convulsivas e distúrbios da

sensação, cognição, fala, audição, visão. O

evento lesivo pode ocorrer no período pré,

peri ou pós natal. As encefalopatias crônicas

da infância incluem numerosas afecções

com várias etiologias e quadros clínicos

diversos tendo em comum o fato de

afetarem o sistema nervoso central das

crianças com um caráter crônico1,2.

Os distúrbios neuromotores

relacionados ao tônus patológico provoca

mudanças na função da região orofacial nos

portadores de paralisia cerebral.

Dificuldades na coordenação motora aliadas

a salivação excessiva e desenvolvimento de

hábitos parafuncionais orofaciais levam a

dificuldade em manter uma adequada

higiene oral. Estes fatores expõe estes

indivíduos a uma grande incidência e

prevalência de cárie, má oclusão, bruxismo

e doença periodontal3.

As alterações periodontais em

pacientes com paralisia cerebral estão

associadas a diversos fatores, como

hiperplasia gengival medicamentosa,

relacionada ao uso de medicamentos

anticonvulsivantes, a sialorréia (baba

excessiva por falta de vedamento labial e

dificuldade na deglutição salivar),

consistência dos alimentos, tonicidade da

musculatura facial, carência de informações

e falta de atendimento ambulatorial

odontológico, ocasionando incapacidade,

perda de auto-suficiência e prejuízo da

qualidade de vida5. Com isso, o presente

artigo realizou uma revisão de literatura

enfatizando a ligação da saúde bucal com a

paralisia cerebral e suas consequências.

MÉTODOS Para esta revisão foi utilizado

levantamento bibliográfico com base nos

sites de buscas de publicações científicas

PubMed

(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/Pubmed),

Bireme (www.bireme.com.br), Scielo

(www.Scielo.org), que indicam os artigos

mais relevantes sobre definição de paralisia

cerebral, complicações odontológicas e

doença periodontal em pacientes com

paralisia cerebral. Para isto, foram

pesquisados os seguintes termos: paralisia

cerebral, higiene bucal, doenças

periodontais, qualidade de vida; cerebral

paisy, oral hygiene, periodontal disease,

quality of life.

Page 27: Teste ISUU

 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

27  

Os artigos utilizados nesta revisão de

literatura foram publicados entre 1969 a

2010.

REVISÃO DA LITERATURA Desde o Simpósio de Oxford, em 1959, a

expressão paralisia cerebral foi definida como

“sequela de uma agressão encefálica, que se

caracteriza, primordialmente, por um transtorno

persistente, mas não invariável, do tônus, da

postura e do movimento, que aparece na

primeira infância e que não só é secundário a

esta lesão não evolutiva do encéfalo, mas

também, por influência que tal lesão exerce na

maturação neurológica”6.

A definição de PC mais atual propõe

que as desordens do desenvolvimento

motor, advindas da lesão encefálica

primária, são de caráter permanente e

mutáveis, ocasionando alterações

musculoesqueléticas secundárias e

limitações nas atividades funcionais7,8.

Está associada ao prejuízo motor e

com inúmeros problemas como convulsões,

déficit da fala, audição, visão,

comprometimentos cognitivo, sensorial e

comportamental1,9.

Embora a lesão encefálica não tenha

caráter progressivo, o comprometimento dos

movimentos pode apresentar piora quando

não se faz o tratamento específico10,11.

Estudos epidemiológicos em países

desenvolvidos relataram um índice de PC de 2,5

em cada 1.000 nascidos vivos. Em países

subdesenvolvidos, por sua vez, a incidência é

maior, chegando a 7 em cada 1.000 nascidos

vivos. No Brasil, estima-se que ocorram 30.000 a

40.000 novos casos por ano12,13.

Segundo dados do IBGE (2010), há

cerca de 2.617.025 pessoas com alguma

deficiência mental/intelectual permanente e

13.273.969 com alguma deficiência motora

permanente, como dificuldade de caminhar,

subir escada, escovar os dentes14.

O tipo de comprometimento cerebral

depende do momento em que o agente atuou,

de sua duração e da sua intensidade. Quanto ao

momento em que o agente etiológico incide

sobre o sistema nervoso central (SNC) em

desenvolvimento, distinguem-se os períodos pré-

natal, perinatal e pós-natal15,16. Os fatores de risco para a PC incluem:

hipóxia, isquemia cerebral, hemorragia

intracraniana grave, cistos periventriculares,

infecções, prematuridade, consumo de álcool,

fumo e outras drogas pela gestante, entre

outros17. Existem várias classificações para a

PC, que se distinguem de acordo com a

informação que disponibilizam, incluindo a

distribuição do acometimento no corpo

(Diplegia, Paraplegia, Tetraplegia) tipo de

tônus (Hipotonia ou Espasticidade), controle

motor (Discinesias) e nível de

independência18,19. Entre as alterações tônicas, a mais

comum é a espasticidade, sendo que 75%

das crianças com PC apresentam tônus

elevado exacerbação dos reflexos tendíneos

e da resistência à movimentação passiva

Page 28: Teste ISUU

 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

28  

rápida As crianças espásticas, de acordo

com a classificação topográfica, podem ser:

1.Hemiplegia: É o padrão

neuropatologica mais freqüente, com

comprometimento de todo o Hemicorpo

(Membro Superior, Tronco e Membro

Inferior); O paciente assume atitude em

semiflexão do membro superior,

permanecendo o membro inferior

hiperestendido e aduzido, e o pé em postura

eqüinovara.

2. Tetraplegia: Comprometimento

amplo, com déficit motor da região Cervical,

Tronco, Membros Superiores e Inferiores;

provocado por lesões difusas bilaterais no

sistema Piramidal. Presença de grave

tetraparesia espástica com intensas

retrações musculotendíneas em semiflexão

dos Membros, síndrome pseudobulbar

(hipomimia, disfagia e disartria), podendo

ocorrer ainda microcefalia, deficiência

mental e epilepsia. 3. Diplegia: Forma mais comum em

prematuros. Trata-se do comprometimento

motor dos membros inferiores, comumente

evidenciando uma acentuada hipertonia dos

adutores do Quadril, que configura em

alguns doentes o aspecto semiológico

denominado Síndrome de Little (postura

com cruzamento dos membros inferiores e

marcha “em tesoura”). 19-21

A alteração do tônus muscular que

prejudica a mastigação e a deglutição

também acarreta dificuldades à higiene

bucal. O déficit da motricidade oral desses

pacientes induz a hábitos de dieta alimentar

diferenciada. Com a capacidade limitada da

mastigação e consequente lentidão no ritmo

do fluxo salivar, instala-se uma condição

favorável ao maior acúmulo de biofilme22.

Diversos fatores associados com

precária saúde bucal, como o tipo e

consistência da alimentação, o uso de

medicamentos anticonvulsionantes, a falta

de informação e de acesso a serviços

odontológicos, comprometem a saúde oral

do deficiente físico. As doenças bucais que

mais afetam os portadores de paralisia

cerebral são as mesmas que encontramos

na população geral, como: cárie, má

oclusão, bruxismo, hipoplasia de esmalte e

doença periodontal1,23-26.

A doença periodontal intensifica-se na

presença de placa bacteriana, higiene bucal

precária, vômito, maloclusão, pouca força

mastigatória, respiração bucal, estresse,

deficiências fagocitárias e nutricionais9,5.

As doenças periodontais consistem

em processos inflamatórios de origem

infecciosa que acometem os tecidos

gengivais e/ou os tecidos de suporte dos

dentes. Ocorrem como consequência das

reações inflamatórias e imunológicas nos

tecidos periodontais induzidas pelos

microorganismos do biofilme dental,

danificando o tecido conjuntivo e o osso

alveolar27-29.

Page 29: Teste ISUU

 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

29  

A gengivite tem como principal fator

etiológico a ação microbiana do biofilme. É

restrita ao periodonto de proteção e

caracterizada pela formação de bolsas

gengivais detectadas por meio da sondagem

ou sangramento espontâneo30.

As periodontites são inflamações

crônicas e progressivas, caracterizadas

clinicamente por inflamação gengival,

sangramento à sondagem, diminuição da

resistência dos tecidos periodontais à

sondagem, perda de inserção gengival e do

osso alveolar31,32.

O início das periodontites se dá com

uma gengivite em crianças e logo após a

puberdade, mas como a progressão é lenta,

os sintomas como a perda óssea e a

inserção só serão observados

posteriormente. Por isso, a idade não é

considerada um fator de risco, mas uma

consequência dos efeitos acumulados

durante os anos32.

Na infância as doenças periodontais

tem progressão lenta, se manifestando como

um processo inflamatório no periodonto de

revestimento. As que mais acometem as

dentições decídua, mista e permanente, não

representam uma única classe, tendo muitas

lacunas em função de parâmetros clínicos,

radiográficos, microbiológicos, imunológicos

e terapêuticos30.

O diagnóstico deve ser dado

precocemente, para minimizar os danos,

principalmente na puberdade. É

imprescindível à avaliação da determinação

do risco individual de adquirir essas

patologias, como a predisposição individual

ou familiar de apresentar perda de inserção

conjuntiva30.

DISCUSSÃO

A Paralisia Cerebral ocasiona

distúrbios sensório motores, ocorridos

durante a vida fetal e os primeiros meses de

vida comprometendo regiões de tônus

muscular, postura, afetando atividades

motoras essenciais para o desempenho de

tarefas da rotina diária. Uma parcela

significativa dos pacientes com PC

apresentam problemas na deglutição,

dificuldade no fechamento da cavidade oral

e vedamento dos lábios dificultando o ato de

deglutir5,9.

Destaca-se que muitos

medicamentos utilizados desde a primeira

infância nos indivíduos com PC têm efeitos

adversos sobre os dentes. Ansiolíticos,

anticolinégicos, antidepressivos, anti-

histamínicos, antináuseas, antipsicótico,

agentes antiparkinson, dilatadores de

brônquios, descongestionante nasal,

sedativos, xarope contra tosse e febre, todos

têm ação xerogênica, isto é, podem produzir

xerostomia33.

Os cuidadores não têm sido alertados

sobre os efeitos dessas drogas na cavidade

bucal e nem como minimizá-los, crendo

unicamente no mito do antibiótico como

Page 30: Teste ISUU

 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

30  

causador único da cárie dental. Estudos

constataram que pacientes com

hipossalivação podem apresentar uma

alteração no estado dentário geral, com

aumento da placa bacteriana e do número

de lesões de cárie, presença de áreas de

desmineralização e recidivas, manifestação

típica de alto risco de cárie, principalmente

nos casos em que a medicação foi

administrada na forma de xarope ou com o

auxílio de um veículo açucarado33,34.

A falta de higiene oral adequada leva

a problemas periodontais graves, em

pacientes que tomam fenitoína, como por

exemplo alto grau de hiperplasia gengival. A

condição da PC por si só não predispõe às

doenças cárie e periodontal, contudo os

aspectos socioeconômicos e culturais

interferem nestas doenças, como a

negligência no controle da ingestão com

alimentos cariogênicos e a inadequada

higienização bucal. Conforme relato de

diversos estudos35-41, as crianças portadoras

de paralisia cerebral estão recebendo pouca

atenção odontológica, principalmente em

decorrência da dificuldade de manejo com

estes pacientes.

Guerreiro e Garcias1, avaliaram 41

crianças portadoras de paralisia cerebral e

concluíram índices elevados de alteração

gengival e experiência de intervenção

precoce, seja com programas educativos.

A doença periodontal representa a

interação de uma microbiota

periodontopatogênica, hospedeiros e o

ambiente42.

Xavier et al30, verificaram a ocorrência

de gengivite em 91,40% das 93 crianças

selecionadas para o estudo na faixa etária

de 6 a 12 anos, onde a gengivite leve

apresentou uma maior prevalência, seguida

pela gengivite moderada e apenas 8,6% das

crianças evidenciaram ausência da

gengivite, corroborando com outros

estudos43,44. No mesmo estudo não foi

observado relação significativa entre

severidade da condição clínica gengival e

sexo (x=0,681), como também relatado em

outra pesquisa45.

Alguns trabalhos46,47 mostram que a

periodontite afeta a dentição decídua,

podendo se apresentar tanto na forma

localizada quanto na forma generalizada. A

forma localizada afeta frequentemente os

primeiros molares decíduos e os tecidos

gengivais exibem inflamação discreta com

acúmulo moderado de placa. A forma

generalizada apresenta inflamação gengival

aguda, recessão gengival, rápida destruição

de osso alveolar algumas vezes

acompanhada de destruição radicular e

perda dos dentes decíduos.

Medidas preventivas como uma boa

higiene oral, raspagem e alisamento

radicular devem ser valorizadas, mantendo a

microbiota sob controle, prevenindo a

instalação de um processo infeccioso capaz

Page 31: Teste ISUU

 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

31  

de levar à perda de inserção conjuntiva e de

tecido alveolar48,30.

CONCLUSÃO De acordo com a revisão de literatura

pode-se concluir que diversos fatores

associados com a má higiene bucal

comprometem a saúde oral do deficiente

físico. As doenças bucais que mais afetam

os portadores de paralisia cerebral são as

mesmas que encontramos na população

geral, como: cárie, má oclusão, bruxismo,

hipoplasia de esmalte e doença periodontal A alteração do tônus muscular que

prejudica a mastigação e a deglutição

também acarreta dificuldades à higiene

bucal. Com a capacidade limitada da

mastigação e lentidão no ritmo do fluxo

salivar, instala-se uma condição favorável ao

maior acúmulo de biofilme. Medidas preventivas como uma boa

higiene oral, raspagem e alisamento

radicular devem ser valorizadas, mantendo a

microbiota sob controle, prevenindo a

instalação de um processo infeccioso.

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 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

35  

 

Vantagens  dos  Pinos  de  Fibra  de  Vidro  

Daniel Fernandes Junior1, Haine Beck2.

1. Cirurgião Dentista.

2. Professor da Disciplina de Materiais Odontológicos e da Disciplina de Clínica Integrada do Curso de

Odontologia da Universidades Braz Cubas.

(correspondência: [email protected])  

RESUMO  

Dentes tratados endodonticamente são friáveis, suas estruturas se encontram

desprovidas de vascularização pulpar, favorecendo a desidratação da dentina, tendo como

consequencia perda da elasticidade e posteriormente fratura da coroa e da raiz radicular.

Durante muitos anos o uso de núcleos metálicos foi a técnica mais empregada para recuperação

da função, porém com a evolução dos materiais e afirmação dos conceitos estéticos, os pinos de

fibra de vidro passaram a ser uma alternativa ao cirurgião dentista. Este trabalho teve como

objetivo realizar uma revisão de literatura sobre as vantagens do uso dos pinos de fibra de vidro

em Odontologia, utilizando bases de dados de trabalhos acadêmicos. As principais vantagens

encontradas são: módulo de elasticidade semelhante ao da dentina radicular, protegendo a raiz

contra o estresse minimizando as tensões; adesão à dentina através dos cimentos resinosos,

baixo custo, menor desgaste a estrutura dental, não apresenta risco de corrosão quando

comparado aos pinos metálicos, tem fácil aplicação e dispensa as etapas de laboratório

protético.

Palavras-chave: pinos intraradiculares, materiais odontológicos, odontologia estética

Page 36: Teste ISUU

 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

36  

INTRODUÇÃO

Com a evolução da tecnologia de

materiais a Odontologia se encontra em

crescente desenvolvimento científico,

possibilitando grandes e variadas opções em

relação às técnicas restauradoras. Até

então, dentes tratados endodonticamente e

com grande perda de estrutura dentinária

tinham como única opção os núcleos

metálicos fundidos, uma técnica de

reabilitação que apresenta desvantagens,

como necessidade de um maior número de

sessões clinicas, maior número de

procedimentos laboratoriais, custo protético,

maior desgaste da estrutura dental sadia1;

risco dos núcleos sofrerem corrosão

favorecendo a pigmentação pelo processo

de oxidação e dificuldade na remoção do

núcleo quando necessário2,3.

Outra desvantagem dos núcleos

metálicos fundidos é em relação ao alto

módulo de elasticidade, ou seja, um material

que apresenta alta rigidez em relação ao

elemento dental onde os dentes restaurados

com núcleo metálico fundido quando

submetido às cargas mastigatórias, elas

transmitem quase integralmente as forças ao

sistema estomatognático, elevando a

concentração de tensões e a transmissão de

forças durante a mastigação diretamente à

estrutura radicular, piorando o prognóstico

da restauração4.

Por fim, sabe-se que, embora os

núcleos metálicos fundidos ainda sejam

muitos utilizados, a estética também tem que

ser levada em consideração, principalmente

quando tratamos de dentes anteriores.

As características ideais de um pino

intracanal é ser de fácil uso, biocompativel,

preservar a dentina radicular, evitar tensões

na raiz e promover união química e

mecânica com material restaurador, custo

baixo, resistente a corrosão e ser estético5.

Com o desenvolvimento tecnológico

novos produtos foram introduzidos no

mercado odontológico, como materiais

adesivos, compósitos, cimentos resinosos

entre outros. Neste avanço da tecnologia,

surgiram os pinos pré fabricados não

metálicos, como os de fibra de carbono,

zircônia e fibra de vidro, tendo estes dois

últimos, além de características funcionais

próprias, grande apelo estético. Os pinos de

fibra de vidro são uma alternativa promissora

e possuem inúmeras vantagens, um dos

seus aspectos mais importantes é a estética,

pois é constituído de um material que

permite a passagem da luz. Em sua

composição, encontra-se uma matriz

resinosa, na qual estão imersos diversos

tipos de fibra de reforço. O seu módulo de

elasticidade é semelhante ao da dentina

radicular, o que preserva o dente contra o

estresse e conseqüente fratura.

Page 37: Teste ISUU

 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

37  

O objetivo desse trabalho foi realizar

uma revisão de literatura referente as

vantagens que os pinos de fibra de vidro

proporcionam quando selecionados para

procedimentos odontológicos.

 

REVISÃO DA LITERATURA

Dentes tratados endodônticamente se

tornam fragilizados por estarem desprovidos

de vascularização pulpar, apresentam com

desidratação de dentina e se torna

susceptível à fratura, necessitando de

reforço para atuar efetivamente quando em

função6. O tratamento endodôntico por si só

diminui a resistência do dente, pela

considerável remoção de esmalte e dentina

coronária necessária ao acesso do canal

radicular e pela redução da dentina

intrarradicular durante a instrumentação do

sistema de canais radiculares, resultando

muitas vezes em dentes com grandes

destruições coronárias, o que agrava a

dificuldade na escolha do melhor

procedimento restaurador.

Torbjorner et al7. (1995) compararam

e avaliaram o tipo de falha relacionada ao

insucesso dos retentores metálicos fundidos

e pré fabricados em pacientes reabilitados

com diversas modalidades de tratamento

protético. Foram analisados 788 retentores

intra-radiculares por um período de 4 a 5

anos. A perda de retenção foi a mais

freqüente falha relacionada a ambos

retentores, enquanto que, a fratura da raiz

foi a mais séria conseqüência resultando em

exodontia. Os retentores pré fabricados

obtiveram uma taxa de sucesso

significativamente maior em relação aos

metálicos fundidos, os quais apresentaram

uma freqüência altamente significativa de

fraturas radiculares. Os resultados também

mostraram que os pinos fibra vidro

obtiveram menor falha na cimentação (8%)

do que os núcleos metálicos fundidos (15%).

Os autores sugerem que os dentes tratados

endodonticamente recebessem reforço, pois

prevenir fraturas é mais econômico que

recuperar um dente fraturado. A conclusão

foi que, o ideal na reconstrução de dentes

tratados endodonticamente, fosse uma

restauração com as seguintes

características: propriedades mecânicas

idênticas as da dentina, forma idêntica ao

volume perdido para que não haja ou seja,

minimizada a fratura, e caso haja

necessidade de um pino intrarradicular, que

este deve preencher o espaço do conduto

radicular para que os esforços sejam

transmitidos de forma homogênea para a

superfície radicular.

Martinez-Insua et al6. (1998)

analisaram a resistência à fratura in vitro de

coroas totais metálicas em pré molares.

Quarenta e quatro pré molares foram

extraídos e divididos em dois grupos: a)

restauração com pino de fibra e núcleo em

resina composta; b) restauração com pino e

núcleo fundido em liga ouro. O tamanho e o

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 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

38  

formato dos pinos foram semelhantes para

os dois grupos. Todos os dentes foram

cobertos por uma coroa metálica. A

resistência à fratura foi medida aplicando

uma força numa inclinação de 45° ao longo

eixo do dente. No grupo dos pinos de fibra

as fraturas ocorreram na interface

pino/resina composta. No grupo que foi

utilizado núcleo metálico fundido, as fraturas

ocorreram no substrato dental, fraturando o

remanescente dental.

Galzer8 (2000) realizou um estudo

para avaliar o sucesso dos retentores de

fibra na reabilitação de pacientes que

haviam perdido mais de 50% de estrutura

coronária. Um total de 59 pinos

intrarradiculares foram cimentados em 47

pacientes que foram monitorados por um

período de 2 anos. As falhas foram

relacionadas ao deslocamento dos núcleos

de resina que receberam coroas unitárias e

em um dente pilar de prótese fixa. Não

ocorreram fraturas da porção radicular dos

pinos de fibra durante a pesquisa e

concluíram que os pinos mostraram-se

menos invasivos à estrutura remanescente

com facilidade de remoção do sistema em

casos de falhas mecânicas ou biológicas.

Fernandes e Dessai9 (2001) orientam que os

retentores intrarradiculares devem ser

colocados no longo eixo do dente e no

centro do conduto radicular, já que essa é

considerada uma área neutra com relação a

concentração de força, e que o comprimento

do pino tem um efeito significativo sobre a

retenção e resistência devendo ser o mais

longo possível e não enfraquecer o

selamento apical ou causar perfuração da

raiz. Ressaltam também que o pino deve ter

o diâmetro mais estreito possível e suficiente

para resistir a flexão, preservando a dentina

ao máximo. De todos os tipos de formatos,

os rosqueáveis geram maiores tensões do

que os pinos passivos e que esses

produzem, conseqüentemente, uma menor

freqüência de fratura sobre a raíz.

  Quando   existe   perda   significativa   da  

estrutura  dental,  o  uso  de  núcleos  ou  pinos  pré-­‐

fabricados   torna-­‐se   essencial   para   reter   a  

restauração.  Em  dentes  com  estrutura  coronária  

insuficiente   faz-­‐se   necessário   o   uso   de   pinos  

intrarradiculares,   por   isso   deve-­‐se   conhecer   a  

estrutura  radicular   interna  e  externa  para  poder  

selecionar   o   melhor   sistema   de   pinos  

aumentando  a  retenção  e  minimizando  a  fratura  

da   raiz.   As   características   estéticas   dessa  

restauração   são   fortemente   influenciadas   pelo  

material   de   preenchimento   intracoronário.   O  

avanço  tecnológico  e  a  busca  por  materiais  cada  

vez   mais   semelhantes   aos   tecidos   dentários  

resultaram  no   uso   freqüente   dos   pinos   de   fibra  

translúcidos   ou   brancos   que   possibilitam   a  

transmissão   das   cores   através   da   estrutura  

dental,  porcelana  ou  resina,  sem  necessidade  de  

fazer   uso   de   opacificadores   ou   modificadores,  

além   de   aderirem   quimicamente   às   resinas  

Page 39: Teste ISUU

 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

39  

compostas,  dispensando  ou  diminuindo  qualquer  

tipo  de  tratamento  de  superfície5.    

Newman et al10. (2003) realizaram um

estudo para comparar o efeito entre

diferentes sistemas de pinos pré fabricados

(aço inoxidável e resina reforçada com fibra

de vidro e fibra de polietileno) com relação a

resistência à fratura e ao insucesso de

dentes tratados endodonticamente. Os

autores concluíram que entre os sistemas de

retentores intrarradiculares não houve

diferenças significantes em relação à média

de carga para falha, os retentores pré

fabricados de resina reforçados com fibra

suportaram menores quantidades de cargas

em relação aos retentores de aço inoxidável.

Na falha produzida nos retentores pré

fabricados de resina reforçada por fibra não

ocorreu fratura da raiz, diferente dos casos

restaurados com retentores de aço

inoxidável.

Sato et al11. (2004) cita como

vantagens do uso de núcleos de fibra de

vidro em relação aos metálicos fundidos,

além da estética, a facilidade de uso, a

biocompatibilidade com a estrutura dental

devido ao seu módulo de elasticidade e a

simplicidade dos procedimentos clínicos,

dispensando a etapa de moldagem e

eliminando a fase laboratorial; porém cita a

contra indicação nos casos em que já existia

um núcleo metálico fundido e o conduto

esteja extremamente alargado, onde poderia

ocorrer, no terço cervical, uma interface

muito extensa entre o pino e a parede

radicular criando uma linha de cimentação

muito espessa, com contração de

polimerização acentuada. A utilização dos

pinos de fibra de vidro em próteses fixas

extensas, devido às forças exercidas sobre o

pôntico, também seria uma contra-indicação,

pela possibilidade de deslocamento dos

pinos nos pilares.

Magalhães et al12 (2004) realizou um

estudo comparativo da profundidade de

fratura de dentes restaurados com núcleos

metálicos fundidos e núcleos de fibra.

Através de ensaio mecânico de compressão,

esses dois sistemas foram avaliados e

concluiu-se que o núcleo metálico fundido

provocou maior incidência de fraturas,

dificultando a restauração dos dentes

envolvidos e que seu módulo de elasticidade

pode levar a um sistema de alavanca sobre

a superfície radicular, levando a fratura do

terço médio das raízes, diferentemente do

sistema de pinos fibra.

Ribeiro13 (2004) realizou análise pelo

método de elementos finitos, da distribuição

de tensões em dentes com ou sem

remanescente coronário, utilizando

diferentes pinos intrarradiculares em um

incisivo central superior. Os pinos utilizados

foram núcleo metálico fundido, fibra de

carbono, fibra de vidro, zircônia e titânio.

Foram simuladas diferentes situações

clinicas com a finalidade de avaliar o

comportamento de cada tipo de pino

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 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

40  

utilizado. Para realizar a simulação foi

construído um modelo geométrico, onde

uma carga de 100 Newtons foi aplicada no

terço incisal da região palatina do incisivo

central superior com uma inclinação de 45°

em relação ao longo eixo do dente,

simulando o contato do antagonista durante

movimentos mastigatórios. Concluiu-se que

nos pinos de fibra de vidro e carbono

obtiveram tensões mais uniformes ao longo

do conduto radicular, distribuindo melhor as

concentrações de tensões na região do

conduto da raiz.

Teófilo et al14 (2005) relataram que a

perda de estrutura dental decorrente de lesões

cariosas, traumatismo dentários, procedimentos

restauradores anteriores, somado ao desgaste

adicional dos procedimentos endodônticos,

resultaram em perda de suporte dentário, o que

interfere no tipo de restauração a ser

confeccionada. Em dentes tratados

endodônticamente deve ser levado em

consideração o grau de distribuição do dente na

arcada, do suporte ósseo, o tipo de prótese e os

tipos de forças às quais esses dentes serão

submetidos. Diante destas considerações, os

autores concluíram que os retentores

intrarradiculares devem ser utilizados somente

quando houver necessidade de retenção do núcleo

ou restaurações coronárias e que a rigidez do

material do retentor intrarradicular pode aumentar

a chance de fratura do conduto radicular.

Pasqualin15 (2007) avaliou a

resistência à fratura de raízes portadoras de

pinos metálicos fundidos e de fibra de vidro.

Através de testes de compressão, foram

avaliados 50 incisivos centrais superiores,

sendo que 10 receberam apenas o preparo

coronário (grupo controle) e 40 tiveram suas

coroas seccionadas e seus canais tratados

endodonticamente (grupos experimentais).

Todos os dentes foram inseridos em bloco

de resina, com exceção de 4milímetro

cervicais, que foram divididos em 5 grupos:

controle(I), pino metálico fundido de forma

cilíndrica (ll) e cônica (lll), pino de fibra de

vidro de forma cilíndrica (lV) e cônica (V), em

seguida foram cimentadas. Os corpos de

prova foram submetidos ao ensaio de

compressão, aplicando uma força constante

de 1milímetro por minuto, com angulação de

135° em relação ao longo eixo das raízes.

Com base na metodologia utilizada neste

estudo concluiu-se que os pinos pré

fabricados de fibra de vidro cilíndricos

apresentaram os maiores valores de

resistência à compressão necessária para a

fratura da raiz, com valores semelhantes aos

da espécie do grupo controle.

Ramalho16 (2008) realizou um estudo

comparativo da resistência radicular à fratura

em raízes restauradas por pinos

intrarradiculares pré fabricados metálicos e

de pinos fibra de vidro cimentados em

diferentes profundidades. Os resultados

demonstraram que os pinos pré fabricados

metálicos intrarradiculares devem ser

limitados ao reforço da interface dente /

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 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

41  

restauração, em razão da sua maior rigidez

e consequentemente do seu maior módulo

de elasticidade em comparação a dentina,

pois não absorvem satisfatoriamente as

tensões oriundas da força mastigatória,

diferentemente dos pinos de fibra de vidro.

DISCUSSÃO

Os pinos intrarradiculares de fibra de

vidro proporcionam uma melhor distribuição

das cargas mastigatórias que os núcleos

metálicos fundidos por possuir um módulo

de elasticidade semelhante ao da

dentina4,5,6,7,8,9,10,11,13,16 .

Os núcleos metálicos fundidos

apresentam um alto módulo de elasticidade

e transmitem quase que integralmente as

forças de mastigação ao conduto radicular

por apresentarem alta rigidez em relação ao

elemento dental4. Os pinos fibra de vidro

possuem uma taxa de sucesso maior em

relação aos metálicos fundidos e

apresentam um módulo de elasticidade bem

mais favorável, e que quanto à fratura

radicular, os pinos metálicos fundidos tem se

apresentado como prognóstico menos

favorável7. Martinez et al6 (1998) avaliaram o

desempenho em relação à resistência à

fratura de dentes despolpados e restaurados

com pino núcleo metálico fundido e pino de

fibra e evidenciaram que o limiar de fratura

dos pinos fundidos foi significativamente

maior que nos pinos de fibra. Confirmando

que o módulo de elasticidade dos pinos de

fibra de vidro foi próximo ao tecido

dentinário, diminuindo com isso a

possibilidade de fraturas radiculares, os

pinos de fibra de vidro favorecem um mínimo

deslocamento entre o pino e a resina

composta, e as forças obtidas na interface

entre os pinos de fibra e o remanescente

dental são melhores distribuídas ao longo do

eixo do conduto tendo como consequencia

melhor prognóstico quando comparado com

núcleos metálicos.

Nos testes laboratoriais realizados

por Newman et al.10, foi comparado o

módulo de elasticidade dos pinos de aço

inoxidável e de fibra de vidro. Obtiveram

como resultado que os pinos de fibra de

vidro suportam menos cargas

comparativamente aos pré fabricados de

aço inoxidável, promovendo menor tensão

ao conduto radicular, preservando-o. Essas

opiniões reforçam em concordância com

Magalhães et al.12, os núcleos metálicos

fundidos apresentam um alto módulo de

elasticidade o que pode provocar um maior

índice de fratura do conduto, promovendo

um sistema de alavanca sobre a superfície

da raiz, devido não somente ao alto módulo

de elasticidade mas também à dureza da

ligas. Ribeiro13 (2004) relata que a

distribuição de tensões em relação a pinos

pré fabricados são menores em pinos de

titânio e núcleos metálicos fundidos,

apresentando elevado módulo de

elasticidade, com grande geração de tensão

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 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

42  

ao longo eixo do remanescente dentinario,

diferentemente dos pinos de fibra de

carbono e fibra de vidro que proporcionaram

menor concentração de tensão.

A corrosão também é um fator

importante a ser considerado quanto aos

núcleos de ligas metálicas, por favorecer a

pigmentação e comprometendo a estética2,3.

Sato et al11 (2004) cita como vantagens dos

núcleos de fibra de vidro, a facilidade de

uso, a simplicidade dos procedimentos

clínicos e a estética, além de apresentarem

uma boa união com cimentos resinosos e

com resinas de preenchimento, porém

contra indica o uso de pinos estético quando

já existia um núcleo metálico fundido, por já

ter um conduto muito largo, ocorreria um

espaço muito grande entre o pino estético e

o material de cimentação aumentando a

contração de polimerização.

Para a cimentação dos pinos de fibra,

os materiais resinosos são os de primeira

escolha, podendo ser autopolimerizáveis,

fotopolimerizáveis ou de polimerização dual,

com a adesão entre dentina e os pinos

obtendo um grau razoável de rigidez,

elasticidade e resistência. Como

desvantagens os cimentos resinosos

apresentam contração e tensão de

polimerização, diminuindo com o passar do

tempo a força de retenção dos pinos10.

Os estudos mostram que os dentes

que receberam pinos de fibra demonstraram

maior resistência que aqueles que

receberam pinos metálicos. Estas diferenças

podem ser explicadas pelo módulo de

elasticidade do material que constitui o pino,

um pino com alto módulo de elasticidade,

como os núcleos metálicos fundidos e pinos

metálicos, quando pressionados contra a

dentina radicular, as forças são transmitidas

do pino para a dentina que é menos rígida, e

quando um pino com módulo de elasticidade

similar a dentina radicular é utilizado a

transferência de forças são reduzidas. O

módulo de elasticidade próximo ao da

dentina é uma das propriedades mais

relevantes dos pinos de fibra, possibilitando

uma distribuição de forças mais favorável e

conseqüente redução do risco de fratura

radicular1.

Apesar de o núcleo metálico fundido

ser o procedimento mais escolhido entre os

cirurgiões dentistas, o uso de núcleos

estéticos tem sido bem aceito pelos

profissionais. O importante é ressaltar que

não há um procedimento padrão em todos

os casos para a instalação de retentores

intrarradiculares devido às diferenças

anatômicas entre as raízes e outras

considerações clinicas, especificas de cada

caso3.

A utilização de pinos de fibra de vidro

tem se mostrado como uma alternativa

clinicamente confiável, pois apresentam alto

percentual de sucesso. Os insucessos não

incluem fraturas radiculares e estão mais

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 Revista  de  Odontologia  da  UBC      

43  

frequentemente ligados à descimentação do

pino.                                                                    

CONCLUSÃO

Em face do estudo, este trabalho

pode concluir que as vantagens do uso de

pinos de fibra de vidro em Odontologia são:

- O módulo de elasticidade próximo

da dentina, possibilitando uma distribuição

de forças mais favorável e conseqüente

redução do risco de fratura radicular;

- Adesão à dentina, através dos

cimentos resinosos;

- Baixo custo;

- Menor desgaste da estrutura dental;

- Não apresenta risco de corrosão

comparado aos pinos metálicos, que é um

fator de escurecimento dentinário e limitante

quanto à longevidade estética do

procedimento restaurador;

- Fácil aplicação após treinamento;

- Dispensa laboratório protético,

resultando em um menor número de

consultas.

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46.

 

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  Revista  de  Odontologia  da  UBC      

45  

TRATAMENTO  ODONTOLOGICO  

NORMAS  DE  PUBLICAÇÃO      1. MISSÃO A Revista de Odontologia da UBC (ROUBC) é publicada trimestralmente e destina-se à veiculação de originais nas seguintes categorias: artigo original; relato de caso(s) clínico(s); revisão de literatura; informações sobre os Cursos; informações gerais para profissionais. Respeitadas as categorias apresentadas acima, os originais submetidos devem estar de acordo com a linha editorial da Revista, eminentemente voltada aos clínicos e especialistas, devendo oferecer uma visão clínica integrada da Odontologia. A ROUBC aceita artigos de autores nacionais e internacionais, desde que estejam em inglês, espanhol ou português. 2. NORMAS GERAIS 2.a. Os originais deverão ser submetidos por meio do endereço eletrônica [email protected]. 2.b. O conteúdo dos originais deve ser inédito. Não pode ter sido publicado anteriormente nem ser concomitantemente submetido à apreciação em outros periódicos, sejam eles nacionais ou internacionais. 2.c. Uma vez submetidos os originais, a ROUBC passa a deter os direitos autorais exclusivos sobre o seu conteúdo, podendo autorizar ou desautorizar a sua veiculação, total ou parcial, em qualquer outro meio de comunicação, resguardando-se a divulgação de sua autoria original. Para tanto, deverá ser anexado por meio do site o documento de transferência de direitos autorais contendo a assinatura de cada um dos autores, cujo modelo está reproduzido abaixo: Termo de Transferência de Direitos Autorais Eu (nós), autor(es) do trabalho intitulado [título do trabalho], o qual submeto(emos) à apreciação da Revista de Odontologia da UBC, declaro(amos) concordar, por meio deste suficiente instrumento, que os direitos autorais referentes ao citado trabalho tornem-se propriedade exclusiva da Revista de Odontologia da UBC desde a data de sua submissão, sendo vedada qualquer reprodução, total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação de qualquer natureza, sem que a prévia e necessária autorização seja solicitada e obtida junto à Revista de Odontologia da UBC. No caso de não-aceitação para publicação, essa transferência de direitos autorais será automaticamente revogada após a devolu-ção definitiva do citado trabalho por parte da Revista de Odontologia da UBC, mediante o recebimento, por parte do autor, de ofício específico para esse fim. [Data/assinatura(s)] 2.d. A Revista de Odontologia da UBC reserva-se o direito de adequar o texto e as figuras recebidos segundo princípios de clareza e qualidade. 2.e. Os conceitos e as afirmações constantes nos originais são de inteira responsabilidade do(s) autor(es), não refletindo, necessariamente, a opinião da Revista de Odontologia da UBC, representada por meio de seu corpo editorial e comissão de avaliação. 3. FORMA DE APRESENTAÇÃO DE ORIGINAIS Os artigos devem ser redigidos utilizando-se fonte Arial ou similar, tamanho 12, espaçamento duplo entre linhas, em páginas numeradas tamanho A4 com margens de 2,5 cm. 3.a. Categorias de originais, elementos constituintes obrigatórios, ordem de apresentação e limites: Artigo original – Título; resumo; descritores; relevância clínica; introdução; materiais e métodos; resultados; discussão; conclusão; agradecimentos (se houver); referências; legendas; título, resumo (abstract) e descritores em inglês (descriptors). Limites: 20 páginas de texto, 2 tabelas e 16 figuras. Relato de caso(s) clínico(s) – Título; resumo; descritores; relevância clínica; introdução; relato do(s) caso(s) clínico(s), discussão; conclusão; agradecimentos (se houver); referências; legendas; título, resumo (abstract) e descritores em inglês (descriptors). Limites: 10 páginas de texto, 2 tabelas e 16 figuras.  

 

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3.b. Texto 3.b.1. Página de rosto: a página de rosto deverá conter o título; nome completo, titulação e afiliação acadêmica dos autores; endereço completo contendo telefone, FAX e e-mail para contato do autor correspondente; especificação da categoria sob a qual os originais devem ser avaliados; especificação da área (ou áreas associadas) de enfoque do trabalho (ex.: Ortodontia, Periodontia/Dentística). 3.b.2. Título: máximo de 100 caracteres. 3.b.3. Resumo: máximo de 250 palavras. Deve ser composto seguindo a seguinte sequência: Objetivos, Materiais e Métodos, Resultados, Conclusão. 3.b.4. Relevância Clínica: descrição sucinta (de 2 a 4 linhas de texto) da relevância clínica do trabalho apresentado. 3.b.5. Descritores: máximo de cinco. Para a escolha de descritores indexados, consultar Descritores em Ciências da Saúde, obra publicada pela Bireme http://decs.bvs.br/. 3.b.6. Resumo, título e descritores em inglês: devem seguir as mesmas normas para os ítens em português. Os autores devem buscar assessoria linguística profissional (revisores e/ou tradutores certificados em língua inglesa) para correção destes itens. 3.b.7. Introdução: deve ser apresentada de forma sucinta (de uma a duas páginas de texto) com clareza enfocando o tópico es- tudado na pesquisa e o conhecimento atual pertinente ao assunto. O objetivo deve ser apresentado no final desta seção. 3.b.8. Materiais e Métodos: identificar os métodos, procedimentos, materiais e equipamentos (entre parênteses dar o nome do fabricante, cidade, estado e país de fabricação) e em detalhes suficientes para permitir que outros pesquisadores reproduzam o experimento. Indique os métodos estatísticos utilizados. Identificar com precisão todas as drogas e substâncias químicas utilizadas, incluindo nome genérico, dose e via de administração e citar no artigo o número do protocolo de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). 3.b.9. Resultados: devem ser apresentados em uma sequência lógica no texto com o mínimo possível de discussão, acompanhados de tabelas apropriadas. Relatar os resultados da análise estatística. Não utilizar referências nesta seção. 3.b.10. Discussão: deve explicar e interpretar os dados obtidos, relacionando-os ao conhecimento já existente e aos obtidos em outros estudos relevantes. Enfatizar os aspectos novos e importantes do estudo e as conclusões derivadas. Não repetir em detalhes dados já citados na seções de Introdução ou Resultados. Incluir implicações para pesquisas futuras. 3.b.11. Conclusão: deve ser pertinente aos objetivos propostos e justificados nos próprios resultados obtidos. A hipótese do trabalho deve ser respondida. 3.b.12. Agradecimentos: Especifique auxílios financeiros citando o nome da organização de apoio de fomento e o número do processo (Ex.: Este estudo foi financiado pela FAPESP, 04/07582-1). Mencionar se o artigo fez parte de Dissertação de Mestrado ou Tese de Doutorado (Ex.: Baseado em uma Tese submetida à Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Doutor em Clínica Odontológica, área de Dentística). Pessoas que tenham contribuído de maneira significativa para o estudo podem ser citadas. 3.b.13. Referências: máximo de 30. A exatidão das referências bibliográficas é de responsabilidade dos autores. IMPORTANTE: a utilização de referências atuais é de fundamental importância para o aceite do trabalho. As referências devem ser numeradas de acordo com a ordem de citação e apresentadas em sobrescrito no texto. Sua apresentação deve seguir a normatização do estilo Vancouver, conforme orientações fornecidas no site da National Library of Medicine: http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_ requirements.html. Nas publicações com sete ou mais autores, citam-se os seis primeiros e, em seguida, a expressão latina et al. Deve-se evitar a citação de comunicações pessoais, trabalhos em andamento e não publicados.    

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Exemplos: Livro Fejerskov O, Kidd E. Cárie dentária : a doença e seu tratamento clínico. 1a. ed. São Paulo: Santos; 2005. Capítulo de Livro Papapanou PN. Epidemiology and natural history of periodontal disease. In: Lang NP, Karring T. Proceedings of the 1st European Workshop on Periodontology. 1st ed.London: Quintessence, 1994:23-41. Artigo de Periódico Iwata T, Yamato M, Zhang Z, Mukobata S, Wa- shio K, Ando T, Feijen J, Okano T, Ishikawa I. Validation of human periodontal ligament-derived cells as a reliable source for cytotherapeutic use. J Clin Periodontol 2010;37(12):1088-99. Dissertações e Teses Antoniazzi JH. Analise “in vitro” da atividade antimicrobiana de algumas substancias auxiliares da instrumentação no preparo quimico-mecanico de canais radiculares de dentes humanos [Tese de Doutorado]. Ribeirão Preto: Faculdade de Far-mácia e Odontologia de Ribeirão Preto; 1968. Consultas Digitais Tong, Josie (2002), “Citation Style Guides for Internet and Electronic Sources”. Página consultada em 10 de novembro de 2010, http://www. guides.library.ualberta.ca/citation_internet. 3.c. Tabelas Devem estar no final do texto ou em forma de figuras na resolução adequada. A legenda deve acompanhar a tabela. 3.d. Figuras – normas gerais As ilustrações (fotografias, gráficos, desenhos, quadros etc.), serão consideradas no texto como figuras e devem ser citadas no corpo do texto obrigatoriamente. As figuras devem possuir boa qualidade técnica e artística para permitir uma reprodução adequada. São aceitas apenas imagens digitalizadas que estejam em resolução mínima de 300 dpi, em formato TIF, com 6 cm de altura e 8 cm de largura. Não serão aceitas fotografias embutidas no arquivo de texto. Não serão aceitas imagens fotográficas fora de foco, com excesso de brilho, escuras demais ou com outro problema que dificulte a visualização do assunto de interesse ou a reprodução. Os limites máximos apresentados para imagens poderão ser ultrapassados em casos especiais desde que as imagens adicionais sejam necessárias à compreensão do assunto, sob condição de que os autores assumam possíveis custos devido à inclusão destas imagens. 4. ASPECTOS ÉTICOS 4.a. Estudos realizados in vivo ou que envolvam a utilização de materiais biológicos deverão estar de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e seus complementos, e ser acompanha-do de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do estabelecimento onde foram realizados. 4.b. Na apresentação de imagens e texto deve-se evitar o uso de iniciais, nome e número de registro de pacientes. O paciente não poderá ser identificado ou estar reconhecível em fotografias. O termo de consentimento do paciente quanto ao uso de sua imagem e documentação odontológica é obrigatório e deve se referir especificamente à ROUBC. 4.c. Figuras e Tabelas já publicadas em outras revistas ou livros devem conter as respectivas referências e o consentimento por escrito do autor e dos editores. 5. ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS Devem estar em conformidade com as especificações contratadas com o setor comercial. A ROUBC exime-se de qualquer responsabilidade pelos serviços e/ou produtos anunciados, cujas condições de fornecimento e veiculação publicitária estão sujeitas ao Código de Defesa do Consumidor e ao CONAR - Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária. 6. ETAPAS DE AVALIAÇÃO 6.a. Controle do cumprimento das normas de publicação pelo corpo editorial. 6.b. Avaliação dos originais pelo corpo editorial quanto à compatibilidade com a linha editorial da Revista. 6.c. O conteúdo científico dos originais é avaliado por no mínimo dois assessores ad hoc segundo os critérios: originalidade, relevância clínica e/ou científica, metodologia empregada e isenção na análise dos resultados. A comissão de avaliação emite um parecer sobre os originais, contendo uma das quatro possíveis avaliações: “desfavorável”, “sujeito a pequenas modificações”, “sujeito a grandes modificações” ou “favorável”. 6.d. Os originais com a avaliação “desfavorável” são devolvidos aos autores, revogando-se a transferência de direitos autorais. Os originais com avaliação “sujeitos a modificações” são re- metidos aos autores, para que as modificações pertinentes sejam realizadas e posteriormente reavaliadas pelos assessores ad hoc.    

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