teste de português de 12º ano- ricardo reis e Álvaro de campos

TESTE DE AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS, 12º ANO

Ano letivo de 2015/2016

GRUPO I

Seleciona apenas uma das opções -TEXTO A ou B- e assinala-a na folha de teste:

PARTE A

TEXTO A

5

10

15

20

25

Segue o teu destino, Rega as tuas plantas, Ama as tuas rosas. O resto é a sombra De árvores alheias.

A realidade Sempre é mais ou menos Do que nós queremos. Só nós somos sempre Iguais a nós próprios.

Suave é viver só. Grande e nobre é sempre Viver simplesmente. Deixa a dor nas aras1 Como ex-voto2 aos deuses.

Vê de longe a vida. Nunca a interrogues. Ela nada pode Dizer-te. A resposta Está além dos Deuses.

Mas serenamente Imita o Olimpo No teu coração. Os deuses são deuses Porque não se pensam.

Ricardo Reis, in Odes

Responde, de forma completa e estruturada, às questões que se seguem:

1. Identifica o modo verbal predominante no poema e justifica o seu emprego.

2. Clarifica a mensagem presente nos versos 4 e 5.

3. Mostra como se concretiza, no poema, a ideia de fatalismo.

4. Interpreta o conselho que o sujeito poético apresenta na última estrofe.

1 altares destinados a sacrifícios;2 objeto oferecido a um deus ou um santo, em cumprimento de um voto.

1

TEXTO B

5

10

15

20

Acordo de noite, muito de noite, no silêncio todo.São — tictac visível — quatro horas de tardar o dia.Abro a janela directamente, no desespero da insónia.E, de repente, humano,O quadrado com cruz de uma janela iluminada!Fraternidade na noite!

Fraternidade involuntária, incógnita, na noite!Estamos ambos despertos e a humanidade é alheia.Dorme. Nós temos luz.

Quem serás? Doente, moedeiro falso, insone simples como eu?Não importa. A noite eterna, informe, infinita,Só tem, neste lugar, a humanidade das nossas duas janelas,O coração latente das nossas duas luzes,Neste momento e lugar, ignorando-nos, somos toda a vida.

Sobre o parapeito da janela da traseira da casa,Sentindo húmida da noite a madeira onde agarro,Debruço-me para o infinito e, um pouco, para mim.

Nem galos gritando ainda no silêncio definitivo!Que fazes, camarada, da janela com luz?

Sonho, falta de sono, vida?Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...Tem graça: não tens luz elétrica.Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!

25-11-1931Álvaro de Campos - Livro de Versos . Fernando Pessoa.

(Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993.

- 153.

Responde, de forma completa e estruturada, às questões que se seguem:

1. Identifica os sentimentos do “eu” expressos nas três primeiras estrofes.

2. Refere as sensações representadas no poema, transcrevendo os elementos do texto em que se fundamenta.

3. Apresenta uma interpretação possível para o seguinte verso: “O coração latente das nossas duas luzes” (v. 13).

4. Comenta o sentido da apóstrofe do último verso, tendo em conta a globalidade do poema.

PARTE B

2

1. Seleciona uma das opções:

A) Baseando-te na leitura do Texto A, refere a importância da inspiração estoico-epicurista na poesia de Ricardo Reis num texto expositivo bem estruturado, de oitenta a cento e trinta palavras.

B) Segundo Fernando Pessoa, Álvaro de Campos é “o filho indisciplinado da sensação”. Partindo da tua experiência de leitura de poemas de Álvaro de Campos, comprova a veracidade desta afirmação, num texto expositivo bem estruturado, de oitenta a cento e trinta palavras.

C) Recorrendo à tua experiência de leitura dos textos pessoanos, comenta a citação de Jacinto do Prado Coelho, num texto expositivo bem estruturado, de oitenta a cento e trinta palavras: “O que aumenta a sensação perturbante de que boiamos no Nada é a ideia da morte física e principalmente a ideia de morte de todos os instantes. Poeta herdeiro da sabedoria antiga, Ricardo Reis fez desta ideia um dos temas habituais da sua poesia […]. Mas o tema do fluir do tempo, expresso normalmente pelo símbolo do rio, é comum a Caeiro, Álvaro de Campos e Fernando Pessoa.”

GRUPO II

1. Para responderes a cada um dos itens 1.1. a 1.4., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto A do Grupo I:

1.1. A forma verbal “é” (v. 11) selecionaa) o sujeito “Suave” e o predicativo do sujeito “viver só”.b) o sujeito “viver só” e o complemento direto “Suave”.c) o sujeito “viver só” e o predicativo do sujeito “Suave”.d) o complemento direto “viver só”.

1.2. O recurso à conjunção “e” (v. 12) deve-se ao facto dea) ligar orações coordenadas.b) unir sujeito ao predicativo do sujeito.c) ligar expressões que desempenham a mesma função sintática.d) estabelecer a conexão entre dois modificadores do nome apositivos.

1.3. O modo imperativo, no discurso indireto (“Segue o teu destino”, v. 1) passa a ser conjugadoa) no modo infinitivo.b) no modo conjuntivo.c) no modo indicativo.d) nos modos conjuntivo ou infinitivo.

1.4. A palavra “a”, que surge repetida nos versos 16 e17,a) pertence a classes diferentes, isto é, à das preposições (v. 16) e à dos

pronomes (v. 17).b) pertence à mesma classe, já que em ambos os casos é um pronome.c) pertence à mesma classe, pois é um determinante.d) é um determinante no verso 16 e um pronome no verso 17.

2. Faz corresponder a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, de modo a obteres uma afirmação adequada ao sentido do Texto B. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.

A B3

a. Com o recurso ao adjetivo “involuntária” (v. 7)

b. Com a utilização da palavra “sobre” (v. 15),

c. Com o uso do adjetivo “húmida” (v. 16),

(1) o enunciador introduz um modificador frásico.

(2) o enunciador introduz um modificador apositivo do nome.

(3) o enunciador introduz um modificador restritivo do nome.

(4) o enunciador introduz um predicativo do complemento direto.

(5) o enunciador introduz um modificador do grupo verbal.

3. Responde, de forma correta, aos itens apresentados.

3.1. Refere a classe e a subclasse da palavra “que” (v. 19, Texto B).

3.2. Identifica a função sintática do enunciado “Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida.” (v. 23, Texto B).

3.3. Coloca o seguinte enunciado no discurso indireto, fazendo as transformações necessárias: “A noite eterna, informe, infinita,/ Só tem, neste lugar, a humanidade das nossas duas janelas,/ O coração latente das nossas duas luzes,/ Neste momento e lugar, ignorando-nos, somos toda a vida.” (vv. 11-14, Texto B).

GRUPO III

Seleciona uma opção:

A) Lê a seguinte citação, do escritor alemão Johann Wolfgang Goethe.

“A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas.”

Num texto bem estruturado, com um mínimo de cento e oitenta e um máximo de duzentas e quarenta palavras, apresenta uma reflexão sobre a preservação da Natureza, partindo da citação acima transcrita.

Fundamenta o teu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

B) “Viajar? Para viajar basta existir. Vou de dia para dia, como de estação, no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes,

como, afinal, as paisagens são.”PESSOA, Fernando, in Livro do Desassossego (do semi-heterónimo Bernardo Soares)

Num texto bem estruturado, com um mínimo de cento e oitenta e um máximo de duzentas e quarenta palavras, apresenta uma reflexão sobre o papel das viagens no percurso vital do ser humano.

Fundamenta o teu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

4

BOM TRABALHO!A DOCENTE: Lucinda Cunha

COTAÇÕES:

GRUPO I GRUPO II GRUPO IIIPARTE A PARTE B 1 2 3

(ETD)- 30 pontos:(TT)- 15 pontos(EC)- 10 pontos(LAD)- 5 pontos

+(CL)- 20 pontos

1 2 3 4 5

20 pontos

(C12+F8)

20 pontos(C12+F8)

20 pontos(C12+F8)

20 pontos(C12+F8)

20 pontos(C12+F8)

20 pontos(5 pontos

cada)

15 pontos(5 pontos

cada)

15 pontos

(5 pontos cada)

Conteúdo: CAspetos de estruturação do discurso e correção linguística/ Forma (F):8 pontos (Estruturação do discurso (E): 4 pontos + Correção linguística (CL): 4 pontos)Estrutura temática e discursiva-ETDTema e tipologia- TTEstrutura e Coesão: ECLéxico e adequação do discurso: LAD

Teste de avaliação de 12º ano- Alberto Caeiro (Fernando Pessoa ortónimo e heterónimos)GRUPO I

TEXTO A(Questões -e proposta de correção- 1 a 4 retiradas do manual Entre Margens, 12º ano, Porto Editora)

1. .................................................................................................................................................... 20 pontos

Aspetos de conteúdo (C) ................................................................................................................. 12 pontos

Níveis

Descritores do nível de desempenho Pontuação

4 Identifica, adequadamente, o modo verbal predominante no poema e justifica o seu emprego.

12

3 Identifica, de modo não totalmente completo ou com pequenas imprecisões, o modo verbal predominante no poema e justifica o seu emprego.

9

2 Identifica, de modo não totalmente completo e com pequenas imprecisões, o modo verbal predominante no poema e justifica o seu emprego.OUIdentifica, de modo incompleto ou com imprecisões, o modo verbal predominante no poema e justifica o seu emprego.

6

1 Identifica, de modo incompleto e com imprecisões, o modo verbal predominante no poema e justifica o seu emprego.

3

• Aspetos de estruturação do discurso e correção linguística (F) ......................... 8 pontosEstruturação do discurso (E) ............................................................ 4 pontosCorreção linguística* (CL)1................................................................ 4 pontos

Cenário de resposta:

5

O modo verbal predominante é o imperativo (“Segue, v. 1; “Rega”, v. 2”; “Ama”, v. 3; “Deixa”, v. 14…), uma vez que o poeta adota um tom moralizador, através do qual pretende transmitir alguns conselhos coadunados com a sua filosofia moral.

2. .................................................................................................................................................... 20 pontos• Aspetos de conteúdo (C) ........................................................................................................... 12 pontos

Níveis


4 Clarifica, adequadamente, a mensagem presente nos versos 4 e 5. 123 Clarifica, de modo não totalmente completo ou com pequenas imprecisões, a

mensagem presente nos versos 4 e 5.9

2 Clarifica, de modo não totalmente completo e com pequenas imprecisões, a mensagem presente nos versos 4 e 5.OUClarifica, de modo incompleto ou com imprecisões, a mensagem presente nos versos 4 e 5.

6

1 Clarifica, de modo incompleto e com imprecisões, a mensagem presente nos versos 4 e 5.

3


Cenário de resposta:Nestes versos, o sujeito poético realça a importância de cada um se concentrar na busca da sua felicidade, valorizando a Natureza e ignorando tudo aquilo que o possa desviar da sua razão de viver e que funcione como uma “sombra” (v. 4) que o impeça de “Viver simplesmente” (v. 13).

3. .................................................................................................................................................... 20 pontos• Aspetos de conteúdo (C) ..................................................................................... 12 pontos Níveis


4 Mostra , adequadamente, como se concretiza, no poema, a ideia de fatalismo. 123 Mostra, de modo não totalmente completo ou com pequenas imprecisões, como se

concretiza, no poema, a ideia de fatalismo.9

2 Mostra, de modo não totalmente completo e com pequenas imprecisões, como se concretiza, no poema, a ideia de fatalismo.OUMostra, de modo incompleto ou com imprecisões, como se concretiza, no poema, a ideia de fatalismo.

6

1 Mostra, de modo incompleto e com imprecisões, como se concretiza, no poema, a ideia de fatalismo.

3



Ao longo do poema, é evidente a ideia de fatalismo, que perpassa nas crenças de que não se pode modificar o destino (vv. 1, 16-17) e de que não se lhe deve oferecer resistência (vv. 12-13 e 16-20). É essencial procurar não sofrer e aceitar a vida sem a questionar, uma vez que nunca se obterá uma resposta.4. .................................................................................................................................................................................. 20 pontos• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................... 12 pontos

Níveis


4 Interpreta, adequadamente, o conselho que o sujeito poético apresenta na última estrofe. 123 Interpreta, de modo não totalmente completo ou com pequenas imprecisões, o

conselho que o sujeito poético apresenta na última estrofe.9

6

2 Interpreta, de modo não totalmente completo e com pequenas imprecisões, o conselho que o sujeito poético apresenta na última estrofe.OUInterpreta, de modo incompleto ou com imprecisões, o conselho que o sujeito poético apresenta na última estrofe.

6

1 Interpreta, de modo incompleto e com imprecisões , o conselho que o sujeito poético apresenta na última estrofe.

3


Cenário de resposta:Na última estrofe, o sujeito poético aconselha a imitar o Olimpo, nas figuras dos seus deuses e naquilo que eles revelam de aceitação. Só desse modo, evitando questionamentos que nada acrescentam à existência, será possível viver sem perturbações.

TEXTO B (exercício retirado do livro Preparação para o Exame Final Nacional 2015, Porto Editora, pp. 236 e 238)

1. .................................................................................................................................................... 20 pontos

Aspetos de conteúdo (C) ................................................................................................................. 12 pontos

Níveis


4 Identifica, adequadamente, os sentimentos do “eu” expressos nas três primeiras estrofes. 123 Identifica, de modo não totalmente completo ou com pequenas imprecisões, os

sentimentos do “eu” expressos nas três primeiras estrofes.9

2 Identifica, de modo não totalmente completo e com pequenas imprecisões, os sentimentos do “eu” expressos nas três primeiras estrofes.OUIdentifica, de modo incompleto ou com imprecisões, os sentimentos do “eu” expressos nas três primeiras estrofes.

6

1 Identifica, de modo incompleto e com imprecisões, os sentimentos do “eu” expressos nas três primeiras estrofes.

3


Cenário de resposta:Os sentimentos do “eu” expressos nas três primeiras estrofes são o “desespero” pela “insónia” que o afeta, em plena noite, a surpresa e o júbilo, quando abre a janela e depara com luz na janela de uma casa, sinalizando a presença de outro ser humano acordado àquela hora, o interesse pelo desconhecido também em vigília noturna e a “Fraternidade” face a esse outro ser, também acordado àquela hora da noite.

2. .................................................................................................................................................... 20 pontos• Aspetos de conteúdo (C) ........................................................................................................... 12 pontos

Níveis


4 Refere, adequadamente, as sensações representadas no poema, transcrevendo os elementos do texto em que se fundamenta.

12

3 Refere, de modo não totalmente completo ou com pequenas imprecisões, as sensações representadas no poema, transcrevendo os elementos do texto em que se fundamenta.

9

2 Refere, de modo não totalmente completo e com pequenas imprecisões, as sensações representadas no poema, transcrevendo os elementos do texto em que se fundamenta.OURefere, de modo incompleto ou com imprecisões, as sensações representadas no poema, transcrevendo os elementos do texto em que se fundamenta.

6

1 Refere, de modo incompleto e com imprecisões, as sensações representadas no poema. 3

• Aspetos de estruturação do discurso e correção linguística (F) ......................... 8 pontos7

Estruturação do discurso (E) ............................................................ 4 pontosCorreção linguística* (CL)2................................................................ 4 pontos

Cenário de resposta:No poema, encontram-se representadas sensações visuais (“O quadrado com cruz de uma janela iluminada!”, v. 5; “luz”, v. 9; “nossas duas luzes”, v. 13; “janela com luz”, v. 19; “Tom amarelo cheio da tua janela”, v. 21), auditivas (“no silêncio todo”, v. 1; “tic-tac” , v. 2; “Nem galos gritando “ v, 18) e tácteis (“Sobre o parapeito da janela da traseira da casa,/ Sentindo húmida da noite a madeira onde agarro”, vv. 15-16).

3. .................................................................................................................................................... 20 pontos• Aspetos de conteúdo (C) ..................................................................................... 12 pontos Níveis


4 Apresenta, adequadamente, uma interpretação para o verso 13. 123 Apresenta, de modo não totalmente completo ou com pequenas imprecisões, uma

interpretação para o verso 13.9

2 Apresenta, de modo não totalmente completo e com pequenas imprecisões, uma interpretação para o verso 13.OUApresenta, de modo incompleto ou com imprecisões, uma interpretação para o verso 13.

6

1 Apresenta, de modo incompleto e com imprecisões, uma interpretação para o verso 13. 3• Aspetos de estruturação do discurso e correção linguística (F) ......................... 8 pontosEstruturação do discurso (E) ............................................................ 4 pontosCorreção linguística* (CL)3................................................................ 4 pontos

Cenário de resposta:O verso referido pode ser interpretado nos seguintes termos: a perceção das “duas luzes” e do seu tremeluzir convoca a ideia de um “coração” que pulsa, unindo aqueles dois seres, na solidão da noite; as “duas luzes” assinalam a presença do humano na noite “eterna, informe, infinita” e apelam a um sentimento de partilha de “Humanidade” entre os dois únicos seres acordados; as “duas Luzes” são sinal da presença de duas consciências despertas na noite “informe”; …

4. .................................................................................................................................................................................. 20 pontos• Aspetos de conteúdo (C) ......................................................................................................................................... 12 pontos

Níveis


4 Comenta, adequadamente, o sentido da apóstrofe do último verso. 123 Comenta, de modo não totalmente completo ou com pequenas imprecisões, o

sentido da apóstrofe do último verso.9

2 Comenta, de modo não totalmente completo e com pequenas imprecisões, o sentido da apóstrofe do último verso.OUComenta, de modo incompleto ou com imprecisões, o sentido da apóstrofe do último verso.

6

1 Comenta, de modo incompleto e com imprecisões, o sentido da apóstrofe do último verso.

3


Cenário de resposta:A apóstrofe “Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!” faz intervir, no final do poema, a nostalgia da infância e a consciência da sua perda, por parte do “eu”. Este facto pode ter, entre outras, as interpretações seguintes:

8

o texto encerra, tal como se inicia, com a representação de uma atitude interior negativa (ou disfórica) do sujeito poético. Deste modo, a apóstrofe do último verso instaura (ou reinstaura), no final do poema, a angústia do “eu” como o eixo central dos sentidos expressos no texto; o verso final traz a lembrança, ou a saudade, da infância como novo sentimento despertado pela sensação visual da luz ao longe, pois essa luz é, tal como na infância do sujeito poético, produzida por um candeeiro a petróleo. A apóstrofe é, assim, a irrupção dessa recordação nostálgica num ambiente marcado por sensações e por considerações sobre o presente; …

PARTE B. .................................................................................................................................................... 20 pontos• Aspetos de conteúdo (C) ..................................................................................... 12 pontos

ANíveis


4 Refere, adequadamente, a importância da inspiração estoico-epicurista na poesia de Ricardo Reis num texto expositivo bem estruturado.

12

3 Refere, de modo não totalmente completo ou com pequenas imprecisões, a importância da inspiração estoico-epicurista na poesia de Ricardo Reis num texto expositivo bem estruturado.

9

2 Refere, de modo não totalmente completo e com pequenas imprecisões, a importância da inspiração estoico-epicurista na poesia de Ricardo Reis num texto expositivo bem estruturado.OURefere, de modo incompleto ou com imprecisões, a importância da inspiração estoico-epicurista na poesia de Ricardo Reis num texto expositivo bem estruturado.

6

1 Refere, de modo incompleto e com imprecisões, a importância da inspiração estoico-epicurista na poesia de Ricardo Reis num texto expositivo bem estruturado.

3


Cenário de resposta:Sendo um classicista, Ricardo Reis adota uma postura estoico-epicurista de vida.Para este heterónimo, a felicidade relativa reside na ataraxia estoicista que resulta da fuga ao impulso dos instintos. Assim, procura constantemente a calma, ou a sua ilusão, procurando aproveitar o dia (“carpe diem” horaciano) sem excessos como caminho para a felicidade. Daí dizermos que Reis era um epicurista triste. Ele sabe que não devemos opor-nos ao Destino, que tudo controla, e que devemos aceitá-lo com naturalidade e sem resistência, pois nada é eterno.O Homem deve, portanto, passar a sua existência com lucidez, imitando a serenidade da Natureza e afastado dos outros Homens. (104 palavras)

BNíveis


4 Comprova, adequadamente, a veracidade da afirmação ( Álvaro de Campos é “o filho indisciplinado da sensação”), num texto expositivo bem estruturado.

12

3 Comprova, de modo não totalmente completo ou com pequenas imprecisões, a veracidade da afirmação (Álvaro de Campos é “o filho indisciplinado da sensação”), num texto expositivo bem estruturado.

9

2 Comprova, de modo não totalmente completo e com pequenas imprecisões, a veracidade da afirmação (Álvaro de Campos é “o filho indisciplinado da sensação”), num texto expositivo bem estruturado.OUComprova, de modo incompleto ou com imprecisões, a veracidade da afirmação (Álvaro de Campos é “o filho indisciplinado da sensação”), num texto expositivo bem estruturado.

6

1 Comprova, de modo incompleto e com imprecisões, a veracidade da afirmação (Álvaro de Campos é “o filho indisciplinado da sensação”), num texto expositivo bem estruturado.

3


Álvaro de Campos é o mais moderno dos heterónimos pessoanos.Pessoa considera que este se situa no extremo oposto de Reis já que pretende “sentir tudo de todas as maneiras”, ou seja, Álvaro de Campos não se satisfaz com a receção pura das sensações, mas busca constantemente a totalização dessas sensações, procurando percebê-las e analisá-las. Nele há a vontade de ultrapassar quaisquer limites das próprias sensações, numa vertigem insaciável, procurando unir em si todas

9

as sensações. Campos não sente apenas o que belo, bom e saudável, ou seja, não filtra as sensações, aceitando, e ansiando até, pelo que é feio, mau e doentio.Em suma, sendo o “filho indisciplinado da sensação”, Álvaro de Campos procura “ser toda a gente e toda a parte”. (123 palavras)

CNíveis


4 Apresenta, adequadamente, o tema do fluir do tempo e a ideia da morte nos heterónimos Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, assim como no ortónimo, num texto expositivo bem estruturado.

12

3 Apresenta, de modo não totalmente completo ou com pequenas imprecisões, o tema do fluir do tempo e a ideia da morte nos heterónimos Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, assim como no ortónimo, num texto expositivo bem estruturado.

9

2 Apresenta, de modo não totalmente completo e com pequenas imprecisões, o tema do fluir do tempo e a ideia da morte nos heterónimos Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, assim como no ortónimo, num texto expositivo bem estruturado.OUApresenta, de modo incompleto ou com imprecisões, o tema do fluir do tempo e a ideia da morte nos heterónimos Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, assim como no ortónimo, num texto expositivo bem estruturado.

6

1 Apresenta, de modo incompleto e com imprecisões, o tema do fluir do tempo e a ideia da morte nos heterónimos Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, assim como no ortónimo, num texto expositivo bem estruturado.

3

Cenário de resposta:O tema do fluir do tempo e, por consequência, da morte, é uma das linhas que atravessa obsessivamente a poesia de Fernando Pessoa e dos seus heterónimos.Enquanto Alberto Caeiro é feliz porque não se preocupa nem com o passado nem com o futuro, vivendo tranquilamente cada dia, tal como o rio corre livremente e sem obstáculos, Ricardo Reis controla cada emoção pois sabe que o seu Destino está traçado por forças superiores e que a morte de aproxima a cada dia, vivendo, por isso, angustiado. Também Álvaro de Campos e o ortónimo manifestam uma obsessão com a passagem inelutável do tempo, que lhes provoca uma enorme angústia, pois sentem a frustração da incapacidade de voltar atrás. Concluindo, o tema da passagem do tempo é uma constante na poesia pessoana. (130 palavras)

GRUPO II........................................................................................................................................................... 50 pontos

Critérios específicos de classificação ITEM VERSÃO 1 PONTUAÇÃO1.1. c 51.2. c 51.3. d 5

1.4.

d 5

2.a. 3 52.b. 5 52.c. 4 53.1. pronome interrogativo 53.2. vocativo 53.3. O sujeito poético

afirma que a noite eterna, informe, infinita, só tinha, naquele lugar, a humanidade das suas duas janelas, o coração latente das suas duas luzes, naquele momento e lugar, ignorando-os,

5

10

eram toda a vida.

GRUPO III

Critérios específicos de classificação • Estruturação temática e discursiva (ETD) ....................................................................................................... 30 pontos • Correção linguística (CL).................................................................................................................................. 20 pontos

Cenário de resposta Dada a natureza deste item, não é apresentado cenário de resposta.

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teste de português de 12º ano- ricardo reis e Álvaro de campos

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