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Agrupamento de Escolas de Ribeira de Pena TESTE DE AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS Ano Letivo 2012/2013 A PREENCHER PELO ESTUDANTE Nome completo ___________________________________________________________________ BI/CC nº Emitido em ( localidade) Assinatura do Estudante Teste de PORTUGUÊS Ano de Escolaridade 11º Turma A Nº_____ 1º/2º/3º CEB/ CEF/ES/ EP Duração do Teste 90 mn Número de Páginas Utilizadas A PREENCHER PELO PROFESSOR CLASSIFICADOR Classificação em percentagem Correspondente ao nível Menção Qualitativa de Assinatura do professor classificador Observações: Data ___/___/____ Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta indelével, azul ou preta. Não é permitido o uso de corretor. Em caso de engano, deve riscar, de forma inequívoca, aquilo que pretende que não seja classificado. Escreva de forma legível a identificação das atividades e dos itens, bem como as respetivas respostas. As respostas ilegíveis ou que não possam ser identificadas são classificadas com zero pontos. Para cada item, apresente apenas uma resposta. Se escrever mais do que uma resposta a um mesmo item, apenas é classificada a resposta apresentada em primeiro lugar. As cotações dos itens encontram-se no final do teste. _____________________________________________________________ IA Lê o texto que se segue com atenção: 1 ATO I CENA IX Manuel de Sousa, Madalena, Telmo, Miranda e outros criados entrando apressadamente Telmo ─ Senhor, desembarcaram agora grande comitiva de fidalgos, Página 1

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Teste com excerto do final do Ato I de Frei Luís de Sousa.

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Page 1: Teste frei-luis-2

Agrupamento de Escolas de Ribeira de Pena

TESTE DE AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS Ano Letivo 2012/2013

A PREENCHER PELO ESTUDANTE

Nome completo ___________________________________________________________________BI/CC nº Emitido em ( localidade) Assinatura do Estudante Teste de PORTUGUÊS Ano de Escolaridade 11º Turma A Nº_____ 1º/2º/3º CEB/ CEF/ES/ EPDuração do Teste 90 mn Número de Páginas Utilizadas

A PREENCHER PELO PROFESSOR CLASSIFICADORClassificação em percentagemCorrespondente ao nível Menção Qualitativa de Assinatura do professor classificadorObservações: Data ___/___/____

Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta indelével, azul ou preta.Não é permitido o uso de corretor. Em caso de engano, deve riscar, de forma inequívoca, aquilo que pretende que não seja classificado.Escreva de forma legível a identificação das atividades e dos itens, bem como as respetivas respostas. As respostas ilegíveis ou que não possam ser identificadas são classificadas com zero pontos.Para cada item, apresente apenas uma resposta. Se escrever mais do que uma resposta a um mesmo item, apenas é classificada a resposta apresentada em primeiro lugar.As cotações dos itens encontram-se no final do teste._____________________________________________________________

IA

Lê o texto que se segue com atenção:

1

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ATO I

CENA IXManuel de Sousa, Madalena, Telmo, Miranda e outros criados

entrando apressadamente

Telmo ─ Senhor, desembarcaram agora grande comitiva de fidalgos, escudeiros e soldados, que vêm de Lisboa e sobem a encosta para a vila. O arcebispo não é decerto, que já está há muito no convento; diz-se por aí… Manuel ─ Que são os governadores? (Telmo faz um sinal afirmativo.) Quiseram-me enganar, e apressam-se a vir hoje… parece que adivinharam… Mas não me colheram desapercebido. (Chama à porta da esquerda.) Jorge, Maria! (Volta para a cena.) Madalena, já, já, sem demora.

CENA XManuel de Sousa Coutinho, Madalena, Telmo, Miranda e outros criados;

Jorge e Maria, entrando

Manuel ─ Jorge, acompanha estas damas. Telmo, ide, ide com elas. (Para os outros criados). Partiu já tudo, as arcas, os meus cavalos, armas e tudo o mais? Miranda ─ Quase tudo foi já; o pouco que falta está pronto e sairá num instante…pela porta de trás, se quereis. Manuel ─ Bom; que saia. (A um sinal de Miranda saem dois criados.) Madalena, Maria: não vos quero ver mais aqui. Já, ide; serei convosco em pouco tempo.

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CENA XIManuel de Sousa, Miranda e os outros criados

Manuel ─ Meu pai morreu desastrosamente caindo sobre a sua própria espada. Quem sabe se eu morrerei nas chamas ateadas por minhas mãos? Seja. Mas fique-se aprendendo em Portugal como um homem de honra e coração, por mais poderosa que seja a tirania, sempre lhe pode resistir, em perdendo o amor a coisas tão vis e precárias como são esses haveres que duas faíscas destroem num momento… como é esta vida miserável que um sopro pode apagar em menos tempo ainda! (Arrebata duas tochas das mãos dos criados, corre à porta da esquerda, atira com uma para dentro; e vê-se atear logo uma labareda imensa. Vai ao fundo, atira a outra tocha, e sucede o mesmo. Ouve-se alarido de fora.)

CENA XIIManuel de Sousa e criados; Madalena, Maria, Jorge e Temo, acudindo

Madalena ─ Que fazes? que fizeste? Que é isto, ó meu Deus! Manuel (tranquilamente) ─ Ilumino a minha casa para receber os muito poderosos e excelentes senhores governadores destes reinos. Suas Excelências podem vir, quando quiserem. Madalena ─ Meu Deus, meus Deus!... Ai, e o retrato de meu marido!... Salvem-me aquele retrato! (Miranda e outro criado vão para tirar o painel: uma coluna de fogo salta nas tapeçarias e os afugenta.) Manuel ─ Parti! parti! As matérias inflamáveis que eu tinha disposto vão-se ateando com espantosa velocidade. Fugi! Madalena (Cingindo-se ao braço do marido) ─ Sim, sim, fujamos. Maria (tomando-o do outro braço) ─ Meu pai, nós não fugimos sem vós. Todos ─ Fujamos! Fujamos!

(Redobram os gritos de fora, ouve-se rebate de sinos: cai o pano.)In Garrett, Almeida, Frei Luís de Sousa

1. A cena anterior a este excerto termina com a afirmação proferida por D. Manuel de Sousa: “vou dar uma lição aos nossos tiranos que lhes há de lembrar, vou dar um exemplo a este povo que o há de alumiar…”. 1.1. Esclarece o duplo sentido do verbo “alumiar”.

2. A partir das cenas apresentadas, faz a caracterização de D. Manuel, justificando a tua resposta com expressões textuais.

3. Esclarece a expressividade da pontuação na primeira fala de D. Madalena na Cena XII.

4. Retira do texto dois indícios trágicos e comenta a sua simbologia.

B

Redige um texto, entre 60 e 120 palavras, onde refiras três características próprias da corrente romântica que se concretizam em Frei Luís de Sousa.

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II

1. Assinala as respostas certas, tendo por base o texto do grupo I A:

1.1. O uso das reticências, na primeira fala de Telmo, que indiciam uma informação implícita, permite que identifiquemos uma a) pressuposição.b) implicação.c) implicatura conversacional.d) pressuposição conversacional.

1.2. O recurso expressivo presente em “Senhor, desembarcaram agora grande comitiva de fidalgos, escudeiros e soldados, que vêm de Lisboa e sobem a encosta para a vila.” (ll. 3-4) éa) a metáfora.b) a enumeração.c) a lítotes.d) o paradoxo.

1.3. Na frase “O arcebispo não é decerto, que já está há muito no convento” (ll. 4-5), o constituinte sublinhado desempenha a função sintática dea) complemento direto.b) complemento oblíquo.c) modificador do grupo verbal.d) predicativo do sujeito.

1.4. O sujeito da frase “diz-se por aí “ (l. 5) é um sujeitoa) simples.b) nulo indeterminado.c) composto.d) nulo subentendido.

1.5. Na Cena X, a resposta de Miranda à questão colocada por D. Manuel, respeita a máxima de a) quantidade.b) qualidade.c) relação.d) modalidade.

1.6. Na didascália da linha 15, o constituinte “dois criados” desempenha a função sintática dea) complemento direto.b) sujeito.c) complemento do nome.d) modificador de frase.

1.7. O antecedente do pronome pessoal “lhe” (l. 20) éa) “tirania”.b) “poderosa”.c) “honra”.d) “espada”.

1.8. Os adjetivos “vis e precárias” (l. 21) possuem valora) objetivo e restritivo.b) subjetivo e restritivo.c) subjetivo e afetivo.d) objetivo e não restritivo.

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1.9. A palavra “que”, na linha 33, éa) uma conjunção consecutiva.b) um determinante interrogativo.c) uma conjunção causal.d) um pronome relativo.

1.10. Na última fala do Ato I estamos diante de um ato ilocutórioa) assertivo.b) diretivo.c) compromissivo.d) expressivo.

2. Divide e classifica as orações das frasesa) “Ilumino a minha casa para receber os muito poderosos e excelentes senhores governadores

destes reinos.” (ll. 28-29).b) “As matérias inflamáveis que eu tinha disposto vão-se ateando com espantosa velocidade.”

(ll.33-34)

III

Seleciona uma das opções:

Redige um texto expositivo-argumentativo bem estruturado, entre 140 e 180 palavras, onde comentes uma das citações, apresentando dois argumentos que deverão ser ilustrados com, pelos menos, um exemplo cada:

A- “Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está a ser inútil.” (E. Veríssimo)B- “Nunca irás realmente perder enquanto continuares a tentar.” (Mike Ditka)C- “Os piores escravos são aqueles que estão continuamente a servir as suas paixões.”

(Diógenes)

BOM TRABALHO!!!A PROFESSORA: Lucinda Cunha

COTAÇÕES:

Grupo I………… 100 pontos1.1……………… 15pontos (C=9+O=6)2……….……….. 20 pontos (C=12+O=8)3………………….15 pontos (C=9+O=6)4………….……..20 pontos (C=12+O=8)B…………………….. 30 (C=18+O=12)

Grupo II …………….. 50 pontos1……………………… 45 pontos2……………………… 5 pontos

Grupo III…….. 50 pontos (C=30+O=20)

Conteúdo = C Organização e Correção Linguística = O

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Proposta de correção:1.1. D. Manuel utiliza este verbo no sentido literal, ou seja, antecipa-se já o incêndio que ele próprio irá atear em sua casa, sem que ninguém o espere; por outro lado, existe um sentido conotativo, isto é, o verbo, no sentido figurado, significará “dar o exemplo”, “esclarecer”, “instruir” ou mesmo “inspirar” o povo a revoltar-se contra a tirania dos governadores.2. Pelas suas palavras e ações, depreendemos que D. Manuel demonstra que não é ingénuo, ao preparar a sua partida e a da sua família daquela casa, antes que cheguem os governadores (“Mas não me colheram desapercebido”, l. 7). Percebemos também que se trata de um homem determinado e decidido, que não hesita em tomar decisões que lhe poderão custar a própria vida (“Quem sabe se eu morrerei nas chamas ateadas por minhas mãos? Seja.”- ll. 18-19), o que faz com a serenidade de quem sabe que o que está a fazer é o mais correto. Mostra-se irónico quando afirma “Ilumino a minha casa para receber os muito poderosos e excelentes senhores governadores destes reinos. Suas Excelências podem vir, quando quiserem.” (ll. 28-29). Além disso, a principal qualidade de D. Manuel, e que sobressai nestas cenas, é o seu intenso patriotismo que se sobrepõe ao amor pelo dinheiro e pelas coisas terrenas, pois não hesita em deitar fogo ao seu palácio em nome do ideal liberal e da defesa da nação.3. Nesta fala, a pontuação usada, nomeadamente os pontos de interrogação, demonstram que D. Madalena foi apanhada de surpresa ao ver a casa a arder. O marido, provavelmente, sabia que ela não iria concordar com aquela atitude tão radical e escondeu-lhe a sua intenção. Além disso, o seu desespero é tanto que faz um apelo às forças divinas, ou seja, o uso do ponto de exclamação vem realçar a enorme carga emotiva sentida pela personagem.4. O primeiro indício nota-se quando D. Manuel relembra a morte acidental de seu pai que morreu sobre a própria espada, tal como ele próprio, sem o saber, estará a acelerar a sua própria morte, no sentido figurado, já que o regresso de D. João de Portugal irá levá-lo a tomar os hábitos e, portanto, a “morrer” espiritualmente. O segundo indício trata-se da destruição, pelo fogo, do quadro que contém a imagem de D. Manuel e que D. Madalena tenta desesperadamente salvar, em vão, antecipando-se, assim, a separação dos esposos e o fim da sua família, confirmando-se todos os seus receios.

B- resposta abertaII1.1.1. c; 1.2. b; 1.3. d; 1.4. b; 1.5. c; 1.6. b; 1.7. a; 1.8. a; 1.9. d; 1.10- b2.a) Ilumino a minha casa- oração subordinantepara receber os muito poderosos e excelentes senhores governadores destes reinos.- oração subordinada adverbial finalb) As matérias inflamáveis vão-se ateando com espantosa velocidade.- oração subordinante que eu tinha disposto- oração subordinada adjetiva relativa restritiva

III- Resposta aberta

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