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VII ESOCITE.BR tecsoc - ISSN 1808-8716 Reis, Pinhiero. Anais VII Esocite.br/tecsoc 2017; 2(gt9):1-17 Território, inovação e universidade: construção de identidade na economia da informação e do conhecimento GT 09 – Ciência, tecnologia e inovação social Ronara Cristina Bozi dos Reis Marta Macedo Kerr Pinheiro Resumo: No âmbito da economia da informação e do conhecimento (EIC), o conhecimento é o elemento central. Diferentemente de outros momentos da evolução do capitalismo em que os fatores de produção clássicos – capital, trabalho e terra – chamavam para si a centralidade nos sistemas produtivos, na atualidade, é o conhecimento que ocupa esse lugar determinante. Essa mudança de eixo na forma de produção de bens e serviços e do próprio conhecimento não ocorreria sem a geração de impactos políticos, econômicos e sociais. Os sistemas de inovação (SI) organizam-se para atender a essa nova lógica da produção. A intrincada relação entre os atores envolvidos – Estado, empresas, universidades, instituições de pesquisa – rearranja-se a fim de atender à nova ordem que se coloca. Tal rearranjo tende a responder a interesses dominantes – políticos e econômicos – em detrimento das necessidades sociais. O objetivo desse trabalho é a discussão do papel das universidades nesse contexto, por ocuparem lugar privilegiado dentro de um SI. Embora a produção do conhecimento não seja uma exclusividade da universidade, trata-se de um locus em que os recursos estão organizados para que o conhecimento seja produzido e disseminado. Além disso, os efeitos das ações desse agente do conhecimento tende a impactar o desenvolvimento de seu entorno e os papel das universidades no território não pode ser desprezado. Assim, de que lugar atua a universidade? Os dados do Diretório dos Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (DGP/CNPq) demonstram um crescimento da produção científica das universidades (medida em número de publicações) sem correspondência com a produção tecnológica (medida em número de patentes, produtos ou inovações sociais). Esse tipo de resultado sugere que, embora haja a produção do conhecimento, não necessariamente as universidades cumprem com o papel de melhoria do bem- estar social. Para sustentar a discussão, é realizada uma análise preliminar dos dados sobre as produções científica e tecnológica do DGP/CNPq e a relação que pode ser observada entre eles. Defende-se a ideia de que a apropriação de uma identidade informacional permitirá que as universidades cumpram, de maneira mais eficiente, o papel de agente da inovação social, na medida em que o seu papel junto ao território possa ser pensado como fundamento de seu papel social. Palavras-chave: Economia da informação e do conhecimento; Inovação; Território; Universidade; Identidade.

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VII ESOCITE.BR tecsoc - ISSN∕ 1808-8716 Reis, Pinhiero. Anais VII Esocite.br/tecsoc 2017; 2(gt9):1-17

Território, inovação e universidade: construção deidentidade na economia da informação e doconhecimento

GT 09 – Ciência, tecnologia e inovação social

Ronara Cristina Bozi dos ReisMarta Macedo Kerr Pinheiro

Resumo: No âmbito da economia da informação e do conhecimento (EIC), o conhecimento é oelemento central. Diferentemente de outros momentos da evolução do capitalismo em que os fatoresde produção clássicos – capital, trabalho e terra – chamavam para si a centralidade nos sistemasprodutivos, na atualidade, é o conhecimento que ocupa esse lugar determinante. Essa mudança deeixo na forma de produção de bens e serviços e do próprio conhecimento não ocorreria sem a geraçãode impactos políticos, econômicos e sociais. Os sistemas de inovação (SI) organizam-se para atender aessa nova lógica da produção. A intrincada relação entre os atores envolvidos – Estado, empresas,universidades, instituições de pesquisa – rearranja-se a fim de atender à nova ordem que se coloca. Talrearranjo tende a responder a interesses dominantes – políticos e econômicos – em detrimento dasnecessidades sociais. O objetivo desse trabalho é a discussão do papel das universidades nessecontexto, por ocuparem lugar privilegiado dentro de um SI. Embora a produção do conhecimento nãoseja uma exclusividade da universidade, trata-se de um locus em que os recursos estão organizadospara que o conhecimento seja produzido e disseminado. Além disso, os efeitos das ações desse agentedo conhecimento tende a impactar o desenvolvimento de seu entorno e os papel das universidades noterritório não pode ser desprezado. Assim, de que lugar atua a universidade? Os dados do Diretóriodos Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico(DGP/CNPq) demonstram um crescimento da produção científica das universidades (medida emnúmero de publicações) sem correspondência com a produção tecnológica (medida em número depatentes, produtos ou inovações sociais). Esse tipo de resultado sugere que, embora haja a produçãodo conhecimento, não necessariamente as universidades cumprem com o papel de melhoria do bem-estar social. Para sustentar a discussão, é realizada uma análise preliminar dos dados sobre asproduções científica e tecnológica do DGP/CNPq e a relação que pode ser observada entre eles.Defende-se a ideia de que a apropriação de uma identidade informacional permitirá que asuniversidades cumpram, de maneira mais eficiente, o papel de agente da inovação social, na medidaem que o seu papel junto ao território possa ser pensado como fundamento de seu papel social.

Palavras-chave: Economia da informação e do conhecimento; Inovação; Território; Universidade;Identidade.

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VII ESOCITE.BR tecsoc - ISSN∕ 1808-8716 Reis, Pinhiero. Anais VII Esocite.br/tecsoc 2017; 2(gt9):1-17

INTRODUÇAO

Há um descompasso entre as produções científica e tecnológica brasileiras, relação analisada a partir

dos dados do Diretório dos Grupos de Pesquisa (DGP) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico

e Tecnológico (CNPq). Os números sugerem que a produção científica, medida pela produção bibliográfica

dos Grupos de Pesquisa, não encontra correspondência na produção tecnológica, cuja proxy são as patentes

de produtos e de processos com registro ou não. Para o caso brasileiro, não é possível observar a relação

descrita pelo Quadrante de Pasteur (STOKES, 2005) da significativa correlação positiva entre as relevâncias

tecnológica e científica da pesquisa científica, o que, por sua vez, sugere que os resultados científicos

produzidos pelas universidades não se transformam em prática social. O questionamento decorrente desse

tipo de evidência é o porquê dessa realidade. A literatura sobre o tema aponta para o fato de que, nos países

subdesenvolvidos, há inovação, mas os vínculos e as inter-relações entre as empresas, as universidades, os

institutos de pesquisa, as agências do governo, dentre outras instituição são frágeis, episódicos e escassos, em

função de um sistema de inovação mais potencial do que real.

A partir da constatação desses dados, este trabalho tece uma reflexão sobre o papel das universidades

em um sistema de inovação, atentando para o conceito de território e da necessidade de levá-lo em

consideração em sua relação com este importante agente da inovação, que é a universidade, no contexto da

economia da informação e do conhecimento, que coloca o conhecimento como protagonista do processo de

produção.

Este estudo é parte da pesquisa da tese de doutorado, a princípio, com o mesmo título que se encontra

em andamento e, portanto, é uma estudo em construção. Além desse caráter reflexivo, o trabalho também

aborda a identidade informacional como uma nova unidade de análise a ser considerada em um cenário onde

o que há de mais fluido é a informação e as redes que esta permite que sejam estabelecidas intra e entre

territórios. Foi feita uma revisão e uma síntese interpretativa da literatura, a fim de apurar conceitos e

relacioná-los, tendo como pano de fundo a economia da informação e do conhecimento.

Além dessa introdução e das considerações finais, o trabalho apresenta mais duas seções. Na segunda

seção, será discutida a relação entre sistema de inovação e o papel das universidades e, na terceira, serão

apresentados alguns conceitos de território e identidade, com o intuito de que se sustente uma nova unidade

de análise a ser apresentada: a identidade informacional.

2 SISTEMA DE INOVAÇAO E UNIVERSIDADES

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A discussão inicia-se pela observação dos dados abaixo que mostram a evolução da produção

científica e tecnológica para o caso brasileiro entre 2000 e 2016.

Figura 1: Produção científica e técnica1 - em números absolutos - Brasil - 2000-16

Fonte: DGP/CNPq.

Figura 2: Produção científica e técnica - em variação percentual - Brasil - 2000-16

1 De acordo com definição do CNPq, artigos completos de circulação nacional possuem como características: idioma =

português ou não informado e país de publicação = Brasil ou idioma = português e país de publicação = não informado;artigos completos de circulação internacional, idioma = não português e país de publicação diferente de Brasil ou idioma =português e país de publicação diferente de Brasil; produção técnica, softwares, produtos e processos tecnológicos com ousem patente/registro/catálogo.

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Fonte: DGP/CNPq.

Os dados sugerem que, para a realidade brasileira, existe a produção de artigos sem

correspondência com a produção tecnológica, levando-se em conta as proxies estudadas. O coeficiente

de correlação entre os dados é de 99%, o que implica que ambos caminham na mesma direção. Porém,

tal coeficiente não é capaz de dizer sobre a causalidade entre as variáveis analisadas. Esse é o cenário

que instigou a investigação.

Ao se analisar a variação percentual da produção científica e tecnológica, observa-se que as

variações da produção tecnológica permanecem aquém da científica ao longo da série, ajudando a

corroborar o fato de que, embora haja produção científica, esta não necessariamente se transforma em

tecnologia, não permitindo que a sociedade se aproprie dos ganhos produzidos pela ciência.

Na economia da informação e do conhecimento, uma questão se coloca de maneira clara: a

centralidade do conhecimento nas relações que são estabelecidos nos âmbitos social, econômico,

político, cultural e institucional. Se assim o é nas economias centrais, o mesmo pode ser observados

nas periféricas. O questionamento que se abre nesse novo contexto é qual a apropriação social do

conhecimento em uma e em outra realidade.

A figura abaixo ilustra as relações que podem observadas dentro de um sistema de inovação.

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Figura 3: Relações em um sistema de inovação

Fonte: Ortiz (2015).

Observa-se a interação entre os atores: capital humano, instituições de conhecimento, setor

produtivo e governo. O funcionamento do sistema depende de tais relações e, caso um dos elos seja

fragilizado, os resultados a serem alcançados por um sistema de inovação tende a ser comprometido. É

consenso na literatura sobre o tema a noção de que se trata de um sistema de interações e não de

comportamentos isolados.

Como pode se inferir da figura, por sistema de inovação entende-se não somente as relações

existentes no âmbito das instituições de pesquisa e desenvolvimento, mas também das interações

existentes dentro dos sistemas nacionais que fazem parte de sistemas econômicos e sociais mais

amplos, o que foi pontuado por Lastres e Ferraz (1999), afirmando a necessidade de “desenvolvimento

de modelos e sistemas visando à maior integração intra e entre os diferentes agentes econômicos,

técnico científicos, políticos e reguladores” (LASTRES E FERRAZ, 1999, p.38).

Freeman cunhou o termo “sistema nacional de inovação” na década de 1980. Desde então, o

termo foi incorporado pela literatura sobre inovação como objeto de estudo e análise, o que pode ser

visto nos trabalhos de Freeman (1987, 1988), Lundvall (1985, 1988), Nelson (1988), Dosi et al (1988)

(JOHNSON; LUNDVAL, 2005).

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Em um sistema de inovação, as universidades têm um papel duplo: de um lado, formam mão-

de-obra especializada; de outro, alimentam e sustentam a pesquisa científica.

O papel das universidades é importante de ser estudado pelo seu caráter privilegiado em um

cenário como esse em que a informação e o conhecimento tornam-se fundamentais para a sustentação

da lógica de um sistema de produção. Cada vez mais, intensifica-se a “pressão (...) para que as

universidades (mesmo públicas) produzam conhecimentos apropriáveis pelo setor produtivo de forma

a aumentar a competitividade das empresas” (BAUMGARTEN, 2008, p.104).

A relação da universidade com a sociedade fica comprometida, no sentido de que essa última

pode não ter acesso ao conhecimento produzido pela primeira. As demandas sociais, de onde deveriam

partir as pesquisas científicas e acadêmicas, acabam por ter um papel secundário quando do

direcionamento dos esforços de pesquisas. Prevalece a lógica mercantil. Ora, tal fato sinaliza uma

primazia dos interesses de alguns grupos em detrimento do ganho social da pesquisa científica. A

necessidade de atentar-se para que caráter é esse do papel da universidade não é novo.

Seguindo Baumgarten (2008), “esse debate remete à relação entre produção de ciência,

tecnologia, inovação e necessidades sociais e à importância crescente da apropriação, por parte de

diferentes atores sociais, de conhecimento científicos que possa ser incorporado socialmente para a

resolução de problemas, gerando inovação social” (BAUMGARTEN, 2008, p.104).

Além disso, a autora atenta para o papel da universidade enquanto agente de inovação social.

Um elemento fundamental para a sustentabilidade econômica e social dopaís parece repousar na articulação entre produção de conhecimento, seulocus privilegiado – a universidade – e as potencialidades e necessidadeslocais. As redes que envolvem articulações entre pesquisadores e demaisatores relacionados à produção de conhecimento podem ajudar noaprofundamento das relações entre coletividade científica e sociedade noBrasil, possibilitando o desenvolvimento de tecnologias sociais e deinovação social (BAUMGARTEN, 2008, p.106).

O papel das universidades passaria pela criação e produção do que vem sendo chamado de

tecnologias sociais que é a ciência e a tecnologia sendo utilizadas em prol da resolução de problemas

sociais e da diminuição das desigualdades, de forma que a técnica torna-se uma ferramenta de

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emancipação social e não um meio de dominação (BAUMGARTEN, 2008, p.106). Baumgarten

(2008), no entanto, esclarece a abrangência de tal conceito.

(...) as tecnologias sociais teriam a potencialidade para expressar instânciasfísicas e virtuais de trocas, reintegração de saberes, contrabandos intercampos e disciplinas que se fazem por sendas através das quais se vemconstruindo conhecimentos que dão conta da complexidade do mundo real ede nossas capacidades para construí-lo e reconstruí-lo de acordo com nossasnecessidades e potencialidades (BAUMGARTEN, 2008, p.106).

É nesse sentido e com tal objetivo que a universidade deve atuar. Esse trabalho defende a

universidade como mediadora entre a produção do conhecimento científico e a sociedade, ou seja, o

conhecimento produzido intramuros apropriado socialmente e gerando ganho de bem-estar para

sociedade como um todo.

Fava-de-Moraes (2000) discute o papel da universidade na inovação e na economia,

descrevendo o impacto do Massachussetts Institute of Technology (MIT) em seu entorno, no país e

mundo afora. O autor argumenta que a articulação entre os atores de um sistema de inovação –

universidade, Estado, empresariado e demais setores sociais – sustenta e viabiliza os resultados de uma

política científica estrategicamente pensada. A discussão avança, ao demonstrar a preocupaçao do MIT

com a formação de alunos em áreas das ciências humanas e sociais, permitindo que o autor afirme que

“uma boa universidade nunca deve comprometer sua missão e seus valores e nem sujeitar seus

esforços apenas com resultados de interesse mercantil e jamais deve ser julgada só pelo lado

econômico, com fábrica de diplomas ou forja de produtos” (FAVA-DE-MORAES, 2000, p.10).

Mowery e Rosenberg (2005) descrevem o papel central das universidades e da pesquisa

acadêmica no desenvolvimento tecnológico americano observado, sobretudo, no pós-segunda guerra o

que não prescindiu da atuação estatal no contexto.

O apoio federal à pesquisa universitária transformou as principais universidades norte-

americanas em centros mundiais para a realização de pesquisa científica, um papel que difere

significativamente do papel da Academia dos EUA nos anos do pré-guerra (MOWERY;

ROSENBERG, 2005, p.47).

Os autores afirmam ainda que a atuação do governo federal não se restringiu à demanda

universitária, mas também ao aumento significativo do estoque de pessoal científico e à aquisição de

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equipamentos e instalações adequadas e fundamentais para a viabilização de pesquisa de qualidade, o

que implicou, necessariamente, no estreitamento do vínculo ensino e pesquisa (MOWERY;

ROSENBERG, 2005, p.47). Essa postura do apoio federal à pesquisa científica das universidades

americanas difere de maneira importante ao que se pôde observar em outros centros, tais como na

Europa e no Japão, locais em que a pesquisa tendia a ser realizada em institutos especializados

desvinculados do ensino superior.

Pela discussão acima e pelo papel que a universidade exerce em um sistema de inovação,

coloca-se a pertinência do questionamento aqui proposto. No entanto, expandindo a discussão, parte-

se também do princípio de que a universidade e o conhecimento ali gerado e disseminado não podem

prescindir de sua relação com o território e, por conseguinte, de sua identidade. No âmbito da

economia da informação e do conhecimento, a fluidez da informação intra e entre territórios, coloca

uma nova dimensão de análise que é a identidade informacional, conceito cuja construção está em

andamento, iniciando-se pelas reflexões abaixo propostas.

3 TERRITÓRIO E IDENTIDADE

Para esse trabalho, parte-se do princípio de que é necessário o conhecimento da identidade

informacional de um sistema de inovação para que este alcance os resultados almejados. Discute-se,

então, o conceito de identidade e defende-se o fato de que, para cada realidade, um conhecimento será

construído a partir daquilo que identifica, que define, que caracteriza as relações estabelecidas. Dito de

outra forma, aquilo que serve para o centro não servirá para a periferia.

Baumgarten (2008) aborda a questão.

As tecnologias sociais podem ser a base em torno da qual é possível articularuma amplas rede de atores sociais. Ao mesmo tempo, a inovação social combase em tecnologias sociais precisa ser estruturada em modelos flexíveis,pois nem tudo que é viável em um lugar e para uma determinada situação oserá para outra mesmo que semelhante (BAUMGARTEN, 2008, p.115).

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E acrescenta a questão da identidade.

Essa exigência de um olhar adequado às especificidades nacionais dizrespeito à identidade histórico-cultural que deve definir as estratégias, aocontrário dos que propõem “modelos” construídos em outros países, outrasculturas (BAUMGARTEN, 2008, p.114).

Santos (2000) defende o território enquanto construção social.

Território não é apenas o resultado da superposição de um conjunto desistemas naturais e um conjunto de sistemas de coisas criadas pelo homem.O território é o chão e mais a população, isto é, uma identidade, o fato e osentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O território é a base dotrabalho, da residência, das trocas materiais e espirituais e da vida, sobre osquais ele influi. Quando se fala em território deve-se, pois, de logo, entenderque se está falando em território usado, utilizado por uma dada população.Um faz o outro, à maneira da célebre frase de Churchill: primeiro fazemosnossas casas, depois elas nos fazem... A ideia de tribo, povo, nação e, depois,de Estado nacional decorre dessa relação tornada profunda. (SANTOS,2000, p.47)

E concatena os conceitos de território e identidade.

Havia, por conseguinte, uma territorialidade absoluta, no sentido que, emtodas as manifestações essenciais de sua existência, os moradorespertenciam àquilo que lhes pertencia, isto é, o território. Isso criava umsentido de identidade entre as pessoas e o seu espaço geográfico, que lhesatribuía, em função da produção necessária à sobrevivência do grupo, umanoção particular de limites, acarretando, paralelamente, umacompartimentação do espaço, o que também produzia uma ideia de domínio.Para manter a identidade e os limites, era preciso ter clara essa ideia dedomínio, de poder. A política do território tinha as mesmas bases que apolítica da economia, da cultura, da linguagem, formando um conjunto

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indissociável. Criava-se, paralelamente, a ideia de comunidade, um contextolimitado no espaço (SANTOS, 2000, p.31).

Castells (2001) aborda o conceito de identidade.

Não temos conhecimento de um povo que não tenha nomes, idiomas ouculturas em que alguma forma de distinção entre o eu e o outro, nós e eles,não seja estabelecida... O autoconhecimento – invariavelmente umaconstrução, não importa o quanto possa parecer descoberta – nunca estátotalmente dissociado da necessidade de ser conhecido, de modosespecíficos, pelos outros (CASTELLS, 2001, p.22).

Giddens (2002) também apresenta contribuição interessante.

A questão existencial da auto-identidade está mesclada com a natureza frágilda biografia que o indivíduo "fornece" de si mesmo. A identidade de umapessoa não se encontra no comportamento nem — por mais importante queseja — nas reações dos outros, mas na capacidade de manter em andamentouma narrativa particular (GIDDENS, 2002, p.56).

A identidade é, portanto, uma construção social e se firma na interação conforme ressalta

Meneses (1997).

A identidade pessoal, como todo processo de construção ou reforço deidentidade não remete a uma essência, mas a uma situação de interação: o“eu” se define sempre, diante do “outro”, de preferencia na escala de gruposou sociedades (MENESES, ULPIANO T. BEZERRA DE, 1997, p.96).

E reforça.

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(...) não só a identidade é um processo incessante deconstrução/reconstrução, como também ganha sentido e expressão nosmomentos de tensão e ruptura – precisamente quando se aguça a percepçãoda diferença e sua presença se faz necessária (MENESES, ULPIANO T.BEZERRA DE, 1993, p.211).

Partindo-se desses autores, identidade será um conceito entendido, portanto, como uma relação

construída na interação, na relação entre atores e, portanto, não pode ser imposta, não vem de fora.

A economia da informação e do conhecimento, por funcionar em redes, traz à baila a questão

do território. Alguns autores acreditarão que se acabou a questão do território. Outros acreditarão no

reforço dessa discussão. Partindo dessa última perspectiva, o território é uma dimensão da qual não se

pode prescindir se se deseja conhecer as intrincadas relações que se estabelecem entre a economia da

informação e do conhecimento, a inovação, a universidade e seus desdobramentos.

Dessa ótica ainda, a partir do potencial integrador do novo padrãotecnológico, o local redefine-se, ganhando em densidade comunicacional,informacional e técnica, já que passível de interação com o conjunto doplaneta (ALBAGLI, 1999, p.295).

Essa lógica proposta pela economia da informação e do conhecimento traz uma nova

perspectiva para o papel do território no âmbito da inovação. Essa nova perspectiva está imbuída do

caráter do espaços não-limitados e porosos determinados por relações e conexões entre unidades

territoriais (VALE, 2009).

(...) teorias alternativas salientam a tendência para a diminuição do efeitocausal da concentração espacial nas dinâmicas de inovação (...), emresultados dos efeitos da globalização da economia e da evolução dastecnologias da informação e da comunicação e da emergência de formas deorganização em redes trans-regionais (VALE, 2009, p.11).

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Esse entendimento de o que é o território converge para Santos (1998), que afirma que

território “pode ser formado de lugares contíguos e de lugares em rede” (SANTOS, 1998, p.16). Toda

essa nova funcionalidade do território responde aos avanços da ciência e das novas tecnologia da

informação e da comunicação, fundamentos da economia da informação e do conhecimento.

Para essa realidade, a política adequada deve levar em conta políticas que apoiem redes

internacionais de pesquisa e desenvolvimentos, mobilidades de recursos humanos qualificados e

cooperação internacional entre os atores envolvidos (VALE, 2009).

Neste contexto, as “aglomerações inovadoras” são, em larga medida,explicadas pelas dinâmicas do conhecimento e da inovação,interdependentes das redes sociais e dos contextos institucionais locais eregionais (VALE, 2009, p.13).

O território torna-se protagonista dos processos inovativos não medida em que está imbuído do

saber local, na medida em que é no âmbito do território que se estabelecem o entrelaçamento dos

conhecimento tácito e explícito. Território deve, pois, ser entendido em seu sentido mais amplo e

fluido. Santos (1998) discute o retorno do território enquanto unidade análise, afirmando que “a

interdependência universal dos lugares é a nova realidade do território” (SANTOS, 1998, p.15) e

enfatiza o protagonismo do território que, ao criar novas sinergias, impõe ao mundo uma revanche que

é o colocá-lo como elemento central na análise (SANTOS, 1998).

Posta a discussão sobre território, afunila-se para o termo identidade para cujo entendimento

foram colocados os pontos anteriores.

No contexto da economia da informação e do conhecimento, a informação e seus fluxos

pertencem aos territórios. A identidade dar-se-á não necessariamente pelo que há de tangível nos

territórios fisicamente localizados, mas pelo intangível, pelo que está fluido, pelo que é não-local. O

que se propõe com esse debate é uma nova dimensão de análise dada pela identidade informacional.

Com a fluidez pertinente a essa nova forma que assume o processo de produção, o que marcará a

identidade, o que definirá a identidade do e entre os territórios é o caráter informacional que aproxima

esses espaços. Assim, não necessariamente, a localização física tenderá a ser determinante na questão

da identidade, mas a identidade informacional será.

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a informação joga um papel parecido àquele que no passado remoto eradestinado à energia. Antigamente, sobretudo antes da existência humana, oque reunia as diferentes porções de território era a energia, oriunda dospróprios processos naturais. Ao longo da história é a informação que vaiganhando essa função, para ser hoje o verdadeiro instrumento de união entreas diversas partes do território (SANTOS, 1998, p.17).

Por fim, Santos (1998) coloca a questão da dialética do território, tão pertinente a essa

discussão e ao conceito em construção de identidade informacional sustentada por essa articulação de

ideias.

Essa dialética se afirma mediante um controle “local” da parcela “técnica”da produção e um controle remoto da parcela política da produção. A parcelatécnica da produção permite que as cidades locais ou regionais tenham umcerto controle sobre a porção de território que as rodeia. Este comando sebaseia na configuração técnica do território, em sua densidade técnica e,também, de alguma forma, na densidade funcional a que podemosigualmente chamar densidade informacional. Já o controle distante,localmente realizado sobre a parcela política da produção, é feito por cidadesmundiais e por seus “relais” nos territórios diversos (SANTOS, 1998, p.18).

De que maneira a universidade faz parte dessa discussão? De que lugar atua a universidade? A

existência ou a implantação da universidade em uma localidade é condição suficiente para mudar

aquela realidade? As colocações anteriores sinalizam que não necessariamente.

Não basta colocar uma universidade para que a identidade seja criada. A análise é anterior. Há

que se considerar a questão territorial em suas amplas abordagens para que o ciclo virtuoso da

inovação possa acontecer. Não se pode prescindir do aspecto territorial sob pena de os resultados

alcançados ficarem aquém dos almejados. Ao mesmo tempo em que isso é relevante, há a identidade

informacional: com o que a universidade se identifica? Qual é o aspecto informacional privilegiado

por esse agente da informação? Esse caráter dual do território não pode ser subestimado em um

sistema de inovação. Ao mesmo tempo em que o aspecto local viabiliza ou não as redes locais, a

economia da informação e do conhecimento traz um novo ator para esse cenário – a informação – que

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cria identidade a partir das redes não-locais. E é nessa debate que se pretende avançar: qual é a

identidade informacional que se pretende privilegiar? Esse aspecto dual só é observável em um

contexto em que o eixo produtivo migrou no tangível para o intangível e a identidade se firma sobre

esse último.

Fava-de-Moraes (2000) sem tocar diretamente na relação território/identidade/universidade

adverte para o papel da universidade enquanto agente do desenvolvimento regional.

(...) o desenvolvimento regional (...) não ocorreria se o Estado nãocontinuasse investindo com convicção num forte sistema universitário, noqual o MIT ocupa posição de destaque. Ou seja, uma boa universidade érequisito essencial, mas não totalmente suficiente para o desenvolvimentoregional, pois seu êxito também depende das condições complementares deinfraestrutura e da capacidade de o meio externo absorver e utilizar oresultado de suas pesquisas (FAVA-DE-MORAES, 2000. p.10).

Albagli (1999), citando Castells, também adverte para o papel fluido das redes de informação.

quanto mais as organizações dependem dos fluxos e das redes, menos elassão influenciadas pelos contextos sociais associados aos lugares de sualocalização (CASTELLS, 1989, p.349 apud ALBAGLI, 1999).

Tendo, preliminarmente, tais reflexões como pano de fundo, uma nova dimensão de análise

vem sendo proposta: a identidade informacional. Se na economia da informação e do conhecimento, o

intangível sobressai enquanto fator de produção essencial, esse aspecto fluido cria identidade entre

territórios. Se se pretende inovar, modificar uma realidade, o agente da inovação – a universidade para

esse caso – há que considerar essa dimensão, a fim de não abortar ou de não subestimar os resultados

que possam ser gerados para a sociedade do esforço de inovação, de pesquisa e de conhecimento. É

nessa construção que esta pesquisa pretende avançar.

3 CONSIDERAÇOES FINAIS

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Este trabalho pretendeu a discussão sobre o papel da universidade enquanto agente de um

sistema de inovação, sua relação com o território e a necessidade de que se conheça sua identidade

informacional, para que a inovação e os ganhos da pesquisa científica e tecnológica possam ser

apropriados socialmente.

Uma nova dimensão de análise vem sendo amadurecida ao longo dos estudos que é a

identidade informacional. Nessa realidade que pode ser observada, em que o conhecimento é o

elemento central do processo de produção, a intangibilidade permite identificações além do território

entendido em seu aspecto físico. A fluidez da informação, as redes entre os atores de um sistema de

produção, a flexibilidade do território explicitada pelos autores acima apontados lançam luz à

necessidade de entendimento dessa forma de identidade – a informacional, viabilizada e sustentada

pelas tecnologias da informação e da comunicação.

O papel da universidade nesse contexto é colocado em questão por sua dupla característica:

formar mão-de-obra qualificada e gerar e disseminar o conhecimento. É um locus privilegiado para a

economia da informação e do conhecimento tanto na dimensão tácita quanto na explícita do

conhecimento. É um ator, cuja atuação impacta a sociedade do ponto de vista produtivo, cultural,

social, dentre outros aspectos que possam ser pensados. Por isso, a relevância que lhe é dada enquanto

agente do desenvolvimento, de maneira que a presença de uma universidade em uma localidade traria

os efeitos benéficos esperados necessariamente.

No entanto, este estudo em construção aponta para a necessidade de uma identidade

informacional para a atuação da universidade, permitindo que a universidade atue de algum lugar e

que possa definir que lugar é esse. Essa atuação estará necessariamente relacionada com o papel que a

universidade desempenha no sistema de inovação, com que atores estabelece redes e o que caracteriza

essas redes. Se o conhecimento é fluido, essa fluidez tenderá a permear a atuação da universidade e

sua identidade também tenderá a estar no nível do intangível.

É nessa busca que a pesquisa caminha.

REFERÊNCIAS

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