tese de doutoramento aptitude física, función física e

214
1 TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e Atividade Física nos estudantes universitários: estudo de caso de estudantes de Deportes Bruno André Ferreira da Silva 2020 Bruno André Ferreira da Silva, TESE DE DOUTORAMENTO, Aptitude Física, Función Física e Atividade Física nos estudantes universitários: estudo de caso de estudantes de Deportes, 2020.

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Page 1: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

1

TESE DE DOUTORAMENTO

Aptitude Física, Función Física e Atividade Física

nos estudantes universitários:

estudo de caso de estudantes de Deportes

Bruno André Ferreira da Silva

2020

Bru

no

An

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Fer

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20

.

Page 2: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

I

Escola Internacional de Doutoramento

Bruno André Ferreira da Silva

TESE DE DOUTORAMENTO

Aptitude Física, Función Física e Actividade Física nos estudantes

universitarios: estudo de caso de estudantes de Deportes

Dirigida pelos doutores

José Maria Cancela Carral

e

José Pedro Arieiro Gonçalves Bezerra

2020

Page 3: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

III

“If you can't fly then run, if you can't run then walk, if you can't walk then

crawl, but whatever you do you have to keep moving forward”

Martin Luther King, Jr.

Page 4: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

IV

AGRADECIMENTOS

A concretização desta tese só foi possível devido à orientação, apoio, colaboração e

compreensão de várias pessoas, a quem não podia deixar de mostrar a minha mais

profunda gratidão.

À Catarina por todo o apoio incondicional, estratégias familiares e conselhos sábios em

todos os momentos da concretização desta e todas as outras etapas.

Ao Martim e à Matilde, pelo carinho e desafios constantes de tornar todo o tempo

disponível útil, nunca deixando de compreender que o “está quase” foram muitos meses.

Ao meu irmão Rui, que em todos os momentos transportou o meu livro de reclamações e

como um excelente provedor, respondeu a tempo e horas com compreensão, recursos e

incentivo para a concretização deste trabalho.

Ao Professor Doutor Pedro Bezerra, pela amizade, disponibilidade, resposta a todas as

solicitações e rigor científico que aplicou na orientação desta tese.

Ao Professor Doutor José Maria Cancela Carral, pela disponibilidade e rigor científico na

orientação desta tese, para quem a distância nunca foi impeditiva de uma excelente

comunicação e resposta em tempo útil, sem nunca se perceberem barreiras linguísticas,

possibilitando uma constante articulação com a Faculdade de Ciências da Educação e do

Desporto da Universidade de Vigo.

Ao Professor Doutor Luís Paulo Rodrigues pelos conselhos e apoio nos momentos

decisivos.

Ao Professor Doutor Filipe Manuel Clemente, pela amizade, rigor científico e capacidade

de resposta em todos os momentos e solicitações.

Ao Professor Doutor Miguel Camões e Ricardo Lima pela amizade e incentivos constantes

nas várias etapas deste trabalho.

Ao Nuno Martins, pela amizade, conselhos e estratégias decisivas em vários momentos da

elaboração deste trabalho.

Aos meus queridos sogros pela compreensão e apoio incondicional em todos os

momentos.

À minha mãe, que embora longe amparou todas as quedas e impulsionou cada conquista.

Ao meu pai e irmã pela preocupação e por me motivarem a alcançar cada fase deste

projeto.

Aos meus amigos e colegas de doutoramento, especialmente ao Miguel Lima e Alfredo

Araújo pelo otimismo, partilhas e discussões produtivas ao longo de todo este tempo.

Page 5: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

V

Não podia ainda deixar de agradecer a todos os participantes, funcionários e docentes da

Escola Superior de Desporto e Lazer do Instituto Politécnico de Viana do Castelo,

especialmente ao professor Joel Pereira, que por vezes, mesmo sem saberem

possibilitaram a concretização deste trabalho.

A todos muito obrigado por me acompanharem nesta jornada e contribuírem para o meu

desenvolvimento pessoal e profissional.

Page 6: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

VI

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS .............................................................................................................. IV

ÍNDICE .................................................................................................................................. VI

ÍNDICE TABELAS .................................................................................................................. IX

ÍNDICE GRÁFICOS ............................................................................................................... XI

ÍNDICE FIGURAS ..................................................................................................................XII

ÍNDICE IMAGENS .............................................................................................................. XIII

LISTA ABREVIATURAS ...................................................................................................... XIV

RESUMO ............................................................................................................................ XVI

RESUMO ......................................................................................................................... XVIII

RESUMEN........................................................................................................................ XXVI

ABSTRACT ................................................................................................................... XXXIV

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 1

1. ESTADO DA ARTE ............................................................................................................. 5

1.1Atividade Física, Exercício Físico e Aptidão Física

5

1.2 Competência motora ..................................................................................................... 13

1.2.1 Habilidades Motoras ao longo do ciclo de vida .................................................... 16

1.2.2 Competência Motora e qualidade de vida ............................................................. 20

1.2.3 Avaliação da Competência Motora ........................................................................ 24

1.2.4 Competência Motora e determinantes no seu desempenho ................................ 35

1.3. Competência motora funcional ................................................................................... 36

2. JUSTIFICAÇÃO E OBJETIVOS ........................................................................................... 39

2.1 Justificação .................................................................................................................. 39

2.2 Objetivos .................................................................................................................... 40

2.2.1 Objetivos gerais ................................................................................................... 40

2.2.2 Objetivos específicos ........................................................................................... 41

3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 43

3.1 Tipo de estudo ........................................................................................................... 43

3.2 Amostra ...................................................................................................................... 43

3.2.1 Critérios de Inclusão ........................................................................................... 44

3.2.2 Critérios de Exclusão .......................................................................................... 44

3.3 Instrumentos de avaliação ......................................................................................... 44

Page 7: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

VII

3.3.1 Instrumentos de caraterização sociodemográfica .............................................. 45

3.3.2 Instrumento de caraterização dos níveis de Atividade Física ............................ 45

3.3.3 Instrumento de avaliação da Composição Corporal ......................................... 45

3.3.3.1 Peso .................................................................................................................. 46

3.3.3.2 Altura ................................................................................................................ 46

3.3.3.3 Dual x-ray absorptiometry ............................................................................... 47

3.3.4 Instrumento de avaliação da Competência Motora .......................................... 48

3.3.4.1 Shuttle run 10 metros ...................................................................................... 48

3.3.4.2 Salto horizontal ............................................................................................. 49

3.3.4.3 Velocidade de lançamento ........................................................................... 50

3.3.5 Instrumento de avaliação da Capacidade Funcional ......................................... 54

3.4 Procedimentos de avaliação ...................................................................................... 57

3.5 Protocolo de acompanhamento ................................................................................ 57

3.6 Considerações éticas .................................................................................................. 58

3.7 Análise estatística ....................................................................................................... 58

4. RESULTADOS ................................................................................................................... 60

4.1 Avaliação inicial.......................................................................................................... 60

4.1.1 Caraterização da amostra ................................................................................... 60

4.1.2 Composição corporal ......................................................................................... 63

4.1.3 Níveis de competência motora .......................................................................... 64

4.1.4 Níveis de capacidade funcional .......................................................................... 66

4.1.5 Relação entre os níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e competência

motora; ......................................................................................................................... 68

4.1.6 Relação entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e capacidade

funcional; ...................................................................................................................... 70

4.1.7 Relação entre competência motora e capacidade funcional; ............................ 72

4.1.8 Influência dos níveis de competência motora nas opções das disciplinas de

componente desportiva; ............................................................................................... 74

4.1.9 Influência dos níveis de capacidade funcional e composição corporal nas opções

das disciplinas de componente desportiva; ................................................................. 76

4.2 Avaliação final ............................................................................................................ 78

4.2.1 Alterações após um ano curricular, 12 meses: .................................................. 78

4.2.1.1 Atividade Física ............................................................................................. 78

4.4.1.1 Composição Corporal .................................................................................. 80

4.4.1.2 Competência Motora .................................................................................... 82

4.4.1.3 Capacidade Funcional .................................................................................. 87

Page 8: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

VIII

5. DISCUSSÃO ...................................................................................................................... 91

5.1 Caraterização da amostra ........................................................................................... 91

5.1.1 Níveis de Atividade Física ...................................................................................... 91

5.1.2 Antropometria e composição corporal .................................................................. 93

5.1.3 Níveis de Competência Motora ............................................................................. 93

5.1.4 Níveis de capacidade funcional .............................................................................. 95

5.2 Relação entre os níveis de adiposidade e competência motora; .............................. 96

5.3 Relação entre níveis de adiposidade e capacidade funcional; .................................. 98

5.4 Relação entre competência motora e capacidade funcional; ................................... 99

5.5 Influência dos níveis de competência motora nas opções das disciplinas de

componente optativa; ..................................................................................................... 102

5.6 Influência dos níveis de capacidade funcional e composição corporal nas opções das

disciplinas de componente optativa; ............................................................................. 102

5.7 Alterações após 12 meses na aptidão física, composição corporal e densidade mineral

óssea ............................................................................................................................... 103

5.8 Alterações após 12 meses na Competência Motora ............................................... 104

5.9 Alterações após 12 meses na Capacidade Funcional ............................................. 107

6- CONCLUSÃO .................................................................................................................. 110

LIMITAÇÕES ................................................................................................................... 112

IMPLICAÇÕES ................................................................................................................. 113

SUGESTÕES PARA INVESTIGAÇÕES FUTURAS ................................................................ 114

7. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 115

ANEXOS .............................................................................................................................. 133

ÍNDICE ANEXOS ................................................................................................................. 134

Page 9: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

IX

ÍNDICE TABELAS

Tabela 1 – Questionários de Atividade Física Validados para a população Portuguesa .... 8

Tabela 2 – Baterias de testes para avaliação da Competência Motora ............................. 26

Tabela 3 – Caracterização da amostra quanto aos níveis de atividade física e desporto

segundo média (desvio padrão) [95% IC] ........................................................................... 61

Tabela 4 - Distribuição da amostra segundo as disciplinas optativas ................................. 62

Tabela 5 - Caracterização da amostra quanto aos níveis de atividade física e desporto,

homens, segundo as disciplinas optativas (média (desvio padrão) e 95% IC) ................... 62

Tabela 6 – Antropometria e composição corporal de homens e mulheres, segundo média

(desvio padrão) [95% IC]..................................................................................................... 63

Tabela 7 – Antropometria e composição corporal, homens, segundo as disciplinas

optativas (média (desvio padrão) e 95% IC) ....................................................................... 64

Tabela 8 - Níveis de competência motora de homens e mulheres, segundo média (desvio

padrão) [95% IC] ................................................................................................................. 65

Tabela 9 - Competência Motora, homens, segundo as disciplinas optativas (média e 95%

IC) ........................................................................................................................................ 66

Tabela 10 - Níveis de capacidade funcional (Functional Movement Screen) segundo média

(desvio padrão) [95% IC]..................................................................................................... 67

Tabela 11 – Capacidade funcional (Functional Movement Screen), homens, segundo as

disciplinas optativas (média (desvio padrão) e 95% IC) ..................................................... 68

Tabela 12 - Correlações entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e

Competência Motora para mulheres .................................................................................. 69

Tabela 13 - Correlações entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e

Competência Motora para homens .................................................................................... 70

Tabela 14 - Correlações entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e capacidade

funcional para mulheres ...................................................................................................... 71

Tabela 15 - Correlações entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e capacidade

funcional para homens ........................................................................................................ 71

Tabela 16 - Correlações entre a competência motora e a capacidade funcional .............. 72

Tabela 17 - Correlações entre a competência motora e a capacidade funcional para

mulheres ............................................................................................................................... 73

Tabela 18 – Correlações entre competência motora e capacidade funcional para homens

.............................................................................................................................................. 74

Page 10: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

X

Tabela 19 - Comparação entre os diferentes grupos de acordo com as disciplinas optativas

para os níveis de competência motora (homens) ............................................................... 75

Tabela 20 - Comparação entre os diferentes grupos de acordo com as disciplinas optativas

segundo a composição corporal, e capacidade funcional (homens).................................. 77

Tabela 21 – Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto a hábitos

de atividade física, em mulheres, segundo média (desvio padrão) e [95% IC] ................. 78

Tabela 22 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto a hábitos

de atividade física em homens, segundo média (desvio padrão) e [95% IC] .................... 79

Tabela 23 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à

composição corporal em homens, segundo as disciplinas optativas, média (desvio padrão)

e 95% IC ............................................................................................................................... 80

Tabela 24 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à

composição corporal, em mulheres, segundo média (desvio padrão) e [95% IC] ........... 81

Tabela 25 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à

composição corporal em homens, média (desvio padrão) e [95% IC] ............................. 81

Tabela 26 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à

composição corporal, em homens, segundo as disciplinas optativas, média (desvio padrão)

e 95% IC ............................................................................................................................... 82

Tabela 27 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos níveis

de competência motora em mulheres, média (desvio padrão) e [95% IC] ....................... 83

Tabela 28 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos níveis

de competência motora em homens, média (desvio padrão) e [95% IC] ......................... 84

Tabela 29 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos níveis

de competência motora, em homens, segundo as disciplinas optativas, média (desvio

padrão) e 95% IC ................................................................................................................. 86

Tabela 30 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos níveis

de capacidade funcional em mulheres, média (desvio padrão) e [95% IC] ...................... 87

Tabela 31 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos níveis

de capacidade funcional em homens, média (desvio padrão) e [95% IC] ........................ 88

Tabela 32 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à

Capacidade funcional (Functional Movement Screen), em homens, segundo as disciplinas

optativas, média (desvio padrão) e 95% IC......................................................................... 90

Page 11: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XI

ÍNDICE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Índices do Questionário de Atividade Física para homens mulheres e homens

de acordo com as disciplinas optativas................................................................................ 63

Gráfico 2 – Valores de Competência Motora para homens e mulheres .......................... 65

Gráfico 3 - Resultados para a Capacidade Funcional segundo o Functional Movement

Screen para homens e mulheres ......................................................................................... 67

Gráfico 4 - Índices para o Questionário de Atividade Física para homens e mulheres no

primeiro e segundo momento de avaliação ........................................................................ 79

Gráfico 5 - Valores da Competência Motora para homens e mulheres de acordo com os

constructos estabilidade, manipulativo e locomotor .......................................................... 85

Gráfico 6 - Valores da Competência Motora para homens e mulheres de acordo com os

testes de competência motora ............................................................................................. 85

Gráfico 7 -Valores para a Capacidade Funcional para homens e mulheres, segundo o

Functional Movement Screen no primeiro e segundo momento de avaliação ................. 89

Page 12: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XII

ÍNDICE FIGURAS

Figura 1 - Resultado da pesquisa nas bases de dados eletrónicas tendo por base os

questionários de Atividade Física .......................................................................................... 7

Figura 2 - Tempo em meses para o aparecimento das primeiras tentativas de execução de

cada habilidade motora fundamental até que 60% das crianças observadas realizassem a

habilidade de forma matura ................................................................................................ 14

Figura 3 - Longlife span motor development ..................................................................... 16

Figura 4 - Representação simplificada do sistema de execução do ato motor .................. 17

Figura 5 - Representação cibernética do sistema de execução do ato motor .................... 18

Figura 6 - Elementos base da Literacia Motora .................................................................. 19

Figura 7- Relação entre Competência Motora e estilos de vida saudáveis ........................ 20

Figura 8 - Relação entre a Competência motora e parâmetros antropométricos ............. 21

Figura 9 - Mecanismos de desenvolvimento que influenciam as trajetórias de atividade física

de crianças ............................................................................................................................ 23

Figura 10 - Tipo de métodos para avaliação da Competência Motora ............................. 25

Page 13: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XIII

ÍNDICE IMAGENS

Imagem 1 - Aferição do peso .............................................................................................. 46

Imagem 2 - Aferição da altura ............................................................................................. 47

Imagem 3 - Aferição composição corporal com dual x-ray absorptiometry ..................... 48

Imagem 4 – Execução do Shuttle run 10 metros ............................................................... 49

Imagem 5 – Execução Salto Horizontal ............................................................................. 50

Imagem 6 - Execução Velocidade de Lançamento ............................................................ 51

Imagem 7 - Execução Velocidade de Remate .................................................................... 52

Imagem 8 - Execução Saltos Laterais .................................................................................. 53

Imagem 9 - Execução Transposição de Placas ................................................................... 54

Imagem 10 - Testes para avaliação da Capacidade Funcional ........................................... 55

Imagem 11 - Testes de Verificação ..................................................................................... 56

Page 14: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XIV

LISTA ABREVIATURAS

CM – Competência motora;

IMC - Índice de Massa Corporal;

DXA - dual x-ray absorptiometry;

AF - Atividade Física;

ApF - Aptidão Física;

EF – Exercício Físico;

EPIC- PA - European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition – Physical

Activity Questionnaire;

HPAQ - Habitual Physical Activity Questionnaire;

IPAQ - International Physical Activity Questionnaire;

IPAQ short - International Physical Activity Questionnaire – Short Form;

RAPA - Rapid Asssessment of Physical Activity;

VO2 - Consumo de Oxigénio por Minuto;

MET - Equivalente Metabólico da Tarefa;

HMF - Habilidades Motoras Fundamentais;

DMO - Densidade Mineral Óssea;

TMGD - Test of Gross Motor Development;

M-ABC - Assessment Battery for Children;

KTK – Körperkoordinationstest für Kinder;

BOTMP - Bruininks-Oseretsky Test of Motor Proficiency;

SiS - Stay in Step;

PDMS - Peabody Developmental Motor Scales;

PDMS-2 - Peabody Developmental Motor Scales vesão 2;

MOBAK - Motorische Basiskompetenzen test;

CAMSA - Canadian Agility and Movement Skill Assessment;

AST - Athletic Skill Track;

MCA - Motor Competence Assessment;

CMF - Competência Motora Funcional;

FMS – Functional Movement Screen;

H – Hipótese;

Page 15: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XV

DS - Deep Squat;

HS - Hurdle Step;

ILL - In-line Lunge;

SM - Shoulder Mobility;

ASLR - Active Straight-leg Raise;

TSP - Trunk Stability Push-up;

RS - Rotary Stability;

QAF - Questionário de Atividade Física;

IC - Intervalo de Confiança;

TE – Tamanho do Efeito;

n - número de repetições;

m/s-1

– metros por segundo;

cm – centímetros;

s – segundos;

% - percentagem;

g/cm2

– gramas por centímetro quadrado

g – gramas;

p – percentil;

Page 16: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XVI

RESUMO

Esta tese tem como objetivo perceber a associação entre competência motora (CM) e

capacidade funcional (CF) em jovens adultos e a correspondência entre os construtos da

competência motora (manipulativo, estabilizador e locomotor) e o Functional Movement

Screen. Procura-se também observar as diferenças entre homens e mulheres (jovens

adultos) no que respeita à CM e CF e a correlação entre CM, adiposidade e densidade

mineral óssea naqueles mais fisicamente ativos. Considerando o período de 12 meses, é

ainda procurado compreender as variações da CM, CF, composição corporal e níveis de

atividade física (desporto e lazer), bem como a relação entre as escolhas das atividades

desportivas e as variáveis de CM, CF e composição corporal.

Para atingir este objetivo foi constituída uma amostra, por conveniência, de 120 alunos

estudantes da uma licenciatura em Desporto e Lazer, de acordo com os critérios de

inclusão e exclusão definidos. De entre os estudantes selecionados, voluntariaram-se para

participar 92 (68 homens (22.3 ± 6.4 anos; 72.9 ± 9.9 kg; 175.8 ± 6.4 centímetros e 24

mulheres 20.7 ± 1.2 anos; 57.8 ± 7.6 kg; 162.6 ± 5.5 centímetros).

Foram caraterizados segundo 1) dados sociodemográficos; 2) questionário de atividade

física habitual (Habitual Physical Activity Questionnaire); 3) antropometria; 4) dual x-ray

absorptiometry; 5) CF (Functional Movement Screen); 6) CM (Motor Competence

Assessement battery) no início do ano escolar e após 12 meses. Todos os participantes

assinaram consentimento informado de acordo com a declaração de Helsínquia (parecer

CTC-ESDL-CE002-2017). Todos os resultados foram analisados de acordo com a

suposição de normalidade e homogeneidade dos grupos em estudo, utilizando-se a

estatística descritiva e inferencial. De acordo com sua distribuição recorreu-se à correlação

de Pearson (distribuição normal) ou de Spearman (distribuição não normal). Para

comparar homens e mulheres utilizou-se o teste de Mann-Whitney U test e o Wilcoxon

signed-rank test para a comparação entre o 1º momento (baseline) e 2º momento (após 12

meses). Para a análise entre as disciplinas optativas utilizou-se a ANOVA segundo os seus

pressupostos de aplicação, com ajustamento com teste de comparação múltipla Tukey. Foi

utilizado ainda o tamanho do efeito, com um nível de significância de 0.05. Todas as

analises estatísticas tiveram como referência a utilização o software SPSS (versão 22.0.0.0

para Windows, IBM, USA).

Verificou-se que independentemente do sexo, a CF, avaliada pelos testes do Functional

Movement Screen (FMS) não se encontra alicerçado em todos os construtos da CM, mas

Page 17: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XVII

apenas com o constructo da CM estabilidade. O FMS Trunk Stability Push-up explica

100% da CM, embora não se mantenham as mesmas associações quando desagregado por

sexos. A massa gorda apresenta uma relação inversa com a CM estabilidade e CM

locomotora, em que após 12 meses as mulheres apresentam um aumento considerável do

peso corporal e da massa isenta de gordura, enquanto que a percentagem de gordura

corporal demonstra um perfil inverso; para os homens foram verificadas alterações

significativas na altura, massa isenta de gordura e densidade mineral óssea. Não se

encontrou qualquer relação entre a CM e CF, e as opções desportivas inerentes ao

currículo académico. Os níveis de Atividade Física (AF) alteram-se de forma significativa

para os homens (quantidade de exercício físico praticado; índice lazer e índice AF total).

Podemos então concluir que permanecem dúvidas quanto ao conceito que o FMS

proporciona a observação de tarefas motoras básicas relacionadas com movimentos

locomotores e manipulativos, bem como a relação de que: “melhor CM; melhor CF”. É

reforçado que na transição entre a adolescência e a idade adulta, uma maior CM apresenta

um fator protetor relativo á composição corporal (weight status), onde a massa gorda

continua a apresentar-se como um fator determinante para os resultados da CM

locomotora e CM estabilidade. A frequência de uma licenciatura em ciências do desporto

pode levar a alterações na composição corporal com uma trajetória diferente entre homens

e mulheres. A CM parece não ser determinante nas escolhas das opções desportivas

inerentes ao currículo académico. As rotinas próprias da entrada no ensino superior e a

prática inerente às disciplinas com implicações desportivas podem mediar alterações

significativas nos níveis de AF, principalmente para os homens. Fica reforçado também

que a CF e a performance são construtos diferentes, já que além da prática de AF as

experiências motoras novas e/ou mais desafiantes e as alterações na composição corporal

mais especificamente a massa isenta de gordura e percentagem de gordura corporal,

influenciaram positivamente a CF.

Palavras-chave: Competência Motora; jovens adultos; FMS; Capacidade Funcional;

composição corporal

Page 18: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XVIII

RESUMO

A inactividade física é un problema de saúde pública global, mentres que os altos niveis de

actividade física son, por outra banda, un comportamento sa.

A competencia motora indícase como: i) forte preditor da actividade física ii) influír

positivamente na forma física, iii) asociado lonxitudinalmente a maiores niveis de actividade

física e iv) aspecto crucial para o desenvolvemento dun estilo de vida saudable. A

competencia motora tamén establece a base para o rendemento no deporte e na actividade

física, dependendo do desenvolvemento óptimo das habilidades motrices fundamentais,

que se subdividen na construción manipuladora, estabilizadora e locomotora. Deste xeito,

preséntase como un indicador da calidade de vida, implicando o dominio de varias

habilidades motoras relacionadas co desenvolvemento e o rendemento humano. A

competencia motora tamén describe o coñecemento de diversas habilidades e accións

motrices. Por outra banda, a competencia motora funcional baséase na capacidade para

coordinar e controlar o movemento corporal para alcanzar un certo obxectivo,

circunscribindo a capacidade física e funcional dun individuo, que está relacionado co uso

do corpo nos movementos multiplano e articulares, concretamente a mobilidade e

estabilidade simultánea.

Partindo destes presupostos, desenvolvéronse sete preguntas de investigación: (1) ¿As

probas do Functional Movement Screen baséanse en realidade nos conceptos da

competencia motora en adultos novos?; (2) ¿Asóllanse mellores habilidades motrices

cunha mellor capacidade funcional en adultos novos ?; (3) ¿Hai diferenzas entre a

competencia motora e a capacidade funcional de homes e mulleres (adultos novos) ?; (4)

¿Os adultos novos físicamente activos teñen un perfil de competencia motora, adiposidade

e densidade mineral ósea segundo as normas de nenos e adolescentes ?; (5) ¿Nos adultos

novos, a competencia motora e a capacidade funcional cambian segundo os niveis de

actividade física durante un período de 12 meses ?; (6) ¿As eleccións de actividades

deportivas están influenciadas polos niveis de competencia motora e capacidade funcional

?; (7) ¿Despois de 12 meses, a habilidade motora, a capacidade funcional e a composición

corporal cambian segundo a elección das actividades deportivas?

en función destas preguntas, esta tese pretende comprender a asociación entre a

competencia motora e a capacidade funcional en adultos novos e a correspondencia entre

os construtos da competencia motora (manipuladora, estabilizadora e locomotora) e do

movemento funcional (Functional Movement Screen). Tamén busca observar as diferenzas

Page 19: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XIX

entre homes e mulleres (adultos novos) con respecto aos competencia motora e capacidade

funcional e a correlación entre competencia motora, adiposidade e densidade mineral ósea

nos máis físicamente activos. Tendo en conta o período de 12 meses, búscase tamén

comprender as variacións de competencia motora, e capacidade funcional, composición

corporal e niveis de actividade física (deporte e lecer), así como a relación entre as opcións

de actividades deportivas e as variables de competencia motora, e capacidade funcional e

composición corporal.

Para acadar este obxectivo constituíuse unha mostra por conveniencia, con 120 estudantes

dun grao en Deportes e Lecer, segundo os criterios de inclusión e exclusión definidos.

Entre os estudantes seleccionados, participaron 92 voluntarios (68 homes 22,3 ± 6,4 anos;

72,9 ± 9,9 kg; 175,8 ± 6,4 centímetros e 24 mulleres 20,7 ± 1,2 anos; 57,8 ± 7,6 kg; 162,6

± 5,5 centímetros).

Caracterizáronse segundo 1) datos sociodemográficos; 2) Cuestionario de actividade física

habitual (Habitual Physical Activity Questionnaire); 3) antropometría; 4) dual x-ray

absorptiometry; 5) CF (Functional Movement Screen); 6) competencia motora (Motor

Competence Assessement battery) ao comezo do curso escolar e despois de 12 meses.

Todos os participantes asinaron o consentimento informado de acordo coa declaración de

Helsinki (parecer CTC-ESDL-CE002-2017). Todos os resultados analizáronse segundo a

asunción de normalidade e homoxeneidade dos grupos obxecto de estudo, empregando

estatísticas descritivas e inferenciais. Segundo a súa distribución, empregouse a correlación

de Pearson (distribución normal) ou Spearman (distribución non normal). Para comparar

homes e mulleres, a proba Mann-Whitney U test e a proba de clasificación asinada de

Wilcoxon signed-rank test utilizáronse para comparar o primeiro momento (baseline) e o

segundo momento (despois de 12 meses). Para a análise entre materias curriculares

optativas, empregouse ANOVA segundo os presupostos da súa aplicación, con axuste

mediante a proba de comparación de Tukey. Tamén se empregou o tamaño do efecto,

por un nivel de significación de 0,05. Todas as análises estatísticas baseáronse no uso do

software SPSS (versión 22.0.0.0 para Windows, IBM, USA).

Analizando os índices relacionados co cuestionario de actividade física, parece que non hai

diferenzas significativas entre os sexos con respecto á idade, todos os índices relacionados

co cuestionario de actividade física e a práctica de deporte federado ou exercicio físico de

xeito regular. Tendo en conta estas diferenzas na distribución entre homes e mulleres

segundo as materias optativas, as mulleres non serán consideradas á hora de analizar estes

grupos.

Page 20: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XX

Os valores relacionados co cuestionario de actividade física e o exercicio físico dos homes

segundo as materias opcionais, no seu conxunto, os homes non presentan diferenzas

significativas entre os grupos de materias opcionais

En canto á composición corporal, os homes teñen valores considerablemente maiores para

a altura, o peso e a masa sen graxa. Á súa vez, as mulleres teñen valores estadísticamente

maiores con respecto á porcentaxe de graxa corporal. Tendo en conta as materias

opcionais, os valores da antropometría e a composición corporal para homes, non houbo

diferenza entre grupos. Os homes teñen valores significativamente maiores en todas as

categorías de competencia motora, sen diferenzas significativas respecto de grupos segundo

as materias opcionais. Por capacidade funcional, a través do Functional Movement Screen,

descubrimos que os homes teñen valores estadísticamente maiores ao realizar o Functional

Movement Screen Trunk Stability Push-Up, mentres que as mulleres teñen valores máis

altos para Functional Movement Screen Active Straight Leg Raise. Os restantes valores non

presentan diferenzas significativas entre os sexos. Cando se agroman segundo as materias

opcionais, hai diferenzas estatisticamente significativas entre o grupo de Actividades de

Fitness e Deportes de ondas para o Functional Movement Screen Trunk Stability Push-

Up, onde o grupo Actividades de fitness ten valores máis altos.

Parece que hai correlacións significativas entre: salto horizontal e porcentaxe da graxa total

(negativa e alta); salto horizontal e porcentaxe de graxa del tronco (negativo e alto); shuttle

run e porcentaxe de graxa total (positiva e alta); shuttle run e porcentaxe de graxa del tronco

(positivo e alto); shuttle run e graxa total (positiva e alta) e competencia motora total e

densidade mineral ósea (positiva e alta).

A mesma análise, pero para os homes, hai correlacións significativas entre: estabilidade da

competencia motora e porcentaxe de graxa total (negativa e alta); competencia motora

estabilidade e porcentaxe de graxa del tronco (negativa e moderada); competencia motora

estabilidade e graxa total (positiva e alta); saltos laterais e porcentaxe de graxa total (negativa

e moderada); saltos laterais e porcentaxe de graxa del tronco (negativa e moderada); saltos

laterais e graxa total (positiva e alta); competencia motora locomotora e porcentaxe de graxa

total (negativa e moderada); competencia motora locomotora e graxa total (negativa e

moderada); salto horizontal e porcentaxe de graxa total (negativa e moderada); salto

horizontal e porcentaxe de graxa del tronco (negativa e moderada); salto horizontal e graxa

total (negativa e moderada); competencia motora total e porcentaxe de graxa total (negativa

e alta); competencia motora total e porcentaxe de graxa del tronco (negativa e moderada);

competencia motora total e graxa total (negativa e moderada)

Page 21: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XXI

A análise da capacidade funcional e a súa asociación con niveis de adiposidade e densidade

mineral ósea para as mulleres atópase en asociacións estatisticamente significativas entre:

Functional Movement Screen Deep Squat e porcentaxe de graxa total (negativa e alta);

Functional Movement Screen Deep Squat e porcentaxe de graxa del tronco (negativa e

alta); Functional Movement Screen Deep Squat e graxa total (negativa e moderada);

Functional Movement Screen Hurdle Step e porcentaxe da graxa total (negativa e alta);

Functional Movement Screen Hurdle Step e graxa total (negativa e moderada); Functional

Movement Screen Trunk Stability Push-Up e porcentaxe de graxa total (negativa e alta);

Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up e porcentaxe de graxa del tronco

(negativa e moderada); Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up e graxa total

(negativa e moderada); Functional Movement Screen resultado final e porcentaxe de graxa

total (negativa e alta); Functional Movement Screen resultado final e porcentaxe de graxa

del tronco (negativa e alta); Functional Movement Screen resultado final e graxa total

(negativa e alta).

Para os homes, atópanse correlacións significativas para Functional Movement Screen

Hurdl Step e graxa total (negativa e moderada) e para Functional Movement Screen Rotary

Stability e densidade mineral ósea total (negativa e pequena).

Analizando a asociación entre a capacidade funcional e as habilidades motoras, a maioría

deles son moderados (0,3 ≤ r <0,5). Todas as variables competencia motora teñen unha

correlación estatisticamente significativa Functional Movement Screen Trunk Stability

Push-Up. Considerando homes e mulleres por separado, as mulleres presentan diferenzas

significativas entre a estabilidade profunda da pantalla de movemento funcional e a

estabilidade da competencia motora (positiva e moderada); Functional Movement Screen

Trunk Stability Push-Up e competencia motor manipulativa (positiva e alta); Functional

Movement Screen Trunk Stability Push-Up e transposición de placas (positiva e

moderada); Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up e saltos laterais

(positivos e moderados); Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up e shuttle

run (negativo e moderado); Functional Movement Screen resultado final e competencia

motora estabilidade (positiva e moderada); e Functional Movement Screen resultado final

e transposición de placas (positiva e elevada). Hai un 53% máis de correlacións entre homes

que para mulleres, con magnitudes similares, pero segundo diferentes perfís. Esta mesma

análise segundo os suxeitos opcionais, a análise comparativa non demostra a existencia de

diferenzas entre os grupos para a competencia motora, aínda que se verifican tendo en

conta a composición corporal e a capacidade funcional. A primeira diferenza significativa

Page 22: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XXII

é entre aqueles que optaron por deportes de natureza e actividades de fitness onde estes

últimos teñen maiores valores para a graxa total. As restantes diferenzas atópanse no

Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up, onde o grupo actividades de fitness

mostra resultados significativamente máis altos que os dous grupos restantes.

Segundo os procedementos iniciais e os criterios establecidos, 12 meses despois da

primeira recollida, de novo a principios do curso escolar, entre outubro e novembro

realizouse unha nova recollida. En canto aos niveis de actividade física, parece que desde

o primeiro momento ata o segundo momento, as mulleres aumentaron a práctica do

exercicio físico nun 9%, pero sen mostrar un cambio significativo.

Os cambios nos niveis de actividade física non se traduciron en cambios significativos nos

índices do cuestionario de actividade física. Con respecto aos homes, hai unha redución da

cantidade e exercicio físico practicado (13,6%), no índice deportivo (22,3%), índice de lecer

(23,3%) e índice de actividade física total (3,7%). Só para o índice deportivo, non presenta

cambios estatísticamente significativos. A análise segundo as materias optativas non amosa

ningunha diferenza estatisticamente significativa.

Os valores da composición corporal despois de 12 meses mostran un aumento

considerable do peso corporal e da masa sen graxa para as mulleres, mentres que a

porcentaxe de graxa corporal presenta un perfil inverso. Pola súa banda, os homes

presentan cambios significativos na variable de altura, masa sen graxa e densidade mineral

ósea.

Continuando a análise tendo en conta as materias opcionais, hai niveis significativos no

grupo de deportes de onda e actividades de fitness nos niveis de masa sen graxa. No grupo

de actividades de fitness, a densidade mineral ósea cambiou significativamente.

Considerando a competencia motora antes e despois de 12 meses, parece que as mulleres

teñen cambios significativos no 50% dos parámetros analizados. Aparecen cambios

estatísticamente significativos e positivos na competencia motora total e na competencia

motora estabilidade e nos construtos manipulativos e nas probas de salto lateral e salto

horizontal.

Para os homes, a tendencia non mostra o mesmo patrón, xa que despois de 12 meses

houbo cambios negativos en todos os parámetros analizados. A competencia motora total

non está cuberta por cambios significativos. Non obstante, todos os compoñentes da

competencia motora manipulación e competencia motora locomoción, presentan cambios

significativos e negativos. Tendo en conta as materias opcionais, o resultado é idéntico,

pero con compoñentes diferentes. Así, aqueles cuxa opción centrada nos deportes de

Page 23: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XXIII

natureza mostran cambios significativos na competencia motora total, competencia motora

manipuladora, velocidade de lanzamento e velocidade de disparo. Para os que están máis

conectados aos deportes de onda, os cambios significativos aparecen na competencia

motora manipulación , a velocidade de lanzamento, a velocidade de disparo e shuttke run

de 10 metros. Aqueles cuxa elección estivo dentro das actividades de fitness, os cambios

significativos atópanse na velocidade de disparo e shuttle run de 10 metros.

Para o Functional Movement Screen, despois de 12 meses, as mulleres demostran valores

totais do Functional Movement Screen con melloras significativas, mentres que para as

probas restantes, solo o Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up mostran

diferenzas significativas. Os homes despois de 12 meses demostran valores con melloras

significativas só no Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up.

Na mesma liña de investigación, pero tendo en conta as disciplinas opcionais, no grupo de

deportes de natureza e deportes de onda hai cambios significativos e o grupo de actividades

de fitness non rexistrou ningún cambio. Para os que están no grupo de deportes de natureza

hai un perfil de diminución para o Functional Movement Screen Active Straight Leg Raise

e para os que están nos deportes de onda pero para o resultado final do Functional

Movement Screen.

Podemos concluír entón que quedan dúbidas sobre o concepto que o FMS proporciona

observación de tarefas motrices básicas relacionadas cos movementos locomotor e

manipulativo, así como a relación que: “mellor competencia motora; mellor e capacidade

funcional”. Refórzase que na transición entre a adolescencia e a idade adulta, unha

competencia motora superior ten un factor protector en relación á composición corporal

(weight status), onde a masa graxa segue presentándose como factor determinante para os

resultados de competencia motora locomotora e competencia motora estabilidade. A

frecuencia dun grao en ciencias do deporte pode provocar cambios na composición

corporal cunha traxectoria diferente entre homes e mulleres, na que a competencia motora

non parece ser decisiva na elección de opcións deportivas inherentes ao currículo

académico. As rutinas inherentes á educación superior e as prácticas inherentes ás

disciplinas con implicacións deportivas poden mediar cambios significativos nos niveis de

actividade física, especialmente para os homes. Tamén se reforza que a e capacidade

funcional e o rendemento son construcións diferentes, nas que a práctica da AF non é o

único factor que inflúe positivamente na e capacidade funcional, senón tamén experiencias

motoras novas e/ou máis desafiantes, así como cambios na composición corporal máis

especialmente masa sen graxa e porcentaxe de graxa corporal.

Page 24: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XXIV

Implicacións: 1- Demostrase que para adultos xóvenes unha capacidade funcional avaliada

por as probas do Implicaciones: 1- Demuestrase que en adultos xóvenes a capacidade

funcional avaliada por as probas do Functional Movement Screen non se basa en todas as

construccións de competencia motora, seno só na construcción da competencia motora

estabilizadora e viceversa, independientemente do xénero; 2. A Functional Movement

Screen Trunk Stability Push-Up explica o 100% da competencia motora, deixando dubidas

sobre o concepto que o Functional Movement Screen proporciona á observación de tarefas

motoras básicas relacionadas cos movementos locomotores e manipuladores; 3. Tamén

hai dúbidas sobre a relación: “mellor competencia motora; mellor e capacidade funcional”,

debido a magnitude das correlacións presentadas e a súa inconsistencia cando a mostra está

dividida por sexo; 4. A masa graxa continúa presentándose como un factor determinante

para a competencia motora estabilidade e competencia motora locomotora en adultos

xóvenes, e se verifica que na transición entre a adolescencia e a idade adulta, un

competencia motora máis alta presenta un factor protector relacionado coa composición

corporal. (weight status); 5. Nos adultos xóvenes, homes que cursan un título en ciencias

do deporte, a competencia motora non parece ser decisivo na elección das opcións

deportivas inherentes ao plano de estudos académico; 6. Os niveis de aptitude física

cambian en diferentes magnitudes durante o ano académico entre estudantes de

licenciatura en Ciencias do Deporte, posiblemente influenciadas por as rutinas inherentes

ao ingreso na educación superior, as suas motivacións e prácticas inherentes as materias

con implicacións deportivas; 7. A transición entre a adolescencia e a idade adulta en adultos

xóvenes estudantes de licenciatura en Ciencias do Deporte conduce a cambios na

composición corporal cunha traxectoria diferente entre homes e mulleres; 8. A

competencia motora e a actividade física, as diferentes construcións, están estreitamente

relacionadas, aínda que nas áreas de estabilidade de competencia motora e competencia

motora poden estar máis influídas por experiencias novas ou máis desafiantes; 9. A

capacidade funcional non parece estar directamente influenciada polos niveis de

capacidade física, o que refire a capacidade e a capacidade funcional e a realización de

diferentes construcións; 10. A práctica da actividade física non é o único factor que inflúe

positivamente na capacidade funcional e tamén as experiencias novas e/ou máis

desafiantes, así como os cambios na composición corporal, máis específicamente a masa

libre de graxa e a porcentaxe de graxa corporal.

Page 25: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XXV

Palabras clave: Competencia motora; adultos novos; FMS; Capacidade Funcional;

composición corporal

Page 26: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XXVI

RESUMEN

La inactividad física es un problema global de salud pública, mientras que los altos niveles

de actividad física son, por otro lado, un comportamiento saludable.

La competencia motriz se indica como: i) fuerte predictor de actividad física ii) influir

positivamente en la aptitud física, iii) asociado longitudinalmente con niveles más altos de

actividad física y iv) aspecto crucial para el desarrollo de un estilo de vida saludable. La

competencia motriz también establece la base para el rendimiento en el deporte y la

actividad física, ya que depende del desarrollo óptimo de las habilidades motrices

fundamentales, que se subdividen en la construcción manipuladora, estabilizadora y

locomotora. De esta manera, se presenta como un indicador de calidad de vida, que

implica el dominio de diversas habilidades motrices relacionadas con el desarrollo y el

rendimiento humano. La competencia motriz también describe la competencia en una

variedad de habilidades y acciones motrices. Por otro lado, la competencia motriz funcional

se basa en la capacidad de coordinar y controlar el movimiento del cuerpo para lograr un

determinado objetivo, circunscribiendo la capacidad física y funcional de un individuo, que

está relacionada con el uso del cuerpo en movimientos multiplano y articulares,

específicamente la movilidad y estabilidad simultáneamente.

Partiendo sobre la base de estos supuestos, se desarrollaron siete preguntas de

investigación: (1) ¿Las pruebas de lo Functional Movement Screen se basan de hecho en

los constructos de competencia motriz en adultos jóvenes? (2) ¿Se asocia una mejor

competencia motriz con una mejor capacidad funcional en adultos jóvenes? (3) ¿Existen

diferencias entre la competencia motriz y la capacidad funcional de hombres y mujeres

(adultos jóvenes)? (4) ¿Los adultos jóvenes físicamente activos tienen un perfil de

competencia motriz, adiposidad y densidad mineral ósea de acuerdo con los estándares de

adolescentes y niños? (5) ¿En adultos jóvenes, la competencia motriz y la capacidad

funcional cambian dependiendo de los niveles de actividad física durante un período de 12

meses; (6) ¿Las elecciones de actividades deportivas están influenciadas por los niveles de

competencia motriz y capacidad funcional? (7) ¿Después de 12 meses, las habilidades

motrices, la capacidad funcional y la composición corporal cambian según la elección de

las actividades deportivas?

En base a estas preguntas, esta tesis tiene como objetivo comprender la asociación entre la

competencia motriz y la capacidad funcional en adultos jóvenes y la correspondencia entre

los constructos de la competencia motriz (manipulador, estabilizador y locomotor) y del

Page 27: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XXVII

movimiento funcional (Functional Movement Screen). También busca observar las

diferencias entre hombres y mujeres (adultos jóvenes) con respecto a competencia motriz

y capacidad funcional y la correlación entre competencia motriz, adiposidad y densidad

mineral ósea en aquellos más físicamente activos. Teniendo en cuenta el período de 12

meses, también se busca comprender las variaciones de competencia motriz, capacidad

funcional, composición corporal y niveles de actividad física (deporte y tiempo libre), así

como la relación entre las opciones de actividades deportivas y las variables de competencia

motriz, capacidad funcional y composición. cuerpo

Para lograr este objetivo, se constituyó una muestra por conveniencia de 120 estudiantes

de una titulación en Deportes y Ocio, de acuerdo con los criterios definidos de inclusión y

exclusión. Entre los estudiantes seleccionados, 92 se ofrecieron para participar (68

hombres 22.3 ± 6.4 años; 72.9 ± 9.9 kg; 175.8 ± 6.4 centímetros y 24 mujeres 20.7 ± 1.2

años; 57.8 ± 7.6 kg; 162.6 ± 5.5 centímetros).

Se caracterizaron según 1) datos sociodemográficos; 2) Cuestionario de actividad física

habitual (Habitual Physical Activity Questionnaire); 3) antropometría; 4) dual x-ray

absorptiometry; 5) CF (Functional Movement Screen); 6) competencia motriz (Motor

Competence Assessement battery) al comienzo del año escolar y después de 12 meses.

Todos los participantes firmaron un consentimiento informado en conformidad con la

declaración de Helsinki (opinión CTC-ESDL-CE002-2017). Todos los resultados se

analizaron de acuerdo con el supuesto de normalidad y homogeneidad de los grupos en

estudio, utilizando estadística descriptiva e inferencial. Según su distribución, se utilizó la

correlación de Pearson (distribución normal) o la de Spearman (distribución no normal).

Para comparar hombres y mujeres, la prueba U de Mann-Whitney y la prueba de

Wilcoxon signed-rank test para comparar el primer momento (baseline) y el segundo

momento (después de 12 meses). Para el análisis entre las materias curriculares opcionales,

se utilizó la ANOVA de acuerdo con los supuestos de su aplicación, con el ajuste mediante

la prueba de comparación múltiple de Tukey. También se utilizó el tamaño del efecto,

para un nivel de significancia de 0.05. Todos los análisis estadísticos se basaron en el uso

del software SPSS (versión 22.0.0.0 para Windows, IBM, USA).

Al analizar los índices relacionados con el cuestionario de actividad física, parece que no

hay diferencias significativas entre los géneros con respecto a la edad, todos los índices

relacionados con el cuestionario de actividad física y la práctica de deporte federado o

ejercicio físico de forma regular. Teniendo en cuenta estas diferencias en la distribución

Page 28: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XXVIII

entre hombres y mujeres según los temas opcionales, las mujeres no serán consideradas al

analizar estos grupos.

Los valores relacionados con el cuestionario de actividad física y el ejercicio físico de los

hombres según las asignaturas opcionales, en su conjunto, los hombres no presentan

diferencias significativas entre los grupos de asignaturas opcionales.

En cuanto a la composición corporal, los hombres tienen valores considerablemente más

altos de altura, peso y masa libre de grasa. A su vez, las mujeres tienen valores

estadísticamente más altos con respecto al porcentaje de grasa corporal. Considerando los

temas opcionales, los valores de antropometría y composición corporal para los hombres,

no hubo diferencias entre los grupos. Los hombres tienen valores significativamente más

altos en todas las categorías de competencia motriz, sin diferencias significativas con

respecto a los grupos según temas opcionales. Para la capacidad funcional, a través de lo

Functional Movement Screen, encontramos que los hombres tienen valores

estadísticamente más altos cuando realizan el lo Functional Movement Screen Trunk

Stability Push-Up, mientras que las mujeres tienen valores más altos para el lo Functional

Movement Screen Active Straight Leg Raise. Los valores restantes no presentan diferencias

significativas entre géneros. Cuando se agregan de acuerdo con asignaturas opcionales,

existen diferencias estadísticamente significativas entre el grupo Actividades de

acondicionamiento físico y Wave Sports para el lo Functional Movement Screen Trunk

Stability Push-Up, donde el grupo Actividades de acondicionamiento físico tiene valores

más altos.

Hay correlaciones significativas entre: salto horizontal y porcentaje de grasa total (negativa

y alta); salto horizontal y porcentaje de grasa del tronco (negativo y alto); carrera de

lanzadera y porcentaje de grasa total (positiva y alta); carrera de lanzadera y porcentaje de

grasa en el tronco (positivo y alto); shuttl run y grasa total (positiva y alta) y competencia

motriz total y densidad mineral ósea (positiva y alta).

El mismo análisis, pero para los hombres, hay correlaciones significativas entre: la

competencia motriz estabilidad y el porcentaje de grasa total (negativa y alta); competencia

motriz estabilidad y porcentaje de grasa del tronco (negativo y moderado); competencia

motriz estabilidad y grasa total (positiva y alta); saltos laterales y porcentaje de grasa total

(negativa y moderada); saltos laterales y porcentaje de grasa del tronco (negativo y

moderado); saltos laterales y grasa total (positiva y alta); competencia motriz locomotora y

porcentaje de grasa total (negativa y moderada); competencia motriz locomotora y grasa

total (negativa y moderada); salto horizontal y porcentaje de grasa total (negativa y

Page 29: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XXIX

moderada); salto horizontal y porcentaje de grasa del tronco (negativo y moderado); salto

horizontal y grasa total (negativa y moderada); competencia motriz total y porcentaje de

grasa total (negativa y alta); competencia motriz total y porcentaje de grasa del tronco

(negativa y moderada); competencia motriz total y grasa total (negativa y moderada)

Se encuentra que el análisis de la capacidad funcional y su asociación con los niveles de

adiposidad y densidad mineral ósea para las mujeres son asociaciones estadísticamente

significativas entre: lo Functional Movement Screen Trunk Deep Squat y porcentaje de

grasa total (negativa y alta); lo Functional Movement Screen Deep Squat y porcentaje de

grasa en el tronco (negativo y alto); lo Functional Movement Screen Deep Squat y grasa

total (negativa y moderada); lo Functional Movement Screen Hurdle Step y porcentaje de

grasa total (negativa y alta); lo Functional Movement Screen Trunk Hurdle Step y grasa

total (negativa y moderada); lo Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up y

porcentaje de grasa total (negativa y alta); lo Functional Movement Screen Trunk Stability

Push-Up y porcentaje de grasa del tronco (negativo y moderado); lo Functional Movement

Screen Trunk Stability Push-Up y grasa total (negativa y moderada); Resultado final de lo

lo Functional Movement Screen y porcentaje de grasa total (negativa y alta); Resultado final

de lo lo Functional Movement Screen y porcentaje de grasa del tronco (negativo y alto);

Resultado final de lo lo Functional Movement Screen y grasa total (negativa y alta).

Para los hombres, se encuentran correlaciones significativas para lo lo Functional

Movement Screen Hurdle Step y la grasa total (negativa y moderada) y lo Functional

Movement Screen Rotary Stability la densidad mineral ósea total (negativa y pequeña).

Analizando la asociación entre la capacidad funcional y las habilidades motrices, la mayoría

de ellas son moderadas (0.3 ≤ r <0.5). Todas las variables competencia motriz tienen una

correlación estadísticamente significativa con el lo Functional Movement Screen Trunk

Stability Push-Up. Considerando a los hombres y las mujeres por separado, las mujeres

tienen diferencias significativas entre lo Functional Movement Screen Deep Squat y la

competencia motriz (positiva y moderada); lo Functional Movement Screen Trunk Stability

Push-Up y competencia motriz manipulativa (positivo y alto); lo Functional Movement

Screen Trunk Stability Push-Up y transposición de placas (positivo y moderado); lo

Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up y saltos laterales (positivo y

moderado); lo Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up y carrera de

lanzadera (negativa y moderada); Resultado final de lo lo Functional Movement Screen y

competencia motriz estabilidad (positivo y moderado); y resultado final de lo Functional

Movement Screen Trunk Stability Push-Up y transposición de placas (positivo y elevado).

Page 30: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XXX

Hay un 53% más de correlaciones para hombres que para mujeres, con magnitudes

similares, pero de acuerdo con diferentes perfiles. Este mismo análisis según los temas

opcionales, el análisis comparativo no demuestra la existencia de diferencias entre los

grupos para la competencia motriz, aunque se verifican teniendo en cuenta la composición

corporal y la capacidad funcional. La primera diferencia significativa es entre aquellos que

optaron por deportes de naturaleza y actividades físicas, donde estos últimos tienen valores

más altos para la grasa total. Las diferencias restantes se encuentran en el lo Functional

Movement Screen Trunk Stability Push-Up, donde el grupo de actividades físicas muestra

resultados significativamente más altos que los dos grupos restantes.

De acuerdo con los procedimientos iniciales y los criterios establecidos, 12 meses después

de la primera recolección, nuevamente al comienzo del año escolar, entre octubre y

noviembre se realizó una nueva recolección. Con respecto a los niveles de actividad física,

parece que, desde el primer hasta el segundo momento, las mujeres aumentaron la práctica

de ejercicio físico en un 9%, pero sin mostrar un cambio significativo.

Los cambios en los niveles de actividad física no se tradujeron en cambios significativos en

los índices del Cuestionario de actividad física. Con respecto a los hombres, hay una

reducción en la cantidad y ejercicio físico practicado (13.6%), en el índice deportivo

(22.3%), índice de ocio (23.3%) e índice de actividad física total (3.7%). Solo para el índice

deportivo, no muestra cambios estadísticamente significativos. El análisis según los temas

opcionales no muestra ninguna diferencia estadísticamente significativa.

Los valores de composición corporal después de 12 meses muestran un aumento

considerable en el peso corporal y la masa libre de grasa para las mujeres, mientras que el

porcentaje de grasa corporal muestra un perfil inverso. Los hombres, por otro lado,

muestran cambios significativos en la variable de altura, masa sin grasa y densidad mineral

ósea.

Continuando con el análisis teniendo en cuenta los temas opcionales, hay cambios

significativos en el grupo de deportes de olas y actividades físicas en los niveles de masa

libre de grasa. En el grupo de actividades físicas, la densidad mineral ósea cambió

significativamente.

Considerando la competencia motriz antes y después de 12 meses, parece que las mujeres

muestran cambios significativos en el 50% de los parámetros bajo análisis. Los cambios

estadísticamente significativos y positivos aparecen en la competencia motriz total y en las

construcciones de la competencia motriz estabilidad y manipulación y en las pruebas de

salto lateral y salto horizontal.

Page 31: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XXXI

Para los hombres, la tendencia no muestra el mismo patrón, ya que después de 12 meses

hubo cambios negativos en todos los parámetros analizados. La competencia motriz total

non está cubiertas por estos cambios significativos. Sin embargo, todos los componentes

de la competencia motriz manipuladora y las pruebas relacionadas con la locomoción

presentan cambios significativos y negativos. Considerando los temas opcionales, el

resultado es idéntico, pero con diferentes componentes según los temas opcionales. Por lo

tanto, aquellos cuya opción se centró en los deportes de la naturaleza muestran cambios

significativos en las habilidades motrices totales, habilidades motrices manipuladoras,

velocidad de lanzamiento y velocidad de disparo. Aquellos que están más conectados con

los deportes de olas, los cambios significativos aparecen en la competencia motriz

manipuladora, la velocidad de lanzamiento, la velocidad de disparo y la carrera de

lanzadera de 10 metros. Aquellos cuya opción estaba dentro de las actividades de

acondicionamiento físico, los cambios significativos se encuentran en la velocidad de

disparo y lo shuttle run de 10 metros.

Para lo Functional Movement Screen, después de 12 meses, las mujeres demuestran

valores totales de lo Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up con mejoras

significativas, mientras que, para las pruebas restantes, solo los valores para lo Functional

Movement Screen Trunk Stability Push-Up muestran diferencias significativas. Los

hombres después de 12 meses demuestran valores con mejoras significativas solo en lo

Functional Movement Screen Trunk Stability Push-Up.

En la misma línea de investigación, pero considerando las disciplinas opcionales, en el

grupo de deportes de naturaleza y deportes de olas hay cambios significativos, y el grupo

de actividades físicas no ha registrado ningún cambio. Para aquellos que están en el grupo

de deportes de naturaleza, existe un perfil de disminución para el aumento funcional de la

pierna recta activa de la pantalla de movimiento funcional y para aquellos que están en los

deportes de olas, pero para el resultado final de la pantalla de movimiento funcional.

Entonces podemos concluir que persisten las dudas sobre el concepto que el FMS

proporciona para la observación de tareas motrices básicas relacionadas con los

movimientos locomotores y manipuladores, así como la relación que: “mejor competencia

motriz; mejor capacidad funcional". Se refuerza que, en la transición entre la adolescencia

y la edad adulta, una competencia motriz más alta tiene un factor protector relacionado

con la composición corporal (weight status), donde la masa grasa continúa presentándose

como un factor determinante para los resultados de la competencia motriz locomotora y

competencia motriz estabilidad. La frecuencia de un título en ciencias del deporte puede

Page 32: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XXXII

originar cambios en la composición corporal con una trayectoria diferente entre hombres

y mujeres, en la que la competencia motriz no parece ser decisiva en la elección de las

opciones deportivas inherentes al plan de estudios académico. Las rutinas inherentes al

ingreso a la educación superior y la práctica inherente a disciplinas con implicaciones

deportivas pueden mediar cambios significativos en los niveles de actividad física,

especialmente para los hombres. También se refuerza que la capacidad funcional y el

rendimiento son construcciones diferentes, en las que la práctica de actividad física no es

el único factor que influye positivamente en la CF, sino también experiencias motrices

nuevas y/o más desafiantes, así como cambios en la composición corporal más

específicamente masa libre de grasa y porcentaje de grasa corporal.

Implicaciones: 1- Se muestra que en adultos jóvenes la capacidad funcional evaluada por

las pruebas de la Pantalla de Movimiento Funcional no se basa en todas las construcciones

de competencia motriz, sino solo en la construcción de la estabilidad de la competencia

motriz y viceversa, independientemente del género; 2. El Functional Movement Screen

Trunk Stability Push-Up explica el 100% de la competencia motriz, dejando dudas sobre

el concepto de que lo Functional Movement Screen proporciona la observación de las

tareas motrices básicas relacionadas con los movimientos locomotor y manipulador; 3.

También hay dudas sobre la relación: “mejores habilidades motrices; mejor y capacidad

funcional ”, debido a la magnitud de las correlaciones presentadas y su inconsistencia

cuando la muestra estaba disgustada por sexo; 4. La masa grasa sigue siendo un factor

determinante para la estabilidad de la competencia motriz y la competencia motriz

locomotora en adultos jóvenes, y se verifica que en la transición entre la adolescencia y la

edad adulta, la competencia motriz superior tiene un factor protector relacionado con

composición corporal (estado de peso); 5. En los adultos jóvenes, los hombres que buscan

un título en ciencias del deporte, la competencia motriz no parece ser decisiva para elegir

las opciones deportivas inherentes al plan de estudios académico; 6. Los niveles de aptitud

física cambian en diferentes magnitudes durante el año académico entre estudiantes de

pregrado en Ciencias del Deporte, posiblemente mediadas por las rutinas inherentes al

ingreso a la educación superior, sus motivaciones y prácticas inherentes a las materias con

implicaciones deportivas; 7. La transición de la adolescencia a la edad adulta en jóvenes

estudiantes universitarios de ciencias del deporte conduce a cambios en la composición

corporal con una trayectoria diferente entre hombres y mujeres; 8. La competencia motriz

y la actividad física, al ser diferentes construcciones, están estrechamente relacionadas,

aunque en las tareas de estabilidad de la competencia motriz y competencia motriz

Page 33: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XXXIII

manipuladora pueden estar más influenciadas por experiencias motrices nuevas y / o más

desafiantes; 9. La capacidad funcional no parece estar directamente influenciada por los

niveles de aptitud física, lo que refuerza que la capacidad funcional y el rendimiento son

construcciones diferentes; 10. La práctica de la actividad física no es el único factor que

influye positivamente en la capacidad funcional, sino también las experiencias motrices

nuevas y/o más desafiantes, así como los cambios en la composición corporal, más

específicamente la masa libre de grasa y el porcentaje de grasa corporal.

Palabras clave: Competencia motriz; adultos jóvenes; FMS; Capacidad Funcional;

composición corporal

Page 34: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XXXIV

ABSTRACT

This thesis aims to understand the association between motor competence (MC) and

functional capacity (FC) in young adults and the association between the MC constructs

(manipulative, stabilizer and locomotor) and the Functional Movement Screen. It also

pursues to observe the differences between men and women (young adults) regarding MC

and FC and the correlation between MC, adiposity and bone mineral density in those more

physically active. Considering the 12-month period, it is also expected to understand the

variations of MC, FC, body composition and levels of physical activity (sport and leisure),

as well as the relationship between curriculum base sports activities and the variables of

MC, FC and body composition.

In order to achieve this objective, 120 student students from a degree in Sports and Leisure

(convenience sample), was constituted according to the inclusion and exclusion criteria.

Among the selected students, 92 volunteered to participate (68 men 22.3 ± 6.4 years; 72.9

± 9.9 kg; 175.8 ± 6.4 centimeters and 24 women 20.7 ± 1.2 years; 57.8 ± 7.6 kg; 162.6 ± 5.5

centimeters).

They were assessed according to 1) sociodemographic data; 2) Habitual Physical Activity

Questionnaire; 3) anthropometry; 4) dual x-ray absorptiometry; 5) FC (Functional

Movement Screen); 6) MC (Motor Competence Assessement battery) at the beginning of

the school year and after 12 months. All participants signed an informed consent in

accordance with the Helsinki declaration (CTC-ESDL-CE002-2017). All results were

analyzed according to the assumption of normality and homogeneity of the groups under

study, using descriptive and inferential statistics. According to their distribution, Pearson's

correlation (normal distribution) or Spearman's (non-normal distribution) was used. To

compare men and women, the Mann-Whitney U test and the Wilcoxon signed-rank test

to compare the first moment (baseline) and the second moment (after 12 months). The

ANOVA was used according to its application assumptions, with adjustment using the

Tukey multiple comparison test, for the analysis between the curricular sports choices. All

statistical analyzes were based on the use of SPSS software (version 22.0.0.0 for Windows,

IBM, USA), with a significance level of 0.05.

The FC assessed by the Functional Movement Screen (FMS), are founded only with MC

stability. The FMS Trunk Stability Push-up explains 100% of MC. Although, the same

associations do not remain when disaggregated by sex. Fat mass has an inverse association

with MC stability and MC locomotor. After 12 months women show a considerable

Page 35: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

XXXV

increase in body weight and fat-free mass, while the percentage of body fat shows an inverse

profile; for men there were significant changes in height, fat-free mass and bone mineral

density. There is no relationship between MC and FC, and the sports choices inherent to

the academic curriculum. The levels of Physical Activity (PA) change significantly for men

(amount of physical exercise practiced; leisure index and total PA index).

We can conclude that remain doubts regarding that the FMS provides the observation of

basic motor tasks related to locomotor and manipulative tasks, as well as the relationship

that: “better MC; best FC ”. It is reinforced that in the transition between adolescence to

adulthood, a higher MC has a protective factor related to weight status, being the fat mass

a determining factor for the stability and locomotor MC. The frequency of a degree in

sports sciences induce changes in body composition with a different trajectory between men

and women. MC does not seem to be decisive in the sports choices inherent to the

academic curriculum. The routines typical of entering higher education and the practice

inherent to the curricular sports disciplines can mediate significant changes in PA levels,

especially for men. It is also reinforced that FC and performance are different constructs,

in which the practice of PA is not the only factor that positively influences FC, but also new

and/or more challenging motor experiences, as well as changes in body composition more

specifically fat-free mass and percentage of body fat.

Keywords: Motor Competence; young adults; FMS; Functional Capacity; body

composition

Page 36: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

1

INTRODUÇÃO

A inatividade física é um problema global de saúde pública (Sallis et al., 2016),

enquanto que por outro lado elevados níveis de atividade física são um comportamento

saudável, suportado por fortes evidências de que tem efeitos protetivos no aparecimento

de doenças crónicas e outros fatores de risco como obesidade, hipertensão, dislipidemia

e depressão (Garber et al., 2011).

Evidências científicas mostram uma crescente importância da competência

motora (CM) i) como um forte preditor de Atividade Física (Lopes, Rodrigues, Maia, &

Malina, 2011), ii) como influenciando positivamente a Aptidão Física (Barnett, Van

Beurden, Morgan, Brooks, & Beard, 2008; Cattuzzo et al., 2016; Luz, Rodrigues,

Meester, & Cordovil, 2017), iii) longitudinalmente associado a níveis mais elevados de

Atividade Física (Barnett, van Beurden, Morgan, Brooks, & Beard, 2009), e iv) como

sendo crucial para o desenvolvimento de um estilo de vida saudável (Robinson et al.,

2015; Stodden et al., 2008; Tomkinson et al., 2018). A CM estabelece ainda a base para

a performance no desporto e atividade física, encontrando-se dependente do

desenvolvimento ótimo das habilidades motoras fundamentais, que se subdividem no

construto manipulativo, estabilizador e locomotor (Gallahue, Ozmun, & Goodway, 2012;

Luz, Rodrigues, Almeida, & Cordovil, 2016). Assim a CM apresenta-se como um indicador

de qualidade de vida, envolvendo o domínio de várias habilidades motoras (Luz et al.,

2016) relacionadas com o desenvolvimento e desempenho humano (Stodden et al., 2008).

A CM descreve também a proficiência em uma variedade de ações e destrezas motoras

(Fransen et al., 2014).

O desenvolvimento motor acarreta adaptações à realização de tarefas motoras

relacionadas com o ajuste, compensação e mudanças que ocorrem ao longo da vida (Bisi

& Stagni, 2016). Partindo desta premissa e do conceito que a CM envolve vários níveis

de maturação neuromuscular, que se encontram relacionadas com o crescimento,

quantidade de AF e experiencias (Malina, 2014), a importância de se monitorizar a CM

torna-se ainda mais relevante quando a investigação demonstra correlações negativas com

o peso corporal (Robinson et al., 2015) e indivíduos que demonstram melhor CM

apresentam cumulativamente resultados mais baixos para o Índice de Massa Corporal,

independentemente da idade e do sexo, quando comparados com o grupo com menor CM

(Fransen et al., 2014; Lopes, Stodden, Bianchi, Maia, & Rodrigues, 2012; Rodrigues,

Stodden, & Lopes, 2016a). A mesma observação é demonstrada em vários estudos

Page 37: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

2

transversais e longitudinais, onde se verificam associações inversas entre a CM e

diferentes indicadores do estado do peso corporal (pregas adiposas, perímetro da cintura,

IMC) (D’Hondt et al., 2011; Greier & Drenowatz, 2018; Henrique et al., 2016; Rodrigues

et al., 2016a) e dual x-ray absorptiometry (DXA) (Slotte, Sääkslahti, Metsämuuronen, &

Rintala, 2015). Crianças com um aumento rápido da sua CM ao longo da infância

encontram-se menos propensos a desenvolver uma condição de sobre peso ou obesidade

(Rodrigues et al., 2016a). Para além desta associação com a adiposidade, a CM apresenta

também uma associação positiva com a Densidade Mineral Óssea (Hands, Chivers,

Grace, & McIntyre, 2019; Ireland, Sayers, Deere, Emond, & Tobias, 2016).

O problema da inatividade física e do aumento da obesidade na nossa sociedade é

multifacetada, embora se possa identificar a CM como um fator-chave na promoção da

atividade física (Stodden et al., 2008). Essa observação está ligada ao fato de que o

desenvolvimento da CM ser um mecanismo vital que promove o envolvimento na

atividade física, agindo como um precursor e uma consequência do peso corporal

(Robinson et al., 2015; Stodden et al., 2008).

Esta observação baseia-se no modelo criado por Stodden e colaboradores

(Stodden et al., 2008) quando da investigação da relação entre as habilidades motoras, a

atividade física e a competência percebida relativa às habilidades motoras. Este modelo

baseia-se na premissa de que as habilidades motoras desempenham um papel importante

na aquisição, manutenção e abandono da atividade física, onde a perceção que uma

criança tem da sua competência na realização de diferentes atividades físicas influencia

decisivamente se manterá ou não a participação em atividades físicas, à medida que o

desenvolvimento acontece (Stodden et al., 2008). Desta forma, o desenvolvimento da

competência na realização de habilidades motoras, ou a falta dela, incentivará ou

desencorajará a participação em atividades de carater físico. Esta relação avança com a

maturação, evoluindo e fortalecendo-se ao longo das diferentes fases da infância.

Aproximadamente a meio da infância, a relação entre a CM percebida e a CM real torna-

se mais próxima e esta relação dinâmica entre atividade física e CM começa a emergir

(Stodden et al., 2008). Está demostrada uma clara associação negativa na trajetória de

desenvolvimento da CM em relação à infância e adolescência, uma vez que aqueles com

resultados inferiores para a CM quando da primeira avaliação (infância), demonstraram

um maior risco de apresentarem níveis mais altos de gordura corporal após 7 anos (Lima,

Bugge, Ersbøll, Stodden, & Andersen, 2018). Essas associações emergem na idade pré-

Page 38: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

3

escolar e tornam-se mais fortes durante os anos do ensino básico, sendo menos

conclusivas além dessa idade (Robinson et al., 2015).

Ao longo do processo de desenvolvimento está bem documentado que os

construtos da CM (atividade locomotoras, manipulativas e estabilizadoras) podem variar

de acordo com os níveis de performance, contextos e tipos de prática desportiva e idade

(Utesch, Bardid, Busch, & Strauss, 2019). Está também dependente do sexo dos

indivíduos (mulher ou homem) (Lopes, Stodden, et al., 2012; Luz et al., 2019; Luz,

Rodrigues, et al., 2017) e de fatores específicos referentes ao tipo de prática desportiva

e/ou fatores sociais/culturais (Bardid, Rudd, Lenoir, Polman, & Barnett, 2015; Luz et al.,

2019; Luz, Rodrigues, et al., 2017).

A proficiência motora enquadra-se no espetro da CM refletindo os processos

subjacentes do movimento, como coordenação, controle e qualidade do movimento

(Gabbard CP., 2008). Por outro lado, o movimento funcional é outro indicador de

proficiência motora (O’Brien, Duncan, Farmer, & Lester, 2017). Assim, considera-se

que a capacidade funcional está relacionada com a proficiência motora (O’Brien et al.,

2017), mais associada ao movimento funcional, que se relaciona ao uso do corpo de

movimentos multiplanares e articulares, especificamente mobilidade e estabilidade de

forma simultânea, o movimento ideal (Abraham, Sannasi, & Nair, 2015). Este movimento

ideal, está associada à coordenação, força e resistência, sendo finalmente ligada à

melhoria das atividades da vida diária, saúde e/ou desempenho desportivo, em todas as

faixas etárias (Walter R. Thompson, 2017, 2018).

Seguindo esta linha de pensamento, chegamos ao conceito de Competência

Motora Funcional, alicerçada na capacidade de coordenar e controlar o movimento

corporal para atingir um determinado objetivo, circunscrevendo a capacidade funcional e

física de um indivíduo (Cook, 2011; Pfeifer et al., 2019; Stodden, True, Langendorfer, &

Gao, 2013; Stodden et al., 2008).

Desta forma, esta tese é norteada por estes conceitos, as lacunas existentes na

literatura sobre as mudanças nestes fatores entre a adolescência e a idade adulta e o

entendimento entre a CM e Capacidade Funcional. Assim, o presente trabalho tem por

objetivo perceber as alterações decorrentes durante um período de 12 meses, em

estudantes universitários, nos níveis de CM, CM funcional e níveis de atividade física,

além da procura de evidências da relação entre a CM e a CM funcional.

Com base nestes pressupostos, foram elaboradas sete questões de investigação:

(1) Os testes do Functional Movement Screen estão de facto alicerçados nos construtos

Page 39: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

4

da competência motora em jovens adultos?; (2) Melhor competência motora está

associada a melhor capacidade funcional em jovens adultos?; (3) Existem diferenças entre

a competência motora e capacidade funcional de homens e mulheres (jovens adultos)?;

(4) Jovens adultos fisicamente ativos apresentam um perfil de competência motora,

adiposidade e densidade mineral óssea de acordo com os padrões dos adolescentes e

crianças?; (5) Em jovens adultos a competência motora e a capacidade funcional sofrem

alterações em função dos níveis de atividade física durante um período de 12 meses?; (6)

As escolhas de atividade desportiva são influenciadas pelos níveis de competência motora

e capacidade funcional?; (7) Após 12 meses a competência motora, capacidade funcional

e composição corporal alterar-se em função das escolhas de atividades desportivas?

Tendo em consideração estas questões, a presente tese tem por objetivo perceber

a associação entre competência motora e capacidade funcional em jovens adultos e a

correspondência entre os construtos da competência motora (manipulativo, estabilizador

e locomotor) e o Functional Movement Screen. Procura-se ainda observar as diferenças

entre homens e mulheres (jovens adultos) no que respeita à Competência Motora e

Capacidade Funcional e a correlação entre competência motora, adiposidade e densidade

mineral óssea num grupo de jovens adultos fisicamente ativos. Considerando o período

de 12 meses, é ainda procurado compreender as variações da competência motora,

capacidade funcional, composição corporal e níveis de atividade física (desporto e lazer),

bem como a relação entre as escolhas das atividades desportivas e as variáveis de

competência motora, capacidade funcional e composição corporal.

O presente trabalho está dividido em 6 capítulos: introdução (capítulo 1), seguido

da justificação e objetivos (capítulo 2), material e métodos (capítulo 3), resultados e

discussão (capítulo 4 e 5) e por fim a conclusão no capítulo 6. A primeira parte (capítulo

2) compreende a revisão de literatura considerando os conceitos, teorias e métodos de

aferição dos níveis de atividade física, competência motora e capacidade funcional. O

segundo capítulo realiza o enquadramento daquilo que são os objetivos e a matriz de

atuação para os atingir, seguido dos resultados e discussão, que se encontra divididos em

nove subcapítulos. Estes subcapítulos encontram-se organizados para responder aos

objetivos gerais e específicos e verificar as hipóteses levantadas.

Na secção final (capítulo 6), são apresentadas as conclusões gerais, limitações,

implicações e sugestões de direções futuras nesta linha de investigação.

Page 40: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

5

1. ESTADO DA ARTE

No presente capítulo, apresentamos o enquadramento conceptual deste trabalho. Inicia-

se com a discussão sobre Atividade Física, Exercício Físico e Aptidão Física e

Competência Motora. Na abordagem da competência motora, destacamos as questões

inerentes às Habilidades Motoras ao longo do ciclo de vida, competência Motora e

qualidade de vida, avaliação da Competência Motora e determinantes para o seu

desempenho. O capítulo termina com a discussão sobre Competência Motora Funcional

e protocolos de avaliação.

1.1 Atividade Física, Exercício Físico e Aptidão Física

Tendo em consideração o movimento humano, é fundamental reconhecer e

identificar os conceitos de Atividade Física, Exercício Físico e Aptidão Física. Assim, a

Atividade Física é caraterizada como qualquer movimento humano produzido pelo

músculo esquelético que resulta em dispêndio energético, enquanto que Exercício Físico

sendo uma subcategoria da atividade física, envolve necessariamente todo o conceito

anterior, no entanto é obrigatoriamente planeada, estruturada, repetitiva e com intensão

de manter ou melhorar a Aptidão Física (Caspersen, Powell, & Christenson, 1985). Desta

forma, em contraste com a Atividade Física (AF), a Aptidão Física (ApF) está relacionada

com aquilo que a pessoa faz ou consegue fazer a nível físico e a sua interligação entre os

fatores cardiorrespiratórios, força muscular, composição corporal e flexibilidade

(Caspersen et al., 1985; Department of Health Physical Activity Health Improvement and

Protection, 2011).

Partindo destes pressupostos e tendo em consideração as alterações que ocorrem

ao longo da ontogénese, e os efeitos positivos de níveis ótimos de ApF para a saúde das

populações (Warburton & Bredin, 2017); prevenção da dependência física e mortalidade

(Ratamess et al., 2009) e consequente redução dos custos em saúde (Ding et al., 2016),

torna-se de extrema importância a análise e monitorização dos níveis de AF e ApF.

Existem vários métodos para aferir os níveis de AF (Shephard & Aoyagi, 2012),

embora não exista um método universalmente aceite (Westerterp & Plasqui, 2004). No

entanto por questões práticas, a maioria dos estudos epidemiológicos recorrem a

questionários de AF (Camões, Severo, Santos, Barros, & Lopes, 2010; Hertogh,

Monninkhof, Schouten, Peeters, & Schuit, 2008; Montoye, 1996), apresentando na sua

generalidade um design que visa minimizar ao máximo os potenciais efeitos

Page 41: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

6

confundidores (Ferrari, Friedenreich, & Matthews, 2007). Logo, além de se considerar a

viabilidade e a capacidade prática para a sua aplicação, é também necessário considerar

a sua validade, grau de confiança e sensibilidade enquanto instrumento de medida

(Warren et al., 2010). No que concerne à validade, esta refere-se ao grau de certeza com

que um instrumente mede o que se propõe, comparado com as variáveis de AF

observadas, determinadas pela medida proposta com outra medida comparável (Warren

et al., 2010). Apesar de existirem vários questionários validados e amplamente utilizados,

não existe consenso quanto ao melhor questionário, mas sim a necessidade de se escolher

aquele que melhor se adapta aos objetivos da investigação em causa (Dowd et al., 2018;

Poppel et al., 2010).

Esta escolha, leva à necessidade de se investigar quais os questionários de AF que

se encontram validados para a população portuguesa. Seguindo as principais normas/

recomendações existentes para a seleção de questionários de AF (“gold standard”)

(Bento, 2014; Pati & Lorusso, 2018) foi realizada uma pesquisa nas principais bases de

dados científicas (Figura 1). Com esta pesquisa foi possível identificar 119 artigos

distribuídos da seguinte forma: PUBMED (108 artigos); SCIELO (2 artigos); B-ON (9

artigos). Este resultado teve por base os termos de pesquisa: (physical activity

questionnaire[Title/Abstract]) AND portuguese. Depois de rastreados os títulos e os

resumos foi possível identificar 6 artigos, tendo por base os seguintes critérios de

inclusão: 1- artigos escritos em português e/ou inglês; 2- questionários de atividade física

traduzidos para português europeu; 3- apresentar resultados da validade da tradução; 4-

amostra constituída por adultos portugueses; 5- o questionário de AF não se direcionar

especificamente a uma população adulta (exemplo: idosos; sujeitos com doenças

crónicas; etc.); 6- artigos originais ou revisões sistemáticas; 7- data de publicação até 31

agosto de 2017. Os critérios de exclusão foram os seguintes: 1- artigos escritos em outra

língua que não o português ou inglês; 2- não ser exclusivamente um questionário para

aferir os níveis de AF; 3- artigos não publicados em revistas científicas; 4- tradução e

validação em português não Europeu; 5 - amostra de validação não constituída

unicamente por sujeitos portugueses; 6- o questionário de AF ser exclusivamente para

uma população específica dentro da população portuguesa; 8- data de publicação

posterior a 3 de agosto de 2017.

Page 42: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

7

Apesar de se verificar a existência de dezenas de questionários direcionados para

diferentes populações e até condições de saúde (Poppel et al., 2010), esta pesquisa

demonstra que a maioria, não se encontra validadas para a população portuguesa. Devido

a este constrangimento, foi necessária uma pesquisa direcionada, já que se encontrava

reportado o uso do International Physical Activity Questionnaire, mas em nenhum

momento a sua adaptação e validação para a população portuguesa. Assim, e segundos

os critérios de inclusão e exclusão foi possível verificar a sua adaptação e validação para

a população portuguesa, na sua versão longa e curta (Oliveira et al., 2008; R. Santos,

Silva, Santos, Ribeiro, & Mota, 2008).

No final foi foram identificados cinco questionários (Tabela 1) validados para

português Europeu, uma vez que as diferenças culturais são determinantes na validação

de um questionário de AF (Arredondo, Mendelson, Holub, Espinoza, & Marshall, 2012)

e as diferenças de linguagem e cultura entre Portugal e o Brasil, por exemplo, vão

certamente influenciar a tradução e consequentemente a fiabilidade do questionário. A

este respeito, uma revisão de literatura recente da qualidade metodológica dos

questionários de AF para a população do Brasil (F. G. Silva et al., 2019), concluiu que a

maioria dos artigos apresenta problemas de qualidade na metodologia utilizada e nas

propriedades de medida.

Figura 1 - Resultado da pesquisa nas bases de dados eletrónicas tendo por base

os questionários de Atividade Física

Page 43: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

8

Tabela 1 – Questionários de Atividade Física Validados para a população Portuguesa

Autor Designação Tipo Propriedades Camões M, Severo M, Santos AC, Barros H,

Lopes C. (2010)

doi:10.3109/03014460903341836.

European Prospective

Investigation into

Cancer and Nutrition –

Physical Activity

Questionnaire (EPIC-

PA)

• Retrospectivo;

• 12 meses.

✓ Explora a atividade física profissionais, domésticas e de

lazer;

✓ Detalha intensidade e duração (dia, semana e mês), como:

descanso, transporte para o trabalho, atividades

profissionais, tarefas domésticas, e atividades de lazer e

exercício físico;

✓ Usa o MET para quantificar as atividades como – muito

ligeira, ligeira, moderada ou vigorosa – com uma média de

1.5, 2.5, 5.0 e 7.0 METS, respetivamente;

✓ O gasto energético é estimado pela multiplicação pelo

MET equivalente e o tempo reportado em cada uma das

atividades (minutos /dia);

✓ Como nem sempre são incluídas todas as atividades, para

completar as 24 horas de atividade diária (tipo: tempo

entre atividades, higiene pessoal, etc.) é quantificado com

atividade ligeira (1.5 METS). Almeida MCB, Ribeiro JLP. (2014)

doi:10.12707/RIII1303.

Habitual Physical

Activity Questionnaire

(HPAQ) ou Baecke

Habitual Physical

Activity Questionnaire

ou Baecke

Questionnaire ou

Questionário de

Baecke

• Retrospectivo;

• 12 meses.

✓ Explora 8 itens, agrupados em duas dimensões - AF-

desporto (4 itens) e AF-lazer (4 itens);

✓ Todas as respostas são pontuadas numa escala de cinco

pontos, com exceção da questão sobre a prática de

desporto onde se utiliza os METS para Intensidade ligeira:

< 3 METS; Intensidade moderada: ≥ 3 e ≤ 6 METS;

Intensidade vigorosa: > 6 METS;

✓ Quanto maior a pontuação de cada item, maior o nível de

atividade física;

Page 44: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

9

✓ Para cada um dos dois grupos ou dimensões de atividade

física resulta um índice parcial, sendo a atividade física

total calculada pela soma dos dois valores parciais. L Craig C, Marshall A, Sjostrom M,

Bauman A, L Booth M, Ainsworth B, et al.

(2003)

doi:10.1249/01.MSS.0000078924.61453.FB.

International Physical

Activity Questionnaire

ou IPAQ

• Uma semana

habitual.

✓ Explora 31 itens de forma a recolher de forma detalhada

informação sobre tarefas domésticas, jardinagem,

atividades ocupacionais, formas de deslocação diária que

implicam atividade física, atividade física de lazer e tempo

em atividade sedentária;

✓ Apresenta uma pergunta adicional sobre o ritmo de

caminhada e de deslocação em bicicleta;

✓ Permite estimar os domínios de atividade física, tempo

total em atividades ocupacionais, transporte, tarefas

domésticas, atividade física de lazer e tempo total sentado

por semana. L Craig C, Marshall A, Sjostrom M,

Bauman A, L Booth M, Ainsworth B, et al.

(2003)

doi:10.1249/01.MSS.0000078924.61453.FB.

International Physical

Activity Questionnaire

– Short Form ou IPAQ

short “last 7 d”

• Últimos 7 dias ✓ Explora 9 itens de forma a recolher informação sobre o

tempo passado a andar, o tempo em atividade física

vigorosa e moderada e tempo em atividade sedentária

durante a última semana.

Silva A, Queirós A, Alvarelhão J, Rocha N.

(2014)

doi:10.12968/ijtr.2014.21.10.469.

Rapid Asssessment of

Physical Activity ou

RAPA

• Uma semana

habitual.

✓ 9 perguntas onde são caraterizados os níveis de atividade

física;

✓ As primeiras 7 perguntas são de resposta sim ou não;

✓ A pergunta 8 e 9 são classificadas separadamente onde de

atribui pontuação consoante realiza treino de força (1

ponto), treino de flexibilidade (2 pontos); os dois (3

pontos);

✓ É calculada uma pontuação final caraterizando o

praticante.

Page 45: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

10

A qualidade metodológica, leva a que à partida o Rapid Assessment of Physical

Activity Questionnaire (RAPA) seja colocado em causa já que apesar de validado, o seu

grau de fiabilidade não se encontra bem estabelecido (A. Silva, Queirós, Alvarelhão, &

Rocha, 2014). Ainda relativo a este fator, o European Prospective Investigation into

Cancer and Nutrition – Physical Activity Questionnaire (EPIC-PA) apresenta um

potencial de interferência de 30% para os homens devido às mudanças na sazonalidade

da atividade física de lazer (Camões et al., 2010).

Em relação aos restantes questionários, foi possível verificar que para o Habitual

Physical Activity Questionnaire (HPAQ) a sua limitação está relacionada com o facto de

a amostra de validação ser constituída por indivíduos com um nível elevado de

escolaridade (licenciatura na maioria), podendo comprometer a aplicação do

questionário, em novos estudos, quando aplicado a pessoas de diferentes níveis

socioeconómicos e educacionais (Almeida & Ribeiro, 2014). Este ponto encontra-se

também relatado na validação do International Physical Activity Questionnaire (IPAQ),

onde os dados recolhidos em meio urbano apresentarem maior fiabilidade do que aqueles

recolhidos em meio rural, em que apenas a Suécia e o Canadá apresentaram amostra

significativas para toda a sua população, quando da validação do questionário (L Craig et

al., 2003).

Observando a Tabela 1, pode assim verificar-se que a AF é comumente

categorizada de acordo com as especificidades das tarefas desenvolvidas. Portanto, e

mesmo existindo alguma variabilidade entre questionários, verificamos que as tarefas

observadas podem estar associadas ao contexto da vida diária como as atividades

domésticas, apresentada no EPIC-PA e IPAQ versão curta e longa, enquanto que as

atividades profissionais, em contexto de trabalho, e a atividade física como meio de

transporte surgem no EPIC-PA e IPAQ versão longa.

Um fator comum a todos os questionários é a caraterização da AF e do Exercício

Físico, onde a versão curta do IPAQ se distingue por também incluir a caraterização do

tempo sentado e o EPIC-PA do tempo de descanso. Um outro fator importante

identificado na revisão diz respeito à caraterização que o EPIC-PA, o HFAQ e o IPAQ

versão longa realizam da AF de lazer. Assim, a frequência - número de AF por unidade

de tempo - é traduzida por dia, semana, mês e último ano no caso do EPIC-AP e HPAQ,

semana habitual no caso do IPAQ versão longa e RAPA e últimos sete dias para o IPAQ

versão curta. No que concerne à duração - carateriza pela quantidade de tempo em horas

ou minutos - é abrangida por todos os questionários apesar de forma mais detalhada no

Page 46: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

11

EPIC-PA, IPAQ versão longa e HPAQ. De forma semelhante, a intensidade da AF é

geralmente descrita como baixa/ligeira, moderada, vigorosa/forte ou muito vigorosa. A

intensidade absoluta, que se trata da energia despendida durante um período de tempo, é

normalmente expressa através do consumo de oxigénio por minuto (VO2) ou pelo

equivalente metabólico da tarefa (MET) (Shephard & Aoyagi, 2012). O EPIC-PA e o

HPAQ utilizam diretamente o MET1 na sua estrutura e forma de caraterização, enquanto

que o IPAQ permite um cálculo de forma indireta. O MET está classificado em mais de

600 atividades, traduzindo de forma rápida e de acordo com o valor alcançado, a

intensidade da AF (Ainsworth et al., 2000). Assim, pode-se classificar a intensidade

baixa/ ligeira para valores inferiores a 3.00 MET, intensidade moderada para valores

compreendidos entre 3.00 e 5.99 MET, intensidade vigorosa/forte para valores entre 6.00

e 8.99 MET e intensidade muito vigorosa para valores superiores a 8.99 MET (Ainsworth

et al., 2000).

Esta classificação e o uso alargado dos questionários de atividade física, como já

referido anteriormente, devem-se à fiabilidade e facilidade de aplicação (Camões et al.,

2010; Hertogh et al., 2008; Montoye, 1996), mas também devido à necessidade de se

aferir a AF e os riscos associados para a saúde das populações.

Os riscos para a saúde do individuo podem ser interpretados como ações ou

inações que aumentam a predisposição para problemas de saúde como por exemplo as

doenças crónicas, devido a comportamentos como nutrição desajustada, uso de tabaco,

abuso de bebidas alcoólicas e inatividade física (Prevention, 2019; World Health

Organization, 2017). Esta última - inatividade física - é identificadas como um problema

global de saúde pública (Sallis et al., 2016), cada vez mais evidente mesmo na infância

(World Health Organization, 2017).

Os indivíduos que apresentam maiores níveis de atividade física são identificados

como apresentando um comportamento saudável, suportado por fortes evidências de

efeitos protetivos para o aparecimento de doenças crónicas e outros fatores de risco como

obesidade, hipertensão, dislipidemia e depressão (Garber et al., 2011).

Desta forma, considerando adultos saudáveis entre os 18 e os 64 anos de idade, a

Organização Mundial de Saúde recomenda a realização de pelo menos 150 minutos

semanais de AF aeróbia de intensidade moderada, ou 75 minutos de atividade aeróbia de

1 Um MET equivale ao dispêndio energético durante o repouso, ou seja um rácio de 1.0

(4.184 kJ) kg 5 -h- 5, obtido durante a tarefa de sentado em repouso 3,5ml kg-1min

(Ainsworth et al., 2000).

Page 47: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

12

intensidade vigorosa, ou uma combinação de AF moderada e vigorosa. Para benefícios

adicionais, a mesma organização recomenda o aumento para 300 minutos de atividade

aeróbia moderada por semana ou 150 minutos de atividade aeróbia vigorosa, bem como

exercícios para o aumento da força muscular duas ou mais vezes por semana

(Organization, 2010). Já o American College of Sports Medicine, nas recomendações para

a prescrição de exercício físico direcionado para a saúde apresenta recomendações muito

semelhantes, embora defina em detalhe o número de MET por semana, bem como a

inclusão de exercícios de equilíbrio, agilidade, coordenação e flexibilidade (Garber et al.,

2011).

No que concerne especificamente a uma amostra representativa da população

portuguesa (Teixeira, Marques, Lopes, Sardinha, & Mota, 2019), e tendo em

consideração os dados mais recentes relativos aos níveis de AF, verifica-se que 42% dos

portugueses e 41% dos jovens adultos reportaram níveis muito baixos de AF, onde apenas

27% poderiam ser incluídos na categoria de atingir os 150 minutos de AF vigorosa por

semana. Estes dados reforçam os resultados de outras investigações, onde se verificou

que a uma grande parte dos estudantes universitários (jovens adultos), não cumprem as

recomendações de AF para manter e/ou melhorar a sua saúde (Clemente, Nikolaidis,

Martins, & Mendes, 2016; Cocca, Liukkonen, Mayorga-Vega, & Viciana-Ramírez, 2014;

Pengpid et al., 2015).

Estas constatações são extremamente relevantes para o estudo da AF uma vez

que o período de transição entre a adolescência e a idade adulta é um momento crucial

que determina o estilo de vida, sendo que adolescentes fisicamente inativos têm

demonstrando um risco significativamente aumentado de obesidade na vida adulta

(Pietiläinen et al., 2008), para além de a atividade física ser identificada como um hábito

de vida saudável e o corpo humano ter evoluído para ser fisicamente ativo (Esnaola,

Infante, Rodríguez-Fernández, & Goñi, 2011).

Concluindo, podemos afirmar que a inatividade física leva à redução da ApF,

sendo influenciada pela interligação de vários fatores - aptidão cardiorrespiratória, força

muscular e a composição corporal (Caspersen et al., 1985; Department of Health Physical

Activity Health Improvement and Protection, 2011) - que por sua vez está relacionada

com as habilidades físicas de um individuo.

Page 48: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

13

1.2 Competência motora

A competência motora (CM) envolve o domínio de várias habilidades motoras

(Luz et al., 2016) relacionadas com o desenvolvimento e desempenho humano (Stodden

et al., 2008), que geralmente pode ser utilizado para descrever a proficiência em uma

variedade de ações e destrezas motoras (grosseiras e/ou finas) (Fransen et al., 2014).

Estas habilidades grosseiras e finas são as que permitem o reconhecimento de objetos e

as suas caraterísticas, através da manipulação, levando a que se revista de extrema

importância no desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais (Gallahue et al.,

2012). Por outro lado e em termos de desenvolvimento, à medida que os bebés vão

evoluindo para se tornar crianças vão atingindo as metas motoras, onde os movimentos

grosseiros se tornam lentamente mais refinados durante a infância (Haywood & Getchell,

2014).

Desta forma, fica evidente que na fase inicial do desenvolvimento motor, a CM

envolve o domínio de habilidades motoras fundamentais que são a base das habilidades

motoras especializadas (Luz et al., 2016).

Vários autores demonstram uma crescente importância da competência motora

(CM) i) como um forte preditor de AF (Lopes et al., 2011), ii) como influenciando

positivamente a ApF (Barnett et al., 2008; Cattuzzo et al., 2016; Luz, Rodrigues, et al.,

2017), iii) longitudinalmente associado a níveis mais elevados de AF (Barnett et al.,

2009), e iv) como sendo crucial para o desenvolvimento de um estilo de vida saudável

(Robinson et al., 2015; Stodden et al., 2008; Tomkinson et al., 2018).

No que concerne às habilidades motoras fundamentais (HMF), estas são

entendidas como imprescindíveis para a sobrevivência da espécie humana, sendo comuns

a todas as crianças, e descritas como tendo um tempo de aprendizagem (e aparecimento)

mais extenso. De facto, entre o aparecimento das primeiras tentativas de realização de

uma HMF e a sua realização proficiente é despendido algum período de tempo, podendo

identificar-se três fases ou estádios de desenvolvimento inicial, elementar e maturo

(Gallahue et al., 2012). Desta forma, este autor carateriza o estádio inicial pelas primeiras

tentativas observáveis de realização do movimento, independentemente do êxito já que

se carateriza por uma participação limitada das componentes corporais. O estádio

elementar (ou de transição) é caracterizado pela realização de ações motoras por parte das

crianças com algumas caraterísticas do estádio maturo, embora com algumas limitações

na parte coordenativa e ritmo de execução. O estádio maturo carateriza-se por um padrão

Page 49: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

14

eficaz de movimento, pressupondo a coordenação de todos os segmentos corporais de

forma fluída e consistente de repetição para repetição.

Podemos identificar claramente fases ótimas para o aparecimento destes estádios

de desenvolvimento e a idade das crianças. Assim, a fase inicial começa entre os 2/3 anos

e a fase matura por volta dos 6/7 anos, onde o processo de aquisição da habilidade matura

estará praticamente finalizado. No entanto, este percurso sequencial embora semelhante

de criança para criança pode apresentar grandes variações no ritmo e tempo de

aparecimento, bem como o nível de proficiência motora pode variar entre as diferentes

idades (Gallahue et al., 2012). Estas variações “obrigam” a proporcionar oportunidades

de experimentação em várias tarefas motoras com qualidade e quantidade ao longo da

infância para que as crianças desenvolvam o padrão maturo das habilidades, deixando

unicamente a escolha das habilidades ao percurso individual, (Metcalfe & Clark, 2002).

Como podemos observar na Figura 2, o tempo que decorre para cada HMF desde

a sua forma inicial até ao estádio maturo varia, estando inerente às oportunidades e ao

próprio individuo (Gallahue et al., 2012).

Adaptado de: Gallahue D, Ozmun J, Goodway J. Understanding Motor Development: Infants,

Children, Adolescents, Adults. 7th Editio. New York: McGraw-Hill Education; 2012

Figura 2 - Tempo em meses para o aparecimento das primeiras tentativas de execução

de cada habilidade motora fundamental até que 60% das crianças observadas realizassem

a habilidade de forma matura

Page 50: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

15

Estas habilidades motoras fundamentais, englobam necessariamente tarefas

locomotoras, estabilizadoras e manipulativas. As tarefas locomotoras são responsáveis

pelo transporte do indivíduo como: andar, correr, saltar, trepar, rastejar, pular, deslizar,

galopar, rolar, etc.; as tarefas manipulativas ou de controlo de objetos como: agarrar,

rececionar, lançar, driblar, pontapear, bater com bastão, etc.; as tarefas posturais ou

estabilizadoras relacionam-se com movimentos axiais e de equilíbrio executados com

deslocamento mínimo como fletir, rodar, balançar, equilibrar, saltitar pé coxinho, etc.

(Gallahue et al., 2012; Lubans, Morgan, Cliff, Barnett, & Okely, 2010; Luz et al., 2016).

A CM está assim relacionada com o desenvolvimento da performance na

realização dos movimentos humanos (Stodden et al., 2008), geralmente utilizado para

descrever a proficiência de uma pessoa a uma variedade de tarefas e comportamentos

motores (grosseiros e/ou finos) (Fransen et al., 2014). A CM estabelece ainda a base para

a performance no desporto e atividade física, encontrando-se interdependente do

desenvolvimento ótimo das habilidades motoras fundamentais, que se subdividem nos

construtos: estabilidade, manipulativo e locomotor (Gallahue et al., 2012; Luz et al.,

2016).

Por outro lado, as habilidades motoras especializadas (HME) são caraterizadas

pelas habilidades motoras no seu estado maturo, adaptadas às necessidades especificas de

um desporto, atividade de lazer ou de vida diária (Hulteen, Morgan, Barnett, Stodden, &

Lubans, 2018). A grande maioria das HME podem ser adquiridas através das práticas e

jogos informais que as crianças e jovens praticam nos seus tempos livres e de lazer,

embora naturalmente, estas habilidades nunca poderão ser dominadas a um nível de

mestria por todos os jovens já que dependem em larga medida da sua prática específica e

variam de acordo com os contextos culturais (Haywood & Getchell, 2014; Luz et al.,

2019; Stodden et al., 2008).

Assim, parece evidente que as HMF são importantes para os níveis de

competência motora e consequentemente na adesão de um estilo de vida ativo ao longo

de todo o ciclo de vida. Aqueles que apresentam um maior domínio das HME

rapidamente, e com mais sucesso, conseguem envolver-se na prática de AF e na promoção

da saúde ao longo do ciclo de vida (Hulteen et al., 2018).

Page 51: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

16

1.2.1 Habilidades Motoras ao longo do ciclo de vida

Ao longo do nosso ciclo de vida, continuam a ocorrer alterações no nosso

desenvolvimento motor (Gabbard CP., 2008). Para melhor se perceber este processo,

(Gabbard CP., 2008), integrou vários conceitos e ideias sobre o desenvolvimento ao longo

da vida, designando-o de longlife span motor development (Figura 3).

Figura 3 - Longlife span motor development

Adaptado de: Gabbard CP. Lifelong Motor Development. 5th ed. San Francisco, CA:

Pearson Ben-jamin Cummings; 2008

Da análise da Figura 3, percebe-se claramente que a mudança nas habilidades

motoras desenvolvem-se como um contínuo, que vai dos primeiros movimentos

involuntários ao momento em que as mudanças de regressão dominam. Para melhor

compreensão da Figura 3, devemos ter em consideração que na parte esquerda são

apresentadas as fases tradicionais, no centro as idades mais frequentes, e à direita a

Page 52: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

17

continuidade das mudanças normativas e expectáveis das habilidades motoras ao longo

do ciclo de vida.

Existe uma infinita combinação de movimentos e situações que nos deparamos

ao longo da vida que nos obriga a que os processos de controlo motor, os processos de

coordenação motora, tenham de ser simples, intuitivos, rápidos e eficientes (Haywood &

Getchell, 2014). Assim, de uma forma simplificada podemos esquematizar a execução de

um gesto motor tal como é representado na Figura 4.

Figura 4 - Representação simplificada do sistema de execução do ato motor

Adaptado de: Gabbard CP. Lifelong Motor Development. 5th ed. San Francisco, CA: Pearson

Ben-jamin Cummings; 2008

Perante uma determinada situação existem um conjunto de estímulos, de

informações que precisamos receber (sensação) e perceber (perceção), para podermos

escolher a resposta (processamento), e mandar executá-la às unidades neuromusculares

envolvidas (Gabbard CP., 2008). Na verdade, para que cada tentativa de movimento

(sensação e ação) possam ser significativos no nosso desenvolvimento e aprendizagem

precisamos completar o circuito com a possibilidade de reter informação útil (memória

sensitiva e memória motora), bem como com a possibilidade de em cada momento termos

informações de retorno sobre o que acontece (Figura 5).

Page 53: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

18

Figura 5 - Representação cibernética do sistema de execução do ato motor

Adaptado de: Gabbard CP. Lifelong Motor Development. 5th ed. San Francisco, CA: Pearson

Ben-jamin Cummings; 2008

Avaliar o reportório motor de uma criança e a sua capacidade de realizar esses

movimentos pode fornecer informações sobre a relação entre o desenvolvimento do

sistema nervoso e o seu desenvolvimento de uma forma global (Gallahue et al., 2012).

Assim, a CM é um conceito complexo, que integras componentes da literacia motora

(Margaret Whitehead, 2010), estruturado como um aspeto fundamental do

desenvolvimento infantil (Ahnert, Schneider, & Bös, 2011; Stodden et al., 2008).

Segundo a Physical Literacy Association, a literacia motora é entendida como a

motivação, confiança, competência física, conhecimento e entendimento para valorizar e

realizar atividade física (Edwards, Bryant, Keegan, Morgan, & Jones, 2016). Um

entendimento semelhante mas com uma visão mais holística e integrada é apresentada

por Whitehead (M. Whitehead, 2013) ao caracterizar a literacia motora como a

motivação, confiança, competência motora, conhecimento e entendimento, valorizando e

executando responsavelmente a manutenção dos propósitos da atividade física ao longo

da vida. Desta forma, a visão multidimensional e de natureza interativa do construto da

literacia motora é entendido como um conceito abrangente de conhecimento, habilidades

e valores relacionados com a atividade física e o movimento humano ao logo da vida

(Dudley, 2015).

O mesmo autor (Dudley, 2015), identifica quatro componentes fundamentais da

literacia motora que se podem manifestar de forma observável como: i) competência

motora; ii) regras, tática e estratégias para o movimento; iii) motivação e habilidades

comportamentais para o movimento e iv) atributos pessoais e sociais para o movimento

(Figua 6).

Page 54: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

19

Figura 6 - Elementos base da Literacia Motora

Adaptado de: Dudley D. A Conceptual Model of Observed Physical Literacy. Phys Educ

2015;72:236–60. doi:10.18666/TPE-2015-V72-I5-6020.

Cada um destes elementos representa uma progressão do simples para o complexo

no contexto da aprendizagem dos domínios motor, cognitivo e afetivo, como o potencial

de aprendizagem através do movimento (Dudley, 2015). Estes elementos proporcionam

as bases e linhas orientadoras para o continuo desenvolvimento da literacia motora, que

tem um papel de prevenção de problemas motores ao longo do envelhecimento (Roetert,

Ellenbecker, & Kriellaars, 2018).

Page 55: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

20

1.2.2 Competência Motora e qualidade de vida

O desenvolvimento motor acarreta as adaptações que ocorrem ao longo da vida

associada à realização de tarefas motoras relacionadas com o ajuste, compensação e

mudança (Bisi & Stagni, 2016). Partindo desta premissa e de que a CM envolve vários

níveis de maturação neuromuscular - relacionadas com o crescimento, quantidade de AF

e experiencias (Malina, 2014) - percebemos o envolvimento da CM na qualidade de vida.

Como analisado anteriormente, existem várias correlações positivas e com

diferentes magnitudes envolvendo a CM e a AF, estilos de vida saudáveis, domínio das

habilidades motoras, e o desenvolvimento e desempenho humano (Figura 7).

Figura 7- Relação entre Competência Motora e estilos de vida saudáveis

No entanto, a investigação também demonstra correlações negativas com o peso

corporal (Robinson et al., 2015). Na mesma linha de investigação, e quando comparados

com o grupo com menor CM, aqueles que demonstram melhor CM apresentam resultados

mais baixos para o Índice de Massa Corporal (IMC), independentemente da idade e do

sexo (Fransen et al., 2014; Lopes, Stodden, et al., 2012; Rodrigues et al., 2016a). A

mesma observação é demonstrada em vários estudos transversais e longitudinais, onde se

Page 56: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

21

verificam associações inversas entre a CM e diferentes indicadores do estado do peso

corporal (pregas adiposas, perímetro da cintura, IMC) (D’Hondt et al., 2011; Greier &

Drenowatz, 2018; Henrique et al., 2016; Rodrigues et al., 2016a) e DXA (Slotte et al.,

2015). Crianças com um aumento rápido da sua CM ao longo da infância encontram-se

menos propensos a desenvolver uma condição de sobre peso ou obesidade (Rodrigues et

al., 2016a). Para além desta associação com a adiposidade (Figura 8), a CM apresenta

também uma associação positiva com a Densidade Mineral Óssea (DMO), já que

adolescentes com dificuldades motoras apresentaram níveis de DMO abaixo dos

esperados para a sua idade (Hands et al., 2019), verificando-se o mesmo padrão em

crianças, adolescentes e adultos caraterizados com níveis baixos de competência motora

(Cantell, Crawford, & Doyle-Baker, 2008). Na mesma linha de evidências mas numa

perspetiva longitudinal, níveis mais altos de CM aos 18 meses são preditores de maior

resistência óssea e níveis mais altos de DMO da anca aos 17 anos, especialmente nos

participantes do sexo masculino (Ireland et al., 2016).

Figura 8 - Relação entre a Competência motora e parâmetros antropométricos

DXA – dual x-ray absorptiometry

A obesidade e o excesso de peso são problemas de saúde publica pela sua

associação à morbilidade e mortalidade (Bjorntorp et al., 2000; Gaio et al., 2018). A

prevalência de sobrepeso e obesidade na maioria dos países europeus está a aumentar,

Page 57: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

22

tratando-se de um dos problemas de saúde pública mais comum em Portugal (Gaio et al.,

2018). Paralelamente, e relacionados entre si, a inatividade física é um outro grande

problema de saúde pública e está-se a tornar uma pandemia global (Sallis et al., 2016).

Estimativas realizadas por Lee et. al. (2012) indicam que se eliminarmos dos índices a

inatividade física conseguiríamos um aumento de 0,68 anos na esperança média de vida

da população mundial (Lee et al., 2012), com impactos económicos significativos, uma

vez que a inatividade física acarreta tem consequências na economia global, uma vez que

implica gastos elevados em saúde (Ding et al., 2016).

A associação entre obesidade e inatividade física é um preditor forte e

independente da obesidade geral (e principalmente abdominal) na idade adulta jovem

(Hills, Andersen, & Byrne, 2011; Pietiläinen et al., 2008). A obesidade e a inatividade

física atuam num círculo vicioso que se auto-perpetua, pois um estilo de vida fisicamente

inativo promove o ganho de peso e vice-versa, independentemente da predisposição

genética (Pietiläinen et al., 2008). Adolescentes fisicamente inativos demonstram um

risco significativamente aumentado de obesidade durante a vida adulta, pois o período de

transição da adolescência para a idade adulta jovem é um momento crucial que determina

o estilo de vida de uma pessoa (Pietiläinen et al., 2008).

O problema da inatividade física e do aumento da obesidade na sociedade é

multifacetado, embora se possa identificar a CM como um fator-chave na promoção da

atividade física (Stodden et al., 2008). Esta observação está ligada ao fato de que o

desenvolvimento da CM é um mecanismo subjacente e vital na promoção da atividade

física, agindo como um precursor e uma consequência do peso corporal (Robinson et al.,

2015; Stodden et al., 2008). Esta observação baseia-se no modelo criado por Stodden e

colaboradores (Stodden et al., 2008) quando da investigação da relação entre as

habilidades motoras, a atividade física e a competência percebida relativa às habilidades

motoras. Este modelo baseia-se na premissa de que as habilidades motoras desempenham

um papel importante na aquisição, manutenção e abandono da atividade física, onde a

perceção que uma criança tem da sua competência na realização de diferentes atividades

físicas influenciam decisivamente se manterá ou não a participação na atividade física à

medida que o desenvolvimento acontece (Stodden et al., 2008). Desta forma, o

desenvolvimento da competência na realização de habilidades motoras, ou a falta dela,

incentivará ou desencorajará a participação em atividades de carater físico. Esta relação

avança em conformidade com a maturação da criança, evoluindo e fortalecendo-se com

o passar das diferentes fases da infância, até que aproximadamente a meio da infância a

Page 58: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

23

relação entre a CM percebida e a CM real se torna mais próxima e esta relação dinâmica

entre atividade física e CM começa a emergir (Stodden et al., 2008). Deste modo, aquelas

crianças que possuem mais sucesso na realização das tarefas motoras, perceberão a

atividade física de uma forma mais agradável e divertida, levando a que

comparativamente com os outros colegas menos capazes a nível motor, se encontrem

numa espiral positiva de integração em atividades físicas (Figura 9) (Stodden et al., 2008).

Figura 9 - Mecanismos de desenvolvimento que influenciam as trajetórias de atividade

física de crianças

Adaptado de: Stodden, Goodway JD, Langendorfer SJ, Roberton MA, Rudisill ME, Garcia C, et al. A

Developmental Perspective on the Role of Motor Skill Competence in Physical Activity: An Emergent

Relationship. Quest 2008;60:290–306. doi:10.1080/00336297.2008.10483582.

Posto isto, verificamos que as crianças que praticam mais atividade física e

desportiva alcançam níveis mais altos de CM durante a infância e a adolescência, que

provavelmente continuará à medida que se tornam adultos, desempenhando um papel

importante na relação entre a saúde e o desenvolvimento da aptidão física e obesidade.

Nesta linha de pensamento, a investigação demonstra uma relação inversa entre a

CM e o peso corporal na infância e na adolescência (Robinson et al., 2015). Estudos

longitudinais estabelecem que a CM é um forte preditor de atividade física (Lopes, Maia,

Rodrigues, & Malina, 2012) e aptidão física (Rodrigues et al., 2016a), além de que menor

CM em crianças se encontrar associado ao aumento do índice de massa corporal (Lopes,

Page 59: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

24

Maia, et al., 2012) e peso corporal (Lubans et al., 2010). Por outro lado, a força da

associação ao longo do tempo demonstra uma trajetórias de desenvolvimento negativas

entre CM e a gordura corporal na infância e adolescência, uma vez que aqueles com

resultados inferiores para a CM quando da primeira avaliação, demonstraram um maior

risco de apresentarem níveis mais altos de gordura corporal após 7 anos (Lima et al.,

2018). Essas associações emergem na idade pré-escolar e tornam-se mais fortes durante

os anos do ensino básico, sendo menos conclusivas após estas faixas etárias (Robinson et

al., 2015).

1.2.3 Avaliação da Competência Motora

Existem vários protocolos padronizados e não padronizados que podem ser usados para

avaliar a CM (Bardid, Vannozzi, Logan, Hardy, & Barnett, 2018; Okely, Booth, & Chey,

2004), estando esquematizado na Figura 10 os diferentes métodos disponíveis para a sua

avaliação.

A análise de revisões de literatura recentes sobre a problemática de estabelecer uma

avaliação eficaz e ajustada da CM (Bardid et al., 2018), levou a à construção da Tabela

2, onde podemos observar de forma detalhada as baterias e/ou instrumentos comumente

utilizados para aferir a CM. Nesta análise, está identificado claramente o tipo de

avaliação, se esta é mais centrada na execução da tarefa (qualitativa) ou no produto final

(quantitativa), quais os objetivos e idades de aplicação, bem como uma análise de algumas

das suas vantagens e limitações da sua utilização. Foram excluídos da análise as

avaliações subjetivas, já que grande parte está centrada na avaliação auto reportada ou

direcionado para os pais e/ou professores de sujeitos com problemas de desenvolvimento

motor ou numa tentativa de os identificar numa amostra alargada (Clark, Thomas,

Khattab, & Carr, 2013; Wilson et al., 2009).

Page 60: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

25

Figura 10 - Tipo de métodos para avaliação da Competência Motora

€ - valor em Euros;

Adaptadado de: Bardid F, Vannozzi G, Logan SW, Hardy LL, Barnett LM. A hitchhiker’s guide to

assessing young people’s motor competence: Deciding what method to use. J Sci Med Sport 2018.

doi:10.1016/j.jsams.2018.08.007.

Page 61: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

26

Tabela 2 – Baterias de testes para avaliação da Competência Motora

Designação O que está a

ser aferido

Intervalo

de idade Objetivo Pontos positivos

Pontos menos

positivos Observações

Test of Gross

Motor

Development

(TGMD)

Avaliar

habilidades

locomotoras:

corrida, saltos

(jump, slide, skip,

leap), galopar;

Controlo de

objetos: driblar,

atirar, apanhar,

usa um bastão.

3 aos 10

anos

Avaliação

qualitativa para

identificar crianças

que apresentam um

atraso de

desenvolvimento

nas habilidades

motoras,

relativamente aos

seus pares.

discriminação do nível

de habilidade (abaixo

ou acima);

confiabilidade e

validade;

o tipo de abordagem

para a avaliação das

habilidades

manipulativas.

não avalia habilidades

estabilizadoras;

os resultados tendem a

ter efeitos de teto;

a existência de efeitos

culturais em algumas

habilidades;

faixa etária para quem

se destina.

Apresenta a versão 1, 2 e 3

inclui habilidades

locomotoras e

manipulativas com um

tempo médio de aplicação

entre 15 a 20 minutos por

praticante.

As diferenças entre as

versões estão relacionadas

com o grau de fiabilidade e

validade que são

consideravelmente mais

elevados entre a última e a

primeira versão, bem como

a introdução de mais um

padrão manipulativo

(underhand roll) e retirado

um locomotor (skip) entre a

versão 1 e a versão 2.

Os valores normativos são

apresentados com diferença

de 6 meses entre as idades.

Page 62: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

27

Get Skilled Get

Active

Assessment

Avaliar as

habilidades

motoras

fundamentais

como: “The static

balance”; “The

vertical jump”;

“The sprint run”;

“The catch”; “The

hop”; “The leap”;

“The side gallop”;

“The kick”; “The

skip”; “The two-

hand strike”; “The

overarm throw”;

“The dodge”.

SD

Avaliação

qualitativa para

identificar a

proficiência nas

habilidades motoras

fundamentais e

guiar intervenções

no

desenvolvimento

motor.

as habilidades

avaliadas são muito

semelhantes às usadas

em outros desportos e

conhecidas por parte

das crianças;

descrição

pormenorizada das

habilidades a avaliar

com imagem

ilustrativa;

cada habilidade

motora tem realçado

considerações

específicas para sua

avaliação e

desenvolvimento;

fornece grelhas de

registo

pormenorizadas para

facilitar a observação.

o tempo necessário

para realizar a recolha;

a experiência do

avaliador pode

influenciar o resultado;

os resultados tendem a

ter efeitos de teto;

a existência de efeitos

culturais em algumas

habilidades;

não é especificada uma

idade para a sua

aplicação embora

esteja referenciada

para aplicar ao ensino

pré-escolar até ao

ensino básico.

Apresenta habilidades

motoras locomotoras,

manipulativas e

estabilizadoras com um

tempo médio de aplicação

entre 20 a 25 minutos por

praticante. Cada habilidade

é subdividida nas suas

diferentes fases de

avaliação, dispondo de

imagens ilustrativas,

critérios de êxito e uma

secção de observações. São

disponibilizados vídeos de

treino para os observadores,

além de instruções

específicas a dar ao

observado, a melhor

posição para a observação e

como proceder para a

avaliação, como por

exemplo material

necessário.

Sistemas de

análise do

movimento

Analisar os

padrões do

movimento

humano e sua

quantificação.

SD

Avaliação

qualitativa e

quantitativa para

caraterizar as

habilidades motoras

e o seu

desenvolvimento

através de

indicadores

biomecânicos e

✓ análise

pormenorizada das

habilidades a avaliar;

✓ cada

habilidade motora é

caraterizada segundo

dados qualitativos que

reduzem o erro do

observador;

✓ a maioria só é

possível realizar em

contexto de

laboratório;

✓ material

necessário com custo

de aquisição mais

elevado;

✓ necessidade de

tempo de preparação

Apresenta a possibilidade

de avaliação de todas as

habilidades motoras de

acordo com aquilo que o

observador definir podendo

conjugar métodos

qualitativos com

quantitativos.

Os instrumentos utilizados

na sua maioria em contexto

Page 63: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

28

quantidade de

movimento

✓ o uso de

unidades de medida

inercial em simultâneo

permite aferir dados

quantitativos.

prévia do observado

que pode variar de

acordo com o teste e

/ou método.

de laboratório, requerendo

uma preparação prévia do

observado. O equipamento

utilizado tem um valor de

aquisição elevado

utilizando hardware e

software especializado

como: câmaras de alta

velocidade; unidades de

medida inercial

(acelerómetros e

giroscópios), sensores de

movimento e plataformas

de força. Estes

equipamentos permitem

avaliar qualitativamente e

quantitativamente o

movimento através da

sinemática, cinética e

atividade muscular que

caraterizam as habilidades

motoras.

Movement

Assessment

Battery for

Children (M-

ABC)

Avaliar

dificuldades

motoras como:

destreza manual,

atirar e apanhar

objetos e

equilibrio (8 items

para cada idade).

4 aos 12

anos

(versão 1)

3 aos 16

anos

(versão 2)

Avaliação

qualitativa para

identificar e guiar

intervenções no

desenvolvimento

das destrezas

motora envolvidas

nas atividades do

quotidiano,

direcionado

principalmente para

✓ atividades

diferentes em função

da idade;

✓ muito fácil de

aplicar em amostras

alargadas num curto

período de tempo;

✓ fornece

grelhas de registo

pormenorizadas para

facilitar a observação;

✓ apresenta

apenas 8 items de

avalaiação para cada

idade;

✓ não apresenta

a avaliação de todas as

habilidades como por

exemplo cortar;

✓ requer

experiência clínica

para a sua

Apresenta a versão 1 e 2

com um tempo médio de

aplicação entre 20 a 30

minutos por praticante.

As diferenças entre as

versões estão relacionadas

com a não inclusão dos

items com menos

fiabilidade na versão 1.

Está muito direcionada para

avaliação de crianças com

Page 64: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

29

professores e que

também pode ser

utilizado pelos pais.

✓ adaptação de

algumas atividades

para crianças com

dificuldades de

desenvolvimento ou

limitação física ou

funcional.

implementação em

algumas componentes.

atrasos de desenvolvimento

motor e Sindrome de

Asperger’s. Cada

habilidade a ser aferida

encontra-se bem

esquematizada e com

instruções claras para a sua

avaliação e posterior

desenvolvimento.

Körperkoordin

ationstest

für Kinder

(KTK)

Avaliar o

equilíbrio

dinâmico, salto (a

1 e 2 apoios) e

estabilidade

5 aos 14

anos

Avaliação

quantitativa para

aferir e estabelecer

normas segundo

habilidades motoras

locomotoras e

estabilizadoras.

✓ pode ser

utilizada com

diferentes populações

(desenvolvimento

normal, lesões

cerebrais, dificuldades

cognitivas, etc.);

✓ tarefas de

avaliação simples, boa

fiabilidade e de rápida

avaliação.

✓ não avalia

habilidades

manipulativas;

✓ os valores

normativos estão

centrados apenas para

crianças alemãs.

Apresenta uma avaliação

rápida e eficaz das

habilidades motoras

locomotoras e

manipulativas, para um

grupo abrangente de

criança com e sem

problemas de

desenvolvimento motor

e/ou

cognitivo/comportamental.

Motor

Competence

Assessment

Battery

Avaliar

habilidades

locomotoras,

manipulativas e

estabilizadoras

A partir dos

3 anos

Avaliação

quantitativa para

aferir as

habilidades motoras

locomotoras,

manipulativas e

estabilizadoras

✓ pode ser

utilizada em diferentes

populações, com um

espectro de idade

alargado;

✓ fácil de aplicar

com apenas 6 testes

que abrangem as 3

áreas latentes da

competência motora;

✓ experiência do

observador apresenta

✓ necessita de

radar de velocidade

para aferir a parte

manipulativa;

✓ valores

normativos referentes

apenas para idades

entre os 3 e os 25

anos.

Apresenta uma avaliação

constituída apenas por 6

itens de rápida e eficaz

aplicação aferindo as

habilidades motoras

locomotoras, manipulativas

e estabilizadoras. Pode ser

aplicada em diferentes

contextos, abrangendo um

grande grupo de idades e

em diferentes contextos,

como a base para o

desenvolvimento das

Page 65: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

30

uma influência muito

reduzida;

✓ os resultados

tendem a não

apresentar efeito teto.

habilidades motoras

fundamentais.

Bruininks-

Oseretsky Test

of Motor

Proficiency

(BOTMP ou

BOT)

Avaliar a

motricidade fina,

coordenação

manual,

coordenação

geral, força e

agilidade

4 aos 14

anos

(versão 1)

4 aos 21

anos

(versão 2)

Avaliação

quantitativa para

identificar

indivíduos com

problemas de

coordenação

motora

✓ além do

propósito de avaliação

permite a elaboração

de planos de

intervenção;

✓ a possibilidade

de utilizar a versão

curta para aferição

rápida de problemas

de coordenação;

✓ a possibilidade

de se obter

separadamente valores

totais para as

habilidades motoras

grosseiras e finas e

efetuar comparações.

✓ apresenta

demasiados itens de

avaliação nas versões

originais;

✓ tempo de

aplicação demasiado

extenso;

✓ os

participantes podem

ter de interromper a

avaliação e recomeçar

mais tarde devido a

fadiga;

✓ direcionado

apenas para

coordenação e

agilidade motora;

✓ os resultados

equivalentes a cada

faixa etária são

extrapolados.

Apresenta duas versões

originais e uma versão

curta que deriva da versão 2

original. As versões

originais têm por base a

aferição de problemas de

desenvolvimento das

habilidades motoras finas e

grosseiras, apresentando 46

a 58 itens respetivamente,

com um tempo de aplicação

de entre 45 a 60 minutos. A

versão curta apresenta 14

itens, com um tempo de

aplicação de entre 15 a 20

minutos, desenvolvida

especificamente para a

aferição rápida de

problemas de coordenação.

É direcionada para crianças

e adolescentes para avaliar,

triar, investigar e

desenvolver programas de

intervenção.

Stay in Step

(SiS)

Avaliar a

habilidades

motoras

grosseiras como:

5 aos 7

anos

Avaliação

quantitativa para

identificar crianças

com baixos níveis

✓ inclui todas as

componentes latentes

da competência

motora.

✓ intervalo de

idade de avaliação

muito reduzido;

Apresenta uma avaliação de

quatro habilidades motoras

incluindo tarefas

locomotoras,

Page 66: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

31

equilíbrio, salto,

corrida, apanhar

objetos, atirar e

salto horizontal.

de desenvolvimento

motor.

✓ não avalia as 3

áreas latentes da

competência motora.

manipulativas,

estabilizadoras e

velocidade. Apresenta boa

fiabilidade pré e pós teste.

Peabody

Developmental

Motor Scales

(PDMS e

PDMS-2)

Avaliar as

habilidades

motoras finas e

grosseiras

Até aos 12

meses de

idade

Avaliação

qualitativa para

identificar

precocemente

inadaptações ou

atrasos de

desenvolvimento

motor

✓ avaliar a

competência motora

em idades precoces;

✓ identificar

défices motores e

desequilíbrios entre as

componentes motoras

finas e grosseiras;

✓ determinar a

necessidade/elegibilid

ade para programas de

intervenção clínica;

✓ população alvo

com limitação para

uma idade muito

específica;

✓ tempo de

aplicação extenso;

✓ não avalia as 3

áreas latentes da

competência motora.

Apresenta a versão 1 e 2. A

versão 1 foi desenvolvida

particularmente para

crianças com paralisia

cerebral (PDMS), enquanto

que a versão 2 uma

avaliação especialmente

concebida para a deteção

precoce de inadaptações ou

atrasos no desenvolvimento

motor de crianças até aos 12

meses. Tem um tempo

médio de aplicação de entre

45 a 60 minutos por

participante.

Os seus resultados são

expressos em três domínios

do comportamento motor,

sendo uma ferramenta útil

no contexto educativo e

clínico.

Motorische

Basiskompeten

zen test

(MOBAK)

Avaliar a

competência

motora base entre

6 e os 8 anos

6 aos 8 anos

Avaliação

qualitativa para

aferir a

competência

motora e realizar

um diagnóstico para

prescrever e

perceber a evolução

✓ procedimento

de avaliação rápido;

✓ resultados

facilmente

interpretáveis sem

necessitar de valores

de referência ou testes

estatísticos;

✓ população alvo

com limitação para

uma idade muito

específica;

✓ não avalia

habilidades

estabilizadoras.

Apresenta uma avaliação

das habilidades locomotoras

e de controlo de objetos. A

sua execução é rápida e

simples de realizar com dois

níveis de dificuldade e

classificação de 0 – não

consegue e 1 – consegue.

Page 67: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

32

ao longo do

primeiro ciclo

Ensino Básico

✓ relação direta

com os conteúdos a

desenvolver nas aulas

de Educação Física.

Por esta razão foi

desenvolvido como

ferramenta de diagnóstico,

auxílio para prescrição e

verificar a evolução doas

alunos, tendo por base o

currículo escolar do

primeiro ciclo do ensino

básico.

Canadian

Agility and

Movement

Skill

Assessment

(CAMSA)

Avaliar a literacia

motora

especificamente

de crianças

8 aos 12

anos

Avaliação

quantitativa para

aferir a literacia

motora combinando

habilidades motoras

fundamentais,

combinadas e

complexas.

✓ o tempo

necessário para

realizar a recolha;

✓ validade e

fiabilidade de

aplicação em

diferentes contextos

(exemplo: calçado e

descalço) e condições

(exemplo: exterior e

interior);

✓ abrange mais

do que a competência

motora em si.

✓ intervalo de

idade de avaliação

muito reduzido;

✓ fiabilidade da

recolha com

observadores não

treinados.

Apresenta uma avaliação

que tem por base um

circuito, para aferir a

capacidades motoras e

outros aspetos de agilidade

e habilidades motoras. Com

um tempo estimado de

avaliação de 20

participantes em 25

minutos, representa a

literacia motora onde está

incluída a competência

motora, aptidão física,

motivação para a prática da

atividade, conhecimento

sobre a prática e hábitos

diários.

Athletic Skill

Track (AST)

Avaliar a as

habilidades

motoras

fundamentais

4 aos 12

anos

Avaliação

quantitativa para

aferir as

habilidaddes

motoras

fundamentais nas

✓ o tempo

necessário para

realizar a recolha;

✓ o tempo

necessário para

realizar a recolha;

✓ intervalo de

idade de avaliação

muito reduzido;

✓ não avalia as 3

áreas latentes da

competência motora.

Apresenta um indicador

geral das habilidades

motoras fundamentais, em

forma de circuito. Com um

tempo estimado de

avaliação de 25 a 30

crianças em uma hora, tenta

Page 68: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

33

aulas de educação

física.

✓ avalia de

forma integrada as

diferentes habilidades

motoras fundamentais;

✓ utiliza

equipamentos comuns

em qualquer aula de

Educação Física.

cumprir os requisitos para

poder ser utilizado de

forma fácil e eficaz em uma

aula de Educação Física.

Zurich

Neuromotor

Test

Descrever o

desenvolvimento

motor

3 aos 5

anos

5 aos 18

anos

Avaliação

qualitativa para

descrever o

desenvolvimento

motor de acordo

com o sexo e idade

✓ apresenta duas

versões para adaptar

ao ciclo de

desenvolvimento

motor entre os 3 e os 5

anos;

✓ descrimina

sexo e idade durante a

avaliação.

✓ Parte da

avliação está

interdependente da

experiência do

observador;

✓ não avalia as 3

áreas latentes da

competência motora

Apresenta duas versões que

se distinguem entre si pela

idade alvo e método de

aferição dos resultados

alcançados. Encontra-se

centrada na variabilidade e

evolução da performance

motora em função da idade

e sexo. Combina uma

aferição padronizada para

aferir a velocidade de

várias habilidades motoras

(tempo para completar a

execução) e qualidade do

movimento (exemplo:

intensidade da associação

do movimento),

considerando

separadamente lado

esquerdo e lado direito.

Esta tabela tem por base os seguintes artigos de revisão: Luz CMN da, Almeida GSN de, Rodrigues LP, Cordovil R. The evaluation of motor competence in typically developing

children: an integrative review. J Phys Educ 2017. doi:10.4025/jphyseduc.v28i1.2857; Bardid F, Vannozzi G, Logan SW, Hardy LL, Barnett LM. A hitchhiker’s guide to

assessing young people’s motor competence: Deciding what method to use. J Sci Med Sport 2018. doi:10.1016/j.jsams.2018.08.007 ; Hands B, Licari M, Piek J. A review of

five tests to identify motor coordination difficulties in young adults. Res Dev Disabil 2015;41–42:40–51. doi:10.1016/j.ridd.2015.05.009.

Page 69: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

34

Da revisão, em primeiro lugar destaca-se uma grande diversidade naquilo que são as

idades, havendo escalas que apresentam intervalos até aos 12 meses de idade (Peabody

Developmental Motor Scales) e outras com intervalos a partir dos 3 anos de idade e sem

um limite final identificado (Motor Competence Assessment Batery). Em segundo lugar,

observa-se que não existe uma uniformidade nos métodos de avaliação. De entre os vários

métodos validados e fiáveis, o objetivo final e as caraterísticas da amostra são

determinantes no tipo de recolha utilizada, embora se centrem na grande maioria nas

habilidades motoras fundamentais englobando ou não as tarefas locomotoras,

estabilizadoras e manipulativas, componentes essenciais da CM. Em terceiro lugar, e

apesar do exposto no ponto anterior, todas os métodos apresentam pelo menos uma das

categorias relacionada com o controlo de objetos, locomoção e estabilidade. Por último,

a revisão permite perceber que uma abrange todas as componentes latentes da CM e

cumulativamente, com poucas restrições quanto à idade da população em estudo, com um

método relativamente simples e rápido no momento da avaliação (Motor Competence

Assessment Batery).

Como referido anteriormente, a CM é um conceito complexo que avalia a

proficiência de um indivíduo na execução de habilidades motoras, dificultando a obtenção

de uma medida universal (Bardid et al., 2018), facto reforçado com a análise da Tabela

2. Este aspeto leva a que os investigadores no momento de escolha do instrumento a

utilizar, optem por aquela que melhor se enquadra ao objetivo da investigação, às

características da população a avaliar e aos restantes aspetos práticos inerentes às

determinantes em estudo (Bardid et al., 2018). Além disto, existe a tendência a se

privilegiar as avaliações que contemplam controlo de objetos/bolas e habilidades

locomotoras, por se considerar que estão mais relacionadas com o contexto desportivo,

jogos e outras atividades físicas, bem como de avaliações mais centradas na execução da

tarefa do que no produto final (Logan, Ross, Chee, Stodden, & Robinson, 2018). No

entanto, o construto teórico (atividades locomotoras, manipulativas e estabilizadoras)

nem sempre se reflete na maioria das avaliações disponíveis (Luz et al., 2016; Rodrigues

et al., 2019).

Em 2017, uma nova proposta foi apresentada, sendo designada por Motor

Competence Assessment (MCA) (Luz, Rodrigues, et al., 2017). A MCA apresenta-se

como uma alternativa clara aos protocolos existentes para avaliação da competência

motora ao longo do tempo, pela sua objetividade e reprodutividade e por ser constituída

por apenas 6 testes, abranger os três construtos relativos aos domínios das habilidades

Page 70: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

35

motoras fundamentais (locomotoras, estabilizadores e manipulativas) (Bardid et al., 2018;

Luz, Almeida, Rodrigues, & Cordovil, 2017). Esta ferramenta adequa-se melhor à

avaliação do desenvolvimento motor, uma vez que a adoção de um protocolo único,

simples e fiável permite fazer um acompanhamento efetivos das alterações ao longo do

tempo. (Bisi & Stagni, 2016),

1.2.4 Competência Motora e determinantes no seu desempenho

Ao longo do processo de desenvolvimento está bem documentado que os

construtos da CM podem variar de acordo com os níveis de performance, contextos e

tipos de prática desportiva e idade (Utesch et al., 2019). Um outro fator que influência a

CM é o sexo dos participantes, (Lopes, Stodden, et al., 2012; Luz et al., 2019; Luz,

Rodrigues, et al., 2017), e outros fatores específicos referentes ao tipo de prática

desportiva e/ou fatores sociais/culturais (Bardid et al., 2015; Luz et al., 2019; Luz,

Rodrigues, et al., 2017).

Os níveis de performance e a idade estão relacionados em grande parte com aquilo

que é especificado na teoria dos sistemas dinâmicos (Thelen, 2005). Assim, a variação

entre a prática de diferentes ações motoras (inputs), com diferentes níveis de exigência e

variabilidade, conduzem a consequentes adaptações, que com o passar do tempo originam

melhor proficiência no desempenho das tarefas (Thelen, 2005). Outro indicador é o facto

de a CM estar relacionada com o desenvolvimento da performance na realização dos

movimentos humanos (Stodden et al., 2008) e geralmente utilizadas para descrever a

proficiência de uma pessoa a uma variedade de tarefas e comportamentos motoras

(Fransen et al., 2014).

No que diz respeito às diferenças entre homens e mulheres, estas estão em grande

parte relacionadas com o facto de as mulheres tenderem a ser menos fisicamente ativas

do que os homens (Thompson, Baxter-Jones, Mirwald, & Bailey, 2003), bem como a

diferenças entre aquilo que são os constrangimentos (intrínsecos ou extrínsecos) para a

prática de AF e EF (Hoare, Stavreski, Jennings, & Kingwell, 2017; Serrano, Pizarro,

Casterad, álvarez, & García-González, 2017). Igualmente importante são os fatores

sociais a noção do tipo de prática desportiva e o seu papel com “sexo apropriado” e “sexo

inapropriado” e a sua rotulagem com o sexo do individuo (Knoppers & McDonald, 2010).

Por outro lado, sabe-se também que fatores culturais e de prática de AF ao longo da

Page 71: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

36

infância e adolescência influenciam decisivamente o desempenho nas habilidades

motoras fundamentais entre sexos (Bardid et al., 2015; Luz et al., 2019) e

consequentemente a CM.

1.3. Competência motora funcional

A proficiência motora enquadra-se no espetro da CM refletindo os processos

subjacentes do movimento, como coordenação, controle e qualidade do movimento

(Gabbard CP., 2008). Por outro lado, o movimento funcional é outro indicador de

proficiência motora (O’Brien et al., 2017).

O movimento funcional é realizado de acordo com a cadeia cinética, através de

uma ativação ótima, coordenada e sequencial dos segmentos corporais que funciona com

estabilidade proximal para a mobilidade distal (Kibler, Press, & Sciascia, 2006). Assim,

considera-se que a capacidade funcional está relacionada com a proficiência motora

(O’Brien et al., 2017), mais associada ao movimento funcional, que se relaciona ao uso

do corpo de movimentos multiplanares e articulares, especificamente mobilidade e

estabilidade de forma simultânea, o movimento ideal (Abraham et al., 2015). Este

movimento ideal, está associada à coordenação, força e resistência, sendo finalmente

ligada à melhoria das atividades da vida diária, saúde e/ou desempenho desportivo, em

todas as faixas etárias (Walter R. Thompson, 2017, 2018).

Seguindo esta linha de pensamento, chegamos ao conceito de Competência

Motora Funcional que envolve os conceitos descritos anteriormente, como a capacidade

que um individuo tem de coordenar e controlar o centro de massa e os membros num

ambiente sem ausência de gravidade, em resposta às perturbações existentes para atingir

um determinado objetivo (Pfeifer, 2017).

A Competência Motora Funcional (CMF) está alicerçada na capacidade de

coordenar e controlar o movimento corporal para atingir um determinado objetivo,

circunscrevendo a capacidade funcional e física de um indivíduo (Cook, 2011; Pfeifer et

al., 2019; Stodden et al., 2013, 2008). Globalmente é desenvolvida nos primeiros anos de

vida e pode não necessariamente melhorar com a maturação e a prática de exercício físico

(Pfeifer et al., 2019). Este aspeto está relacionado maioritariamente com o início da

prática desportiva especializada de forma precoce, dando enfase às habilidades

específicas de um determinado desporto, desprezando a aprendizagem, retenção e

Page 72: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

37

desenvolvimento dos movimentos funcionais (Lloyd et al., 2016). Por outro lado, outro

importante mediador de CMF são os casos onde há uma reduzida taxa de participação em

AF e EF.

É inequívoco que a CMF fornece evidências adicionais da importância da

aprendizagem do movimento ideal, e a sua importância no desempenho motor (Pfeifer et

al., 2019).

A avaliação da CMF pode ser difícil de aferir devido à existência de diferentes

protocolos, definições e populações avaliadas (Cook, Burton, & Hoogenboom, 2014;

Reiman & Manske, 2011). Outro indicador importante para a avaliação da CMF é o facto

de a maioria das avaliações estar centrada no estado geral de saúde de um indivíduo, e

nem sempre traduzir as implicações das demandas físicas do desporto em particular, e de

uma forma geral não incluírem a avaliação da CMF (Pfeifer et al., 2019).

No entanto, os padrões de movimento são a base da função física e das habilidades

motoras. Este indicador leva a que a identificação de padrões compensatórios

(ineficiências na execução) possam ser reconhecidos mais facilmente quando analisados

padrões de movimento e não apenas um indicador ou um segmento corporal (Cook,

Burton, & Hoogenboom, 2014).

No que diz respeito à prática diária, o Functional Movement Screen (FMS) é um

sistema de aferição da CMF (Pfeifer et al., 2019), segundo um conjunto de testes

qualitativos de padrões de movimento, que permite uma medida interpretável da

qualidade do movimento (Kraus, Schütz, Taylor, & Doyscher, 2014; Marques, Medeiros,

de Souza Stigger, Nakamura, & Baroni, 2017).

O FMS foi projetado para avaliar padrões funcionais de movimento de um

indivíduo, para interpretar e se entender aspetos fundamentais comuns do movimento

humano (Cook, 2011; Cook, Burton, Hoogenboom, & Voight, 2014b). Cada um dos

testes FMS tem uma contribuição para o cálculo de um resultado final, com implicações

específicas (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b). Por seu lado, este conjunto de

sete testes (Cook, Burton, & Hoogenboom, 2006; Kraus et al., 2014), criam uma linha de

base para o movimento funcional (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b). Assim,

este conjunto de testes simultaneamente avalia a mobilidade e estabilidade articular (Cook

et al., 2006; Cook, Burton, & Hoogenboom, 2014), que operam em conjunto para criar uma

linha de base, permitindo a classificação e observação da variação do movimento

funcional (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b). Cada teste é composto por

Page 73: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

38

movimentos específicos que fornecem indicações sobre movimentos locomotores,

manipulativos e estabilizadores básicos e observáveis, os quais exigem que o participante

execute padrões de movimento fundamentais comuns (Cook, Burton, Hoogenboom, et

al., 2014b).

A presente revisão permite demostrar o papel determinante dos níveis de AF, EF

e ApF para a saúde das populações, onde os níveis de AF são geralmente categorizados

de acordo com a tarefa executada, para uma mais fácil interpretação e demais implicações

no contexto da vida diária. Por outro lado, a CM apresenta também um papel decisivo nas

componentes da AF, por predizer os seus níveis e ser crucial para o desenvolvimento de

um estilo de vida saudável, envolvendo o domínio de várias habilidades motoras

relacionadas com o desenvolvimento humano.

Verificamos também que o desenvolvimento da CM ocorre ao longo da vida, estando

marcada por diferentes manifestações e desenvolvendo-se claramente como um contínuo

de adaptações na realização de tarefas motoras. Ficou ainda demostrado que níveis altos

de CM desempenham um papel importante na relação entre saúde, desenvolvimento da

ApF e da obesidade, mediação que está bem patente em crianças e adolescentes, que

muito provavelmente continuará a ser determinante na idade adulta. A CM retrata a

capacidade de um individuo coordenar e controlar o centro de massa e os membros num

ambiente sem ausência de gravidade, em resposta às perturbações existentes para atingir

um determinado objetivo, estado implícita a CMF. Esta CMF está descrita como crucial

para coordenar e controlar o movimento corporal e para atingir um determinado objetivo,

circunscrevendo a capacidade funcional e física de um indivíduo.

Page 74: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

39

2. JUSTIFICAÇÃO E OBJETIVOS

Partindo dos pressupostos e considerações expostas anteriormente, neste capítulo é

apresentada a justificação e pertinência deste trabalho, bem como realizar o devido

enquadramento face aos objetivos e hipóteses levantadas.

2.1 Justificação

Considerando o período de transição entre a adolescência e a vida adulta, a fase de

ingresso no ensino superior acarreta um simbolismo importante, já que é neste período de

tempo que ocorre a transição para o início de uma vida mais independente, como jovem

adulto (Horowitz & Bromnick, 2007). Esta independência poderá acarretar consigo

algumas considerações importante no que se refere a hábitos de vida saudável, mais

particularmente nos níveis de atividade física e composição corporal (Cho & Kim, 2017;

Deliens, Deforche, De Bourdeaudhuij, & Clarys, 2015; Zaccagni, Barbieri, & Gualdi-

Russo, 2014). Em relação a estes dois fatores, atividade física e composição corporal, as

experiências motoras anteriores funcionam como preditores na sua alteração no adulto

jovem (Lopes, Maia, et al., 2012; Lubans et al., 2010; Rodrigues, Stodden, & Lopes,

2016b), existindo por outro lado conhecimento limitado no que diz respeito aos

estudantes de ensino superior (Clemente et al., 2016; Utesch et al., 2019).

A atividade física influência positivamente a competência motora e vários fatores

ligados à condição física (Stodden et al., 2008), que estão ligados entre si, não só por

fatores neuromusculares mas também, indiretamente, por via da participação em

atividades físicas e desportivas (Cattuzzo et al., 2016). Por outro lado, a capacidade

funcional está relacionada com movimentos realizados segundo uma cadeia cinética de

forma coordenada, dependendo da ativação ótima dos diferentes segmentos corporais

(Kibler et al., 2006). Assim, relaciona-se com a proficiência motora (O’Brien et al., 2017),

mais associada aquilo que se designam de movimentos funcionais, orientados para a

capacidade de realizar ações motoras envolvendo várias articulações e planos de

movimentos exigindo simultaneamente ótima estabilidade e mobilidade (Abraham et al.,

2015). Esta definição tem inerente o “movimento ideal” (optimal movement), conjugando

coordenação, força e resistência muscular, intimamente ligado na melhoria das atividades

do quotidiano, saúde geral e/ou performance desportiva transversal a todas as idades

(Walter R. Thompson, 2017, 2018).

Os estudantes de cursos de ensino superior onde o exercício físico é parte integrante

do currículo, Educação Física e Desporto, poderão apresentar caraterísticas próprias

Page 75: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

40

naquilo que é a sua trajetória ao longo do tempo, por influência de um curso com

incidência nas diferentes componentes ligadas à anatomia, fisiologia e movimento

humano.

Ainda dentro daquilo que é o “movimento ideal”, verifica-se que, relativamente à

prática diária, o Functional Movement Screen (FMS) é um sistema de aferição da

Competência Motora Funcional (Pfeifer et al., 2019), segundo um conjunto de testes

qualitativos de padrões de movimento, que permite uma medida interpretável da

qualidade do movimento (Kraus et al., 2014; Marques et al., 2017). O FMS foi projetado

para avaliar padrões funcionais de movimento de um indivíduo, para interpretar e se

entender aspetos fundamentais comuns do movimento humano (Cook, 2011; Cook,

Burton, Hoogenboom, et al., 2014b). Analisando a sua génese e os pilares que constituem

o FMS, verificamos que procura abranger os constructos da competência motora

manipulativo, locomotor e estabilizador (Cook, 2011; Cook et al., 2006; Cook, Burton,

& Hoogenboom, 2014; Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b). No entanto, e de

acordo com o nosso conhecimento não se conhece nenhum estudo que tenha procurado

confirmar se de facto o Functinal Movement Screen apresenta na sua gênese esta

capacidade.

2.2 Objetivos

Tendo em consideração a integração entre os diferentes capítulos, esta secção

apresenta as finalidades deste trabalho, na forma de objetivos gerais e específicos que

estão interligados com aquilo que é o tipo de estudo (ponto 3.1), os instrumentos de

avaliação e os seus diferentes momentos de aplicação.

2.2.1 Objetivos gerais

I. Monitorizar os níveis de atividade física, competência motora, capacidade

funcional e composição corporal por um período de 12 meses em estudantes

universitários de uma licenciatura em Desporto e Lazer;

II. Identificar os potenciais impactos da frequência da licenciatura em Desporto

e Lazer nos níveis de atividade física, competência motora, capacidade

funcional e composição corporal em estudantes universitários;

III. Perceber se a composição corporal, competência motora e/ou a capacidade

funcional influenciam as escolhas das disciplinas optativas.

Page 76: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

41

2.2.2 Objetivos específicos

I. Perceber a associação entre competência motora e capacidade funcional em

jovens adultos;

II. Analisar a correspondência entre os construtos da competência motora

(manipulativo, estabilizador e locomotor) e a os testes do Functional

Movement Screen;

III. Observar as diferenças entre homens e mulheres (jovens adultos) no que

respeita à competência motora e capacidade funcional;

IV. Investigar a correlação entre competência motora, adiposidade e densidade

mineral óssea num grupo de jovens adultos fisicamente muito ativos;

V. Estudar as variações da competência motora, capacidade funcional,

composição corporal e níveis de atividade física (desporto e lazer), após um

período de 12 meses;

VI. Compreender a relação entre as escolhas das atividades desportivas e os níveis

de competência motora, capacidade funcional e composição corporal;

VII. Analisar as alterações nos níveis de competência motora, capacidade funcional

e composição corporal ao fim de 12 meses em função das escolhas desportivas.

2.2.3 Hipóteses

Tendo por base os objetivos propostos, serão também testadas as seguintes

hipóteses:

H1- A Competência Motora explica os resultados dos testes do Functional

Movement Screen em jovens adultos;

H2 – Melhor Competência Motora está associada a melhor capacidade funcional

em jovens adultos.

H3 – Não existem diferenças entre a competência motora de homens e mulheres;

H4 – Não existem diferenças entre a capacidade funcional de homens e

mulheres;

H5 – Jovens adultos fisicamente ativos apresentam um perfil de competência

motora, adiposidade e densidade mineral óssea em consonância com os padrões

dos adolescentes e crianças;

H6 – As escolhas de atividade desportiva são influenciadas pelos níveis de

competência motora e capacidade funcional;

Page 77: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

42

H7 – Em jovens adultos a competência motora, capacidade funcional e

composição corporal alteram-se em função dos níveis de atividade física durante

um período de 12 meses;

H8 – Após 12 meses a competência motora, capacidade funcional e composição

corporal alterar-se em função das escolhas de atividades desportivas.

Page 78: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

43

3. MATERIAL E MÉTODOS

Nesta secção pretende-se expor todos os procedimentos realizados ao longo deste

estudo, para que se possa compreender como e o que foi realizado. Desta forma,

possibilita-se a sua reprodução, reforçando a sua validade. O desenho experimental

tem por base os objetivos e as hipóteses formuladas expostas anteriormente,

enquadrando-se no atual estado das metodologias de investigação das áreas da

avaliação da composição corporal, competência motora e capacidade funcional em

jovens adultos.

Todos as decisões relativas à seleção da amostra, processo ético, materiais e

metodologia utilizada na recolha e análise dos dados está também presente nesta

secção.

Na sua elaboração foram tidos em consideração os nove princípios estabelecidos

por de Bradford Hill - força; consciência; especificidade; temporalidade; gradiente

biológico; plausibilidade; coerência; evidência experimental e analogia (Rothman,

K., Greenland, S., & Lash, 2008). Estas considerações foram usadas como critérios

para inferência causal para que a tomada de decisão não seja baseada unicamente na

significância estatística.

3.1 Tipo de estudo

Tendo por base os objetivos definidos trata-se de um estudo observacional,

longitudinal e de coorte, uma vez que não há a manipulação de variáveis, os dados

reportam-se a dois momentos distintos no tempo (1º momento e 2º momento, após

12 meses) e a amostra é dividida segundo o seu grau de exposição às variáveis em

análise. No entanto, numa primeira fase, quando se faz a análise do momento inicial

dos participantes passa a ser apenas observacional, analítico e transversal, uma vez

que não há manipulação de variáveis. Os dados reportam-se apenas a um momento,

existe a intenção de quantificar os níveis de atividade física, capacidade funcional,

competência motora e composição corporal procurando-se relações entre si

(Rothman, K., Greenland, S., & Lash, 2008).

3.2 Amostra

A amostra, por conveniência, constituída por jovens adultos, estudantes da

licenciatura de Desporto e Lazer da Escola Superior de Desporto e Lazer de Melgaço.

Page 79: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

44

De um total de 170 alunos foram selecionados 120 de acordo com os critérios de

inclusão e exclusão, que se apresentam de seguida (3.2.1; 3.2.2). De entre os

estudantes selecionados, acordaram em participar 92 alunos (73.9% homens) com

uma média de idades de 21.2 ± 5.5 anos. Todos os participantes foram voluntários,

consistindo em 68 homens (22.3 ± 6.4 anos; 72.9 ± 9.9 kg; 175.8 ± 6.4 centímetros)

e 24 mulheres (20.7 ± 1.2 anos; 57.8 ± 7.6 kg; 162.6 ± 5.5 centímetros).

3.2.1 Critérios de Inclusão

1- estar matriculado e a frequentar a licenciatura de Desporto e Lazer da

Escola Superior de Desporto e Lazer de Melgaço;

2- pertencer à turma do 1º ou 2º ano e estar inscrito a 60% ou mais das

disciplinas da licenciatura de Desporto e Lazer da Escola Superior de

Desporto e Lazer de Melgaço;

3- não apresentar qualquer lesão no momento da avaliação ou na semana

subsequente (como lesão entende-se como qualquer queixa de parâmetros

físicos ou psicológicos que resultem em incapacidade de praticar ou

competir normalmente um determinado desporto ou atividade física

(Clarsen & Bahr, 2014).

3.2.2 Critérios de Exclusão

Os critérios de exclusão foram:

1- não apresentar matrícula ativa na licenciatura de Desporto e Lazer da

Escola Superior de Desporto e Lazer de Melgaço;

2- estar inscrito a menos de 60% das disciplinas da licenciatura de Desporto

e Lazer da Escola Superior de Desporto e Lazer de Melgaço;

3- no final do ano letivo estar reprovado a uma ou mais disciplinas práticas,

como consequência da aplicação do regime de faltas em vigor na

instituição.

3.3 Instrumentos de avaliação

Tendo por base a primeira parte desta investigação, o tipo de estudo, os

objetivos e hipóteses levantadas, esta seção apresenta os instrumentos de avaliação

selecionados.

Page 80: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

45

3.3.1 Instrumentos de caraterização sociodemográfica

A caraterização sociodemográfica teve como intensão fazer um levantamento

geral relativos a idade, pratica desportiva, verificação do cumprimento dos critérios

de inclusão e exclusão, bem como o cumprimento das recomendações base para a

realização da avaliação segundo dual x-ray absorptiometry (DXA).

3.3.2 Instrumento de caraterização dos níveis de Atividade Física

Para a caraterização dos níveis de atividade física foi utilizada a versão

portuguesa de Habitual Physical Activity Questionnaire (Almeida & Ribeiro, 2014).

Trata-se de um questionário retrospetivo a 12 meses (Anexo II), que comtempla os

resultados referentes aos hábitos de atividade física. Inclui 8 itens agrupados em duas

dimensões: 1- Atividade física – desporto (4 itens) – avalia a prática de atividade

física realizada em contexto de desporto ou exercício físico programado nas horas de

lazer e 2) Atividade física – lazer (4 itens) – avalia a atividade física em ações que

não sejam desporto, praticadas durante momentos de lazer (exemplo: caminhar,

andar de bicicleta, etc.). As respostas foram categorizadas segundo uma escada de

cinco pontos, exceto para as perguntas sobre desporto, onde os resultados mais altos

correspondem a níveis mais altos de atividade física. Para cada um dos grupos ou

dimensões resulta um índex parcial desporto e outro de lazer. O resultado final, que

carateriza a quantidade de atividade física total, é calculada pela soma dos dois

valores parciais.

3.3.3 Instrumento de avaliação da Composição Corporal

A avaliação da composição corporal foi subdividida em duas partes, sendo a

primeira referente à antropometria (peso e altura) e a segunda relativa à composição

corporal (dual x-ray absorptiometry). A avaliação antropométrica foi realizada de

acordo com as normas da International Society for the Advancement of

Kinanthropometry (Stewart, Marfell-Jones, Olds, & De Ridder, 2011) e a

composição corporal de acordo com as especificações do fabricante General Electric

Hologic Discovery (Hologic Inc., Waltham, MA, USA) e demais recomendações

(Hart, Nimphius, Spiteri, Cochrane, & Newton, 2015). As avaliações

antropométricas foram realizadas por um especialista certificado e experiente neste

tipo de avaliações, o investigador responsável por este trabalho. Durante a avaliação

Page 81: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

46

todos os participantes encontravam-se descalços, com o mínimo de vestuário

possível e com o observador posicionado lateralmente, respeitando o “espaço

pessoal” do observado.

3.3.3.1 Peso

1- A balança (SECA 760, Germany) colocada junto a uma parede;

2- A calibração a iniciar a contagem em 0 kg;

3- Cada participante descalço e com o mínimo de roupa possível, os braços

ao longo do corpo e olhar dirigido para a frente;

4- Esperar o tempo necessário para o ponteiro estabilizar e fazer a leitura

com uma precisão de quinhentos gramas (Imagem 1).

Imagem 1 - Aferição do peso

3.3.3.2 Altura

1- O estadiómetro (Estadiómetro SECA 217, Germany) montado encostado

a uma parede com o estabilizador colocado;

2- Posicionou-se o participante em cima da plataforma, com os calcanhares

o mais próximo possível do fundo e os tornozelos perto um do outro;

3- A posição da cabeça foi orientada segundo o plano de Frankfurt (linha

imaginária que passa pelo ponto mais baixo da órbita direita e pelo ponto

mais alto do bordo superior do meato auditivo externo direito);

Page 82: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

47

4- A leitura foi efetuada ajustando a parte móvel do estadiómetro até que

contacte com o topo da cabeça, registando a medição até ao milímetro (0,1

centímetros), indicado pela seta vermelha que aponta para a escala métrica

Imagem 2).

Imagem 2 - Aferição da altura

3.3.3.3 Dual x-ray absorptiometry

1- Com o scanner General Electric Hologic Discovery (Hologic Inc.,

Waltham, MA, USA) iniciado e depois de realizados os processos de

calibração, os participantes foram colocados em decúbito dorsal na

marquesa do aparelho, com as duas mãos na posição de pronação e apoiadas

lateralmente;

2- O avaliador manualmente auxiliou o participante a:

2.1 – colocar a cabeça, pescoço e tronco paralelo de acordo com o eixo

longitudinal da marquesa do scâner;

2.2- posicionar a cintura escapular e cintura pélvica perpendicular ao eixo

longitudinal da marquesa do scâner;

2.3- colocar os membros inferiores à largura dos ombros e segundo uma

rotação interna de 45;

2.4- fixar os pés do avaliado segundo a posição anterior de modo a

minimizar qualquer movimento e aumentar o conforto do participante

(Imagem 3).

Page 83: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

48

Imagem 3 - Aferição composição corporal com dual x-ray absorptiometry

3.3.4 Instrumento de avaliação da Competência Motora

A avaliação da competência motora foi realizada segundo a Motor

Competence Assessement battery (Luz et al., 2016), que se traduz em uma avaliação

quantitativa (orientada para o resultado), subdividida em dois testes para cada uma

das categorias: locomotor (shuttle run de 10 metros e salto horizontal);

manipulativo (velocidade de lançamento e de remate); e estabilidade (saltos laterais

e transposição de placas).

Os resultados foram registados segundo as unidades de medida a seguir

especificadas, sendo que o resultado para cada uma das categorias de competência

motora (locomotor, manipulativo e estabilizador), foi obtido pela soma dos t-scores

de cada um dos dois testes que as compõem. Tendo em conta que para o shuttle run

de 10 metros o melhor resultado é o valor mais baixo, foi invertido o calculo do t-

score, obtendo-se a competência motora total através da média dos t-scores de cada

uma das categorias (Luz et al., 2016; Luz, Rodrigues, et al., 2017).

3.3.4.1 Shuttle run 10 metros

i. O participante tem de cumprir no menor tempo possível a distância de

4x10 metros, que medeia a linha de partida e de final do teste;

ii. O teste inicia na linha de partida, após esta ser dado por um sinal

acústico;

iii. O participante tem de correr até à linha oposta, recolher um bloco de

madeira voltando à linha de partida pousando o bloco;

Page 84: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

49

iv. Sem parar tem de voltar a para recolher o segundo bloco, regressando

para ultrapassar a linha de partida;

v. Nesta segunda passagem pela linha de partida não tem de pousar o

bloco de madeira, tentando passar o mais rápido possível (Imagem 4);

vi. Após a realização de duas tentativas separadas entre si por 2 minutos,

a melhor tentativa é tida em consideração para análise.

Imagem 4 – Execução do Shuttle run 10 metros

3.3.4.2 Salto horizontal

i. O participante tem de saltar com os dois pés em simultâneo o mais

longe possível;

ii. O teste inicia com os dois pés paralelos atrás da linha de partida;

iii. A distância alcançada é aferida desde a linha de partida até ao

calcanhar do pé que se entra mais perto da linha de partida (Imagem

5);

iv. Após três tentativas é considerada a maior distância alcançada para

análise registando-se até ao milímetro (0,1 centímetros).

Page 85: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

50

Imagem 5 – Execução Salto Horizontal

3.3.4.3 Velocidade de lançamento

i. O participante tem de lançar uma bola de basebol (diâmetro: 7,3 cm;

peso: 142 g) à máxima velocidade que conseguir, contra uma parede

onde se encontra um alvo;

ii. Durante o lançamento tem de realizar corrida preparatória utilizando

a técnica de lançamento com ação do braço por cima da cabeça;

iii. O lançamento deve ocorrer junto à linha de lançamento;

iv. A velocidade foi medida por um radar portátil Stalker ATS II Radar

System (Applied Concepts, Inc., TX, USA);

v. Para a medição, o radar foi colocado num tripé, atrás do alvo da parede

e junto à linha de lançamento (Imagem 6);

vi. A velocidade máxima alcançada foi registada em metros por segundo

(m/s-1), registando-se a melhor tentativa de três repetições.

Page 86: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

51

Imagem 6 - Execução Velocidade de Lançamento

3.3.4.4 Velocidade de remate

i. O participante tem de rematar uma bola de futebol n.º 5

(circunferência 68 cm; peso: 410 g) à máxima velocidade que

conseguir, contra uma parede onde se encontra um alvo;

vii. A bola está colocada na linha de lançamento, permitindo o devido

espaço para a realização de corrida preparatória;

viii. A velocidade foi medida por um radar portátil Stalker ATS II Radar

System (Applied Concepts, Inc., TX, USA) em m/s-1;

ix. Para a medição o radar foi colocado num tripé, posicionado atrás do

alvo da parede e junto à linha de lançamento (Imagem 7);

x. A velocidade máxima alcançada em três tentativas foi registada,

considerando-se a tentativa mais rápida para posterior análise.

Page 87: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

52

Imagem 7 - Execução Velocidade de Remate

3.3.4.5 Saltos Laterais

i. O participante tem de saltar lateralmente na máxima velocidade

possível, durante 15 segundos;

ii. Os pés têm de estar juntos, permitindo que os saltos sejam realizados

sobre uma faixa de madeira (60 cm comprimento × 4 cm altura × 2

cm largura) que se encontra no meio de uma plataforma retangular

(100 cm comprimento × 60 cm largura);

iii. Os saltos só são considerados corretos sempre que sejam cumpridos

os requisitos do ponto ii., que não exista contacto com a faixa de

madeira e/ou os pés não saiam do limite da plataforma retangular

(Imagem 8);

iv. Cada salto dentro dos requisitos referidos vale um ponto;

v. Foram realizadas duas tentativas com um intervalo entre si de 2

minutos, registando-se o melhor resultado para análise;

Page 88: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

53

Imagem 8 - Execução Saltos Laterais

3.3.4.6 Transposição de placas

i. O participante tem de se movimentar lateralmente utilizando duas

plataformas de madeira (25 cm × 25 cm × 2 cm, com quatro pernas de

3,7 cm);

ii. Durante a execução terá de realizar a transição o mais rápido possível,

durante 20 segundos;

iii. Os pés têm de estar sempre na parte superior de uma das plataformas

registando-se cada passagem com sucesso;

iv. É atribuído um ponto por movimentar a plataforma e outro quando é

garantida a passagem para a outra plataforma. Assim, cada

transferência executada com sucesso resulta em dois pontos, um para

a passagem dos pés e outro pela movimentação da outra plataforma

(Imagem 9);

vi. Foram realizadas duas tentativas com um intervalo entre si de 2

minutos, registando-se o melhor resultado para análise;

Page 89: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

54

Imagem 9 - Execução Transposição de Placas

3.3.5 Instrumento de avaliação da Capacidade Funcional

A capacidade funcional foi aferida pelos testes do Functional Movement

Screen (FMS). Este sistema qualitativo, tem por objetivo aferir os padrões de

movimento fundamentais e simplificar a avaliação de padrões de movimento

específicos do quotidiano e inevitavelmente da prática desportiva (Cook, Burton,

Hoogenboom, & Voight, 2014a; Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b; Frost,

Beach, Campbell, Callaghan, & McGill, 2015). É composto por sete padrões de

movimento (Imagem 10): deep squat (DS), hurdle step (HS), in-line lunge (ILL),

shoulder mobility (SM), active straight-leg raise (ASLR), trunk stability push-up

(TSP), and rotary stability (RS) e três testes de verificação: Shoulder Clearing Test,

Spinal Extension Clearing Test and Spinal Flexion Clearing Test. Os testes foram

realizados tendo por base um kit de avaliação oficial e de acordo com os

procedimentos descritos na bibliografia da especialidade (Cook, Burton,

Hoogenboom, et al., 2014a, 2014b). As avaliações através do FMS foram realizadas

por um especialista certificado e experiente neste tipo de avaliações, o investigador

responsável por este trabalho.

Page 90: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

55

Imagem 10 - Testes para avaliação da Capacidade Funcional

(Functional Movement Screen)

1- deep squat (DS); 2 - trunk stability push-up (TSP); 3- in-line lunge (ILL); 4- shoulder mobility

(SM); 5- hurdle step (HS); 6- active straight-leg raise (ASLR); 7- rotary stability (RS).

1. Cada participante realizou os testes de verificação. Em caso de dor no:

1.1 Shoulder Clearing Test (Imagem 11.1) será atribuída o resultado final

de 0 (zero) no SM test do lado a ser testado;

1.2 Spinal Extension Clearing Test (Imagem 11.2) será atribuída o

resultado final de 0 (zero) no TSP;

1.3 Spinal Flexion Clearing Test (Imagem 11.3) será atribuída o resultado

final de 0 (zero) no RS test;

1

2

3

4

5

6

7

Page 91: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

56

Imagem 11 - Testes de Verificação

1- Shoulder Clearing Test; 2- Spinal Extension Clearing Test; 3- Spinal Flexion Clearing Test.

2. Foram permitidas três repetições para cada um dos padrões de

movimentos, registando-se o melhor resultado;

3. Cada padrão de movimento foi avaliado segundo os seguintes critérios:

3.1 presença de dor na realização do movimento – 0 (zero);

3.2 incapaz de realizar o padrão de movimento ou de assumir a posição

para a sua realização – 1 (um);

3.3 capaz de realizar o padrão de movimento, mas realiza-o demonstrando

algum tipo de compensação – 2 (dois);

3.4 realiza o padrão de movimento sem nenhuma compensação, de acordo

com as normas estabelecidas – 3 (três);

4. Foi concedido 1 minuto de descanso entre testes e 10 segundo entre

repetições, com o participante a regressar à posição inicial antes de cada

tentativa;

5. Exceto para o DS e TSP, cada lado do corpo foi aferido unilateralmente;

6. O resultado final foi calculado tendo por base a soma dos melhores

resultados obtidos em cada um dos testes, podendo ser atingida a

pontuação máxima de 21 pontos. No entanto, para os testes que são

aferidos unilateralmente é tida em consideração a seguinte regras: em caso

de resultados iguais é mantido esse valor para esse padrão de movimento,

em caso de valores diferente é considerado o valor mais baixo como valor

1

2

3

Page 92: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

57

final desse padrão de movimento (exemplo: HS valor de 3 à esquerda e

valor de 2 à direita é assumido um valor final de 2 para o HS total).

3.4 Procedimentos de avaliação

Todos os participantes foram avaliados segundo os seus níveis de atividade física,

competência motora, capacidade funcional e composição corporal. Os dados foram

recolhidos entre outubro e novembro, primeiro mês do ano académico, e passados 12

meses. Todos os testes foram realizados no Laboratório de Análise do Movimento da

Escola de Desporto e Lazer de Melgaço.

As avaliações foram realizadas durante o período da manhã e os participantes

estavam divididos em grupos de aproximadamente 20 participantes. O laboratório

apresentou uma temperatura média de 26 Celsius e uma humidade relativa de 18%.

Os testes foram realizados pela seguinte ordem 1) dados sociodemográficos; 2)

questionário de atividade física habitual; 3) antropometria; 4) dual x-ray

absorptiometry; 5) Functional Movement Screen; 6) competência motora. No

primeiro dia foi preenchido o Consentimento Informado (Anexo I) e um questionário

sociodemográfico (Anexo II). Antes da realização dos testes, foi proporcionado a

todos os participantes uma explicação dos procedimentos dos testes a realizar, bem

como a oportunidade de colocar questões. Para o Functional Movement Screen e

competência motora, foi realizada uma demostração para cada um dos testes segundo

os padrões de uma execução proficiente.

3.5 Protocolo de acompanhamento

Após a primeira avaliação, cada um dos indivíduos seguiu a suas rotinas

académias normais, existindo o registo relativo às suas disciplinas optativas. As

disciplinas optativas dizem respeito às escolhas que cada um dos alunos pode realizar

no que concerne às disciplinas da componente prática. Encontram-se agrupadas em:

Desportos de Natureza (Escalada e Canyoning); Desportos de Ondas (Surf e

Bodyboard) e Atividades de Fitness (Hidroginástica e Ginástica Aeróbica). Antes da

segunda avaliação (após 12 meses) foi tida em consideração se cada participante

tinha frequentado pelo menos dois terços das aulas de componente prática, sendo

excluído da análise caso não se encontrasse dentro deste padrão.

Page 93: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

58

3.6 Considerações éticas

Todas as considerações éticas para a realização de estudos em humanos foram

cumpridas, tendo em linha de orientação a declaração de Helsínquia e o regulamento

UE2016/679 do Parlamento Europeu e do Conselho, 27 de abril de 2016 relativo à

proteção das pessoas no que concerne ao tratamento de dados pessoais e à sua livre

circulação. Por se tratar de um estudo que foi desenvolvido numa instituição de

ensino superior fora do enquadramento jurídico da Universidade de Vigo, e por se

realizar em Portugal, a Comissão Científica da Escola Superior de Desporto e Lazer

do Instituto Politécnico de Viana do Castelo foi chamada a pronunciar-se sobre a

viabilidade e os procedimentos éticos para a concretização dos trabalhos. Após

análise do processo foi dado a parecer - CTC-ESDL-CE002-2017 (Anexo III).

Na realização da primeira avaliação todos os participantes tiveram oportunidade

de analisar os riscos e benefícios da sua participação neste estudo, assinando de forma

voluntária um consentimento informado (Anexo I).

Durante a realização do estudo, todos os participantes foram livre para decidir a

forma de participação podendo abandonar ou retomar de acordo com as suas

considerações.

3.7 Análise estatística

Todos os resultados foram analisados de acordo com a suposição de

normalidade e homogeneidade dos grupos em estudo (Ghasemi & Zahediasl, 2012).

Foi utilizada a estatística descritiva, optando-se pelo uso da média e intervalo de

confiança (IC) a 95% tendo como referência o limite inferior e superior. De acordo

com as caraterísticas das variáveis, a apresentação de uma distribuição normal ou

não, as associações foram testadas com recurso à correlação de Pearson (distribuição

normal) ou de Spearman (distribuição não normal). De acordo com os resultados

adotou-se a seguinte classificação (Hopkins, Hopkins, & Glass, 1996): trivial (𝑟 <

0.1), pequena (0.1 ≤ 𝑟 < 0.3), moderada (0.3 ≤ 𝑟 < 0.5), elevada (0.5 ≤ 𝑟 < 0.7), muito

elevada (0.7 ≤ 𝑟 < 0.9), quase perfeita (r ≥ 0.9).

Como a distribuição entre sexos não se apresenta como normal, a comparação

entre sexos foi realizada utilizando-se o Mann-Whitney U test. Pelas mesmas razões,

na comparação entre a primeira e segunda avaliação, baseline (1º momento) e após

12 meses (2º momento), foi utilizado o teste não paramétrico para amostras

dependentes Wilcoxon signed-rank test.

Page 94: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

59

Para os grupos definidos de acordo com as disciplinas optativas, Desportos

de Natureza, Desportos de Ondas e Atividades de Fitness, utilizou-se a ANOVA

segundo os seus pressupostos de aplicação (normalidade e homogeneidade das

variáveis) com ajustamento com teste de comparação múltipla Tukey, uma vez que

as variáveis seguem uma distribuição normal, aplicando-se um teste paramétrico.

Devido às limitações dos testes estatísticos e do valor de p para informar sobre

o real significado dos resultados de investigação, existe a necessidade de se perceber

o tamanho do seu efeito. Para tal, e tendo como referência a utilização de um teste

não paramétrico, foi calculado o tamanhos do efeito (TE) através da formula (Pallant,

2011): 𝑟 =|𝑧|

√𝑁, onde N é o tamanho da amostra e o valor de z é apresentado após a

aplicação do teste de Mann-Whitney U test como no Wilcoxon signed-rank test. A

classificação do TE foi obtido através do seguinte critério (Pallant, 2011): efeito

muito pequeno (r <0,1); efeito pequeno (0,1 ≤ r <0,3); efeito médio (0,3 ≤ r < 0,5); e

efeito elevado (r ≥ 0,5).

Todas as analises estatísticas tiveram como referência a utilização o software SPSS

(versão 22.0.0.0 para Windows, IBM, USA) considerando o intervalo de confiança

de 95%, traduzindo-se num nível de significância de 0.05.

Page 95: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

60

4. RESULTADOS

Este capítulo pretende apresentar os resultados do momento 1 e momento 2, antes e depois

do ano curricular académico, para cada uma das variáveis analisadas (composição corporal,

competência motora e capacidade funcional). Os resultados são apresentados separadamente

por sexo (homens e mulheres), uma vez que a investigação demonstra amplamente a

existência de diferenças nas variáveis de composição corporal (Karastergiou, Smith,

Greenberg, & Fried, 2012) e na competência motora e capacidade funcional (Abraham et al.,

2015; Bardenett et al., 2015; Luz et al., 2019), e de acordo com as disciplinas optativas –

Deportos de Natureza; Desportos de Ondas e Atividades de Fitness.

Partes dos resultados, relativos ao ponto 4.1 estão presentes no artigo “Motor Competence

and Body Composition in young adults: An exploratory study” publicado em Junho de 2019

na revista Obesity Medicine, com doi: https://doi.org/10.1016/j.obmed.2019.100087, e no

artigo “Association between motor competence and Functional Movement Screen scores”

publicado em Agosto de 2019 na revista PeerJ, com doi:10.7717/peerj.7270; não sendo

transcrições exatas (Anexo IV)

4.1 Avaliação inicial

A avaliação inicial e de acordo com o exposto no capítulo três, tem por objetivo a

caraterização dos participantes e as relações entre as diferentes variáveis em estudo. Assim,

reveste-se de um caracter observacional, analítico e transversal, procurando observar os dados

de um momento, sem que exista qualquer manipulação, com a intenção de quantificar os

níveis de atividade física, capacidade funcional, competência motora e composição corporal

procurando-se relações entre as variáveis.

Os dados foram recolhidos no início do ano escolar, entre outubro e novembro.

4.1.1 Caraterização da amostra

Participaram neste estudo um total de 92 jovens adultos, 68 homens (22.3 ± 6.4 anos; 72.9

± 9.9 kg; 175.8 ± 6.4 centímetros) e 24 mulheres (20.7 ± 1.2 anos; 57.8 ± 7.6 kg; 162.6 ± 5.5

centímetros). Todos os participantes eram estudantes de uma licenciatura em Desporto e

Lazer, apresentando no momento da avaliação ausência de qualquer limitação motora,

cognitiva ou de saúde que pudesse interferir com a performance dos testes realizados. Na

primeira avaliação, a maioria (~85%), reportou praticar exercício físico extracurricular. Sendo

estudantes de uma licenciatura que tem por base o desporto, apresentam em média 352 horas

de aulas práticas por ano académico (desportos individuais e coletivos).

Page 96: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

61

Analisando os índices relativos ao questionário de atividade física (QAF), verifica-se que

não existem diferenças significativas entre sexos no diz respeito à idade, todos os índices

relativos ao QAF e a prática de desporto federado ou exercício físico de forma regular (Tabela

3).

Tabela 3 – Caracterização da amostra quanto aos níveis de atividade física e desporto

segundo média (desvio padrão) [95% IC]

Variável Homens (n = 45) Mulheres (n = 21) Valor de p Tamanho

do efeito

Idade (anos) 20.1 (1.0)

[19.5 – 20.8]

19.6 (0.3)

[19.0 – 20.2] 0.088 0.201

QAF índice Desporto 4.0 (0.2)

[3.6 – 4.3]

4.1 (0.3)

[3.5 – 4.6] 0.695 0.048

QAF índice Lazer 4.4 (1.2)

[4.0 – 4.7]

4.3 (0.1)

[4.1 – 4.6] 0.479 0.087

QAF índice Total 8.3 (0.3)

[7.6 – 8.9]

8.4 (0.3)

[7.8 – 9.0] 0.513 0.081

QAF Desporto

Federado

Sim 40.4% 36.8% 0.789 0.033

Não 59.6% 63.2%

QAF Exercício

Físico

Sim 86.7% 85.7% 0.917 0.013

Não 13.3% 14.3%

QAF – Questionário de Atividade Física; * diferenças significativas (p<0.05).

De entre as atividades reportadas como mais praticadas, as mulheres assumem as

atividades realizadas em ginásio (42.9%), seguida dos desportos coletivos como Voleibol e

Futebol (21.4%) e a corrida (14.3%). As restantes (21.4%) referem desportos como dança,

Kung Fu entre outras. Já os homens reportam os jogos desportivos coletivos (56.1%) com a

atividade mais praticada, nomeadamente o Futebol (95.7%). Ainda no que refere aos homens,

a segunda atividade física mais praticada relaciona-se exercício em contexto de ginásio

(34.1%) e os restantes (9.8%) atividades como corrida, bicicleta de Trial e kickboxing.

No que respeita à distribuição entre as disciplinas optativas, existe uma marcada diferença

entre homens e mulheres (Tabela 4). A distribuição não é uniforme, uma vez que o grupo de

Atividades de Fitness demonstra ser a primeira escolha para 66.7% por parte das mulheres,

enquanto que o grupo de Desportos de Natureza apresenta apenas uma mulher. Para os homens

a distribuição é mais uniforme com os valores a oscilarem entre os 16 (29.4%) e os 27 (39.7%)

participantes por grupo.

Page 97: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

62

Tabela 4 - Distribuição da amostra segundo as disciplinas optativas Desportos de Natureza Desportos de Ondas Atividades de Fitness

Homens n= 20 29.4% n= 27 39.7% n= 16 39.7%

Mulheres n= 1 4.2% n= 7 29.2% n= 16 66.7%

n - número de indivíduos; % - percentagem; Desportos de Natureza - Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas -

Surf e Bodyboard; Atividades de Fitness - Hidroginástica e Ginástica Aeróbica;

Tendo em consideração estas diferenças na distribuição entre homens e mulheres segundo

as disciplinas optativas, não serão consideradas as mulheres quando da análise destes grupos.

A Tabela 5 apresenta os valores relativos ao QAF e à prática de exercício físico por parte

dos homens segundo disciplinas optativas. No seu conjunto os homens não apresentam

diferenças significativas entre os grupos de disciplinas optativas.

Tabela 5 - Caracterização da amostra quanto aos níveis de atividade física e desporto,

homens, segundo as disciplinas optativas (média (desvio padrão) e 95% IC) Variável Desportos de Natureza

n= 20

Desportos de Ondas

n= 27

Atividades de Fitness

n= 16

Idade (anos) 24.4 (3.6)

15.9 – 32.8

21.4 (1.5)

18.3 – 24.5

20.5 (0.8)

18.7 – 22.3

QAF índice Desporto 3.8 (0.5)

2.7 – 4.9

3.9 (0.2)

3.4 – 4.4

4.3 (0.3)

3.7 – 4.8

QAF índice Lazer 4.4 (0.2)

4.0 – 4.8

4.1 (0.1)

4.0 – 4.3

4.7 (0.6)

3.4 – 5.9

QAF índice Total 8.2 (0.5)

7.1 – 9.3

8.1 (0.3)

7.5 – 8.6

8.9 (0.7)

7.4 – 10.5

QAF Desporto

Federado

Sim 37.5% 38.9% 50.0%

Não 62.5% 61.1% 50.0%

QAF Exercício

Físico

Sim 75.0% 95.5% 91.7%

Não 25.0% 4.5% 8.3%

QAF – Questionário de Atividade Física; Desportos de Natureza - Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas - Surf e

Bodyboard; Atividades de Fitness - Hidroginástica e Ginástica Aeróbica;* diferenças significativas (p<0.05).

Um resumo mais visual dos resultados dos índices do QAF, pode ser observado no

Gráfico 1, onde as diferenças reportadas anteriormente ficam mais evidentes mesmo não

existindo diferenças significativas entre os grupos analisados.

Page 98: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

63

4.1.2 Composição corporal

A composição corporal é marcadamente diferente entre sexos (Tabela 6).

Tabela 6 – Antropometria e composição corporal de homens e mulheres, segundo média

(desvio padrão) [95% IC]

Variável Homens (n = 52) Mulheres (n = 20) Valor de p Tamanho

do efeito

Altura (cm) 176.2 (0.8)*

[174.5 – 178.7]

161.9 (1.2)

[159.4 – 164.3] 0.000 0.752

Peso (kg) 74.0 (1.3)*

[71.3 – 76.7]

58.3 (1.7)

[54.7 – 61.8] 0.000 0.678

Massa gorda (g) 3963.2 (214.9)

[3497.6 – 4356.2]

4849.8 (281.1)*

[4261.4 – 5438.2] 0.004 0.335

Percentagem de gordura (%) 22.5 (0.8)

[20.8 – 24.1]

34.3 (1.0)

[32.2 – 36.4]* 0.000 0.677

Massa isenta de gordura (g) 13146.4 (195.4)*

[12698.0 – 13493.9]

9096.1 (206.4)

[8664.0 – 9528.2] 0.000 0.751

Densidade Mineral Óssea (g/cm2) 1.3 (0.0)*

[1.2 – 1.3]

1.2 (0.0)

[1.1 – 1.2] 0.000 0.455

cm – centímetros; kg – quilogramas; % - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas; * diferenças

significativas (p<0.05).

Os homens apresentam valores consideravelmente mais elevados para a altura, peso e

massa isenta de gordura com TE elevado (r ≥ 0,5), enquanto que para a densidade mineral

óssea, e embora com mesmo padrão, apresente um TE médio (0,3 ≤ r < 0,5). Relativamente à

massa gorda, os valores são consideravelmente mais baixos do que os apresentados pelas

mulheres, com um TE de 0.335 (médio). Por sua vez, as mulheres apresentam valores

Gráfico 1 – Índices do Questionário de Atividade Física para homens mulheres e homens

de acordo com as disciplinas optativas

QAF – Questionário de Atividade Física;

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Homens

Mulheres

Desportos de Natureza

Desportos de Ondas

Atividades de Fitness

Índices do Questionário de Atividade Física

QAF índice Total QAF índice Lazer QAF índice Desporto

Page 99: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

64

estatisticamente mais elevados no que respeita à percentagem de gordura corporal, com um

TE de 0.677 (elevado).

Tendo em consideração as diferenças encontradas anteriormente quando comparados

homens e mulheres (Tabela 5) e distribuição segundo as disciplinas optativas (Tabela 4), não

serão consideradas as mulheres na análise separada por disciplinas optativas. Desta forma, a

Tabela 7 apresenta os valores da antropometria e composição corporal relativos aos homens,

segundo as disciplinas optativas, não se verificando qualquer diferença entre os grupos quando

aplicada a ANOVA (p> 0.05).

Tabela 7 – Antropometria e composição corporal, homens, segundo as disciplinas optativas

(média (desvio padrão) e 95% IC)

Variável Desportos de Natureza

n= 20

Desportos de Ondas

n= 27

Atividades de Fitness

n= 16

Idade (anos) 22.7 (2.0)

18.5 – 27.0

21.6 (1.9)

17.6 – 25.7

20.5 (0.7)

18.9 – 22.0

Altura (cm) 176.6 (1.8)

172.7 – 180.5

176.2 (1.5)

173.0 – 179.4

176.7 (1.1)

174.4 – 179.1

Peso (kg) 74.9 (2.4)

69.8 – 80.0

69.8 (2.3)

65.0 – 74.6

78.8 (2.5)

73.4 – 84.2

Massa gorda (g) 4010.5 (314.4)

3336.3 – 4684.7

3472.2 (348.5)

2733.3 – 4211.1

4469.0 (500.5)

3378.4 – 5559.5

Percentagem de gorda (%) 22.7 (1.3)

19.9 – 25.4

21.2 (1.3)

18.5 – 23.9

23.9 (2.0)

19.6 – 28.2

Massa Isenta de gordura (g) 13483.7 (385.6)

12656.7 – 14310.7

12371.8 (356.0)

11617.2 – 13126.5

13733.2 (180.1)

13340.8 – 14125.7

Densidade Mineral Óssea (g/cm2) 1.3 (0.0)

1.2 – 1.3

1.2 (0.0)

1.2 – 1.3

1.3 (0.0)

1.2 – 1.4

cm – centímetros; kg – quilogramas; % - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas; Desportos de

Natureza- Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas – Surf e Bodyboard; Atividades de Fitness – Hidroginástica e Ginástica

Aeróbica; * diferenças significativas (p<0.05).

4.1.3 Níveis de competência motora

Seguindo os pressupostos anteriores, encontram-se na Tabela 8 os valores relativos a

homens e mulheres, para os níveis de competência motora (CM).

Page 100: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

65

Tabela 8 - Níveis de competência motora de homens e mulheres, segundo média (desvio

padrão) [95% IC]

Variável Homens (n = 58) Mulheres (n = 22) Valor de p Tamanho

do efeito

CM estabilidade 105.6 (3.3)*

[98.8 – 112.3]

86.2 (3.1)

[79.5 – 93.0] 0.000 0,510

Saltos laterais (n) 53.1 (1.4)*

[50.3 – 55.9]

45.1 (1.6)

[41.6 – 48.5] 0.001 0,373

Transposição de placas (n) 32.0 (0.8)*

[30.3 – 33.6]

28.7 (0.5)

[27.6 – 29.8] 0.000 0,491

CM manipulativo 111.2 (1.7)*

[107.6 – 114.7]

73.1 (3.3)

[66.1 – 80.2] 0.000 0,742

Velocidade de lançamento (m/s-1) 22.4 (0.4)*

[21.5 – 23.3]

14.7 (0.7)

[13.2 – 16.3] 0.000 0,709

Velocidade de remate (m/s-1) 25.5 (0.4)*

[24.7 – 26.3]

17.6 (0.8)

[15.9 – 19.3] 0.000 0,734

CM locomotor 100.9 (2.8)*

[95.2 – 106.7]

96.7 (1.1)

[94.4 – 99.1] 0.001 0,372

Salto horizontal (cm) 225.9 (4.0)*

[217.6 – 234.1]

170.6 (5.9)

[157.7 – 183.4] 0.000 0,604

Shuttle run de 10 metros (s) 9.4 (0.3)*

[8.7 – 10.1]

11.3 (0.2)

[10.8 – 11.7] 0.000 0,697

CM total 105.9 (1.8)*

[102.2 – 109.6]

85.4 (1.9)

[81.3 – 89.5] 0.000 0,727

CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s - segundos;

* diferenças significativas (p<0.05).

Os homens apresentam valores significativamente superiores em todas as categorias de

CM. A maioria dessas diferenças apresenta um TE elevado, com apenas 30 % a ser

classificada com um TE médio (Tabela 6). Estas diferenças significativas entre sexos ficam

melhor ilustradas quando observado o Gráfico 2.

Gráfico 2 – Valores de Competência Motora para homens e mulheres

Competência Motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s - segundos;

0 50 100 150 200 250

Competência Motora Estabilizadora

Saltos laterais (n)

Transposição de placas (n)

Competência Motora manipulativa

Velocidade de lançamento (m/s-1)

Velocidade de remate (m/s-1)

Competência Motora Locomotora

Salto horizontal (cm)

Shuttle run de 10 metros (s)

Competência Motora Total

Competência Motora

Mulheres Homens

Page 101: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

66

Partindo das análises anteriores, a Tabela 9 apresenta os valores relativos à CM segundo as

disciplinas optativas e apenas para homens. Não se verificam igualmente diferenças

significativas entre os grupos (p> 0.05).

Tabela 9 - Competência Motora, homens, segundo as disciplinas optativas (média e 95%

IC)

Variável Desportos de Natureza

n= 20

Desportos de Ondas

n= 27

Atividades de Fitness

n= 16

CM estabilidade 108.0 (4.6)

97.8 – 118.1

102.3 (3.7)

94.5 – 110.1

105.6 (5.2)

94.2 – 117.0

Saltos laterais (n) 52.8 (2.1)

48.2 – 57.3

50.0 (1.6)

46.6 – 53.4

53.8 (2.2)

49.0 – 58.5

Transposição de placas (n) 33.2 (1.0)

31.0 – 35.3

32.4 (0.9)

30.5 – 34.3

31.6 (1.3)

28.8 – 34.4

CM manipulativo 108.8 (2.8)

102.8 – 114.8

111.5 (2.9)

105.4 – 117.6

110.8 (2.2)

105.9 – 115.7

Velocidade de lançamento (m/s-1) 22.0 (0.8)

20.3 – 23.7

23.2 (0.6)

21.8 – 24.5

21.9 (0.5)

20.7 – 23.0

Velocidade de remate (m/s-1) 25.0 (0.6)

23.7 – 26.3

24.9 (0.6)

23.6 – 26.2

25.9 (0.6)

24.7 – 27.2

CM locomotor 104.3 (1.8)

100.5 – 108.2

90.1 (4.3)

90.1 – 108.2

101.3 (1.0)

99.2 – 103.4

Salto horizontal (cm) 226.5 (6.7)

211.9 – 241.0

225.2 (6.0)

212.6 – 237.7

220.0 (3.8)

211.7 – 228.3

Shuttle run de 10 metros (s) 9.9 (0.1)

9.7 – 10.1

9.2 (0.5)

8.1 – 10.3

9.7 (0.1)

9.5 – 10.0

CM total 107.0 (2.1)

102.4 – 111.6

104.3 (2.3)

99.6 – 109.0

105.9 (1.7)

102.1 – 109.7 CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s - segundos;

Desportos de Natureza- Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas – Surf e Bodyboard; Atividades de Fitness –

Hidroginástica e Ginástica Aeróbica; * diferenças significativas (p<0.05).

.

4.1.4 Níveis de capacidade funcional

Quando analisamos a capacidade funcional através do Functional Movement Screen

(FMS), verificamos que os homens apresentam valores estatisticamente superiores na

realização do Trunk Stability Push-Up, enquanto que as mulheres apresentam valores

superiores para o Active Straight Leg Raise (Tabela 10).

Page 102: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

67

Tabela 10 - Níveis de capacidade funcional (Functional Movement Screen) segundo média

(desvio padrão) [95% IC]

Variável Homens (n = 67) Mulheres (n = 23) Valor de p Tamanho do

efeito

FMS

Deep Squat

2.0 (0.1)

[1.9 – 2.2]

2.0 (0.2)

[1.6 – 2.3] 0.951 0.005

FMS

Hurdle Step

1.7 (0.1)

[1.6 – 1.8]

1.7 (0.1)

[1.4 – 1.9] 0.954 0.006

FMS

In Line Lunge

1.9 (0.1)

[1.8 – 2.1]

2.1 (0.1)

[1.8 – 2.4] 0.062 0.199

FMS

Shoulder Mobility

1.9 (0.1)

[1.6 – 2.1]

2.2 (0.2)

[1.8 – 2.6] 0.175 0.124

FMS

Active Straight Leg Raise

2.3 (0.1)

[2.2 – 2.5]

2.8 (0.1)*

[2.6 – 2.9] 0.008 0.269

FMS

Trunk Stability Push-Up

2.3 (0.1)*

[2.1 – 2.5]

1.2 (0.2)

[0.9 – 1.5] 0.000 0.524

FMS

Rotary Stability

2.0 (0.0)

[1.9 – 2.0]

2.0 (0.0)

[2.0 – 2.0] 0.298 0.110

FMS

Resultado final

14.1 (0.2)

[13.7 – 14.6]

14.0 (0.5)

[13.0 – 14.9] 0.774 0.058

FMS - Functional Movement Screen.

Por outro lado, o TE, para o Trunk Stability Push-up classifica-se como elevado (TE=

0.524), enquanto que o Active Straight Leg Raise como pequeno (TE= 0.269). Os restantes

valores não apresentam diferenças significativas entre sexos, nem TE que se destaquem. Estes

fatores podem ser observados no Gráfico 3, onde se percebe uma clara tendência em que os

homens apresentarem valores mais elevados para todos os scores, com a exceção do FMS

ASLR.

Gráfico 3 - Resultados para a Capacidade Funcional segundo o Functional Movement Screen

para homens e mulheres

FMS – Functional Movement Screen;

0 2 4 6 8 10 12 14 16

FMS Deep Squat

FMS Hurdle Step

FMS In Line Lunge

FMS Shoulder Mobility

FMS Active Straight Leg Raise

FMS Trunk Stability Push-Up

FMS Rotary Stability

FMS Resultado final

Capacidade Funcional

Mulheres Homens

Page 103: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

68

Quando agregados segundo as disciplinas optativas (Tabela 11), verifica-se a existência de

diferenças estatisticamente significativas entre o grupo de Atividades de Fitness e Desportos

de Ondas para o Trunk Stability Push-up F(2-59)= 4.043; p= 0.018, onde o grupo de

Atividades de Fitness apresenta valores mais elevados.

Tabela 11 – Capacidade funcional (Functional Movement Screen), homens, segundo as

disciplinas optativas (média (desvio padrão) e 95% IC)

Variável Desportos de Natureza

n= 20

Desportos de Ondas

n= 27

Atividades de Fitness

n= 16

FMS

Deep Squat

2.1 (0.1)

1.9 – 2.3

1.9 (0.1)

1.7 – 2.1

2.2 (0.1)

1.9 – 2.5

FMS

Hurdle Step

1.8 (0.1)

1.5 – 2.0

1.7 (0.1)

1.5 – 1.9

1.5 (0.2)

1.1 – 1.9

FMS

In Line Lunge

1.9 (0.1)

1.7 – 2.0

1.9 (0.1)

1.7 – 2.1

2.1 (0.1)

1.8 – 2.3

FMS

Shoulder Mobility

1.8 (0.2)

1.4 – 2.1

2.1 (0.2)

1.7 – 2.4

1.7 (0.2)

1.2 – 2.2

FMS

Active Straight Leg Raise

2.4 (0.1)

2.1 – 2.6

2.4 (0.1)

2.1 – 2.7

2.3 (0.2)

1.9 – 2.7

FMS

Trunk Stability Push-Up

2.3 (0.2)

1.8 – 2.7

2.1 (0.2)

1.7 – 2.4

2.9 (0.1)a

2.7 – 3.0

FMS

Rotary Stability

2.0 (0.1)

1.8 – 2.1

2.0 (0.4)

2.0 – 2.0

1.9 (0.1)

1.8 – 2.1

FMS

Resultado final

13.9 (0.4)

13.1 – 14.7

14.1 (0.4)

13.3 – 15.0

14.6 (0.6)

13.3 – 15.9 FMS - Functional Movement Screen; Desportos de Natureza- Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas – Surf e

Bodyboard; Atividades de Fitness – Hidroginástica e Ginástica Aeróbica; a – diferença estatística entre Atividades de Fitness

e Desportos de Ondas; p= 0.018.

4.1.5 Relação entre os níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e competência

motora;

Observando os níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e a CM das mulheres

(Tabela 12), verifica-se que existem correlações significativas entre: salto horizontal e

percentagem gordura total (r= - 0.533; p= 0.015; negativa e elevada); salto horizontal e

percentagem de gordura do tronco (r= - 0.517; p= 0.019; negativa e elevada); shuttle run e

percentagem de gordura total (r= 0.536; p= 0.018; positiva e elevada); shuttle run e

percentagem de gordura do tronco (r= 0.506; p= 0.027; positiva e elevada); shuttl run e

gordura total (r= 0.513; p= 0.025; positiva e elevada) e CM total e densidade mineral óssea

(r= 0.658; p= 0.001; positiva e elevada).

Page 104: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

69

Tabela 12 - Correlações entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e

Competência Motora para mulheres

CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s -

segundos; % - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas; * diferenças significativas (p<0.05);

** diferenças significativas (p<0.01)

A mesma análise, mas para os homens (Tabela 13) verifica-se a existência de correlações

significativas entre: CM estabilidade e percentagem de gordura total (r= - 0.509; p= 0.001;

negativa e elevada); CM estabilidade e percentagem de gordura do tronco (r= - 0.463; p=

0.003; negativa e moderada); CM estabilidade e gordura total (r= - 0.509; p= 0.001; positiva

e elevada); saltos laterais e percentagem de gordura total (r= - 0.461; p= 0.003; negativa e

moderada); saltos laterais e percentagem de gordura do tronco (r= - 0.402; p= 0.010; negativa

e moderada); saltos laterais e gordura total (r= - 0.427; p= 0.006; positiva e elevada); CM

locomotor e percentagem de gordura total (r= - 0.380; p= 0.011; negativa e moderada); CM

locomotor e gordura total (r= - 0.356; p= 0.018; negativa e moderada); salto horizontal e

percentagem de gordura total (r= - 0.430; p= 0.003; negativa e moderada); salto horizontal e

percentagem de gordura do tronco (r= - 0.396; p= 0.006; negativa e moderada); salto

horizontal e gordura total (r= - 0.420; p= 0.004; negativa e moderada); CM total e percentagem

de gordura total (r= - 0.519; p= 0.001; negativa e elevada); CM total e percentagem de gordura

do tronco (r= - 0.432; p= 0.007; negativa e moderada); CM total e gordura total (r= - 0.423;

p= 0.008; negativa e moderada).

Variável % gordura

% gordura

do tronco

Gordura

total (g)

Densidade mineral

óssea (g/cm2)

CM estabilidade -0.291 -0.256 -0.165 0.183

Saltos laterais (n) -0.400 -0.297 -0.269 0.210

Transposição de placas (n) -0.098 0.002 -0.015 0.074

CM manipulativo -0.083 0.044 0.002 0.119

Velocidade de lançamento (m/s-1) -0.176 -0.077 -0.059 0.023

Velocidade de remate (m/s-1) 0.011 0.166 0.120 0.185

CM locomotor -0.172 -0.170 0.065 0.323

Salto horizontal (cm) -0.533* -0.517* -0.404 0.195

Shuttle run de 10 metros (s) 0.536* 0.506* 0.513* -0.113

CM total -0.142 -0.058 0.228 0.658**

Page 105: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

70

Tabela 13 - Correlações entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e

Competência Motora para homens

CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s - segundos;

% - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas; * diferenças significativas (p<0.05); ** diferenças

significativas (p<0.01)

4.1.6 Relação entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e capacidade funcional;

A análise da capacidade funcional e a sua associação com os níveis de adiposidade e

densidade mineral óssea para as mulheres encontra-se na Tabela 14.

As associações estatisticamente significativas encontram entre: FMS DS e percentagem de

gordura total (r= - 0.580; p= 0.007; negativa e elevada); FMS DS e percentagem de gordura

do tronco (r= - 0.501; p= 0.024; negativa e elevada); FMS DS e gordura total (r= - 0.447; p=

0.048; negativa e moderada); FMS HS e percentagem de gordura total (r= - 0.502; p= 0.024;

negativa e elevada); FMS HS e gordura total (r= - 0.458; p= 0.042; negativa e moderada);

FMS TSP e percentagem de gordura total (r= - 0.504; p= 0.023; negativa e elevada); FMS

TSP e percentagem de gordura do tronco (r= - 0.475; p= 0.034; negativa e moderada); FMS

TSP e gordura total (r= - 0.476; p= 0.034; negativa e moderada); FMS resultado final e

percentagem de gordura total (r= - 0.691; p= 0.001; negativa e elevada); FMS resultado final

e percentagem de gordura do tronco (r= - 0.552; p= 0.012; negativa e elevada); FMS resultado

final e gordura total (r= - 0.650; p= 0.002; negativa e elevada).

Variável % gordura % gordura

do tronco

Gordura

total (g)

Densidade mineral

óssea (g/cm2)

CM estabilidade -0.509** -0.463** -0.442** 0.042

Saltos laterais (n) -0.461* -0.402* -0.427** -0.072

Transposição de placas (n) -0.234 -0.234 -0.185 0.136

CM manipulativo -0.005 -0.085 0.000 -0.48

Velocidade de lançamento (m/s-1) 0.129 0.087 0.123 -0.115

Velocidade de remate (m/s-1) -0.178 -0.252 -0.144 0.006

CM locomotor -0.380* -0.287 -0.356* -0.135

Salto horizontal (cm) -0.430** -0.396 -0.420** -0.123

Shuttle run de 10 metros (s) 0.237 0.250 0.280 0.035

CM total -0.519** -0.432** -0.423* -0.055

Page 106: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

71

Tabela 14 - Correlações entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e

capacidade funcional para mulheres

FMS - Functional Movement Screen; % - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas;

* diferenças significativas (p<0.05); ** diferenças significativas (p<0.01)

Para os homens as correlações são um pouco diferentes (Tabela 15), com significado

apenas para FMS HS e gordura total (r= - 0.343; p= 0.014; negativa e moderada) e para o

FMS RS e densidade mineral óssea total (r= - 0.293; p= 0.035; negativa e pequena).

Tabela 15 - Correlações entre níveis de adiposidade, densidade mineral óssea e

capacidade funcional para homens

Variável % gordura % gordura

do tronco

Gordura

total (g)

Densidade mineral

óssea (g/cm2)

FMS

Deep Squat 0.147 0.136 0.110 -0.083

FMS

Hurdle Step -0.272 -0.210 -0.343* -0.125

FMS

In Line Lunge 0.086 0.091 0.134 0.215

FMS

Shoulder Mobility -0.245 -0.233 -0.215 -0.034

FMS

Active Straight Leg Raise 0.003 -0.013 -0.003 -0.088

FMS

Trunk Stability Push-Up -0.118 -0.172 -0.096 -0.165

FMS

Rotary Stability -0.140 -0.100 -0.147 -0.293*

FMS

Resultado final -0.113 -0.132 -0.120 -0.092

FMS - Functional Movement Screen; % - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas; *

diferenças significativas (p<0.05); ** diferenças significativas (p<0.01)

Variável % gordura % gordura

do tronco

Gordura

total (g)

Densidade mineral

óssea (g/cm2)

FMS

Deep Squat -0.580** -0.501* -0.447 -0.76

FMS

Hurdle Step -0.502* -0.340 -0.458* 0.064

FMS

In Line Lunge -0.344 -0.201 -0.111 0.137

FMS

Shoulder Mobility -0.192 -0.182 -0.362 -0.489*

FMS

Active Straight Leg Raise -0.190 -0.411 -0.170 0.170

FMS

Trunk Stability Push-Up -0.504* -0.475* -0.476* -0.024

FMS

Rotary Stability 0.000 0.000 0.000 0.000

FMS

Resultado final -0.691* -0.552* -0.650** -0.175

Page 107: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

72

4.1.7 Relação entre competência motora e capacidade funcional;

A Tabela 16 apresenta os valores das correlações entre os resultados do FMS e o MCA em

todas as suas componentes e construtos.

Tabela 16 - Correlações entre a competência motora e a capacidade funcional

Variável FMS

Deep

Squat

FMS

Hurdle

Step

FMS

In Line

Lunge

FMS

Shoulder

Mobility

FMS

Active

Straight

Leg

Raise

FMS

Trunk

Stability

Push-Up

FMS

Rotary

Stability

FMS

Resultado

Final

CM estabilidade 0.169 0.164 -0.009 0.237* 0.162 0.521** -0.038 0.474*

Saltos laterais (n) 0.237* 0.184 -0.017 0.244* 0.147 0.372** -0.010 0.363**

Transposição de

placas (n) 0.038 0.184 -0.004 0.145 0.102 0.511** -0.140 0.404**

CM manipulativo -0.141 -0.084 -0.305** -0.060 -0.203 0.474** 0.103 0.026

Velocidade de

lançamento (m/s-1) -0.129 -0.105 -0.318** -0.136 -0.210 0.440** 0.119 -0.017

Velocidade de

remate (m/s-1) -0.124 -0.051 -0.249* -0.028 -0.224* 0.433** 0.011 0.010

CM locomotor 0.058 0.053 0.182 0.021 - 0.080 0.294** 0.009 0.156

Salto horizontal

(cm) -0.019 -0.057 0.220 -0.131 0.153 -0.480** -0.039 -0.198

Shuttle run de 10

metros (s) 0.041 0.120 0.026 0.159 -0.052 0.462** 0.045 0.261*

CM total -0.027 0.027 -0.210 0.113 -0.050 0.521** 0.026 0.263* CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s - segundos;

* diferenças significativas (p<0.05); ** diferenças significativas (p<0.01)

Existem correlações de várias magnitudes, com a maioria a presentar-se como moderadas

(0.3 ≤ 𝑟 < 0.5). As correlações significativas e negativas são mais observadas para o FMS

ILL; FMS ASLR e CM manipulativa. Todas as variáveis da CM apresentam uma correlação

estatisticamente significativa com o FMS TSP (Tabela 16).

Considerando separadamente homens e mulheres, a observação dos resultados das

mulheres (Tabela 17) apresenta diferenças significativas entre o FMS DS e CM estabilidade

(r= 0.445; p= 0.033; positiva e moderada); FMS TSP e CM manipulativo (r= 0.563; p= 0.005;

positiva e elevada); FMS TSP e transposição de placas (r= 0.456; p= 0.029; positiva e

moderada); FMS TSP e saltos laterais (r= 0.425; p= 0.013; positiva e moderada); FMS TSP e

shuttle run (r= -0.476; p= 0.025; negativa e moderada); FMS resultado final e CM estabilidade

(r= 0.454; p= 0.030; positiva e moderada); e FMS resultado final e transposição de placas (r=

0.556; p= 0.006; positiva e elevada).

Page 108: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

73

Tabela 17 - Correlações entre a competência motora e a capacidade funcional para mulheres

Variável FMS

Deep

Squat

FMS

Hurdle

Step

FMS

In

Line

Lunge

FMS

Shoulder

Mobility

FMS

Active

Straight

Leg Raise

FMS

Trunk

Stability

Push-Up

FMS

Rotary

Stability

FMS

Resultado

Final

CM estabilidade 0.445* -0.024 -0.068 0.371 0.373 0.563** 0.000 0.454*

Saltos laterais

(n) 0.411 0.152 0.069 0.312 0.399 0.456** 0.000 0.509*

Transposição de

placas (n) 0.289 -0.134 -0.185 0.247 0.098 0.425* 0.000 0.247

CM

manipulativo 0.059 -0.067 0.007 -0.037 -0.30 -0.155 0.000 0.047

Velocidade de

lançamento (m/s-

1)

-0.030 -0.040 -0.028 0.005 -0.246 -0.033 0.000 -0.012

Velocidade de

remate (m/s-1) 0.060 -0.161 0.079 -0.111 0.030 -0.239 0.000 -0.005

CM locomotor 0.306 -0.155 0.411 -0.063 -0.111 -0.064 0.000 0.165

Salto horizontal

(cm) -0.090 -0.067 0.112 -0.289 0.094 -0.476* 0.000 -0.280

Shuttle run de 10

metros (s) 0.292 0.113 0.259 0.102 0.090 0.343 0.000 0.334

CM total 0.296 -0.165 0.005 0.072 0.043 0.078 0.000 0.205

CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s - segundos;

* diferenças significativas (p<0.05); ** diferenças significativas (p<0.01)

Existem mais 53% de correlações para os homens do que para as mulheres, com

magnitudes semelhantes, mas segundo diferentes perfis (Tabela 18).

Page 109: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

74

Tabela 18 – Correlações entre competência motora e capacidade funcional para homens

Variável FMS

Deep

Squat

FMS

Hurdle

Step

FMS

In Line

Lunge

FMS

Shoulder

Mobility

FMS

Active

Straight

Leg

Raise

FMS

Trunk

Stability

Push-Up

FMS

Rotary

Stability

FMS

Resultado

Final

CM estabilidade 0.151 0.193 0.203 0.274 0.360* 0.301 0.008 0.510**

Saltos laterais (n) 0.278 0.142 0.098 0.302* 0.310* 0.064 0.071 0.303*

Transposição de

placas (n) -0.030 0.050 0.168 0.182 0.254 0.389** -0.102 0.453**

CM manipulativo -0.246 -0.187 -0.353** 0.053 0.007 0.098 0.294* -0.053

Velocidade de

lançamento (m/s-1) -0.212 -0.195 -0.367** -0.050 0.047 0.061 0.313* -0.076

Velocidade de

remate (m/s-1) -0.225 -0.073 -0.249 0.177 -0.005 0.075 0.161 -0.017

CM locomotor 0.018 0.119 0.301* 0.140 0.063 0.119 0.091 0.144

Salto horizontal

(cm) -0.139 -0.112 0.006 -0.281* -0.127 -0.097 -0.189 -0.242

Shuttle run de 10

metros (s) 0.023 0.129 0.222 0.315* 0.147 0.144 0.170 0.248

CM total 0.002 0.062 -0.019 0.276 0.353* 0.190 0.196 0.376**

CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s -

segundos; * diferenças significativas (p<0.05); ** diferenças significativas (p<0.01)

4.1.8 Influência dos níveis de competência motora nas opções das disciplinas de

componente desportiva;

Como se pode observar na Tabela 19, e apenas para homens por se tratar da divisão segundo

as disciplinas optativas, a análise comparativa não demonstra a existência de diferenças entre

os grupos para a competência motora.

Page 110: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

75

Tabela 19 - Comparação entre os diferentes grupos de acordo com as disciplinas optativas para os níveis de competência motora (homens)

Desportos de

Natureza

n= 20

Desportos de Ondas

n= 27

Atividades de Fitness

n= 16

ANOVA Post hoc ANOVA valores

de P

Valores

de F

Valores

de P 1 vs 2 1 vs 3 2 vs 3

CM estabilidade 100.5 (16.3) 104.6 (18.6) 106.4 (18.6) 0.603 0.551 0.823 0.998 0.861

Saltos laterais (n) 50.2 (6.6) 52.1 (6.9) 52.0 (7.0) 1.893 0.160 0.730 0.183 0.684

Transposição de placas (n) 31.7 (3.9) 32.5 (4.1) 32.0 (5.0) 0.180 0.836 0.891 0.995 0.988

CM manipulativo 108.4 (12.8) 106.5 (10.3) 109.1 (11.3) 0.251 0.779 0.917 0.998 0.917

Velocidade de lançamento (m/s-1) 22.3 (3.1) 21.6 (2.8) 21.6 (2.8) 0.375 0.689 0.835 0.863 1.000

Velocidade de remate (m/s-1) 24.3 (3.0) 24.1 (2.6) 25.0 (3.6) 0.437 0.648 0.990 0.885 0.770

CM locomotor 98.2 (17.7) 103.8 (10.4) 100.4 (5.3) 1.020 0.367 0.477 0.910 0.524

Salto horizontal (cm) 221.6 (28.4) 217.8 (29.5) 217.8 (16.1) 0.176 0.839 0.961 0.900 1.000

Shuttle run de 10 metros (s) 9.4 (2.1) 9.9 (0.4) 9.8 (0.5) 0.820 0.446 0.584 0.755 0.876

CM total 102.8 (11.0) 105.6 (10.2) 104.4 (8.5) 0.451 0.639 0.747 0.973 0.928

CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s - segundos; Desportos de Natureza- Escalada e Canyoning; Desportos de

Ondas – Surf e Bodyboard; Atividades de Fitness – Hidroginástica e Ginástica Aeróbica

Page 111: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

76

4.1.9 Influência dos níveis de capacidade funcional e composição corporal nas opções

das disciplinas de componente desportiva;

Seguindo o mesmo procedimento que no ponto anterior, mas tendo em consideração a

composição corporal e a capacidade funcional (Tabela 20), podemos observar algumas

diferenças entre os grupos. A primeira diferença significativa é entre aqueles que optaram

pelos desportos de Natureza e Atividades de Fitness (F= 1.362; p= 0.047) onde estes

últimos apresentas valores mais elevados para a gordura total. As restantes diferenças

encontram-se no FMS TSP, onde o grupo de Atividades de Fitness apresenta resultados

significativamente superiores aos restantes dois grupos (F= 4.043; p= 0.003 e 0.030).

Page 112: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

77

Tabela 20 - Comparação entre os diferentes grupos de acordo com as disciplinas optativas segundo a composição corporal, e capacidade funcional

(homens)

Desportos de Natureza

n= 20

Desportos de Ondas

n= 27

Atividades de Fitness

n= 16

ANOVA Post hoc ANOVA valores de P

Valores

de F

Valores

de P 1 vs 2 1 vs 3 2 vs 3

Gordura Total (g) 3461.1 ± 1377.9 3895.5 ± 1238.3 4301.7 ± 1843.4 1.362 0.266 0.669 0.875 0.401

Massa isenta de gordura (g) 12602.6 ± 1597.9 13406.3 ± 715.1 13639.8 ± 1534.0 2.356 0.105 0.390 0.047 0.941

% de gordura total 21.5 ± 5.1 23.1 ± 7.1 23.4 ± 7.1 0.499 0.610 0.785 0.769 0.998

Densidade mineral óssea (g/cm2) 1.2 ± 0.1 1.3 ± 0.1 1.3 ± 0.1 1.494 0.234 0.588 0.283 0.906

FMS

Squat 1.9 ± 0.5 2.1 ± 0.4 2.2 ± 0.6 1.476 0.237 0.552 0.351 0.919

FMS

Hurdle Step 1.7 ± 0.5 1.8 ± 0.4 1.5 ± 0.7 0.672 0.515 0.984 0.820 0.685

FMS

In Line Lunge 1.9 ± 0.4 1.9 ± 0.4 2.1 ± 0.5 1.299 0.281 0.981 0.528 0.365

FMS

Shoulder Mobility 2.1 ± 0.9 1.8 ± 0.9 1.7 ± 0.9 1.062 0.352 0.517 0.564 1.000

FMS

Straight Leg Raise 2.4 ± 0.7 2.4 ± 0.6 2.3 ± 0.7 0.202 0.818 0.987 0.904 0.975

FMS

Rotary Stability 2.0 ± 0.0 2.0 ± 0.2 2.0 ± 0.3 1.746 0.183 0.687 0.401 0.832

FMS

Trunk Stability Push-up 2.1 ± 1.0 2.3 ± 0.9 2.8 ± 0.4 4.043 0.023 0.900 0.003 0.030

FMS

Resultado Final 14.1 ± 2.1 13.9 ± 1.9 14.6 ± 3.3 0.558 0.576 0.940 0.893 0.656

FMS - Functional Movement Screen; % - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas;

Page 113: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

78

4.2 Avaliação final

Esta secção reporta o momento final de análise, pelo que se reveste de um carater

observacional, longitudinal e de coorte, uma vez que são reportados dados referentes aos

dois momentos de avaliação, comparando-os entre si. Apesar de não existir manipulação

direta da amostra, foi tido em consideração os níveis de atividade física e a frequência das

disciplinas optativas e as obrigatórias, de carater prático.

4.2.1 Alterações após um ano curricular, 12 meses:

De acordo com os procedimentos iniciais e os critérios estabelecidos, 12 meses após

a primeira recolha, novamente no início do ano escolar, entre outubro e novembro foi

realizada uma nova recolha. Dos 68 homens participantes verificou-se uma taxa de

desistência de 51.5% (n=33) na avaliação da composição corporal, 41.2% (n= 40) na

competência motora e 38.2% (n=42) na capacidade funcional. Relativamente às mulheres

a taxa de desistência é um pouco diferente já que se encontra nos 16.7% (n=20) na

composição corporal, 29.2% (n= 17) na competência motora, 12.5% (n=21) e na

capacidade funcional.

4.2.1.1 Atividade Física

Relativamente aos níveis de atividade física verifica-se que do primeiro para o

segundo momento as mulheres aumentaram a prática de exercício físico em 9%, mas sem

apresentar uma mudança significativa em termos estatísticos (Tabela 21).

Tabela 21 – Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto a

hábitos de atividade física, em mulheres, segundo média (desvio padrão) e [95% IC]

Variável (N= 15) 1º Avaliação 2º Avaliação % diferença Valor de p Tamanho

do efeito QAF índice

Desporto

4.2 (0.3)

[3.6 – 4.8]

4.0 (0.3)

[3.4 – 4.7] - 0.4% 0.906 0.166

QAF índice Lazer 4.3 (0.1)

[4.1 – 4.6]

4.1 (0.3)

[3.5 – 4.7] - 5.0% 0.493 0.189

QAF índice Total 8.5 (0.3)

[7.9 – 9.2]

8.1 (0.4)

[7.3 – 8.9] - 1.4% 0.435 0.065

QAF

prática de

Exercício

Físico

Sim 85.7% 94.7%

9.0% 0.564 0.140 Não 14.3% 5.3%

QAF – Questionário de Atividade Física; * diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo

momento (p<0.05).

As alterações nos níveis de atividade física (AF), não se traduziram em mudanças

significativas nos índices do QAF, nem mesmo com TE que devam ser valorizados.

Page 114: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

79

No que respeita aos homens, verifica-se uma redução na quantidade e exercício físico

praticado (13.6%), no índice desporto (22.3%), índice lazer (23.3%) e índice AF total

(3.7%). Apenas para o índice desporto não apresenta alterações estatisticamente

significativas (Tabela 22).

Tabela 22 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto a hábitos

de atividade física em homens, segundo média (desvio padrão) e [95% IC]

Variável (N= 34) 1º Avaliação 2º Avaliação % diferença Valor de p Tamanho

do efeito QAF índice

Desporto

3.5 (1.1)

[-1.1 – 8.2]

2.2 (0.2)

[1.4 – 2.8] - 22.3% 0.950 0.274

QAF índice Lazer 4.1 (0.1)*

[3.8 – 4.5]

3.5 (0.9)

[-0.3 – 7.3] - 23.3% 0.002 0.538

QAF índice Total 7.7 (1.2)*

[2.7 – 12.7]

5.7 (1.0)

[1.2 – 10.1] - 3.7% 0.003 0.519

QAF

Exercício

Físico

Sim 86.7%* 73.1%

- 13.6% 0.020 0.382 Não 13.3% 26.9%

QAF – Questionário de Atividade Física; * diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo

momento (p<0.05).

No entanto, o índice lazer e o índice total apresentam um TE elevado, enquanto que a

prática de atividade física demonstra um tamanho do efeito médio. Estas diferenças entre

primeiro e segundo momento de avaliação são claramente observadas no Gráfico 4,

comprovando o já descrito anteriormente.

Gráfico 4 - Índices para o Questionário de Atividade Física para homens e mulheres no

primeiro e segundo momento de avaliação

QAF – Questionário de Atividade Física

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

1º Avaliação 2º Avaliação 1º Avaliação 2º Avaliação 1º Avaliação 2º Avaliação

QAF índice Desporto QAF índice Lazer QAF índice Total

Índices Questionário de Atividade Física 1º e 2º avaliação

Mulheres Homens

Page 115: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

80

A análise segundo as disciplinas optativa não demostra qualquer diferença

estatisticamente significativa, embora se verifique algum decréscimo nos diferentes

índices e na prática de exercício físico reportada no QAF (Tabela 23).

Tabela 23 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à

composição corporal em homens, segundo as disciplinas optativas, média (desvio padrão)

e 95% IC

Variável Desportos de Natureza

n= 7

Desportos de Ondas

n= 17

Atividades de Fitness

n= 9

QAF

índice

Desporto

1º Avaliação 2.8 (1.3)

-13.4 – 19.0

3.9 (0.3)

3.4 – 4.5

3.7 (0.5)

2.4 – 5.0

2º Avaliação 2.3 (0.3)

-0.9 – 5.4

3.7 (0.3)

3.1 – 4.3

3.5 (0.3)

2.7 – 4.2

QAF

índice

Lazer

1º Avaliação 4.1 (0.1)

2.5 – 5.7 4.3 (0.1)

4.0 – 4.4

4.3 (0.1)

4.0 – 4.7

2º Avaliação 4.4 (0.4)

-0.3 – 9.1

3.9 (0.2)

3.5 – 4.2

3.4 (0.5)

2.1 – 4.7

QAF

índice

Total

1º Avaliação 6.9 (1.4)

-10.9 – 24.7

8.1 (0.3)

7.5 – 8.7

8.1 (0.5)

6.8 – 9.3

2º Avaliação 6.6 (0.6)

-1.3 – 14.6

7.6 (0.4)

6.8 – 8.3

6.8 (0.7)

5.2 – 8.5

QAF

prática

de

Exercíci

o Físico

Sim

Avaliação 71.4% 100.0% 88.9%

Avaliação 71.4% 70.6% 77.8%

Não

Avaliação 28.6% 0.0% 11.1%

Avaliação 28.6% 29.4% 22.2%

QAF – Questionário de Atividade Física; Desportos de Natureza- Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas – Surf

e Bodyboard; Atividades de Fitness – Hidroginástica e Ginástica Aeróbica; * diferenças significativas quando

comparado primeiro com o segundo momento (p<0.05).

4.4.1.1 Composição Corporal

Os valores da composição corporal após 12 meses apresentam algumas mudanças

significativas, tanto nas mulheres como nos homens, embora segundo diferentes padrões.

As mulheres apresentam um aumento considerável do peso corporal e da massa isenta

de gordura, enquanto que a percentagem de gordura corporal demonstra um perfil inverso

(Tabela 24).

Page 116: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

81

Tabela 24 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à

composição corporal, em mulheres, segundo média (desvio padrão) e [95% IC]

Variável (N= 20) 1º Avaliação 2º Avaliação % diferença Valor de

p

Tamanho

do efeito

Altura (cm) 162.3 (1.2)

[159.9 – 164.7]

162.5 (1.1)

[160.2 – 164.9] 0.1% 0.251 0.245

Peso (kg) 57.5 (1.7)

[54.0 – 61.1]

59.4 (1.7)*

[55.8 – 63.1] 0.1% 0.001 0.734*

Massa gorda (g)

5110.4 (370.1)

[4304.1 –

5079.4]

5139.8 (335.0)

[4409.8 –

5869.7]

0.7% 0.526 0.142

Percentagem de

gordura (%)

35.6 (1.2)

[32.9 – 38.1]

29.8 (2.1)*

[25.3 – 34.3] - 3.7% 0.039 0.461*

Massa isenta de

gordura (g)

9058.3 (229.0)

[8559.3 –

9557.3]

9417.9 (280.3)*

[8807.2 –

10028.7]

0.5% 0.001 0.726*

Densidade

Mineral Óssea

(g/cm2)

1.1 (0.0)

[1.1 – 1.2]

1.1 (0.0)

[1.1 – 1.2] 0.0% 0.911 0.028

cm – centímetros; kg – quilogramas; % - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas; *

diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo momento (p<0.05).

Já os homens demostram alterações significativas na variável altura, massa isenta de

gordura e densidade mineral óssea, apesar de para o primeiro o tamanho do efeito ser

médio e para os outros ser considerado elevado (Tabela 25).

Tabela 25 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à

composição corporal em homens, média (desvio padrão) e [95% IC]

Variável (N= 33) 1º Avaliação

N= 52

2º Avaliação N= 37

%

diferença

Valor

de p

Tamanho

do efeito

Altura (cm) 176.3 (0.8)

[174.6 – 177.9]

176.7 (0.9)*

[174.6 – 177.9] 0.1% 0.031 0.321

Peso (kg) 73.8 (1.3)

[71.1 – 76.5]

74.0 (1.4)

[71.3 – 76.8] 0.1% 0.537 0.083

Massa gorda (g) 3950.6 (363.6)

[3189.6 – 4711.6]

3865.6 (359.5)

[3113.2 – 4618.0] - 0.1% 0.837 0.036

Percentagem de

gordura (%)

22.9 (1.4)

[20.0 – 25.8]

22.9 (1.4)

[20.1 – 25.8] 0.0% 0.586 0.095

Massa isenta de

gordura (g)

12690.3 (275.8)

[12113.0 – 13267.6]

12968.8 (291.5)*

[12358.8 – 13578.9] 0.1% 0.001 0.555

Densidade Mineral

Óssea (g/cm2)

1.25 (0.02)

[1.2 – 1.3]

1.26 (0.02)*

[1.2 – 1.3] 1.4% 0.002 0.543

cm – centímetros; kg – quilogramas; % - percentagem; g/cm2 – gramas por centímetro quadrado; g – gramas; * diferenças

significativas quando comparado primeiro com o segundo momento (p<0.05).

Prosseguindo a análise tendo em consideração as disciplinas optativas (Tabela 26),

verificam-se alterações significativas no grupo de desportos de ondas (p= 0.013; TE=

0.688; percentagem de diferença (% dif.) = 0.6%) e atividades de fitness (p= 0.017; TE=

0.757; % dif.= 0.9%) nos níveis da massa isenta de gordura. No grupo atividades de

Page 117: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

82

fitness, a densidade mineral óssea alterou-se significativamente (p= 0.013; TE= 0.790 %

dif.= 0.2%).

Tabela 26 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à

composição corporal, em homens, segundo as disciplinas optativas, média (desvio

padrão) e 95% IC

Variável Desportos de Natureza

N=10

Desportos de Ondas

N=13

Atividades de Fitness

N=10

Altura (cm)

Avaliação

176.5 (1.9)

172.7 – 180.6

176.4 (1.4)

173.4 – 179.3

176.7 (1.0)

174.5 – 178.9

Avaliação

177.1 (1.9)

173.1 – 181.0

176.7 (1.4)

173.7 – 179.5

176.4 (1.6)

172.9 – 179.9

Peso (kg)

Avaliação

75.1 (2.7)

69.3 – 80.9

70.1 (2.0)

65.8 – 74.3

77.6 (2.6)

72.0 – 83.2

Avaliação

75.4 (2.6)

69.9 – 80.9

70.2 (2.0)

65.9 – 74.4

78.1 (2.8)

72.0 – 84.2

Massa

gorda (g)

Avaliação

3795.7 (396.6)

2825.1 – 4766.2

3442.6 (551.9)

2137.5 – 4747.7

4980.3 (975.7)

2271.5 – 7689.2

Avaliação

3738.6 (222.3)

3194.6 – 4282.6

3552.7 (561.5)

2223.0 – 4880.5

4544.0 (1144.1)

1367.6 – 7720.5

Percentage

m de gorda

(%)

Avaliação

22.8 (1.7)

18.7 – 26.9

21.0 (2.2)

15.9 – 26.1

26.2 (3.7)

15.8 – 36.5

Avaliação

21.2 (1.9)

16.7 – 25.8

25.3 (2.4)

19.7 – 31.0

21.4 (2.9)

13.4 – 29.5

Massa

Isenta de

gordura (g)

Avaliação

12672.6 (387.2)

11725.2 – 13620.0

12232.5 (542.2)

10950.3 – 13514.7

13447.6 (283.0)

12662.0 – 14233.2

Avaliação

12845.6 (507.6)

11603.5 – 14087.8

12537.7 (477.4)*

11408.8 – 13666.6

13831.2 (411.4) *

12688.8 – 14973.5

Densidade

Mineral

Óssea

(g/cm2)

Avaliação

1.3 (0.0)

1.2 – 1.3

1.2 (0.0)

1.1 – 1.3

1.3 (0.0)*

1.2 – 1.4

Avaliação

1.2 (0.0)

1.1 – 1.3

1.2 (0.0)

1.1 – 1.3

1.3 (0.0)*

1.3 – 1.4 Desportos de Natureza- Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas – Surf e Bodyboard; Atividades de Fitness –

Hidroginástica e Ginástica Aeróbica; cm – centímetros; kg – quilogramas; % - percentagem; g/cm2 – gramas por

centímetro quadrado; g – gramas; * diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo momento

(p<0.05).

4.4.1.2 Competência Motora

Considerando a CM antes e após 12 meses, verifica-se que as mulheres apresentam

alterações significativas em 50% dos parâmetros em análise (Tabela 27).

Page 118: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

83

Tabela 27 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos

níveis de competência motora em mulheres, média (desvio padrão) e [95% IC]

Variável (N= 14) 1º Avaliação 2º Avaliação % diferença Valor

de p

Tamanho

do efeito

CM estabilidade 86.2 (3.1)

[79.5 – 93.0]

98.5 (3.8)*

[90.2 – 106.7] 0.3% 0.005 0.696

Saltos laterais (n) 45.1 (1.6)

[41.6 – 48.5]

49.0 (1.6)*

[45.6 – 52.4] 0.3% 0.016 0.605

Transposição de

placas (n)

28.7 (0.5)

[27.6 – 29.8]

29.0 (0.9)

[27.1 – 30.9] 1.4% 0.801 0.287

CM manipulativo 73.1 (3.3)

[66.1 – 80.2]

99.4 (5.6)*

[87.2 – 111.5] 1.1% 0.001 0.866

Velocidade de

lançamento (m/s-1)

14.7 (0.7)

[13.2 – 16.3]

16.7 (1.4)

[13.7 – 19.8] 3.6% 0.266 0.107

Velocidade de

remate (m/s-1)

17.6 (0.8)

[15.9 – 19.3]

17.2 (1.0)

[15.1 – 19.2] - 1.3% 0.679 0.089

CM locomotor 96.7 (1.1)

[94.4 – 99.1]

98.1 (4.9)

[87.6 – 108.6] 3.9% 0.730 0.008

Salto horizontal

(cm)

170.6 (5.9)

[157.7 – 183.4]

189.6 (7.9)*

[172.7 – 206.6] 0.7% 0.041 0.511

Shuttle run de 10

metros (s)

11.3 (0.2)

[10.8 – 11.7]

11.0 (0.3)

[10.4 – 11.6] - 0.9% 0.510 0.170

CM total 85.4 (1.9)

[81.3 – 89.5]

98.6 (4.1)*

[89.8 – 107.5] 1.9% 0.005 0.699

CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s -

segundos; * diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo momento (p<0.05).

As alterações estatisticamente significativas e positivas surgem na CM total (1.9%) e

um TE elevado. Esta mesma tendência está presente nos construtos da CM estabilidade

(0.3%) e manipulativo (1.9%) e nos testes saltos laterais (0.3%) e salto horizontal 0.7%).

Para os homens a tendência não apresenta o mesmo padrão, já que após 12 meses

houve mudanças negativas em todos parâmetros analisados (Tabela 28).

Page 119: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

84

Tabela 28 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos

níveis de competência motora em homens, média (desvio padrão) e [95% IC]

Variável (N= 29) 1º Avaliação 2º Avaliação % diferença Valor

de p

Tamanho

do efeito

CM estabilidade 105.6 (3.3)

[98.8 – 112.3]

98.5 (2.7)

[92.9 – 104.1] - 0.4% 0.304 0.165

Saltos laterais (n) 53.1 (1.4)

[50.3 – 55.9]

51.9 (0.9)

[50.0 – 53.8] - 0.9% 0.981 0.004

Transposição de

placas (n)

32.0 (0.8)

[30.3 – 33.6]

30.9 (0.8)

[29.2 – 32.5] - 0.1% 0.476 0.114

CM manipulativo 111.2 (1.7)*

[107.6 – 114.7]

97.9 (2.0)

[93.9 – 102.0] - 0.5% 0.000 0.640

Velocidade de

lançamento (m/s-1)

22.4 (0.4)*

[21.5 – 23.3]

19.7 (0.6)

[18.5 – 21.0] - 1.3% 0.003 0.473

Velocidade de

remate (m/s-1)

25.5 (0.4)*

[24.7 – 26.3]

20.2 (0.5)

[19.0 – 21.5] - 1.4% 0.000 0.755

CM locomotor 100.9 (2.8)

[95.2 – 106.7]

98.4 (3.7)

[90.9 – 105.9] - 1.0% 0.950 0.101

Salto horizontal

(cm)

225.9 (4.0)*

[217.6 – 234.1]

198.5 (5.7)

[186.8 – 210.2] - 1.1% 0.010 0.408

Shuttle run de 10

metros (s)

9.4 (0.3)*

[8.7 – 10.1]

10.5 (0.2)

[10.2 – 10.8] 1.3% 0.002 0.502

CM total 105.9 (1.8)

[102.2 – 109.6]

98.3 (2.4)

[93.4 – 103.1] - 0.7% 0.050 0.363

CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s -

segundos; * diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo momento (p<0.05).

A CM total não é abrangida por estas alterações significativas. Contudo, todas as

componentes da CM manipulativa e os testes referentes à locomoção, apresentam

alterações significativas e negativas, com um tamanho do efeito a oscilar entre o médio e

o elevado (Tabela 28). No Gráfico 5 as diferenças observadas entre primeiro e segundo

momento de avaliação são possíveis de ser observadas separadamente dentro dos

construtos da CM.

Page 120: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

85

Gráfico 5 - Valores da Competência Motora para homens e mulheres de acordo com os

constructos estabilidade, manipulativo e locomotor

CM – Competência Motora

Seguindo a mesma análise, é possível observar de forma evidente no Gráfico 6 a

tendência de crescimento para as mulheres na maioria das tarefas e decréscimo para os

homens principalmente no salto horizontal e velocidade de remate.

Gráfico 6 - Valores da Competência Motora para homens e mulheres de acordo com os

testes de competência motora

n - número de repetições; m/s-1 – metros por segundo; cm – centímetros; s - segundos;

0

20

40

60

80

100

120

1ºAvaliação

2ºAvaliação

1ºAvaliação

2ºAvaliação

1ºAvaliação

2ºAvaliação

1ºAvaliação

2ºAvaliação

CM estabilidade CM manipulativo CM locomotor CM total

Competência Motora 1º e 2º avaliação

Mulheres Homens

0

50

100

150

200

250

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Saltos laterais (n) Transposição deplacas (n)

Velocidade delançamento

(m/s-1)

Velocidade deremate (m/s-1)

Salto horizontal(cm)

Shuttle run de 10metros (s)

Competência Motora 1º e 2º avaliação

Mulheres Homens

Page 121: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

86

Considerando as disciplinas optativas (Tabela 29), o resultado é idêntico, mas com

diferentes componentes de acordo com as disciplinas optativas.

Tabela 29 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos

níveis de competência motora, em homens, segundo as disciplinas optativas, média

(desvio padrão) e 95% IC

Variável Desportos de Natureza

n= 9

Desportos de Ondas

n= 10

Atividades de Fitness

n= 8

CM

estabilidade

Avaliação

108.0 (4.6)

97.8 – 118.1

102.3 (3.7)

94.5 – 110.1

105.6 (5.2)

94.2 – 117.0

Avaliação

98.5 (4.4)

89.1 – 107.9

96.9 (3.8)

88.7 – 105.1

101.0 (5.0)

89.9 – 112.1

Saltos laterais

(n)

Avaliação

52.8 (2.1)

48.2 – 57.3

50.0 (1.6)

46.6 – 53.4

53.8 (2.2)

49.0 – 58.5

Avaliação

51.3 (1.5)

48.1 – 54.4

49.2 (1.3)

54.9 – 52.0

53.4 (2.0)

48.9 – 57.8

Transposição

de placas (n)

Avaliação

33.2 (1.0)

31.0 – 35.3

32.4 (0.9)

30.5 – 34.3

31.6 (1.3)

28.8 – 34.4

Avaliação

31.3 (1.2)

28.7 – 34.0

30.1 (0.9)

28.1 – 32.2

31.0 (1.2)

28.3 – 33.7

CM

manipulativo

Avaliação

108.8 (2.8)*

102.8 – 114.8

111.5 (2.9)*

105.4 – 117.6

110.8 (2.2)

105.9 – 115.7

Avaliação

97.0 (2.9)

90.9 – 103.2

98.7 (2.7)

92.9 – 100.5

99.5 (3.5)

91.6 – 107.4

Velocidade de

lançamento

(m/s-1)

Avaliação

22.0 (0.8)*

20.3 – 23.7

23.2 (0.6)*

21.8 – 24.5

21.9 (0.5)

20.7 – 23.0

Avaliação

19.5 (0.9)

17.6 – 21.3

19.9 (0.8)*

18.1 – 21.7

20.2 (1.1)

17.8 – 22.7

Velocidade de

remate (m/s-1)

Avaliação

25.0 (0.6)*

23.7 – 26.3

24.9 (0.6)

23.6 – 26.2

25.9 (0.6)*

24.7 – 27.2

Avaliação

20.1 (0.9)

18.2 – 22.2

21.0 (0.8)

19.3 – 22.7

20.3 (1.0)

18.2 – 22.5

CM

locomotor

Avaliação

104.3 (1.8)

100.5 – 108.2

90.1 (4.3)

90.1 – 108.2

101.3 (1.0)

99.2 – 103.4

Avaliação

98.1 (5.3)

86.7 – 109.4

99.2 (4.4)

89.6 – 108.8

101.7 (6.3)

87.8 – 115.7

Salto

horizontal

(cm)

Avaliação

226.5 (6.7)

211.9 – 241.0

225.2 (6.0)

212.6 – 237.7

220.0 (3.8)

211.7 – 228.3

Avaliação

196.2 (8.5)

178.1 – 214.3

201.1 (6.4)

187.4 – 214.7

204.6 (9.8)

182.8 – 226.5

Shuttle run de

10 metros (s)

Avaliação

9.9 (0.1)

9.7 – 10.1

9.2 (0.5)*

8.1 – 10.3

9.7 (0.1)*

9.5 – 10.0

Avaliação

10.4 (0.2)

10.0 – 10.4

10.5 (0.2)

10.0 – 10.5

10.4 (0.3)

9.8 – 11.0

CM total

Avaliação

107.0 (2.1)*

102.4 – 111.6

104.3 (2.3)

99.6 – 109.0

105.9 (1.7)

102.1 – 109.7

Avaliação

97.9 (3.5)

90.4 – 105.4

98.3 (3.0)

91.8 – 104.7

100.8 (4.2)

91.5 – 110.1 Desportos de Natureza- Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas – Surf e Bodyboard; Atividades de Fitness –

Hidroginástica e Ginástica Aeróbica;CM: competência motora – T score; n - número de repetições; m/s-1 – metros por

segundo; cm – centímetros; s - segundos; * diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo

momento (p<0.05).

Page 122: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

87

Assim, aqueles cuja a opção incidiu nos desportos de natureza apresentam alterações

significativas na CM total (p= 0.021; TE= 0.770; % dif.= - 1.6%), CM manipulativo (p=

0.015; TE= 0.811; % dif.= - 0,4%); velocidade de lançamento (p= 0.017; TE= 0.719; %

dif.= - 1.0%) e velocidade de remate (p= 0.031; TE= 0.968; % dif.= - 2.1%). Aqueles

que estão mais ligados aos desportos de ondas, as alterações significativas apresentam-se

na CM manipulativo (p= 0.004; TE= 0.923; % dif.= - 0,1%); velocidade de lançamento

(p= 0.019; TE= 0.744; % dif.= - 1.4%); velocidade de remate (p= 0.009; TE= 0.923; %

dif.= - 1.4%) e shuttle run de 10 metros (p= 0.043; TE= 0.641; % dif.= 3.5%). Aqueles

cuja a opção foi dentro das atividades de fitness as alterações significativas encontram-

se na velocidade de remate (p= 0.003; TE= 1.037; % dif.= - 2.6%) e shuttle run de 10

metros (p= 0.028; TE= 0.777; % dif.= 1.9%).

4.4.1.3 Capacidade Funcional

Como exposto anteriormente, a capacidade funcional foi aferida pelos testes do

Functional Movement Screen (FMS). Após 12 meses, as mulheres demonstram valores

totais do FMS (Tabela 30) com melhorias significativas, embora com um TE médio e

uma % dif. baixa. Por outro lado, para os restantes testes, apenas os valores referentes à

componente do FMS Trunk Stability Push-up apresentam diferenças significativas, com

um TE e % dif. elevada (Tabela 30).

Tabela 30 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos

níveis de capacidade funcional em mulheres, média (desvio padrão) e [95% IC]

Variável (N= 21) 1º Avaliação 2º Avaliação % diferença Valor

de p

Tamanho

do efeito

FMS

Deep Squat

2.1 (0.2)

[1.7 – 2.4]

2.2 (0.1)

2.0 – 2.4 5.5% 0.414 0.178

FMS

Hurdle Step

1.6 (0.1)

[1.3 – 1.9]

1.9 (0.1)

1.7 – 2.2 1.0% 1.604 0.350

FMS

In Line Lunge

2.1 (0.2)

[1.8 – 2.4]

2.2 (0.1)

2.0 – 2.4 5.0% 0.564 0.126

FMS

Shoulder Mobility

2.1 (0.2)

[1.7 – 2.5]

2.2 (0.2)

1.8 – 2.5 0.4% 0.564 0.126

FMS

Active Straight

Leg Raise

2.8 (0.1)

[2.6 – 3.0]

2.6 (0.1)

2.4 – 2.9 - 0.3% 0.414 0.178

FMS

Trunk Stability

Push-Up

1.0 (0.2)

[0.7 – 1.3]

1.9 (0.1)*

1.7 – 2.1 14.7% 0.003 0.640

FMS

Rotary Stability

2.0 (0.0)

[2.0 – 2.0]

1.9 (0.3)

1.3 – 2.5 - 15.7% 0.317 0.218

FMS

Resultado final

13.8 (0.5)

[12.7 – 14.8]

15.0 (0.6)*

13.8 – 16.1 0.4% 0.026 0.485

FMS - Functional Movement Screen; * diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo

momento (p<0.05).

Page 123: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

88

Já os homens após 12 meses demonstram valores totais referentes ao FMS (Tabela 31)

com melhorias significativas apenas no FMS TSP, embora com um TE médio e uma %

dif. baixa.

Tabela 31 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto aos

níveis de capacidade funcional em homens, média (desvio padrão) e [95% IC]

Variável (N= 41) 1º Avaliação

N= 67

2º Avaliação N= 42

%

diferença

Valor

de p

Tamanho

do efeito

FMS

Deep Squat

2.0 (0.1)

[1.8 – 2.2]

2.2 (0.1)*

2.1 – 2.4 0.5% 0.033 0.330

FMS

Hurdle Step

1.7 (0.1)

[1.5 – 1.9]

1.9 (0.1)

1.7 – 2.0 0.6% 0.074 0.276

FMS

In Line Lunge

2.0 (0.0)

[1.8 – 2.0]

1.9 (0.1)

1.8 – 2.0 - 0.3% 0.564 0.089

FMS

Shoulder Mobility

1.9 (0.1)

[1.7 – 2.1]

2.0 (0.1)

1.7 – 2.3 0.3% 0.282 0.166

FMS

Active Straight

Leg Raise

2.4 (0.1)

[2.2 – 2.6]

2.3 (0.1)

2.1 – 2.4 - 0.2% 0.225 0.187

FMS

Trunk Stability

Push-Up

2.4 (0.1)

[2.1 – 2.6]

2.5 (0.1)

2.2 – 2.8 0.2% 0.377 0.154

FMS

Rotary Stability

2.0 (0.0)

[1.9 – 2.0]

2.0 (0.0)

2.2 – 2.8 0.0% 0.244 0.180

FMS

Resultado final

14.2 (0.3)

[13.5 – 14.9]

14.7 (0.3)

14.2 – 15.3 0.1% 0.130 0.233

FMS - Functional Movement Screen; * diferenças significativas quando comparado primeiro com o segundo

momento (p<0.05).

As diferenças entre primeiro e segundo momento, para homens e mulheres está

demonstrado no Gráfico 7, onde se percebe claramente a mudança no resultado do FMS

TSP para as mulheres o resultado final do FMS para homens e mulheres mesmo que este

ultimo sem se apresentarem significativas.

Page 124: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

89

Gráfico 7 -Valores para a Capacidade Funcional para homens e mulheres, segundo o

Functional Movement Screen no primeiro e segundo momento de avaliação

FMS – Functional Movement Screen

Na mesma linha de investigação, mas considerando as disciplinas optativas, no grupo

de desportos de natureza e desportos de ondas verificam-se mudanças significativas

(Tabela 32), sendo que o grupo de atividades de fitness não registou qualquer alteração.

Para aqueles que se encontram no grupo de desportos de natureza verifica-se um perfil de

diminuição para o FMS ASLR (p= 0.025; TE= 0.707; % dif.= - 1.8%) e melhoria para

aqueles que se encontram nos desportos de ondas mas para o resultado final do FMS (p=

0.014; TE= 0.552; % dif.= 0.2%).

02468

10121416

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

Ava

liaçã

o

FMS DeepSquat

FMS HurdleStep

FMS In LineLunge

FMSShoulderMobility

FMS ActiveStraight Leg

Raise

FMS TrunkStabilityPush-Up

FMS RotaryStability

FMSResultado

final

Capacidade Funcional 1º e 2º avaliação

Mulheres Homens

Page 125: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

90

Tabela 32 - Diferenças antes e após 12 meses (1º avaliação; 2º avaliação) quanto à

Capacidade funcional (Functional Movement Screen), em homens, segundo as disciplinas

optativas, média (desvio padrão) e 95% IC

Variável Desportos de Natureza

n= 10

Desportos de Ondas

n= 20

Atividades de Fitness

n= 11

FMS

Deep Squat

1º Avaliação 2.1 (0.1)

1.9 – 2.3

1.9 (0.1)

1.7 – 2.1

2.2 (0.1)

1.9 – 2.5

2º Avaliação 2.2 (0.1)

1.9 – 2.5

2.1 (0.1)

2.0 – 2.2

2.5 (1.2)

2.1 – 2.8

FMS

Hurdle Step

1º Avaliação 1.8 (0.1)

1.5 – 2.0

1.7 (0.1)

1.5 – 1.9

1.5 (0.2)

1.1 – 1.9

2º Avaliação 1.8 (0.1)

1.5 – 2.1

2.0 (0.1)

1.8 – 2.1

1.7 (0.1)

1.4 – 2.0

FMS

In Line

Lunge

1º Avaliação 1.9 (0.1)

1.7 – 2.0

1.9 (0.1)

1.7 – 2.1

2.1 (0.1)

1.8 – 2.3

2º Avaliação 1.8 (0.1)

1.5 – 2.1

2.0 (0.1)

1.7 – 2.2

1.9 (0.1)

1.7- 2.1

FMS

Shoulder

Mobility

1º Avaliação 1.8 (0.2)

1.4 – 2.1

2.1 (0.2)

1.7 – 2.4

1.7 (0.2)

1.2 – 2.2

2º Avaliação 1.7 (0.3)

1.1 – 2.3

2.2 (0.2)

1.8 – 2.6

1.8 (0.2)

1.3 – 2.3

FMS

Active

Straight Leg

Raise

1º Avaliação 2.6 (0.2)*

2.2 – 3.0

2.4 (0.1)

2.1 – 2.7

2.3 (0.2)

1.9 – 2.7

2º Avaliação 2.1 (0.2)

1.7 – 2.5

2.4 (0.1)

2.1 – 2.3

2.3 (0.2)

1.8 – 2.7

FMS

Trunk

Stability

Push-Up

1º Avaliação 2.3 (0.2)

1.8 – 2.7

2.1 (0.2)

1.7 – 2.4

2.9 (0.1)

2.7 – 3.0

2º Avaliação 2.5 (0.3)

1.9 – 3.1

2.6 (0.2)

2.1 – 3.0

2.5 (0.3)

1.8 – 3.1

FMS

Rotary

Stability

1º Avaliação 2.0 (0.1)

1.8 – 2.1

2.0 (0.4)

2.0 – 2.0

1.9 (0.1)

1.8 – 2.1

2º Avaliação 2.0 (0.0)

2.0. – 2.0

2.0 (0.1)

1.8 – 2.2

2.0 (0.0)

2.0 – 2.0

FMS

Resultado

final

1º Avaliação 13.9 (0.4)

13.1 – 14.7

14.1 (0.4)*

13.3 – 15.0

14.6 (0.6)

13.3 – 15.9

2º Avaliação 14.1 (0.6)

12.8 – 15.4

15.2 (0.4)

14.3 – 16.0

14.5 (0.4)

13.7 – 15.4 Desportos de Natureza- Escalada e Canyoning; Desportos de Ondas – Surf e Bodyboard; Atividades de Fitness –

Hidroginástica e Ginástica Aeróbica; FMS - Functional Movement Screen; * diferenças significativas quando

comparado primeiro com o segundo momento (p<0.05).

Page 126: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

91

5. DISCUSSÃO

Esta secção divide-se entre oito partes segundo os resultados apresentados no capítulo

anterior e de acordo com a seguinte organização:

i. Caraterização da amostra;

ii. Relação entre os níveis de adiposidade e competência motora;

iii. Relação entre níveis de adiposidade e capacidade funcional;

iv. Relação entre competência motora e capacidade funcional;

v. Influência dos níveis de atividade física, competência motora e

composição corporal nas opções das disciplinas de componente

desportiva;

vi. Influência dos níveis de capacidade funcional e composição corporal nas

opções das disciplinas de componente desportiva;

vii. Alterações após 12 meses na aptidão física, competência motora e

composição corporal;

viii. Alterações após 12 meses na capacidade funcional e densidade mineral

óssea.

Partes da discussão, mais concretamente o ponto 5.1, 5.2 e 5.4 estão presentes no artigo

“Motor Competence and Body Composition in young adults: An exploratory study”

publicado em Junho de 2019 na revista Obesity Medicine, com doi:

https://doi.org/10.1016/j.obmed.2019.100087, e no artigo “Association between motor

competence and Functional Movement Screen scores” publicado em Agosto de 2019 na

revista PeerJ, com doi:10.7717/peerj.7270; não sendo transcrições exatas (Anexo IV).

5.1 Caraterização da amostra

5.1.1 Níveis de Atividade Física

No primeiro momento de avaliação, a maioria dos participantes (~85%), reportou

praticar exercício físico. Comparativamente com outras populações, verifica-se que se

encontram acima daquilo que são os padrões encontrados em estudantes universitários

portugueses (Clemente et al., 2016), espanhóis (Arias-Palencia et al., 2015), irlandeses

(Murphy et al., 2019) ou de um conjunto de 23 países (Pengpid et al., 2015). Com efeito,

na população de presente estudo, 86.7% dos homens e 85.7% das mulheres, encontram-

se com valores bem acima dos apresentados para populações das Caraíbas e América do

Sul (67.0% e 55.0%); Africa subsariana (69.1% e 58.7%); Asia Central (68.2% e 32.9%);

Asia Central e China (63.7% e 48.2%); Sudoeste Asiático (62.8% e 46.0%), homens e

Page 127: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

92

mulheres, respetivamente (Pengpid et al., 2015). Ainda quanto aos níveis de AF,

comparando homens e mulheres, estudantes universitários, encontra-se reportado que os

homens apresentam sempre resultados superiores comparativamente com as mulheres

(Arias-Palencia et al., 2015; Clemente et al., 2016; Murphy et al., 2019; Pengpid et al.,

2015), o que o que não se verifica no presente estudo Tabela 1). Estes dados, poderão

estar a ser mediados pelo facto de a amostra ser constituída por estudantes de uma

licenciatura com uma formação base ligada ao desporto, depreendendo-se que apresentam

um passado desportivo mais intenso e mais elevado do que a população em geral. Estes

pressupostos têm por base a relevância dos fatores psicossociais e da atividade física e do

desporto (Murphy et al., 2019). Além disso, esta tipologia de população apresenta

também menos constrangimentos naquilo que é a prática de atividade e exercício físico

(Serrano et al., 2017), pelo facto de se manterem muito ativos, mesmo sem praticarem

desporto federado (tabela 1). Estudos recentes, com estudantes universitários de

faculdades de Ciências do Desporto, demonstraram que estes apresentam níveis mais

elevados de AF, sendo considerados como o ponto de referência na determinação dos

níveis a atingir pelas outras faculdades, não diretamente relacionadas com Ciências do

Desporto (Dayi et al., 2017).

No que diz respeito à distribuição dentro das atividades optativas, modalidades

desportivas, e como não existem cotas para a distribuição entre sexos, verifica-se que não

existe uma distribuição uniforme quanto ao número de mulheres nos diferentes desportos,

enquanto que para os homens a distribuição é mais equitativa (tabela 2). A maioria das

mulheres (66.7%), optaram pelas atividades de fitness (Hidroginástica e Ginástica

Aeróbica), enquanto que apenas 4.2% optou por desportos de natureza (Escalada e

Canyoning). Esta distribuição poderá estar relacionada com as questões de género, a

noção do tipo de prática desportiva e o seu papel com “sexo apropriado” e “sexo

inapropriado” e a sua rotulagem com o género do individuo (Knoppers & McDonald,

2010). Com base nesta evidência, a análise em função das disciplinas optativas foi apenas

realizada para o sexo masculino. Considerando este fator, não se verificam diferenças

significativas nas componentes avaliadas no QAF e a prática de exercício físico por parte

dos homens, segundo disciplinas optativas, apesar de aqueles pertencentes ao grupo de

atividades de fitness demostrarem valores médios mais elevados em todas as variáveis

analisadas (tabela 1). Este valor mesmo não sendo significativo poderá estar relacionado

com o facto de ao contrário das mulheres, e como apresentam uma prática de exercício e

Page 128: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

93

atividade física mais ativa, estejam mais predispostos a identificar as opções sem a

rotulagem com o género (Knoppers & McDonald, 2010).

5.1.2 Antropometria e composição corporal

A composição corporal é marcadamente diferente entre sexos, apresentando um TE

elevado em todas as categorias analisadas, com a exceção da densidade mineral óssea

(DMO). Observada a tabela 4, verifica-se claramente uma marcada diferença entre sexos,

com diferenças estatisticamente significativas e em consonância com outras

investigações, observando-se menor percentagem de gordura total, menor quantidade de

gordura corporal; maior quantidade de massa isenta de gordura e maior DMO no sexo

masculino (Karastergiou et al., 2012; Silva et al 2019; Zhu et al., 2014).

Quando os valores de antropometria e composição corporal são comparados com a

variável disciplinas optativas (tabelo 5), não apresentam qualquer diferença significativa.

Estes resultados poderão estar a ser mediados pelo facto de a maioria dos homens

participantes neste estudo (95.7%) reportarem a prática de futebol e como tal, sem

diferenças nas demandas fisiológicas e adaptações induzidas (Fields, Merrigan, White, &

Jones, 2018).

5.1.3 Níveis de Competência Motora

Os valores relativos aos níveis de CM (Tabela 6), encontram-se em linha com as

demais investigações (Lopes, Stodden, et al., 2012; Luz et al., 2019; Rodrigues et al.,

201Silva et al., 2019) onde os homens apresentam valores significativamente superiores

aos das mulheres, em todas as categorias. Os dados do presente estudo, reforçam que este

padrão se continua a verificar em jovens adultos (Silva et al., 2019), apresentando neste

caso maioritariamente (70%) um TE elevado.

No que respeitas aos valores médios, foi tida em consideração a idade média de 20

anos, para se estabelecer a comparação com os valores normativos desta bateria de testes

(Rodrigues et al., 2019). Os resultados indicam que na CM estabilidade, os homens

apresentam um percentil (p) médio de 76 (saltos laterais p85; transposição de p70) e as

mulheres um percentil médio de 70 (saltos laterais p75; transposição de placas p65),

confirmando-se mesmo após este ajuste, que os homens em média, evidenciam melhores

resultados do que as mulheres nesta componente, com ambos os sexos acima dos valores

médios esperados para a sua idade (percentil >50).

Page 129: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

94

Para a CM manipulativa, homens e mulheres apresentam um percentil médio de

62.5 (velocidade de lançamento p55, velocidade de remate p70). Neste caso, não existem

diferenças estatisticamente significativas entre homens e mulheres, após ajuste, segundo

idade e sexo, apresentando um nível de classificação média ligeiramente superior aos

esperado para a sua idade (percentil >50).

A CM locomotora nos homens apresenta um percentil médio de 77.5 (salto

horizontal p70; shuttle run p85) e as mulheres um percentil médio de 75 (salto horizontal

p75; shuttle run p75), demonstrando que para este construto os homens apresentam

melhores resultados do que as mulheres, e um nível de classificação superior aos valores

médios esperado para a sua idade (percentil >50).

A classificação segundo o percentil apresenta resultados bem diferente da totalidade

da amostra, tendo em consideração as idades médias dos grupos das disciplinas optativas

(apenas nos homens). Assim, na CM estabilidade o grupo desportos de natureza apresenta

um percentil médio de 75 (saltos laterais p80; transposição de p70); desportos de ondas

um percentil médio de 65.5 (saltos laterais p70; transposição de placas p65) e atividades

de fitness um percentil médio de 80 (saltos laterais p90; transposição de placas p70). Estes

dados colocam o grupo atividades de fitness num percentil mais elevado que os restantes,

reforçando as afirmações anteriores quanto à possível escolha deste grupo estar

relacionado com as experiências motoras anteriores, maior competência motora numa

área especifica ou até reconhecimento das suas próprias capacidades. Em primeiro lugar,

o facto de se reconhecer fisicamente capaz de realizar tarefas e não ter dúvidas quanto às

suas reais capacidades influencia decisivamente as opções desportivas (Kondrič, Sindik,

Furjan-Mandić, & Schiefler, 2013). Em segundo lugar, devemos ter em consideração que

o facto de a parte estabilizadora estar relacionada com atos motores caraterizados pela

capacidade de sentir uma mudança na interação entre partes do corpo (equilíbrio) e a

capacidade de se ajustar rápida e apropriadamente a essas mudanças (Gallahue et al.,

2012). Por último, também tem influência o facto de os testes que avaliam a CM

estabilizadora se direcionarem para a capacidade de coordenação corporal, com o objetivo

de observar a função motora básica (De Medeiros, Zequinão, Fronza, Dos Santos, &

Cardoso, 2016). Assim, toda esta base teórica fundamenta a razão pela qual se verifica

um percentil mais elevado nos participantes do grupo de atividades de fitness, já que estas

atividades caracterizam-se pela existência de uma sequências de movimentos com

diferentes graus de complexidade, coordenados entre si e com base em um ritmo musical

(Ferreira Rocha, 2008).

Page 130: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

95

A CM manipulativa no grupo desportos de natureza apresenta um percentil médio

de 25 (velocidade de lançamento p10; velocidade de remate p40); o grupo de desportos

de ondas um percentil médio de 42.5 (velocidade de lançamento p40; velocidade de

remate p45) e o grupo de atividades de fitness um percentil médio de 47.5 (velocidade de

lançamento p30; velocidade de remate p65). O grupo de desportos de natureza apresenta

valores de CM manipulativos com um percentil bem distintos dos restantes dois grupos,

embora todos se apresentem com valores médios abaixo do esperado, tendo em conta a

idade e sexo (percentil <50). Como discutido anteriormente, o valor de CM manipulativa

médio no p25, reforça a observação anterior pelo facto de quando nos reconhecemos

fisicamente capazes de realizar uma tarefas e não temos dúvidas quanto às reais

capacidades, esta influencia decisivamente as opções desportivas (Kondrič et al., 2013).

Desta forma, os alunos de desportos de natureza poderão ter optado por esta atividade

devido ao facto de as atividades como a escalda e o canyoning envolvem situações de

manipulação mais linear que não diretamente mover e/ou libertar objetos com as mãos ou

pés, uma vez que a CM manipulativa apresenta uma série de ações que envolvem agarrar,

mover e/ou liberar objetos com as mãos ou pés, tornando estas ações mais desafiadoras e

complexas do que habilidades motoras que não envolvem objeto (Gallahue et al., 2012),

(Ernstbrunner et al., 2018). Para a CM locomotora o grupo desportos de natureza

apresenta um percentil médio de 50 (salto horizontal p40; shuttle run p60); os de

desportos de ondas um percentil médio de 72.5 (salto horizontal p50; shuttle run p95) e

os de atividades de fitness um percentil médio de 55 (salto horizontal p40; shuttle run

p70). Tal como nas componentes anteriores, a CM locomotora pode estar a mediar as

escolhas já que o grupo de desportos de ondas se destaca claramente com um percentil 95

no shutte run. O shuttle run de 10 metros, é realizado para a aferição direta da velocidade

de deslocamento e agilidade (Ortega, Ruiz, Castillo, & Sjöström, 2008), extremamente

importante para conseguir com sucesso concretizar as fases da aprendizagem e execução

das tarefas implicadas na prática do surf (Mendez-Villanueva & Bishop, 2005).

5.1.4 Níveis de capacidade funcional

Passando agora para a capacidade funcional, expressa nos resultados do FMS,

verifica-se alguma uniformidade quando comparados homens com mulheres, excetuando

nos valores significativos apresentados no FMS TSP e no FMS ASLR (Tabela 8). De

facto, os homens apresentam valores estatisticamente significativos mais elevados para o

FMS TSP, enquanto que as mulheres são significativamente melhores no FMS ASLR. O

Page 131: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

96

FMS TSP requer estabilidade simétrica do tronco e membros superiores no plano sagital

durante um movimento simétrico em cadeia cinética fechada (Cook, Burton,

Hoogenboom, et al., 2014a) incluindo estabilidade e controlo neuromuscular que como

demonstrado em outras investigações quando considerado isoladamente pode ser um

indicador da performance no surf (Silva, Clemente, & Lourenco Martins, 2017) ou até

mesmo um bom indicador de equilíbrio funcional (Scudamore, Stevens, Fuller, Coons, &

Morgan, 2018). As diferenças entre homens e mulheres em tarefas que implicam a

musculatura do tronco estão bem documentadas na literatura (Marras, Jorgensen,

Granata, & Wiand, 2001), que pode, em parte explicar estas diferenças significativas

encontradas. Este fator é reforçado por estudos anteriormente realizados em amostras com

idades idênticas (Abraham et al., 2015; Bardenett et al., 2015). O FMS ASLR requer uma

adequada mobilidade da anca, do membro inferior oposto e estabilidade da cintura pélvica

da zona média do corpo (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014a). Os resultados

encontrados para o FMS ASLR (Tabela 8), eram esperados, já que o facto de as mulheres

atingirem melhores resultados, encontra-se bem reportado na literatura disponível

referente ao FMS (Abraham et al., 2015; Bardenett et al., 2015). Com efeito, estes

resultados poderão dever-se a diferenças anatómicas (Lewis, Laudicina, Khuu, &

Loverro, 2017) ou até mesmo a capacidades distintas entre sexos no que respeita à

capacidade de extensibilidade muscular e tolerância ao alongamento (Marshall & Siegler,

2014).

Analisando os dados agregados segundo as disciplinas optativas (Tabela 9),

encontram-se diferenças significativas apenas para o FMS TSP entre o grupo de

atividades de fitness e desportos de ondas. A possível explicação poderá ser a tipologia

de atividade desenvolvida em contexto de ginásio, no grupo de atividades de fitness, já

que a aptidão física do instrutor é um ponto fundamental para a participação dos alunos

em contexto de ginásio (Wininger, 2002). Estes poderão já apresentar essa mesma

caraterística por aquilo que são as suas referências como instrutor.

5.2 Relação entre os níveis de adiposidade e competência motora;

Analisando separadamente homens e mulheres, verificamos não existir uma

uniformidade entre sexos, já que a adiposidade nas mulheres (Tabela 12) relaciona-se

significativamente com os fatores da CM locomotora de forma positiva ou negativa,

enquanto que para os homens (Tabela 13) é sempre negativa para a CM estabilidade, CM

locomotora e CM total. No entanto, embora não exista uniformidade entre homens e

Page 132: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

97

mulheres, as correlações encontram-se dentro do esperado, já que, apresentam-se

positivas no teste shuttle run 10 metros, que avalia a velocidade e/ou agilidade, que

apresenta variabilidade entre sexos e uma relação inversa com a adiposidade (Ortega et

al., 2008; Silva et al., 2019). Estas associações positivas para o shuttle run no grupo

feminino, têm mais significado ldo que outros estudos (Slotte, Sääkslahti, Kukkonen-

Harjula, & Rintala, 2018) já que aqui é utilizada uma medida mais direta para a aferição

da gordura corporal (DXA).

Considerando as atividades locomotoras, e por se tratar de atividades que envolvem

necessariamente vencer a força da gravidade, são influenciadas pelo excesso de peso

corporal (Barnett et al., 2016; Prskalo, Badric, & Kunjesic, 2015), que de acordo com a

hipótese da restrição morfológica (Niederer et al., 2012) indica que o peso corporal não

ajuda a realização de atividades que envolvem mudanças do centro de massa. Por outro

lado, as correlações significativas, encontradas para ambos os sexos para a CM

locomotora, estão em linha com o encontrado quando comparadas crianças e adolescentes

com peso normal com outras com excesso de peso, onde estes apresentavam mais

dificuldades em tarefas como saltar e correr (Okely et al., 2004; Prskalo et al., 2015) e em

jovens adultos da mesma faixa etária (Silva et al., 2019).

A sua associação significativa e elevada entre a CM total e a DMO, para as mulheres,

está provavelmente relacionada com o facto de a DMO atingir o seu pico de

desenvolvimento entre os vinte e os trinta anos (L. Santos, Elliott-Sale, & Sale, 2017), no

qual se enquadra a amostra, e o facto de baixos níveis de DMO terem sido encontrados

em adolescentes com dificuldades motoras (Hands et al., 2019) e em crianças,

adolescentes e adultos com baixa competência motora (Cantell et al., 2008). Para os

homens, além das correlações positivas discutidas anteriormente na CM locomotora,

foram encontradas também na CM estabilidade e CM total (Tabela 14). Estes resultados

então de acordo com vários estudos transversais e longitudinais que encontraram

associações inversas entre a CM e composição corporal, avaliada por diferentes métodos

para aferir a composição corporal (pregas adiposas; circunferência da cintura; ou índice

de massa corporal) (D’Hondt et al., 2011; Greier & Drenowatz, 2018; Henrique et al.,

2016; Rodrigues et al., 2016a) e DXA (Slotte et al., 2015). Por outro lado, crianças com

um aumento mais rápido na CM ao longo da infância encontram-se menos propensas a

desenvolver uma condição de sobrepeso ou obesidade (Rodrigues et al., 2016a), podendo

este fator estar também aqui presente principalmente para os homens, já que a CM total

e todos os fatores de gordura corporal apresentam correlações significativas e negativas.

Page 133: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

98

No entanto, os presentes dados têm uma maior relevância para esta causalidade

relativamente aos estudos referidos anteriormente, já que a composição corporal foi

avaliada com DXA e as habilidades motoras foram avaliadas segundo um método

padronizado (Slotte et al., 2018).

O menor número de correlações encontradas entre sexos, pode estar a ser mediada pelo

facto de as mulheres tenderem a ser fisicamente menos ativas do que os homens

(Thompson et al., 2003) e a avaliação ter sido realizada com um instrumento orientado

para o resultado (quantitativo), que tende a ser mais influenciado por fatores biológicos,

do que instrumentos orientados para o processo (qualitativos) (Hardy, Reinten-Reynolds,

Espinel, Zask, & Okely, 2012).

5.3 Relação entre níveis de adiposidade e capacidade funcional;

A capacidade funcional é mais associada a ações que envolvem a realização de

movimentos em vários planos e com recurso a diversas articulações, requerendo

simultaneamente mobilidade e estabilidade, pode ser caraterizado como o movimento

ideal (Abraham et al., 2015). Este movimento ideal, pode ser definido para todas as faixas

etárias, demonstrado pela coordenação da sua execução, força e resistência muscular que

culmina na melhoria das atividades de vida diária e/ou desempenho desportivo (Walter

R. Thompson, 2017, 2018).

Partindo deste pressuposto, e como verificado, seria de esperar que a gordura corporal

apresenta-se uma relação inversa com o resultado final do FMS, como verificado em

outras populações (Beardsley & Contreras, 2014), em crianças (Duncan & Stanley, 2012;

Duncan, Stanley, Wright, & Leddington Wright, 2013; Molina-Garcia et al., 2019), em

jovens adultos atletas de várias modalidades desportivas (Campa, Piras, Raffi, & Toselli,

2019; Nicolozakes, Schneider, Rower, Borchers, & Hewett, 2017) e homens adultos

(Cornell, Gnacinski, Zamzow, Mims, & Ebersole, 2016).

Este padrão apresenta-se bem definido para as mulheres, como verificado

anteriormente. No entanto, no presente estudo, para os homens, não se verificaram

associações significativas com o resultado final do FMS. Sendo o Índice de Massa

Corporal (IMC) uma medida indireta da gordura corporal (Nuttall, 2015) e estando a ser

utilizada na maioria das investigações sobre o tema (Beardsley & Contreras, 2014; Campa

et al., 2019; Cornell et al., 2016; Duncan & Stanley, 2012; Duncan et al., 2013; Molina-

Garcia et al., 2019), os resultados agora reportados poderão estar a ser influenciados pela

utilização da avaliação com DXA. No entanto, um estudo com jovens futebolistas,

Page 134: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

99

utilizando DXA na avaliação da percentagem de gordura corporal (Nicolozakes et al.,

2017), verifica a existência de uma relação significativa e negativa com o resultado final

do FMS.

As restantes associações significativas tanto para homens como para mulheres

referente às diferentes medidas da gordura corporal, poderão dever-se à influência

negativa da adiposidade nas atividades de vida diária, mais especificamente nas alterações

nos padrões de marcha, com influência no tornozelo, joelho e anca, estrutura muscular e

mobilidade (Nantel, Mathieu, & Prince, 2011), implícitas nas tarefas como: FMS DS;

FMS HS; FMS ILL; FMS ASLR; e FMS RS (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014a,

2014b). Assim, e como o FMS TSP está fora deste padrão e requer estabilidade simétrica

do tronco e membros superiores no plano sagital durante um movimento simétrico em

cadeia cinética fechada (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014a), a associações

negativas apresentada poderá dever-se ao facto de requerer o vencer a força da gravidade

que é influenciada pelo excesso de peso corporal (Barnett et al., 2016; Prskalo et al.,

2015), bem como sendo muito pesado não ajudar a realização de atividades que envolvem

mudanças do centro de massa (Niederer et al., 2012). Estas mesmas associações

manifestam-se apenas para as mulheres que geralmente também apresentam um resultado

mais baixo do que os homens para o FMS TSP (Abraham et al., 2015; Bardenett et al.,

2015; Silva et al., 2017). Já no que respeita à DMO e a sua relação com o FMS, a pesquisa

nas bases de dados científicas não permitiu encontrar nenhum estudo que se centre nesta

questão. Desta forma, e apresentando as mulheres uma relação negativa com FMS SM e

os homens com FMS RS, percebe-se que a influência não é a mesma entre sexos. Isto

porque, a força, estrutura muscular e óssea encontram-se proporcionalmente

relacionados, já que sobre condições de não utilização, a massa muscular reduz, seguida

pela perda de massa óssea, enquanto que durante a recuperação os ganhos de massa

muscular são precedidos de ganhos de massa óssea (Sievanen, Heinonen, & Kannus,

1996).

5.4 Relação entre competência motora e capacidade funcional;

Apesar de na sua estruturação estar implícita a divisão do FMS em movimentos

fundamentais baseados no controlo motor, subdivido em atividades locomotoras,

manipulativas e estabilizadoras (Cook et al., 2006), estes fatores não são verificados

quando testadas as associações entre o FMS e a CM. No entanto, o resultado final do FMS

apresenta associações significativas moderadas e positivas com as tarefas e constructos

Page 135: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

100

da CM estabilidade, enquanto que o FMS TSP explica 100% dos resultados da CM

(Tabela 16).

As tarefas de estabilidade encontram-se relacionadas com atos não locomotores, como

rodar, dobrar e torcer o corpo, que caraterizam a capacidade de transitar mediante a

interação entre as diferentes partes do corpo (equilíbrio) e a capacidade de se ajustar

rapidamente e apropriadamente a estas mudanças (Gallahue et al., 2012). Essencialmente,

o FMS é composto por sete movimentos fundamentais que colocam um individuo em

posições extremas onde os pontos mais fracos e as assimetrias se tornam mais visíveis,

permitindo identificar mais facilmente onde a estabilidade e mobilidade não estão a ser

utilizados corretamente (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b). Considerando estes

conceitos e as correlações significativas e positivas entre a CM estabilidade e o resultado

final do FMS, em jovens adultos, fica bem ilustrado que o FMS traduz a CM estabilidade

e vice-versa. No entanto, a ideia de que o FMS proporciona a observação de tarefas

motoras básicas relacionadas com movimentos locomotores e manipulativos (Cook,

Burton, Hoogenboom, et al., 2014b) não é tão explicito quando aferido por tarefas

orientadas para o produto (quantitativas) com a bateria utilizada. Esta noção, é reforçada

quando analisado o FMS ILL, já que se centra na avaliação simultânea de movimentos

laterais, de rotação e desaceleração (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b),

apresentando um correlação negativa com todas as componentes da CM manipulativa

(Tabela 16).

Cada um dos testes do FMS tem uma contribuição para o resultado final e uma

implicação clinica específica (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b), embora como

demonstrado em outras investigações, o FMS TSP quando utlizado de forma individual,

pode ser um indicador de função física em surfistas (Silva et al., 2017), ou até mesmo um

indicador de equilíbrio, (Scudamore et al., 2018), quando utilizado como medida de

equilíbrio funcional.

Os resultados evidenciam que o FMS TSP apresenta um papel importante na CM, já

que se relaciona estatisticamente de forma significativa com 100% da CM (Tabela 16).

Quando comparados homens e mulheres, os homens jovens adultos, tendem a apresentar

diferenças na musculatura do tronco (Marras et al., 2001), facto que pode estar a mediar

os resultados, uma vez que homens e mulheres apresentam diferentes níveis de

correlações quando analisados separadamente (Tabela 17 e 18). No entanto, o shuttle run

de 10 metros, demonstra uma correlação estatisticamente significativa e negativa com o

FMS TSP. Esta correlação pode dever-se ao facto do teste medir a velocidade e/ou

Page 136: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

101

agilidade (Ortega et al., 2008) e o FMS TSP requerer a estabilidade do tronco para a

transferência de força de forma simétrica entre os membros superiores e inferiores e vice

versa (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b), bem como o resultado melhor para o

shuttle run, corresponde ao tempo mais baixo. No entanto, estes fatores podem também

estar a ser influenciados pelo fato da amostra não ser uniforme (diferença em número de

homens e mulheres na amostra) e as mulheres apresentarem performances inferiores no

FMS TSP e nas tarefas em geral da CM (Abraham et al., 2015; Bardenett et al., 2015;

Luz et al., 2019; Luz, Rodrigues, et al., 2017; Silva et al., 2019).

Analisando separadamente por sexos, e considerando as correlações entre o FMS e a

CM, são verificadas magnitudes e significâncias muito semelhantes aos anteriores,

reforçando a noção de que o FMS prevê a CM estabilidade em jovens adultos. Como já

referido, estes dados podem estar a ser mediados pelo facto de as mulheres apresentarem

uma performance marcadamente diferente dos homens (Abraham et al., 2015; Bardenett

et al., 2015; Luz et al., 2019; Luz, Rodrigues, et al., 2017).

A associação entre o FMS (qualitativo) e o MCA (quantitativo) é reforçada, já que

para os homens, os dois resultados finais (FMS e CM) demonstram associações

significativas. O mesmo se verifica para os homens, para o FMS ILL e a associação com

a CM manipulativa (tarefas e construto). Fica ainda mais claro quando considerado que

o FMS ILL tem por objetivo desafiar o tronco e as extremidades a resistir à rotação

enquanto se mantem o alinhamento apropriado (Cook, Burton, Hoogenboom, et al.,

2014b). A correlação negativa não era esperada, já que as tarefas manipulativas

tipicamente envolvem ações como agarrar, mover e/ou lançar objetos com a mão ou com

o pé, tornando-as mais exigentes e complexas do que aquelas tarefas motoras que não

envolvem objetos (Gallahue et al., 2012) e as articulações da cintura pélvica e da coluna,

necessitam do alinhamento correto para realizarem tarefas de estabilidade que o corpo

necessita para conseguir realizar de forma eficiente tarefas distais (exemplo: lançar)

(Kibler et al., 2006). Este conceito está ainda relacionado com a correlação positiva entre

o FMS RS e CM manipulativa, embora a associação positiva encontrada no presente

estudo está de acordo com o conhecimento de que o movimento do FMS RS necessita

adequada coordenação neuromuscular e transferência de energia de um segmento para o

outro através do tronco (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014a).

Tanto a CM como o FMS são influenciados pelo estado maturacional (ficando mais

preciso após o pico médio de crescimento) (Portas, Parkin, Roberts, & Batterham, 2016),

excesso de peso (Silva et al., 2019), limitações funcionais e tarefas motoras (Duncan &

Page 137: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

102

Stanley, 2012). Independentemente de ser homem ou mulher, o FMS relaciona-se com a

CM estabilidade, podendo estar ligado ao facto de o FMS ser um meio de aferir

ineficiências motoras relacionadas com o retorno à pratica de exercício físico após um

programa de reabilitação devido a lesão ou cirurgia (Cook, Burton, Hoogenboom, et al.,

2014b; Silva et al., 2017). Por outro lado, o FMS avalia a mobilidade funcional e a

estabilidade postural sem locomoção, segundo um conjunto de testes que utilizam rotação

interna e externa, flexão da anca, e estabilidade da zona central do corpo (core) (Frost,

Beach, Callaghan, & McGill, 2012), que se encontram relacionados com as tarefas e

construtos da CM estabilidade.

5.5 Influência dos níveis de competência motora nas opções das disciplinas de

componente optativa;

Tratando-se apenas de homens e com uma diferença mínima entre os valores médios

apresentados (Tabela 19), a não existência de diferença após a análise comparativa, leva

a pensar que a CM parece não influenciar as escolhas das disciplinas optativas, embora

contraste com os resultados individuais discutidos no ponto 5.1, tendo como referência a

CM e os valores dos percentis relacionados com a idade média de cada grupo.

5.6 Influência dos níveis de capacidade funcional e composição corporal nas opções

das disciplinas de componente optativa;

Tendo por base a mesma análise realizada no ponto anterior, mas tendo em

consideração a composição corporal e a capacidade funcional, foram encontradas

algumas diferenças significativas (Tabela 20).

A primeira diferença significativa relaciona-se com o facto de comparativamente com

os restantes grupos, o grupo de desportos de Natureza e Atividades de Fitness apresentar

valores de gordura corporal significativamente mais elevados do que os restantes,

enquanto que o grupo de Atividades de Fitness apresenta resultados significativamente

superiores para o FMS TSP comparativamente com os outros dois grupos.

As primeiras diferenças encontradas, estarão a ser mediadas pelo facto de tanto as

atividades de fitness (Melton, Dail, Katula, & Mustian, 2011) como as de desportos de

ondas (Evers, 2009) estarem mais associados à aparência física, relacionada com o culto

do corpo e masculinidade, onde uma mais elevada presença de gordura corporal poderá

intermediar a escolha. Já o facto de o grupo de Atividades de Fitness apresentar resultados

melhores no FMS TSP, pode estar a ser induzido pelo que já foi demonstrado neste

Page 138: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

103

estudo, quando analisada a CM e os resultados do FMS. Assim, ficou demonstrado que o

FMS TSP explica 100% da CM e quando nos reconhecemos fisicamente capazes de

realizar uma tarefas e não temos dúvidas quanto às reais capacidades, optamos mais por

uma atividade em detrimento de outra (Kondrič et al., 2013). A aparência física de um

instrutor é visto como um ponto fulcral para o sucesso na profissão (Melton et al., 2011),

bem como aquilo que ele é capaz de fazer (Wininger, 2002). Assim, os participantes do

grupo de fitness poderão já apresentar um perfil por aquilo que são as referências de um

instrutor, uma vez que um resultado elevado no FMS TSP requerer a concretização de

uma tarefa exigente devido concretização simultânea da estabilidade do tronco para a

transferência de força de forma simétrica entre os membros superiores e inferiores e vice

versa (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b).

5.7 Alterações após 12 meses na aptidão física, composição corporal e densidade

mineral óssea

Os níveis de AF e composição corporal apresentam uma trajetória diferente para

homens e mulheres após 12 meses. Para as mulheres, verifica-se que os níveis de AF se

mantêm praticamente inalterados enquanto que % gordura corporal decresceu (Tabela

24). Considerando que a massa isenta de gordura é a soma da água corporal, o valor total

da proteína corporal, hidratos de carbono, lípidos isentos de gordura e minerais no estado

molecular (Prado & Heymsfield, 2014), estas alterações podem ser consideradas positivas

naquilo que é o peso corporal, uma vez que houve uma redução na percentagem de

gordura corporal (-3.7%). Assim, o aumento do peso corporal está a ser mediado pela

massa isenta de gordura e não pelo aumento da gordura corporal (TE= 0.726). Por outro

lado, os homens demostram uma redução significativa no valor total de AF e AF de lazer,

bem como aumento da massa isenta de gordura (TE= 0.555) e DMO (TE= 0.555). A

massa isenta de gordura exclui gordura e os compartimentos minerais ósseos (Prado &

Heymsfield, 2014) indicando que o aumento da DMO está relacionada com o crescimento

ósseo (aumento da altura). No entanto, osso e músculo encontram-se proporcionalmente

relacionados, já que sobre condições de desuso, a massa muscular decresce seguida de

uma diminuição da massa óssea, enquanto que a fase de recuperação muscular é precedida

uma recuperação da massa óssea (Sievanen et al., 1996). Este fator justifica claramente

os resultados obtidos relativos ao aumento da massa isenta de gordura (Tabela 25). No

entanto, o aumento ósseo acontece desde o nascimento até à adolescência, com

aproximadamente 90% da massa óssea a ser adquirida até aos 20 anos de idade (Henry,

Page 139: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

104

Fatayerji, & Eastell, 2004). Em média, as raparigas, param o crescimento três anos antes

dos rapazes (Malina, 2014), fator que pode estar a mediar as diferenças encontradas nas

diferentes trajetórias encontradas entre homens e mulheres do presente estudo.

Analisando a AF, verifica-se uma diminuição significativa nos níveis de AF dos

homens, (menos 0.6% na AF desporto e menos 21.7% na AF lazer), descida esta que

estará a ser mediada pelas rotinas inerentes à entrada no ensino superior e às suas

motivações (Buckworth & Nigg, 2004; Kondrič et al., 2013). Em estudantes

universitários, os fatores motivacionais que mais contribuem para a sua participação em

AF relaciona-se com: amigos, fatores ambientais, popularidade do desporto, aptidão

física e saúde (Kondrič et al., 2013). No entanto, os seres humanos são motivados pela

sua necessidade psicológica fundamental relacionada com a capacidade de concretização

de tarefas, autonomia e relacionamento pessoal (Murphy et al., 2019), em que as

motivações dentro daquilo que é a educação física e os desportos organizados, podem ser

parcialmente influenciadas (Buckworth & Nigg, 2004). Desta forma, e contrariamente a

outros estudos (Keating, Guan, Pinero, & Bridges, 2005) os hábitos de AF não estão

dependentes da influência dos horários de funcionamento nem da disponibilidade das

instalações desportivas já que estas se encontram no campos académico, com um horário

de funcionamento alargado e com disponibilidade diária. No entanto, os estudantes de

ciências do desporto encontram alguns desafios, uma vez que o currículo apresenta uma

componente muito grande de tarefas que envolvem exercício físico, que podem estar a

influenciar a diminuição dos níveis de AF habitual. A análise segundo as disciplinas

optativa não demostra qualquer diferença significativa quanto aos níveis de AF.

Relativamente à composição corporal e pelas razões mencionadas anteriormente no ponto

5.6, onde este grupo (homens) já apresentava parâmetros melhores do que os restantes

para a composição corporal e índices mais elevados de CM (ponto 5.1). Fica bem balizado

que a CM e a AF, sendo construtos diferentes encontram-se intimamente relacionados

(Utesch et al., 2019) e a prática de AF influencia positivamente a CM e as diferentes

componentes da aptidão física (Stodden et al., 2008).

5.8 Alterações após 12 meses na Competência Motora

Tendo em consideração os valores normativos para a bateria MCA (Rodrigues et al.,

2019) e a idade média de 20 anos para as mulheres e 22 para os homens, verificamos que

as mulheres aumentaram significativamente os saltos laterais do p60 para o p80 e no salto

horizontal, do p60 para o p85. Os homens decresceram significativamente a velocidade

Page 140: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

105

de lançamento do p25 para o p07, o salto horizontal do p45 para o p05 e o shuttle run de

10 metros do p90 para o p30. Estas mudanças verificadas nos percentis permitem uma

melhor observação e entendimento do TE elevado verificado nas mulheres na CM total,

CM estabilidade e CM manipulativa (Tabela 27). Para os homens, as mudanças

verificadas nos percentis também demonstram claramente a razão do TE elevado e o

porquê da diminuição significativa no construto da CM manipulativa (Tabela 28). Por

outro lado, o salto horizontal também se apresenta como uma medida de CM e aptidão

física (Utesch et al., 2019), facto que provavelmente poderá mediar os resultados

encontrados para homens e mulheres. No entanto, estas alterações apresentam diferentes

magnitudes, alterando-se de acordo com os níveis de AF, já que os homens decresceram

a quantidade de AF e o resultado total do salto horizontal diminuiu, enquanto que as

mulheres apresentaram um percurso de crescimento para o resultado do salto horizontal

ao manterem níveis idênticos de AF (Tabela 22, 23, 27 e 28). Os homens também

apresentam uma diminuição no shuttle run a 10 metros, velocidade de lançamento e CM

manipulativa. O shuttle run a 10 metros tem por objetivo aferir a velocidade e/ou

agilidade (Ortega et al., 2008) e as tarefas específicas da parte manipulativa envolvem

tipicamente uma série de ações mais desafiantes e complexas do que tarefas motoras que

não envolvem objetos (Gallahue et al., 2012). Assim, estas competências motoras

requerem vários níveis de maturação neuromuscular que interagem com o crescimento,

proporções e experiência (Malina, 2014). Estas evidências e o aumento significativo na

altura, massa isenta de gordura e DMO para os homens, pode ter levado a uma diminuição

momentânea na proficiência deste tipo de tarefas. Por outro lado, os homens também

apresentam uma diminuição significativa nos níveis de AF e a prática de AF influencia

positivamente a CM e as diferentes componentes da aptidão física (Stodden et al., 2008),

que se encontram diretamente ligadas pela função neuromuscular, e indiretamente pela

participação em atividades motoras (Cattuzzo et al., 2016). Já as mulheres, melhoraram

em todas as tarefas e construtos da CM, apresentando melhorias significativas na CM

estabilidade e CM manipulativa, mantendo níveis semelhantes de AF. Estas variações

após 12 meses são extremamente interessantes de se observar, indicando claramente que

a CM e a atividade física, sendo construtos diferentes encontram-se intimamente

relacionados (Utesch et al., 2019), podendo não ser tão evidentes em jovens adultos.

O desenvolvimento motor pode ser definido como as alterações às adaptações

induzidas à realização de tarefas que necessitam de ajuste, compensação e mudança ao

longo da vida (Bisi & Stagni, 2016). As mudanças na CM das mulheres podem estar

Page 141: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

106

diretamente relacionadas com experiências motoras novas e/ou mais desafiantes,

relacionadas com as implicações da prática induzida pelo currículo académico, que obriga

á realização de diferentes desportos/habilidades. Mesmo sem se verificar um aumento nos

níveis de AF, durante o período em causa e devido às exigências do currículo académico,

todos os indivíduos foram obrigados à prática de futebol, voleibol, andebol, hóquei em

patins, atletismo (saltos e corridas) e escalada. O aumento significativo na CM total,

poderá estar a ser influenciado pelas alterações nos construtos da CM estabilidade e

manipulativa, tarefas geralmente associadas a uma performance mais reduzida nas

mulheres e que podem ser influenciadas pela prática desportiva e fatores culturais (Luz

et al., 2019; Luz, Rodrigues, et al., 2017). No entanto e quando comparados homens e

mulheres, estas tendem a ser menos fisicamente ativas do que os homens (Thompson et

al., 2003), sugerindo menos prática e consequente menos experiência motora. Outro

ponto a ter em consideração é que os construtos da CM podem variar de acordo com os

níveis de performance e a idade (Utesch et al., 2019), justificando aquilo que se encontrou

neste estudo, já que podemos assumir que segundo a teoria dos sistemas dinâmicos

(Thelen, 2005), estas variações entre estímulos mais exigentes e diferenciados leva a

novas adaptações e melhorias na CM geral. Pode-se ainda considerar que,

comparativamente, existem muitas tarefas idênticas em vários desportos (eg. driblar;

rematar; saltar e correr) que envolvem controlo e coordenação neuromusculares (Utesch

et al., 2019) indicando um codesenvolvimento da CM e os resultados alcançados.

Considerando agora as disciplinas optativas e analisando os valores dos construtos

da CM, verifica-se que aqueles que optaram pelos desportos de natureza e desportos de

ondas diminuíram significativamente os valores da CM manipulativa (Tabela 29). Como

explorado anteriormente, estas optativas apresentam uma significativa diminuição de

tarefas que envolvem controlo de objetos como driblar, atirar e rematar, que poderão estar

a mediar esta diminuição da proficiência em tarefas manipulativas. No que respeita

aqueles que optaram por desportos de natureza, verifica-se também uma diminuição

significativa da CM total, que está certamente a ser influenciada pelas tarefas de CM

manipulativa, já que apresenta uma diminuição significativa nas duas tarefas inerentes a

esta capacidade (velocidade de remate e de lançamento). Reforçando esta observação,

está o facto, que de acordo com os valores normativos (Rodrigues et al., 2019), a

velocidade de lançamento passar do p15 num primeiro momento para p05 no segundo e

a velocidade de remate passar do p40 para o p05 no segundo momento. Analisando os

restantes grupos, verifica-se que aqueles que se encontravam nos desportos de ondas

Page 142: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

107

apresentaram uma diminuição significativa para velocidade de lançamento, do p35 para

o p05 enquanto os de atividades de fitness passaram do p60 para o p10 na velocidade de

remate. Estas alterações poderão dever-se ao facto de aqueles que estão nas atividades de

ondas não apresentarem tarefas específicas de manipulação de objetos com os membros

superiores (Mendez-Villanueva & Bishop, 2005) em contraste com as atividades de

fitness, que não apresentam tarefas específicas de manipulação de objetos com os

membros inferiores. Prosseguindo esta análise, verifica-se ainda que estes dois grupos no

shuttle run de 10 metros passaram de um p95 para um p40 no grupo de desportos de ondas

e de um p70 para um p30 nas atividades de fitness. Para os primeiros, e tratando-se do

shuttle run de 10 metros, onde está implícita a velocidade de deslocação e agilidade

(Ortega et al., 2008), numa superfície plana, os resultados estão dento do esperado, já que

ao estarem mais expostos a um treino com instabilidade (utilização de prancha de surf na

água), serão capazes de exercer mais força segundo condições semelhantes de

instabilidade (Behm, Colado, & Colado, 2013). Outro fator para este grupo, está

relacionado com o treino com instabilidade estar associado à diminuição da potência de

membros inferiores (Tran et al., 2015). Já para o outro grupo (atividades de fitness), os

resultados poderão a estar a ser mediados pelo facto de estarem sujeitos a tarefas de treino

predominantemente de resistência e de força na sua componente de resistência como

ginástica aeróbica, step, hidroginástica e ginástica localizada, levando a que segundo o

princípio da especificidade (Reilly, Morris-Paterson, & Whyte, 2009), se criem

adaptações especificas que são dispares daquelas envolvendo manifestações de

velocidade de deslocação como no shuttle run de 10 metros (Ortega et al., 2008).

5.9 Alterações após 12 meses na Capacidade Funcional

Analisando os valores normativos para o FMS relativos à mesma faixa etária da aqui

estudada (Schneiders, Davidsson, Hörman, & Sullivan, 2011), mas a onde contam apenas

os valores relativos aos resultados finais do FMS, verifica-se que na primeira avaliação,

tanto homens como mulheres apresentam valores inferiores aos estabelecidos como

referência (homens 15.8±1.8; mulheres 15.6±2.0). Após 12 meses esse padrão altera-se

para as mulheres, que passam a apresentam uma alteração significativa, com um score de

13.8 pontos para 15.0 pontos e os homens de 14.2 pontos para 14.7 pontos. Assim, as

mulheres passam de um valor abaixo da média para a sua idade em 1.8 pontos para apenas

0.8 pontos, e os homens de um valor de 1.6 pontos para 1.1 pontos. Considerando que o

resultado final do FMS depende dos resultados dos restantes testes (Cook, Burton,

Page 143: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

108

Hoogenboom, et al., 2014b), estas alterações são em parte explicadas pelo facto de após

12 meses, os homens melhorem significativamente do FMS DS enquanto que as mulheres

apresentam melhorias significativas para o FMS TSP. Estes resultados estão de acordo

com o encontrado em outros estudos que reportaram alterações em algumas dos padrões

de movimento realizados quando da avaliação do FMS é realizada durante o decorrer de

uma época desportiva em atletas universitários de futebol e voleibol da mesma faixa etária

(Mokha, Sprague, & Gatens, 2016). Apesar disso, e como discutido anteriormente, a

prática de AF, no presente estudo é diferente entre homens e mulheres (Tabela 21 e 22).

Os homens diminuíram substancialmente os níveis de AF, mas melhoraram

significativamente o padrão de movimento que desafia os mecanismos corporais como

um todo, mais necessário na generalidade dos movimentos desportivos (Cook, Burton,

Hoogenboom, et al., 2014b). Estas alterações poderão estar relacionadas com o facto de

a capacidade funcional e a performance serem construtos diferentes (Silva et al., 2017) e

a prática de atividade física não ser o único fator que influencia positivamente a

capacidade funcional e os vários componentes da condição física. Mesmo sem um

aumento dos níveis de AF, durante o período que decorreu entre avaliações, todos os

indivíduos foram sujeitos a uma prática desportiva. Esta variedade de estímulos levou a

novas adaptações e a melhorias na proficiência geral, como verificado por Thelen

(Thelen, 2005). Estes aspetos e o facto de se verificar um significativo aumento da altura,

massa isenta de gordura e densidade mineral óssea, pode também ter levado a novas

adaptações que por sua vez se traduziram em alterações na capacidade funcional. De uma

forma geral, quando comparamos os homens e as mulheres, estas últimas tendem a

apresentar valores inferiores para o FMS TSP (Abraham et al., 2015; Bardenett et al.,

2015), no entanto as alterações aqui observadas indicam uma alteração de valores médios

que são considerados baixos (inferior a 2) para valores normais (superior ou igual a 2 e

inferior a 3) após 12 meses. O FMS TSP nas mulheres está descrito como sendo mais

sensível à estabilidade da zona media (core) em contraste com a força do tronco e

membros superiores (Chorba, Chorba, Bouillon, Overmyer, & Landis, 2010). Quando

considerado separadamente, é um indicador fiável da capacidade funcional em

populações especificas (Silva et al., 2017). Desta forma, as melhorias observadas poderão

estar relacionadas com experiências motoras novas e/ou mais desafiantes relacionadas

com as disciplinas de carater prático decorrentes do currículo académico, que exigiram o

domínio de diferentes tarefas e habilidades especificas, bem como das alterações na

Page 144: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

109

composição corporal mais especificamente a massa isenta de gordura e % de gordura

corporal.

Considerando as disciplinas optativas, verificam-se alterações significativas no FMS

ASLR naqueles que optaram pelos desportos de natureza e no resultado final naqueles

que optaram pelos desportos de ondas (Tabela 32). As alterações no FMS ASLR, para os

que optaram por desportos de natureza, são negativas. Considerando que o FMS ASLR

procura a demonstração da flexibilidade ativa dos músculos posteriores da coxa com

adequada mobilidade da anca e do membro inferior oposto, com estabilidade da cintura

pélvica e da zona média do corpo (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014a)

desenvolvida unicamente no plano frontal, pode estar a interferir com os resultados. Isto

porque as disciplinas práticas neste grupo estão relacionadas com desportos como

escalada, que requerem posicionamento de abdução e rotação externa da anca (Draper,

Brent, Hodgson, & Blackwell, 2009), onde a flexibilidade parece não desempenhar um

papel fundamental, explicando em média 0.3% da performance, enquanto que o treino

específico apresenta um papel preditivo de 58.9% (Mermier, Janot, Parker, & Swan,

2000; Sheel, 2004).

Observando os valores do resultado final do FMS verificamos alterações

positivas. A mudança significativa geral aqui demonstrada (Tabela 32) está relacionada

com o facto de o resultado final do FMS estar dependente dos resultados dos diferentes

padrões (Cook, Burton, Hoogenboom, et al., 2014b); do FMS avaliar a mobilidade

funcional e a estabilidade postural sem locomoção (Frost et al., 2012), e estes padrões de

movimento se encontram bem presentes naquilo que são as tarefas especificas do surf (

Silva et al., 2017).

Page 145: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

110

6- CONCLUSÃO

Os objetivos gerais e específicos foram cumpridos na sua totalidade, levando à

apresentação dos resultados em encontros de caris científico (anexo IV e V), bem como

a concretização de quatro artigos científicos (anexo VI). Destes, dois encontram-se

publicados e os restantes em fase de revisão, todos em revistas científicas indexadas, com

revisão por pares e dedicadas à temática em estudo.

A primeira hipótese levantada e um dos principais fatores que envolvem esta tese

estava relacionada com a premissa de se perceber se de facto, em jovens adultos, os testes

do Functional Movement Screen (FMS) se encontravam alicerçados nos construtos da

CM. Esta premissa não foi verificada quando testadas as associações entre o FMS e a

CM. No entanto, o resultado final do FMS demonstrou associações significativas

moderadas e positivas com as tarefas e constructos da CM estabilidade,

independentemente do sexo, enquanto que o FMS Trunk Stability Push-up (TSP) explica

100% dos resultados da CM. Fica assim bem ilustrado que o FMS traduz a CM

estabilidade e vice-versa, permanecendo dúvidas quanto à noção que o FMS proporciona

a observação de tarefas motoras básicas relacionadas com movimentos locomotores e

manipulativos. Outra importante constatação está relacionada com o facto de se

demonstrar que o FMS TSP apresenta um papel determinante na avaliação da CM.

Seguido a linha de investigação, ficam dúvidas sobre a possibilidade de uma melhor

CM estar associada a uma também melhor capacidade funcional. Esta dúvida apresenta-

se pela ausência de correlação positiva entre os resultados finais da CM com o FMS, de

forma consistente, uma vez que apresentam uma magnitude baixa quando analisada toda

a amostra (r= 0.263), que quando desagregada por sexos, deixa de ser significativa para

as mulheres, mas mantendo-se significativa e positiva para os homens (r= 0.376). Estas

constatações podem estar relacionadas com a hipótese 3, já que homens e mulheres

apresentam diferenças naquilo que são os diferentes testes do FMS. Estas diferenças entre

sexos, encontram-se em tarefas que implicam a musculatura do tronco (FMS TSP), onde

os homens apresentam melhores resultados, e em tarefas de mobilidade da anca, do

membro inferior oposto e estabilidade da cintura pélvica da zona média do corpo (FMS

ASLR), onde as mulheres apresentam melhores resultados. Estes dados encontram-se em

linha com a literatura disponível referente ao FMS (Abraham et al., 2015; Bardenett et

al., 2015).

Page 146: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

111

Sendo a amostra composta por jovens adultos, e porque o desenvolvimento da CM

não é um fator a ser considerado devido às faixas etárias, fica demonstrado o espiral

positivo dos níveis de CM e a prática de AF e os impactos na composição corporal (weight

status), apesar de não tão evidente como em crianças e adolescentes. Fica também

evidente que a massa gorda apresenta-se como um fator determinante nos construtos

locomotores e manipulativos e a densidade mineral óssea nas tarefas manipulativas, mas

apenas para o sexo masculino. Grande parte da hipótese cinco é verificada já que, a CM

influencia positivamente a composição corporal (weight status), particularmente em

tarefas locomotoras e estabilizadores.

Tratando-se de uma amostra onde existe uma obrigatória exposição semanal à prática

de diferentes modalidades desportivas decorrentes do currículo académico, a hipótese seis

que está alicerçada na possibilidade da CM e a capacidade funcional influenciarem as

escolhas das disciplinas optativas (componente desportiva) não é confirmada, já que não

se verifica uma influência clara da CM e as escolhas das disciplinas optativas, embora o

mesmo padrão não seja tão evidente para a capacidade funcional. Ficou demonstrado

ainda que aqueles que apresentam melhor resultados para o FMS TSP optaram pelo grupo

de Atividades de Fitness.

A hipótese sete apresenta diferentes evidências para homens e mulheres, uma vez que

os níveis de AF após 12 meses apresentam também diferentes trajetórias. Para as

mulheres verificou-se que os níveis de AF permaneceram praticamente inalterados,

enquanto que os homens demonstraram uma redução significativa no valor total de AF e

AF de lazer. Estas diferenças foram provavelmente mediadas pelas rotinas inerentes à

entrada no ensino superior e as suas motivações. Após 12 meses, a composição corporal

também apresenta uma trajetória diferente entre homens e mulheres. As mulheres

apresentam uma percentagem de gordura corporal mais baixa e um aumento do peso

corporal, mediada pela massa isenta de gordura e não pelo aumento da gordura corporal.

Os homens demostram um aumento da massa isenta de gordura e densidade mineral

óssea, possivelmente relacionada com o processo de crescimento mais tardio para os

homens e o facto de osso e músculo se encontram-se proporcionalmente relacionados

quanto ao ganhos e perdas. Já na CM verifica-se um espectro semelhante entre homens e

mulheres, onde estas aumentaram significativamente os saltos laterais, (p60 para p80) e

salto horizontal (p60 para p85) e aqueles decresceram significativamente a velocidade de

lançamento (p25 p07), salto horizontal (p45 p05) e shuttle run de 10 metros (p90 p30).

Estas alterações, comprovam que a prática de AF influencia positivamente a CM que se

Page 147: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

112

encontram diretamente ligadas pela função neuromuscular, e indiretamente ligada pela

participação em atividades motoras (Cattuzzo et al., 2016). No entanto as mudanças

ocorridas para as mulheres apresentam uma maior relevância já que indicam que a CM e

a AF, sendo construtos diferentes encontram-se intimamente relacionados (Utesch et al.,

2019) e que experiências motoras novas e/ou mais desafiantes, que obrigam á realização

de diferentes desportos/habilidades, mesmo sem se verificar um aumento nos níveis de

AF, comprovam os construtos da CM podem variar de acordo com os níveis de prática,

performance e a idade, indicando um codesenvolvimento da CM. Já a capacidade

funcional parece não ser influenciada diretamente pelos níveis de AF. As experiências

motoras novas e/ou mais desafiantes relacionadas com as disciplinas de carater prático

apresentam um papel determinante para novas adaptações que por sua vez se traduziram

em alterações na capacidade funcional.

Em síntese verifica-se que os níveis de AF apresentam uma influência distinta nos

níveis de CM e composição corporal de jovens adultos no decorrer de 12 meses, não

mediando alterações significativas na capacidade funcional, independentemente do sexo.

Pelas razões já mencionadas relativas à distribuição da amostra a hipótese oito

apenas considera os homens, verificando-se que a composição corporal não sofre

alterações em função das disciplinas optativas, o mesmo já não se verificando para a CM

e capacidade funcional. As disciplinas optativas influenciam decisivamente perdas nos

construtos da CM manipulativa principalmente daqueles que optaram pelos Desportos de

Natureza e Desportos de Ondas. Considerando a capacidade funcional verifica-se uma

influência muito especifica e apenas relacionada com aqueles que optaram pelo desporto

de natureza. Assim, parece que algumas práticas específicas podem induzir alterações

significativas na capacidade funcional geral mas em simultâneo decréscimo de outras,

implicando que a capacidade funcional e a performance serem construtos diferentes

(Silva et al., 2017) mas estarem relacionados entre si pelas adaptações induzidas por uma

prática específica, embora não representando apenas uma relação positiva em

determinadas componentes da capacidade funcional mas sim uma influência específica

pelo tipo de prática.

LIMITAÇÕES

Nenhum estudo está isento de pontos fortes e pontos a melhorar. Esta investigação

em concreto não é exceção, começando-se pelas perdas verificadas entre primeiro e

Page 148: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

113

segundo momento, fazendo com o a força das evidências não seja tão significativa como

o esperado. Outro fator está relacionado com o facto de se tratar de um estudo

observacional, longitudinal e de coorte e uma fase inicial que passou por se ser apenas

observacional, analítico e transversal, limitando a generalização dos resultados. No

entanto devido à escassez de investigação relativa às componentes da CM e Capacidade

Funcional na faixa etária estudada, os dados revestem-se de um cariz muito importante,

reforçando a relevância da tese desenvolvida. Outra limitação tratar-se da distribuição

amostra relativamente ao sexo dos participantes, principalmente nas disciplinas optativas

embora tenha sido considerada 90% da amostra total de mulheres, dentro dos critérios de

inclusão definidos. Outro fator trata-se do uso em simultâneo de um método de avaliação

qualitativo (orientado para a tarefa) e quantitativo (orientado para o produto) que pelo seu

grau de dependência (capacidade física ou capacidade funcional) podem não se encontrar

relacionados entre si. No entanto, a avaliação da CM dentro dos seus três construtos e

sem um efeito teto, só pode ser avaliado com esta bateria de testes. Esta condição é assim

ao mesmo tempo uma limitação e uma vantagem pois é apresentada aqui a primeira

tentativa para se investigar a relação entre CM e CF e confirmar se de facto a CM é

determinante nos níveis de composição corporal na transição entre a adolescência e a

idade adulta, mas muito difícil de se comparar pela insuficiência de resultados com

metodologias semelhantes.

IMPLICAÇÕES

1. É demonstrado que em jovens adultos a capacidade funcional avaliada pelos

testes do Functional Movement Screen (FMS) não se encontram alicerçados

em todos os construtos da CM, mas apenas com o constructo da CM

estabilidade e vice-versa, independentemente do sexo.

2. O FMS Trunk Stability Push-up explica 100% da CM, permanecendo dúvidas

quanto ao conceito que o FMS proporciona a observação de tarefas motoras

básicas relacionadas com movimentos locomotores e manipulativos.

3. Persiste também a dúvida quanto à relação: “melhor CM; melhor CF”, devido

á magnitude das correlações apresentadas e a sua inconsistência quando

desagradada a amostra por sexos.

4. A massa gorda continua a apresentar-se como um fator determinante para a

CM locomotora e CM estabilidade em jovens adultos, verificando-se que na

Page 149: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

114

transição entre a adolescência e a idade adulta uma CM mais elevada apresenta

um fator protetor relativo á composição corporal (weight status).

5. Em jovens adultos, homens que frequentam uma licenciatura em ciências do

desporto, a CM parece não ser determinante nas escolhas das opções

desportivas inerentes ao currículo académico.

6. Os níveis de AF alteram-se em diferentes magnitudes no decorrer do ano

académico entre homens e mulheres estudantes de uma licenciatura em

Ciências do Desporto, mediada possivelmente pelas rotinas inerentes à entrada

no ensino superior, as suas motivações e prática inerente às disciplinas com

implicações desportivas.

7. A transição entre a adolescência e a idade adulta em jovens adultos de uma

licenciatura em ciências do desporto acarreta alterações na composição

corporal com uma trajetória diferente entre homens e mulheres.

8. A CM e a atividade física, sendo construtos diferentes encontram-se

intimamente relacionados, embora nas tarefas da CM estabilidade e CM

manipulativa possam ser mais influenciadas pelas experiências motoras novas

e/ou mais desafiantes.

9. A CF parece não ser influenciada diretamente pelos níveis de AF, reforçando-

se que a CF e a performance são construtos diferentes.

10. A prática de atividade física não é o único fator que influencia positivamente

a CF, mas também as experiências motoras novas e/ou mais desafiantes, bem

como as alterações na composição corporal mais especificamente a massa

isenta de gordura e % de gordura corporal.

SUGESTÕES PARA INVESTIGAÇÕES FUTURAS

Esta temática carece de mais investigação, principalmente considerando um

tamanho amostra mais elevado e grupos de indivíduos normo ponderais e com excesso

de peso, acompanhados segundo um percurso temporal mais alargado, abrangendo-se o

final da adolescência e a transição para jovem adulto segundo diferentes percursos e

escolhas académicas ou profissionais e os seus hábitos de vida diária incluindo os níveis

de AF e hábitos alimentares.

Page 150: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

115

7. BIBLIOGRAFIA

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Page 168: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

133

ANEXOS

Page 169: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

134

ÍNDICE ANEXOS

ANEXO I .................................................................................................................................... 135

ANEXO II .................................................................................................................................. 136

ANEXO III ................................................................................................................................. 140

ANEXO IV ................................................................................................................................. 141

ANEXO V .................................................................................................................................. 178

ANEXO VI ................................................................................................................................. 179

Page 170: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

135

ANEXO I

Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Escola Superior de Desporto e Lazer

Universidade de Vigo, Faculdade de Educação e Desporto

Assunto: Consentimento informado para condução de estudo A Escola Superior de Desporto e Lazer de Melgaço e a Faculdade de Educação e Desporto da

Universidade de Vigo, vem por este meio solicitar a sua autorização para a participação

voluntária no desenvolvimento de um estudo prospetivo a realizar com alunos universitários do

curso de desporto e lazer. O estudo tem como objetivo analisar as características de

competência motora, capacidade funcional, composição corporal e hábitos de atividade física

durante pelo menos um ano em alunos de uma licenciatura em desporto e lazer.

A investigação, envolvendo instrumentalização de materiais laboratoriais e manipulação de

seres humanos, declara que cumprirá todos os pressupostos de salvaguarda do bem-estar dos

participantes voluntários, bem como, lhes reserva o direito de desistirem a qualquer momento

da participação no protocolo experimental. Toda a informação recolhida será guarda nos termos

do código de proteção de dados e tratada apenas para fins científicos.

Os objetivos específicos do presente estudo visam identificar quais as características dos

avaliados e de que forma se alteram ao logo do tempo e em que medida as práticas decorrentes

do curso medeiam os fatores avaliados.

Face à compreensão dos objetivos declaro participar voluntariamente no estudo e percebi que

os dados obtidos serão única e exclusivamente para fins científicos sem nunca revelar a minha

identidade.

____________________

O participante voluntário

____________________

O investigador responsável

Page 171: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

136

ANEXO II

Page 172: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

137

Page 173: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

138

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139

Page 175: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

140

ANEXO III

Page 176: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

141

ANEXO IV

Motor Competence and Body Composition in young adults: an exploratory study

Bruno Silva1,2,3*, Luís Paulo Rodrigues1,2 Filipe Manuel Clemente1,4; Pedro

Bezerra1,2; José Maria Cancela-Carral3

1 Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Escola Superior de Desporto e Lazer,

Melgaço, Portugal; 2 Research Center in Sports Sciences, Health and Human

Development (CIDESD), Vila Real, Portugal; 3 Faculty of Education and Sport

Sciences,University of Vigo, Pontevedra, Spain; 4 Instituto de Telecomunicações,

Delegação da Covilhã, Portugal

Corresponding author: Bruno Silva, [email protected], Adress: Complexo

Desportivo e Lazer Comendador Rui Solheiro, Monte de Prado, Zip Code 4960-320,

Melgaço, Portugal - Tel. +351 258 809 678

Received January 16, 2019; revised February 27, 2019, March 27, 2019; accepted March

31, 2019; electronically published June 01, 2019 Obesity Medicine, vol. 14, June 2019,

100087, DOI: https://doi.org/10.1016/j.obmed.2019.100087. All rights reserved.

As the author of this Elsevier article and in accordance with the rights related to the

publication and distribution of research, I declare that this Thesis is not to be published

commercially.

Page 177: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

142

ABSTRACT

Background. The association between obesity and physical inactivity strongly and

independently predict overall obesity in young adulthood. Physical inactivity and

increasing obesity in our society is multifaceted, but on key factor to promote physical

activity is motor competence (MC).

Purpose. This study aimed to analyse a physically active group of young adults by

investigating the correlations between MC, adiposity and body mineral density by using

dual X-ray absorptiometry (DXA).

Methods. Forty-four young men (22,1 years; 69,0 kg; 173,7 meters) and 21 young

women (20,2 years; 63,8 kg; 169,6 meters) participated in this study and completed

anthropometrics; DXA; Motor Competence assessment battery that comprise two tests

for each of the three constructs: locomotor, manipulative and stability. Descriptive

statistics were considered and Spearman’s correlation test to examine the association

between MC scores and DXA results. The Mann-Whitney test was used to compare males

to females for p < 0,05.

Results. Motor Competence (MC) variables and body composition in female revealed

significant associations only between shuttle run and total fat (r = -0,648). In males,

demonstrate several positive statistically associations with MC Stability and Locomotor

tasks and constructs (p< 0,05).

Conclusions. In very active young adults, MC positive influences weight status,

particularly in locomotor and stability tasks.

Keywords: Adiposity; Motor Development; DXA; Obesity; Physical Activity.

Page 178: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

143

INTRODUCTION

Overweightness and obesity are public health problems due to their association with

morbidity and mortality (Bjorntorp et al., 2000; Gaio et al., 2018). The prevalence of

overweightness and obesity in most European countries is increasing and is one of the

most common health problems in Portugal (Gaio et al., 2018). Physical inactivity is a

major problem, and has become a global pandemic (Sallis et al., 2016). Eliminating

physical inactivity could lead to a 0.68 years increase in life expectancy of the world’s

population (Lee et al., 2012) with significant economic impacts, since physical inactivity

is also a major economic burden worldwide (Ding et al., 2016).

The association between obesity and physical inactivity strongly and independently

predict overall (and especially abdominal) obesity in young adulthood (Hills, Andersen,

& Byrne, 2011; Pietiläinen et al., 2008). Obesity and physical inactivity operate in a self-

perpetuating vicious circle, as a physically inactive lifestyle fosters weight gain and vice

versa, independent of genetic effects (Pietiläinen et al., 2008). Physically inactive

adolescents demonstrate a significantly increased risk of obesity during adulthood, as the

transition period from adolescence to young adulthood is a crucial time that determines

one’s lifestyle (Pietiläinen et al., 2008).

The problem of physical inactivity and increasing obesity in our society is multifaceted,

but one key factor that promotes physical activity is motor competence (MC) (Stodden et

al., 2008). This observation is linked to the fact that the development of MC is a vital

underlying mechanism that promotes engagement in physical activity; it is both a

precursor and a consequence of one’s weight status (Robinson et al., 2015; Stodden et al.,

2008). MC demonstrates an inverse relationship with weight status across childhood and

adolescence (Robinson et al., 2015). Longitudinal studies establish that MC is a strong

predictor for physical activity (Vítor P. Lopes, Maia, Rodrigues, & Malina, 2012) and

physical fitness (Rodrigues, Stodden, & Lopes, 2016). Longitudinal studies demonstrate

that lower MC in children is associated with increased body mass index (Vítor P. Lopes

et al., 2012) and with weight status (Lubans, Morgan, Cliff, Barnett, & Okely, 2010). The

strength of association over time demonstrate a negative developmental trajectories

between MC and body fat across childhood and into adolescence since those with lower

MC performance at baseline had higher risk of having higher fat levels after 7 years

(Lima, Bugge, Ersbøll, Stodden, & Andersen, 2018). This associations emerge at pre-

Page 179: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

144

school age and become stronger during elementary school years, being less conclusive

beyond this age (Robinson et al., 2015).

To the best of our knowledge, there are few studies that test body composition, physical

activity and MC in the transition from adolescence to young adulthood. Based on the

importance of such factors in controlling the global problem of overweightness, this study

aimed to analyse a physically active group of young adults by investigating the

correlations between MC, adiposity, and body mineral density by using dual X-ray

absorptiometry.

MATERIAL AND METHODS

Participants

Forty-four young men (22,1 years; 69,0 kg; 173,7 meters) and 21 young women

(20,2 years; 63,8 kg; 169,6 meters), who were students in a Faculty of Sports Sciences

undergraduate course volunteered to participate in the present study. All participants had

no motor, cognitive, or health impairments that could affect their performance.

Participants were informed of the study design, as well as of the potential risks and

benefits of participating. The study was approved by the school’s board and scientific

council (CTC-ESDL-CE002-2017). All participants signed a free informed consent in

accordance with the ethical standards of the study in humans as suggested by the

Declaration of Helsinki.

Procedures

All participants had their MC assessed and their anthropometrics measures taken. The

data were collected during the first month of the academic year (from October to

November). Firstly, to characterize physical activity profile, all subjects fulfilled the

habitual physical activity questionnaire (Baecke, Burema, & Frijters, 1982) validated for

the Portuguese population (Almeida & Ribeiro, 2014) and gave their informed consent.

The assessments were made during the morning period in an indoor facility at an average

temperature of 26ºC and a relative humidity of 18%. The tests were conducted in the

following sequence: 1) anthropometric; 2) dual X-ray absorptiometry; 3) MC.

Page 180: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

145

The Portuguese version of Becke’s habitual physical activity questionnaire (Almeida &

Ribeiro, 2014) determines one’s habitual physical activity scores over the past 12 months.

The questionnaire includes eight items grouped into two dimensions: 1) Physical Activity

– Sports (four items), which evaluates the physical activity performed in the sport or

programmed physical exercise practiced during leisure hours and 2) Physical Activity –

Leisure (four items), which evaluates physical activity in activities other than sports,

practiced during leisure time (e.g., walking, cycling). If an individual answered the

questions in the first dimension in the negative, that individual was excluded from the

analyses.

Body Composition

The body weights of all subjects were assessed on a scale (SECA 760, Germany), and

their heights were measured by a portable stadiometer (SECA 217, Germany). During the

evaluations, the participants dressed in light clothing and stood barefoot. Weight

measurements were rounded to the nearest 0,5 kg and their height measurements to the

nearest 0,1 cm, with the head oriented according to the Frankfurt plane. Body mass index

(BMI) was calculated and recorded in kg/m2, and body composition was analysed

according to dual-energy X-ray absorptiometry (DXA), with a General Electric Hologic

Discovery scanner (Hologic Inc., Waltham, MA, USA). A certified and experimented

DXA operator performed all evaluations according to the manufacturer’s specifications

while assisting the participant to 1) straighten their head, neck, and torso to be parallel to

the long axis of the scan bed; 2) position their shoulders and pelvis perpendicular to the

long axis of the scan bed; 3) place both arms in pronation by their side; 4) place their legs

shoulder -width apart with an internal rotation of 45° ; and 5) fixate their feet together

using strapping tape to minimize incidental movement and for the participants’ comfort

(Hart, Nimphius, Spiteri, Cochrane, & Newton, 2015).

DXA provides information on three compartments of body composition: fat mass, lean

mass (or fat-free soft tissue, and bone mineral content. Only the data for fat mass and

bone mineral density (BMD) were included in the analyses.

Page 181: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

146

Motor Competence Assessment

The MC assessment (MCA) (Luz, Rodrigues, Almeida, & Cordovil, 2016) battery was

applied to evaluate MC. The MCA is composed of two tests for three categories:

locomotor (shuttle run and standing long jump), manipulative (throwing and kicking ball

velocity), and stability (lateral jumps and shifting platforms). Shuttle run

(SHR): Participants were required to run a distance of 4x10 meters, running at their

maximal speed between the start and finish line. The test began at the starting line after

an acoustic starting sound. Then, participants ran to the opposite line, picked up a block

of wood, ran back and placed the block beyond the starting line. Without stopping,

subjects ran back to retrieve a second block and to carry it back across the starting line to

finish the test. The best time of the two trials was recorded.

Standing Long Jump (SLJ): Participants were required to jump with both feet at the

same time as far as possible. The test began with both feet placed on the starting line.

After three attempts, the longest distance between the starting line and the back of the

heel at landing was scored in centimeters.

Throwing Velocity (TV): Participants were required to throw a baseball (diameter: 7,3

cm; weight: 142 g) against a wall at their maximum speed using an overarm action with

a preparatory balance.

Kicking Velocity (KV): Participants were required to kick a soccer ball n°5

(circumference: 68 cm; weight: 410g) against a wall at their maximum speed using a

preparatory balance. For the TV and KV tests, peak velocity was measured in m/s with a

Stalker ATS II Radar System (Applied Concepts, Inc., TX, USA). The radar gun was

placed on a tripod and positioned behind a target marked on the wall in front of the kicking

and throwing line. Each subject performed three trials, with the final score being the best

result.

Lateral Jumps (LJ): Participants were required to jump sideways as fast as possible for

15 seconds. During testing, participants jumped, with their feet together, over a small

wooden beam (60 cm length × 4 cm high × 2 cm width) located in the middle of a

rectangular surface (100 cm length × 60 cm width). Each correct jump (i.e., a jump made

without touching the outside the rectangle or the wooden beam) was awarded one point,

and the best score was recorded the best score was recorded after two trials.

Page 182: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

147

Shifting Platforms (SP): Participants were required to move sideways using two wooden

platforms (25 cm × 25 cm × 2 cm, with four 3,7 cm) with their feet at the corners for 20

seconds. Each successful transfer from one platform to the other was scored. One point

was achieved for moving the platform, and another point was awarded for moving into

the platform (i.e., each complete successful transfer resulted in two points). Participants

completed two trials, and the best score was recorded.

To obtain scores for each MC category (stability, locomotor, and manipulative), the sum

of the t-scores of the two tasks was calculated. Inverse t-values were used for SHR, given

that higher values represented lower performance, and total MC was calculated as the

mean of the t-scores for all categories. (Luz et al., 2016; Luz, Rodrigues, Meester, &

Cordovil, 2017).

Statistical Analyses

Descriptive statistics (averages and 95% confidence intervals for lower and upper limits)

were calculated. Spearman’s correlation test was performed to examine the association

between MCA scores and DXA results. The following correlation scale was adopted

(Hopkins, Hopkins, & Glass, 1996): trivial (𝑟 < 0,1); small (0,1 ≤ 𝑟 < 0,3); moderate (0,3

≤ 𝑟 < 0,5); large (0,5 ≤ 𝑟 < 0,7); very large (0,7 ≤ 𝑟 < 0,9); and nearly perfect (≥ 0,9). The

Mann-Whitney test was used to compare males to females. The effect size (ES) to non-

parametric tests is obtained (Pallant, 2011): 𝑟 =|𝑧|

√𝑁, where N is the total sample size, and

the value of z is reported after applying the Mann-Whitney test. The classification of ES

is obtained by using the following criteria (Pallant, 2011): very small effect (r <0,1); small

effect (0,1 ≤ r <0,3); medium effect (0,3 ≤ r < 0,5); and large effect (r ≥ 0,5).

All statistical analyses were completed using SPSS version 22.0.0.0 for Windows (IBM,

USA) for p < 0,05.

Page 183: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

148

RESULTS

According to the results of the habitual physical activity questionnaire, eight males and

four females were excluded from the analyses. Tables 1 and 2 present sample descriptions

and comparisons between males and females.

Table 1.

Sample description (mean and 95%CI)

Male (n=36) Female (n= 17)

Age (years old) 22,2 [19,5 – 24,8] 20,4 [19,2 – 21,6]

Height (cm) 174,0 [171,3 – 176,7] 169,3 [163,7 – 174,8]

Weight (kg) 69,4 [65,5 – 73,4] 63,5 [58,0 – 68,9]

Total fat mass (%) 20,9 [18,9 – 22,8]* 29,9 [27,1 – 32,8]

Body Mass Index 23,6 [22,7 – 24,5] 22,2 [20,8 – 23,6]

Trunk fat mass (%) 19,8 [17,6 – 22,0]* 26,3 [23,1 – 29,5]

Total fat mass (g) 3900,4 [3171,4 – 4629,5] 4579,0 [3858,7 – 5299,3]

Bone mineral density (g/cm2) 1,3 [1,2 – 1,3]* 1,2 [1,1 – 1,2]

cm – centimetres; kg – kilograms; % - percent; g/cm2 – grams per square centimetre; g – grams;

kg/m2 - kilogram per square meter; * significant differences comparing males and female, p<0,05;

The comparison between males and females revealed that males had a significantly lower

total percentage of fat (p = 0,000; ES = 0,579; large ES), trunk percentage of fat (p =

0,001; ES = 0,454; medium ES) and higher BMD (p = 0,009; ES = 0,360; medium ES).

This comparation but in MC, demonstrate that male have better statistically significant

results in all items (table 2).

Page 184: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

149

Table 2.

Motor Competence description (mean and 95%CI).

nº rep. number of repetitions; m/s – meters per seconds; cm – centimetres; s – seconds; * significant differences comparing

males and female, p<0,05;

The correlations between MC variables and body composition in females (Table 3),

presents only a significant association between shuttle run and total fat (r = 0,583 [95%CI:

0,142; 0,831]; p = 0,036; positive and large).

Table 3.

Male (n=36) Female (n= 17) p value Effect Size

Motor Competence

Stability 102,3 [95,65 – 109,1]* 89,1 [83,2 – 95,3] 0,010 small effect (0,290)

Shifting Platforms (nº rep) 31,8 [30,2 – 33,3]* 29,4 [28,3 – 30,4] 0,003 medium effect 0,332)

Lateral Jumps (nº rep) 51,2 [48,1 – 54,3]* 46,1 [43,1 – 49,0] 0,043 small effect (0,226)

Motor Competence

Manipulative 109,7 [105,5 – 113,8]* 75,6 [67,9 – 83,3] 0,000 large effect (0,591)

Throwing velocity (m/s) 22,1 [21,1 – 23,1]* 15,2 [13,5 – 16,9] 0,000 large effect (0,543)

Kicking velocity (m/s) 25,2 [24,2 – 26,2]* 18,2 [16,4 – 19,9] 0,000 large effect (0,572)

Motor Competence

Locomotor 99,5 [93,8 – 105,2]* 97,6 [95,6 – 99,7] 0,021 small effect (0,258)

Standing Long Jump (cm) 222,1 [213,7 – 230,6]* 182,3 [168,8 – 195,7] 0,000 large effect (0,635)

Shuttle Run (s) 9,4 [8,7 – 10,1]* 10,9 [10,6 – 11,3] 0,000 large effect (0,549)

Page 185: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

150

Motor Competence and Body Composition correlations from female that assume to

perform regular Physical Activity (correlation and 95%CI).

% – Percentage; FAT – fat mass; g/cm2 – grams per square centimetre; * p<0,05;

The same analyses for males (Table 4) demonstrates negative significant associations

between shifting platforms and total percentage of fat mass (r = -0,507 [95%CI: -0,716;

-0,214]; p = 0,011; negative and large); standing long jump and total percentage of fat

mass (r = -0,582 [95%CI: -0,764; -0,313]; p = 0,002; negative and large); shifting

platforms and trunk percentage of fat mass (r = -0,526 [95%CI: -0,729; -0,239]; p = 0,008;

negative and large); standing long jump and trunk percentage of fat mass (r = -0,533

[95%CI: -0,733; -0,248]; p = 0,005; negative and large); shifting platforms and total fat

mass (r = -0,481 [95%CI: -0,699; -0,181]; p = 0,018; negative and moderate); standing

long jump and total fat mass (r = -0,535 [95%CI: -0,734; -0,250]; p = 0,005; negative and

large). Positive significant associations were found between Shuttle Run and Total

percentage of fat mass (r = 0,478 [95%CI: 0,697; 0,177]; p = 0,018; positive and

moderate); Shuttle Run and trunk percentage of fat mass (r = 0,443 [95%CI: 0,674;

0,134]; p = 0,030; positive and moderate); Shuttle Run and total fat mass (r = 0,500

[95%CI: 0,712; 0,205]; p = 0,013; positive and large); bone mineral density and throwing

velocity (r = 0,495 [95%CI: 0,708; 0,199]; p = 0,019; positive and moderate);

Total % FAT Trunk % FAT Total FAT Bone mineral

density (g/cm2)

Body Mass

Index

Motor Competence

Stability -0,352 -0,357 -0,207 0,304 -0,316

Shifting Platforms -0,395 -0,427 -0,334 0,216 -0,458

Lateral Jumps -0,192 -0,122 0,021 0,073 0,134

Motor Competence

Manipulative -0,095 0,033 -0,090 -0,042 0,086

Throwing velocity -0,165 -0,033 -0,055 -0,279 0,086

Kicking velocity -0,020 0,156 0,064 0,090 0,136

Motor Competence

Locomotor -0,291 -0,069 0,071 0,192 -0,022

Standing Long Jump -0,629

P=0,016 -0,423 -0,455 0,326 -0,258

Shuttle Run 0,525 0,388 0,583*

[0,142; 0,831] -0,193 0,127

Page 186: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

151

Analysing the data, concerning the MC constructs revealed a positive association with

MC manipulative and bone mineral density (r = 0,469 [95%CI: 0,691; 0,166]; p = 0,028;

positive and moderate). The remaining associations were significant and negative,

regarding stability and locomotor variables: MC stability and total percentage of fat mass

(r = -0,507 [95%CI: -0,716; -0,214]; p = 0,011; negative and large); MC stability and

trunk percentage of fat mass (r = -0,554 [95%CI: -0,747; -0,276]; p= 0,005; negative and

large); MC stability and total fat mass (r = -0,481 [95%CI: -0,699; -0,181]; p = 0,018;

negative and moderate); MC locomotor and total percentage of fat mass (r = -0,582

[95%CI: -0,669; -0,125]; p = 0,024; negative and large);

Table 4.

Motor Competence and Body Composition correlations from male that assume to perform

regular Physical Activity (correlation and 95%CI).

% – Percentage; FAT – fat mass; g/cm2 – grams per square centimetre; * p<0,05;

DISCUSSION

Total % FAT Trunk % FAT Total FAT Bone mineral

density (g/cm2)

Body Mass

Index

Motor Competence

Stability

-0,507*

[-0,716; -0,214]

-0,554*

[-0,747; -0,276]

-0,481*

[-0,699; -0,181] -0,008 -0,103

Shifting Platforms -0,519*

[-0,724; -0,230]

-0,526*

[-0,729; -0,239]

-0,547*

[-0,742; -0,266] 0,087 -0,245

Lateral Jumps -0,335 -0,356 -0,22 -0,004 0,209

Motor Competence

Manipulative -0,100 -0,170 -0,047

0,495*

[0,708; 0,199] 0,079

Throwing velocity 0,144 -0,170 0,1678 0,469*

[0,691; 0,166] 0,280

Kicking velocity -0,245 -0,305 -0,174 0,331 -0,039

Motor Competence

Locomotor

-0,436*

[-0,669; -0,125] -0,335 -0,400 -0,382 -0,116

Standing Long Jump -0,582*

[-0,764; -0,313]

-0,533*

[-0,733; -0,248]

-0,535*

[-0,734; -0,250] -0,072 -0,244

Shuttle Run 0,478*

[0,697; 0,177]

0,443*

[0,674; 0,134]

0,500*

[0,712; 0,205] -0,226 0,179

Page 187: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

152

In physically active young male adults, MC locomotor and stability tasks are negatively

influenced by fat mass (Table 4). This correlations are similar to those found in previous

research, that, when compared to normal-weight children and adolescents, overweight

children and adolescents had more difficulty performing antigravity activities like

running or jumping (Okely, Booth, & Chey, 2004; Prskalo, Badric, & Kunjesic, 2015).

In fact, the morphological constraint hypothesis (Niederer et al., 2012) posits that being

too heavy does not help one perform activities that involve changes in their centre of

mass, like locomotor activities. Interestingly, the sample for the present study was

composed of active young adults from a sports science undergraduate course (Table 1),

whose behavioural attributes, skills category, physical activity and sports participation

are correlated to MC (Barnett et al., 2016).

The observed statistically significant differences found between sexes, table 1 (i.e., a

lower total percentage of fat, a lower trunk percentage of fat, and a higher BMD for males)

are well-established in several studies. (Karastergiou, Smith, Greenberg, & Fried, 2012).

These data also agree with previous research in that sex differences in MC (table 2) exist

(Vitor P Lopes, Stodden, Bianchi, Maia, & Rodrigues, 2012; Luz et al., 2019, 2017) and

are also well established in active young adults.

The female group only presented a statistically significant association between shuttle run

and total fat (r = 0,583; p = 0,036). As specified earlier, the positive correlation between

shuttle run and total fat is expected since weight status is known to influence antigravity

activities (Okely et al., 2004; Prskalo et al., 2015). Although, the 10 meters shuttle run

assesses speed and/or agility, presenting variability between sexes and an inverse

relationship with adiposity (Ortega, Ruiz, Castillo, & Sjöström, 2008).

In divergence, the male group, present several significant associations. The positive

associations are between Bone Mineral Density (BMD) and MC manipulative (r = 0,469;

p = 0,028), BMD and throwing velocity (r = 0,495; p = 0,019), and Shuttle Run and all

fat mass measurements (table 4). Men exhibit higher BMD throughout life and during

growth, with peak bone mass occurring between the twenties and thirties (Santos, Elliott-

Sale, & Sale, 2017). Therefore, the positive association, was expected, since this sample

is in the age range and lower BMD has been observed in adolescents with motor

difficulties (Hands, Chivers, Grace, & McIntyre, 2019) and in children, adolescents, and

adults with low motor competence (Cantell, Crawford, & (Tish) Doyle-Baker, 2008).

Even though, greater motor competence at 18 months was found to be associated with

Page 188: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

153

higher hip BMD and predicted bone strength at 17 years, particularly in males (Ireland,

Sayers, Deere, Emond, & Tobias, 2016). The other positive association between Shuttle

Run and all dimensions of fat mass are in line with the reported for the female group.

Although, this association have more strength than other studies (Slotte, Sääkslahti,

Kukkonen-Harjula, & Rintala, 2018) since is used a direct measure of body fat (DXA).

As expected, the remaining statistically associations, are negative. Children’s with low

MC, present higher body mass index (Cantell et al., 2008; Vitor P Lopes et al., 2012).

Body Mass Index (BMI) related differences appeared to become more pronounced as

children belonged to an older age group (D’Hondt et al., 2011). Additionally, it is

expected that the highest MC group will show lower results on BMI, independently of

age and gender, in comparison to the lowest MC group (Fransen et al., 2014; Vitor P

Lopes et al., 2012; Rodrigues et al., 2016). However, this expected associations are not

verified in this physical active young adult. These outcomes may be mediated by the fact

that BMI is an indirect measure of body fat and less sensible in active individuals (Nuttall,

2015). Actually, a recent systematic review (Slotte et al., 2018) that analyse the relation

between fundamental motor skills and weight status, indicate that 42% of the studies that

use BMI, as measure of weight status, do not found any statistically significant

associations.

MC locomotor and stability constructs, comprise shuttle run, standing long jump, shifting

platforms, and lateral jumps. As anticipated, most of the associations, presents significant

and negative associations with fat mass (Table 4). These results are in line with several

cross-sectional and longitudinal studies that found an inverse association between MC

and different assessments for body composition (skinfolds, waist circumference or BMI)

(D’Hondt et al., 2011; Greier & Drenowatz, 2018; Henrique et al., 2016; Rodrigues et al.,

2016) and DXA (Slotte, Sääkslahti, Metsämuuronen, & Rintala, 2015). Children with

more rapid increase in motor competence along childhood are less prone to develop an

overweight or obesity condition (Rodrigues et al., 2016). The fact that in this study all

subjects are very physical active, may have some “protector effect”, since was

demonstrated that weight status level at the beginning of primary school (first assessment)

showed a significant effect on weight status risk, meaning that a one point increase in

BMI at baseline was associated with doubling of the odds of being overweight or obesity

at the end of primary school (second assessment) (Rodrigues et al., 2016). Nevertheless,

our data have more strength because cover the need for studies where body composition

Page 189: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

154

is accurately measured (DXA) and motor skills assessed with standardized and global

method. (Slotte et al., 2018).

The less correlation found when compared female with male may be mediated by the fact

that, even being all physical active, female tend to be less physical active than male

(Thompson, Baxter-Jones, Mirwald, & Bailey, 2003) and the assessment was made with

product-oriented instrument that tend to be more influenced by biological factor that

process-oriented (qualitative) instruments (Hardy, Reinten-Reynolds, Espinel, Zask, &

Okely, 2012).

Because the development of MC is not a factor in the age group analysed in the present

study, the positive spiral of physical activity engagement through MC that ultimately

impacts one’s weight status isn’t so evident; still; MC correlates to weight status,

especially in male, on locomotor and stability tasks.

Besides the limitation concerning sample size and the distribution between the groups,

the cross-sectional design, makes impossible to generalise the results. The associations

among MC and body composition need more research, particularly using a large sample

of predominantly active young adults who have normal weights. This study is

exploratory, and the assessment using a quantitative instrument in this age group is at the

same time a strength and a limitation because of the impossibility to compare the results

with other similar methodology.

CONCLUSION

Fat mass is important factor in locomotor and manipulative MC constructs. Locomotor

and stability tasks are negatively correlated with fat mass and manipulative tasks with

bone mineral density, in young male adults.

In very active young adults, MC positive influence weight status, particularly in

locomotor and stability tasks.

ACKNOWLEDGEMENTS

The authors thank all participants that made this study possible.

Page 190: TESE DE DOUTORAMENTO Aptitude Física, Función Física e

155

CONFLICT OF INTEREST

Authors state no conflict of interest.

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ANEXO V

Silva, B., Rodrigues, L. P. Clemente, F. M., Bezerra, P., & Cancela, J. M. (2018)

Competência Motora e sua relação com a Capacidade Funcional em jovens adultos,

apresentado no 2º Fórum REDESP DESPORTO realizado nos dias 05 e 06 de novembro

de 2018, na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de

Leiria, Leiria - Portugal.

Silva, B., Rodrigues, L. P. Clemente, F. M., Bezerra, P., & Cancela, J. M. (2019) Motor

competence and is relationship with Functional Movement Screen, apresentado na Escola

de Enxeñaría Forestal no campus de Pontevedra nos dias 12 e 13 de janeiro de 2019, no

campus de Pontevedra da Universidade de Vigo, Pontevedra - Espanha.

Silva, B., Rodrigues, L. P. Clemente, F. M., Bezerra, P., & Cancela, J. M. (2019) Motor

Competence and Obesity in active young men: an exploratory study, apresentado no

International Congress of CIDESD 2019 nos dias 1 e 2 de fevereiro de 2019, no Instituto

Superior da Maia, Maia - Portugal

DOI: https://doi.org/10.6063/motricidade.16967

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179

ANEXO VII

Artigos Publicados

Silva, B., Rodrigues, L. P., Clemente, F. M., Cancela, J. M., & Bezerra, P. (2019).

Association between motor competence and Functional Movement Screen

scores. PeerJ, 7. doi: 10.7717/peerj.7270

https://doi.org/10.7717/peerj.7270

Silva, B., Rodrigues, L. P. Clemente, F. M., Bezerra, P., & Cancela, J. M. (2019). Motor

Competence and Body Composition in young adults: An exploratory study. Obesity

Medicine, 14, 100087. doi: 10.1016/j.obmed.2019.100087

https://doi.org/10.1016/j.obmed.2019.100087

Artigos em processo de revisão

Silva, B., Rodrigues, L. P., Clemente, F. M., Cancela, J. M., & Bezerra, P. (SD) 12

Months Changes in youth adults Motor Competence, Body Composition and Physical,

in: Cultura_Ciencia_Deporte

Silva, B., Rodrigues, L. P. Clemente, F. M., Bezerra, P., & Cancela, J. M. (SD) One-year

follow-up in physical activity levels, physical function and

Bone Mineral Density in students of a Sports Science undergraduate course,

in :European Journal of Investigation in Health, Psychology and Education