terror para todos os gostos

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48 + Monet + OUTUBRO N O EMBALO DO HALLOWEEN, VOCê PODE escolher entre sentir muito, mas muito medo ou até uma certa simpatia pelos monstros que vão aparecer na TV. Chegando à segunda temporada sob o tema “Asylum”, American Horror Story sacudiu a poeira do gênero ao trazer para a televisão uma mistura de terror e suspense que vai muito além da temática sobrenatural explorada até então em atrações como Ghost Whisperer e Supernatural. Com uma bem-sucedida fórmula, a criação de Ryan Murphy (Glee) mostrou uma família passando por experiências bizarras em uma casa para lá de mór- AMERICAN HORROR STORY I DIA 30, TERÇA, 23H15, FOX, 50 BEING HUMAN (US) I DIA 24, QUARTA, 22H, SONY SPIN, 90 American Horror Story é para assustar, já em Being Human (US) dá até para se identificar com os dramas dos monstros. Conheça os dois modos de levar o sobrenatural à TV por Sarah Mund, de San Diego, e Raquel Temistocles bida habitada por um ser vestido de látex, fantasmas e re- sultados de experiências médicas usando corpos humanos. Agora com novos personagens (apesar de contar com parte do mesmo elenco), coisas estranhas irão acontecer em um manicômio comandado por freiras misteriosas. Já a versão americana de Being Human é bem mais light .A produção acompanha a rotina de um vampiro, uma fantasma e um lobisomem que, contra todas as expectativas, tentam levar uma vida humana. Lutando para sobrepujar suas natu- rezas míticas, os personagens vividos por Sam Witwer, Mea- ghan Rath e Sam Huntington conseguem cativar o público de tanto sofrer para se adequar à sociedade. E vivem emoções tão genuínas quanto os vampiros vegetarianos de Crepúsculo ou os protagonistas apaixonados de The Vampire Diaries .

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American Horror Story é para assustar, já em Being Human (US) dá até para se identificar comos dramas dos monstros. Conheça os dois modos de levar o sobrenatural à TV

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Page 1: Terror para todos os gostos

4 8 + M o n e t + o u t u b r o

No embalo do Halloween, você podeescolher entre sentir muito, mas muito medoou até uma certa simpatia pelos monstros quevão aparecer na tv.

chegando à segunda temporada sob o tema “asylum”,American Horror Story sacudiu a poeira do gênero ao trazerpara a televisão uma mistura de terror e suspense que vai

muito além da temática sobrenaturalexplorada até então em atrações comoGhost Whisperer e Supernatural. comuma bem-sucedida fórmula, a criaçãode ryan murphy (Glee) mostrou umafamília passando por experiênciasbizarras em uma casa para lá de mór-

AMERICAN HORRORSTORY I DIA 30, TERÇA,23H15, FOX, 50

BEING HUMAN (US)I DIA 24, QUARTA, 22H,SONY SPIN, 90

American Horror Story épara assustar, já em BeingHuman (US) dá até para seidentificar com os dramasdos monstros. Conheça os

dois modos de levaro sobrenatural à TV

por Sarah Mund, de SanDiego, e Raquel

Temistocles

bida habitada por um ser vestido de látex, fantasmas e re-sultados de experiências médicas usando corpos humanos.agora com novos personagens (apesar de contar com partedo mesmo elenco), coisas estranhas irão acontecer em ummanicômio comandado por freiras misteriosas.

Já a versão americana de Being Human é bem mais light. aprodução acompanha a rotina de um vampiro, uma fantasmae um lobisomem que, contra todas as expectativas, tentamlevar uma vida humana. lutando para sobrepujar suas natu-rezas míticas, os personagens vividos por Sam witwer, mea-ghan rath e Sam Huntington conseguem cativar o público detanto sofrer para se adequar à sociedade. e vivem emoções tãogenuínas quanto os vampiros vegetarianos de Crepúsculo ou osprotagonistas apaixonados de The Vampire Diaries.

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Independentemente de qual dessas pegadas você prefe-re, saiba que existe um porquê para continuar grudado aobalde de pipoca no sofá, mesmo que tremendo de medo.“alguns de nós adoramos terror e outros odeiam. É umtipo de arte que mobiliza coisas muito intensas e infan-tis. depende de como esses tipos de conflitos universaisestão acumulados em cada um de nós”, explica ernestoduvidovich, diretor do centro de estudos psicanalíticosde São paulo. não é à toa que crianças e adolescentes re-presentem boa parte do público que consome o gênero. “opesadelo tem a ver com o terror, com o medo, com a angús-tia, e isso tudo vem do tempo da infância em que a estrutu-ra psíquica não está totalmente desenvolvida”, completa.

enquanto American Horror Story toca em alguns dosmedos mais íntimos que carregamos dentro de nós, oque nos ajuda a lidar com eles em um ambiente contro-lado como a televisão, Being Human evoca o monstro queexiste em cada um, fazendo com que nos identifiquemoscom os dramas vividos pelos personagens. “apesar desermos esses seres sobrenaturais ridículos, o que torna

o programa interessante é o fato de ter apelo real, e achoque é isso que atrai as pessoas”, acredita Sam Hunting-ton, o lobisomem Josh da série. ou seja, sua trama nãosó apresenta um terror mais moderado, como sabe dosarmomentos descontraídos ao longo dos episódios. “os ro-teiristas encontram humor no absurdo dessa realidade. Émaluco! uma fantasma simplesmente aparece por aí; olobisomem persegue um presunto amarrado a um poste;e um vampiro se alimenta de uma bolsa de sangue hospi-talar”, aponta Sam witwer, intérprete do vampiro.

e quem tem medo de que assistir atrações de terror podedespertar o Jason que existe em você, pode ficar tranquilo.Segundo duvidovich, não há nada a temer. “muitas vezesse coloca a responsabilidade da violência social nas produ-ções de terror. eu considero isso um erro. É uma tendênciaideológica da educação que não sabe ou não considera arealidade íntima do sujeito. as pessoas brincam com a vio-lência como fantasia e não a realizam. Se não brincaremcom isso, a chance de realizarem é muito maior.” afinal decontas, o lado de cá da tela ainda parece mais seguro.

Novidades monstruosas – A nova temporada de american HorrorStory (à esquerda), “Asylum”, se passa em um manicômio nos anos 60 epromete trazer freiras macabras. Zachary Quinto (Heroes) e Jessica Lange(King Kong) estão de volta em novos papéis, e o cantor Adam Levine faz suaestreia como ator. Apesar de being Human (acima) contar com um elencoem grande parte novato, um nome de peso como Mark Pellegrino (lost eSupernatural) deixa sua marca como um vampiro poderoso

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