teoria geral do processo cautelar aula 1

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Page 1: Teoria Geral Do Processo Cautelar AULA 1

Teoria Geral do Processo Cautelar

Artigos 796 a 812 CPC

1) Noções Gerais: Processo não tem um fim em si mesmo, é sempre um instrumento O processo é UNO, as divisões caracterizam-se pelo método pelo qual atua a

jurisdição Tutela Cognitiva Tutela Executiva Tutela Cautelar Observação: Ação Cautelar x Processo Cautelar x Medida Cautelar2) Dependência do Processo Cautelar Visa garantir a efetividade de outro instrumento Art. 796 – O processo cautelar pode ser instaurado antes ou depois do feito

principal mas é SEMPRE desde dependente O que se decide na cautelar é tão só a probabilidade do direito afirmado pelo

autor e se esse direito em face da demora di processo principal corre o risco de sofrer dano de difícil reparação

O que se decide no principal tem reflexo no cautelar – a recíproca não é verdadeira EXCETO – quando o juiz acolher alegação de decadência ou prescrição quanto ao direito do autor (artigo 810, 2ª parte)

3) Espécies de Medidas Cautelares Medidas especificas – artigo 813 e ss Poder Geral de Cautela – artigo 798 – medidas que julgar adequadas Ver também artigo 799 Medidas cautelar são classificadas em típicas ou nominadas E atípicas ou

inominadasOBSERVAÇÃO:

Medidas cautelares nominadas: Sobre bens Sobre provas Sobre pessoas

Guarda Satisfação de vontade

Medidas submetidas apenas ao regime cautelar Medidas cautelares inominadas

Suspensão de deliberações sociais Remoção cautelar de administradores Exercício provisório de servidão de passagem

4) Requisitos para concessão de medida cautelar Além das genéricas de qualquer ação, reclama requisitos específicos: Fumus

boni iuris e periculum in mora Divergência quanto a natureza dos requisitos:

Condições da ação – Liebman Configuram o interesse de agir – Frederico Marques Configuram a possibilidade jurídica do pedido – HTJ Constituem mérito da cautelar: Calmon Passos – Mérito carnelutiano:

pretensão manifestada pelo autor Objeto de cognição do juiz: matéria de processo, matéria da ação e

mérito5) Características das Medidas Cautelares Instrumentalidade

Page 2: Teoria Geral Do Processo Cautelar AULA 1

Provisoriedade Revogabilidade Autonomia técnica Modificabilidade Fungibilidade 6) Competência e Legitimidade no Processo Cautelar Autor e réu Há legitimação extraordinária Critério para fixação de competência: é funcional – logo ABSOLUTO EXCEPCIONALMENTE admite-se a propositura de AC no juízo onde estão bem

que se quer proteger – não há prevenção Medida interposta depois da interposição do recurso: competência do

Tribunal – artigo 800 PU – a AC será ajuizada diretamente no Tribunal – artigo 463

7) Ajuizamento da Cautelar Modalidades: Antecedente/ preparatória e incidental Cautelar ex officio – artigo 7978) Procedimento Comum Cautelar Procedimento comum – artigos 801 a 803 ( regula em caráter subsidiário os

procedimentos específicos nominados – artigos 813 a 889 Requisitos PI

Autoridade a quem é dirigida Qualificação das partes A lide e o seu fundamento Exposição sumária do direito ameaçado e o receio de lesão Provas que pretende produzir Valor da causa Requerimento de citação do réu Documentos indispensáveis à propositura Requerimento de liminar

Prazo para contestar: 5 dias Pedido liminar: antes da citação ou após a justificação prévia – desta decisão

cabe AI O prazo de resposta conta-se da juntada aos autos mo mandado de citação

ou do cumprimento da execução da medida cautelar Alem de contestar, poderá o requerido excepcionar o juízo ou juiz Não é cabível reconvenção A ausência de contestação implica em veracidade dos fatos alegados e

conseqüente julgamento antecipado da lide (art. 330 e 803)9) Sentença e Coisa Julgado no Processo Cautelar A sentença desafia o recurso de apelação Não a CJ material EXCETO se for acolhida alegação de prescrição e

decadência (artigo 810 2ª parte)10)Possibilidade de modificação ou revogação da cautelar Sua eficácia será conservada enquanto úteis ao processo A alteração ou revogação pode ser dar a qualquer tempo – artigo 80711)Causas de cessação da medida cautelar Dividem-se em naturais e anômalas

Normal: a cautelar cessa a sua finalidade Anômalas: revogação; modificação; o não ajuizamento de ação

principal no prazo de 30 dias (808, I); a não execução da medida no prazo de 30 dias do deferimento e a extinção do processo principal

Page 3: Teoria Geral Do Processo Cautelar AULA 1

12)Responsabilidade civil do requerente da medida cautelar Artigo 811 É hipótese de responsabilidade objetiva A indenização será o mais ampla possível: danos morais, materiais, lucros

cessantes e danos emergentes A instalação do feito cautelar dá-se por conta e risco do requerente

Sentença feito principal desfavorável Obtida liminarmente a medida cautelar,não promover a citação do

requerido no prazo de 5 dias Ocorrência de cessação da medida cautelar conforme hipóteses

artigo 808 (não propositura principal; não execução da medida cautelar e extinção da ação principal com ou sem resolução de mérito)

Acolhimento pelo juízo, no procedimento cautelar da prescrição ou decadência A liquidação será apurada nos autos do procedimento cautelar – artigo 811 PU

13) Intervenção de Terceiros no Processo Cautelar São descabidas: oposição, chamamento ao processo (cautelar não se presta

ao acertamento de direitos) Denunciação da lide: a princípio não é cabível, admissível, entretanto se

permitida no feito principal Assistência, nomeação à autoria e o recurso do terceiro prejudicado são

admissíveis no processo principal

OBSERVAÇÃO:

TRF2 - APELAÇÃO CIVEL: AC 155730 97.02.41653-1

Relator(a): Desembargador Federal POUL ERIK DYRLUNDJulgamento: 30/06/2004

Órgão Julgador: SEXTA TURMA

Publicação: DJU - Data::09/07/2004 - Página::237

PROCESSO CIVIL. CAUTELAR PREPARATÓRIA. ARTS. 806 E 808 DO CPC. NÃO INTERPOSIÇÃO DA AÇÃO PRINCIPAL NO PRAZO DE TRINTA DIAS. DECADÊNCIA DO DIREITO À CAUTELA. EXTINÇÃO POR AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL.

Ementa

PROCESSO CIVIL. CAUTELAR PREPARATÓRIA. ARTS. 806 E 808 DO CPC. NÃO INTERPOSIÇÃO DA AÇÃO PRINCIPAL NO PRAZO DE TRINTA DIAS. DECADÊNCIA DO DIREITO À CAUTELA. EXTINÇÃO POR AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL.

1) Trata-se de ação cautelar "preparatória de ação de ressarcimento", ao que se aplica, portanto, o disposto nos arts. 808, I e 806 do CPC, verbis: "Art. 808. Cessa a eficácia da medida cautelar: I -se a parte não intentar a ação no prazo estabelecido no art. 806; (...) Art. 806. Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da efetivação da medida cautelar, quando esta for concedida em procedimento preparatório." 2) A presente ação cautelar traz à tona inúmeras rubricas que não constam da ação principal, com exceção da URP. A propósito, veja-se que na ação principal questiona-se a inclusão, no teto constitucional, das rubricas previstas nos arts. 192 e 193, da Lei 8.112/90, bem como a URP reconhecida por decisão transitada em julgado. Entretanto, nesta ação outras são as rubricas, completamente distintas, não havendo referibilidade entre a causa de pedir próxima aqui veiculada e aquela constante da petição inicial do feito veiculador, em apenso, exceto a URP.

Fernando, 22/02/11,
Responsabilidade objetiva para o requerente da cautelar
Fernando, 22/02/11,
Cabe na cautelar, pq não discute mérito. É apenas uma correção de um dos pólos.
Fernando, 22/02/11,
Assistente simples (apêndice) – é um agregado. -Cabe na cautelar
Fernando, 22/02/11,
Se couber denunciação no principal, caberá na cautelar.
Fernando, 22/02/11,
Não cabe na cautelar porque não cabe acerto.
Fernando, 22/02/11,
Terceiro que não figura na relação originária. -tem oposição resistida e por isso não cabe na cautelar.
Page 4: Teoria Geral Do Processo Cautelar AULA 1

3) Assim, verifica-se que, à exceção da rubrica URP, operou-se a decadência do direito à cautela, uma vez que os autores não intentaram a ação principal, nos termos do art. 806 c/c 808 do CPC. Quanto à URP, trata-se de matéria já decidida pela sentença da ação principal, restando este ponto precluso, desde então, eis que contra ele nem no apelo daquela sentença se insurgiram os apelantes. 4) Com efeito, correto o Juízo a quo ao extinguir o processo, com fundamento na ausência de interesse processual. 5) Desprovejo o recurso.