terra boa agronegócios - ed 15 nov/dez 2014 - lições da seca

64
Lições da Seca Brasileiros se destacam no Texas Internacional Cresce o índice de roubos de carga Segurança Raça atrai novos investidores Senepol ano 3 | edição 15 | novembro/dezembro 2014 Estiagem prolongada diminui a estação das águas

Upload: revista-terra-boa-agronegocios

Post on 06-Apr-2016

228 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Uma nova edição da Revista Terra Boa Agronegócios está no ar. Neste caderno, um especial produzido no Texas mostra o sucesso que os brasileiros fazem naquele estado americano trabalhando com o universo dos cavalos. Retratamos também as maiores exposições e eventos do período e temas atuais como a segurança no campo e a seca. Você não pode deixar de ler. Boa leitura e até a próxima edição.

TRANSCRIPT

Page 1: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Lições da Seca

Brasileiros se destacam no Texasinternacional

Cresce o índice de roubos de cargaSegurança

Raça atrai novos investidoresSenepol

ano 3 | edição 15 | novembro/dezembro 2014

a g r o n e g ó c i o s

Estiagem prolongada diminui a estação das águas

Page 2: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca
Page 3: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca
Page 4: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

12 CAPASeca no Sudeste 16 INTERNACIONAL

Os melhores do Mundo

18 22INTERNACIONALUm cavaleiro no Texas

INTERNACIONALArtesão Paulista

BOA Leitura

24

32

ARTIGOAnemia Equina

PEC. DE CORTETufubarina28 SEGURANÇA

Roubo de Gado

Page 5: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

INTERNACIONALOs melhores do Mundo

Nesta Edição

Abordamos temas complexos como a falta de segurança no campo e a seca que atinge a região Sudeste. No especial sobre o Texas, conversamos com vários brasileiros que fazem sucesso nos EUA. E mais a cobertura dos principais eventos do último trimestre do ano e um especial sobre a Tufubarina Senepol, marca que a cada dia se torna mais forte.

38 REPRODUÇÃOEstação de Monta

42 CONGRESSOSenepol

50 ARTIGOQuando 1+1

50 EXPOSIÇÕES37ª Expointer

44 CONGRESSOBrasil se destaca

52 EXPOINELParceria de Sucesso

44 PEC. DE CORTEEles investem na raça

56 EXPOBRAHMANDo campo para à pista

62 CAFEICULTURAClassificação do Café

36 LEILÃOTufubarina

Page 6: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

6 nov/dez 2014

AO Leitor

Page 7: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 7

2014, um ano de decisões

que marcaram a nossa vida,

o nosso País, o mundo.

Um novo tempo se descortina,

após tantas decisões e ao

vislumbrarmos um novo ano.

Tudo de novo?

Sim, não, talvez!

Os dias e os meses se repetem,

mas somos novos homens a cada dia.

Ainda bem que novos, para continuar-

mos em busca de um mundo melhor.

Tudo depende de nós!

Que em 2015 sigamos juntos,

incansáveis na luta por mundo melhor

Page 8: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

8 nov/dez 2014

homenagem

W alter Wilson Vieira, antes de dedicar-se à pecuária, foi funcionário público de Minas Gerais.

Herdou a fazenda do pai em 1965, uma área de cerrado fechado no município de Monte Alegre de Minas/MG, mas começou a abrir a área, com muito trabalho, em 1973 e a transformou na Fazenda Tufubarina. A pecuária naturalmente foi se transformando em sua paixão, amava os animais.

Além da pecuária plantou arroz, abacaxi, soja, que são cul-turas típicas da região e, por último, destinou a maior parte da fazenda a plantação de eucalipto. Apostou na pecuária de corte e no cruzamento industrial. Começou com o Nelore e cruzou a raça zebuína com várias raças taurinas. Por influência do filho Gustavo, começou a criar Senepol há nove anos e, nesse período, optou pela seleção genética da raça.

É lembrado pela família e amigos pela sua coragem somada à humildade, generosidade e humor. Qualidades que marcaram a sua vida. Nos últimos anos, lutou pela vida ao tratar um câncer. Seu caso foi tornado público via redes sociais pelos filhos e motivou outras pessoas a buscarem recursos na luta pela vida, contra a doença. Faleceu na noite do dia 21 de outubro em Uberlândia e foi sepultado na mesma cidade. Deixa a esposa Angelita Angelina, os filhos Gustavo e Frederico, além da nora Naessa. A descendência continua com a vinda da neta a nascer em junho de 2015.

Walter Wilson Vieira1942 – 2014

N atural de São Roque/MG, antes de se dedicar à pecuária leiteira no Estado de Goiás, o conhecido Sr. Leonídio, trabalhou em outros setores da prestação

de serviços até retornar a sua origem e adquirir a Fazenda Mutum, sua grande paixão, para se dedicar à seleção de Gir Leiteiro. Era descrito pelos amigos como um homem simples, cheio de humildade, carisma e bondade. Apaixonado pela pecuária leiteira, a sua experiência e dedicação sempre o levou a conquistar grandes prêmios. Seu trabalho com a seleção de bezerras gerou bons resultados em produtividade e fertilidade na fase adulta, levando a Mutum a ser uma referência na seleção genética do Gir Leiteiro.

No último dia 23 de outubro faleceu em decorrência de uma parada cardíaca. Foi velado na Fazenda Mutum e sepultado em Alexânia/GO. Deixa um grande legado para a família, que já segue o seu trabalho através do filho Leo e do neto Bruno. Deixa a esposa Avandelci, os filhos Leo, Fábio, Eduardo e Vanessa, os netos Maria Cristina, Ana Paula, Ana Luisa, Eduarda, Duduzinho, Bernardo, Gustavo, Daniela e a bisneta Luiza, as noras Meire, Yelaine, Cleusa, o genro Rodrigo e Paulinha esposa do Bruno.

Leonídio Ferreira gomes1940 – 2014

Page 9: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 9

Por quase um século de vida, Ernani Silveira Barros trabalhou em prol da pecuária leiteira e de corte, trabalhando com Gir , Girolando e Nelore, em Minas Gerais e São Paulo. A sua trajetória inclui o marco de ser um dos precursores no cruzamento das raças Gir e Holandês, que resultou na formação da raça Girolando, no Sudoeste de Minas Gerais.

Na sua longa vida, presenciou diversos momentos da história do País e do mundo, acompanhou as transformações ocor-ridas na cidade e no campo se dedicou com paixão as suas atividades na fazenda. Vivenciou todas as transformações do campo, desde a compra de animais em estados distantes como o Mato Grosso, o que consumia muitos meses em viagens de comitiva, até os dias atuais com a fertilização in vitro. Desde a década de 1970 trabalha com o melhoramento genético em sua Fazenda Angola, no município de Passos/MG, onde investiu na criação de Gir e Girolando. Viveu na fazenda toda a sua vida. Em decorrência de uma pneumonia faleceu aos 99 anos, no dia 26 de setembro. Deixa os filhos Cláudio, Flávia e Virginia, a nora Fátima e as netas, Alicia e Renata.

ernani Silveira Barros1915 – 2014

“A morte não é nada. Eu somente passei para o outro lado do caminho. Eu sou eu, vocês são vocês. O que eu era para vocês, eu continuarei sendo”

(Sto. Agostinho)

Page 10: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

10 nov/dez 2014

AMIGOS terra Boa

O competidor Rodrigo Paolielo, que tem Centro de Treinamento no Brasil, durante sua estada no Texas para acompanhar a final do AQUA Show, competir e treinar novas técnicas com os melhores profissionais do mundo. Participante das competições da AQUA desde 2013, procura ficar no Texas por 30 dias em treinamento. No momento flash para a Terra Boa é o pri-meiro da esquerda junto com Cesar, Bolivar Filho, Bangal, o veterinário André, Gustavo Teodoro, que também participou das provas, e o artesão, Dão.

Em sessão flash para a Revista Terra Boa, o locutor de rodeio e criador de Senepol, Ricardo Gandra, em momen-to durante o Rodeio de Cerquilho/SP, no mês de novembro. Em registro do ceri-monialista de rodeio, Robert Barbosa

Em Porangatu/GO, o pecuarista João Queiroz de Araújo Júnior e Clóvis Resende Filho, o Clovinho da Confiboi, ao receberem a última edição da Revista. Clovinho é sócio-proprietário da Confiboi e representante da Agrocria no Estado de Goiás.

O poderoso garanhão Hi Brow Cat, maior produ-tor da raça Quarto de Milha, em Central de Reprodução no Texas. Avaliado em U$$ 10 milhões sua cobertura é vendi-da por U$$ 22 mil dólares. O cavalo que emocionou o nosso diretor, Bolivar Filho.

Em Oklahoma/ EUA, no AQHA Word Show 2014, na final do campe-onato, em novembro, o competidor Jayme Resende, o presidente da ABQM (Associação Brasileira dos Criadores de Quarto de Milha) Marcelo Ferreira e o diretor- executivo da Revista Terra Boa Agronegócios, Bolivar Filho que produziu as reportagens dessa edição e divulgou a Revista Terra Boa na terra de Malboro.

Page 11: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 11

É festa, é final de campeonato. Em 2015 tem mais.

Família Agropecuária Vila dos Pinheiros comemorando as suas muitas premiações do ano de 2014

A alegria de vencer do Nelore Da Car, liderado por Dalila Botelho de Moraes Toledo e o seu Nelore Mocho.

O presidente da ACNB, Pedro Novis durante cerimonial do Nelore Fest. Ele que também recebeu prêmios pela atuação na ACNB e Fazenda Guadalupe

Ronaldo Caiado em Noite do Nelore Fest para receber o prêmio como liderança de destaque na pecuária nacional

Felipe Picciani recebendo prêmios pela sua atuação na ACNB e pelo Grupo Monte Verde

Page 12: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

12 nov/dez 2014

O quesito climático em 2014 não foi dos melhores. Pela primeira vez, a nascente do rio São Francisco, que está

localizada dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra, no Sudoeste de Minas Gerais secou, com a estiagem mais forte registrada nos últimos três anos. O parque tem 200 mil hectares de área e preserva, além das nascen-tes do São Francisco, outros monu-mentos naturais. Serve como divisor natural de águas das bacias dos rios São Francisco e Paraná. No Nordeste, as famílias e produtores rurais enfrentam o segundo ano de uma seca gravíssima, a pior dos últimos 50, com cerca de 1400 municípios afetados. São Paulo não vive um período de estiagem tão severa desde 1964 e a região conhecida

como Polígono das Secas (que abrange municípios dos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais), tem quadros comuns na história do Brasil. O problema é agrava-do pelo aquecimento global e o El Niño, fenômenos que tendem a aumentar as áreas secas em todo o mundo.

A irregularidade de chuva e os baixos índices de umidade prejudi-cam as lavouras de vários estados do País. Produtores do Triângulo Mineiro atrasaram a safra, quem esperava plan-tar ainda no início do mês de outubro teve os planos adiados pela falta de água. A seca já havia reduzido em 25% a produção nas últimas safras, e, para evitar novos prejuízos, o ideal seria o acumulado de 80 milímetros.

Na mesma região, os registros são de 20% de perda na produção de soja e de 15% nos canaviais. Já para o café, a situação é mais complicada. A esti-mativa da consultoria norte-americana Hackett Financial Advisors, especializada em commodities agrícolas, é baixa nas sacas de café de 47 milhões para 43 milhões, resultado de meses com pouca chuva e abortamento da primeira flora-ção dos cafezais.

O criador de gado Sindi, no Rio Grande do Norte, Arthur Targino afirma que o pasto cultivado já está quase em extinção no sertão semiárido, pois são raras as fazendas que plantam e mesmo assim, são poucas as espé-cies (Buffel e Urocloa). “A seca estabe-lecida aqui desde 2011 não deixou as pastagens se recuperarem. São três

CaPa

É preciso aprender a conviver com os períodos de baixos índices pluviométricos. Segundo estimativas, a estiagem pode se prolongar por mais de uma década

SeCa: uma anáLiSepArA A AGrOpecuárIA

rePortagem MOnIcA cuSSI

Page 13: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 13

anos chovendo muito abaixo da média”, conta. A salvação para o cenário de seca no Nordeste tem sido a cultura da Palma Forrageira, que superdensada, produz entre 500 e 800 toneladas de matéria natural por hectare ao ano para alimentar o gado. A plantação é feita com uma irrigação de baixo custo e baixo volume (cerca de cinco mil litros a cada 15 dias no período seco do ano). As variedades são doces, miúdas ou as gigantes, vindas do México.

De acordo com Targino, em ter-mos de nutrição, a Palma Forrageira é pobre em proteína e fibra, mas dá muito volume se corrigida com ureia e feno, mantendo, assim, a ali-mentação animal. “Em alguns casos usamos bagaço de cana cru ou hidro-lisado, dependendo da região. É uma cultura perene, porém temos alguns problemas”, alerta, explicando que a planta é suscetível à falsa Cochonilha do Carmim, uma praga que dizima a plantação. Porém, há resistência de algumas variedades, como a Palma Doce e a Orelha de Elefante. Outro problema, segundo ele, é o manejo com colheita manual. “Fora isso, ela tem sido a redenção dos nordesti-nos!”, diz preocupado. Isso porque é

rica em água e em energia. Da família das cactáceas, ela se reproduz por mudas feitas com as próprias folhas e se mantém bem em qualquer tipo de solo, exceto o encharcado. A planta ainda exige pouco uso de tecnologias e a irrigação é feita por gotejamento.

Em outras regiões do país, produ-tores rurais usaram na silagem o aba-caxi e bagaço de cana para manter o gado e a mínima produção.

Entrevista: A estiagem em 2014

Convidamos o professor Dr. Luiz Carlos Baldicero Molion para abordar o tema seca no Brasil. Ele é PhD em Meteorologia, pela Universidade de Wisconsin (USA), Pós-Doutorado pelo Instituto de Hidrologia, Wallingford (UK), acadêmico do Wissenshaftskolleg zu Berlin, Alemanha. Atualmente, é professor/pesquisador aposen-tado INPE/MCTI e UFAL/MEC.

TB - Professor, é possível fazer uma análise deste quadro climático atípico pelo qual o Brasil está passando?

LCBM - Na realidade, não estamos passando por um

Revista Terra Boa Agronegócios 13

rica em água e em energia. Da família das cactáceas, ela se reproduz por mudas feitas com as próprias folhas e se mantém bem em qualquer tipo de solo, exceto o encharcado. A planta ainda exige pouco uso de tecnologias e a irrigação é feita por gotejamento.

Em outras regiões do país, produ-tores rurais usaram na silagem o aba-caxi e bagaço de cana para manter o

Entrevista: A estiagem em 2014

Convidamos o professor Dr. Luiz Carlos Baldicero Molion para abordar o tema seca no Brasil. Ele é PhD em Meteorologia, pela Universidade de Wisconsin (USA), Pós-Doutorado pelo Instituto de Hidrologia, Wallingford (UK), acadêmico do Wissenshaftskolleg zu Berlin, Alemanha. Atualmente, é professor/pesquisador aposen-tado INPE/MCTI e UFAL/MEC.

TB - Professor, é possível fazer uma análise deste quadro climático atípico pelo qual o Brasil está passando?

- Na realidade, não estamos passando por um

Arthur Targino

Page 14: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

14 nov/dez 201414 nov/dez 2014

período de “seca severa”, mas sim de chuvas abaixo da média dos últimos 60 anos, com reduções, em média, de 15% a 20% nos totais pluviométricos anuais em todo o país. Mas, a redução das chuvas não afeta apenas o Brasil. É um fenômeno global, resultante da variabilidade natural do clima e que afeta muitas regiões do mundo. Os estudos mostram que as temperatu-ras da superfície do Oceano Pacífico, que ocupa 35% da superfície terrestre, apresentam um ciclo de 50-60 anos, dos quais 25-30 anos são ligeiramente

14 outubro/novembro 2014

CaPa

mais frias, seguidos de 25-30 anos mais aquecidas. Entre 1946-1976, o Pacífico Tropical se resfriou, provocou um res-friamento do clima e redução de chuvas no globo todo. Em contrapartida, entre 1976-1998, as águas do Pacífico tropi-cal ficaram mais quentes, a frequên-cia de eventos El Niño intensos foi maior. O planeta se aqueceu e choveu mais naquele período. Desde 1999, o Pacífico tem demonstrado que está se resfriando novamente e, se seu ritmo continuar semelhante ao dos últimos 100 anos, suas águas permanecerão ligeiramente mais frias até cerca de 2030. É possível, pois, que o clima volte a ser similar àquele do período frio que ocorreu entre 1946-1976, em que as chuvas se reduziram e os invernos foram mais frios e mais longos, com maior frequência de geadas severas.

TB - O que mais está sendo afe-tado com este período de estiagem?

LCBM - Em particular, há uma sequência de anos, entre 1959 e 1968, que, em geral, choveu abaixo da média no Sudeste, afetando, por exemplo, o abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Com exceção dos reservatórios da região Sul, todos os outros no país estão em condições críticas. Outra região que está sofrendo impacto nega-tivo severo é o interior do Nordeste do Brasil. É possível, pois, que um novo período de redução de chuvas tenha se iniciado em 2012 e que essas regiões, em particular a RMSP, tenham que conviver com chuvas abaixo da média pelos próximos 6 a 7 anos. Isto é, chove anualmente, mas os totais serão insu-ficientes para recuperar o volume dos reservatórios. O problema maior é que a demanda hoje é maior em face do aumento populacional e das atividades econômicas nesses últimos 60 anos.

TB - E na agropecuária, há uma análise a se fazer sobre os prejuízos?

LCBM - Nesse mesmo período (2012-2021), a região maior produtora de grãos do país, o Centro-oeste deve também apresentar uma redução de chuvas de 15% a 20% entre outubro e março, com grande possibilidade dessa estiagem ser de 3 a 4 semanas e ocorrer após a segunda quinzena de janeiro. Ou seja, chove bem a par-

2030. É possível, pois, que o clima volte a ser similar àquele do período frio que ocorreu entre 1946-1976, em que as chuvas se reduziram e os invernos foram mais frios e mais longos, com maior frequência de geadas severas.

Prof. Molion

Page 15: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 15 Revista Terra Boa Agronegócios 15

tir da segunda quinzena de outubro até a primeira quinzena de janeiro e, depois, ocorre um veranico que pode durar até o final de fevereiro, voltando a chover em março. Porém, a estação chuvosa, como um todo, será defici-tária. O percentual de quebra nas safras vai depender da época que o verani-co ocorrer e sua duração. Se pegar um estágio importante do cultivo, por exemplo, floração ou enchimento da vagem, a quebra pode ser considerável e chegar a 20% em média. Mas, para a “safrinha”, esperamos que as condições sejam normais.

TB - Existe algum estudo ou pes-quisa que traga alguma novidade ou alternativa?

LCBM - Não existem estudos ou resultados novos. O que se reco-menda são as práticas já conheci-das. No Brasil, por exemplo, já se utiliza a prática do plantio direto, sem arar a terra, que se tornou tradicional e que mantém a estru-tura física do solo. Recomenda-se, ainda, o enriquecimento dos solos com matéria orgânica para reter mais umidade e aprofundar os nutri-entes (adubo) o máximo que for pos-sível para que a planta, ao buscar os nutrientes, desenvolva um sistema radicular que explore um volume de solo maior. O ideal seria irrigar, para não se tornar escravo do clima. Infelizmente, o custo da irrigação

Revista Terra Boa Agronegócios 15

é proibitivo em face dos custos da energia elétrica no país.

Convém ressaltar que os comen-tários acima estão baseados na premissa que o clima apresenta ciclos e que estamos vivendo um ciclo com grande similaridade ao ocorrido no período 1946-1976 e que deve durar até 2030 aproxi-madamente. O produtor rural deve tomar essas recomendações como um guia e, por precaução, estar pre-parado para um possível período de chuvas reduzidas.

Piscicultura

As consequências da seca prolongada na região Sudeste são alarmantes para todos: homens e animais. Mesmo com a chegada das chuvas no início de novembro, alguns setores foram fortemente prejudicados, entre eles a piscicultura.

Na região do Lago de Furnas, mui-tos aquicultores estão sem condições de trabalho e já contabilizam as per-das. Em São João Batista do Glória, Patrick Oliveira Sanches, que há 4 anos investe no segmento viu seus 50 tanques-rede irem literalmente por água abaixo e levar toda a sua produção de traíra, lambari, mandi, tucunaré, tilápia, pintado e curimba.

No início de novembro, Patrick contabilizou 70 toneladas de perdas. Não foi possível salvar quase nada,

mesmo convertendo parte da sua produção em filés. A alta temperatura da água deixou insustentável a vida para os alevinos e peixes de todos os tamanhos. Mesmo alterando a posição dos tanques, a medida que a água baixava, não foi possível salvar quase nada.

“Quando a empresa avisou que deixaria a margem da água em 13 metros, levei os tanques para outra parte do rio onde pudessem ter altura e condições para sobrevivên-cia. Mas a água baixou ainda mais. Ficou inviável. Todo dia enterramos dezenas de quilos de peixe”, disse.

“Eu levei quatro anos para plane-jar a atividade de forma que tivesse peixe em produção todo mês. Perdi todo o meu trabalho”, ressaltou. Ele ainda destacou o trabalho destina-do a produção de tilápias grandes, no qual é preciso mantê-las no tanque por cerca de dois anos. Todo trabalho foi perdido. Patrick ressalta que não haverá peixes no lago nem quando for aberta a tem-porada de pesca.

Patrick se dedica exclusivamente a esta atividade. Membro da dire-toria da AMORG (Associação dos Aquicultores do Médio Rio Grande), que administra frigorífico construí-do em Cássia/MG, diz que não tem mais participado das reuniões; a mesma desmotivação atinge outros aquicultores da região.

Page 16: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

16 nov/dez 201416 nov/dez 2014

rePortagem BOlIvAr FIlhO texto denISe BuenO Foto MárcIO MOleIrO

OS MelhOreS dO MundOSe enContram naS arenaS Do eua

D ois grandes campeonatos levaram muitos brasileiros aos Estados Unidos, nos meses de novembro e dezembro, para

acompanhar as provas do AQHA Show 2014 e World Championship Futurity, realizadas em Oklahoma e Weatherford. A raça Quarto de Milha deu show nas pro-vas organizadas pela American Quarter Horse Association (AQHA) e National Cutting Horse Association (NCHA).

A AQHA, que organiza o campeonato mundial com inúmeras modalidades entre laço, apartação, rédeas, tambor, distribuiu no evento de 2014 mais de U$ 5,5 milhões em prêmios. Foram regis-tradas 3.610 entradas durante o evento realizado no Oklahoma State Fair Park, em Oklahoma City. Nas pistas cavaleiros dos Estados Unidos, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Colômbia, Alemanha, México e Suiça.

O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Quarto de Milha (ABQM), Marcelo Ferreira, acompan-hou o evento e participou das provas. Segundo ele, estar nessa competição é uma oportunidade única pela quan-tidade de modalidades e qualidade dos animais e competidores.

Ao conhecer o evento como expectador e participante possibilitou ao presidente da ABQM avaliar os eventos realizados no Brasil. “ É lógico, que as instalações, baias, comodidade para o público, pistas de aquecimento, são superiores em Oklahoma. Trouxemos de lá algumas ideias quanto à organização, atuação dos juízes, preparação de pistas, e outros itens que vamos estudar e implantar em nossos eventos. Tratando-se do campeonato mundial, temos os melhores do

mundo competindo. E são muitos competidores de alto nível. No Brasil, temos determinadas modalidades com poucos conjuntos de altíssimo nível técnico”, disse o presidente da ABQM.

Sobre a sua participação nas provas, Marcelo realizou um de seus sonhos. “ Quando soube que tinha conseguido resultado que me habilitava a partici-par, não pensei duas vezes em fazer a inscrição e procurar um animal nos EUA que me desse uma boa condição de competição”. Entre os animais que se destacaram nas provas ele cita Mr. Fritz Wood de propriedade do Lincoln Figueiredo. Juntamente com Lincoln, o animal foi duas vezes campeão mundial, nas categorias Amador Laço de Bezerro Técnico e Amador Laço Pé Técnico. Com outros competidores, o cavalo foi muito bem em outras categorias, most-rando ser um animal diferenciado.

A disputa dos brasileiros

Entre os muitos brasileiros que se classificaram para as provas da AQHA estavam Márcio Moleiro, Cintia Torales de Lima e Lincoln Ferreira, campeão mun-dial. Entre os estreantes na prova de apartação, Márcio e Cíntia. Ambos são unânimes em ressaltar o nível técnico da competição e a infraestrutura oferecida.

Márcio, que ficou em 17º lugar entre os 70 inscritos na prova de apartação, enfatiza que embora os americanos estejam á frente em nível técnico, o Brasil evoluiu muito nos últimos anos. “Nos Estados Unidos encontramos uma quantidade muito maior de cavalos e pessoas envolvidas nesse meio, com condições melhores de infraestrutura para treinamento de

animais. É uma tradição mais antiga do que a brasileira , com isso é natural que o nível americano seja melhor do que o nosso. Fico contente em ver que os brasileiros evoluíram muito e em muitas modalidades temos condições de participar com os americanos em igualdade”, ressaltou.

Cintia destaca o nível técnico dos competidores, mas enfatiza alguns pontos que podem favorecer os brasileiros nas provas, como o treino antes das competições. “Eu não conhecia a égua com a qual competi, faltou sintonia”, disse. Ela havia trabalhado apenas duas vezes com o animal antes da prova e foi a segunda a entrar na pista. Faltou conhecimento das regras e da própria prova, que segundo ela tem um ritmo diferente do realizado no Brasil. “A experiência é muito gratificante, mas acredito que é preciso treinar mais nos EUA para obter melhores resultados”, ressaltou.

Futurity

No World Championship Futurity, a maior prova do mundo para cavalos de apartação, mais de U$ 3,7 milhões em prêmios foram distribuídos. Organizada pela National Cutting Horse Association (NCHA), foi realizada no Will Rogers Coliseum, em Weatherford, com participantes de vários países. O evento criado em 1946 por cowboys visionários é hoje a competição mais esperada do ano pelos apaixonados por apartação em todo mundo, por mostrar, ou dar destaque, aos animais jovens, até quatro anos, que geralmente iniciam a sua carreira nas pistas, no ano seguinte a esta competição.

internaCionaL

16 nov/dez 2014

Page 17: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 17 Revista Terra Boa Agronegócios 17Revista Terra Boa Agronegócios 17

Page 18: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

rePortagem BOlIvAr FIlhO texto denISe BuenO

A paixão por cavalos o levou ao Texas/EUA, não em busca do sonho americano, mas do sonho de viver e trabalhar com cavalos em solo americano

uM cAvAleIrO no texaS

internaCionaL

18 nov/dez 2014

Page 19: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

A opção por morar fora do Brasil, mais pre-cisamente nos Estados Unidos, melhor dizendo, no Texas, era o sonho do Carlos da Silva, o Bangal. Estudante de Direito

em São José do Rio Preto/SP, percebeu com a morte do pai o que realmente queria para a sua vida: morar no Texas e trabalhar com cavalos de aparta-ção. Assim, em busca do seu sonho, desembarcou nos Estados Unidos em outubro de 1992 com “a cara e a coragem”. Enfrentou inúmeros desafios, mas hoje tem a certeza que fez a escolha certa.

“Eu sempre gostei de trabalhar com apartação, gostava de cavalos desde menino, tempo em que tentava “quebrar” um potro do meu jeito. Depois que perdi o meu pai resolvi ser eu mesmo. Fiz as malas e vim para o Texas aprender apartação, que é uma atividade que adoro”, disse Bangal se referindo aos seus sonhos e a sua mania de domar cavalos desde criança.

Mas, correr atrás dos sonhos exige muita deter-minação e não foi nada fácil o início da sua vida em solo americano. A língua dificultava os relacionamen-tos e o talento em domar animais incomodou alguns treinadores. Aprender a língua pátria também não foi tarefa fácil. Por essas e outras dificuldades demorou a se relacionar, a fazer amigos, a namorar. Mas essas etapas foram vencidas passo a passo, com muita determinação. Bangal é casado com Érica da Silva e tem dois filhos, Gabriela de 24 anos e Landon de 6. Os amigos hoje se misturam entre brasileiros e americanos. Acostumado a enfrentar desafios, Bangal afirma que eles são uma chance dada por Deus para subir mais um degrau na vida.

Determinação

Há 22 anos, quando chegou ao Texas, Bangal foi ao encontro do treinador Roy Carter, que conheceu no Brasil durante um rodeio no Parque Canindé, realizado pela Traffic. De Carter buscava conheci-mento e trabalho. Demorou um mês para encontrá-lo, mas logo após começou a trabalhar com a doma de cavalos jovens de 2 e 3 anos, o que fez até 1999, quando voltou ao Brasil para uma temporada em seu País.

De volta aos Estados Unidos trabalhou com a doma de animais para diversos criadores até o ano de 2008. Mas entre um trabalho e outro, no ano de 2004, durante período que treinava ani-mais para Tommy Manion conheceu o brasileiro Armando Costa, também investidor em animais de competição. Passou a assessorá-lo na compra de animais para a formação do seu plantel, quando

adquiriram Be My Sunshine e Short Be Sweet e todos os animais da Fazenda Barrinha, cerca de 50, que entraram na liquidação do plantel há dois anos. Naquele período, com as competições conquistando cada vez mais brasileiros, o comércio de animais nos Estados Unidos ficou ainda mais aquecido e Bangal com a sua experiência e o seu bom relacionamento com os rancheiros, começou a abastecer o mercado brasileiro. “O negócio cresceu tanto que alguns ran-chos fizeram cocheiras só para a minha quarentena. Depois desta fase comecei a fazer quarentena para minha comercialização. Armando acabou por com-prar um rancho nos Estados Unidos, onde seu filho Armandinho treina”, ressaltou. A amizade dos dois brasileiros só cresceu nesse período, mesmo com cada um seguindo o seu caminho. “O Armando foi muito assediado pelos treinadores aqui e os meus negócios também estão crescendo graças a Deus. Eu me sinto parte do sucesso dele aqui e vice-versa”, ressaltou.

Conhecedor da doma, da apartação e dos ameri-canos, Bangal se tornou uma referência no Texas para brasileiros e hoje trabalha prestando serviços na comercial-ização e assessoria de animais. “Quando os brasileiros começaram a comprar cavalos no Texas, o Armando já tinha formado a sua tropa. Ajudei outros criadores como Jamil Buchalla, Guilherme Reich, Fernando Bertim, Haras Motta e muitos

Conhecedor da doma, da apartação

e dos americanos, Bangal se tornou uma

referência no Texas para brasileiros

Conhecedor da doma, da apartação e dos ameri-canos, Bangal se tornou uma referência no Texas para brasileiros e hoje trabalha prestando serviços na comercial-ização e assessoria de animais. “Quando os brasileiros começaram a comprar cavalos no Texas, o Armando já

tropa. Ajudei outros criadores como Jamil Buchalla, Guilherme Reich, Fernando Bertim, Haras Motta e muitos

Page 20: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

outros. Fernando também foi importante na minha carreira com a sua busca por cavalos de corrida, o que ampliou o meu trabalho. Hoje eu sou reconhe-cido e tenho muita satisfação por isso”.

Atualmente Bangal trabalha com cavalo para provas de laço, apartação, corrida e auxilia todo o trâmite de importação para brasileiros e criadores de outros países. Ele é também representante internacional do High Brow Cat, maior produtor de animais de apartação do mundo, e do Metallic Cat

para a América do Sul. Metallic Cat no seu primeiro ano de produção atingiu a marca de U$ 1,5 milhão. É o número um dos inscritos do NCHA Futurity de 2014. Além da América do Sul já vendeu animais para Itália e Suíça. “Me sinto realizado, sou uma referência no Texas”.

O seu trabalho lhe garante exclusividade com alguns ranchos como o Polo Ranch e Susie Reed, que lhe dão prioridade de venda dos melhores ani-mais e Shadow Oak Ranch de Jeremy Barwick, que também é proprietário do Western Bloodstock, a maior empresa de leilão de animais de trabalho nos EUA. “Acabei de comprar um animal que vai para o Brasil. Além de lindo, conquistou U$$ 25 mil no Working Cow Horse e tem pontuação em tambor”. Entre os muitos animais que já mandou para o Brasil estão: Thundercat, garanhão do Haras Motta; Boody Boonsmal e Bet On Me, garanhões de Jamil Buchala; Short Be Sweet e Rey Rebecca, da Fazenda Barrinha. Para as provas de tambor, Uno Mas Corona do Haras Sobradinho e para as provas de corrida, Panther Mountain de Érico Braga e Fernando Bertim.

Para divulgar mais o seu trabalho, Bangal lançara um site em 2015, mas hoje é acessado via Facebook pelo endereço Carlos Bangal da Silva. “As portas estão abertas para os brasileiros que querem trabal-har com cavalos. No que puder ajudar diretamente, ou indiretamente, eu vou ajudar”.animais de apartação do mundo, e do Metallic Cat har com cavalos. No que puder ajudar diretamente, ou indiretamente, eu vou ajudar”.

internaCionaL

Page 21: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca
Page 22: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

22 nov/dez 2014

rePortagem BOlIvAr FIlhO texto denISe BuenO

arteSão PauLiSta cOnQuIStA MercAdO AMerIcAnOA arte ele já tinha nas mãos e na alma. No Brasil, trabalhava com artesanato em couro e visitava o Texas, a negócios, desde 2008. Ao ver o mercado exis-tente para o seu trabalho, optou por mudar de país e, há dois anos, trabalha com artesanato nos Estados Unidos

competidor brasileiro vitorioso nos Estados Unidos, que desfilou com um dos cintos produzidos por Dão e foi fotografado para revista americana especializada, a Hump´s Horns. Essas divulgações conquistaram novos clien-tes para o brasileiro. “ Eu faço de tudo, vendo de tudo, mas o cinto é uma peça que pode ser mais trabalhada e dá mais prazer em produzir, em criar”.

Vivendo em um país onde o couro tem grife, trabalhar com os melhores curtumes faz parte da seleção do artesão para produzir as melhores e mais belas peças. Segundo Dão, os melhores curtumes são da região de Kentucky . “ O mercado do couro aqui é bem profissional, muito diferente”. Dão ressalta que ser reconhecido em outro país e dentro de um mercado tradicio-nal é muito bom. “ Quando cheguei e fui vender meus produtos nas melhores lojas, só recebi porteira na cara. Me dis-seram que eu estava fora de moda, que não usavam mais aquelas peças. Hoje, dois anos depois, sejam produtos feitos aqui ou na china todos me imitam, o que prova que não estava errado”. Além desse trabalho, Dão recebe também comitivas como agente de turismo e mostra o que há de melhor no Texas, visita ranchos e lojas especializadas.

22 nov/dez 201422 nov/dez 2014

internaCionaL

J oão Batista Dias Filho, o Dão, é artesão brasileiro. Entre cintos, cabeçadas e muitos acessórios ou “traias”, como costumam

dizer na linguagem dos cavaleiros, ficou conhecido no Brasil, mais pre-cisamente através da sua loja em São João da Boa Vista/SP. Mas, ao longo da sua caminhada, optou por desenvolv-er o seu trabalho em um estado amer-icano onde a maioria vive em função do cavalo: o Texas. “ O mercado nos Estados Unidos de acessórios para cavalos é muito grande e enxerguei o meu potencial, por isso entendi que morar aqui seria melhor e mais fácil para vender as minhas peças”.

Grande potencial e mercado dife-renciado foi o que Dão encontrou ao chegar no Texas. De imediato as

suas criações foram recusadas pelas grandes lojas com a informação que a sua produção estava desatualizada ou ultrapassada. Mas nada como um dia após o outro, hoje suas peças são referência para os mercados america-no e chinês, que produzem, em série, uma grande quantidade de acessóri-os para cavalos. “A cultura daqui é diferente. O americano conhece o bom produto, ele sabe por que está comprando aquela peça. O couro tem marca, tem griffe, então o valor agregado é maior”, ressaltou.

Para conquistar o americano, a temática do seu trabalho que é desen-volvida em couro bordado, Dão foi bus-car inspiração na cidade de Sheridan, Estado de Wyoming, onde as flores e folhas inspiram o artesanato local. “O meu trabalho utiliza flores mais defini-

das e deixa as peças mais bonitas. Por mais bairrista que o texano seja, ele começou a aceitar este trabalho há 10 anos. É um trabalho de mais qualidade e hoje muito valorizado”.

As suas peças podem ser vis-tas com famosos do meio como

o campeão de rodeio e homem forte da PBR

Cody Lambert e Guilherme Marchi,

Page 23: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 23 Revista Terra Boa Agronegócios 23Revista Terra Boa Agronegócios 23

Page 24: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

24 nov/dez 2014

A nemia infecciosa equina é uma doença causada por um vírus do gênero Lentivius, da família Retroviridae, limitada aos equinos, asininos e muares. Não há cura e todo animal infectado

tem, por força da legislação sanitária, que ser sacrificado.Muito longe de estar controlada no país, é uma

doença que vem preocupando técnicos e criadores que se dedicam à criação de equinos. Podendo causar em um futuro próximo, grandes prejuízos à equideocultura como um todo.

Os principais reservatórios desta enfermidade são os portadores inaparentes do vírus, principalmente em tropas que não sofrem monitoramento sorológico periódico. A transmissão é mais comum nas épocas mais quentes do ano e em regiões úmidas e pantanosas.

A transmissão ocorre por meio da picada de mutucas e moscas de estábulo, morcegos hematófagos, materi-ais contaminados com sangue infectado como agulhas, instrumentos cirúrgicos, groza dentaria, sonda esofági-ca, aparadores de cascos, arreios, esporas e outros, além da placenta, colostro e acasalamentos.

Os sinais clínicos são brandos e inespecíficos. Os cavalos infectados podem apresentar febre de 40 a 41ºC, respiração rápida, abatimento, cabeça baixa, debi-lidade nas patas, redução do apetite e perda de peso.

Deve-se realizar o teste sorológico sempre que se for transitar com os animais para eventos (cavalgadas, exposições, provas), quando se efetuar a compra de um novo animal ou quando se for fazer acasalamen-tos. No caso de dúvidas, procure sempre um Médico Veterinário.

anemiaInFeccIOSAeQuInA

artigo

Gustavo Lima GarridoMédico Veterinário - CRMV MG [email protected](35) 91420979

Page 25: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca
Page 26: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

26 nov/dez 2014

S egurança é palavra de ordem em todo País, inclusive na zona rural. A máxima da tranquilidade

na vida do campo está ameaçada pela ação de infratores que viram nos animais, insumos e máquinas uma grande oportunidade para furtos e roubos. Pecuaristas do Sul de Minas, região de grande concentração de gado de leite e

de corte, sofrem com roubos de animais e estão cada vez mais preocupados com a segurança.

No Sindicato Rural de Passos (SINRURAL), o Tenente reformado da PM de Minas Gerais, Vando Antônio Pereira, assessor de segurança pública do Sindicato, atua na pre-venção e orienta os produtores a reforçarem a segurança. “O nosso maior problema é a valorização

do produto. O que está em alta chama a atenção dos infratores. As vezes o café, implementos, agora o gado”, ressaltou. Ele destaca que o SINRURAL mantém uma das viaturas da Patrulha Rural, o município tem duas, e esclarece que o patrulha-mento é um trabalho difícil diante do tamanho dos municípios. “Somente em Passos são mais de 1.000 Km2”, ressaltou. Segundo Vando, os produ-

Alpinópolis

Ilicínea

Boa Esperança

NepomucenoLavras

Passos

Carmo doRio Claro

Conceição da Aparecida

São JoãoBatista

do Glória

Coqueiral

Santanada Vargem

Campos Gerais

Campodo Meio

Três Pontas

Perdões

Cristais

Guapé

Capitólio146

464

265 265

265265

369

265

354

MG-446

MG-446

MG-184

MG-050

MG-050

SP-334

Parque Estadual

Serra da Boa Esperança

PatrocínioPaulista

CristaisPaulista

Buritizal

Uberaba

Cássia

Itaú de Minas

JeriquaraItuverava

Igarapava

São Tomásde Aquino

MG-167

MG-335

SeGurAnçA na PeCuária

AuMentA O ÍndIce De rouBo De gaDoCaminhão boiadeiro vira alvo de assaltantes no Sul de Minase deixa pecuaristas com prejuízos e amedrontados

Page 27: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 27

Alpinópolis

Ilicínea

Boa Esperança

NepomucenoLavras

Passos

Carmo doRio Claro

Conceição da Aparecida

São JoãoBatista

do Glória

Coqueiral

Santanada Vargem

Campos Gerais

Campodo Meio

Três Pontas

Perdões

Cristais

Guapé

Capitólio146

464

265 265

265265

369

265

354

MG-446

MG-446

MG-184

MG-050

MG-050

SP-334

Parque Estadual

Serra da Boa Esperança

PatrocínioPaulista

CristaisPaulista

Buritizal

Uberaba

Cássia

Itaú de Minas

JeriquaraItuverava

Igarapava

São Tomásde Aquino

MG-167

MG-335

tores têm buscado adotar medidas de segurança para proteger as suas pro-priedades com alarmes e câmeras de filmagem. No início do mês de novem-bro, eles investigavam quatro assaltos que totalizaram 70 cabeças de gado. Dessas ações, 25 novilhas Girolando foram resgatadas no município de Nepomuceno/MG. Ainda segundo Vando, as denúncias anônimas têm ajudado na investigação.

Os pecuaristas Guilherme Freire Macedo Bastos e Bolivar Filho foram vítimas desses infratores. Em maio, suas 25 novilhas Girolando trans-portadas para Passos/MG foram roubadas a poucos quilômetros da fazenda, a poucos metros do pedá-gio. Guilherme afirma que o trans-porte noturno é a primeira ação que deve ser evitada. Os animais foram resgatados no município de

Nepomuceno/MG. “A ação só foi possível pelo envolvimento pessoal e busca dos animais com o apoio dos investigadores”, disse Guilherme. Para Bolivar Filho as rodovias peda-giadas deveriam fornecer filmagens dos veículos para que criadores e polícia pudessem ter mais elemen-tos nas ações de busca.

Para Renato Gonçalves dos Reis, o Renato Piriquito, há muito a ser

Entre as cidades com maior índice de roubos de caminhão boiadeiro estão, Passos, Alpinópolis, Ilicínea, Boa Esperança, Santana da Vargem, Nepomuceno e Lavras, além das cidades próximas e que fazem parte das rotas dos caminhoneiros.No município de Uberaba, os registros de roubos também é frequente. Em decorrência, uma série de ações preventivas são desenvolvidas em parceria com o Sindicato Rural.

Page 28: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

28 nov/dez 2014

SeGurAnçA na PeCuária

feito pelo Sindicato Rural. A sua propriedade, em Passos/MG, foi furtada no mês de outubro, levaram 33 cabeças de gado, um cavalo e dois arreios. O seu prejuízo chega a R$ 75 mil reais e até o fechamento desta edição, na primeira semana de novembro, não havia nenhum sinal dos seus animais. “ Cidades da região do Triângulo Mineiro estão adotando medidas de segurança com bons resultados, acredito que poderíamos fazer o mesmo em Passos com o apoio do Sindicato ”,

ressaltou. Ele também acredita que uma ação mais direcionada chega aos infratores, já que há muitos indícios de quem esteja praticando esses atos na região. “ Hoje nós temos medo de dormir nas fazen-das”, concluiu.

Para alguns empresários de transportes falta mais comunicação entre os envolvidos no processo. Compradores, vendedores e trans-portadoras deveriam monitorar em tempo real a carga para inibir assal-tos ou até mesmo rastrear cargas

roubadas. A opção por caminhões monitorados também é uma das medidas ressaltadas pelos envolvi-dos na cadeia de compra e venda de animais.

Os Sindicatos Rurais atuam jun-tamente com a Polícia Civil e Militar em busca de mais segurança. Em Uberaba, o presidente do Sindicato Rural, Romeu Borges de Araújo Júnior, vai apresentar projeto para leiloeiras e frigoríficos no qual sug-ere a filmagem de todos os animais comercializados e abatidos. Desta

Alpinópolis

Ilicínea

Boa Esperança

NepomucenoLavras

Passos

Carmo doRio Claro

Conceição da Aparecida

São JoãoBatista

do Glória

Coqueiral

Santanada Vargem

Campos Gerais

Campodo Meio

Três Pontas

Perdões

Cristais

GuapéItaú de Minas

Capitólio

265265

354

265

369

265265

146

369

MG-050

MG-050

MG-446

MG-446MG-184

MG-184

MG-167

MG-050

Parque Estadual

Serra da Boa Esperança

MG-335

Região de Nepomuceno onde foram encontradas as novilhas Girolando

Page 29: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca
Page 30: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

30 nov/dez 2014

SeGurAnçA na PeCuária

forma, acredita-se que haverá mais informação para descobrir cargas roubadas, encontrar animais ou quem está atuando ilicitamente. “ O projeto pode ser estendido para todo País”, ressaltou.

Outras medidas de segu-rança já foram implantadas pelo Sindicato Rural de Uberaba como a implantação das AISP Rurais (Área Integrada de Segurança Pública Rural), um trabalho em parceria entre o Sindicato e a Polícia Militar, que gera mais segurança para os produtores. Outra ação é realiza-da através da Fazenda Protegida, onde as propriedades são moni-toras em tempo real pela Polícia Militar. Romeu ressalta que as ações dos infratores levam muitos produtores a arrendar a sua área para o plantio de cana ou soja

em decorrência da dificuldade em contratar mão de obra, após serem assaltados. Segundo ele, na região de Uberaba chegou ao absurdo dos infratores negociarem propina com o criador para não levarem o gado, durante uma ação que envolvia 200 cabeças. “ Isso é um absurdo e a nossa legislação é subjetiva, ao per-mitir que os infratores respondam ao processo em liberdade”, disse. Os roubos não estão restritos aos animais. Ordenhadeiras e insumos também são mercadorias para fur-tos, muitas vezes comercializadas em outros estados.

O deputado estadual Antônio Carlos Arantes (PSC) tem realizado trabalho junto aos sindicatos, e Polícias Civil e Militar através de audiências públicas para detectar os pontos fracos da segurança e

À esquerda o Deputado Estadual Antônio Carlos Arantes (PSC) durante Audiência Pública

orientar medidas de prevenção. “É de fundamental importância que as nossas cidades se mobilizem para discutirmos a segurança nas propriedades rurais. Tínhamos antigamente o rótulo de que morar na roça era sinônimo de paz e atualmente a intranquilidade reina entre os produtores. Por isso, é interessante que as lideranças políticas e de segurança busquem juntas melhorias para a segurança nas propriedades rurais”, disse Arantes. O deputado ainda ressaltou que já realizou uma audiência pública em São Sebastião do Paraíso, após a eleição, e afirma que o seu trabalho direcionado à segurança continuará no próximo mandato. “ Essas ações têm gerado resultado com a denúncia de suspeitos e a prisão de quadrilhas”, concluiu.

Page 31: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 31

O Ten. Vando Antônio Pereira que participou da ação em Nepomuceno/MG, que resgatou animais

Alpinópolis

Ilicínea

Boa Esperança

NepomucenoLavras

Passos

Carmo doRio Claro

Conceição da Aparecida

São JoãoBatista

do Glória

Coqueiral

Santanada Vargem

Campos Gerais

Campodo Meio

Três Pontas

Perdões

Cristais

Guapé

Capitólio146

464

265 265

265265

369

265

354

MG-446

MG-446

MG-184

MG-050

MG-050

SP-334

Parque Estadual

Serra da Boa Esperança

PatrocínioPaulista

CristaisPaulista

Buritizal

Uberaba

Cássia

Itaú de Minas

JeriquaraItuverava

Igarapava

São Tomásde Aquino

MG-167

MG-335

Passos

Cássia

Itaú de Minas

O presidente do Sindicato Rural de Uberaba Romeu Borges de Araújo Júnior

Page 32: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

32 nov/dez 2014

C riador apaixonado pela raça, se define como um sujeito simples, de fácil trato, sem “papas na língua”, que

defende com unhas e dentes o cor-reto e o honesto. A seriedade é trans-parente em sua apresentação e esta é a primeira impressão que temos do Gustavo. Referência que sobressai entre seus clientes e parceiros.

Ele está prestes a comemorar os seus primeiros 10 anos de dedicação à raça Senepol; esta data será muito significativa por mostrar o quanto o Senepol Tufubarina cresceu e se profissionalizou.

Trabalho sério traz resultados. E são justamente os melhores resultados, os melhores animais, que ele oferece àqueles que buscam o Senepol, seja para a produção comercial, cruzamen-tos ou para a seleção genética. O seu comprometimento é com a raça, com o cliente, com parceiros e empresas.

No resultado do seu trabalho estão as avaliações do programa Alta

Performance Tufubarina que tem como parceiros a Alta Genetics do Brasil, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e o Grupo Qualitas. Na sua terceira versão, o programa avaliou animais da Tufubarina e de convidados, com foco na identifi-cação de animais contemporâneos de alto desempenho com equilíbrio entre as características de ganho

pecuárIA De Corte

tuFuBarina, uMA décAdAde SeleçãO GenétIcA

Page 33: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 33

de peso, carcaça e precocidade reprodutiva. Este não é o único pro-grama do qual a fazenda participa. O CP Lagoa é outro deles. E a sua busca por melhoramento genético não para. Ele incorpora outros ele-mentos e programas, que mostram a responsabilidade para vender genética comprovada com o foco no seu programa de seleção: precoci-dade, acabamento e funcionalidade.

“Do bezerro ao boi gordo, tenho visto o Senepol como agente de mudança econômica em várias pro-priedades que investem em nossos animais. E se tem uma coisa que me deixa muito satisfeito, é saber que o investimento que o cliente faz em nossos animais traz retorno e con-tribui para o crescimento econômico dele”.

A Fazenda

Situada em Monte Alegre de Minas, no Triângulo Mineiro, a Fazenda Tufubarina tem área total de 780 hectares, que são divididos entre a silvicultura e área de pastagens para a criação exclusiva de Senepol POI. O Senepol chegou à fazenda em 2005, quando buscavam agregar valor aos seus animais. “Vendíamos em média de 800 a 1.000 bezerros por ano e passaria a vender 100 se con-tinuasse trabalhando com rebanhos comerciais, após optar por fazer a maior parte da fazenda em floresta. Estudei diversas raças, taurinas e zebuínas. Fomos pioneiros na cria-ção do Senepol e o desafio de fazer dessa raça uma que contribuísse com a pecuária nacional é que nos

motivou a encarar esse desafio”, ressaltou Gustavo sobre o início do trabalho que envolveria a seleção gené-tica e os levaria a ser um dos criatórios de referência no País.

Os primeiros animais formadores do plantel Tufubarina foram adquiridos dos mais importantes criatórios nacionais e, desde então, através de tecnologia em reprodução, a Tufubarina vem pro-duzindo genética de excelência.

Crescimento e referência

Para atender a demanda é preci-so melhorar sempre. E nesse quesito, Gustavo não mede esforços. Com foco na seleção de animais, busca o que acredita ser essencial para um taurino adaptado, investindo em tecnologias de avaliação para medição da carcaça, con-

Gustavo Rezende Vieira está a frente das atividades na Senepol Tufubarina desde 2004. O apoio da família é fundamental para o seu trabalho. Na foto com a mãe Angelina, o irmão Frederico, o pai Walter ( falecido em outubro), em registro no Camaru

Page 34: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

34 nov/dez 2014

momento ninguém avaliava o Senepol. Hoje, mais empresas integram o pro-grama e somos responsáveis pelo exame andrológico dos machos e, nas fêmeas, avaliamos a população folicular e a pre-cocidade sexual”.

Atualmente, Gustavo ressalta que o mercado tem exigido mais frame e carcaça para atender determinados cruzamentos. “Por ter origem britâni-

ca, eu gosto de trabalhar com frames moderados e busco em nossa seleção animais de extrema precocidade, aca-bamento e funcionalidade. O desafio é atender ao mercado, por isso os estudos de acasalamentos feitos na Tufubarina são direcionados buscando

sumo alimentar, ganho de peso, tudo isso com foco no identificador de ani-mais melhoradores que irão manter o banco genético da Tufubarina e movi-mentar plantéis em todo País. “Nosso compromisso é com o cliente, com o que ele busca e espera do Senepol, que é fazer animais que atendam mer-cados exigentes, principalmente através de monta natural. Vamos sempre, sem exceção, oferecer ao mercado animais que, através de avaliações, estejam na cabeceira de qualquer plantel Senepol no mundo, e que atendam, sempre, às expectativas do seu investidor”.

Essa responsabilidade com o cliente é ressaltada pelos técnicos que acom-panham os trabalhos da Tufubarina e que participaram durante o Congresso Internacional da raça do Tufubarina Embryo Shopping, evento que ofertou embriões e prenhezes de alto valor gené-tico. Para Rodrigo Taveira Peixoto, da Alta Genetics, o criatório atende o mercado em várias frentes através da Central. “A Tufubarina trabalha conosco em dois caminhos, para a venda de sêmen e na venda de embriões. O seu trabalho é seguro, baseado em números o que reflete no crescimento da sua aceitação no mercado”, ressaltou.

Rodrigo Ribeiro da R&S Consultoria participa das avaliações da Tufubarina desde o início dos programas e con-firma o propósito de Gustavo em vender apenas animais avaliados. A empresa foi responsável pela primeira prova de ganho de peso. “A ideia surgiu diante da importância em avaliar a raça. Naquele

“Nosso compromisso é com o cliente, com

o que ele busca e espera do Senepol, que é fazer animais

que atendam merca-dos exigentes, princi-palmente através de

monta natural“

o que acredito ser o futuro da raça, com animais de frame moderado, e, ao mesmo tempo, selecionando animais que atendam também a esses nichos, como é o caso do Three-cross Senepol x F1 Aberdeen, que precisa de um pouco mais de carcaça”. Para Gustavo o cruzamento industrial é um caminho sem volta para a pecuária nacional, pois para ser exportador para um mercado de consumidores exigentes é necessária a industrialização.

Compromisso e Seleção

Considerado um selecionador sério pela sua atuação e por trab-alhar com números reais, que são mostrados através dos programas de desempenho da raça dos quais participa, Gustavo, juntamente com outros criadores, escreve a recente história do Senepol no Brasil.

O bom resultado com os animais já comercializados é ressaltado pelo criador Rubens Oliveira da Cunha que tem propriedade em Goiás. Há quatro anos investe no Senepol e considera o resultado obtido excelente. Ele aposta no cruzamento do Nelore com o Senepol e afirma que é importante investir em animais de qualidade de criatórios sérios como a Tufubarina.

“Ouvi de um amigo criador que na raça Senepol, como em qualquer outra raça, existem melhoristas e oportunis-tas. Eu sempre fui de fazenda, sei bem o impacto que um animal melhorador tem em uma propriedade. O sucesso

pecuárIA De Corte

Page 35: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 35

ou insucesso do seu negócio depende de escolhas corretas ou erradas que fizer. Um ótimo touro pode ser um alto investimento, com ótimo retor-no. Um péssimo touro pode ser um baixíssimo investimento, com nenhum retorno. Avaliar é identificar dentro do seu rebanho ótimos e péssimos. O péssimo é descartado por melhoristas, e faturado por oportunistas. Recebo vários e vários criadores buscando tou-ros Tufubarina na fazenda todo ano. Fazendo as contas, sou capaz de afir-mar que 70% dos clientes de touros que nos procuram têm como principal preocupação o valor do animal, e que no fim da prosa, me perguntam sem-pre se eu não tenho um fundinho, um que não deu registro, um mais fraquin-ho, e mais barato. Mas é para os out-ros 30% que me procuram que invisto em avaliação. A prosa é outra. “Qual o melhor touro avaliado? É ele que eu quero, bota preço”. É para esse criador que investimos tempo, dinheiro, suor e dedicação no processo de seleção do nosso rebanho”, disse Gustavo.

Programas de Avaliação

O Alta Performance Tufubarina é um programa de avaliação de animais

Rodrigo Peixoto, da

Alta Genetics, o criador

Rubens Ribeiro, Carina

Ubirajara da UFU e

Rodrigo Ribeiro da S &

R Consultoria, parceiros

da Senepol Tufubarina.

jovens que busca contribuir com o melhoramento da raça no Brasil e no mundo. Devido ao número de animais e acurácias baixíssimas, os criadores ainda não podem contar com as DEPs de avaliações genéticas para fazer os acasalamentos. “Indivíduos melhora-dores precisam ser identificados e uti-lizados, para que a raça não se perca em modismos e raridades. É obrigação do criador fazer um filho melhor que seu pai, uma filha melhor que sua mãe. Caso contrário, seríamos todos um bando de incompetentes no nosso tra-balho de melhoramento da raça. O Alta Performance Tufubarina nada mais é que uma aliança de pessoas envolvidas e empenhadas nesse melhoramento. Criadores, mercado e ciência focados na busca por animais superiores. O número de animais avaliados em 2014 foi quase o dobro de 2013 e, pelo andar da carruagem, metade dos animais que serão avaliados em 2015. Uma das figuras mais importantes dessa avalia-ção é a Dra. Carina Ubirajara, da UFU, profunda conhecedora de melhora-mento genético e que vem fazendo um trabalho admirável nessa avaliação”, afirmou Gustavo.

Os animais da Tufubarina são avali-ados em duas provas de ganho em

peso, a fazenda tem todo o seu plantel avaliado pelo Qualitas Melhoramento Genético. Participa do Centro de Performance da CRV Lagoa há cinco anos. “Criamos em aliança com a Alta Genetics e UFU, o programa Alta Performance Tufubarina, para que tivéssemos todos os animais nascidos nas safras da Tufubarina avaliados em diferentes grupos contemporâ-neos. O grande destaque para esses programas de avaliação está, sem sombra de dúvida, na imparcialidade dos resultados. Todas as coletas de dados são feitas por profissionais que não fazem parte do staff das fazendas, e com um objetivo único de identificação, doa a quem doer. Só há uma maneira de ser transparente e imparcial é divulgando todos os cria-dores que participam com animais do teste, os resultados obtidos por seus animais em comparação aos outros animais. A seriedade, imparcialidade e responsabilidade de quem avalia esses animais é que garante que os resultados não são obtidos pelos criadores, mas pelos animais que da prova participam”, concluiu.

[email protected]

Page 36: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

36 nov/dez 2014

AltA perFOrMAnce tuFuBarina O Leilão alcançou grandes médias e comercializou 50% do touro Barbaridade Tufubarina, hoje o reprodutor da raça, em central,mais valorizado do País

LeiLão

36 nov/dez 2014

Page 37: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 37

O s seis meses de trabalho sério de avaliação do Alta Performance Tufubarina foi encerrado no dia 29 de

novembro, em Uberlândia, durante o 3º leilão da prova, quando os melhores animais de 2014 foram comercializa-dos em lotes de 30 doadoras POI e 50 reprodutores POI.

O projeto desenvolvido há três anos consecutivos tem o apoio de profis-sionais da Alta Genetics, Universidade Federal de Uberlândia e Tufubarina Senepol, que selecionaram 80 ani-

mais entre os 158 apresentados para a prova, realizada em Monte Alegre de Minas, na Fazenda Tufubarina. Os animais contemporâneos em 90 dias receberam a mesma alimentação, os mesmos cuidados, as mesmas avalia-ções, durante os seis meses que ficar-am confinados, como forma de identi-ficar aqueles que serão melhoradores dentro da raça. Foi avaliado ganho de peso, desenvolvimento de carcaça, mar-cas reprodutivas e padrão racial.

Os animais selecionados e apre-sentados durante o leilão mostraram

mais uma vez o potencial da raça com as expressivas médias de comercializa-ção de R$ 35.307,00 para as fêmeas e de R$ 12.900,00 para os reprodutores. O destaque do leilão foi a comercializa-ção de 50% do reprodutor Barbaridade da Tufubarina, por R$ 66.000,00 , cujo investidor foi o cantor Michel Teló. O ani-mal sagrou-se um grande representante da raça Senepol, o touro mais estima-do, disponível em uma central no Brasil, sendo valorizado por R$ 132.000,00. A comercialização dos animais resultou na movimentação de R$ 1.354.321,00.

Revista Terra Boa Agronegócios 37

Page 38: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

38 nov/dez 201438 nov/dez 2014

reProDução

uMA eStAçãO de monta menorA IATF é uma das alternativas para os pecuaristas reduzirem o período da Estação de Monta e garantirem a fertilidade e inseminação das fêmeas.

Page 39: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca
Page 40: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

40 nov/dez 2014

reProDução

E m 2014 teremos uma Estação de Monta atípica na região Sudeste, em relação aos anos anteriores, decorrente da forte

seca que agrediu a região. Produtores e criadores viram a silagem preparada no início do ano chegar ao fim e os pastos rapados e secos. A expectativa de que a estação das chuvas garan-tisse novos pastos para a alimentação do rebanho não se concretizou nos meses de setembro e outubro. Todo esse contexto deixou os pecuaristas em alerta com as condições reais para programar a estação de monta, que começou na segunda quinzena de novembro, na maioria das regiões de produção da região Sudeste.

A seca, a diminuição do volumoso e o forte calor do período, que tam-bém reduz a fertilização dos animais, exigirá maior eficiência no trabalho de reprodução programada realizado na EM. Segundo Gustavo Rezende Vieira, do Senepol Tufubarina, vai ser preciso maior eficiência para se conseguir melhores índices de prenheses para estender o mínimo a Estação de Monta. “Quem quiser fazer maioria de bezerro em agos-to, deverá usar ótimos protocolos para conseguir o máximo de prenhe-ses em 60 dias”, disse o criador. Para Davi Oliveira, da Boi Consultoria, que presta assistência para um grande número de produtores de leite, a

preocupação está sobre a produção de volumoso. “No leite a turma está querendo se preparar melhor com a quantidade de volumoso, em decor-rência algumas regiões vão atrasar a EM”, destacou.

A Estação de Monta programada facilita o manejo da fazenda com os animais sendo inseminados em período de melhor escore corporal, o que garante a sanidade de mães e filhos, e traz uma série de benefícios para o momento da comercialização, gerando valor médio maior para os bezerros. Mas para que isso ocorra é preciso que aja equalização de mate-rial nutritivo de melhor qualidade e em quantidade no período de fertilização

Page 41: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 41

dos animais, sempre marcado pelo iní-cio do período chuvoso. É justamente o que está em xeque nesse ano de 2014, com a demora das chuvas e a falta de pastos.

Segundo Cristiano Leal da CRV Lagoa, nos últimos 10 anos a Estação de Monta vem sofrendo atrasos em decorrência das chuvas. A alterna-tiva do pecuarista nesse processo é reduzir o período da EM e utilizar as IATFs para garantir que as fêmeas que não estejam com escore ideal para a gestação possam ser insemi-nadas. “Uma das grandes preocu-pações é não deixar essas mães com barrigas vazias por muito tempo. O importante é que as fêmeas com

baixo escore corporal entrem na EM com energético positivo, ganhado peso, desta forma, logo vão se recu-perar com a chegada das novas pasta-gens. Assim, vão estar aptas a terem o cio estimulado e serem fertilizadas”, disse. Ele ainda acrescenta que não tem como evitar o atraso, mas que o pecuarista pode reduzir o período da EM para manter o máximo de nas-cimento dos bezerros programados para os meses de agosto e setembro. “ Estudos nos mostram que os bezerros que nascem no início da EM tem mel-hor desempenho”, ressaltou.

Ainda segundo o técnico, os pecu-aristas que já trabalham com foco na EM e na seleção de animais optam

pela técnica, mas esse número ainda é baixo no País. No universo das vacas aptas a reprodução, apenas 10% do rebanho é inseminado.

As chuvas chegaram nos primeiros dias de novembro e já verdejaram os pastos. A expectativa é que se man-tenham em índices suficientes para plantio na região Sudeste. Mas, o aler-ta sobre a redução dos recursos hídri-cos é uma realidade (leia matéria na página 12). Com as alterações climáti-cas, o pecuarista deve estar alerta para programar da melhor maneira não só a Estação de Monta, mas todas as atividades da fazenda, com a expec-tativa de menor quantidade de chuva para os próximos anos.

Page 42: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

42 nov/dez 2014

SenepOl GAnhA MAIS eSpAçO na PeCuária De CorteO desenvolvimento da raça Senepol no Brasil, atrelado ao melhoramento genético, mostra a eficiência do taurino nos seus 15 anos em solo brasileiro, com resultados que provam suas excelentes características zootécnicas.

CongreSSo

Page 43: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 43

E sse debate somado ao que a raça apresenta em outros países da América Latina e EUA foi apresentado em Uberlândia/

MG, no mês de setembro, durante o 1º Congresso Internacional da Raça Senepol e a 37º Convenção Anual da Senepol Cattle Breeders Association. A experiência de criadores da Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, México, Costa Rica, Estados Unidos, África do Sul, Austrália foi apresentada para pec-uaristas e profissionais da área. Para o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Bovino Senepol (ABCB Senepol), Gilmar Goudard, o momen-to foi oportuno para aliar esforços e mostrar a grandeza e a viabilidade do

Senepol como a raça que eleva a com-petitividade da pecuária de corte em países tropicais. Gilmar também clamou pela padronização mundial da raça.

Diversos plantéis apresentaram seus animais na Cidade do Senepol, montada no Camaru, e temas como a evolução da raça, eficiência alimentar, evolução genética e perspectivas de mercado ganharam espaço no debate de profissionais da área. Três leilões de três grandes criatórios: Senepol 3G, Nova Vida e Parceiros do Senepol mostraram a força do Senepol com remates apresentando médias crescen-tes e liquidez total. Um leilão solidário foi realizado em prol do Hospital do Câncer de Uberlândia. O livro “Senepol: feito para o Brasil”, desenvolvido pelo jornalista Daniel de Paula, foi lançado no último dia do evento.

A ABCB Senepol promoveu uma reunião aberta com os presidentes de associações nacionais de outros países, mais o da Senepol Cattle Breeders Association (SCBA), que regulamenta a raça mundialmente desde 1954, quan-do foi criada, nos EUA. A pauta principal foi a padronização da raça em todos os países.

O Senepol no mundo

A realidade da raça nos países participantes do Congresso mostra a diminuição do rebanho nos Estados Unidos, com a preservação da base genética para o refrescamento do sangue nos criatórios que mantêm

a raça para cruzamentos. Um dos destaques apresentados pelos rep-resentantes dos países da América Latina foi o cruzamento do Senepol com as raças Jérsey e Holandês para o fomento da produção leiteira. No Panamá, Costa Rica e República Dominicana esses cruzamentos já apresentam produção de até 20 litros/dia, o que é considerado excelente para os países que trabalham com déficit na produção leiteira de até 50%.

A criação para a pecuária de corte continua sendo a grande aposta da raça. A boa adaptabilidade dos touros para a cobertura a campo é um grande diferencial para os países que têm dificuldades para a utilização de técni-cas de inseminação artificial e in vitro, entre eles muitos da América Latina.

O Brasil tem rebanho superior a 48 mil cabeças, com metade de animais puros. A padronização da raça pode-ria colocar o país em vantagem, pois detém a base genética diversificada em potencial para ancorar esses plan-téis internacionais.

Avaliação Genética

A padronização mundial da raça deve ocorrer com a contribuição do Brasil através da Embrapa e do programa Geneplus. A proposta foi apresentada durante o Congresso pelo presidente Gilmar Goudart. Cada país fará a sua coleta de dados que será unificada pela Embrapa e, assim, sera elaborado docu-mento mundial da raça.

“ Um dos destaques apresentados pelos

representantes dos países da

América Latina foi o cruzamento do

Senepol com as raças Jérsey e Holandês

para o fomento da produção leiteira.”

Page 44: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

44 nov/dez 201444 nov/dez 2014

CongreSSo

BrASIl Se deStAcA na raça SenePoLEm apenas 15 anos de criação e seleção genética do Senepol, o

Brasil poderá contribuir para a disseminação da raça no mundo,

seja através da venda de seus animais selecionados, seja através

de unificação de dados da raça.

O debate, já em andamento, foi aclamado pelo presi-dente da ABCB Senepol, Gilmar Goudart, durante o

1º Congresso Internacional realizado em Uberlândia, no mês de setembro. Com potencial para a expansão de criatórios, a raça está em 17 estados e mais o Distrito Federal, consolidando-se e conquistando novos investidores.

Para atender a demanda da popu-lação mundial, o Brasil deve aumen-tar a sua produção de alimentos em até 40% até o ano de 2020, con-forme dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Na pecuária de corte, o seu potencial de produção é de 10, 2 milhões de toneladas/ano de carne bovina. O País é o segundo maior

produtor de carne no mundo, perden-do apenas para os Estados Unidos, mas lidera o ranking das exportações. Em 2013 foram exportados 6,66 milhões de toneladas (dados da FGV). A produção na pecuária de corte é crescente em meio a expectativa de firme demanda para o consumo da carne brasileira. Em 2014 deve chegar a 4% e 10,65 milhões de toneladas.

Com tantos números a favor dos pecuaristas, os criadores de Senepol buscam consolidar o seu espaço no mercado de carnes. O Brasil segue a frente com número significativo de animais, tecnologia empregada e pro-vas de eficiência. Os resultados apre-sentados no Congresso Internacional mostram resultados expressivos em relação a outros países das Américas.

Nos EUA, por exemplo, o país man-tém pequeno rebanho para refres-camento do sangue com criatórios mantidos apenas com foco no cruza-mento. Em outros países da América Central como Costa Rica e República Dominicana, os criadores investem na seleção de animais com foco na produção de carne e de leite. O foco para o leite também é uma das apostas do Panamá. No Paraguai e Colômbia os números de animais registrados são expressivos em relação à produção desses países. Os criadores brasileiros mantêm rebanho com mais de 48 mil cabeças, sendo que pouco mais da metade desse número são de animais puros. Nas Américas, é o País com o maior número de animais PO registra-dos em associação.

Page 45: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 45

Com tantos números a favor dos pecuaristas, os criadores de Senepol

buscam consolidar o seu espaço no mercado de carnes. O Brasil segue a frente com número

significativo de animais, tecnologia empregada e provas de eficiência.

Revista Terra Boa Agronegócios 45

Page 46: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

46 nov/dez 2014

GAlerIA CongreSSo

Neto Garcia e Gilmar Goudart

Hans Lawaetz

Claudio Gasperini e João Gabriel

Almir Sater e Aldoir Teló Fadi Sper, Adilson Reichi, Carlão e Rodrigo Matos

Page 47: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 47

Prof. Gilberto Menezes Ricardo do Senepol Soledade e Jair dos Santos do Senepol Água Limpa

Prof. José Carlos

Claudio, Gilmar, Arthur Euri, Itamar, José Alexandre e Ricardo Magnino

Gilmar Goudart e membros da comitiva internacional

Gilberto, Vanderlei, Daniel, Luiz Fernando e Neto Arantes

Page 48: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

48 nov/dez 2014

eleS InveSteM na raça SenePoL

pecuárIA De Corte

D ados da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol apontam que 60 novos criadores (até o mês

de outubro) iniciaram seus criatórios em 2014.

Almir Satter e Leo Chaves, da dupla Victor e Leo, foram atraídos pela raça há seis anos e investem na seleção genética. Passaram a investir na raça em 2014, os músicos Jad e Jadson e Michel Teló, que detém as marcas Senepol Taquari e Senepol Pantanal.

O cantor e compositor Almir Satter, mantém criatório no Pantanal e, desde 1992, investe no cruzamento industrial para a produção de carne. Na raça Senepol, investe em animais PO há 4 anos. Foi atraído pela docilidade e rus-ticidade dos animais somada a outras características como precocidade, baixa pelagem e maciez da carne. Em 2014 realizou o seu primeiro leilão, o Genética Brandamundo, marca que criou com o investidor Guilherme Bumlai.

Com base genética formada sobre a doadora Sampa, que têm filhos con-sagrados em centrais como Money e Melhorador, o leilão Brandamundo foi um sucesso de arremates e marcou a entrada dos cantores Jads e Jadson no segmento. O grande destaque do leilão

ficou com a venda de 33% de cotas do touro Money Punjab do GBAS para Claudio Godoy por R$ 78.000,00. O touro é filho de WC 98 N em Sampa JAJ. Também foram comercializados 407 lotes de prenhezes por R$ 1,1 milhão e média de R$ 2.833,00.

Durante o leilão, Michel Teló, Jads e Jadson e Neto Garcia, do Senepol 3 G,

criaram o condomínio Viola ao adquiri-rem cotas de 25% da doadora BRM 0017, da Brandamundo, que comercial-izaria 50% do animal, mas cedeu mais 25%. A doadora é filha de WC 98 N em vaca 6801 J Hercules. Amantes da viola e do Senepol, o grupo mantém a doa-

dora sob os cuidados da Brandamundo. Segundo Almir Satter, 2014 foi um ano positivo para a raça com a entrada de novos investidores, a realização do Congresso Internacional da raça e, também, para a Brandamundo que começou a mostrar os frutos da sua genética. “ Buscamos excelentes ani-mais para formar a nossa base genética e fortalecer a raça. Hoje já dividimos esta genética com os criadores, nossos ami-gos”. Almir ainda afirmou que o Senepol é mais uma das raças que veio para somar às outras que já são sucesso na pecuária nacional e que atraem artistas de diversos segmentos para o investi-mento na pecuária.

Leo Chaves da dupla Victor e Leo, mantém criatório e seleção genética da raça há 6 anos, em Uberlândia/MG, na sua Fazenda Paraíso. É lá que ele sele-ciona os animais que já são destaques no seu criatório como Afrodite, Ágata da Paraíso, Accacia da Paraíso, Tropicara 151 e Tropicana 408, JJ1572, JJ1103. Além da docilidade, precocidade, rusti-cidade, alta rentabilidade, a paixão pela pecuária o levou ao Senepol. Entre os projetos futuros da Fazenda Paraíso está a busca constante pelo alto padrão genético para a transformação da pecuária nacional.

A raça Senepol tem atraído novos investidores a cada dia, entre pecuaristas tradicionais e novos investidores, que, mesmo atuando em outros segmentos, como a música, têm paixão pela pecuária ou mesmo raízes ligadas ao setor.

Almir afirmou que o Senepol é mais uma das raças que veio para somar

às outras que já são sucesso na pecuária nacional

e que atraem artistas de diversos segmentos para o investimento na pecuária

Page 49: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 49

O crescimento da

raça Senepol atraiu

novos investidores em 2014,

entre eles cantores

da música sertaneja

Page 50: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

50 nov/dez 2014

H á quase nove anos, quando comecei a criar o Senepol, fui apresentado à raça por um sujeito simples, humilde, de fino trato, e, ao mesmo tempo, objetivo. Era um comerciante, com obje-

tivos traçados e sangue nos olhos, para fazer do Senepol uma grande raça em nosso país. Ricardo Carneiro, da Soledade Senepol, havia adquirido o melhor banco genético da Ganadeira 63 no ano de 2004, e, em 2005 e 2006, já tinha material para disponibilizar ao mercado. Ele buscava empreendedores, empresários, homens de visão que contri-buiriam para a expansão desse taurino adaptado que, como ele já havia percebido, é, sem dúvida nenhuma, uma ferra-menta essencial para que o Brasil produza mais e melhor.

Fui recebido num sábado de manhã, na fazenda Soledade, e quem me levou até lá foi outro amigo em comum, que sabia que eu procurava entrar para o mercado de gené-tica, uma vez que a silvicultura ocupava grande parte da Tufubarina, mas não o meu coração de pecuarista. Foram quase 5 horas de conversa, e, se tem uma coisa de que não me esqueço nunca, é de como fiquei impressionado com o conhecimento do Ricardo sobre bovinocultura e a raça Senepol. Perguntei a ele se era veterinário, ao que pronta-mente me respondeu: “Não sou veterinário, sou curioso”. Pronto, nascia ali uma grande admiração por um “garoto” de 27 anos, por um projeto, uma raça, um homem. Nascia ali uma enorme amizade, como poucas que fiz até hoje na vida.

Essa curiosidade também tomou conta de mim, e, a partir do momento que assinei os contratos das compras de 5 doadoras e aceitei também o desafio de ser diretor de uma pequena associação de criadores, percebi que seria essa curi-osidade que faria de mim, que também não sou veterinário, um profundo conhecedor desse bicho vermelho. Há quase 9 anos que, curioso que me tornei, estudo, avalio, pesquiso, mensuro, avalio novamente e melhoro o rebanho que o meu companheiro me cedeu naquela manhã de sábado.

E foi essa curiosidade, observando o crescimento da raça Senepol no Brasil, que me levou a entender que se é de obrigação do CRIADOR fazer melhoramento genético, somente através de avaliação é que se consegue isso. Avaliar é identificar animais melhoradores, e, assim, crescer como criadores. Trabalhando com uma raça chamada “do momento”, minha grande preocupação é que esse “momento” seja duradouro, porque fiz do Senepol meu projeto de vida. A única maneira que conheço de se perpetuar dentro de um negócio é trabalhar com respon-sabilidade, objetivos definidos, muito critério e vergonha

QuanDo 1+1neM SeMpre SãO 2

[email protected]

na cara. E em pecuária, amigo, tudo isso se resume em uma única palavra: avaliação.

Todos sabemos que a demanda por touros Senepol hoje é infinitamente maior que a nossa capacidade de produzir esses animais. Lei de oferta e procura, o touro Senepol hoje vale um bom dinheiro, e remunera bem quem tem investido na raça. Com alguns melhoristas (tem gente séria fazendo melhoramento genético da raça), e cheia de oportunistas (conheço muito “criador” que só tem feito prenhez sexada de macho), a raça Senepol caminha a passos largos e vai ocupando seu lugar dentro da pecuária nacio-nal. Se você deseja iniciar o seu plantel e começar a criar o Senepol, a sugestão que deixo é a seguinte: seja seu intuito o de fazer melhoramento genético ou de investir em um bom negócio, nunca se esqueça da palavra mágica em genética. Avaliação. Adquira animais avaliados, para que o início do seu plantel se dê com a cabeceira de outro plantel mais antigo. Adquira animais avaliados para diminuir o risco do seu inves-timento, porque a chance desse animal produzir mais cabe-ceira que fundo é grande. Em genética 1 + 1 nem sempre são 2. A gente não pode afirmar com certeza matemática o que vai nascer de um acasalamento. Mas podemos afirmar com a certeza de melhoradores que as chances dessas características avaliadas serem multiplicadas são enormes. O bom é multiplicado, o ruim não deve ser. E você só vai descobrir o que é bom e ruim, se avaliado.

Seja curioso, avalie!! E seja também muito bem vindo à raça Senepol!!

Gustavo Resende Vieira Criador de Senepol da Faz. Tufubarina

artigo

Page 51: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 51

Page 52: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

52 nov/dez 201452 nov/dez 2014

exPoineL

O jurado da ABCZ, Horácio Alves Ferreira, confirma o nível dos animais, citando diferenças mínimas entre as avaliações. Para ele, não há penalidade por defeitos, são avalizados pelo que um apresenta de melhor que o outro. Com mais de mil animais em pista, ficou difícil para os jurados apresenta-rem um Nelore destaque.

A criadora de Nelore Mocho, Dalila Toledo, teve a felicidade de ver a sua vaca Poliana Da CAR, de 20 meses ,ganhar o título de Reservada Grande Campeã. Com muitos anos de trabalho com o melhoramento genético do Nelore Mocho, ela mostra entusiasmo com seus animais. A pecuarista tem touros distribuídos em centrais de

inseminação e fala com generosidade sobre a dificuldade em apresentar na pista o gado de qualidade. “Eu me sinto vitoriosa, mas é uma luta muito árdua, tem que ter persistência e boa vontade. O destaque hoje é relativo, ora sou eu, ora é outro. Estamos todos lutando juntos e tentando uma vitória para a raça”, completa.

pArcerIA de SuceSSO uneexPoineL e exPoBrahman

O presidente da Associação de Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), Pedro Gustavo Novis, considera-se satisfeito

com os resultados da Expoinel, não somente com pista e leilões, mas tam-bém com as relações, parcerias e troca de experiências.

A Expoinel encerra o ano-calen-dário da raça ao levar para a pista de julgamento os animais considerados top de linha, que passaram por severas avaliações ao longo do ano. “Estamos muito felizes com os grandes campe-onatos, os juízes julgaram com muito bom senso, de uma forma muito equili-brada, os prêmios foram merecidos”, disse o presidente da ACNB.

As raças Nelore padrão, Nelore Mocho e Brahman desfilaram o melhor do seu DNA entre os dias 18 e 29 de setembro, em Uberaba/MG, na realização concomitante de importantes feiras agropecuárias, a 43ª Expoinel e a 10ª ExpoBrahman.

texto MÔnIcA cuSSI

Page 53: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 53

Já o Virtual Ventres Vip Matinha com a venda de 268 lotes, a média ficou em R$ 4.666,57 por animal. No mesmo dia o leilão Nelore Elite Colorado teve o total geral de R$682.080,00 com a oferta de 78 animais, entre fêmeas, machos e prenhezes. No leilão do Perboni & Convidados, o faturamento foi de R$ 1.732.800,00 com a venda de 3 prenhe-zes, média de R$ 56.000,00 cada lote, e 12 animais com média de R$ 116.850,98 cada. No leilão Nova Geração da Sabiá a média de prenhezes foi de R$ 23.118,37 por lote. O mais valorizado foi prenhes da AGRA FIV DA SABIA com BASCO SM vendido por R$ 45.600,00. Já no Nelore Pinguim 28 lotes de animais totalizaram R$ 1.945.875,00.

O tradicional Leilão Pérolas do Nelore aconteceu na Fazenda Nova Trindade no dia 25 de setembro e ofer-tou 22 lotes de fêmeas e 1 lote de macho Nelore, com o melhor da gené-tica de pista. A média geral ficou em R$ 62.179,10 por animal. O lote mais valori-zado da noite foi a ESSÊNCIA III FIV FNT, vendida por R$ 232.800,00.

A terceira edição do Leilão Terras do Nelore ofertou prenhezes e ani-mais, entre machos e fêmeas de elite.

O leilão movimentou aproximadamente R$ 2.400.380,00. Com destaque para o macho RBB Ilaro FIV, de 23 meses, arrematado em 50% por R$ 244.800,00.

Por mais um ano o Grupo Monte Verde realizou o Joias do Nelore, e, assim como nas edições anteriores, aconteceu em duas etapas: sendo uma com os animais elite com doadoras e animais de pista e outra com machos de produção, no mesmo dia. Foram ofertados quinze lotes de animais de elite com nove prenhezes, duas fêmeas e quatro machos, a média geral ficou em R$ 21.792,00 por animal, o lote mais valorizado foi a fêmea de 42 meses, FORMOSA FIV FNT, arrematada por R$ 48.000,00. Durante a tarde também foram ofertados 123 touros, a média geral ficou em R$ 6.337,96 por animal.

Com o maior faturamento da 43ª Expoinel, o 5º Leilão Prenhezes EAO & Guadalupe ofertou 30 lotes totalizando R$ 6.239.840,00 em vendas, de onde saiu a fêmea mais valorizada do ano. E para fechar os remates da Expoinel 2014, no último domingo de feira, acon-teceu o leilão Matrizes Brumado com 60 lotes entre animais e prenhezes da raça Nelore. O total geral do leilão ficou em R$ 403.440,00.

Leilões

Em 11 dias de Expoinel, acon-teceram 12 leilões oficiais da raça

Nelore, com recorde do ano para o lote mais valorizado.

O faturamento total foi de R$19,5 milhões.

O animal mais valorizado do ano foi vendido no 5º Leilão

EAO & Guadalupe, 67% da Grande Campeã da

Expozebu, ESPN JAVANESA foi arrematado por R$ 2 milhões.

O leilão Nelore Taj Mahal obteve um faturamento de R$1.019.666,88, foram 171 lotes ven-

didos, entre fêmeas e prenhezes. O lote mais valorizado foi a fêmea

de um mês Ortografia FIV TAJ, vendida 67% por R$ 73.592,64. No mesmo dia, foi a vez do 1691º leilão Alianças & Convidados com faturamento total de

R$825.600,00 com 30 lotes vendidos. mais, entre machos e fêmeas de elite. Nelore. O total geral do leilão ficou em

R$ 403.440,00.

Page 54: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

54 nov/dez 201454 nov/dez 2014

NeloreGrande CampeãoKAYAK TE MAFRARima Agroflorestal Ltda Reservado Grande CampeãoGHYJARY FIV DA 3RAgropecuária Vila dos Pinheiros Ltda Grande CampeãLAWA 3 TE PORTO SEGUROAgropecuária Vila dos Pinheiros Ltda Reservada Grande CampeãBOLIVIA FIV AMODMaria Fernanda Chimentão Saraiva Campeonato Touro Sênior Campeão KAYAK TE MAFRARima Agroflorestal LTDA

Reservado Campeão GHYJARY FIV DA 3RAgropecuária Vila dos Pinheiros Ltda Touro JovemCampeão TIRAMISSU 1 TE GUADALUPEAgropecuária Vila dos Pinheiros Ltda

Reservado Campeão VOLVERINE FIV CARPAAgropecuária Vila dos Pinheiros Ltda Júnior Maior Campeão SERENO FIV DO BONYAgropecuária Vila dos Pinheiros Ltda

Reservado Campeão LANDAU DA DI GENIOJoão Carlos Di Genio Júnior MenorCampeão DETROID COLORADOMarcelo R. Mendonça/ Irmãos- Cond.

Reservado Campeão NOAHA FIV J.GARCIABeatriz C. Garcia Cid e Filhos- Cond.

Campeonato BezerroCampeão OBJUAN FIVDO MURAJatobá Agricultura e Pecuária S/A

Reservado Campeão FOG FIV MATA VELHAAgropecuária Vila dos Pinheiros Ltda Campeonato Fêmea AdultaCampeã COLUMBIA FIV DA SABIAFazenda do Sabiá Ltda

Reservada Campeã DEUSA FIV AGROZURITAAgrop. Administrativa Bens Zurita Ltda

Campeonato Fêmea Jovem

Campeã MERCEDITA I FIV GGOLAgropecuária Vila dos Pinheiros Ltda

Reservada Campeã KAIRA 5 TE PORTO SEGUROMaria Fernanda Chimentão Saraiva Campeonato Novilha Maior

Campeã LAWA 3 TE PORTO SEGUROAgropecuária Vila dos Pinheiros Ltda

Reservada Campeã VIENA 3 TE GUADALUPEPedro Augusto Ribeiro Novis Campeonato Novilha MenorCampeã Bolivia FIV AMOD Maria Fernanda Chimentão Saraiva

Reservada Campeã GENOVA GIBERTONIAgropecuária Vila dos Pinheiros Ltda

Campeonato BezerraCampeã JUIZA FIV DA MVAntônio Celso Chaves Gaiotto

Reservada Campeã EMPA FIV HVPAntônio Celso Chaves Gaiotto

Campeonato Progênie de PaiCampeão BASCO DA SMAgropecuária Vila dos Pinheiros Ltda

Reservado Campeão BASCO DA SMRima Agroflorestal Ltda Campeonato Progênie Jovem de PaiCampeão BASCO DA SMAgropecuária Vila dos Pinheiros Ltda

Reservado Campeão BITELO DA SSRima Agroflorestal Ltda Campeonato Progênie de MãeCampeã FATHINA TE PORTAgropecuária Vila dos Pinheiros Ltda

Reservada Campeã GAVINA 2 CRISTALPedro Augusto Ribeiro Novis Campeonato Progênie Jovem de MãeCampeã JAMILA TE DA MAFRARima Agroflorestal Ltda

Reservada Campeã GRAN I TE PORTO SEGURODorival Antônio Bianchi

Nelore MochoGrande CampeãoEGAN FIV ANGICOUdelson Nunes Franco Reservado Grande CampeãoKAIROS FIV DA LOUZLourival Louza Junior Grande CampeãPARCEIRA DA CARDalila Cleopates C.B.M Toledo Reservada Grande CampeãESMERALDA FIV DA GOYAGoya Agropec. e Com. Ltda.

exPoineL

43ª exPoineLcAMpeÕeS e eXpOSItOreS

Page 55: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 55

Campeonato Progênie Jovem de PaiCampeão BASCO DA SMGoya Agropecuária e Comercial Ltda

Reservado Campeão BASCO DA SMDalila Cleopath C.B.M.Toledo Campeonato Progênie de MãeCampeã FAKITA DA ARARASPaulo Pereira Cunha

Reservada Campeã FRAGANCIA DA CARDalila Cleopath C.B.M.Toledo

Campeonato Progênie Jovem de MãeCampeã FABULA III FIV DA GOYAGoya Agropecuária e Comercial Ltda

Reservada Campeã SEDOSA TE ANGICOUdelson Nunes Franco

Campeonato Touro Sênior Campeão DAKAH FIV ANGICOUdelson Nunes Franco

Reservado Campeão FIGURINO II DA LOUZLourival Louza Junior Campeonato Touro JovemCampeão DESVIO FIV ANGICOUdelson Nunes Franco

Reservado Campeão GRIMALDI FIV DO PINGADOLuiz Antônio Xavier Porto Campeonato Júnior Maior Campeão EGAN FIV ANGICOUdelson Nunes Franco

Reservado Campeão BENJAMIN DA LOUZLourival Louza Júnior Campeonato Júnior Menor

Campeão KAIROS FIV DA LOUZLourival Louza Júnior Reservado Campeão DONOTAURO FIV DA GOYAGoya Agropecuária e Comercial Ltda Campeonato BezerroCampeão REVEILLON DA CARDalila Cleopath C.B.M.ToledoReservado Campeão EVEREST FIV ANGICOUdelson Nunes Franco

Campeonato Fêmea AdultaCampeã PARCEIRA DA CARDalila Cleopath C.B.M.Toledo

Reservada Campeã PORCINA DA FSPEDROPaulo Pereira Cunha Campeonato Fêmea JovemCampeã MUHIMA DA LOUZLourival Louza Júnior

Reservada Campeã PRIMADONA DA CARDalila Cleopath C.B.M.Toledo

Campeonato Novilha MaiorCampeã TARSILA FIV DA FS PEDROPaulo Pereira Cunha

Reservada Campeã THEDESCA DA GOYAGoya Agropecuária e Comercial Ltda Campeonato Novilha MenorCampeã ESMERALDA FIV DA GOYAGoya Agropecuária e Comercial Ltda

Reservada Campeã GHAMBOA FIV DA LOUZLourival Louza Júnior

Campeonato BezerraCampeã EDIÇÃO FIV ANGICOUdelson Nunes Franco

Reservada Campeã QUERIDINHA DA CARDalila Cleopath C.B.M.Toledo

Campeonato Progênie de PaiCampeão VOLTAIRE II JR DA RSLourival Louza Júnior

Reservado Campeão NAPOLEÃO DE NAVIRAIDalila Cleopath C.B.M.Toledo

Page 56: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

56 nov/dez 201456 nov/dez 2014

exPoBrahmanlevA AnIMAIS decAMpO À pIStA

exPoBrahmanFotoS CARLOS LOPES

Page 57: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 57

ACBB inova o julgamento de

animais, ao unir as qualidades

dos animais de pista às dos

animais comerciais

A força do agronegó-cio se comprovou, mais uma vez, com a parce-ria entre a ACNB e a

ACBB (Associação dos Criadores de Brahman do Brasil), somando esforços para a realização da 10ª ExpoBrahman, junto com a 43ª Expoinel. Realizadas em parceria, pelo segundo ano consecutivo, a fórmula deverá permanecer para as próximas edições, como afirma o presidente Alexandre Coccapieller Ferreira. “Certamente, essa par-ceria deve permanecer. A ACNB é uma instituição respeitadíssima por nós e sempre atou como a excelente parceira. As raças pre-cisam se somar e a ExpoBrahman e a Expoinel são exemplos disso”. O destaque em 2014 foi para o promissor projeto de julgamen-to Brahman a Campo, além dos tradicionais, realizados na pista do Parque Fernando Costa.

Os jurados de pista do Brahman a Campo foram Carlos Eduardo Nassif, Lauro Fraga e William Koury, que deram as primeiras avaliações a um projeto inédito, instituciona-lizado por iniciativa da ACBB. De acordo com Alexandre, o sucesso despertou interesses diversos, de criadores e da própria ABCZ, que já sinaliza intenções de parceria para a Expozebu 2015. Outra organiza-ção que pretende realizar esse pro-jeto é o Portobello Resort e Safari, durante a ExpoBrahman Portobello 2015.

A soma de qualidades O Brahman a Campo tem como

finalidade somar as qualidades apresentadas em pista às quali-dades dos animais de produção. “O Brahman a Campo é um projeto de julgamento de animais criados exclusivamente a campo, comple-mentando os julgamentos de pista; além de animais de elite, contamos também com os melhores animais de produção do país. Esse projeto é promissor!”, comenta o presidente da ACBB.

Page 58: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

58 nov/dez 2014

exPoBraman

Bruno Jacinto, criador de Nelore e Brahman, da fazenda Brahmânia Continental, em Barretos/SP acredi-ta que outras raças vão seguir o pio-neirismo do julgamento de animais criados a pasto. “É a realidade da pecuária brasileira. Exposição com trato em cocheira é exceção, a regra é o gado a pasto”, completa.

O médico veterinário colombi-ano, Mario Carpena trabalha com a raça há 25 anos e assessora três fazendas no Brasil, inclusive a de Bruno Jacinto. Para ele, o perfil do Brahman no país foi de crescimento nos primeiros sete anos, multiplicando-se país afora e percebe-se que agora, os cria-dores estão investindo mais em seleção. “Eu participo desde a pri-meira exposição e somente nesta edição os juízes estão começando a falar de um frame melhor, em um animal mais funcional, que se aproxime mais do que precisamos no campo”, observa. Levando em conta que a seleção na Colômbia vem de 70 anos – e no Brasil há 20 anos, justifica-se o adiantamento do melhoramento genético por lá, porém, ele ressalta que os criad-ores daqui estão no caminho certo e “deverão produzir muito gado bom”.

Julgamentos

Os julgamentos de pista tiveram como Grande Campeão o Cigano da Canaã (BCAN 2485), da Agropecuária Leopoldino (Brahman Canaã), de pro-priedade de João Leopoldino Neto, e como Grande Campeã Mariah BR Lago (LAKO 528), das Fazendas do Lago (Brahman do Lago), de pro-priedade de Fábio Camargos, Melhor Criador e Melhor Expositor.

Já os julgamentos do Brahman a Campo pista tiveram como Melhor Macho o Perplexo FIV OB, da Guaporé Pecuária (Brahman OB), de propriedade de Ovídio Brito, e como Melhor Fêmea, a Lady Uber POI 880, (Uberbrahman), de propriedade de Aldo Valente. O Melhor Criador e Melhor Expositor foi o presidente da associação, Alexandre Coccapieller Ferreira, comprovando sua dedicação ao desempenho da raça no Brasil.

Os resultados foram além dos esperados, como ele cita, pois além dos julgamentos, na ExpoBrahman foi realizado, no dia 27, o Leilão Brahman a Campo com animais vendidos com média de R$ 4, 5 mil. Brahmistas americanos e aus-tralianos, e os diversos criadores brasileiros participaram desta feira, que teve também um encontro de

criadores na fazenda Morro Alto II, em Uberlândia, realizado pela Uberbrahman. “Contamos com a presença de grandes investidores e importantes criadores que enalte-cem a pecuária brasileira. Além disso, nessa edição da ExpoBrahman reaproximamos muitos criadores, os quais passaram a se dedicar apenas à criação de animais de produção. Gostaria de agradecer todos envolvidos na ExpoBrahman, pois todos se empenharam bastante para fazer desse evento um suces-so. Agradecemos também a ACNB e a ABCZ por mais essa excelente parceria, a qual tem dados muitos frutos”, finalizou Alexandre.

Page 59: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 59

Page 60: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

60 nov/dez 20146060 nov/dez 201460

exPoSiçÕeS

37ª exPointerAS dIverSAS FAceS dO AGrOneGÓcIO

A feira contou com inúmeras atividades, como a exposição de 151 raças de animais, como bovinos de corte e de

leite, gado misto, bubalinos, equinos, ovinos, caprinos, pássaros, aves, chin-chilas e coelhos. As vendas de animais atingiram R$ 12.419.410,00.

Dentro da Expointer também acon-teceu a Feira de Agricultura Familiar com divulgação e comercialização de produtos da culinária colonial gaúcha e fóruns, seminários, cursos e palestras com temas direcionados ao aprimora-mento da agropecuária.

Entre concursos leiteiros e leilões, o Concurso Freio de Ouro é a mais dis-putada prova funcional entre as raças equinas no evento. O secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Claudio Fioreze, ressaltou os bons resultados em todos os setores que totalizaram R$ 2,729 bilhões em prospecção de negócios. “Superamos nossas expectativas e confirmamos o bom momento vivido pelo campo, tanto que somadas as vendas nas duas maiores feiras, Expointer e Expodireto, os resultados foram superiores ao ano de 2013. É importante ressaltar que estes números não vêm do acaso. São reflexos de vários fatores como crédi-to, o conhecido empreendedorismo dos produtores gaúchos, de nossas

Mais de meio milhão de pessoas visitou a 37ª Expointer (Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Imple-mentos e Produtos Agropecuários), que aconteceu no início de setembro, em Esteio/RS, superando, assim, o público das últimas três edições.

indústrias e setor de serviços. Essa foi a Expointer da maior safra da história do RS e as grandes colheitas têm capa-cidade de dinamizar o campo e gerar renda a produtores, aos municípios e a toda nossa economia, consagrando a expressão: toda vez que o campo vai bem, a economia também vai bem”, detalhou Fioreze.

O vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, complementou: “os resultados deste ano nos impressio-nam ainda mais. O produtor já tomou muito crédito e a conjuntura interna-cional é desfavorável. Portanto, são números fantásticos; um recado de confiança do mercado.”

Expointer em números

A Expointer registrou R$ 2.713.250.000,00 em vendas de máquinas. O número é 17% menor do que em 2013, mas é considerado ótimo pelo setor na comparação com 2012, superando em 34% as vendas de dois anos atrás.

Os números deste ano para o setor de agroindústria familiar R$ 1.953.000,00 superando 2013. O Pavilhão do Artesanato também teve balanço positivo com movimen-tação de R$ 1,4 milhão em negócios na Feira.

60 nov/dez 2014

Page 61: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 61 Revista Terra Boa Agronegócios 61

Page 62: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

62 nov/dez 201462 outubro/novembro 2014

clASSIFIcAçãO dO cAFé PeLa QuaLiDaDe

CaFeiCuLtura

A consolidação do mercado de cafés especiais ou gourmet, diferenciados e de alta qualidade, tem ganhado a atenção e despertado a curiosidade dos consumidores.

Por pAtrIcK FIGueIredO - AprecIAdOr de cAFéS GOurMet

A s cafeterias têm se sofisti-cado e se tornaram pontos badalados e novas lojas e franquias vêm abrindo a

cada ano. O Brasil descobriu que produz alguns dos melhores cafés do mundo e, cada vez mais, este café de excelência tem ficado para o mercado interno.

Programas de Quallidadee Certificação

Um importante passo em direção à qualidade do café brasileiro foi a criação do Selo de Pureza da ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café em 1989.

Em 1988 uma pesquisa revelou que 67 % do consumidor brasileiro entendia como “puro” somente o café exportado. Com os programas

da ABIC, atualmente menos de 5 % das marcas são impuras ou adul-teradas, o que representa apenas 1 % do volume total do mercado interno.

O PQC – Programa de Qualidade do Café, lançado também pela ABIC em 2004 – atualmente certifica mais de 160 marcas em todo o país. Este programa dá informações sobre a qualidade do café torrado e moído comercializado, permitindo a iden-tificação, a partir dos selos, do tipo de grão, da torração e do perfil de aroma de cada marca. Também classifica os cafés nacionais em três categorias: TRADIONAL, SUPERIOR e PREMIUM ou GOURMET.

Cafés Tradicionais

Feitos com café arábica ou com até 30 % de café robusta. Podem

apresentar até 20 % de defeitos PVA (pretos, verdes e ardidos),

Cafés Superiores

Produtos de boa qualidade com valor agregado alto o suficiente para permitir a utilização de matérias-pri-mas superiores. Contêm, no mínimo, 85 % de grãos arábicas e defeitos PVA não podem ultrapassar 10 %.

Cafés Gourmet ou Premium

Produtos raros e exclusivos que possuem somente atributos de qualidade positivas, características marcantes e únicas e valor agrega-do muito superior. Excelentes, compostos exclusivamente de grãos arábica (blends ou não) e, de preferência, com origem contro-lada. Não devem conter PVA.

O Programa de Cafés Sustentáveis do Brasil - PCS, tam-bém lançado pela ABIC, através de

parcerias entre a indústria e os cafeicultores e suas coopera-

tivas, visa a promover a sus-tentabilidade e a qualidade

em toda a cadeia do café, desde o processo agríco-la, passando pelo benefi-ciamento até o processo industrial na torrefação. O resultado é a oferta , cada vez maior, de cafés diferenciados, com ras-treabilidade assegurada desde a planta até a xícara.

Page 63: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa Agronegócios 63

Referência: Guia do Barista: da origem do café ao espresso perfeito; Edgard Bressani –

São Paulo : Café Editora, 2011

Outro programa recente da ABIC é o CQC – Círculo de Qualidade do Café – que apoia e normatiza o serviço de estabelecimentos que servem café.

Um importante programa de cer-tificação internacional é o Rainforest Alliance. Este selo estampado nas embalagens, significa que os cafés foram cultivados e produzidos corre-tamente, respeitando todos os aspec-tos ambientais, sociais e econômicos.

Outro respeitável código de con-duta é o Utz Certified que certifica a produção e o fornecimento de café responsável.

Há ainda certificadoras de café orgânico, Fair Trade, etc.

Para fechar o círculo da semente à xícara, a Associação Brasileira de Café e Barista (ACBB) criou o Programa Nacional de Certificação de Baristas que certifica a capacidade técnica e cultural dos profissionais que trabalham com o preparo de cafés em cafeterias, lojas, bares, hotéis e restaurantes.

“O Programa de Cafés Sustentáveis do Brasil - PCS, também

lançado pela ABIC, através de parcerias

entre a indústria e os cafeicultores e

suas cooperativas, visa a promover a

sustentabilidade e a qualidade em toda a cadeia do café, desde o processo agrícola,

passando pelo beneficiamento até

o processo industrial na torrefação.”

Page 64: Terra Boa Agronegócios - Ed 15 Nov/Dez 2014 - Lições da Seca

Revista Terra Boa AgronegóciosAv. Com. Francisco Avelino Maia, 3866

Passos/MG - 37902-138 - Fone: (35) 3522-6252

Edição Especial Capa Dupla! Acompanhe a Revista Terra Boa Agronegócios nas redes sociais e leia também a sua edição digital no ISSUU.