terapia nutricional no estado de minas gerais: avaliação de ......nutritional therapy in the state...

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Mel Mariá Assunção Gomes Terapia nutricional no estado de Minas Gerais: Avaliação de qualidade Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte, MG 2018

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Page 1: Terapia nutricional no estado de Minas Gerais: Avaliação de ......Nutritional Therapy in the state of Minas Gerais, according to the laws n 272/1998 and n 63/2000 in public, private,

Mel Mariá Assunção Gomes

Terapia nutricional no estado de Minas

Gerais: Avaliação de qualidade

Universidade Federal de Minas Gerais

Belo Horizonte, MG

2018

Page 2: Terapia nutricional no estado de Minas Gerais: Avaliação de ......Nutritional Therapy in the state of Minas Gerais, according to the laws n 272/1998 and n 63/2000 in public, private,

Mel Mariá Assunção Gomes

Terapia nutricional no estado de Minas

Gerais: Avaliação de qualidade

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Nutrição e Saúde da Escola de

Enfermagem da Universidade Federal de Minas

Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de

Mestre em Nutrição e Saúde.

Linha de pesquisa: Bioquímica e Imunologia

Nutricional

Orientadora: Profa. Dra. Maria Isabel Toulson

Davisson Correia

Co-orientedora: Profa. Dra. Simone de Vasconcelos

Generoso

Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais, MG

2018

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Agradecimentos

Primeiramente a Deus e aos meus guias espirituais, por me ampararem fraternalmente;

À minha orientadora, professora Maria Isabel, por ter confiado a mim este projeto, pela

generosidade em viabilizar o estudo, pela orientação extremamente eficiente e segura e pelas

experiências compartilhadas;

À professora Simone, minha co-orientadora, que me acompanha desde a graduação.

Agradeço por me introduzir na vida acadêmica (que eu tanto amo), pela presença constante e

dedicada, pelos ensinamentos acadêmicos, de nutrição e da vida;

Em especial, agradeço à vó Zilda, que dá sentido à minha existência, por ser meu porto

seguro e apoiar todas as minhas escolhas. Vó, sem você, muitos dos meus sonhos não se

realizariam;

Aos meus pais, pelo amor incondicional, dedicação, paciência, compreensão e pelo carinho

com que me acompanham, em todos os momentos da vida;

Aos meus irmãos (meus melhores amigos), por serem a minha alegria;

Não poderia deixar de agradecer aos meus amigos/parceiros do mestrado pelo incentivo e

grande ajuda. Vocês, são os melhores;

Aos professores e colaboradores do curso de Pós-Graduação em Nutrição e Saúde da UFMG,

pelo apoio;

Por fim, a todos que me acompanharam nesses últimos dois anos e que estiveram na torcida,

a minha eterna gratidão.

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Lista de abreviaturas

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACS - American College of Surgeons

ANVISA - Agencia Nacional de Vigilância Sanitária

BPPNE - Boas práticas de produção para nutrição enteral

BPPNP - Boas práticas de produção para nutrição parenteral

BPPSVO - Boas práticas para produção da suplementação via oral

CB-25 - Comitê brasileiro de qualidade

CEP - Comitês de Ética em Pesquisa em Seres Humanos

CGC - Cadastro geral de contribuintes

COEP - Comitê de Ética e Pesquisa Humana

CVC - Cateter venoso central

DATASUS - Departamento de Informática do SUS

DM - Diabetes Mellitus

DOH - Divisão de organização hospitalar

DPOC - Doença pulmonar obstrutiva crônica

DRI - Dietary Reference Intakes

EER - Estimated Energy Requiriment

EITN - Equipe interdisciplinar de terapia nutricional

EPBS - Empresa prestadora de bens e serviços

EUA - Estados Unidos da América

IAP - Instituto de Aposentadoria e Pensão

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBRANUTRI - Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar

ILSI – Brasil - International Life Science Insitute – Brasil

INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social

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INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

INPS - Instituto Nacional da Previdência Social

IQTN - Indicadores de qualidade em terapia nutricional

IRA - Insuficiência renal aguda

IRC - Insuficiência renal crônica

ISO - International Organization for Standardization

JCAH - Joint Commission on Accreditation of Hospitals

JCAHO - Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations

JCI - Joint Commission International

MG - Minas Gerais

MS - Ministério da Saúde

NCP – Necessidades calórica e proteica

NCPE - Necessidades calórica e proteica estimadas

NCPP - Necessidades calóricas e proteicas prescritas

NCPR - Necessidades calórica e proteica recebidas

NE - Nutrição enteral

NIAHO - National Integrated Acreditation for Healthcare Organizations

NP - Nutrição parenteral

NS - Não significativo

ONA - Organização Nacional de Acreditação

OPAS - Organização Pan-Americana de Saúde

PACQS - Programa de Avaliação e Certificação da Qualidade em Serviços de Saúde

PBQP - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade

PNASS - Programa Nacional de Avaliação de Serviços de Saúde

RDC - Resolução da Diretoria Colegiada

RECLAR - Relatório de classificação hospitalar

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SBAC - Sistema Nacional de Avaliação da Conformidade

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

SUS - Sistema único de saúde

SVO - Suplementação via oral

TC - Comitê técnico

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TN - Terapia nutricional

TNE - Terapia nutricional enteral

TNP - Terapia nutricional parenteral

UF - Unidade Federativa

UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

UH - Unidade hospitalar

UTI - Unidade de terapia intensiva

VET - Valor energético total

VO - Via oral

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Lista de figuras

Figura 1: Diagrama do fluxo dos hospitais contatados, excluídos e incluídos . ................... 43

Figura 2: Presença de EITN, em números, segundo classificação dos hospitais.. ................ 45

Figura 3: Proporção da presença de indicadores de qualidade segundo classificação dos

hospitais com EITN. . ............................................................................................................. 51

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Lista de tabelas

Tabela 1: Descrição dos hospitais incluídos no estudo, segundo região, classificação do

município, hospital e serviço, número de leitos, presença/ausência de CEP e TN praticada. 44

Tabela 2: Proporção da existência e atuação das equipes EITN segundo classificação dos

hospitais.. ................................................................................................................................ 47

Tabela 3: Proporção da existência de protocolos para atuação dos profissionais da EITN

segundo classificação dos hospitais.. ...................................................................................... 49

Tabela 4: Proporção da existência de protocolos para realização de TNP segundo

classificação dos hospitais.. .................................................................................................... 50

Tabela 5: Proporção da existência de protocolos para realização de TNE e SVO segundo

classificação dos hospitais.. .................................................................................................... 50

Tabela 6: Descrição dos responsáveis pelas etapas de escolha, armazenamento, aquisição de

insumos e recipientes, preparação e dispensação da NP nos hospitais, segundo classificação..

................................................................................................................................................ 53

Tabela 7: Descrição dos responsáveis pela dispensação da NE nos hospitais, segundo

classificação.. .......................................................................................................................... 54

Tabela 8: Descrição dos responsáveis pelas etapas de escolha, armazenamento, aquisição de

insumos e recipientes e preparação da SVO nos hospitais, segundo classificação.. .............. 55

Tabela 9: Descrição dos profissionais responsáveis pela escolha/padronização da SVO,

segundo classificação hospitalar.. ........................................................................................... 56

Tabela 10: Número de pacientes acompanhados em TN por semana em todos os hospitais e

segundo classificação, em mediana e amplitude interquartil.. ............................................... 58

Tabela 11: Número de prontuários analisados em média e desvio padrão, total e segundo

classificação.. .......................................................................................................................... 58

Tabela 12: Frequência dos itens presentes no prontuário médico em todos os hospitais e

segundo classificação.. ........................................................................................................... 59

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Sumário

1. Introdução.................................................................................................................................... 16

2. Revisão da literatura ................................................................................................................... 18

2.1. A evolução da qualidade .............................................................................................................. 18

2.2. A qualidade na saúde ................................................................................................................... 20

2.3. Qualidade no Brasil ...................................................................................................................... 22

2.4. A qualidade na saúde brasileira ................................................................................................... 24

2.5. A terapia nutricional no Brasil e avaliação de qualidade ............................................................. 30

3. Objetivos ...................................................................................................................................... 35

3.1. Objetivo geral ............................................................................................................................... 35

3.2. Objetivos específicos .................................................................................................................... 35

4. Métodos ....................................................................................................................................... 36

4.1. Delineamento e população de estudo ......................................................................................... 36

4.2. Seleção dos municípios ................................................................................................................ 36

4.3. Seleção dos hospitais ................................................................................................................... 37

4.4. Operacionalização de contato com os hospitais .......................................................................... 38

4.5. Coleta de dados ............................................................................................................................ 39

4.6. Análise dos dados ......................................................................................................................... 40

5. Resultados .................................................................................................................................... 42

5.1. Características gerais .................................................................................................................... 42

5.2. Existência e atuação das EITN ...................................................................................................... 45

5.3. Presença de protocolos e indicadores de qualidade para TN ...................................................... 48

5.4. Aquisição, manuseio de insumos e recipientes e, preparação da TN .......................................... 52

5.4.1. TNP ....................................................................................................................................... 52

5.4.2. TNE ....................................................................................................................................... 52

5.4.3. SVO ....................................................................................................................................... 52

5.5. Número de pacientes acompanhados em TN .............................................................................. 56

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5.6. Avaliação dos prontuários médicos dos pacientes em TN ........................................................... 56

6. Discussão ...................................................................................................................................... 60

7. Conclusão ..................................................................................................................................... 70

8. Perspectivas ................................................................................................................................. 70

9. Referências .................................................................................................................................. 71

10. Apêndices ..................................................................................................................................... 80

10.1. Apêndice A- Relação de municípios e hospitais selecionados ............................................. 80

10.2. Apêndice B – Carta convite aos diretores clínicos ............................................................... 89

10.3. Apêndice C – Carta de anuência setorial.............................................................................. 90

10.4. Apêndice D - Instituições que não finalizaram o processo .................................................. 91

10.5. Apêndice E – Roteiro para inspeção das atividades da Terapia Nutricional ........................ 98

11. Anexos ........................................................................................................................................ 112

11.1. Anexo 1- Termo de consentimento livre e esclarecido para o profissional entrevistado . 112

11.2. Anexo 2- Termo de consentimento livre e esclarecido para o paciente............................ 116

11.3. Anexo 3 - Termo de assentimento livre e esclarecido ....................................................... 120

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Resumo

Introdução: A implementação da gestão da qualidade na terapia nutricional (TN) com o

estabelecimento de protocolos clínicos e ferramentas de monitoramento, além da presença de

equipe interdisciplinar de terapia nutricional (EITN), são estratégias que contribuem com a

redução da desnutrição e melhoram o custo-efetividade da TN. Contudo, no Brasil, estudos

sobre o tema são escassos. Objetivo: O trabalho avaliou a prática da TN no estado de Minas

Gerais, conforme a Portaria n°272/1998 e a Resolução da Diretoria Colegiada n°63/2000 em

hospitais públicos, privados, filantrópicos e universitários no estado. Métodos: Estudo

observacional e descritivo cuja coleta de dados foi realizada diretamente com membros do

corpo clínico/EITN dos hospitais, por meio de questionário próprio que contemplou itens

baseados nas referidas portarias. Houve, também, auditoria aleatória a prontuários de

pacientes referidos como em uso de TN. Utilizaram-se técnicas de amostragem não

probabilística e probabilística para a seleção dos hospitais em Belo Horizonte, região

metropolitana, municípios de médio e pequeno porte em diversas regiões mineiras.

Resultados: Trinta e três hospitais foram incluídos (10 públicos, 10 filantrópicos, 9 privados

e 4 universitários). Vinte e seis instituições contavam com EITN. Destas, protocolos para

indicação, prescrição e acompanhamento da TN foram identificados em 73,1% dos hospitais.

Protocolos para atuação do farmacêutico, enfermeiro e nutricionista existiam em 73,1%,

84,6% e 88,5%, respectivamente. Vinte EITN tinham indicadores de qualidade. A inspeção

de 172 prontuários médicos mostrou que a triagem foi realizada com maior frequência

(59,6%) em hospitais públicos, nos universitários (31%) e filantrópicos (25%) (p<0,05). A

avaliação nutricional foi mais registrada nos universitários (89,7%) do que nos privados

(60,5%) e filantrópicos (54,7%) (p<0,05). Diagnóstico e conduta nutricional foram

identificados com maior frequência nos universitários do que nos privados e filantrópicos

(p<0,05). Necessidades calórica e proteica (NCP) estimadas foram mais observadas nos

públicos (92,3%) e universitários (82,8%) quando comparados aos privados (47,4%) e

filantrópicos (47,2%) (p< 0,05). Evolução diária foi vista com maior frequência nos privados

(65,8%) (p<0,05). As intercorrências foram frequentemente mais registradas nos hospitais

universitários (79,3%). O registro das NCP prescritas foi mais observado nos hospitais

públicos (p<0,05). NCP recebidas foram mais registradas nos universitários (58,6%)

(p<0,05), já os exames bioquímicos mais nos prontuários dos públicos (42,3%) (p<0,05).

Conclusão: O presente trabalho indica que há equipes de TN na maioria dos hospitais, que

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também têm protocolos e indicadores de qualidade mas, efetivamente, a prática da terapia

nutricional não contempla as recomendações.

Palavras – chave: avaliação de qualidade, hospital, equipe interdisciplinar de terapia

nutricional, terapia nutricional, Minas Gerais.

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Abstract

Introduction: The implementation of nutrition therapy (NT) quality management, with the

establishment of clinical protocols and monitoring tools, are strategies that contribute with

the decrease of malnutrition and, improve the cost-effectiveness of NT. However, in Brazil

there are very few data on this topic. Objective: The present study evaluated the practice of

Nutritional Therapy in the state of Minas Gerais, according to the laws n ° 272/1998 and n °

63/2000 in public, private, philanthropic and university hospitals. Methods: This was an

observational and descriptive study whose data collection was carried out directly with

members of the clinical and nutritional staff of the hospitals, with the help of a questionnaire

addressing the referred laws. Patients’ medical records were also randomly audited. Non-

probabilistic (intentional) and probabilistic (random) sampling techniques were used for the

selection of the hospitals in Belo Horizonte, the metropolitan region, as well as in medium

and small cities in several regions of the state. Results: Thirty-three hospitals were included

(10 public, 10 philanthropic, 9 private and 4 university). Twenty-six institutions had nutrition

therapy teams (NTT). Of these, protocols for the indication, prescription, follow-up and NT

were identified in 73.1% of the hospitals. Protocols for roles/attitudes of the pharmacist,

nurse and dietetic were found in 73.1%, 84.6% and 88.5%, respectively. Twenty NTT had

quality control indicators. Inspection of 172 medical records showed that screening was

performed more frequently (59.6%) in public, university (31%) and philanthropic (25%)

hospitals (p <0.05). The nutritional evaluation was more registered in the university (89.7%)

than in the private ones (60.5%) and philanthropic hospitals (54.7%) (p <0.05). Nutrition

diagnosis and plan were identified more frequently in university than in private and

philanthropic institutions (p <0.05). The estimated caloric and protein requirements were

more frequently registered in the public (92.3%) and university (82.8%) than in the private

(47.4%) and philanthropic (47.2%) hospitals (p<0,05). Daily evolution was seen more

frequently in the private (65.8%) (p <0.05). Adverse events were more frequently registered

in the university hospitals (79.3%). The registry of the prescribed nutrition requirements was

more observed in the public hospitals (p <0.05) and of the received requirements were higher

in the university institutions (58.6%) (p <0.05). Biochemical labs were more seen in the

public hospital records (42.3%) (p <0.05). Conclusion: The present study indicates that there

are Nutrition therapy teams in the majority of the hospitals and that most of them have

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nutrition protocols and quality indicators. However, real practice nutrition care is not

adequately fulfilled in most of the institutions.

Key words: quality evaluation, hospital, interdisciplinary team of nutritional therapy,

nutritional therapy, Minas Gerais.

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1. Introdução

A preocupação com a qualidade não é recente e está incorporada no cotidiano do ser

humano desde muito. O homem da pré-história, em busca da sobrevivência e no intuito de

aprimorar suas habilidades caçadoras, melhorava a qualidade das ferramentas e das armas

produzidas, permitindo-lhe a captura de animais mais velozes (1).

A qualidade é conceituada de formas distintas por especialistas (2). Porém, todas as

definições abordam a importância da satisfação do cliente ou do consumidor com os

produtos ou serviços prestados (1). A gestão da qualidade surgiu dentro do contexto

industrial, propagou-se pela prestação de serviços e, mais tarde foi introduzida na área da

saúde (3).

Os serviços de saúde possuem grande importância social (4), sendo improvável que

ao prestar assistência a um ser humano não haja a preocupação com a qualidade e com o

resultado do trabalho realizado. Os profissionais da área, têm formação voltada para a

melhoria ou para a recuperação das condições de vida dos enfermos. Desta forma, os

serviços de saúde são importante campo para a aplicação dos conceitos e das técnicas de

qualidade (5).

A avaliação da qualidade dos cuidados de saúde prestados visa a melhoria contínua e

o aumento da efetividade dos mesmos (6). Dentro deste contexto, ressalta-se a importância

da inclusão da gestão da qualidade na assistência de forma integral, a fim de aumentar a

eficiência dos cuidados prestados. Tendo em vista a importância do estado nutricional para a

evolução clínica dos pacientes, a assistência nutricional com ênfase na Terapia Nutricional

(TN) se destaca como terapêutica de grande relevância para o prognóstico dos mesmos (7).

Assim, implementar a gestão da qualidade na TN é estratégia promissora para a efetividade

dos cuidados prestados (8).

A TN pode ser definida como conjunto de procedimentos terapêuticos para

manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente, por meio de suplementação da

via oral (SVO), Nutrição Enteral (NE) e/ou Parenteral (NP) (9, 10), provendo o aporte

adequado de macro e micronutrientes (11). A TN é essencial para prevenir e tratar a

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desnutrição, concomitantemente, melhora os desfechos clínicos, reduzindo o tempo de

internação e consequentemente os custos associados (7, 8).

No Brasil, existem duas leis publicadas pelo Ministério da Saúde (MS) e pela

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que regulamentam a prática dessa

importante terapêutica. A Portaria n°272 de 8 de Abril de 1998 e a Resolução da Diretoria

Colegiada (RDC) n° 63 de 6 de Julho de 2000, que fixam os critérios técnicos mínimos

exigidos para a instituição de procedimentos nutricionais adequados referentes à realização

da Terapia Nutricional Parenteral (TNP) e da Terapia Nutricional Enteral (TNE),

respectivamente. A RDC n° 63 de 6 de Julho de 2000, trata também dos quesitos necessários

para suplementação via oral (SVO). Além do exposto, as leis auxiliaram no estabelecimento

de requisitos para o reembolso da TN e determinaram a obrigatoriedade da presença de

equipe interprofissional especializada a fim de garantir a eficácia da terapia e a segurança

para os pacientes (8).

No entanto, para garantir a obtenção dos benefícios e minimizar as possíveis

complicações relacionadas, torna-se necessário realizar análise constante de cada etapa da

realização da TN e verificar a adequação ao que está regulamentado (12). Contudo, são

escassos os trabalhos destinados a avaliar a prática da TN realizada nas instituições

hospitalares brasileiras.

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2. Revisão da literatura

2.1. A evolução da qualidade

O conceito de qualidade tem se transformado ao longo do tempo, acompanhando a

evolução humana e o aperfeiçoamento das relações socioeconômicas (1, 13, 14). Nos séculos

XVIII e XIX, período da produção artesanal, a produtividade ainda era pequena, as peças

eram ajustadas umas às outras manualmente, a inspeção dos produtos depois de prontos era

feita de forma informal pelos próprios artesãos de maneira a garantir a alta qualidade (15).

A revolução industrial e o surgimento da produção em massa impactou na forma

como as peças eram encaixadas umas às outras manualmente, tornando este processo

inviável. A inspeção formal se tornou necessária e a criação de um sistema racional de

medidas, gabaritos e acessórios foi a adotado no início do século XIX (14, 15).

No início do Século XX a inspeção se tornou mais importante e, foi quando Frederick

W. Taylor, pai da “Administração Científica”, propôs que a tarefa deveria ser realizada por

um dos chefes funcionais (encarregados). Este período ficou conhecido como “a era da

inspeção”, a primeira fase do que viria a determinar o conceito de qualidade (14, 15).

A fase seguinte envolveu a introdução do controle estatístico da qualidade. Em 1924,

o estudo de Shewart realizado para a Bell Telephone Laboratories nos Estados Unidos da

América (EUA), estabeleceu várias técnicas de controle estatístico como as cartas de

controle e a realização da inspeção por amostragem, ao invés da inspeção de 100% dos

produtos (15, 16). Isso ampliou a percepção das empresas que a partir deste momento não se

preocuparam apenas com o produto final e adicionaram ao conceito de qualidade a ideia de

prevenção de defeitos (1).

Na década de 30, do século passado, Shewart publica a obra: “Economic Control of

Quality of Manufactured Product”, dando pela primeira vez caráter cientifico ao tema (15).

A incorporação de métodos estatísticos de controle trouxe redução nos custos da inspeção

viabilizando e assegurando a qualidade dos itens produzidos (14).

A Segunda Guerra Mundial representou o fomento para o controle estatístico da

qualidade que atingiu o ápice neste período. Órgãos de controle da qualidade foram

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implantados pelos fabricantes de material bélico por exigência das grandes potências

mundiais e estas utilizaram procedimentos de amostragem para a inspeção do grande número

de armas que era produzido. Desta forma, os Estados Unidos conseguiram produzir

suprimentos militares mais baratos e em larga escala (1, 15).

Após a guerra, o Japão devastado, com grande parte das indústrias destruídas sem ter

comida, roupas ou moradias, buscou soluções transformadoras (17). Assim, em 1947,

Deming, físico norte americano e aluno de Shewhart, certamente o guru da qualidade mais

famoso, foi convidado pela União de Cientistas e Engenheiros Japoneses recentemente

formada, para transmitir às indústrias japonesas os princípios americanos do controle de

qualidade (18, 19).

O modelo de controle de qualidade adotado pelos japoneses conquistou maior sucesso

que os modelos americanos. Isso aliado à postura discreta dos japoneses transformou o país e

deu-lhe o título de potência mundial, bem conhecida até os dias de hoje (1, 19).

No final da década de 50 do século passado, a importância da qualidade assumiu

abordagem mais ampla voltada para o gerenciamento e para a regulação de todo o ciclo

produtivo, desde o projeto até à satisfação do cliente com o produto. Essa fase ficou

conhecida como a era da “garantia da qualidade” (14, 16). Nesse período, Feigenbaum,

engenheiro americano, inovou o conceito com a divulgação do controle total da qualidade.

Essa era consolidou-se na década de 60, do século XX e, pela primeira vez, o processo de

qualidade teve enfoque sistêmico, sendo reconhecido como função de todos os envolvidos

dentro da organização (14, 19).

Outras contribuições da época foram os trabalhos de Juran, engenheiro romeno

formado nos Estados Unidos, que publicou o Manual de Controle da Qualidade e chamou a

atenção para os custos de não se trabalhar com qualidade (erros, desperdício e retrabalho) (5,

16) . O modelo americano do Defeito Zero proposto por Crosby e os círculos de controle da

qualidade proposto pelo engenheiro japonês Ishikawa também tiveram relevância no

processo de aprimoramento da qualidade (16).

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2.2. A qualidade na saúde

Os gurus da qualidade Deming e Juran apontaram em suas obras a possibilidade de

incorporar os métodos de controle estatístico aos serviços de saúde (5). Desde o início do

século XIX existiram tentativas de aplicar as técnicas de controle de qualidade utilizadas nas

indústrias em unidades hospitalares, ao redor do mundo. Porém, apenas a partir das décadas

de 60 e 70 do século XX que se observou a incorporação efetiva dessas técnicas nos serviços

de saúde, motivadas pelos avanços tecnológicos e pelo aumento dos custos da assistência

médica (20).

A enfermeira Florence Nightingale foi a pioneira em implantar o modelo de melhoria

da qualidade em saúde utilizando gráficos e dados estatísticos no ano de 1854. Sua

participação foi marcante durante a Guerra da Crimeia estabelecendo rígidos padrões

sanitários e de cuidados de enfermagem que culminaram na redução das taxas de mortalidade

de 42,7% para 2,2% em um hospital local (5).

Em seguida, relatório de Flexner em 1910, também registrou preocupação com a

qualidade dos serviços de saúde, ao apontar falhas nos hospitais americanos que podiam

comprometer a saúde dos doentes e a reputação médica (20, 21). Outro importante defensor

do processo de qualidade foi Ernest Codman, cirurgião norte-americano, que publicou em

1916 “A Study in Hospital Efficiency: the first five years". Neste estudo, o autor sugere

método de avaliação rotineira do estado dos doentes afim de estabelecer os resultados finais

das intervenções (21). Codman desenvolveu sistema de análise individual, documentando os

erros que ocorriam (6) e atribuindo a cada caso o que poderia ter levado ao sucesso ou ao

fracasso, assim como o que poderia ocorrer um ano após a intervenção (21).

Em 1913, foi fundado o Colégio Americano de Cirurgiões (American College of

Surgeons – ACS), com o objetivo de estabelecer alguns padrões de qualidade para o cuidado

do paciente cirúrgico (3, 20, 21). Liderado por Codman, em 1917, o ACS cria o “programa

de padronização de hospitais” que abrange padrões de qualidade a serem utilizados por

outras áreas, o que determinou a responsabilidade pela avaliação da qualidade dos hospitais

nos EUA (3, 21, 22). No ano seguinte, o ACS publica lista composta por cinco itens,

“Minimum Standard”, considerados necessários para assegurar a qualidade nos hospitais e,

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iniciam-se as inspeções nas instituições hospitalares americanas. Tais inspeções, também

definidas como acreditação, certificam que uma organização ou serviço de saúde atendem a

critérios pré-estabelecidos de forma a garantir cuidados seguros e eficazes aos pacientes

(22).

A expansão para as outras áreas médicas, a evolução dos tempos e o interesse público

em participar do processo de qualidade culminou com a criação da Comissão Conjunta de

Acreditação de Hospitais (Joint Commission on Accreditation of Hospitals -JCAH) (3, 22). A

JCAH foi inicialmente composta por membros da Associação Médica Americana, da

Associação Americana de hospitais, dos demais profissionais da área da saúde e dos

consumidores. Atualmente, é denominada Joint Commission on Accreditation of Healthcare

Organizations (JCAHO)(22).

Avedis Donabedian, pediatra armênio que se estabeleceu nos EUA e considerado o

grande mestre da qualidade em saúde (23), adotou as experiências de Flexner e Codman e,

definiu na década de 1960, modelo de avaliação qualitativa da atenção médica, formado por

três componentes: estrutura, processo e resultados (6, 21). A avaliação da estrutura abrange

os recursos físicos (equipamentos, financiamento) e humanos (número e qualificação

profissional) necessários para a assistência médica. O processo se relaciona com as

atividades realizadas pelos profissionais de saúde assim como a iniciativa dos pacientes em

procurar os cuidados. Ou seja, todas as atividades envolvendo os profissionais de saúde e os

pacientes durante o tratamento são contempladas. Os resultados incorporam a avaliação e

descrevem o produto final da assistência médica, as mudanças observadas no estado de saúde

do indivíduo ou da população, incluindo as expectativas e o grau de satisfação do doente com

os serviços prestados (3, 21, 24, 25).

Donabedian define qualidade em saúde como “propriedade da atenção médica que

pode ser obtida em diversos níveis ou graus”, com a obtenção de maiores benefícios e

menores riscos para os pacientes de acordo com os recursos disponíveis, similar à definição

dada pelos grandes mestres da área industrial (2, 20).

Donald Berwick, professor de pediatria da Universidade de Harvard, teve

contribuição importante na apropriação das técnicas de avaliação da qualidade pelos

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profissionais de saúde. Berwick coordenou um estudo, em 1987, que teve como objetivo

comprovar se as técnicas até então utilizadas na indústria, poderiam ou não, ser aplicadas na

área da saúde. Berwick selecionou 21 instituições de saúde nos Estados Unidos para

receberem assistência de consultores da qualidade que tiveram sua formação em empresas da

área industrial (5). A excelência nos resultados (melhoria da qualidade, redução dos custos e

aumento da produtividade) inspiraram o livro “Melhorando a qualidade dos serviços

médicos, hospitalares e de saúde “, provando que a qualidade total é aplicável também nos

serviços de saúde (3, 5).

2.3. Qualidade no Brasil

No Brasil, o movimento pela qualidade se deu de forma semelhante à dos outros

países, ou seja, teve início na área industrial, propagou-se pela prestação de serviços e mais

tarde pela área da saúde (5). A globalização do mercado em 1970, foi importante

contribuidor para o avanço da qualidade. Pois, a partir deste momento, as multinacionais

precisaram cumprir com as diferentes normas de qualidade de cada país (26), o que alertou

para a importância da uniformização dos sistemas de qualidade (1, 26). Dentro deste

contexto, a International Organization for Standardization (ISO) criou em 1979, o comitê

técnico (TC) 176 para tratar da Gestão e Garantia da Qualidade. Em 1987, a organização

publica a primeira versão das cinco normas ISO 9000 sobre sistemas de qualidade a fim de

harmonizar os requisitos desses sistemas e facilitar o comércio internacional (26, 27). A

ISO, criada em 1947, é o maior desenvolvedor de padrões internacionais. É constituída por

membros de 163 países, divididos em 210 Comitês Técnicos (TC’s) que cuidam da

normatização específica de cada setor da economia (27). A Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT), fórum nacional de normatização voluntária, é membro fundador da ISO e

representa a organização no país (1, 28).

No entanto, no Brasil até final da década de 1980 só eram permitidos a entrada no

país de bens sem similar nacional ou bens necessários para suprir eventual excesso de

demanda. Essa política viabilizou um parque industrial relativamente amplo e diversificado.

Contudo, a acomodação ao protecionismo exagerado, foi incompatível com o propósito de

integração competitiva da indústria brasileira no comércio internacional (29). Então, na

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década de 1990, com a intenção de induzir o aumento da qualidade, produtividade e

competitividade dos produtos nacionais decidiu-se abrir o mercado brasileiro e a partir deste

momento, o país foi inserido no contexto da globalização (1).

Segundo Alfredo Lobo (2003), nesta época, houve grande movimento em prol da

melhoria da qualidade dos produtos e serviços no Brasil. Os fatores indutores e decisivos

foram abertura econômica, que expôs as empresas brasileiras a ambiente de grande

competição. A evolução do cidadão brasileiro enquanto consumidor passando a exercer mais

plenamente seus direitos e deveres, em conjunto com a estabilização da moeda e, a criação

pelo Governo Federal do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP) (30). O

PBQP teve como objetivo estabelecer conjunto ordenado de ações indutoras da

modernização industrial e tecnológica, contribuindo para a retomada do desenvolvimento

econômico e social (1).

O processo de globalização fez, então, com que os países procurassem alcançar, cada

vez mais, auto suficiência tecnológica e industrial. Isso possibilitou a melhoria dos níveis de

qualidade dos produtos, tornando-os competitivos e garantindo a inserção/ permanência no

mercado (31). Como consequência de tal fenômeno, a questão técnica passou a ser também

questão estratégica, culminando na substituição gradativa das barreiras tarifárias barreiras

técnicas (31). Essas últimas são derivadas da utilização de normas ou regulamentos técnicos

não transparentes ou que não se baseiam em normas internacionalmente aceitas, ou ainda,

decorrentes da adoção de procedimentos de avaliação da conformidade não transparentes

e/ou demasiadamente dispendiosos (32, 33).

A progressiva utilização das barreiras técnicas deu forças e destaque ao tema da

Avaliação da Conformidade, principal estratégia para a superação destas barreiras ao

comércio internacional (31, 32). A avaliação da conformidade possibilita concorrência justa,

pois indica que o produto, processo ou serviço atende a requisitos pré-estabelecidos que

devem ser praticados por todos os fornecedores (31). São diversas as ferramentas para a

avaliação da conformidade e, podem incluir: ensaio, inspeção, certificação, auditoria e

acreditação por organismos de avaliação da conformidade. Após a análise, são emitidos

atestação, declaração, certificação ou acreditação do objeto avaliado (31, 33). Cabe ressaltar

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que apesar de não ser comum no Brasil, as diversas ferramentas podem ser utilizadas

concomitantemente para a avaliação de um mesmo produto (31).

No Brasil, os produtos devem ser colocados no mercado em conformidade com as

normas técnicas, sendo a ABNT a entidade normalizadora nacional (31). O Instituto

Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) é o gestor do Sistema

Nacional de Avaliação da Conformidade (SBAC) e o único acreditador oficial do Estado

Brasileiro (34).

2.4. A qualidade na saúde brasileira

A preocupação com a avaliação da qualidade dos serviços de saúde brasileiros

iniciou-se em 1941 com a criação da Divisão de Organização Hospitalar (DOH), dentro do

Departamento Nacional de Saúde, vinculado ao Ministério da Educação e Saúde. A DOH

tinha como objetivo coordenar, cooperar e orientar, em todo o Brasil, estudos e soluções de

problemas relacionados à assistência a doentes, deficientes físicos e pessoas desamparadas.

Dentre as competências da DOH, destacava-se o estabelecimento de normas e padrões para

instalação, organização e funcionamento de instituições assistenciais de saúde, incentivando

o desenvolvimento e a melhoria das instituições e dos serviços de assistência (35).

A primeira classificação por padrões no Brasil, prevista em lei, surgiu por iniciativa

paulista em 1952, e teve como objetivo distribuir racionalmente os auxílios e as subvenções

governamentais. Esta lei classificou os hospitais em quatro tipos: A, B, C e D. Estabeleceu

ainda os requisitos necessários para cada um desses tipos (35).

Na década de 1960, alguns Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP´s)

estabeleceram padrões a serem cumpridos pelas instituições de saúde que desejassem prestar

serviços aos seus beneficiários. Os critérios das IAP´s dos previdenciários e comerciários,

por exemplo, incluíram três tópicos principais: planta física, equipamento e organização (35,

36). A unificação dos institutos em 1966 e a criação do Instituto Nacional da Previdência

Social (INPS) aumentou o número de hospitais prestadores de serviços e, nova classificação

foi feita (37). Nesta, as principais ações foram voltadas para a avaliação de prontuários

médicos e das contas hospitalares (38) .

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Outro avanço importante na busca pela qualidade dos serviços de saúde foi a criação

do Relatório de Classificação Hospitalar (RECLAR) em 1974. Este, além de avaliar a planta

física, os equipamentos e a organização, contemplou o uso e o cálculo de indicadores (35).

No entanto, o relatório ainda enfatizava excessivamente os aspectos estruturais e por isso,

recebeu muitas críticas (35, 36). Feldman (2005) relatou que o instrumento dava pouca

importância aos recursos humanos e à avaliação dos processos e resultados (36). Tanto o

relatório como os instrumentos anteriores tiveram como objetivo classificar os hospitais a

fim de fixar valores para pagamento das diárias hospitalares (36). Segundo Schiesari (2003),

atrelar o pagamento à classificação contribuiu para maior adesão dos hospitais à avaliação.

Contudo, a grande preocupação dos hospitais na época era o credenciamento com o Instituto

Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), ficando esquecido o real

significado da classificação (35). O RECLAR foi efetivamente aplicado pelos profissionais

do INAMPS por período considerável e serviu de base para instrumentos subsequentes

destinados ao processo de acreditação (35).

A Constituição Federal de 1988 instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS) e no artigo

196 definiu “a saúde é direito de todos e dever do Estado” e no artigo 197 complementou

“cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização

e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por

pessoa física ou jurídica de direito privado” (39). Assim, a nova configuração do setor de

saúde, demandou a implantação de instrumentos gerenciais que possibilitassem aos gestores

avaliar os serviços oferecidos à população (35). Em consequência, a partir de 1990, surgiram

as primeiras ações voltadas para avaliação da qualidade dos serviços de saúde brasileiros (13,

40, 41). Contudo, antecedendo essas ações no país, torna-se necessário explicar o cenário da

avaliação de qualidade na América Latina.

A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), repartição da Organização Mundial

da Saúde para a América Latina e Caribe, em 1986, firmou um acordo com a Federação

Latino-Americana de Hospitais, no intuito de introduzir o método de acreditação hospitalar

em instituições públicas e privadas da região (42). Na mesma época, a OPAS conduziu

estudo que identificou 15.000 hospitais na América Latina os quais 70% tinham menos de 70

leitos. Segundo Humberto de Moraes Novaes, então consultor da OPAS, “era crítica a

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situação de recursos humanos, baixa resolubilidade clínica, falta de mecanismos de controle,

mínima prevenção de infecção hospitalar, ausência de comissões de qualidade, insuficiente

capacitação, e inconsistente avaliação dos custos operacionais” (42). De sorte que a

acreditação foi vista como uma estratégia capaz de reverter esta situação, pois proporcionaria

a adoção de padrões de qualidade, de forma progressiva, pelas instituições. Assim, no ano

seguinte, foi redigido o Manual de Acreditação da OPAS e, sucessivas reuniões foram

realizadas nos países a fim de divulgá-lo. Logo, o próximo passo de cada nação foi

desenvolver o seu próprio manual baseado no modelo da OPAS (42).

Retomando às ações brasileiras destinadas à qualidade quatro grupos de trabalho

foram formados na tentativa de consolidar diversas experiências em um único método. Em

1991 no estado de São Paulo, a Associação Paulista de Medicina e o Conselho Regional de

Medicina criaram o Programa de Controle de Qualidade do Atendimento Médico-Hospitalar.

(36, 42). Os pioneiros se inspiraram nos trabalhos da JCAHO para a elaboração do mesmo

(43). O segundo grupo foi formado no Rio Grande do Sul em 1995, sob liderança do setor

privado por meio da Associação de Hospitais (42). O grupo desenvolveu estudo com a

finalidade de determinar padrões de qualidade hospitalares. No mesmo ano, no estado do

Paraná, a Secretaria Estadual de Saúde recorreu ao processo de acreditação para estimular a

qualidade das organizações de saúde (36).

No Rio de Janeiro, o Colégio Brasileiro de Cirurgiões, a Academia Nacional de

Medicina e o Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro,

fundaram o Programa de Avaliação e Certificação da Qualidade em Serviços de Saúde no

Brasil – PACQS em 1994 (43) e em conjunto com a Fundação Cesgranrio, em 1997,

transformaram este programa no Consórcio Brasileiro de Acreditação (36). Este, em

conjunto com a Joint Commission International (JCI) ficaram encarregados de elaborar o

programa nacional de acreditação de hospitais (44).

O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP), com o propósito de

unificar os esforços nacionais, estabeleceu a Avaliação e Certificação de Serviços de Saúde

como um projeto estratégico prioritário do MS para os anos de 1997 e 1998 (43).

Corroborando o mesmo propósito, o MS solicita assessoria de Humberto de Morais Novaes

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para revisar o Manual de Acreditação da OPAS, adaptá-lo à realidade brasileira e

desenvolver a estrutura da Comissão ou do Órgão nacional para executar o mesmo (42).

Assim, a elaboração da primeira versão do instrumento contou com a participação de

representantes do MS e de cada um dos programas estaduais acima descritos. O piloto foi

aplicado em todas as regiões brasileiras e os resultados foram discutidos pelos participantes.

Logo após, em 1999, foi publicada a versão final do primeiro Manual de Acreditação de

Hospitais do Brasil e fundada a Organização Nacional de Acreditação (ONA) (35, 37, 42).

A ONA é uma entidade não governamental e sem fins lucrativos, responsável por

certificar a qualidade dos serviços de saúde no país (45). Cabe-lhe o desenvolvimento de

padrões e normas reguladoras do processo de acreditação assim como a supervisão das

Instituições Acreditadoras Credenciadas. Essas últimas são as responsáveis diretas por

conduzir o processo de avaliação e certificação (35).

A acreditação é método de avaliação e certificação que tem como objetivo promover

e garantir a qualidade e a segurança da assistência por meio de padrões previamente

definidos. A avaliação não tem caráter fiscalizatório, se constitui essencialmente em

programa de educação continuada e por isso, os padrões são revisados frequentemente,

estimulando o aperfeiçoamento do sistema. Importante ressaltar que no país a acreditação

acontece de forma voluntária, reservada e não tem caráter prescritivo, sendo assim, a ONA

não traz recomendações específicas sobre ferramentas/processos a serem utilizados pelas

instituições avaliadas (46). Após a conferencia das organizações e dos serviços ou programas

é gerado um relatório com o resumo da avaliação, destacando os pontos fortes, as não

conformidades, as oportunidades de melhoria e as conformidades. A avaliação poderá

resultar em três tipos de qualificação:

• Acreditado (Nível 1 - Corresponde a avaliação de estrutura): Instituições que

atendem aos critérios de segurança do paciente em todas as áreas de atividade,

incluindo aspectos estruturais e assistenciais. Válido por dois anos.

• Acreditado Pleno (Nível 2- Avaliação de estrutura e processos): Para instituições

que, além de atenderem os critérios de segurança, apresentam gestão integrada,

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com processos ocorrendo de maneira fluida e plena comunicação entre as

atividades. Válido por dois anos.

• Acreditado com excelência (Nível 3 - Aferição da estrutura, processos e

resultados): O princípio deste nível é a “excelência em gestão”, corresponde a

aferição dos resultados. Atende os níveis 1 e 2, além dos requisitos específicos de

nível 3. Válido por três anos (37, 43, 46).

Sendo assim, nota-se que o Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar segue a

mesma estratégia de avaliação recomendada por Avedis Donabedian e classifica a qualidade

dos serviços de saúde a partir da estrutura, do processo e do resultado (43).

Apesar do exposto, no Brasil não houve consenso absoluto quanto ao modelo de

acreditação hospitalar a ser utilizado. Permanecem ainda os modelos americanos da Joint

Commission Internacional (JCI), parceira JCHAO, e da National Integrated Acreditation for

Healthcare Organizations (NIAHO). Assim como o Método Canadense, que tem sua

representação no país desde 2006 (47, 48). Vale ainda ressaltar que nos EUA, após vasta

experiência no decorrer dos anos, a acreditação “voluntária” passou a não ter mais

significado, pois a maioria dos hospitais necessitavam de reembolso. Em terras norte-

americanas, a acreditação passou a ser quesito indispensável para reembolso conforme Lei,

desde de 1965. Assim, a partir de 1972 o Ministério da Saúde dos EUA elegeu a JCHAO

como responsável pelas certificações (42). As instituições norte-americanas empregam o

método de acreditação desde a década de 1950 e por isso, superaram as etapas de avaliação

de estrutura e de processo (42, 43). Atualmente, o programa concentra-se na avaliação de

resultados, realizada por meio de indicadores clínicos e gerenciais (43).

No Brasil, até final do ano de 2002, somente 0,2% dos hospitais eram acreditados

pela ONA e nenhum havia conseguido passar do nível 1 (43). Os registros de 2014 revelaram

progressos e, 3,7% das instituições brasileiras já possuíam algum nível de acreditação porém,

apenas 1,7% foram acreditados com excelência (45). Em 2015, a Folha de São Paulo

publicou matéria informando que apenas 4,6% dos 6.140 hospitais brasileiros possuíam

algum tipo de acreditação e que 40% destes estavam localizados no estado de São Paulo (49).

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Humberto de Morais Novaes, justificou o insignificante número instituições

brasileiras acreditadas declarando que no país “...não há disposição política de implementar a

obrigatoriedade de que para receber recursos do SUS o hospital necessita ser acreditado pela

ONA, como acontece nos EUA” (42).

Em entrevista ao Centro de Estudos e Pesquisas em Erro Médico e Iatrogenia em

Novembro de 2013, Humberto de Moraes fez a seguinte crítica: “Os poucos hospitais

acreditados o foram por iniciativa da própria instituição, que vê na ação uma oportunidade

para melhorar seu marketing. Porém, acreditação não é marketing, é a melhoria da qualidade

da assistência” (50). Em trabalho publicado em 2015, esse autor cita que “enquanto a

acreditação for de caráter voluntário, continuaremos com hospitais oferecendo o mínimo de

qualidade, favorecendo os erros médicos relatados com tanta frequência pela mídia” (42).

O primeiro Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, publicado em

2017, revela dados ainda muito preocupantes. A rede hospitalar brasileira é composta por

6.812 instituições das quais aproximadamente 5,4% possuem acreditação. Destas, 3,9 % são

pela ONA, < 1,0% pelo método canadense, 0,5% pela JCI e < 0,5% pela NIHAO. No

entanto, esse número pode ser ainda menor, ao considerar-se que um hospital pode ter sido

acreditado por mais de um método (51).

No âmbito do SUS, iniciativas destinadas a avaliar o desempenho das instituições são

recentes (41). Em 2004, o Departamento de Regulação, Avaliação e controle de Sistemas, em

parceria com a ANVISA e o Departamento Nacional de Auditoria do SUS dão origem ao

Programa Nacional de Avaliação de Serviços de Saúde (PNASS) (52).

O PNASS tem como objetivo:

Avaliar a totalidade dos estabelecimentos de atenção especializada

em saúde, ambulatoriais e hospitalares, contemplados com recursos

financeiros provenientes de programas, políticas e incentivos do Ministério

da Saúde, quanto às seguintes dimensões: estrutura, processo, resultado,

produção do cuidado, gerenciamento de risco e a satisfação dos usuários em

relação ao atendimento recebido (52).

O programa criado em 2004 foi reformulado em 2015 e possui três instrumentos de

avaliação: O “Roteiro de itens de verificação”, composto por 180 itens, destinado a avaliar os

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elementos de gestão. O segundo instrumento é o “Questionário dirigido aos usuários”, que

avalia a satisfação do usuário diante do atendimento recebido. O último instrumento é o

“Conjunto de indicadores” que avalia basicamente resultados. Os indicadores são construídos

a partir dos vários bancos de dados alimentados pelos estabelecimentos de saúde (52).

2.5. A terapia nutricional no Brasil e avaliação de qualidade

A oferta de alimentação adequada e saudável é componente fundamental nos

processos de recuperação da saúde e prevenção de novos agravos em indivíduos

hospitalizados (53). A TN tradicionalmente vista como estratégia para a prevenção e

tratamento da desnutrição, têm sido relacionada a benefícios como redução da inflamação,

melhora da resposta imunológica e modulação da resposta metabólica ao trauma (54-56).

Assim, os pacientes que certamente mais demandam TN são, além dos desnutridos, os em

risco nutricional, os indivíduos com doenças que resultam na impossibilidade de mastigação

e deglutição, aqueles com ingestão dietética diminuída, diminuição da absorção intestinal e

com enfermidades de alta demanda metabólica (57).

Apesar das evidências demonstrando que a depleção do estado nutricional está

relacionada a complicações que cursam com incremento da morbimortalidade, aumento do

tempo de permanência hospitalar, piora na qualidade de vida dos pacientes e

consequentemente dos custos hospitalares, a prevalência de pacientes em risco de

desnutrição, desnutridos moderados ou graves, ainda é alta no ambiente hospitalar (58-61).

Pesquisas mundiais mostram que entre 20% e 63% dos pacientes hospitalizados possuem

algum grau de desnutrição (60). O Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar

(IBRANUTRI) publicado em 2001, avaliou o estado nutricional de 4000 pacientes em 25

hospitais do país. A desnutrição esteve presente em 48,1% dos pacientes e foi maior nas

regiões onde a renda per capta é menor (norte e nordeste). Contudo a TN só foi fornecida a

7,3% dos pacientes (6,1% NE e 1,2% NP) (58). Os resultados deste estudo levaram a

atualização da legislação e à criação de novas leis que regulamentam a realização TNP e

TNE no país (8, 62).

A Portaria n°272 de 8 de Abril de 1998 foi a primeira de responsabilidade do Ministério

da Saúde (MS) que fixou os critérios técnicos mínimos exigidos para a instituição de

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procedimentos nutricionais adequados referentes a indicação, prescrição, acompanhamento e

monitorização da terapia nutricional parenteral, bem como a obrigatoriedade da criação da

equipe interdisciplinar de terapia nutricional (EITN) (9). De forma semelhante, a

regulamentação dos requisitos mínimos exigidos para a TNE, foi feita pelo MS, que publicou

a Portaria n° 337 de 14 de Abril de 1999, sendo revogada pela RDC n° 63 de 6 de Julho de

2000 (10, 63).

As regulamentações definem EITN como:

Grupo formal e obrigatoriamente constituído de pelo menos um profissional

de cada categoria, a saber: médico, nutricionista, enfermeiro e farmacêutico,

podendo ainda incluir profissional de outras categorias, habilitados e com

treinamento específico para a prática da terapia nutricional (9, 10).

Posteriormente, considerando os mecanismos para a organização e implantação de

Unidades de Assistência e Centros de Referência de Alta Complexidade em TN, no âmbito

do SUS, foi instituída a Portaria GM/MS n° 343, de 07 de março de 2005. O mesmo órgão

aprovou em 14 de abril de 2009 a Portaria n° 120 (64). Esta estabelece critérios e rotinas para

habilitar serviços no atendimento para a assistência nutricional; subsidia tecnicamente o

controle e a implantação de serviços hospitalares; estabelece nova conformação para a

Tabela de Procedimentos, Medicamentos e Materiais Especiais do SUS e institui a

necessidade de Protocolos de Triagem e Avaliação Nutricional e Protocolos de Indicação e

Acompanhamento Nutricional (65).

As atribuições da EITN são diversas, dentre as quais: definir metas técnico-

administrativas, realizar triagem e vigilância nutricional, avaliar o estado nutricional, indicar

terapia nutricional, assegurar condições ótimas de indicação, prescrição, preparação,

armazenamento, transporte, administração e controle dessa terapia; educar e capacitar a

equipe e outros membros do corpo clínico; criar protocolos; analisar o custo e o benefício da

TN e; traçar metas operacionais da EITN, além de fazer o elo entre os demais prestadores de

serviços assistenciais (9, 10).

O trabalho interprofissional em saúde é caracterizado pela participação de indivíduos

de pelo menos duas ou mais profissões, que aprendendo juntos sobre o trabalho em grupo e

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sobre as especificidades de cada um, objetiva a melhoria da qualidade no cuidado ao

paciente. Assim, a integração e a flexibilidade da força de trabalho que deve ser alcançada

com amplo reconhecimento e respeito às especificidades de cada profissão é considerado um

estilo de educação importante (66).

A literatura internacional evidencia melhorias significativas no estado nutricional, nos

resultados clínicos dos pacientes quando assistidos por equipe interprofissional (67-70).

Recente estudo realizado por Jeong e colaboradores (2016), mostrou que intervenções

realizadas por EITN em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, resultaram em

melhorias na oferta de nutrientes aos prematuros na primeira semana de vida, aumentando o

ganho de peso e reduzindo o tempo de internação na UTI (70). Como consequência dos

benefícios clínicos, os pacientes desfrutam de melhor qualidade de vida. Trabalho realizado

por grupo português em indivíduos com câncer, demonstrou que os que receberam

aconselhamento nutricional por equipe interprofisional, apresentaram melhor qualidade de

vida do que os que foram tratados com suplementação nutricional oral sem orientação (71-

73).

A atuação dos profissionais da EITN deverá ser diária pois (65), o cuidado de

enfermos em uso da terapêutica está associada a potenciais complicações (gastrintestinais,

mecânicas, metabólicas e infecciosas). O desempenho adequado da equipe também

proporciona vantagens econômicas (61, 65, 74-76). Estudo realizado por Hassell e

colaboradores (1994), evidenciou redução de 23% na taxa de mortalidade, de 11,6% no

tempo de internação e de 43% na taxa de readmissão dos pacientes em NE quando

acompanhados por EITN. A análise de custo-benefício revelou que para cada US $ 1

investido na gestão da equipe foi obtido benefício de US $ 4,20 (74). No inquérito europeu

sobre a estrutura e organização de equipes de TN na Alemanha, Áustria e Suíça, 88% das

instituições relataram redução nas complicações que resultaram na redução dos custos em

98% das insituições, com a implantação de EITN (75). Outro estudo, realizado no Reino

Unido por Kennedy e Nightingale (2005), mostrou que após um ano de implantação da EITN

em um hospital universitário, foi possível observar economia nos custos de £50.715,

derivados principalmente da redução do número de indicação da NP e na ocorrência de sepse

relacionada ao cateter (76).

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O Manual de Terapia Nutricional publicado pelo MS em 2016 foi elaborado por

profissionais de EITN e demais profissionais da área da saúde. É um guia prático que reúne

dados e sugere instrumentos que poderão ser adotados nos serviços de saúde por

profissionais habilitados, com o objetivo de ilustrar e facilitar a tomada de decisão na atenção

hospitalar especializada (65). Dentre a ampla abordagem do manual da TN, o mesmo

discorre sobre seis passos importantes para a prática da terapia: 1) realização da triagem

nutricional; 2) avaliação nutricional nos pacientes em risco nutricional ou desnutridos; 3)

cálculo das necessidades nutricionais; 4) indicação da terapia nutricional a ser instituída; 5)

monitoramento/acompanhamento nutricional adequados; 6) aplicação dos Indicadores de

Qualidade em Terapia Nutricional (IQTN) (65).

A TN é fundamental no tratamento e prognóstico de várias doenças clínicas e

cirúrgicas entretanto, como visto, não está isenta de complicações (77) e, para aumentar a

eficiência da TN justifica a incorporação da gestão da qualidade na assistência do paciente

em TN (77). Para tal, é fundamental a existência de protocolos institucionais que possam

direcionar as atividades dos profissionais envolvidos (78). Os protocolos devem ser

elaborados a partir de diretrizes específicas (desenvolvidas por consenso entre especialistas

na área e embasado em evidências científicas) e monitorados quanto a adequada aplicação a

fim de garantir a qualidade da TN (7).

No Brasil, até a década de 1990 poucos hospitais e profissionais da saúde conheciam

os métodos de avaliação da qualidade (79). Contudo, trabalho de revisão publicado em 2013,

identificou aumento de publicações sobre avaliação da qualidade hospitalar no país, a partir

de 2004. Entretanto, a produção científica ainda é limitada, ao comparar com o cenário

internacional (41).

A gestão da qualidade em TN contempla cinco procedimentos: elaboração e

padronização de guias de boas práticas, elaboração e controle dos registros, ações

preventivas e corretivas, acompanhamento de eventos adversos e ajuste dos processos e

objetivos. Cabendo a EITN análise constante de cada etapa (estrutura, processo e resultado)

envolvida no serviço de TN (77). Sendo assim, os IQTN são ferramentas importantes para a

avaliação e monitoramento da qualidade dos serviços de TN ao permitirem identificar

possíveis dificuldades e falhas relacionadas aos protocolos de cuidados nutricionais (80). Os

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indicadores revelam a efetividade de determinado processo e o quão próximo este se

encontra do objetivo final (12).

No ano de 2008, a força tarefa de nutrição clínica do International Life Science

Insitute – Brasil (ILSI- Brasil), com a contribuição de profissionais da saúde de todo o Brasil

envolvidos com a prática clínica da TN, publicou lista com trinta e seis IQTN e respectivas

metas, a fim de atender as diferentes diretrizes nacionais e internacionais de TN (7, 77).

Posteriormente, estudo publicado em 2012 identificou os dez indicadores, dos trinta e seis,

mais utilizados na prática clínica, por meio da análise da opinião de especialistas em TN (7).

Observa-se após o trabalho da força tarefa de nutrição clínica do ILSI - Brasil,

aumento do número de estudos utilizando os IQTN como ferramenta para avaliar a eficácia

da TN no país (12, 80-86). Entretanto, estudos com a finalidade de avaliar a gestão da

qualidade em TN com ampla abordagem (estrutura, processo e resultado), ainda são

escassos. Apesar da região sudeste se destacar como uma das pioneiras na adoção de

métodos de avaliação da qualidade em saúde (43), não foram identificados trabalhos

destinados a avaliação da qualidade da TN no Estado de Minas Gerais (MG).

Sendo assim, o presente trabalho pretende avaliar a realidade da Terapia Nutricional

em Minas Gerais, 18 e 14 anos após a instituição da Portaria n°272 da RDC n°63,

respectivamente, no que diz respeito à prática dessa importante terapêutica e à existência de

equipes interdisciplinares de TN.

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3. Objetivos

3.1. Objetivo geral

Avaliar a prática da Terapia Nutricional no estado de Minas Gerais, conforme a

Portaria n°272 e a Resolução da Diretoria Colegiada n°63 em hospitais universitários,

públicos e privados do estado.

3.2. Objetivos específicos

• Verificar a existência e a atuação das EITN;

• Verificar se há protocolos e indicadores de qualidade para TN;

• Avaliar como é realizada a aquisição, o manuseio de insumos e a preparação da TN;

• Avaliar os prontuários dos pacientes em TN.

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4. Métodos

4.1. Delineamento e população de estudo

Trata-se de estudo observacional e descritivo destinado a avaliar a prática da Terapia

Nutricional no estado de Minas Gerais, conforme a Portaria n°272 e a RDC n°63 em

hospitais universitários, públicos/filantrópicos e privados do estado. A coleta de dados foi

realizada diretamente com membros do corpo clínico/EITN das instituições hospitalares, por

meio de questionário próprio, baseado nas portarias descritas, ambas da Secretaria de

Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde.

O estudo teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (COEP) da UFMG (CAAE

- 56548816.6.0000.51490). Adotaram-se técnicas de amostragem não probabilística

(intencional) e probabilística (aleatória). Foi inicialmente realizado estudo piloto na cidade

de Belo Horizonte objetivando-se adequar a logística de execução e a aplicação do

questionário a ser utilizado.

4.2. Seleção dos municípios

A relação dos municípios mineiros e respectivos números de habitantes foram obtidos

na página on line do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estado é

dividido em doze sub-regiões: Noroeste de Minas, Norte de Minas, Jequitinhonha, Vale do

Mucurí, Triangulo Mineiro/Alto Paraíba, Central Mineira, Metropolitana de Belo Horizonte,

Vale do Rio Doce, Oeste de Minas, Sul/Sudoeste de Minas, Campos das Vertentes e Zona da

Mata (87). Considerando-se esta subdivisão, a coordenadora do projeto indicou os hospitais e

municípios que potencialmente poderiam aceitar a participação (amostragem intencional) já

que eram locais de fácil acesso ou em cujos hospitais havia contato com os membros das

equipes de TN. Depois, com o objetivo de ampliar a amostra e torná-la representativa do

estado, selecionaram-se aleatoriamente municípios nas diversas regiões, contemplando a

exigência de pelo menos um município de médio e pequeno porte. Devido à ausência de

critérios objetivos, tanto do IBGE como de outras fontes que contemplassem a definição do

tamanho dos municípios no Brasil, a inclusão dos mesmos foi realizada da seguinte forma:

• Município de grande porte: Belo Horizonte;

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• Municípios de médio porte - aqueles com população maior que 100 mil habitantes,

foram indicados ou sorteados dentre os que contemplavam o quesito;

• Municípios de pequeno porte – aqueles com população inferior a 100 mil habitantes,

foram indicados ou sorteados dentre os que contemplavam o quesito, localizados à

distância máxima de 300 km do município de médio porte. Neste caso, selecionaram-

se pelo menos dois municípios com tais características, garantindo-se, dessa forma,

que se não fosse possível a realização do estudo no primeiro, por ausência de

hospitais ou ainda, caso as instituições não se encaixassem nos critérios estabelecidos

ou também por impossibilidade de contato e permissão pela equipe, o estudo seria

realizado no outro local previamente estabelecido.

A relação dos municípios selecionados encontra-se no apêndice A.

4.3. Seleção dos hospitais

Os hospitais foram identificados por meio do Departamento de Informática do SUS

(DATASUS). Estes, deveriam realizar TN, verificada por meio de informações como:

elevado número de leitos, presença de unidades de terapia intensiva e complexidade das

clínicas. As instituições foram classificadas conforme descrito abaixo.

Classificação dos hospitais:

• Público/filantrópico: hospitais gerais ou especializados, conveniados com o SUS e

com planos de saúde públicos, independentemente da existência do convênio com o

setor privado;

• Privado: hospitais gerais ou especializados, particulares, com fins lucrativos,

conveniados exclusivamente com o setor privado.

• Universitário: hospitais escola, gerais ou especializados, das universidades públicas,

independentemente do tipo de convênio.

Foram considerados hospitais gerais os destinados à prestação de atendimento nas

especialidades básicas e, especializados, aqueles destinados à prestação de assistência à

saúde focados em uma especialidade/área.

Em Belo Horizonte e região metropolitana, devido à facilidade logística, maior número

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de hospitais foi selecionado de forma a atender os critérios de inclusão e considerando-se o

intervalo de tempo disponível para a coleta de dados. Nas demais regiões mineiras, a

intenção foi realizar a coleta de dados em pelo menos um hospital de cada categoria

(público/filantrópico, privado e universitário). Assim, em cada município, foram

selecionados aleatoriamente, com o auxílio do DATASUS (88), até três hospitais de cada

categoria descrita anteriormente. Garantindo-se dessa forma que se não fosse possível a

realização do estudo no primeiro, caso não se encaixasse nos critérios estabelecidos,

impossibilidade de contato ou permissão pela equipe, o estudo seria realizado no próximo

hospital previamente estabelecido e assim, sucessivamente. Quando não foi possível a

inclusão de qualquer um dos três hospitais de acordo com os critérios descritos, foram

selecionados quaisquer hospitais existentes no município desde que atendessem o critério de

realizar a terapia nutricional. Ressalta-se que pelo menos uma instituição hospitalar foi eleita

de forma intencional (por conveniência), conforme descrito na seção anterior.

Atendendo à exigência de um hospital de cada categoria em um município de médio

e pequeno porte por região, esperava-se a inclusão de pelo menos 40 hospitais. Quantia que

corresponde a 25% do total de hospitais mineiros habilitados para realizarem nutrição enteral

ou enteral/parenteral inseridos no DATASUS até o mês de Setembro de 2017.

A relação de municípios e hospitais selecionados encontra-se no apêndice A.

4.4. Operacionalização de contato com os hospitais

Contato telefônico foi realizado inicialmente com cada instituição, após a definição

dos hospitais que seriam incluídos. A seguir, formalizou-se por e-mail, com os membros da

EITN e diretores clínicos ou equivalentes, o convite para a participação do estudo, assim

como foi enviada a explicação e a apresentação do projeto. Mediante o interesse, prosseguiu-

se com o processo conforme a existência ou não de Comitês de Ética em Pesquisa (CEP)

nessas instituições, como descrito abaixo:

• Hospitais com CEP: de acordo com o protocolo do CEP, houve a submissão

do projeto à apreciação ética, via Plataforma Brasil;

• Hospitais sem CEP: carta convite aos diretores clínicos e termos de

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concordância dirigidos aos responsáveis pelo serviço de TN foram enviados

por e-mail, para a formalização do processo (Apêndice B e C).

O número de contatos (telefonemas, mensagens eletrônicas, inserção na Plataforma

Brasil) foram ilimitados até que houvesse a obtenção da resposta. Contudo, algumas

instituições não finalizaram parte ou todo o processo até o momento do encerramento da

coleta de dados, a despeito dos inúmeros contatos (Apêndice D).

4.5. Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada entre os meses de agosto de 2016 e novembro de 2017.

A análise da prática e da qualidade da TN foi realizada por meio de formulário de avaliação

adaptado a partir da portaria da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde Nº

272 de 1998 e da RDC Nº 63 de 2000 (Apêndice E).

O formulário foi composto por seis sessões para melhor avaliação dos subtemas: 1ª

cabeçalho e informações gerais das instituições, 2ª inspeção das atividades da EITN, 3ª

inspeção das atividades pertinentes à nutrição parenteral, 4ª inspeção das atividades da

prática da nutrição enteral, 5ª inspeção das atividades relacionadas com suplementação via

oral e, a 6ª compreende os itens da auditoria dos prontuários médicos.

A ferramenta foi aplicada diretamente pela pesquisadora principal, após a assinatura

do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Anexo 1) e, abrangeu os

profissionais de saúde que desenvolviam atividades de TN em cada um dos hospitais

selecionados. Durante essa entrevista foram também solicitados os protocolos utilizados para

a prática da TN nas instituições. Adicionalmente, realizou-se auditoria aleatória de

prontuários médicos de pacientes que estavam em TN no dia da coleta, indicados pelos

profissionais da instituição entrevistados. Para tal, todos os pacientes foram informados sobre

os objetivos da pesquisa, os riscos e benefícios do estudo e, receberam o TCLE para

formalização do aceite (Anexos 2 e 3). A avaliação desses prontuários foi realizada por meio

de check list próprio, que abrangeu aspectos importantes na evolução médica e nutricional do

paciente, de acordo com as portarias descritas acima (Apêndice E). Foi estipulada,

inicialmente, a análise de 10 prontuários médicos em cada instituição hospitalar,

considerando-se o tempo aproximado de 02 horas para o levantamento de prontuário. Porém,

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a quantidade de prontuários analisados foi reduzida em algumas instituições, devido ao

pequeno número de pacientes em TN e ao atraso nas coletas. Estas últimas foram

influenciadas pelas diversas intercorrências nos setores a serem avaliados tais como não

cumprimento do horário pré-agendado com os profissionais e, indisponibilidade de se

encontrarem os protocolos previamente solicitados. Este último fato gerou a possibilidade de

que esses documentos (listas de treinamentos em TN, registros de programas de educação

continuada em TN e contratos de serviços terceirizados) fossem enviados por mensagem

eletrônica, posteriormente.

4.6. Análise dos dados

Os dados foram analisados com auxílio do programa Statistical Package for the Social

Sciences for Windows Student Version (SPSS), versão 19.0.

Inicialmente, os hospitais foram separados em quatro grupos para comparações:

públicos, filantrópicos, privados e universitários. A análise descritiva dos hospitais foi

realizada por meio do cálculo das frequências das variáveis.

A análise das atividades relacionadas à existência das EITN compreendeu apenas os

hospitais que contavam com a presença destas (atuação das EITN, presença de protocolos

para atuação dos profissionais da equipe e de indicadores de qualidade). Os demais quesitos

investigados, são pertinentes ao total de hospitais incluídos no estudo. Itens do formulário de

avaliação considerados imprescindíveis para qualidade e segurança da TN segundo a portaria

Nº 272 de 1998 e a RDC Nº 63 de 2000 foram utilizados, para a análise da existência e

atuação das EITN. Já para a avaliação da prática da TN, foi verificada a presença de itens

essenciais ao cuidado nutricional do paciente na evolução médica e nutricional segundo

dados da literatura (9, 10, 64, 65, 89, 90). Ademais, itens relacionados com a avaliação

nutricional do paciente quando não identificados em protocolo próprio, foram buscados nas

evoluções nutricionais.

Os dados foram analisados usando-se o teste Qui-quadrado para comparação das

proporções das variáveis categóricas. O teste Shapiro-Wilk foi utilizado para testar a

normalidade de variáveis quantitativas. As variáveis paramétricas foram apresentadas em

média e desvio padrão e, as não paramétricas em mediana e amplitude interquartil.

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A comparação das médias foi realizada por meio do teste ANOVA e a das medianas

pelo teste de Kruskal-Wallis. O nível de significância adotado foi de 5%.

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5. Resultados

5.1. Características gerais

Foram selecionados 148 hospitais localizados em 09 mesorregiões do estado

(Apêndice A). No entanto, das instituições selecionadas, 115 não foram incluídas (62

recusaram e 53 foram eliminadas). Dentre as eliminadas, 25 o foram pelos critérios de

seleção; 11 não atenderam às chamadas telefônicas; 7 aceitaram participar do estudo mas por

dificuldade logística, tempo insuficiente para prosseguimento e realização da coleta de

dados, após finalmente terem completado todas as etapas, foram eliminadas; 5 instituições

não deram retorno à equipe de pesquisa até o encerramento da coleta; em 3 o protocolo do

estudo permanecia em apreciação ética pelos respectivos CEPs até o fim da coleta; em outras

2 os CEPs emitiram pendências inviáveis de serem acatadas em tempo hábil. Sendo assim,

33 hospitais foram incluídos no estudo (Figura 1).

Os hospitais participantes estavam localizados em 07 mesorregiões mineiras: Norte,

Sul/Sudoeste, Campos das Vertentes, Vale do Mucurí, Vale do Rio Doce, Triangulo Mineiro/

Alto Paraíba e Metropolitana de Belo Horizonte. Esta última compreendeu maior número de

hospitais avaliados (54,5%). Os municípios de médio porte representaram 51,5% da amostra.

Dos hospitais avaliados, 30,3% eram públicos e 30,3% filantrópicos. Houve predominância

de hospitais gerais (81,8%). A maioria das instituições (60,6%) tinha entre 51 e 150 leitos.

Pequena parcela (30,3%) possuíam Comitês de Ética e Pesquisa em Seres Humanos (CEPs).

Quanto à prática da TN, a terapia nutricional enteral (TNE) e suplementação via oral (SVO)

eram realizadas por 97% e 93,9% das instituições, respectivamente e, 78,8% ofereciam

terapia nutricional parenteral (TNP) (Tabela 1).

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Figura 1: Diagrama do fluxo dos hospitais contatados, excluídos e incluídos no estudo, Belo Horizonte, MG, 2018.

Nota: CEP = comitê de ética e pesquisa em seres humanos.

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Tabela 1: Descrição dos hospitais incluídos no estudo, segundo região, classificação do

município, hospital e serviço, número de leitos, presença/ausência de CEP e TN praticada.

Belo Horizonte – MG, 2018.

Variáveis Hospitais incluídos

n = 33 %

Região

Norte 4 12,1

Sul/Sudoeste 3 9,1

Campos das Vertentes 2 6,1

Vale do Mucurí 1 3,0

Vale do Rio Doce 2 6,1

Triangulo Mineiro/ Alto Paraíba 3 9,1

Metropolitana de Belo Horizonte 18 54,5

Classificação do município

Grande porte 12 36,4

Médio porte 17 51,5

Pequeno porte 4 12,1

Classificação do hospital

Público 10 30,3

Filantrópico 10 30,3

Privado 9 27,3

Universitário 4 12,1

Número de leitos

Até 50 leitos 2 6,1

51 a 150 leitos 20 60,6

151 a 500 leitos 11 33,3

CEP

Sim 10 30,3

Não 23 69,7

Serviço

Geral 27 81,8

Especializado 6 18,2

TN

Parenteral 26 78,8

Enteral 32 96,9

Suplementação via oral 31 93,9

Nota: CEP = comitê de ética e pesquisa em seres humanos; TN = terapia nutricional.

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0

2

4

6

8

10

Público Filantrópico Privado Universitário

Total de hospitais Presença de EITN

5.2. Existência e atuação das EITN

A existência de EITN foi relatada em 26 (78,7%) instituições hospitalares (9 privadas,

7 filantrópicas, 6 públicas e 4 universitárias) (Figura 2). Dessas, ato formal de constituição

foi referido por 25 (96,2%), mas não identificado em 3 hospitais privados. Registros formais

das reuniões da EITN foram referidos em 96,2% das instituições com EITN, porém foram

identificados em 80,8%. Não houve diferença estatística quanto à existência e ato de

formalização das equipes entre as classificações hospitalares (p>0,05) (Tabela 2).

Figura 2:Presença de EITN, em números, segundo classificação dos hospitais. Belo

Horizonte – MG, 2018.

Nota: EITN = equipe interdisciplinar de terapia nutricional.

No que diz respeito à atuação das EITN, 30,8% dos profissionais entrevistados

relataram ser esses capazes de responder à demanda do hospital. O coordenador clínico

estabeleceu os protocolos de avaliação, indicação, prescrição e acompanhamento da TN em

73,1 % das instituições. No entanto, os protocolos foram identificados em 65,4%. Os

desvios de qualidade foram devidamente investigados e documentados por este profissional

em 65,4% das instituições. Ações corretivas para os desvios foram estabelecidas também por

outros profissionais da equipe e, relatadas por 80%. Em 73,1% dos hospitais, foi-nos

informado que eram registradas contudo, foram identificadas em 50% destes. Em 1 hospital

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público não havia como rotina a realização de avaliação nutricional dos pacientes em TN.

Todos os profissionais entrevistados referiram fazer a prescrição médica determinada pela

equipe (Tabela 2). A proporção das variáveis descritas não foi diferente entre os grupos de

hospitais (p>0,05) (Tabela 2).

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Tabela 2: Proporção da existência e atuação das equipes EITN segundo classificação dos hospitais. Belo Horizonte- MG, 2018.

Questões

Hospitais com EITN n = 26

Total

Público

n = 06

Filantrópico

n = 06

Privado

n = 09

Universitário

n = 04

Valor

p

% % % % %

Existência da EITN

Existe ato formal de constituição da EITN? 96,2 100 85,7 100,0 100,0 NS

Identificado? 84,6 100 85,7 66,7 100,0 NS

Existem registros formais das reuniões? 96,2 100 85,7 100,0 100,0 NS

Identificados? 80,8 83,3 85,7 77,8 75,0 NS

Atuação da EITN

EITN é compatível com a demanda? 30,8 16,6 28,5 44,44 25,0 NS

O coordenador clínico estabelece os protocolos de avaliação,

indicação, prescrição e acompanhamento da TN? 73,1 83,3 71,4 55,5 100,0 NS

Protocolos identificados? 65,4 83,3 71,4 44,4 75,0 NS

Os desvios de qualidade são devidamente investigados e

documentados pelo coordenador clínico? 65,4 83,3 57,14 55,5 75,0 NS

São estabelecidas ações corretivas para os desvios de qualidade?

80,8

100

71,4

66,7

100,0

NS

Existem registros? 73,1 85,7 55,5 55,5 100,0 NS

Os registros das ações corretivas foram identificados?

50,0

50,0

42,8

44,4

75,0

NS

Existem registros das prescrições realizadas pela EITN? 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 NS

Nota: EITN = equipe interdisciplinar de terapia nutricional; TN = terapia nutricional; NS = não significativo.

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5.3. Presença de protocolos e indicadores de qualidade para TN

Dos hospitais que contavam com EITN, os protocolos para atuação do farmacêutico

foram reportados em 80,8% das instituições e foram identificados em 73,1%. Em 15% dos

hospitais foi-nos informado haver registros da aplicação dos mesmos e foram identificados

pela pesquisadora em 7,7%. Já os protocolos para atuação do enfermeiro foram informados

em 88,5% e, identificados em 84,6% das instituições. Os registros da aplicação dos protocolos

existiam em 38,5% e foram identificados em apenas 30,8%. Os protocolos destinados ao

profissional nutricionista foram os frequentemente mais informados em todos os hospitais

(96,2%) e identificados em 88,5%. Entretanto, a existência do registro da aplicação dos

protocolos foi informado por 53,8% e identificado em 46,2%. Novamente, a proporção das

variáveis analisadas não diferiu significativamente entre os grupos de instituições (p>0,05)

(Tabela 3).

Dos trinta e três hospitais avaliados, 26 (78,8%) realizavam TNP. Destes, em 14

instituições (53,8%) foi-nos indicado haver protocolos para o implante de cateter venoso

central (CVC), que foram identificados pela pesquisadora em 10 (38,4%). A existência do

manual de procedimentos para administração dessa terapia foi identificada em 76,9%. A

disponibilidade para que funcionários envolvidos pudessem conferi-los quando necessário foi

relatado por 73,1% dos entrevistados no entanto, estava realmente disponível em 57,7% dos

hospitais. Os resultados não diferiram estatisticamente entre tipos de instituições (p>0,05)

(Tabela 4).

Do total de hospitais investigados, 96,9% realizavam TNE. Em 78,1% dos hospitais

havia protocolos estabelecidos para acesso ao trato gastrointestinal. Em quatorze instituições

havia área para preparação de módulos e suplementos. Destas, em 71,4% foi-nos reportado

haver manual de boas práticas para produção da nutrição, mas foram identificados em 57,1%

dos hospitais. Não houve diferença estatística na proporção das variáveis analisadas entre os

distintos hospitais (Tabela 5).

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Tabela 3: Proporção da existência de protocolos para atuação dos profissionais da EITN segundo classificação dos hospitais. Belo Horizonte –

MG, 2018.

Questões

Hospitais com EITN n = 26

Total Público

n = 06

Filantrópico

n = 07

Privado

n = 09

Universitário

n= 04

Valor p

% % % % %

Existe protocolo para atuação do farmacêutico

como membro da EITN? 80,8 83,3 71,4 77,8 100,0 NS

Identificado? 73,1 83,3 71,4 66,7 75,0 NS

Existem registros da aplicação dos protocolos

para atuação do farmacêutico? 15,4 16,7 0,0 22,2 25,0 NS

Identificados? 7,7 00,0 0,0 11,1 25,0 NS

Existe protocolo para atuação do enfermeiro

como membro da EITN? 88,5 83,3 85,7 88,9 100,0 NS

Identificado? 84,6 83,3 85,7 88,9 75,0 NS

Existem registros da aplicação dos protocolos

para atuação do enfermeiro? 38,5 50,0 28,6 33,3 50,0 NS

Identificados? 30,8 50,0 14,3 33,3 25,0 NS

Existe protocolo para atuação do nutricionista

como membro da EITN? 96,2 100,0 100,0 88,9 100,0 NS

Identificado? 88,5 100,0 100,0 77,8 75,0 NS

Existem registros da aplicação dos protocolos

para atuação do nutricionista? 53,8 66,7 28,6 44,4 100,0 NS

Identificados? 46,2 66,7 14,3 44,4 75,0 NS

Nota: EITN = equipe interdisciplinar de terapia nutricional; NS = não significativo.

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Tabela 4: Proporção da existência de protocolos para realização de TNP segundo

classificação dos hospitais. Belo Horizonte – MG, 2018.

Questões

Hospitais com TNP n = 26

Total Público

n = 05

Filantrópico

n = 09

Privado

n = 08

Universitário

n = 04

Valor

p

% % % % %

Existe protocolo

estabelecido para

implante de CVC? 53,8 80,0 22,2 75,0 50,0 NS

Identificado? 38,5 40,0 22,2 62,5 25,0 NS

Identificado manual de

procedimentos para

administração da NP

(atualizado)? 76,9 60,0 66,7 87,5 100,0 NS

O manual está

disponível para

consulta imediata por

todos os funcionários? 73,1 40,0 77,8 75,0 100,0 NS

Identificado? 57,7 40,0 66,7 50,0 75,0 NS

Nota: TNP = terapia nutricional parenteral; CVC = cateter venoso central; NP= nutrição

parenteral; NS = não significativo.

Tabela 5: Proporção da existência de protocolos para realização de TNE e SVO segundo

classificação dos hospitais. Belo Horizonte – MG, 2018.

Questões

Hospitais com TNE n = 32

Total Público

n = 10

Filantrópico

n = 10

Privado

n = 08

Universitário

n = 04

Valor

p

% % % % %

Identificado protocolo

estabelecido para

acesso ao trato

gastrointestinal? 78,1 70,0 70,0 80,0 75,0 NS

Hospitais com área para preparo de SVO n = 14

Questões Total Público

n = 02

Filantrópico

n = 07

Privado

n = 03

Universitário

n = 02

Valor

p

Existe manual de boas

práticas para produção

da suplementação via

oral(BPPSVO)? 71,4 50,0 57,1 100,0 100,0 NS

Identificado? 57,1 50,0 42,9 66,7 100,0 NS

Nota: TNE = terapia nutricional enteral; SVO = suplementação via oral; NS = não

significativa.

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51

Os indicadores de qualidade foram identificados em 20 (76,9%) dos 26 hospitais que

houve relato de existência de EITN constituída. Observou-se que 100% das instituições

universitárias, 88,8% das privadas, 83,3% das públicas e 42,8% das filantrópicas empregavam

alguma ferramenta de indicador de qualidade (Figura 3). Os indicadores mais utilizados

foram: frequência de pacientes que têm avaliação nutricional realizada nas primeiras 24 horas

de internação (identificado em 42,3%); frequência de pacientes em risco nutricional (42,3%)

e; frequência de reavaliação periódica de pacientes em TN (38,4%). Não houve diferença

estatística na presença e tipo de indicadores de qualidade entre os hospitais (p>0,05).

Figura 3: Presença de indicadores de qualidade segundo classificação dos hospitais com

EITN constituída. Belo Horizonte – MG, 2018.

Nota: EITN = equipe interdisciplinar de terapia nutricional.

Importante esclarecer que nas 07 instituições sem EITN, não houve a identificação de

protocolos de TN e de quaisquer ferramentas de monitoramento como indicadores de

qualidade.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Público Filantrópico Privado Universitário

Instituições com EITN Presença de Indicadores

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5.4. Aquisição, manuseio de insumos e recipientes e, preparação

da TN

5.4.1.TNP

As etapas de escolha, armazenamento, aquisição de insumos e recipientes para o

preparo assim como a supervisão da preparação da NP, em todas as instituições que ofertavam

essa terapia, foram realizadas por empresas prestadoras de bens e serviços (EPBS). O

armazenamento da nutrição preparada estava sob responsabilidade do farmacêutico da

instituição e a dispensação, minoria (15,4%) foi a cargo dos enfermeiros e auxiliares da

farmácia. Não houve diferença estatística quanto aos profissionais responsáveis por essas

atividades entre os hospitais (p>0,05) (Tabela 6).

5.4.2.TNE

A NE, em todas as instituições, era realizada com fórmulas industrializadas prontas

para uso. O nutricionista respondia pela dispensação do produto na minoria (25%). Não houve

diferença estatística quanto aos profissionais responsáveis pela dispensação, entre os hospitais

(p>0,05) (Tabela 7).

5.4.3.SVO

A realização da SVO era prática em 93,9% dos hospitais, nos quais em 45,1% havia

área para preparo. Sendo assim, os itens do questionário referentes ao preparo da TNE foram

preenchidos com informações relativas à suplementação. O nutricionista foi o profissional

responsável pela escolha e aquisição de insumos/recipientes para o preparo da nutrição em

todas as instituições e pelo armazenamento dos itens em 57,1 %. Em 92,9% dos hospitais o

nutricionista foi o responsável pela supervisão da preparação e em 71,4% pelo

armazenamento da SVO preparada. Em uma instituição pública, a SVO era dispensada

imediatamente após a produção. As proporções das variáveis descritas não foram diferentes

entre os hospitais (p>0,05) (Tabela 8). O nutricionista foi o profissional responsável pela

escolha/padronização do suplemento pela maioria (77,4%). Contudo, a atuação do

nutricionista foi menos frequente nas instituições privadas e, de forma significativa (p<0,05),

quando comparada com a atuação nas filantrópicas (Tabela 9).

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Tabela 6: Descrição dos responsáveis pelas etapas de escolha, armazenamento, aquisição de insumos

e recipientes, preparação e dispensação da NP nos hospitais, segundo classificação. Belo Horizonte –

MG, 2018.

Questões

Hospitais com TNP n = 26

Total Público

n = 5

Filantrópico

n = 9

Privado

n = 8

Universitário

n = 4

Valor

p

% % % % %

Qual o profissional

responsável pela

escolha/aquisição

de insumos e

recipientes para o

preparo da NP?

EPBS 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 NS

Qual o profissional

responsável pelo

armazenamento de

insumos e

recipientes para o

preparo da NP?

EPBS 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 NS

Qual o profissional

responsável pela

supervisão da

preparação da NP?

EPBS 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 NS

Qual o profissional

responsável pelo

armazenamento NP

preparada?

Farmacêutico 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 NS

Qual o profissional

responsável pela

dispensação NP

preparada?

Farmacêutico 84,6 100,0 88,9 87,5 75,0 NS

Enfermeiro 7,7 0,0 11,1 0,0 25,0 NS

Auxiliar da

farmácia

7,7 0,0 11,1 12,5 0,0 NS

Nota: TNP = terapia nutricional parenteral; NP = nutrição parenteral; EPBS: empresa

prestadora de bens e serviços; NS = não significativo.

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Tabela 7: Descrição dos responsáveis pela dispensação da NE nos hospitais, segundo

classificação. Belo Horizonte – MG, 2018.

Questões

Hospitais com TNE n = 32

Total

%

Publico

n =10

Filantrópico

n = 10

Privado

n = 8

Universitário

n = 4

Valor

p

Qual o

profissional

responsável pela

dispensação da

NE?

Farmacêutico 37,5 40,0 40,0 37,5 25,0 NS

Outros 34,4 40,0 30,0 37,5 25,0 NS

Nutricionista 25,0 10,0 30,0 25,0 50,0 NS

Enfermeiro 3,1 10,0 0,0 0,0 0,0 NS

Nota: TNE = terapia nutricional enteral; NE = nutrição enteral; EPBS = empresa prestadora

de bens e serviços; NS = não significativo.

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Tabela 8: Descrição dos responsáveis pelas etapas de escolha, armazenamento, aquisição de

insumos e recipientes e preparação da SVO nos hospitais, segundo classificação. Belo

Horizonte –MG, 2018.

Questões

Hospitais com área para preparo da SVO n = 14

Total Público

n = 2

Filantrópico

n = 7

Privado

n = 3

Universitário

n = 2

Valor

p

% % % % %

Qual o profissional

responsável pela

escolha e aquisição

de insumos e

recipientes para o

preparo da SVO?

Nutricionista 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 NS

Qual o profissional

responsável pelo

armazenamento de

insumos e

recipientes para o

preparo da SVO?

Nutricionista 57,1 50 71,4 33,3 50 NS

Outros 35,7 50 28,6 33,3 50 NS

Farmacêutico 7,1 0 0 33,3 0 NS

Qual o profissional

responsável pela

supervisão da

preparação da SVO?

Nutricionista 92,9 50,0 100,0 100,0 100,0 NS

EPBS 7,1 50,0 0,0 0,0 0,0 NS

Qual o profissional

responsável pelo

armazenamento da

SVO preparada?

Nutricionista 71,4 0,0 85,7 66,7 100,0 NS

Outros 21,4 50,0 14,3 33,3 0,0 NS

Nota: NS = Não significativo, SVO = suplementação via oral.

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Tabela 9: Descrição dos profissionais responsáveis pela escolha/padronização da SVO, segundo

classificação hospitalar. Belo Horizonte –MG, 2018.

Questões

Hospitais com SVO n = 31

Total Público

n = 9 Filantrópico

n = 9

Privado

n = 9

Universitário

n = 4

Valor

p

% % % % %

Qual o profissional

responsável pela

escolha/padronização

da suplementação via

oral?

Nutricionista 77,4 77,8 100,01 44,41 100,0 < 0,05

Médico 9,7 0,0 0,0 33,3 0,0 NS

Outros 9,7 22,2 0,0 11,1 0,0 NS

Coordenador clínico 3,2 0,0 0,0 11,1 0,0 NS

NS = Não significativo, SVO = suplementação via oral. Os números sobrescritos

correspondem às comparações realizadas que apresentaram diferença estatística (valor de p <

0,05).

5.5. Número de pacientes acompanhados em TN

A NP foi a terapia menos realizada (mediana = 0,0 pacientes/semana). A mediana de

pacientes em suplementação via oral (SVO) foi de 11/semana e a de TNE foi de 15,5

pacientes/semana. O número de pacientes acompanhados em TN não foi diferente entre as

instituições (p>0,05) (Tabela 10).

5.6. Avaliação dos prontuários médicos dos pacientes em TN

A média de prontuários analisados foi de 5,2 ± 3,0 em cada instituição, sem diferença

estatística entre os tipos de hospitais (p>0,05) (Tabela 11). A inspeção de 172 prontuários

médicos mostrou que a triagem e a avaliação nutricional estavam presentes em 39,5% e

69,1%, respectivamente. A triagem foi mais frequentemente identificada em prontuários de

instituições públicas (59,6%) e privadas (52,6%) (p>0,05). Em hospitais universitários e

filantrópicos, o registro foi encontrado em 31,0% e 25,0%, respectivamente (p>0,05). A

avaliação nutricional e proposta terapêutica foi mais registrada nos prontuários dos hospitais

universitários (89,7%) do que nos privados (60,5%) e filantrópicos (54,7%) (p<0,05). A

avaliação nutricional foi encontrada em 78,8% dos prontuários nos hospitais públicos e

significativamente mais nestes do que nos filantrópicos (p<0,05) (Tabela 12).

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Diagnóstico e conduta nutricional foram identificados em 70,9% e 80,8% dos

prontuários, respectivamente. O diagnóstico foi identificado com maior frequência nos

hospitais universitários quando comparados aos privados e filantrópicos (p<0,05). Os

profissionais dos hospitais universitários também registravam de forma mais assídua a

conduta nutricional do que nos públicos, privados e filantrópicos (p<0,05). As necessidades

calórica e proteica estimadas (NCPE) foram identificadas em 62,2% dos prontuários,

significativamente mais nos públicos (92,3%) e universitários (82,8%) quando comparados

aos privados (47,4%) e filantrópicos (47,2%) (p< 0,05) (Tabela 12).

Evolução diária dos pacientes foi identificada em 33,7% dos prontuários. A proporção

foi maior nos hospitais privados (65,8%) quando comparados aos demais (p<0,05). O registro

das intercorrências relacionadas à dieta assim como as necessidades calóricas e proteicas

prescritas (NCPP) constavam nas evoluções de 64,0% e 56,4% dos prontuários, nesta ordem.

As intercorrências foram frequentemente mais registradas nas instituições universitárias

(79,3%) e estatisticamente diferentes da proporção encontrada nas filantrópicas (52,8%)

(p<0,05). O registro das NCPP nos prontuários dos pacientes em hospitais públicos (75%) foi

estatisticamente maior do que no dos privados (52,6%) e menor nos dos filantrópicos (37,7%)

do que nos dos públicos e universitários (62,1%) (p<0,05) (Tabela 12).

As necessidades calórica e proteica recebidas (NCPR) foram registradas em 30,2% dos

prontuários, significativamente mais nos dos universitários (58,6%) quando comparados aos

dos demais (p<0,05). Já os exames bioquímicos foram encontrados em 22,7% e

consideravelmente mais nos prontuários dos pacientes em hospitais públicos (42,3%)

(p<0,05) (Tabela 12).

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Tabela 10: Número de pacientes acompanhados em TN por semana em todos os hospitais e segundo classificação, em mediana e amplitude

interquartil. Belo Horizonte –MG, 2018.

Número de pacientes acompanhados em TN

Variável Total Público Filantrópico Privado Universitário Valor

p

Mediana AI Mediana AI Mediana AI Mediana AI Mediana AI

TNP 0,0 0,0-2,0 0,0 0,0-3,5 0,0 0,0-4,5 0,0 0,0-0,0 0,5 0,0-1,7 NS

TNE 15,5 7,75-28,7 14,0 0,0-32,5 15,0 9,25-26,2 16,0 5,50-35,0 18,5 13,25-42,5 NS

SVO 11,0 4,0-20,0 7,0 0,50-21,0 12,0 4,0-14,0 6,0 1,50-12,2 35,0 22,50-85,0 NS

Nota: TN = terapia nutricional; AI = amplitude interquartil (p25-p75); NS = não significativo.

Tabela 11: Número de prontuários analisados em média e desvio padrão, total e segundo classificação. Belo Horizonte –MG, 2018.

Variável

Número de prontuários analisados

Total Público Filantrópico Privado Universitário Valor p

Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP

Prontuários

analisados 5,2 3,0 5,2 3,2 5,3 2,9 4,2 2,5 7,3 1,0 NS

Nota: NS = não significativo

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Tabela 12: Frequência dos itens presentes no prontuário médico em todos os hospitais e segundo classificação. Belo Horizonte –MG, 2018.

Itens

Hospitais

Total

n = 172

Público

n = 52

Filantrópico

n = 53

Privado

n = 38

Universitário

n = 29

Valor p

% % % % %

Relato de presença de triagem nutricional 39,5 59,61,2 25,02,3 52,63 31,01 p< 0,05

Relato de presença de avaliação nutricional e

proposta terapêutica 69,1 78,83 54,72,3 60,51 89,71,2 p< 0,05

Itens relacionados com a avaliação nutricional

Diagnóstico nutricional 70,9 78,8 62,31 60,52 86,21,2 p< 0,05

Conduta nutricional 80,8 78,81 62,33 76,32 100,01,2,3 p< 0,05

Necessidades calóricas e proteicas estimadas 62,2 92,31,2 47,22,3 47,41,4 82,83,4 p< 0,05

Itens relacionados com a evolução

Evolução diária (2ª a 6ª feira) 33,7 21,21 35,82,4 65,81,2,3 11,53,4 p< 0,05

Presença de intercorrências relacionadas a dieta 64,0 61,5 52,81 71,1 79,31 p< 0,05

Necessidades calóricas e proteicas prescritas 56,4 75,01,2 37,72,3 52,61 62,13 p< 0,05

Necessidades calóricas e proteicas recebidas 30,2 26,91 17,03 31,62 58,61,2,3 p< 0,05

Exames bioquímicos 22,7 42,31,2,3 15,12 7,93 20,71 p< 0,05

Nota: Os números sobrescritos iguais correspondem às comparações realizadas que apresentaram diferença estatística (valor de p < 0,05).

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6. Discussão

A qualidade em saúde é definida como propriedade da atenção médica que pode ser

obtida em diversos níveis ou graus, com a obtenção de maiores benefícios e menores riscos

aos pacientes de acordo com os recursos disponíveis (2, 20). Sendo assim, avaliar a

qualidade dos serviços de saúde é de extrema importância visando essencialmente melhores

cuidados aos indivíduos e a diminuição dos custos. A análise de custo efetividade, ou seja,

fazer a “coisa certa” da forma correta deveria ser norteadora de práticas e programas de

assistência à saúde. Neste sentido, a avaliação da qualidade da terapia nutricional (TN) é

imprescindível já que a mesma deve ser vista como parte integral do cuidado ao doente. No

Brasil, o interesse pela avaliação da qualidade é recente e crescente, já que tanto os gestores

hospitalares quanto os profissionais da saúde e os próprios doentes parecem ter algum

conhecimento do assunto (6, 41). No entanto, no que concerne à prática de TN, os estudos

na área são escassos no mundo e, em particular, no Brasil. Para o nosso conhecimento, este é

o primeiro que avaliou a qualidade da TN no estado de Minas Gerais.

O estado de Minas Gerais conta com 603 instituições hospitalares destas, apenas 25%

estavam credenciadas/habilitadas para prestar assistência de alta complexidade em TN,

inseridas no DATASUS até setembro de 2017(88). Tal fato, evidencia que muitos hospitais

não cumprem os quesitos necessários para realizar assistência nutricional de qualidade e

segura aos doentes. E ainda, os resultados do nosso estudo apontaram para número restrito de

intuições mineiras interessadas em medir a qualidade dos serviços de TN oferecidos a

população. Devemos ressaltar que dos 148 hospitais selecionados (com indícios da realização

da TN, independente do credenciamento) 77,7% não participaram, dos quais maior parte

(54,7%) recusou a participação. Ademais, em alguns casos sequer conseguimos contato com

os responsáveis tanto pela instituição (diretores clínicos) como pela prática da TN legais

(equipe de assistência), a despeito das múltiplas mensagens eletrônicas e telefonemas

expondo o porquê da necessidade de conversar com os mesmos. Pode-se inferir que o baixo

interesse dos hospitais em avaliarem os serviços pode estar relacionado ao caráter “auditor”

do estudo, e sendo assim, não receberiam reconhecimento externo, premiação ou qualquer

vantagem financeira. Outra possível explicação seria de que o conceito de qualidade esteja

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reduzido a competitividade e produtividade/remuneração, em vez de estar centralizado na

melhora da assistência e satisfação do usuário. Receio em expor as possíveis falhas da

instituição podem também ser justificativas para este aspecto. Tais hipóteses indicam que a

cultura da qualidade ainda é ausente e quando praticada o é de forma ineficaz. Neste quesito,

as ferramentas de avaliação obrigatórias por leis foram pouco utilizadas e assim, não

contemplam o objetivo de promoção da educação e aprimoramento do sistema.

A falta de interesse pela qualidade foi também identificada em outros dois trabalhos,

apesar do foco não ter sido a nutrição. Estes foram destinados a avaliar a qualidade dos

serviços de saúde prestados no país. O primeiro foi conduzido no estado de São Paulo em

2001 e teve como objetivo identificar programas ou atividades destinadas à avaliação de

qualidade mais utilizados nos hospitais do estado. Para tal, foi elaborado e enviado

questionário. Somente após o terceiro envio da ferramenta, os pesquisadores conseguiram

alcançar 61% da amostra desejada (91). O outro trabalho, realizado em 2017, avaliou o

impacto dos programas de acreditação nas organizações de saúde brasileiras, também por

meio de envio de questionário. Após três emissões de lembretes aos profissionais que seriam

entrevistados, a taxa de resposta foi de apenas 17,67 % (92).

Shiesari (2014) relata que as inúmeras dificuldades em progredir na melhoria da

qualidade da assistência prestada aos brasileiros estão relacionadas ao baixo número de

instituições que são capazes de dizer o quanto foi gasto e quais os resultados obtidos com as

iniciativas. Boa parte dos profissionais conhecem o assunto, mas poucos implementaram

efetivamente os padrões, enquanto raros são os que conseguiram induzir mudança concreta

em suas realidades (79).

No que diz respeito às EITN, a legislação brasileira determina a obrigatoriedade de

equipe interdisciplinar capacitada em todas as instituições que realizam qualquer forma de

TN, a fim de garantir a eficácia e a segurança dos pacientes (9, 10). No presente trabalho, 18

e 14 anos após a publicação da portaria 272 e da RDC 63, respectivamente, somente todas as

instituições universitárias e privadas tinham equipes de TN formalmente constituídas.

Estudos mostram que a presença da equipe está relacionada à necessidade de minimizar os

custos hospitalares (61, 93). É lamentável que mesmo diante da obrigatoriedade e das

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evidências que demonstram o impacto da EITN na melhoria da qualidade dos atendimentos e

dos resultados, com consequente redução dos custos em TN, a existência da EITN não seja a

realidade de muitos serviços (61, 62, 93, 94). Por outro lado, pudemos observar que mesmo

quando há equipes, a qualidade de assistência é aquém do preconizado, já que etapas

essenciais da TN não foram integralmente cumpridas, tais como realização e registro de

triagem, avaliação, cálculos das necessidades nutricionais e evolução da terapia.

Bottoni et al (2008) avaliaram a adequação da prática da TN realizada por EITN por

meio de questionário direcionado, em hospitais de São Paulo e região metropolitana. Os

resultados da análise de 119 hospitais, mostraram que apenas 40,5% possuíam equipe

formada (62). No mesmo ano, a American Society for Parenteral and Enteral Nutrition

(ASPEN) também verificou a prática da terapia nutricional e a atuação das EITN, por meio

de envio eletrônico de questionário a todos os integrantes da sociedade. Neste estudo, 42,0%

dos entrevistados informaram possuir EITN na instituição de vinculo. Das instituições que

não contavam com equipe no momento da pesquisa (58,0%), 23% informaram que já haviam

tido em algum momento e, destas, 22% afirmaram que os pacientes foram prejudicados por

essa ausência de equipe. Este estudo aponta que os motivos mais citados para não ter uma

EITN foram: presença de serviço descentralizado (médicos clínicos que respondem pela TN),

falta de interesse pela liderança (médicos), ser financeiramente inviável, ausência de apoio

administrativo e falta de tempo (93).

É importante ressaltar que hospitais que têm equipes de TN apresentam resultados

melhores de qualidade e com impacto financeiro significante (61). No Brasil, estudo

brasileiro, realizado no distrito federal em 2016, avaliou o efeito do tempo de profissionais

dedicados às EITN sobre o desempenho das mesmas. Para tal, foi utilizado questionário que

contemplou itens relacionados à estrutura e ao processo, indispensáveis conforme legislação

do país. Sete grandes hospitais públicos (>250 leitos) foram subdivididos em dois grupos:

grupo I composto por hospitais cujos profissionais se dedicaram pelo menos 1 hora/semana

às atividades relacionadas com TN e grupo II que compreendia as intuições sem tempo

definido de profissionais com dedicação às equipes. Surpreendentemente, ainda que o tempo

estipulado para atuação nas equipes tenha sido bem modesto, esse foi suficiente para

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aumentar a adequação dos itens avaliados, demonstrando melhor desempenho das EITN

(95).

Diante do discutido, supõe-se que investir em profissionais para trabalhar

exclusivamente nas EITN poderia otimizar a assistência prestada. O presente trabalho não

avaliou se o tempo dedicado às EITN por parte dos profissionais era exclusivo mas, nossos

resultados mostraram que na maioria dos hospitais (69,2%) a estrutura de trabalho não era

compatível com a demanda, talvez por não ser exclusiva e/ou que o número de profissionais

era inferior ao necessário. Corroborando com os estudos acima, a questão financeira

associada aos custos desses profissionais pode ser ainda uma grave e equivocada barreira

para a assistência de qualidade.

A legislação que regulamenta a prática da TN no país determina que compete à

equipe assegurar que todas as etapas envolvidas (indicação, prescrição, preparação,

manipulação, controle de qualidade, conservação, transporte, administração, controle clínico

e laboratorial e avaliação final) sigam a normativa e sejam devidamente registradas. Ainda,

cabe à EITN documentar todos os resultados do controle e da avaliação da TN visando a

garantia da qualidade (9, 10). A presença e o registro da aplicação dos protocolos para

atuação dos profissionais da EITN assim como os destinados à realização da TN são vistos

pela regulamentação como imprescindíveis ao serviço, e podem influir em grau crítico na

qualidade e segurança da mesma. Por esse motivo, a identificação do não cumprimento

quando da inspeção governamental, acarreta a suspensão imediata da atividade afetada até o

acatamento integral (9, 10). Infelizmente, no presente trabalho, identificamos que a presença

de protocolos para avaliação, indicação, prescrição e acompanhamento da terapia, atuação

dos profissionais da equipe, acesso da via de administração e de administração, apesar de

terem sido relatados pela maioria, encontram-se abaixo do recomendado. Observamos

também, carência de protocolos e ferramentas para monitorização do serviço, por exemplo,

as ações corretivas para os desvios de qualidade foram informadas pela grande maioria

(80%) mas só foram identificadas em 50% dos hospitais com equipe formada. Quanto aos

protocolos para atuação dos profissionais da equipe, poucas EITN informaram ter métodos

para verificar se os mesmos estão sendo cumpridos. Da mesma forma, após nossa auditoria,

esses foram identificados na minoria (farmacêutico em 7,7%, enfermeiro em 30,8%,

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nutricionista 46,2%). Os achados vão contra os preceitos legais, evidenciam a carência de

seguimento de normas o que certamente impacta na qualidade e na segurança da TN. Outro

ponto que devemos relatar é que houve tentativa de encobrir a ausência dos documentos em

alguns locais, por meio do uso de frases “Não estou achando”, “está com outro profissional”,

“achei que tínhamos", apontando para lacuna no conceito de qualidade ou até mesmo visão

insipiente do assunto.

Os indicadores de qualidade são ferramentas destinadas à avaliação e são importantes

para o monitoramento dos serviços de TN. Esses permitem identificar possíveis dificuldades

e falhas relacionadas aos protocolos de cuidados nutricionais (80) e, de acordo com as leis

nacionais, são essenciais para a qualidade e a segurança da TN. Observamos no presente

trabalho que os hospitais com EITN, universitários e privados, também tinham as maiores

proporções de indicadores, 100% e 88,8%, respectivamente. Muitos dos hospitais públicos

também tinham equipe (60%) e utilizavam indicadores (83,3%). Contudo, o mesmo não pode

ser observado nas instituições filantrópicas, em que 70% tinham equipes e menos da metade

(42,8%) empregavam indicadores de qualidade. Este aspecto sugere menor preocupação e

empenho em monitorar os serviços ou a ocorrência de demanda maior do que a estrutura

dessas equipes, o que pode comprometer a eficiência das mesmas. O indicador, porcentagem

de avaliação nutricional nas primeiras 24 horas de internação, foi um dos frequentemente

mais utilizados pelas instituições que participaram de nosso estudo e, segundo Verotti

(2012), o mais pontuado pelos especialistas dentre os dez indicadores com maior

aplicabilidade na prática clínica no Brasil (7).

No que diz respeito à aquisição, ao manuseio de insumos e recipientes e à supervisão

da preparação da NP, em todas as instituições, foram realizados pela EPBS. Conforme a

Portaria nº 272 do MS/NVS de 1998, que regulamenta a realização da terapia no país, o

farmacêutico é o responsável por realizar todas as operações inerentes ao desenvolvimento e

preparação da NP, assim como, pela manutenção da qualidade até a entrega ao responsável

pela administração (enfermeiro) da nutrição (9). Contudo, em desacordo com a portaria,

15,4% das instituições analisadas atribuíam aos enfermeiros e auxiliares da farmácia a

responsabilidade pela dispensação (supervisão da inspeção final e o acondicionamento da

nutrição para o transporte). Quanto à TNE e SVO a RDC 63/2000, prevê que o profissional

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nutricionista é o responsável por realizar todas as operações inerentes à prescrição dietética,

composição, preparação e distribuição da TN (10). No presente estudo, todas as fórmulas

administradas por cateteres foram industrializadas e em 75% dos hospitais a dispensação era

atribuição de outros profissionais que não o nutricionista. Menos da metade dos hospitais

(45,1%) que possuíam SVO, o manipulavam. No entanto, das instituições que possuíam área

para preparo, outros profissionais foram responsáveis pelo armazenamento dos itens para o

preparo e pela nutrição preparada, em 42,9% e 28,6%, respectivamente. Da mesma forma, o

nutricionista não foi o responsável pela supervisão da preparação em todas as instituições,

em 7,1% as EPBS realizavam a atividade. Quanto à escolha/padronização dos suplementos

industrializados, em 22,6% dos hospitais isso não era sequer atribuição do nutricionista.

Nossos resultados mostraram que os critérios estabelecidos pela legislação não foram

cumpridos por todas as instituições, apontando para desvio de função e atribuição a

profissionais possivelmente não capacitados para a atividade. Tais fatores podem influir

negativamente na segurança e na qualidade da TN ofertada aos pacientes.

Ao avaliarmos a prática clínica da TN, observamos que a NP foi a menos realizada. O

estudo não nos permite indicar se há sub-utilização desta forma de TN já que não nos

competiu analisar as indicações de TN. Contudo, os achados sugerem sub-utilização que

pode ser relacionada com a resistência das equipes em prescrevê-la em função do alto custo

pela frequentemente associação com complicações, como distúrbios eletrolíticos,

hiperglicemia, hipertrigliceridemia, bem como complicações hepatobiliares, infecciosas e

mecânicas (96). Vale ressaltar que muitas dessas complicações estão associadas com

exatamente ausência de adequada indicação, rigoroso seguimento e auditoria de resultados

(97, 98). Em contraste a TNE foi a mais empregada. Nossos resultados são corroborados por

achados encontrados em recente estudo observacional e multinacional que avaliou as práticas

de nutrição clínica em pacientes críticos, em oito países latino-americanos. Este revelou que

mais de 90% dos pacientes receberam NE enquanto que menos de 10% receberam nutrição

parenteral isolada ou em conjunto com a NE. Déficit calórico e proteico foi observado em

40,3% e 47,6% respectivamente, dos pacientes, no entanto, a administração suplementar da

NP contribuiu para melhor balanço energético e proteico (99).

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Diante da influência do estado nutricional sobre a evolução clínica de pacientes

hospitalizados, rastreio, diagnóstico nutricional e adequada oferta de TN são essenciais para

o sucesso da assistência nutricional. Assim, a triagem e a avaliação nutricional são as etapas

iniciais do cuidado. A primeira, permite identificar se um indivíduo está em risco de

desnutrição. Recomenda-se a realização dentro das primeiras 24 horas de internação. Após a

triagem, define-se a necessidade da avaliação nutricional. Esta, de abordagem ampla e

sobretudo clínica, determina o diagnóstico e apoia a conduta nutricional que deve ser

indicada o mais precocemente possível (100). A literatura evidencia a implementação da

terapia nutricional precoce como a melhor maneira para prevenir e tratar a desnutrição (65).

Sriram e colaboradores (2017) testaram os efeitos da realização de triagem na admissão

hospitalar e, posterior suplementação oral precoce (primeiras 24 horas) para os pacientes em

risco nutricional, sobre o tempo de permanência e readmissão hospitalar. A intervenção

precoce impactou de forma positiva e significativamente em ambas as variáveis analisadas

(101). No nosso estudo, observamos não conformidade de triagem, avaliação e cálculo das

necessidades nutricionais em muitas instituições. Após a inspeção dos prontuários,

identificamos que na minoria (39,5%) havia registros de triagem e 69,1% indicavam

realização da avaliação nutricional. Triagem e avaliação são a base da TN e fundamentados

em protocolos preestabelecidos. O devido registro em prontuário médico está previsto nas

legislações do ministério da saúde (9, 10, 64). Ademais, diagnóstico e conduta nutricional

são inerentes à adequada prática da terapia proposta. Contudo, no presente estudo, tampouco

foram identificadas em todos os prontuários médicos. A TN deve ser individualizada,

planejada a partir da avaliação do estado nutricional do paciente, sendo primordial a

determinação das necessidades nutricionais. A estimativa das necessidades calóricas e

proteicas, no nosso trabalho, foi registrada em 62,2 % dos prontuários.

A promoção do cuidado nutricional eficiente demanda acompanhamento constante

dos pacientes a fim de avaliar a resposta à intervenção, a recuperação do estado de saúde e

nutricional dos mesmos (90), promovendo, assim, atendimento nutricional seguro e custo-

efetivo (89, 93). Conforme a legislação brasileira, o monitoramento deve ser realizado

periodicamente e contemplar: ingressos de nutrientes (balanço nutricional), tratamentos

farmacológicos concomitantes, sinais de intolerância à TN, alterações antropométricas,

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bioquímicas, hematológicas e hemodinâmicas, assim como modificações em órgãos,

sistemas e respectivas funções. Qualquer alteração encontrada, deve ser registrada na história

clínica do paciente (9, 10). Diante do exposto, verificamos se ocorria regularmente

existência de evolução diária (2ª a 6ª feira) com balanço nutricional, mas somente

encontramos registros diários na minoria (33,7%) dos hospitais. Estudos apontam que atingir

as necessidades nutricionais dos pacientes em TN é um desafio (8, 93, 99, 102). No recente

estudo latino-americano que avaliou o grau de atuação das práticas clínicas e a oferta calórica

nos pacientes críticos, dos que não atingiram a meta calórica (40,3%), o déficit calórico

médio foi de -3.225kcal nos cinco dias avaliados (99). Em outro trabalho, realizado no

Brasil, os autores investigaram os fatores que levaram a discrepância entre a prescrição e a

administração de TNE em 152 pacientes hospitalizados. Os autores reportaram que 80% dos

pacientes atingiram 80% da meta calórica e, os principais motivos associados com o déficit

foram problemas operacionais no serviço de nutrição e dietética, estase gástrica, perda de

cateter e interferências de médicos que não eram da EITN (102). Os resultados do nosso

trabalho apontam para monitoramento ineficaz da TN ofertada. Isso nos pode levar a pensar

que estes doentes também não estejam atingindo a meta calórica e proteica e,

consequentemente podem estar expostos a piores desfechos clínicos.

Outro aspecto relacionado com a falta de monitoramento da TN, observado no

presente estudo, foi o número baixo de indicadores de qualidade. Os frequentemente mais

presentes nas instituições foram os relacionados com a realização de triagem nutricional.

Contudo, após a inspeção dos prontuários, a triagem foi pouco identificada, como já

apontado, permitindo inferir, que os indicadores não estão sendo analisados e monitorados

nessas instituições. Sá e Marshall (2014), ao revisarem estudos sobre a aplicabilidade dos

indicadores de qualidade para a avaliação da TN, verificaram que alguns autores

demonstraram que a utilização de indicadores proporcionou melhorias na aplicação de

triagem nutricional e avaliação global subjetiva, diminuição do tempo de jejum e aumento da

frequência de dias de adequação energética. Esses autores também indicaram o positivo

impacto na manutenção do nível de excelência para alguns processos que faziam parte da

rotina nutricional (aplicação de IMC e registro da estimativa das necessidades calóricas e

proteicas) (12).

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Pudemos notar, no nosso trabalho, que apesar de não observada diferença estatística

na existência e atuação das equipes assim como na presença de protocolos e indicadores de

qualidade entre os tipos de hospitais, houve maior conformidade na prática da terapia

nutricional nos universitários e nos públicos, respectivamente. Evidenciando maior eficiência

das respectivas EITN. Já as instituições filantrópicas apresentaram o pior desempenho. O

mesmo não ocorreu com o estudo realizado por Bottoni (2008) no estado de São Paulo.

Neste, apesar de não ter sido realizado inspeção nos prontuários médicos, as EITN estavam

mais presentes e atuantes nas instituições sem fins lucrativos, seguido das privadas e de

ensino, enquanto que os hospitais exclusivamente públicos, estavam no final da lista (62). A

diferença entre os trabalhos pode ser justificada pelo número distinto de hospitais avaliados

por nós, pelas diferentes ferramentas utilizadas para análise, assim como, pelos diferentes

critérios utilizados para a classificação hospitalar. Por exemplo, no nosso estudo, as

instituições públicas não eram exclusivamente públicas como em São Paulo. Por outro lado,

o registro diário da terapia nutricional foi mais encontrado nos hospitais privados da nossa

amostra. Sugere-se que isso ocorra pelo critério mais rigoroso para garantir o reembolso da

terapia. Já nos hospitais universitários, houve maior registro de várias etapas do processo

nutricional, como necessidades nutricionais, intercorrências apontando talvez para a

importância do ensino, nesta prática. Exames bioquímicos estavam registrados com maior

frequência nos públicos o que nos leva a ponderar se isso não será fruto da prática

mecanística dos profissionais que trabalham nestes hospitais.

Se avaliarmos os resultados do nosso estudo conforme o modelo proposto por

Donabedian (6, 21, 25) é possível identificar que a presença ou estrutura reduzida da EITN e,

consequentemente, número diminuído de protocolos (aspectos estruturais) resultou em menor

monitoramento do serviço e da prática clínica deficiente (aspectos relacionados aos

processos). Dessa forma, podemos inferir que os resultados do cuidado nutricional

associados com desnutrição, tempo de permanência e readmissão hospitalar, assim como

custos relacionados ao tratamento, certamente seriam insatisfatórios. Poderíamos de sorte

inferir que os pacientes da amostra estudada, não estão tendo acesso a cuidados nutricionais

de qualidade, o que implica, inclusive em aspectos éticos importantíssimos.

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O estado de Minas Gerais é o terceiro mais desenvolvido do Brasil e, mesmo que a

nossa amostra tenha contemplado 21% dos hospitais da região, ao englobarmos praticamente

todas as meso-regiões, podemos inferir que no Brasil continental a qualidade da TN

nutricional em regiões menos desenvolvidas possa ser ainda mais precária. A gestão

ineficiente da qualidade da TN pode ser a realidade de muitas instituições brasileiras. Isso

pode explicar porque a alta prevalência de desnutrição evidenciada nos hospitais do país ao

longo dos anos permanece inalterada e, a terapia nutricional é pouco utilizada (58). Estudo

nacional, realizado dezoito anos após o IBRANUTRI, avaliou o estado nutricional de 185

pacientes críticos admitidos em UTI, até à alta ou morte. Novamente, a desnutrição foi

constatada na maioria dos pacientes avaliados (54,5%). O trabalho mostrou também, que os

pacientes desnutridos apresentaram taxas duas e oito vezes maiores de readmissão na UTI e

de mortalidade, respectivamente (103).

O nosso estudo não teve como objetivo identificar se as instituições hospitalares

adotavam algum programa de acreditação. No entanto, tal investigação poderia ser tratada

em estudos futuros, uma vez que, a acreditação hospitalar destina-se à garantia da qualidade

e da segurança da assistência e que estudos destinados a avaliar os benefícios sob os

resultados clínicos e a efetividade são escassos (104).

As possíveis limitações deste estudo poderiam ser o número de instituições

participantes (21% do hospitais do estado) e a técnica de amostragem que não foi totalmente

aleatória. Por outro lado, destacamos a importância da inspeção documental e dos

prontuários médicos para a confiabilidade dos dados informados e para a avaliação da

realidade da TN praticada.

Nosso trabalho aponta para a necessidade de inserir a gestão da qualidade nos

serviços de TN, garantindo a presença da EITN nas instituições, o estabelecimento de

protocolos clínicos, dos indicadores de qualidade e das demais ferramentas de

monitoramento. A realização de auditorias periódicas, prevista em lei, a fim de verificar e

propor ações corretivas para os possíveis desvios de qualidade é imperativa. De sorte que a

implementação da gestão da qualidade em TN é estratégia promissora para contribuir com a

redução da desnutrição nos hospitais brasileiros e melhorar o custo-efetividade da TN.

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7. Conclusão

O presente trabalho indica que há EITN na maioria dos hospitais estudados que também

têm protocolos e indicadores de qualidade. No entanto, protocolos/ferramentas para

monitoramento da prática da TN, foram identificados na minoria. Tais achados denotam

atuação insatisfatória das equipes. A aquisição, o manuseio de insumos e a preparação da

terapia nem sempre foram realizadas pelos profissionais de competência. A TNE apresentou

maior número de utentes. Ademais, a avalição da prática clínica revelou que os cuidados

nutricionais não contemplaram as recomendações.

8. Perspectivas

Nosso estudo aponta para a necessidade de ações que visem a implementação da gestão

da qualidade nos serviços de TN, a fim de proporcionar assistência nutricional adequada aos

pacientes. A terapia nutricional, muitas vezes, tem os resultados e o impacto positivo na

abordagem holística do paciente, em especial daqueles com estado nutricional

comprometido, questionados. Isso tem gerado conflitantes publicações, o que nos leva a

elucubrar se é de fato inexistência de benefícios ou inadequação de terapêutica. O fato de

existirem equipes, de haver protocolos e prescrições não significa que a terapia nutricional é

administrada corretamente, as complicações são evitadas e que eventuais eventos adversos

são abordados efetivamente. De sorte que, o princípio de custo efetividade à luz do que está a

ser praticado é abstrato e questionável. Urge-nos demandar que as regras existentes no país

sejam de fato respeitadas. Auditorias externas, por parte do poder público ou de convénios,

deveriam ser a rotina e, assim, então poder-se-ia fazer a verdadeira análise de custo

efetividade.

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10. Apêndices

10.1. Apêndice A- Relação de municípios e hospitais selecionados

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10.2. Apêndice B – Carta convite aos diretores clínicos

Carta convite

Ao diretor clínico do Hospital _________________________________________

Sr (a)__________________________________________________________

Solicitamos autorização para a realização do projeto de pesquisa intitulado: Terapia

nutricional em Minas Gerais: Avaliação de qualidade, da mestranda Mel Maria Assunção

Gomes sob orientação das pesquisadoras Profa. Dra Maria Isabel Toulson Davisson

Correia e Profa. Dra Simone de Vasconcelos Generoso. Para tal, a pesquisadora realizará

entrevistas com os profissionais responsáveis pela terapia nutricional, por meio de

questionário especificamente elaborado com este propósito. Adicionalmente, farão

avaliação da prática e da qualidade de terapia nutricional que consistirá na conferência

aleatória dos prontuários médicos. Ressaltamos ainda, que a instituição não terá custos

com o desenvolvimento da pesquisa. Segue em anexo cópia do projeto.

Colocamo-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Atenciosamente,

Mel Mariá Assunção Gomes Data

Maria Isabel Toulson Davisson Data

Simone de Vasconcelos Generoso Data

De acordo,

Diretor (a) da Instituição Data

Belo Horizonte, ___ de __________ de ______.

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10.3. Apêndice C – Carta de anuência setorial

Carta de anuência setorial

Eu (nome do responsável pelo setor onde será realizado a pesquisa)

responsável pelo setor _______________________________________ do

hospital_______________________________ declaro conhecer o projeto de

pesquisa intitulado Terapia nutricional no estado de Minas Gerais: Avaliação de

qualidade, da mestranda Mel Maria Assunção Gomes sob orientação das

pesquisadoras Profa. Dra Maria Isabel Toulson Davisson Correia e Profa. Dra

Simone de Vasconcelos Generoso, a ser executado com a Equipe Interprofissional

de Terapia Nutricional. Estou de acordo com a execução, desde que o projeto seja

aprovado pelo Comitê de ética e pesquisa ou gerência responsável.

_______________________________________

Assinatura e Carimbo

________________, ___ de __________ de ______.

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10.4. Apêndice D - Instituições que não finalizaram o processo

1)

2)

3)

4)

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5)

6)

7)

8)

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9)

10)

11)

12)

13)

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14)

15)

16)

17)

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18)

19)

20)

21)

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22)

23)

24)

25)

26)

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27)

28)

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10.5. Apêndice E – Roteiro para inspeção das atividades da

Terapia Nutricional

1. Identificação da Instituição

1.1 Razão Social:

1.2 CGC:

1.3 Nome Fantasia:

1.4 Endereço: __________________________________________________________

CEP: _______________ Município: ______________________________ UF: _____

Fone: ( ) ______________ E-mail: _______________________________________

1.5 Tipo de Instituição:

( ) Público

( ) Privado

( ) Filantrópica

( ) Universitário

1.6 Responsável na Instituição pela TN

1.6.1 Diretor Clínico ( ) Sim ( ) Não

1.6.2 Diretor Técnico ( ) Sim ( ) Não

1.6.3 Coordenador Técnico Administrativo da EITN ( ) Sim ( ) Não

1.6.4 Coordenador Clínico da EITN ( ) Sim ( ) Não

1.6.5 Farmacêutico Responsável ( ) Sim ( ) Não

1.6.6 Enfermeiro Responsável ( ) Sim ( ) Não

1.6.7 Nutricionista Responsável ( ) Sim ( ) Não

1.6.8 Outros: _______________________________________ ( ) Sim ( ) Não

1.7 Profissional(is) entrevistado(s):

1.7.1 Diretor Clínico ( ) Sim ( ) Não

1.7.2 Diretor Técnico ( ) Sim ( ) Não

1.7.3 Coordenador Técnico Administrativo da EITN ( ) Sim ( ) Não

1.7.4 Coordenador Clínico da EITN ( ) Sim ( ) Não

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1.7.5 Farmacêutico Responsável ( ) Sim ( ) Não

1.7.6 Enfermeiro Responsável ( ) Sim ( ) Não

1.7.7 Nutricionista Responsável ( ) Sim ( ) Não

1.7.8 Outros: _______________________________________ ( ) Sim ( ) Não

1.8 Serviço: Geral ( ) Especializado ( ): ___________________

Setores: ( ) UTI ( ) Clínica Cirúrgica ( ) Pediatria ( ) Clínica Médica ( ) Oncologia

( ) Maternidade ( ) Outros

1.8.1 n° de leitos: ________

1.8.2 n.º de nutricionistas:__________

1.8.3 n° ( ) Ambulatório

1.8.4 n° ( ) Residência

2. Inspeção das Atividades da EITN

2.1 A instituição conta com EITN, formalmente constituída? ( ) Sim ( ) Não

2.1.1 Se não, a instituição contratou Empresa Prestadora de Bens e Serviços (EPBS)?

( ) Sim ( ) Não

2.1.2 Qual (is) a(s) EPBS contratada(s) pela UH?___________________________________

(Caso não haja EITN na instituição, ir para o item 2.32)

2.2 Existe ato formal de constituição da EITN ? ( ) Sim ( ) Não

2.2.1 Se sim, Qual? _______________________________ Identificado ? ( ) Sim ( ) Não

2.3 Qual a composição da EITN?

2.3.1 Coordenador Clínico ( ) Sim ( ) Não

2.3.2 Coordenador Técnico-Administrativo ( ) Sim ( ) Não

2.3.3 Médico ( ) Sim ( ) Não

2.3.4 Farmacêutico ( ) Sim ( ) Não

2.3.5 Enfermeiro ( ) Sim ( ) Não

2.3.6 Nutricionista ( ) Sim ( ) Não

2.3.7 Outros, especificar: ____________________________________ ( ) Sim ( ) Não

2.4 Os membros da EITN possuem título de especialista ou treinamento específico para atuar

em TN?

2.4.1 Coordenador Clínico ( ) Sim ( ) Não

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o Se sim, qual? _____________

2.4.2 Coordenador Técnico-Administrativo ( ) Sim ( ) Não

o Se sim, qual? ________

2.4.3 Médico ( ) Sim ( ) Não

o Se sim, qual? ______________________

2.4.4 Farmacêutico ( ) Sim ( ) Não

o Se sim, qual? _________________

2.4.5 Enfermeiro ( ) Sim ( ) Não

o Se sim, qual? __________________

2.4.6 Nutricionista ( ) Sim ( ) Não

o Se sim, qual? __________________

2.5 Qual a periodicidade com que se reúne a EITN?

( ) Semanal ( ) Quinzenal ( ) Mensal ( ) Semestral ( ) Anual

2.6 Existem registros formais das reuniões da EITN? ( ) Sim ( ) Não

2.6.1 Se sim, quais ?___________________________Identificado? ( ) Sim ( ) Não

2.7 Existem protocolos para a atuação do farmacêutico na qualidade de membro da EITN?

( ) Sim ( ) Não

2.7.1 Se sim, quais ?___________________________Identificado ? ( ) Sim ( ) Não

2.8 Existem registros da aplicação dos protocolos? ( ) Sim ( ) Não

2.8.1 Se sim, quais ?___________________________ Identificado ? ( ) Sim ( ) Não

2.9 Existem protocolos p/ a atuação do enfermeiro como membro da EITN?

( ) Sim ( ) Não

2.9.1 Se sim, quais? __________________________Identificado ? ( ) Sim ( ) Não

2.10 Existem registros da aplicação dos protocolos? ( ) Sim ( ) Não

2.10.1 Se sim, quais ?________________________Identificado ? ( ) Sim ( ) Não

2.11 Existem protocolos p/ a atuação do nutricionista como membro da EITN?

( ) Sim ( ) Não

2.11.1 Se sim, quais ?________________________ Identificado ? ( ) Sim ( ) Não

2.12 Existem registros da aplicação dos protocolos? ( ) Sim ( ) Não

2.12.1 Se sim, quais ?_______________________Identificado ? ( ) Sim ( ) Não

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2.13 A instituição oferece programa de Educação Continuada para os demais profissionais da

UH/EPBS?

( ) Sim ( ) Não

2.13.1 Existem registros do programa? ( ) Sim ( ) Não

2.13.1.1 Se sim, quais/onde ?____________________Identificado ? ( ) Sim ( ) Não

2.14 A EITN possui Coordenador Técnico Administrativo? ( ) Sim ( ) Não

(Se não, ir para o item 2.17.)

2.15 O Coordenador Técnico Administrativo representa a equipe em assuntos relacionados

com as atividades da EITN? ( ) Sim ( ) Não

2.16 O Coordenador Técnico Administrativo incentiva e promove programas de educação

continuada para os profissionais envolvidos na TN? ( ) Sim ( ) Não

2.16.1 Se sim, quais ?____________________________Identificado ? ( ) Sim ( ) Não

2.17 Há indicadores de qualidade para a TN padronizados? ( ) Sim ( ) Não

2.17.1 Se sim, quem padroniza?

2.17.1.1 ( ) Coordenador Clínico

2.17.1.2 ( ) Coordenador Técnico-Administrativo

2.17.1.3 ( ) Médico

2.17.1.4 ( ) Farmacêutico

2.17.1.5 ( ) Enfermeiro

2.17.1.6 ( ) Nutricionista

2.17.1.7 ( ) Outros, especificar: ______________

2.18 Quais os indicadores de qualidade padronizados?

2.18.1 ( ) Frequência de avaliação nutricional nas primeiras 24 horas de internação

2.18.2 ( ) Frequência de avaliação nutricional

2.18.3 ( ) Frequência de pacientes em risco nutricional

2.18.5 ( ) Frequência de pacientes com tempo de jejum por período maior que 72 horas

2.18.6 ( ) Frequência de pacientes em jejum por período maior que 48 horas

2.18.7 ( ) Frequência de diarreia

2.18.8 ( ) Frequência de reavaliação periódica em pacientes em TN

2.18.9 ( ) Frequência de adequação do volume prescrito versus volume infundido

2.18.10 ( ) Frequência de infecção do cateter venoso central em pacientes sob TNP.

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2.18.11 Outros:_____________________________________________________________

2.19 A EITN possui Coordenador Clínico? ( ) Sim ( ) Não

(Se não, ir para o item 2.25)

2.20 O Coordenador Clínico estabelece os protocolos de avaliação, indicação, prescrição e

acompanhamento de TN? ( ) Sim ( ) Não

2.20.1 Se sim, quais ?________________________ Identificado ? ( ) Sim ( ) Não

2.21 Com que periodicidade os protocolos são reavaliados pelo Coordenador Clínico?

( ) Semanal ( ) Quinzenal ( ) Mensal ( ) Semestral ( ) Anual

2.22 Os desvios de qualidade são devidamente investigados e documentados pelo

Coordenador Clínico? ( ) Sim ( ) Não

2.23 São estabelecidas ações corretivas para os desvios de qualidade? ( ) Sim ( ) Não

2.23.1 Existem registros? ( ) Sim ( ) Não

2.23.2 Se sim, quais ?_________________________Identificado ? ( ) Sim ( ) Não

2.24 O Coordenador Clínico assegura a atualização técnico cientifica da EITN?

( ) Sim ( ) Não

2.24.1 Com que frequência? ( ) Mensal ( ) Semestral ( ) Anual

2.25 A estrutura da EITN é compatível com a demanda? ( ) Sim ( ) Não

2.26 A EITN é responsável por quantos leitos? ____________________________________

2.27 Existem outros médicos, que não da EITN, que prescrevem TN? ( ) Sim ( ) Não

Se sim quais? ( ) Clinico Geral ( ) Cardiologista ( ) Endocrinologista

( ) Gastroenterologista ( ) Outros:_____________

2.28 Existe consenso entre estes médicos e a EITN? ( ) Sim ( ) Não

2.29 Existe documento comprobatório deste consenso? ( ) Sim ( ) Não

2.29.1 Se sim, quais ?_________________________ Identificado ? ( ) Sim ( ) Não

2.30 Existem registros das prescrições realizadas pela EITN? ( ) Sim ( ) Não

2.31 Existem registros de evolução diária dos pacientes submetidos a TN?

( ) Sim ( ) Não

2.31.1 Por qual(is) profissional(is)? ( ) Médico ( ) Nutricionista ( ) Enfermeiro

( ) Farmacêutico ( ) Outros:____________________

Observações: _______________________________________________________________

2.32 Existem registros da evolução dos demais profissionais envolvidos na TN

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( ) Sim ( ) Não

2.32.1 Por qual(is) profissional(is)? ( ) Médico ( ) Nutricionista ( ) Enfermeiro

( ) Farmacêutico ( ) Outros:_______________________

2.33 Existem registros dos resultados de exames complementares realizados para o

acompanhamento dos pacientes em TN? ( ) Sim ( ) Não

2.34 Existem registros da avaliação nutricional dos pacientes em TN? ( ) Sim ( ) Não

2.34.1 Com que periodicidade é realizada a avaliação nutricional dos pacientes em TN?

( ) Diário ( ) Semanal ( ) Quinzenal ( ) Mensal ( ) Semestral ( ) Anual

2.35 O médico orienta o paciente, familiares ou responsável legal, quanto aos riscos e

benefícios da TN? ( ) Sim ( ) Não

2.35.1 Existem registros? ( ) Sim ( ) Não

2.35.2 Se sim, onde ?__________________________Identificado ? ( ) Sim ( ) Não

3. Inspeção das Atividades em Nutrição Parenteral

3.1 A instituição realiza Terapia Nutricional Parenteral? ( ) Sim ( ) Não

3.2 A instituição conta com Farmácia para a preparação de NP? ( ) Sim ( ) Não

( se não, ir para o item 3.5)

3.3 A instituição possui manual de BPPNP ( ) Sim ( ) Não

3.4 São realizados treinamentos dos funcionários envolvidos no preparo da NP?

( ) Sim ( ) Não

3.4.1 Qual a periodicidade do treinamento? ( ) Semanal ( ) Quinzenal ( ) Mensal

( ) Semestral ( ) Anual

3.4.2 Existem registros? ( ) Sim ( ) Não

3.4.2.1 Se sim, onde ?___________________________Identificado ? ( ) Sim ( ) Não

3.5. Qual o profissional responsável pela escolha e aquisição de insumos e recipientes para o

preparo da NP?

( ) Coordenador Clínico ( ) Coordenador Técnico-Administrativo ( ) Médico

( ) Farmacêutico ( ) Enfermeiro ( ) Nutricionista

( ) EPBS, especificar funcionário:_________ ( ) Outros, especificar: __________

3.6 Qual o profissional responsável pelo armazenamento de insumos e recipientes para o

preparo da NP?

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( )Coordenador Clínico ( ) Coordenador Técnico-Administrativo ( ) Médico

( ) Farmacêutico ( ) Enfermeiro ( ) Nutricionista

( ) EPBS, especificar funcionário:_________ ( ) Outros, especificar: ___________

3.7 Qual o profissional responsável pela supervisão da preparação da NP?

( ) Coordenador Clínico ( ) Coordenador Técnico-Administrativo ( ) Médico

( ) Farmacêutico ( ) Enfermeiro ( ) Nutricionista

( ) EPBS, especificar funcionário:_________ ( ) Outros, especificar: _________

3.8 Qual o profissional responsável pelo armazenamento NP preparada?

( ) Coordenador Clínico ( ) Coordenador Técnico-Administrativo ( ) Médico

( ) Farmacêutico ( ) Enfermeiro ( ) Nutricionista

( ) EPBS, especificar funcionário:_________ ( ) Outros, especificar: ________

3.9 Qual o profissional responsável pela dispensação NP preparada?

( ) Coordenador Clínico ( ) Coordenador Técnico-Administrativo ( ) Médico

( ) Farmacêutico ( ) Enfermeiro ( ) Nutricionista

( ) EPBS, especificar funcionário:________ ( ) Outros, especificar: _________

3.10 As atribuições e responsabilidades estão formalmente descritas e entendidas pelos

envolvidos? ( ) Sim ( ) Não

3.10.1. Existem registros? ( ) Sim ( ) Não

3.10.2. Se sim, quais ?___________________________Identificado ? ( ) Sim ( ) Não

3.11 Há indicadores de qualidade padronizados? ( ) Sim ( ) Não

3.11.1 Quais os indicadores de qualidade padronizados?

3.11.2 ( ) Frequência de avaliação nutricional nas primeiras 24 horas de internação

3.11.3 ( ) Frequência de pacientes com avaliação nutricional

3.11.4 ( ) Frequência de pacientes em risco nutricional

3.11.6 ( ) Frequência de pacientes com tempo de jejum maior que 72 horas

3.11.7 ( ) Frequência de pacientes em jejum por período maior que 48 horas

3.11.8 ( ) Frequência de diarreia

3.11.9 ( ) Frequência de reavaliação periódica em pacientes em TN

3.11.10 ( ) Frequência de adequação do volume prescrito versus volume infundido

3.11.11 ( ) Frequência de infecção do cateter venoso central em pacientes sob TNP

3.11.12( ) Outros:____________________________________________________

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3.12. Existe protocolo estabelecido para o implante de cateter intravenoso central?

( ) Sim ( ) Não

3.12.1 Se sim, quais/onde ?________________________Identificado ? ( ) Sim ( ) Não

3.13 Existem registros da realização deste procedimento? ( ) Sim ( ) Não

3.13.1 Existem Registros das complicações relacionadas a esse procedimento

( ) Sim ( ) Não

3.13.2 Se sim, quais ?___________________________Identificado ? ( ) Sim ( ) Não

3.14 Existe comprovação da localização correta do cateter intravenoso central?

( ) Sim ( ) Não

3.15 Local de realização do acesso intravenoso central?

( ) Centro Cirúrgico ( ) Enfermaria ( ) UTI ( ) Outro. Qual?________________________

3.16 Há treinamento inicial e contínuo voltado para a administração da NP?( ) Sim ( ) Não

3.16.1 Qual a periodicidade do treinamento? ( )Semanal ( ) Quinzenal ( ) Mensal

( ) Semestral ( ) Anual

3.16.2 Há registros dos treinamentos? ( ) Sim ( ) Não

3.16.2.1 Se sim, quais/onde ?________________________ Identificado?( ) Sim ( ) Não

3.17 Há treinamento inicial e contínuo sobre a utilização de bombas infusoras?

( ) Sim ( ) Não

3.17.1 Qual a periodicidade do treinamento? ( ) Semanal ( ) Quinzenal ( ) Mensal

3.17.2 O treinamento segue programação preestabelecida? ( ) Sim ( ) Não

3.17.3 Há registros dos treinamentos? ( ) Sim ( ) Não

3.17.3.1 Se sim, quais/onde ?________________________Identificado? ( ) Sim ( ) Não

3.18 Existe manual de procedimentos para a administração da NP atualizado/Identificado?

( ) Sim ( ) Não

3.18.1 O manual de procedimentos está disponível para consulta imediata por todos os

funcionários? ( ) Sim ( ) Não

3.18.2 Se sim, onde ?______________________________Identificado? ( ) Sim ( ) Não

3.19 Quando do recebimento da NP da Farmácia, são observados:

3.19.1 ( ) Integridade da Embalagem

3.19.2 ( ) Presença de Partículas na NP

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3.19.3 ( ) Nome do Paciente/Nº Do Leito

3.19.4 ( ) Composição e Volume Total da NP

3.19.5 ( ) Prazo de Validade da NP

3.19.6 ( ) Recomendações Específicas

3.19.7 ( ) Outro. Qual?________________________________________________________

3.20 Quantos pacientes são acompanhados, em média, por semana pela equipe em NP?

__________

4. Inspeção das Atividades em Nutrição Enteral

4.1. A instituição realiza Terapia Nutricional Enteral? ( ) Sim ( ) Não

4.2. Qual a forma de administração?

( ) Bolus ( ) Gravitacional ( ) Contínua com bomba de infusão

( ) Bolus e gravitacional ( ) Bolus e contínua com bomba de infusão

( ) Gravitacional e contínua com bomba de infusão

4.3. A instituição conta com área para preparação de NE? ( ) Sim ( ) Não

(Se não, ir para o item 4.11)

4.4 Existe manual de BPPNE na instituição? ( ) Sim ( ) Não

4.4.1 Se sim, quais/onde ?_________________________Identificado? ( ) Sim ( ) Não

4.5 Qual o profissional responsável pela escolha e aquisição de insumos e recipientes para o

preparo da NE?

( ) Coordenador Clínico ( ) Coordenador Técnico-Administrativo ( ) Médico

( ) Farmacêutico ( ) Enfermeiro ( ) Nutricionista ( ) Outros, especificar: _______

4.6 Qual o profissional responsável pela supervisão da preparação da NE?

( ) Coordenador Clínico ( ) Coordenador Técnico-Administrativo ( ) Médico

( ) Farmacêutico ( ) Enfermeiro ( ) Nutricionista ( ) Outros,especificar: _____________

4.7 Qual o profissional responsável pelo armazenamento de insumos e recipientes para o

preparo da NE?

( ) Coordenador Clínico ( ) Coordenador Técnico-Administrativo ( ) Médico

( ) Farmacêutico ( ) Enfermeiro ( ) Nutricionista ( ) Outros, especificar: ___________

4.8 Qual o profissional responsável pelo armazenamento NE preparada?

( ) Coordenador Clínico ( ) Coordenador Técnico-Administrativo ( ) Médico

( ) Farmacêutico ( ) Enfermeiro ( ) Nutricionista ( ) Outros, especificar: _________

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4.9 São reservadas amostras da NE preparada? ( ) Sim ( ) Não

4.9.1 Se sim, por quanto tempo? ( ) 12 horas ( ) 24 horas ( ) 48 horas ( ) 72 horas

( ) 01 semana

4.10 São realizados treinamentos dos funcionários envolvidos no preparo da NE?

( ) Sim ( ) Não

4.10.1 Qual a periodicidade do treinamento? ( ) Semanal ( ) Quinzenal ( ) Mensal

( ) Semestral ( ) Anual

4.11 Qual o profissional responsável pela dispensação NE ?

( ) Coordenador Clínico ( ) Coordenador Técnico-Administrativo ( ) Médico

( ) Farmacêutico ( ) Enfermeiro ( ) Nutricionista ( ) Outros, especificar: __________

4.11.1 Há lactário para dispensação das dietas enterais? ( ) Sim ( ) Não

4.11.2 Como é feito o controle de dispensação das dietas enterais?

( ) Informatizado ( ) Manual

4.12 Há padronização de dietas específicas? ( ) Sim ( ) Não

4.12.1 Por qual profissional?

( ) Coordenador Clínico ( ) Coordenador Técnico-Administrativo ( ) Médico

( ) Farmacêutico ( ) Enfermeiro ( ) Nutricionista ( ) Outros, especificar: __________

4.13 Quais as dietas padronizadas?

4.13.1 ( ) Dieta específica para controle glicêmico

4.13.2( ) Dieta específica para portadores de doença renal crônica em tratamento

conservador

4.13.3 ( ) Dieta específica para portadores de doença renal crônica em tratamento dialítico

4.13.4 ( ) Dieta específica para cicatrização, com imunonutrientes

4.13.5 ( ) Dieta específica para dificuldades de absorção ( oligomérica ou elementar)

4.13.6 ( ) Nutrição especializada para o paciente oncológico

4.13.7 ( ) Nutrição especializada para o paciente hepatopata

4.13.8 ( ) Nutrição especializada para o paciente em DPOC

4.13.9 ( ) Outros:___________________________________________________________

4.14 Há indicadores de qualidade padronizados para a TNE? ( ) Sim ( ) Não

4.15 Quais os indicadores de qualidade padronizados?

4.15.1 ( ) Frequência de avaliação nutricional nas primeiras 24 horas de internação

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4.15.2 ( ) Frequência de pacientes com avaliação nutricional

4.15.3 ( ) Frequência de pacientes em risco nutricional

4.15.5 ( ) Frequência de pacientes com tempo de jejum maior que 72 horas

4.15.6 ( ) Frequência de pacientes em jejum por período maior que 48 horas

4.15.7 ( ) Frequência de diarreia

4.15.8 ( ) Frequência de reavaliação periódica em pacientes em TN

4.15.9 ( ) Frequência de adequação do volume prescrito versus volume infundido

4.15.10 ( ) Outros:__________________________________________________________

4.16. Os desvios de qualidade são devidamente investigados e documentados ?

( ) Sim ( ) Não

4.16.1 Por qual profissional?

( ) Coordenador Clínico ( ) Coordenador Técnico-Administrativo ( ) Médico

( ) Farmacêutico ( ) Enfermeiro ( ) Nutricionista ( ) Outros:__________________

4.16.2 São estabelecidas ações corretivas para os desvios de qualidade? ( ) Sim ( ) Não

4.16.3 Existem registros? ( ) Sim ( ) Não

4.16.3.1 Se sim, quais/onde ?________________________Identificado? ( ) Sim ( ) Não

4.17 A instituição assegura a atualização técnico-cientifica dos profissionais da própria

equipe? ( ) Sim ( ) Não

4.17.1 Como?

( ) Programas de educação continuada

( ) Outros: ____________________________________

4.17.2 Com que frequência? ( ) Semanal ( ) Quinzenal ( ) Mensal ( ) Semestral

( ) Anual

4.18 Existem outros médicos, que prescrevem TNE? ( ) Sim ( ) Não

4.18.1 Existem registros das prescrições realizadas? ( ) Sim ( ) Não

4.19 Existe protocolo estabelecido para acesso ao trato gastrointestinal para a TNE/

Identificado? ( ) Sim ( ) Não

4.19.1 Existem registros da realização deste procedimento e de complicações?

( ) Sim ( ) Não

4.19.2 Se sim, quais/onde ?_______________________Identificado? ( ) Sim ( ) Não

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4.20 Existem registros dos resultados de exames complementares realizados para o

acompanhamento dos pacientes em TN? ( ) Sim ( ) Não

4.21 Quantos pacientes são acompanhados, em média, por semana pela equipe em NE?

__________

4.22 Há controle de intercorrências relacionadas à NE? ( ) Sim ( ) Não

5. Inspeção das Atividades em Suplementação Via Oral

5.1 Qual o profissional responsável pela escolha /padronização da SVO?

( ) Coordenador Clínico Coordenador ( ) Técnico-Administrativo ( ) Médico

( ) Farmacêutico ( ) Enfermeiro ( ) Nutricionista ( ) Outros, especificar: ______

5.2 Em quais condições a SVO é iniciada? _______________________________________

5.3 Existem SVO para doenças especificas (IRA, IRC, DM) na Unidade? ( ) Sim ( ) Não

5.4 Existem SVO para as diferentes fases da vida? ( ) Sim ( ) Não

5.5 Por meio de qual instrumento é realizada a quantificação de ingestão VO?

( ) Questionário de frequência alimentar ( ) Recordatório de 24 horas

( ) Registro alimentar diário ( ) Instrumento Próprio

5.6 Como é avaliada a aceitação ao SVO?

( ) Quantificação VO ( ) Relato do paciente ( ) Dispensação pelo Lactário

5.7 A equipe se preocupa com a aceitação da dieta VO pelo doente? ( ) Sim ( ) Não

5.7.1 De que forma isso é avaliado? ( ) Escala Hedônica ( ) Outros:___________________

5.8. Quantos pacientes em uso de SVO são acompanhados, em média, por semana na

instituição? __________

6. Inspeção das Atividades – Prontuário Médico

6.1 Número de prontuários analisados:___________

6.2 Há relatado no prontuário de triagem nutricional do paciente?

( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

6.3 Há relatado no prontuário de avaliação nutricional e proposta terapêutica?

( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

6.4 Existem os seguintes itens relacionados com a terapia nutricional do paciente?

6.4.1 Data da avaliação ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

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6.4.2 Horário da avaliação ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

6.4.3 Diagnóstico principal ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

6.4.4 Comorbidades ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

6.4.5 Diagnóstico nutricional ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

6.4.6 Exames bioquímicos ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

6.4.7 Necessidades calórica e proteica estimadas ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

(Se não, ir para o item 6.5)

6.4.7.1 Se sim, qual fórmula para calorias: ( ) Calorimetria indireta ( ) Fórmula de Bolso

( ) Harris & Benedict ( ) EER ( ) DRI ( ) Mifflin-St Jeor ( ) Ireton-Jones ( )

Outros:____

6.4.7.2 Se sim, qual fórmula para proteínas:

( ) g/Kg/dia ( 0,8- 2,0 )

( ) % ( 10-20% do VET)

( ) Outros:___________________

6.5 Conduta nutricional ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

6.6 É realizada evolução diária (2ª a 6ª feira) do paciente em prontuário?

( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

6.6.1 Por qual(is) profissional(is) ? ( ) Médico, em ___ ( ) Nutricionista, em ___

( ) Enfermeiro, em ___ ( ) Farmacêutico, em ___

Observações: _______________________________________________________________

6.7 Existem os seguintes itens na evolução?

6.7.1 Data ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

6.7.2 Horário da evolução ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

6.7.3 Estado geral do paciente ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

6.7.4 Presença de intercorrências relacionadas à dieta ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

6.7.5 Hábitos intestinais ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em___

6.7.6 Necessidades calóricas e proteicas prescritas ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

6.7.7 Necessidades calóricas e proteicas recebidas ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

6.7.8 Exames bioquímicos ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

6.7.9 Glicemia ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em ___

6.8 Há evolução realizada por outros profissionais da equipe de TN? ( ) Sim ( ) Não

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6.8.1 Por quais profissionais? ( ) Médico, em ___ ( ) Nutricionista, em ___

( ) Enfermeiro, em ___ ( ) Farmacêutico, em ___

7. O médico orienta o paciente, familiares ou responsável legal, quanto aos riscos e

benefícios da TN? ( ) Sim, em ___ ( ) Não, em___

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11. Anexos

11.1. Anexo 1- Termo de consentimento livre e esclarecido para o

profissional entrevistado

O Sr (a) ___________________________________________________________,

representando o hospital___________________________________________________, está

sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa: "A REALIDADE DA

TERAPIA NUTRICIONAL NO BRASIL: AVALIAÇÃO DE QUALIDADE". Pedimos

a sua autorização para a coleta de dados que será realizada por meio de questionário próprio,

baseado na Portaria n° 272 e na RDC n° 63, ambas de autoria da Secretaria de Vigilância

Sanitária do Ministério da Saúde. A utilização dos dados está vinculada somente a este

projeto de pesquisa ou se Sr. (a) concordar em outros futuros. Nesta pesquisa pretendemos

avaliar a realidade da prática da Terapia Nutricional em âmbito nacional, após a implantação

da Portaria n°272 e da Resolução da Diretoria Colegiada n°63 em hospitais universitários,

públicos e privados do Brasil. Para esta pesquisa adotaremos os seguintes procedimentos: Os

pesquisadores irão aplicar o questionário aos profissionais de saúde envolvidos na prática de

Terapia Nutricional, como funcionários administrativos, diretoria clínica e/ou membros do

corpo clínico. Em sequência será realizado análise da Prática de Terapia Nutricional e da

Qualidade que consistirá de conferência aleatória dos prontuários médicos nos hospitais, a

partir de check list próprio que abrangerá aspectos obrigatórios na evolução médica e

nutricional do paciente, de acordo com as portarias descritas acima. Serão analisados 20%

dos prontuários de pacientes que estiverem em TN na instituição. O risco ou desconforto

envolvido na pesquisa é a possibilidade de constrangimentos ao responder alguma pergunta.

Contudo, informarmos que poderá recusar a responde-la a qualquer momento. O presente

estudo permitirá ampliar a percepção acerca da atual terapia nutricional praticada no Brasil,

assim como da existência e atuação da equipe interprofissional garantindo a qualidade dos

cuidados prestados aos pacientes.

Rubrica do pesquisador: ___________

Rubrica do participante:____________

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Para participar deste estudo o Sr. (a) não terá nenhum custo, nem receberá qualquer

vantagem financeira. Apesar disso, caso sejam identificados e comprovados danos

provenientes desta pesquisa, o Sr.(a) tem assegurado o direito à indenização. O Sr. (a) terá o

esclarecimento sobre o estudo em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar

ou recusar-se a participar e a qualquer tempo e sem quaisquer prejuízos, pode retirar o

consentimento para a coleta de dados, valendo a desistência a partir da data de formalização

desta. A sua participação é voluntária, e a recusa em participar não acarretará qualquer

penalidade ou modificação na forma em que o Sr. (a) é atendido (a) pelo pesquisador, que

tratará a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Os resultados obtidos pela

pesquisa, estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome ou o material que indique

sua participação não será liberado sem a sua permissão. O (A) Sr. (a) não será identificado

(a) em nenhuma publicação que possa resultar.

Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias originais, sendo que

uma será arquivada pelo pesquisador responsável, no Departamento de Cirurgia na

Universidade Federal de Minas Gerais e a outra será fornecida ao Sr. (a). Os dados, materiais

e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o pesquisador responsável por

um período de 5 (cinco) anos e após esse tempo serão destruídos. Os pesquisadores tratarão

a sua identidade com padrões profissionais de sigilo, atendendo a legislação brasileira

(Resoluções Nº 466/12; 441/11 e a Portaria 2.201 do Conselho Nacional de Saúde e suas

complementares), utilizando as informações somente para fins acadêmicos e científicos.

Eu, _____________________________________________, portador do documento

de Identidade____________________, fui informado (a) dos objetivos, métodos, riscos e

benefícios da pesquisa “A REALIDADE DA TERAPIA NUTRICIONAL NO BRASIL:

AVALIAÇÃO DE QUALIDADE", de maneira clara e detalhada e esclareci minhas

dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar minha

decisão de participar se assim o desejar.

Rubrica do pesquisador: ____________

Rubrica do participante:____________

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( ) Concordo que os dados coletados sejam utilizados somente para esta pesquisa.

( ) Concordo que os dados coletados possa ser utilizados em outras pesquisas, mas serei

comunicado pelo pesquisador novamente e assinarei outro termo de consentimento livre e

esclarecido que explique para que serão utilizados os dados.

Declaro que concordo em participar desta pesquisa. Recebi uma via original deste termo

de consentimento livre e esclarecido assinado por mim e pelo pesquisador, que me deu a

oportunidade de ler e esclarecer todas as minhas dúvidas.

__________________________________________________________________________

Nome completo do participante Data

_________________________________________________________________________

Assinatura do participante

Pesquisador Responsável:

Nome: Maria Isabel Toulson Davisson Correia.

Endereço: Av. Carandaí 246 apt. 902, Belo Horizonte, MG, 30130-060. Telefone: (31)

99168-8239 Correio Eletrônico: [email protected]

__________________________________________________________________________

Assinatura do pesquisador Data

Pesquisador:

Nome: Simone de Vasconcelos Generoso

Endereço: Av. Alfredo Balena, 190 – Escola de Enfermagem /sala 318. Telefone: (31) 3409

8028 Correio Eletrônico: [email protected]

____________________________________________________________________________

Assinatura do pesquisador Data

Rubrica do pesquisador__________

Rubrica do participante:__________

Page 115: Terapia nutricional no estado de Minas Gerais: Avaliação de ......Nutritional Therapy in the state of Minas Gerais, according to the laws n 272/1998 and n 63/2000 in public, private,

115

Pesquisador:

Nome: Mel Mariá Assunção Gomes

Endereço: Rua Pérsio Babo de Resende, 82, Ouro Preto. Telefone: (31) 3498-1522 .

Correio Eletrônico: [email protected]

_______________________________________________________________________

Assinatura Data

Em caso de dúvidas, com respeito aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá consultar:

COEP-UFMG - Comissão de Ética em Pesquisa da UFMG: Av. Antônio Carlos, 6627.

Unidade Administrativa II - 2º andar - Sala 2005. Campus Pampulha. Belo Horizonte, MG –

Brasil. CEP: 31270-901. E-mail: [email protected]. Tel: 34094592.

Acrescentar o endereço do Comitê de Ética da coparticipante (se houver):

Rubrica do pesquisador: ____________

Rubrica do participante:____________

Page 116: Terapia nutricional no estado de Minas Gerais: Avaliação de ......Nutritional Therapy in the state of Minas Gerais, according to the laws n 272/1998 and n 63/2000 in public, private,

116

11.2. Anexo 2- Termo de consentimento livre e esclarecido para o

paciente

O Sr(a):_____________________________________________________________,

está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa: "A REALIDADE

DA TERAPIA NUTRICIONAL NO BRASIL: AVALIAÇÃO DE QUALIDADE".

Pedimos a sua autorização para a coleta de dados contidos no seu prontuário médico,

referentes à terapia nutricional recebida. A utilização dos dados está vinculada somente a este

projeto de pesquisa ou se Sr. (a) concordar em outros futuros. Nesta pesquisa pretendemos

avaliar a realidade da prática da Terapia Nutricional em âmbito nacional, após a implantação

da Portaria n°272 e da Resolução da Diretoria Colegiada n°63 em hospitais universitários,

públicos e privados do Brasil. Para tal, adotaremos os seguintes procedimentos: Os

pesquisadores irão aplicar um questionário elaborado conforme as legislações acima aos

profissionais de saúde envolvidos na prática de Terapia Nutricional, como funcionários

administrativos, diretoria clínica e/ou membros do corpo clínico. Em sequência será

realizado análise da Prática de Terapia Nutricional e da Qualidade que consistirá de

conferência aleatória dos prontuários médicos nos hospitais, a partir de check list próprio que

abrangerá aspectos obrigatórios na evolução médica e nutricional do paciente, conforme as

portarias citadas. Serão analisados 20% dos prontuários de pacientes que estiverem em TN

na instituição. O estudo não oferece riscos e o desconforto envolvido na pesquisa será a

possibilidade de constrangimento por permitir o acesso ao seu prontuário à equipe de

pesquisa. O presente estudo permitirá ampliar a percepção acerca da atual terapia nutricional

praticada no Brasil, assim como da existência e atuação da equipe interprofissional

garantindo a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes.

Rubrica do pesquisador: ___________

Rubrica do participante:___________

Page 117: Terapia nutricional no estado de Minas Gerais: Avaliação de ......Nutritional Therapy in the state of Minas Gerais, according to the laws n 272/1998 and n 63/2000 in public, private,

117

Para participar deste estudo o Sr. (a) não terá nenhum custo, nem receberá qualquer

vantagem financeira. Apesar disso, caso sejam identificados e comprovados danos

provenientes desta pesquisa, o Sr.(a) tem assegurado o direito à indenização. O Sr. (a) terá o

esclarecimento sobre o estudo em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar

ou recusar-se a participar e a qualquer tempo e sem quaisquer prejuízos, pode retirar o

consentimento para a coleta de dados, valendo a desistência a partir da data de formalização

desta. A sua participação é voluntária, e a recusa em participar não acarretará qualquer

penalidade ou modificação na forma em que o Sr. (a) é atendido (a) pelo pesquisador, que

tratará a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Os resultados obtidos pela

pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome ou o material que indique sua

participação não será liberado sem a sua permissão. O (A) Sr. (a) não será identificado (a)

em nenhuma publicação que possa resultar.

Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias originais, sendo que

uma será arquivada pelo pesquisador responsável, no Departamento de Cirurgia na

Universidade Federal de Minas Gerais e a outra será fornecida ao Sr. (a). Os dados, materiais

e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o pesquisador responsável por

um período de 5 (cinco) anos e após esse tempo serão destruídos. Os pesquisadores tratarão

a sua identidade com padrões profissionais de sigilo, atendendo a legislação brasileira

(Resoluções Nº 466/12; 441/11 e a Portaria 2.201 do Conselho Nacional de Saúde e suas

complementares), utilizando as informações somente para fins acadêmicos e científicos.

Eu, _____________________________________________, portador do documento

de Identidade ____________________, fui informado (a) dos objetivos, métodos, riscos e

benefícios da pesquisa “A REALIDADE DA TERAPIA NUTRICIONAL NO BRASIL:

AVALIAÇÃO DE QUALIDADE", de maneira clara e detalhada e esclareci minhas

dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar minha

decisão de participar se assim o desejar.

Rubrica do pesquisador: ____________

Rubrica do participante:____________

Page 118: Terapia nutricional no estado de Minas Gerais: Avaliação de ......Nutritional Therapy in the state of Minas Gerais, according to the laws n 272/1998 and n 63/2000 in public, private,

118

( ) Concordo que os dados coletados sejam utilizados somente para esta pesquisa.

( ) Concordo que os dados coletados possa ser utilizados em outras pesquisas, mas serei

comunicado pelo pesquisador novamente e assinarei outro termo de consentimento livre e

esclarecido que explique para que serão utilizados os dados

Declaro que concordo em participar desta pesquisa. Recebi uma via original deste termo de

consentimento livre e esclarecido assinado por mim e pelo pesquisador, que me deu a

oportunidade de ler e esclarecer todas as minhas dúvidas.

_________________________________________________________________________

Nome completo do participante Data

_________________________________________________________________________

Assinatura do participante

Pesquisador Responsável:

Nome: Maria Isabel Toulson Davisson Correia

Endereço: Av. Carandaí 246 apt. 902, Belo Horizonte, MG, 30130-060. Telefone: (31) 99168-

8239 Correio Eletrônico: [email protected]

___________________________________________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável Data

Pesquisador:

Nome: Simone de Vasconcelos Generoso

Endereço: Av. Alfredo Balena, 190 – Escola de Enfermagem /sala 318. Telefone: (31) 3409

8028 Correio Eletrônico: [email protected]

___________________________________________________________________________

Assinatura Data

Rubrica do pesquisador: ___________

Rubrica do participante:____________

Page 119: Terapia nutricional no estado de Minas Gerais: Avaliação de ......Nutritional Therapy in the state of Minas Gerais, according to the laws n 272/1998 and n 63/2000 in public, private,

119

Pesquisador:

Nome: Mel Mariá Assunção Gomes

Endereço: Rua Pérsio Babo de Resende, 82, Ouro Preto. Telefone: (31) 3498-1522

Correio Eletrônico: [email protected]

________________________________________________________________________

Assinatura Data

Em caso de dúvidas, com respeito aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá consultar:

COEP-UFMG - Comissão de Ética em Pesquisa da UFMG : Av. Antônio Carlos, 6627.

Unidade Administrativa II - 2º andar – Sala 2005. Campus Pampulha. Belo Horizonte, MG –

Brasil. CEP: 31270-901. E-mail: [email protected]. Tel: 34094592.

Acrescentar o endereço do Comitê de Ética da coparticipante (se houver):

Rubrica do pesquisador: ____________

Rubrica do participante:____________

Page 120: Terapia nutricional no estado de Minas Gerais: Avaliação de ......Nutritional Therapy in the state of Minas Gerais, according to the laws n 272/1998 and n 63/2000 in public, private,

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11.3. Anexo 3 - Termo de assentimento livre e esclarecido

O seu filho (a): _______________________________________________________

está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa: "A REALIDADE

DA TERAPIA NUTRICIONAL NO BRASIL: AVALIAÇÃO DE QUALIDADE".

Pedimos a sua autorização para a coleta de dados contidos no prontuário médico do seu (sua)

filho (a), referentes à terapia nutricional por ele (a) recebida. A utilização dos dados está

vinculada somente a este projeto de pesquisa ou se Sr. (a) concordar em outros futuros. Nesta

pesquisa pretendemos avaliar a realidade da prática da Terapia Nutricional em âmbito

nacional, após a implantação da Portaria n°272 e da Resolução da Diretoria Colegiada n°63

em hospitais universitários, públicos e privados do Brasil. Para tal, adotaremos os seguintes

procedimentos: Os pesquisadores irão aplicar um questionário elaborado conforme as

legislações acima aos profissionais de saúde envolvidos na prática de Terapia Nutricional,

como funcionários administrativos, diretoria clínica e/ou membros do corpo clínico. Em

sequência será realizado análise da Prática de Terapia Nutricional e da Qualidade que

consistirá de conferência aleatória dos prontuários médicos nos hospitais, a partir de check

list próprio que abrangerá aspectos obrigatórios na evolução médica e nutricional do

paciente, conforme as portarias citadas. O estudo não oferece riscos e o desconforto, se

houver, será a possibilidade de constrangimento por permitir o acesso ao prontuário médico à

equipe de pesquisa. O presente estudo permitirá ampliar a percepção acerca da atual terapia

nutricional praticada no Brasil, assim como da existência e atuação da equipe

interprofissional garantindo a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes. Para participar

deste estudo o seu (sua) filho (a) não terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem

financeira. O Sr. (a) assim como seu filho (a) terão o esclarecimento sobre o estudo em

qualquer aspecto que desejar.

Rubrica do pesquisador: __________

_Rubrica do participante:____________

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A participação neste estudo é voluntária e se seu filho (a) não quiser mais fazer parte

da pesquisa ou se o Sr (a) julgar necessário poderá desistir a qualquer momento e solicitar

que lhe devolvam o termo de consentimento livre e esclarecido assinado. A recusa em

participar não acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que o seu (sua)

filho (a) será tratado. A identidade do seu (sua) filho (a) será tratada com padrões

profissionais de sigilo, os resultados obtidos pela pesquisa estarão à sua disposição quando

finalizada. Ele (a) não será identificado (a) em nenhuma publicação que possa resultar.

Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias originais, sendo que

uma será arquivada pelo pesquisador responsável, no Departamento de Cirurgia na

Universidade Federal de Minas Gerais e a outra será fornecida ao Sr. (a). Os dados, materiais

e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o pesquisador responsável por

um período de 5 (cinco) anos e após esse tempo serão destruídos. Os pesquisadores tratarão a

sua identidade com padrões profissionais de sigilo, atendendo a legislação brasileira

(Resoluções Nº 466/12; 441/11 e a Portaria 2.201 do Conselho Nacional de Saúde e suas

complementares), utilizando as informações somente para fins acadêmicos e científicos.

Eu,__________________________________________________________________

li esse termo de consentimento e compreendi a natureza e objetivo do estudo do qual

concordei que meu (minha) filho (a) participe. A explicação que recebi menciona os riscos e

benefícios. Eu entendi que sou livre para interromper a participação do meu (minha) filho (a)

a qualquer momento sem justificar minha decisão.

( ) Concordo que os dados coletados sejam utilizados somente para esta pesquisa.

( ) Concordo que os dados coletados possa ser utilizados em outras pesquisas, mas serei

comunicado pelo pesquisador novamente e assinarei outro termo que explique para que serão

utilizados os dados.

Rubrica do pesquisador: ____________

Rubrica do participante:____________

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Declaro que concordo que do meu (minha) filho (a) participe desta pesquisa. Recebi

uma via original deste termo de consentimento livre e esclarecido assinado por mim e pelo

pesquisador, que me deu a oportunidade de ler e esclarecer todas as minhas dúvidas.

__________________________________________________________________________

Nome completo do responsável legal Data

__________________________________________________________________________

Assinatura do responsável legal

Pesquisador Responsável:

Nome: Maria Isabel Toulson Davisson Correia

Endereço: Av. Carandaí 246 apt 902, Belo Horizonte, MG, 30130-060. Telefone: (31)

99168-8239 Correio Eletrônico: [email protected]

__________________________________________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável Data

Pesquisador:

Nome: Simone de Vasconcelos Generoso

Endereço: Av. Alfredo Balena, 190 – Escola de Enfermagem /sala 318

Telefone: (31) 3409 8028 Correio Eletrônico: [email protected]

__________________________________________________________________________

Assinatura Data

Rubrica do pesquisador: ____________

Rubrica do participante:____________

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Pesquisador:

Nome: Mel Mariá Assunção Gomes

Endereço: Rua Pérsio Babo de Resende, 82, Ouro Preto

Telefone: (31) 3498-1522 Correio Eletrônico: [email protected]

________________________________________________________________________

Assinatura Data

Em caso de dúvidas, com respeito aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá consultar:

COEP-UFMG - Comissão de Ética em Pesquisa da UFMG: Av. Antônio Carlos, 6627.

Unidade Administrativa II - 2º andar - Sala 2005. Campus Pampulha. Belo Horizonte, MG –

Brasil. CEP: 31270-901. E-mail: [email protected]. Tel: 34094592.

Acrescentar o endereço do Comitê de Ética da coparticipante (se houver):

Rubrica do pesquisador: ____________

Rubrica do participante:____________

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