teorias da comunicação - wikipedia

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Teorias da comunicao1 Primeira Fase 1.1 Teoria Hipodrmica + 1.1.1 Modelo de Lasswell 1.2 Teoria da Persuaso 1.3 Teoria Emprica de Campo (Teoria dos Efeitos Limitados) 1.4 Teoria Funcionalista 1.5 Teoria Crtica 1.6 Teoria Culturolgica 2 Segunda Fase o 2.1 Teoria do Agendamento o 2.2 Gatekeeper o 2.3 Newsmaking

Teoria HipodrmicaResumo: Tambm conhecida como "Teoria dos Efeitos Ilimitados", a Teoria Hipodrmica estudou o fenmeno da mdia a partir de premissas behavioristas. Seu modelo comunicativo baseado no conceito de "estmulo/resposta": quando h um estmulo (uma mensagem da mdia), esta adentraria o indivduo sem encontrar resistncias, da mesma forma que uma agulha hipodrmica penetra a camada cutnea e se introduz sem dificuldades no corpo de uma pessoa. Da o porqu de esta teoria tambm ser conhecida como "Teoria da Bala Mgica", pois a mensagem da mdia conseguiria o mesmo efeito "hipodrmico" de uma bala disparada por uma arma de fogo. O conceito de "massa" fundamental para se compreender a abordagem da teoria hipodrmica. Segundo os estudiosos desta corrente, a massa seria um conjunto de indivduos isolados de suas referncias sociais, agindo egoisticamente em nome de sua prpria satisfao. Uma vez perdido na massa, a nica referncia que um indivduo possui da realidade so as mensagens dos meios de comunicao. Dessa forma, a mensagem no encontra resistncias por parte do indivduo, que as assimila e se deixa manipular de forma passiva.

Teoria Hipodrmica um modelo de teoria da comunicao, tambm conhecido como Teoria da Bala Mgica. Segundo este modelo, uma mensagem lanada pela mdia imediatamente aceita e espalhada entre todos os receptores, em igual proporo. Os conceitos foram elaborados pela Escola Norte-Americana, nos anos 30. Seu principal objetivo foi fornecer bases empricas e cientficas para a elaborao de sistemas de comunicao, com nfase nos efeitos da comunicao sobre o comportamento da populao. Muitos dos cientistas foram contratados pelo exrcito, a exemplo de Carl Hovland, como parte do esforo de guerra, durante a II Guerra Mundial. A concepo de comunicao que embasa este modelo parte do princpio da sociedade organizada em massa, ou seja, "cada elemento do pblico pessoal e diretamente atingido pela mensagem" (Wright Mills, 1975, 79) e " Cada indivduo um tomo isolado que reage isoladamente s ordens e s sugestes dos meios de comunicao de massa". Deste modo, o modelo foi considerado, posteriormente, excessivamente simplista pois, em seu modelo no se considerava o papel das diferenas de ordem social, como a pertena a grupos de identificao, e o papel de lideranas de opinio. Por outro lado, a concepo de "massa" enquanto magma indistinto de sujeitos "atmicos", cada um atingido diretamente pela comunicao, favorecia os clculos estatsticos e mensurao dos efeitos da comunicao de modo que muitas tcnicas de pesquisa e modelos explicativos utilizados atualmente por veculos de comunicao, institutos de pesquisa de mercado e agncias de publicidade originam-se neste perodo. A Teoria Hipodrmica, tambm chamada de Teoria da bala mgica ou, ainda "mass communication research" coincide, historicamente, com o perodo do entre-guerras (entre a primeira e segunda guerras mundiais). Responde sobretudo interrogao: que efeito eles produzem numa sociedade de massa? Alm disso, pode-se descrever o modelo hipodrmico como sendo uma teoria da propaganda e sobre a propaganda, compreendendo o termo "propaganda" em sentido muito amplo, ou seja, a difuso de concepes, idias, valores e atitudes atravs dos sistemas de comunicao de massa (rdio, jornal, TV, cinema, revista). Trata-se de uma concepo mais ampla de "propaganda", que no se restringe ao que conhecemos por "comerciais", mas a prpria difuso de idias em espaos editoriais, informacionais, educativos e de entretenimento. Para compreender melhor a Teoria Hipodrmica, fundamental definir o conceito de sociedade de massa. A massa constituda por um conjunto homogneo de indivduos que, enquanto seus membros so considerados iguais, indiferenciveis, mesmo que provenham de ambientes diferentes, heterogneos, e de todos os grupos sociais. composta por pessoas que no se conhecem, que esto separadas umas das outras no espao e que tm pouca ou nenhuma possibilidade de exercer uma ao ou influncia recprocas.(Blumer, 1936 e 1946). O isolamento do indivduo na massa o pr-requisito da primeira das teorias das comunicaes. Contexto

Em 1914-18, a propaganda de massa comea a ser utilizada como estratgia de guerra e as pessoas despertam para os seus efeitos no totalitarismo. Populaes heterogneas das sociedades industriais no estavam unidas em torno de um sentimento que mantm o cidado como membro de uma totalidade. Na medida em que os pases se comprometiam politicamente, tornava-se indispensvel despertar nos cidados o sentimento de dio contra o inimigo e de nimo diante de tantas privaes; surgia a necessidade mais do que urgente de se forjar elos entre o cidado e a ptria. A Teoria Hipodrmica surge nesse perodo, entre as duas Guerras, como paradigma cientfico e empirista dos estudos dos efeitos da comunicao A Teoria Como consequncia do que se viu no perodo, quando a propaganda de guerra conseguiu unir naes inteiras em torno de um ideal comum, passou-se a acreditar na mdia como capaz de direcionar as pessoas para praticamente qualquer direo desejada pelo comunicador. As mensagens miditicas ganharam o status de "balas mgicas" com o poder de atingir toda uma populao de maneira uniforme. Aspectos Importantes * A palavra-chave para esta teoria "Manipulao da massa" * Todo membro do pblico de massa pessoal e diretamente "atacado" pela mensagem. * Se uma pessoa apanhada pela propaganda, pode ser controlada, manipulada, levada a agir. * A massa engloba indivduos isolados, annimos, separados e atomizados. Isso os faz indefesos e passivos diante da comunicao. As pessoas so altamente influenciadas (do contrrio do senso comum, os meios de comunicao no manipulam, mas sim influenciam os membros da sociedade em que atuam). * Segundo Bauer (1964), Na Bullet Theory, os efeitos no so estudados, pois so dados como previstos.

Modelo Lasswell * Em 1948, Lasswell cria um modelo que representa, simultaneamente, uma herana, uma evoluo e uma superao da teoria hipodrmica: o Modelo dos cinco "Q"s Quem Diz o qu Em que canal A quem Com que efeito. Este modelo organizou a communication research. Cada uma destas variveis define e organiza um setor especfico da pesquisa: emissor, contedo, audincia, meio e efeitos. * Lasswell tambm apresenta trs funes dos sistemas de comunicao: 1) Vigilncia-denunciando o que afete os valores de uma sociedade 2) Coeso entre os membros do grupo social 3) Transmisso e intensificao dos valores naquela sociedade

Modelo Lasswell Suas premissas para descrever o processo de comunicao de massa eram: Processos assimtricos com um emissor activo, que produz o estmulo e uma massa passiva que reage ao estmulo. A comunicao intencional e tem por objectivo um efeito j determinado (manipulao). Os papis Comunicador/Destinatrio so isolados e independentes das relaes sociais, situacionais e culturais. ("os efeitos dizem respeito a destinatrios atomizados, isolados" - Schulz, 1982). A audincia era concebida como um conjunto de classes etrias, de sexo, etc., dava pouca ateno s relaes informais, considerava que as relaes informais entre as pessoas eram irrelevantes e que no influenciava no resultado de uma campanha publicitria. O esquema de Lasswell organizou a "communication research" em torno de dois temas centrais e de maior durao: - anlise dos efeitos - anlise dos contedos

Crticas * Ao criar seu modelo, Lasswell observou que a teoria hipodrmica ignorava at ento o contexto no qual ocorria a comunicao * Paul Lazarsfeld observa que no se levam em considerao as variveis intervenientes no processo comunicativo

Teoria da persuaso - Teoria Emprico-experimentalResumo: Diferente da abordagem hipodrmica, a Teoria da Persuaso afirma que a mensagem da mdia no prontamente assimilada pelo indivduo, sendo submetida a vrios filtros psicolgicos individuais. Portanto, os efeitos da mdia no seriam de manipulao, mas de persuaso. O modelo comunicativo desta teoria bastante semelhante ao behaviorista porm, acrescido de processos psicolgicos que determinam a resposta. Tais processos psicolgicos so relativos audincia e mensagem. Em relao audincia, o indivduo ficar interessado pelos assuntos aos quais estiver mais exposto; alm disso, tender a consumir as informaes com as quais esteja de acordo. Em algumas ocasies, o indivduo at mesmo distorcer o contedo das mensagens recebidas, de forma a adequ-las sua forma de entender a questo. Em relao mensagem, o indivduo a consumir de acordo com o grau de prestgio e de confiana que depositar naquele que a transmite (o comunicador). Contam tambm a maneira como os argumentos so distribudos; se todos ou apenas parte dos argumentos esto presentes; a exposio implcita ou explcita das intenes da mensagem; e o grau de envolvimento do indivduo com o assunto.

A Teoria da Persuaso, tambm chamada de Teoria Emprico-experimental, paralelamente Teoria Emprica de Campo, desenvolve-se a partir dos anos 40 e conduz ao abandono da Teoria Hipodrmica. Consiste na reviso do processo comunicativo entendido como uma relao mecanicista e imediata entre estmulo e resposta. Oscila entre a idia de que possvel obter efeitos relevantes se as mensagens forem adequadamente estruturadas e a certeza de que, frequentemente, os efeitos que se procurava obter no foram conseguidos. Persuadir os destinatrios possvel se a mensagem se adequa aos fatores pessoais ativados pelo destinatrio ao interpret-la. A mensagem contm caractersticas particulares do estmulo, que interagem de maneira diferente de acordo com os traos especficos da personalidade do destinatrio.( De Fleur, 1970,122) Ou seja, o avano consiste em que a teoria passa a levar em conta as diferenas individuais do pblico. Dessa maneira, estabelece-se uma estrutura lgica, muito semelhante ao modelo mecanicista da Teoria Hipodrmica: CAUSAS -> PROCESSOS PSICOLOGICOS INTERVENIENTES -> EFEITOS Contexto Segunda Grande Guerra - Guerra Fria / Comercializao ( Poder ilimitado da mdia) Aspectos Importantes * Estuda os fatores que provocam o sucesso e o insucesso do processo comunicativo tomando por base mensagem e audincia. * A massa vista como grupo, no mais como indivduo isolado * A mensagem deve ser adequada s caractersticas do grupo que se quer persuadir * Existem intervenientes psicolgicos no pblico que influem nos efeitos da mensagem * O foco desta teora a mensagem e o destinatrio * Esta Teoria tem orientao sociolgica Hyman e Sheatsley determinam em seu ensaio processos intervenientes ou algumas razes pelas quais as campanhas de informao falham. Fatores relativos audincia

* Interesse em obter a informao. * Exposio seletiva: Campanhas fazem mais efeito para os que j concordam com o tema. * Percepo seletiva: O destinatrio interpreta a mensagem e a adapta a seus valores, s vezes entendendo-a at de forma oposta original. * Memorizao seletiva:' A audincia memoriza mais os argumentos com os quais concorda. Com o passar do tempo da exposio, isso se acentua. Fatores relativos mensagem * Credibilidade do comunicador * Integralidade da argumentao: estudar o impacto que causa a apresentao de um nico aspecto ou ambos aspectos de um tema controverso * Ordem da argumentao: * Efeito Primacy: apresenta-se os argumentos a que se quer dar nfase no incio. * Efeito Recency: apresenta-se os argumentos a que se quer dar nfase no final. * Explicitao das concluses: se mais eficaz deixar as concluses explcitas ou implcitas. Principais autores * Karl Hovland * Harold Lasswell

Teoria Emprica de Campo - Teoria dos Efeitos LimitadosResumo: A Teoria Emprica de Campo ou Teoria dos Efeitos Limitados (nome dado como resposta Teoria dos Efeitos Ilimitados de Lasswell) baseia suas pesquisas na sociologia, concluindo que a mdia cumpre papel limitado no jogo de influncia das relaes comunitrias. Em outras palavras, a mdia apenas mais um instrumento de persuaso na vida social, uma vez que apenas parte desta. Dessa forma, a Abordagem Emprica de Campo abandona a relao direta de causa e efeito entre a mensagem e o comportamento do indivduo. Antes, enfatiza a influncia indireta que a mdia exerce sobre o pblico tal como faria qualquer outra fora social (igreja, famlia, partido poltico etc). O alcance das mensagens miditicas depende do contexto social em que esto inseridas, ficando sujeitos aos demais processos comunicativos que se encontram presentes na vida social. Neste caso, os filtros individuais pelos quais as mensagens passam seriam de origem muito mais social do que psicolgica.

Teoria Emprica de Campo um modelo de teoria da comunicao, tambm conhecido como Teoria dos Efeitos Limitados. Trata de influncia e no apenas da que exercida pelos mass media, mas da influncia mais geral das relaes sociais. difcil separar completamente esta teoria, de orientao sociolgica, da Teoria da persuaso, cujo desenvolvimento ocorreu de forma paralela. Em sntese, diz respeito a todos os mass media do ponto de vista da sua capacidade de influncia sobre o pblico e da influncia mais geral das relaes sociais, da qual os mass media so apenas uma parte. Nesta teoria, que consiste em associar os processos comunicativos de massa s caractersticas do contexto social em que estes se realizam, possvel distinguir duas correntes: a primeira diz respeito ao estudo da composio diferenciada dos pblicos e dos seus modelos de consumo da comunicao de massa. A segunda , e mais significativa, compreende as pesquisas sobre a mediao social que caracteriza esse consumo. A Pesquisa de Lazarsfeld sobre o consumo dos mass media Em 1940, Paul Lazarsfeld, estabeleceu trs processos diferentes para se saber o que um programa significa para o pblico. 1- Anlise de contedo 2- Caractersticas dos ouvintes 3- Estudos sobre as satisfaes A este propsito, Lazarsfeld fala de efeitos pr-seletivos e de efeitos posteriores Em primeiro lugar, o meio seleciona o seu pblico e s posteriormente exerce a sua influncia sobre esse pblico. Dessa forma, deixa de salientar a relao causal direta entre propaganda de massas e manipulao da audincia para passar a insistir num processo indireto de influncia e formao de opinio, no seio de determinadas comunidades. Na dinmica que gera a formao da opinio pblica, em que participam tambm os mass media, o resultado global no pode ser atribudo aos indivduos considerados isoladamente; deriva, da rede de interaes que une as pessoas umas s outras. Portanto, A teoria dos efeitos limitados, em suma, coloca em vantagem a influncia pessoal, em relao eficcia dos mass media, limitando assim, os efeitos destes. Aspectos Importantes

Este ponto de vista completa a reviso crtica da Teoria Hipodrmica A palavra-chave desta teoria influncia Os estudos de campo explicitam a escassa relevncia dos mass media em confronto com os processos de interao social Lazarsfeld prope que o pblico capaz de fazer suas prprias escolhas Existem variaes do consumo de comunicaes de massa segundo as caractersticas do pblico Descobre-se os lderes de opinio e a Two Step Flow ou Fluxo de Comunicao a Dois Nveis Pessoas que pertencem a um mesmo grupo tendem a possuir opinies parecidas sobre determinados assuntos Primeiro a informao chega s pessoas bem informadas e que inspiram confiana e atravs delas chegariam a todo o pblico

No que diz respeito a assuntos diferentes, influenciados e influentes podem trocar reciprocamente de papis, porque o lder de opinio aquele legitimado pela audincia por fazer a ponte entre o meio de comunicao (que detm as mensagens) e a audincia. Dentro da dinmica de formao de opinies, Lazarsfeld relaciona trs efeitos: o Efeito de ativao: transforma tendncias latentes em opinies efetivas o Efeito de reforo: preserva decises tomadas o Efeito de converso: mais limitado porque os mais informados so menos flexveis e os mais indecisos, so menos informados pela mdia. desde quando foi...

Teoria funcionalista

Resumo: A Teoria Funcionalista estuda as funes exercidas pela mdia na sociedade, e no os seus efeitos. Em lugar de pesquisar o mero comportamento do indivduo, estuda-se a sua ao social enquanto consumidor de valores e modelos que se adquire comunitariamente. Seus mtodos de pesquisa distanciam-se dos mtodos da teoria Hipodrmica, Emprico-Experimental e de Efeitos Limitados por no estudar a mdia em casos excepcionais, como campanhas polticas, mas em situaes corriqueiras e cotidianas.

A teoria funcionalista aborda globalmente os meios de comunicao de massa no seu conjunto. A questo de fundo j no so os efeitos, mas as funes exercidas pela comunicao, o que a distancia das teorias precedentes. Consiste, resumidamente, em definir a problemtica dos mass media a partir do ponto de vista do funcionamento da sociedade e da contribuio que os mass media do a esse funcionamento. Dessa forma, a Teoria funcionalista representa uma importante etapa na crescente e progressiva orientao sociolgica da communication research. Contexto * Ps Segunda Grande Guerra Principais autores Merton, Lasswell, C. Wright, Schramm, De Fleur, Blumler, Katz, Max Webber,Endrigo

Aspectos Importantes O equilbrio e a estabilidade do sistema, provm das relaes funcionais que os indivduos e os subsistemas ativam no seu conjunto. A palavra-chave desta teoria funo A lgica que regulamenta aos fenmenos sociais constituda por relaes de funcionalidade que visam soluo de quatro problemas fundamentais, ou imperativos funcionais, que todo sistema social deve enfrentar:

1) A Manuteno do modelo e o controle das tenses 2) A adaptao ao ambiente 3) A perseguio do objetivo 4) A integrao No que diz respeito ao problema da manuteno do esquema de valores, o subsistema das comunicaes de massa funcional, na medida em que desempenha parcialmente a tarefa de realar e reforar os modelos de comportamento existentes no sistema social. A funo entendida como conseqncia objetiva da ao. As funes podem ser diretas ou indiretas, latentes ou manifestas.

medida que a abordagem funcional se enraza nas cincias sociais, os estudos sobre os efeitos passam da pergunta "O que que os mass media fazem s pessoas?" para a pergunta " O que que as pessoas fazem com os mass media?" Os mass media so eficazes na medida em que o receptor experimenta satisfaoes a suas necessidades Tanto o emissor, como o receptor so parceiros ativos

As funes das comunicaes de massa Wright apresenta em Milo, em 1959, um ensaio pelo qual descreve-se uma estrutura conceitual que deveria permitir inventariar , em termos funcionais, as ligaes complexas que existem entre os mass media e a sociedade. So elas: Relativa sociedade:

Alerta os cidados contra perigos e ameaas Fornece instrumentos para se exercitar certas atividades, como por exemplo, as trocas econmicas

Relativas ao indivduo: Atribuio de posio social e prestigio s pessoas que so objeto de ateno dos mass media O reforo do prestgio por ser um cidado bem informado O reforo das normas sociais, carter tico, confirmando as normas sociais, denunciando seus desvios opinio pblica. Melvin De Fleur salienta a funo que particulariza a capacidade de resistncia dos mass media aos ataques

As disfunes das comunicaes de massa O fato do fluxo informativo dos mass media circular livremente pode ameaar a estrutura fundamental da prpria sociedade A exposio a grandes quantidades de informao pode provocar a chamada "disfuno narcotizante"

A hiptese dos "Usos e Gratificaes" Mesmo que diferenciemos as necessidades das funes, possvel conceber, em termos funcionais, a satisfao das necessidades sentidas pelos indivduos (Wright, 1974). Katz, Gurevitch e Haas (1973 distinguem cinco classes de necessidades que os mass media satisfazem: Necessidades cognitivas: aquisio e reforo de conhecimentos e de compreenso Necessidades afetivas e estticas: reforo da experincia esttica, emotiva Necessidades de integrao a nvel social: reforo dos contatos interpessoais Necessidades de integrao a nvel da personalidade: segurana, estabilidade emotiva Necessidade de evaso; abrandamento das tenses e dos conflitos

Esta hiptese articula-se em cinco pontos fundamentais: A audincia concebida como ativa Depende da audincia relacionar a escolha do mass media, com a satisfao da necessidade Os mass media competem com outras fontes de satisfao das necessidades Muitos dos objetivos da utilizao dos mass media podem conhecer-se atravs de dados fornecidos pelos destinatrios Devem suspender-se os juzos de valor acerca do significado cultural das comunicaes de mass

A hiptese dos usos e satisfaes implica um deslocamento da origem do efeito do contedo da mensagem, para todo o contexto comunicativo. A atividade seletiva e interpretatva do destinatrio, baseada sociologicamente na estrutura das necessidades do indivduo, passa a constituir parte estvel do processo comunicativo, formando uma dos seus componentes no eliminveis. neste quadro, que toda a hiptese do efeito linear do contedo dos mass media sobre as atitudes, valores ou comportamentos do pblico invertida, na medida em que o receptor que estabelece se existir, pelo menos, um processo comunicativo real. Os mass media no so a nica fonte de satisfao dos vrios tipos de necessidades sentidas pelos indivduos

Os Usos e Gratificaes Pretende-se identificar o tipo e grau satisfao alcanado por um determinado meio de comunicao e as consequncias que este representa para os valores e as condutas desse grupo. Com efeito, a principal mudana de perspectiva a que se assistiu com os usos e gratificaes consiste no pressuposto segundo o qual mesmo a mensagem do mais potente dos mass media no pode influenciar um indivduo que no faa uso dela no contexto scio-psicolgico em que vive. Por isso, aponta como um elemento essencial dos seus pressupostos uma percepo da audincia como um conjunto activo e diversificado, que tem capacidade de escolha e de interpretao das mensagens, de acordo com necessidades e desejos particulares que espera satisfazer atravs dos meios de comunicao. Trata-se de um modelo que refuta a hiptese informacional protagonizado pela transmisso unilateral de dados.

Crticas Esse modelo terico est prximo a um funcionalismo psicolgico ao supor que a mdia existe para suprir necessidades. Se esse modelo influenciar demandas sociais, ser difcil explicar como grupos diversos possam vir a fazer "uso" de contedos idnticos para todos e deles derivarem alguma "satisfao".

Teoria Crtica

Resumo: Inaugurada pela Escola de Frankfurt, a Teoria Crtica parte do pressuposto das teorias marxistas e investiga a produo miditica como tpico produto da era capitalista. Desvendam assim a natureza industrial das informaes contidas em obras como filmes e msicas: temas, smbolos e formatos so obtidos a partir de mecanismos de repetio e produo em massa, que tornam a arte adequada para produo e consumo em larga escala. Assim, a mdia padroniza a arte como faria a um produto industrial qualquer. o que foi denominado indstria cultural. Nesta, o aspecto artstico da obra perdido. O imaginrio popular reduzido a clichs. O indivduo consome os produtos de mdia passivamente. O esforo de refletir e pensar sobre a obra dispensado: a obra "pensaria" pelo indivduo.

Teoria Crtica da Sociedade uma abordagem terica que, contrapondo-se Teoria Tradicional, de tipo cartesiano, busca unir teoria e prtica, ou seja, incorporar ao pensamento tradicional dos filsofos uma tenso com o presente. A Teoria Crtica da Sociedade tem um incio definido a partir de um ensaio-manifesto, publicado por Max Horkheimer em 1937, intitulado "Teoria Tradicional e Teoria Crtica". Foi utilizada, criticada e superada por diversos pensadores e cientistas sociais, em face de sua prpria construo como teoria, que autocrtica por definio. A Teoria Crtica comumente associada Escola de Frankfurt. Caracterizao Um dos principais objetivos do Instituto de Pesquisas Sociais era o de explicar, historicamente, como se dava a organizao e a conscincia dos trabalhadores industriais. Entretanto, os

pressupostos tericos da Escola de Frankfurt se estenderam a diversas reas das relaes sociais, entre elas a Comunicao Social, o Direito, a Psicologia, a Filosofia, a Antropologia, entre outras. A teoria parte do princpio de uma crtica ao carter cientificista das cincias humanas, ou seja, de uma crtica da crena irrestrita na base de dados empricos e na administrao como explicao dos fenmenos sociais (por exemplo, como crtica ao Funcionalismo). A preocupao, pautada pela organizao dos trabalhadores, est centrada, principalmente, em entender a cultura como elemento de transformao da sociedade. Neste sentido, a Teoria Crtica utiliza-se de pressupostos do Marxismo para explicar o funcionamento da sociedade e a formao de classes, e da Psicanlise para explicar a formao do indivduo, enquanto elemento que compe o corpo social. Esta postura se fortalece, principalmente, com o Nazismo e o Fascismo na Europa. Um dos principais questionamentos se dava no sentido de entender como os indivduos se tornavam insensveis dor do autoritarismo, negando a sua prpria condio de indivduo ativo no corpo social. Como o Instituto era patrocinado com recursos judeus, alm de sua explcita linha marxista de anlise, os pesquisadores como Max Horkheimer (diretor) e Theodor Adorno, entre outros, se vem obrigados a deixar a Alemanha Nazista, fugidos da perseguio de Hitler. J nos Estados Unidos, estes pesquisadores acompanham o surgimento do que os funcionalistas chamam de "Cultura de Massa" com o desenvolvimento de novas tecnologias de comunicao, principalmente o Rdio. Os pensadores da Escola de Frankfurt contestam o conceito de Cultura de Massa, no sentido de que ele seria uma maneira "camuflada" de indicar que ela parte das bases sociais e que, portanto, seria produzida pela prpria massa. Ainda nos anos 1940, os pesquisadores de Frankfurt propem o conceito de Indstria Cultural em substituio ao conceito de Cultura de Massa. Pensadores como Adorno e Lazarsfeld chegaram a desenvolver pesquisas em conjunto, buscando aproximar os conceitos do Funcionalismo com o da Teoria Crtica. Entretanto, a proposio de Indstria Cultural e de Cultura de Massa estavam distantes demais. Propostas da Teoria Crtica Ela prope a teoria como lugar da autocrtica do esclarecimento e de visualizao das aes de dominao social, visando no permitir a reproduo constante desta dominao (na verdade, esta formao crtica a que se propem os pensadores de Frankfurt pode ser entendida como um alerta necessidade do esclarecimento da sociedade quanto s ordens institudas). Neste sentido, a Teoria Crtica visa oferecer um comportamento crtico nos confrontos com a cincia e a cultura, apresentando uma proposta poltica de reorganizao da sociedade, de modo a superar o que eles chamavam de "crise da razo" (nova crtica ao Funcionalismo). Eles entendiam que a razo era o elemento de conformidade e de manuteno do status quo, propondo, ento, uma reflexo sobre esta racionalidade. Desta forma, h uma severa crtica fragmentao da cincia em setores na tentativa de explicar a sociedade (ordens funcionais - a sociedade entendida como sistemas e subsistemas). Assim, propem a dialtica como mtodo para entender a sociedade, buscando uma investigao analtica dos fenmenos estudados, relacionando estes fenmenos com as foras sociais que os provocam. Para eles, as disciplinas setoriais desviam a compreenso da sociedade como um todo e, assim, todos ficam submetidos razo instrumental (o prprio status quo) e acabam por desempenhar uma funo de manuteno das normas sociais. A dialtica se d no sentido de entender os fenmenos estruturais da sociedade (como a formao do capitalismo e a industrializao, por exemplo), fazendo uma crtica economia poltica, buscando na diviso de classes os elementos para explicar a concepo do contexto social (como o desemprego, o terrorismo, o militarismo, etc.). Em resumo, h uma tentativa de interpretar as relaes sociais a fim de contextualizar os fenmenos que acontecem na sociedade. Partindo deste pressuposto, as cincias sociais que "reduzem" seus estudos coleta e classificao de dados (como acontece com a pesquisa

norte-americana) estariam vedando a si prprias a verdade, porque estariam ignorando as intervenes que constantemente ocorrem no contexto social. A Teoria Crtica tem uma agenda clara. Ela no adota uma postura anti-management, mas percebe acadmicos da rea como idelogos, servindo aos interesses de grupos dominantes. Sua meta maior criar sociedades e organizaes livres da dominao, em que todos possam contribuir e desenvolver-se. Pontos positivos/contribuies Viso estrutural, radicalidade crtica, procura enxergar alm das aparncias. Exerccio do raciocnio dialtico e da complexidade analtica, inspiradora de reflexes sobre ns e o mundo. Perspectiva macrossocial, que procura vislumbrar a complexidade do sistema, do qual os meios de comunicao em massa so uma parte. Quadro conceitual fornece elementos de crtica sociedade de modo geral e s relaes de dominao. Pontos negativos Elitismo cultural crena excessiva no potencial da alta cultura. Pessimismo analtico, que conduzem (por vezes) passividade. A incapacidade de resoluo vivel dos problemas apresentados. Expoentes Horkheimer, Pollock, Lwenthal, Adorno, Walter Benjamin, Marcuse, Habermas

Escola de Frankfurt Escola de Frankfurt (em alemo: Frankfurter Schule) refere-se a uma escola de teoria social interdisciplinar neo-marxista,[1] particularmente associada com o Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt. A escola inicialmente consistia de cientistas sociais marxistas dissidentes que acreditavam que alguns dos seguidores de Karl Marx tinham se tornado "papagaios" de uma limitada seleo de ideias de Marx, usualmente em defesa dos ortodoxos partidos comunistas. Entretanto, muitos desses tericos experimentaram que a tradicional teoria marxista no poderia explicar adequadamente o turbulento e inesperado desenvolvimento de sociedades capitalistas no sculo vinte. Crticos tanto do capitalismo e do socialismo da Unio Sovitica, as suas escritas apontaram para a possibilidade de um caminho alternativo para o desenvolvimento social.

Teoria Culturolgica

Resumo: A Teoria Culturolgica parte de uma anlise Teoria Crtica e desenvolve assim um pressuposto diferente das demais teorias. No lugar de pesquisar os efeitos ou as funes da mdia, procura definir a natureza da cultura das sociedades contemporneas. Conclui assim que a cultura de massa no autnoma, como pretende as demais teorias, mas parte integrante da cultura nacional, religiosa ou humanstica. Ou seja, a cultura de massa no impe a padronizao dos smbolos, mas utiliza a padronizao desenvolvida

espontaneamente pelo imaginrio popular. A cultura de massa atende assim a uma demanda dupla. Por um lado, cumpre a padronizao industrial exigida pela produo artstica, por outro, corresponde exigncia por individualizao por parte do espectador. o que se define como sincretismo. Os produtos da mdia transitam entre o real e o imaginrio, criando fantasias a partir de fatos reais e transmitindo fatos reais com formato de fantasia.

A teoria culturolgica uma teoria da comunicao criada na dcada de 1960, principalmente a partir da obra de Edgar Morin "Cultura de massa no sculo XX: o esprito do tempo". Esta teoria parte de uma anlise da teoria crtica, segundo a qual os mdia seriam o veculo para a alienao das massas. Os culturlogos, por seu lado, vem a cultura como uma fabricao dos mdia, fornecendo s massas aquilo que elas desejam: uma informao transformada por imagens de grande venda e uma arte produzida na ptica da indstria, ou seja, massificada e vendida pelos mdia como se fosse uma imagem da realidade em que as pessoas vivem. Segundo eles, a cultura nasce de uma forma de sincretismo, juntando a realidade com o imaginrio. Mais A teoria culturolgica foi desenvolvida pelos tericos da Escola Sociolgica Europia. A sua principal caracterstica foi a abordagem dada aos produtos da indstria cultural. Seus estudiosos tinham uma percepo diferente daquela desenvolvida pelos frankfurtianos. Para os culturologistas, os produtos da indstria cultural faziam parte do dia a dia do homem moderno, j de algum modo imerso naquele ambiente complexo e, ao mesmo tempo, polmico, principalmente ao verificarmos os apontamentos que os frankfurtianos fizeram a esse respeito. O que mais atraia as atenes dos estudiosos europeus eram as produes culturais que atraiam um grande pblico. Ou seja, ser algo significativo, do ponto de vista do pblico, mereceria a ateno daqueles pesquisadores. A culturologia corrige a teoria crtica, ao situarse no mbito da antropologia cultural e da anlise estrutural, podendo ser considerada, sob certos aspectos, precursora de um modelo terico recepcional Polistchuck e Trinta, 2003, p. 126). Podemos afirmar que os estudos desenvolvidos pelos culturologistas foram impulsionados pelas repercusses em torno da Pop Art. Andy Warhol e Roy Lichtenstein, seus precursores, utilizavam em suas obras imagens que j haviam se disseminado graas a sua exposio feita pelos meios de comunicao. Este movimento artstico conseguiu despertar a ateno dos tericos culturologistas pelo fato de eles terem uma viso aberta em relao s produes culturais industrializadas. Aquilo que mais eles tinham em comum era (...) o entusiasmo, o perfeito domnio de uma escrita, a ausncia de atitudes preconceituosas e o esprito aberto em relao indstria da cultura (Idem, 203, p. 126) Como voc deve ter percebido, os culturologistas davam mais ateno aos produtos da indstria cultural do que aos meios de comunicao. Mas para que isso fique mais evidente falaremos um pouco sobre os principais estudiosos da escola europia e das suas contribuies na anlise dessa nova forma de cultura. Edgar Morin

Podemos afirmar que a sua grande contribuio, no incio dos estudos culturolgicos, foi da com a publicao do livro Cultura de Massas no Sculo XX. Com este trabalho, Morin comeou a se interessar pela imensa quantidade de imagens, smbolos, ideologias e mitos que faziam parte das produes da indstria cultural, principalmente, aquelas veiculadas pelo cinema.

Segunda FaseTeoria do Agendamento

Resumo: A Teoria do Agendamento estuda o poder de agenda dos meios de comunicao, ou seja, a capacidade que estes possuem para evidenciar um determinado assunto. Para isso, investiga a importncia da mdia como mediadora entre o indivduo e uma realidade da qual este se encontra distante. O Agenda Setting referido como uma "hiptese" devido s dificuldades metodolgicas impostas por suas premissas e concluses.

Agendamento A Teoria do Agendamento ou Agenda-setting theory, no original, em ingls, uma teoria de Comunicao formulada por Maxwell McCombs e Donald Shaw na dcada de 1970. De acordo com este pensamento, a mdia determina a pauta (em ingls, agenda) para a opinio pblica ao destacar determinados temas e preterir, ofuscar ou ignorar outros tantos. Histria As ideias bsicas da Teoria do Agendamento podem ser atribudas ao trabalho de Walter Lippmann, um proeminente jornalista estadunidense. Ainda em 1922, Lippmann props a tese de que as pessoas no respondiam diretamente aos fatos do mundo real, mas que viviam em um pseudo-ambiente composto pelas "imagens em nossas cabeas". A mdia teria papel importante no fornecimento e gerao destas imagens e na configurao deste pseudoambiente. A premissa bsica da teoria em sua forma moderna, entretanto, foi formulada originalmente por Bernard Cohen em 1963: "Na maior parte do tempo, [a imprensa] pode no ter xito em dizer aos leitores o que pensar, mas espantosamente exitosa em dizer aos leitores sobre o que pensar" (pg.13). Ao estudarem a forma como os veculos de comunicao cobriam campanhas polticas e eleitorais, Shaw e McCombs constataram que o principal efeito da imprensa pautar os assuntos da esfera pblica, dizendo s pessoas no "o que pensar", mas "em que pensar". Geralmente se refere ao agendamento como uma funo da mdia e no como teoria (McCombs & Shaw, 1972). Contexto e Fundamentos A teoria explica a correspondncia entre a intensidade de cobertura de um fato pela mdia e a relevncia desse fato para o pblico. Demonstrou-se que esta correspondncia ocorre repetidamente.

Acredita-se que o agendamento ocorra porque a imprensa deve ser seletiva ao noticiar os fatos. Profissionais de notcias atuam como gatekeepers (porteiros) da informao, deixando passar algumas e barrando outras, na medida em que escolhem o que noticiar e o que ignorar. O que o pblico sabe e com o que se importa em dado momento , em grande parte, um produto do gatekeeping miditico. A funo de agendamento um processo de trs nveis: 1. Media Agenda (Agenda Miditica) - questes discutidas na mdia 2. Public Agenda (Agenda Pblica ou da Sociedade Civil) - questes discutidas e pessoalmente relevantes para o pblico 3. Policy Agenda (Agenda de Polticas Pblicas) - questes que gestores pblicos consideram importantes Um dos debates entre pesquisadores so as questes de causalidade: a agenda miditica que pauta a agenda da sociedade, ou vice-versa? Iyengar e Kinder estabeleceram uma relao de causalidade com um estudo experimental no qual identificaram que o priming, a clareza da apresentao e a posio eram todos determinantes da importncia dada a uma matria de jornal. Entretanto, a questo de se h influncia da agenda pblica na agenda miditica continua aberta a questionamentos. Conceitos importantes * Gatekeeping - controle sobre a seleo do contedo exercido pela mdia e pela imprensa * Priming - no agendamento, a ideia de que a mdia atrai ateno para alguns aspectos da vida poltica em detrimento de outros (Baran & Davis, 2000). * Framing ou Enquadramento - apresentao de contedo de forma a orientar sua interpretao em certas linhas predeterminadas * Time-lag ou Intervalo temporal - o perodo que decorre entre a cobertura informativa dos meios de comunicao de massa e a agenda do pbllico (varivel dependente).

Mais: hiptese do agenda setting um tipo de efeito social da mdia que compreende a seleo, disposio e incidncia de notcias sobre os temas que o pblico falar e discutir. O presente artigo pretende apresentar uma reviso terica e uma anlise crtica da hiptese do agenda setting, partindo deste conceito e percorrendo caminhos que levam a um breve histrico dos estudos e o funcionamento do processo de agendamento. Com isso, espera-se obter uma compreenso deste conceito assim como de suas caractersticas e limitaes. A corrente de investigao que estuda sobre o qu e como os assuntos devem ser pensados a hiptese do agenda setting. Com origem americana, o primeiro estudo foi desenvolvido pelos pesquisadores Maxwell McCombs e Donald Shaw em 1972, embora sua essncia tenha sido indicada no ano de 1922 por Walter Lippmann em sua obra clssica Public Opinion. A Hiptese Do Agenda Setting Dentro do contexto dos estudos sobre os efeitos dos meios de comunicao na sociedade, surge nos anos 70 a investigao da hiptese do agenda setting. Esta linha de pesquisa prope uma nova etapa de investigao sobre os efeitos da comunicao de massa. Desta maneira, tem-se um conceito do poder que o jornalismo [leia-se tambm que a mdia] exerce sobre a opinio pblica. Este conceito remete hiptese do agenda setting, que em definio simples "... um tipo de efeito social da mdia. a hiptese segundo a qual a mdia, pela seleo, disposio e

incidncia de suas notcias, vem determinar os temas sobre os quais o pblico falar e discutir" (Barros Filho, 2001, p. 169). A essncia do conceito no est muito longe da realidade, pois se tem, constantemente uma enxurrada de informaes que so selecionadas e dispostas de maneira que algumas notcias recebem uma nfase maior, como o caso das notcias que aparecem na capa dos jornais, revistas, telejornais. Os pesquisadores Maxwell McCombs e Donald Shaw, pioneiros na apresentao da hiptese do agendamento, ao tratar deste tema, confirmam que a mdia tem a capacidade de influenciar a projeo dos acontecimentos na opinio pblica, estabelecendo um pseudo-ambiente fabricado e montado pelos meios de comunicao. Observa-se uma convergncia na conceitualizao dos autores sobre a hiptese do agenda setting. A mdia apresentada como agente modificador da realidade social, apontando para o pblico receptor sobre o qu se deve estar informado. Na perspectiva dos autores, esta construo configura-se como um poder que os meios de comunicao exercem sobre a opinio pblica, a sociedade.

Gatekeeper

Resumo: Os estudos sobre os gatekeepers ("guardies do porto") analisam o comportamento dos profissionais da comunicao, de forma a investigar que critrios so utilizados para se divulgar ou no uma notcia. Isso porque estes profissionais atuariam como guardies que permitem ou no que a informao "passe pelo porto", ou melhor, seja veiculada na mdia. A deciso de publicar algo ou no publicar depende principalmente dos acertos e pareceres entre os profissionais, que esto subordinados a uma cultura de trabalho ou uma poltica empresarial e ainda aos critrios de noticiabilidade. E que no raro exclui o contato com o pblico.

Gatekeeping um conceito jornalstico para edio. Gate keeper aquele que define o que ser noticiado de acordo como valor-notcia, linha editorial e outros critrios. Gatekeeper tambm pode ser entendido como o "porteiro" da redao. aquela pessoa que responsvel pelo filtragem da notcia, ou seja, ela vai definir, de acordo com critrios editoriais, o que vai ser veiculado. Com a efervescncia e at um certo modismo da prtica do jornalismo colaborativo, a funo do gatekeeper tem sofrido alteraes. A audincia cada vez menos passiva e mais participativa deixa a figura do mesmo menos centralizada, mas sem perder a importncia na estrutura da construo da notcia. A metfora do gatekeeping A metfora do gatekeeping surgiu a partir de uma comparao feita por Kurt Lewin acerca da escolha entre o que vai ou no para a mesa, sendo selecionado como alimento, e o que deve ser ou no considerado como notcia, vindo a ser includo no mercado da comunicao. O processo de gatekeeping na atualidade

A expresso gatekeeping apareceu pela primeira vez relacionada ao contexto da comunicao em 1947, mas ainda no sculo XXI aplicvel realidade da seleo de notcias. A diferena bsica entre este e aquele tempo , entretanto, a dimenso que essas escolhas tomaram. [1] Com a popularizao do uso da internet, em mbito mundial, muito tem se discutido sobre o trmite de informaes nas novas redes de relacionamento, sites de pesquisa e empresas que veiculam contedo online. Para o jornalismo, essa popularizao da tecnologia pode ter at redefinido as regras do ofcio, mas, segundo Bill Kovach e Rosenstiel [2], os princpios e a finalidade do jornalismo ainda tm sido designados por algo mais elementar: a funo exercida pelas notcias na vida das pessoas. A seleo e a construo das informaes Em entrevista para Nieman Foundation, o analista de notcias Ken Doctor disse acreditar que o papel dos gatekeepers sofreu grandes transformaes com a era digital. "Ele mudou do "ns" para "eles", mas "eles" inclui uma verso em letras minsculas de "ns", inclusive". Para Ken Doctor, gatekeeping agora uma busca coletiva, e na "Era darwiniana do contedo" ele acredita que um editor no editor apenas de seu prprio contedo, mas tambm do contedo dos outros. E desse modo seria importante repensar as atitudes da mdia, como veculo informacional, j que, segundo Walter Lippmann, o povo s conhece o mundo de forma indireta, atravs de "imagens que forma em sua cabea". Para ele os cidados so como espectadores de teatro que "chegam depois do terceiro ato e vo embora antes da ltima cortina, ficando no local apenas o tempo suficiente para decidir quem o heri e quem o vilo".

Mais: O termo Gatekeeper significa Guardio do portal. S por essa definio j podemos notar claramente que a teoria repousa sobre o processo de produo e seleo de notcias, partindo da ao pessoal do profissional da rea: o jornalista mais especificamente na funo de editor, j que a figura do Gatekeeper mostra um agente que decide o que se transformar efetivamente em fato ou acontecimento noticiado, ou se sersimplesmente descartado. Em termos acadmicos, sabe-se que a Teoria do Gatekeeper uma das primeiras a surgir na literatura especfica do jornalismo. Seus contornos foram traados na dcada de 1950, por David Mannig White. O pesquisador acompanhou a rotina do Mr. Gate, um edior no identificado, para entender como se dava os critrios de noticiabilidade e entender porque as noticias so como so. White chegou concluso de que o processo de escolha extremamente subjetivo, apesar dos pressupostos de objetividade do jornalismo. E que o editor, em ltima instancia, representa um funil que seleciona as notcias, decidindo arbitrariamente o que seria ou no publicado. Ou seja, White descreveu que o jornalista baseia-se em seu prprio conjunto de experincias, atitudes e expectativas. Crticas Teoria do Gatekeeper De uma forma geral, as crticas dos estudiosos da rea recaem na viso limitada de White em querer analisar todo o jornalismo simplesmente a partir da figura do editor ou jornalista. Isso porque, dessa forma apesar das teorias atuais no negarem a subjetividade da profisso as anlises do Gatekeeper no consideram fatores externos que influenciam nas decises do profissional.

Newsmaking

Resumo: Segundo Mauro Wolf, o conceito de newsmaking diz respeito ao profissional jornalista que dentro da empresa atua como editor. aquele que responsvel pela configurao final da pgina (quando no jornal impresso) ou da sequncia das notcias, bem como daquelas que sero manchetes. um sujeito que fabrica a realidade porque, tendo incorporado os critrios universais de seleo daquilo que distingue fatos de acontecimento, vai selecionar de acordo com a seleo j determinada pelas agncias de notcias. O editor que um gatekeeper ao selecionar - fabrica o que vai ser notcia. O jornalismo de massa, ou o jornalismo produzido pela indstria cultural, um jornalismo que serve aos interesses do capital e produzido para reproduzir comportamentos e no para informar, no sentido que esperava-se do jornalismo. Isto porque quem mantm um jornal sempre algum que um grande proprietrio ou algum em dbido com o governo e/ou com as elites econmicas.

Mais: Trata-se de teoria bastante presente nas discusses a cerca da rotina de produo do jornalismo. A partir da interao constante das pessoas especializadas em comunicao (jornalistas, editores, fotgrafos, etc.) surge a notcia. Abandona-se a Teoria do Espelho para entender que, de fato, o jornalismo ajuda a construir a realidade, no sendo mero reprodutor dessa realidade. Tal atividade deixa de ser encarada como passiva e torna-se ponto de partida para transformao do cotidiano. A Teoria do Newsmaking avalia uma srie de critrios: valoresnotcias, grau de noticiabilidade, relaes pessoais dentro da organizao (empresa que fabrica a notcia), rotinas de produo da reportagem, dentre outras. Dentro desta avaliao, busca-se entender a cultura profissional do jornalista, a organizao do trabalho e os processos produtivos dentro da empresa de uma comunicao. Tal teoria avalia, portanto, em que grau de aparelhamento se avalia a noticiabilidade e o valor-notcia de um evento um acidente, um jogo de futebol, uma denncia de corrupo, uma catstrofe natural, um atentado terrorista, etc. Assim, quanto mais indito, fantstico e diferente o fato social, maior a probabilidade dele se transformar em notcia.

Espiral do silncio Histria

Estudos sobre a Espiral do Silncio comearam na dcada de 60. Essa teoria foi proposta epecificamente a partir das pesquisas da alem Elisabeth Noelle-Neumann sobre os efeitos dos meios de comunicao de massa. Na Alemanha, entre 1965 e 1972, durante as campanhas eleitorais Noelle-Neumann percebeu uma sbita mudana de opinio, dos eleitores, na reta final do processo de eleio. De acordo com seus estudos, ao mudar de opinio, os eleitores buscavam se aproximar das opinies que julgavam dominantes. A idia central desta teoria situa-se na possibilidade de que os agentes sociais possam ser isolados de seus grupos de convvio caso expressem publicamente opinies diferentes daquelas que o grupo considere como opinies dominantes. Isso significa dizer que o isolamento das pessoas, de afastamento do convvio social, acaba sendo a mola mestra que aciona o mecanismo do fenmeno da opinio pblica, j que os agentes sociais tm aguda percepo do clima de opinio. E esta alternncia cclica e progressiva que Noelle-Neumann chamou de Espiral do Silncio (LAGE, 1998, p. 16). Existe uma tendncia de acompanhar a opinio da maioria das pessoas, talvez por medo do fator isolamento, isto pelo fato de, em geral, a sociedade exigir uma certa conformidade com o tema em discusso. Este cenrio tem a finalidade de manter-se um mnimo de unidade para garantir coerncia.

O conceito da Teoria da Espiral do Silncio surgiu pela primeira vez em 1972, no 20 Congresso Internacional de Psicologia, em Tquio. Nesse congresso, vrios intelectuais participaram com papers, artigos, debates e diversas mesas. Uma das participantes foi a pesquisadora alem Noelle-Neuman que apresentou o paper Return to the concept of powerful mass media. Studies of broadcasting 9. No entanto, veio a pblico somente nos Estados Unidos em 1984, doze anos depois da primeira apresentao, em forma de livro e intitulado Espiral do Silncio. Para Noelle-Neuman, as pessoas tendem a esconder opinies contrrias ideologia majoritria (que ajuda a manter o status quo) e dificulta na mudana de hbitos, porque o pensamento hegemnico e linear, baseado no senso da maioria. Seria o senso comum? A opo pelo silncio, diz a pesquisadora alem, causada pelo medo da solido social, que se propaga em espiral e, algumas vezes, pode at esconder desejos de mudana presentes na maioria silenciosa. Esses desejos so sufocados pela espiral do silncio, pois que os indivduos so influenciados pelo que os outros dizem como tambm pelo que imaginam que eles poderiam dizer.Cada vez que algum se v com opinio contrria do grupo em questo, com medo de no ser receptivo, prefere o silncio solido. um livro * que precisa ser lido, interpretado e discutido pela maioria dos discentes, principalmente pelo estudante de jornalismo. A mudana, diz Noelle-Neuman, s ocorre se houver um sentimento de que ela j dominante, mas isso demora muito a acontecer, pois que depende da mdia. Observe o que a autora diz sobre essa questo:O resultado um processo em espiral que incita os indivduos a perceber as mudanas de opinio e a segui-las at que uma opinio se estabelece como atitude prevalecente, enquanto as outras opinies so rejeitadas ou evitadas por todos, exceo dos duros de esprito. Propus o termo espiral do silncio para descrever este mecanismo psicolgico. A mdia privilegia as opinies dominantes consolidando-as e ajudando-a, dessa forma, a calar as minorias (na verdade, maiorias) isoladas. Aqui, a teoria da espiral do silncio aproxima-se da teoria dos definidores primrios, pois ambas as teorias defendem que a tal prioridade causada pela facilidade de acesso de uma minoria privilegiada (fontes institucionais) aos veculos de informao, afirma Noelle-Neuman.Nesse sentido, a maioria silenciosa no se

expressa e nem ouvida pela mdia, o que leva concluso, diz Noelle-Neuman, de que o conceito de opinio pblica totalmente distorcido. A Teoria da Espiral do Silncio defende que os indivduos buscam a integrao social por meio da observao da opinio dos outros e procuram se expressar dentro dos parmetros da maioria para evitar o isolamento. Para Felipe Pena (2006)**, um exemplo tpico de espiral do silncio encontra-se no perodo de eleies: os candidatos que esto frente tendem a receber mais votos, pois a maioria entende que se ele est frente porque deve ter preferncia da maioria e, portanto, deve ser bom e merece ser eleito. A Teoria do Espiral do Silncio trabalha com trs mecanismos condicionantes, que juntos influenciam a mdia sobre o pblico, que no chega a ser to absoluta como na teoria hipodrmica, mas decisiva para consolidar os valores da classe dominante e formar a percepo da realidade. Os mecanismos so: 1) Acumulao: excesso de exposio de determinados temas na mdia; 2) Consonncia: forma semelhante como as notcias so produzidas e veiculadas; 3) Ubiqidade: presena da mdia em todos os lugares.

A Teoria do Espelho De acordo com esta teoria, as notcias de um bom jornalismo representam a realidade em sua forma fiel. Ou seja, ela acredita que o bom jornalismo consegue transmitir a realidade perfeitamente, como um espelho reproduz a imagem. A imparcialidade, aqui, vista como completamente possvel, pois cr que o jornalista , como um profissional honesto, um comunicador desinteressado. O que isso significa? Para a Teoria do Espelho, o jornalista no deixar que suas paixes polticas e toda a sua formao cultural interfiram na comunicao. Isso significa que nem mesmo a sua forma de ver o mundo, com seus conceitos de bom e mal, iro prejudicar a reportagem ou notcia. A Teoria do Espelho parte da prpria formao da sociedade capitalista democrtica, onde o princpio de imparcialidade sempre foi visto como fundamental para a livre circulao da informao na sociedade, vista como um direito do cidado. Da o princpio histrico do jornalismo em ser imparcial, se conter aos fatos, sem distorcer a verdade. Contestaes No entanto, os estudos de mdia e jornalismo mais recentes mostram ser impossvel que os jornalistas consigam, de fato, reproduzir a verdade como um todo. Isso porque a verdade pode variar de acordo com o conjunto de crenas culturais e valores sociais em que se encontra. Por exemplo, ser que a verdade para um muulmano a mesma para um cristo? Ser que a verdade para um capitalista a mesma para um socialista? Ou melhor, ser que a forma de ver o mundo para um trabalhador a mesma forma de ver o mundo para um empresrio? A resposta simples: no. Onde est verdade, ento? Podemos perceber, portanto, que a verdade no algo to simples. Muitas vezes, a verdade algo construdo ao longo da existncia de uma sociedade atravs de sua cultura.

Por isso, cada vez mais, a Teoria do Espelho rejeitada pelos estudiosos da rea, j que ela chega a ser inocente em sua crena.