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DIREITO EMPRESARIAL DIREITO EMPRESARIAL Fernanda de Paula Ferreira Moi

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DIREITO EMPRESARIAL

DIREITO EMPRESARIALFernanda de Paula Ferreira Moi

HISTORICO DO COMERCIO E DO DIREITO COMERCIAL

• HISTORIA DO COMERCIO E DO DIREITO COMERCIAL:

O Direito Comercial, enquanto ramo autônomo do Direito, surge, provavelmente na Idade Média. Para Tullio Ascarelli, por exemplo, foi durante o Medievo que o Direito Comercial teve seu surgimento (ASCARELLI apud COMPARATO, Revista dos Tribunais, 103/87, jul./set. 1996). No entanto, a historia do comercio, de um modo geral, remonta a períodos históricos mais remotos.

HISTORICO DO COMERCIO E DO DIREITO COMERCIAL - FASES DO DIREITO COMERCIAL

• PRIMEIRA FASE (secs. XII a XVI) - mercados e trocas: neste primeiro momento, vivenciamos um direito de classe, ou seja, um direito dos comerciantes, por eles produzido e para eles dirigido. Neste contexto histórico, para se caracterizar o destinatário deste ramo do Direito, utilizava-se o critério subjetivo, presenciando-se a ascensão e fortalecimento das corporações de oficio. É traço marcante desse período o comercio ser itinerante, o que imprime ao Direito Comercial seu aspecto cosmopolita. São institutos surgidos nesse período e ainda hoje utilizados: Letra de Cambio, Nota Promissoria, Contrato de Seguro, Sociedades Marítimas.

HISTORICO DO COMERCIO E DO DIREITO COMERCIAL - FASES DO DIREITO COMERCIAL

• SEGUNDA FASE (sécs. XVII e XVIII) - mercantilismo e colonização: neste contexto histórico presenciamos o surgimento do Estado nação, a expansão colonial e o surgimento das primeiras Sociedades Anônimas. Embora com a alteração no plano político-econômico, o critério usado para definir o destinatário do Direito Comercial continuava sendo o criterio subjetivo.

HISTORICO DO COMERCIO E DO DIREITO COMERCIAL - FASES DO DIREITO COMERCIAL

• TERCEIRA FASE (séc. XIX) - liberalismo econômico / Teoria dos Atos de Comercio (TAC): em 1806 a promulgação do Código Comercial napoleônico rompe com o critério subjetivo e adota-se o critério objetivo. A partir deste momento, passas-se a adotar a Teoria dos Atos de Comercio, ou seja, considera-se comerciante aquele que pratica atos de comercio. Assim, supera-se a ideia de um direito dos comerciantes para um direito dos atos de comercio. Durante esse período histórico presenciamos o surgimento da Sociedade Limitada, tipo societário mais utilizado hoje, em nosso país.

HISTORICO DO COMERCIO E DO DIREITO COMERCIAL - FASES DO DIREITO COMERCIAL

• QUARTA FASE (atualidade) - Direito de Empresa: a partir de 1942, com a promulgação do Código Civil italiano, ingressamos na era do chamado Direito Empresarial, que se utiliza do critério da empresarialidade para definir o destinatário desse ramo próprio do Direito. O direito de empresa, surgido na Italia do inicio sec. XX, foi adotado por nosso ordenamento jurídico com a promulgação do Código Civil, em 2002.

• O Código Civil italiano não trouxe o conceito de empresa, ficando, isso, a cargo da doutrina. Deste modo, Alberto Asquini, com sua teoria poliédrica, caracteriza o que seja empresa a partir de quatro perfis distintos que se complementam. São eles: a) perfil subjetivo; b) perfil objetivo; c) perfil funcional; d) perfil corporativo.

QUESTÃO DE PROVA

(PROCURADOR/PGE-ES/2008 - CESPE) Acerca do direito de empresa, julgue o item a seguir como Verdadeiro (V) ou Falso (F): “A empresa é uma atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços, e, se legalmente constituida, adquire capacidade jurídica, tornando-se, portanto, investida de direitos e obrigacoes”.

QUESTÃO DE PROVA(TRF - 4ª Região / Magistratura - 2009 - ADAPTADA): Analise os itens a seguir e assinale a alternativa correta: I. A empresa é uma atividade exercia pelo empresario, não pressupondo a existência de uma pessoa juridica, podendo, ser exercida pelo empresário unipessoal. II. A sociedade simples distingui-se da empresaria pois naquela inexiste a organização dos fatores de producao. III. Podem ser empresários os menores de 18 anos. IV. Ha identidade entre os conceitos de empresário e sócio de sociedade empresaria.

a) Estão corretas apenas as assertivas I e IV.

b) Estão corretas apenas as assertivas II e III.

c) Estão corretas apenas as assertivas I, II e III.

d) Estão corretas todas as assertivas.

FONTES DO DIREITO COMERCIAL

• FONTES PRIMARIAS: a) Constituição Federal; b) Código Civil; c) Código Comercial (na parte ainda vigente); d) leis comerciais em geral.

• FONTES SECUNDARIAS: a) a analogia; b) os costumes; c) os princípios gerais de Direito.

• OBSEVAÇÃO: os Enunciados das Jornadas de Direito Civil e Direito Comercial da CJF são entendimentos sobre determinados assuntos relevantes. Embora venham ganhando importância doutrinaria e jurisprudencial, atenção: caso o enunciado da questão não peça este posicionamento, a resposta deve ser de acordo com o preceito legal.

QUESTÃO DE PROVA(CESPE/DP DF 2001) O direito comercial provém das práticas tradicionais e do direito consuetudinário utilizados pelos antigos comerciantes medievais. Por isso, ainda hoje, mantém-se o prestígio dos usos e costumes entre suas normas. Muitos dos costumes adotados, até mesmo os atinentes às obrigações comuns dos comerciantes, foram paulatinamente transformados em lei e, depois, sistematizados em um código. Acerca dos costumes comerciais e das obrigações comuns dos comerciantes, julgue os itens a seguir.6. Os usos e costumes comerciais são regras subsidiárias do direito comercial e não se devem opor a dispositivos legais imperativos ou de ordem pública.7. Os usos e costumes comerciais devem ter teor e vigência provados por quem os invoca em juízo, se assim determinar o juiz.8. Deve o juiz comunicar à junta comercial da região os costumes comerciais invocados e aplicados em juízo, para fins de registro em livro próprio.9. Seguir ordem uniforme de contabilidade e escrituração não é obrigação comercial regida pelo direito comercial; no entanto, é obrigação exigível dos comerciantes por força do direito tributário.

PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL

• Princípio da livre iniciativa (art. 1º, IV e art. 170, caput, CF);

• Principio da livre concorrência (art 170, IV, CF);

• Princípio da função social da empresa (art. 170, III, CF);

• Princípio da preservação da empresa (Lei 11.101/2005 e CC, art. 974)

O EMPRESÁRIO • O art. 966, CC, nos traz o conceito de empresario, ou seja, aquele que

exerce profissionalmente uma atividade economicamente organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços.

• O paragrafo unico, do mesmo artigo, traz as exceções de quem não se considera empresario, ou seja, aqueles que prestam um serviço especifico, de natureza artística, cientifica ou literaria, ainda que com a colaboração de terceiros.

• O que define a natureza jurídica da atividade (empresaria ou não empresaria) é o elemento de empresa.

• O empresário pode ser pessoa natural (empresario individual) ou pessoa jurídica (sociedade empresaria), bem como ser uma empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI).

QUESTÃO DE PROVA(Procurador/MPT/2009) Assinale a alternativa incorreta:

a) Empresário é definido na lei como profissional exercente de atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou servicos.

b) Empresa é atividade, cuja marca essencial é a obtenção de lucros com o oferecimento ao mercado de bens ou serviços, gerados estes mediante a organização dos fatores de produção (força de trabalho, matéria prima, capital e tecnologia).

c) As cooperativas não estão sujeitas à falência e não podem pleitear a recuperação judicial.

d) O empresário pode ser pessoa física ou juridica e, em ambas as hipóteses, denominam-se de sociedade empresaria.

e) Não respondida.

• O CC, em seu art. 967, nos informa sobre a obrigatoriedade da inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis antes do inicio de suas atividades. Ressalte-se que a sua inscrição não o caracteriza enquanto empresário, mas regulariza o exercício de sua atividade. Para a sociedade empresaria, alem da regularização, a partir do momento do arquivamento de seus atos constitutivos, haverá a aquisição de personalidade jurídica propria.

• Para o empresário por natureza, a inscrição tem natureza jurídica declaratória. Já, para o empresário por equiparação (produtor rural), a natureza jurídica será constitutiva (art. 971, CC).

QUESTÃO DE PROVA(Procurador/PGERS/2010 - FUNDATEC) Assinale a alternativa correta:

a) Toda sociedade é uma pessoa jurídica.

b) Toda pessoa jurídica é uma sociedade.

c) Toda sociedade, constituída na forma da lei, adquire personalidade juridica.

d) Nem toda sociedade, constituída na forma da lei, adquire personalidade jurídica.

e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.

EMPRESÁRIO INDIVIDUAL• De acordo com art. 972, o empresário deve ser capaz e sem impedimentos legais.

Ressalte-se que tais termos NÃO são sinônimos.

• Deste modo, para se iniciar a exploração de atividade economicamente organizada, deve o empresário contar com 18 anos completos (art. 974), salvo nos casos de incapacidade superveniente.

• Além de estarem em pleno gozo de sua capacidade civil, devem ser, ainda, não serem legalmente impedidos, ou seja, aqueles que, por força de lei, não podem ser empresários individuais ou administradores de sociedades empresarias (art. 1011, §1º, CC). São eles: a) agentes políticos, b) servidores públicos federais, c) falidos e condenados por crime falimentar, d) penalmente proibidos, e) estrangeiros.

• IMPORTANTE: os impedidos respondem pelas obrigações contraídas quando exercerem a empresa, de acordo com art. 973, CC.

• Importante a redação do Enunciado 197 da Jornada de Direito Civil, CJF: “A pessoa natural, maior de 16 e menor de 18 anos, é prestada empresário regular se satisfizer os requisitos dos arts. 966 e 967; todavia, não tem direito a concordata preventiva, por não exercer a atividade por mais de dois anos”.

• Com a promulgação da Lei n. 11.101 não há mais que se falar em concordata (preventiva ou suspensiva) em nosso ordenamento juridico, mas sim em recuperação judicial - art. 48, LRF.

QUESTÃO DE PROVA(Juiz/TRT11/2007 - FCC) Determinada pessoa física exercia atividade empresarial e, em determinado momento, se torna incapaz para os atos da vida civil. Nesse caso, a continuidade do exercício da empresa

a) pode ser efetuada por mandatário judicial.

b) é ilegal.

c) depende de autorização judicial.

d) pode ser efetuada por curador, independentemente de autorização judicial.

e) é possível por intermedio dos sócios do empresario.

EMPRESARIO CASADO• O empresário casado pode constituir sociedade com seu cônjuge ou com

seu cônjuge e terceiro(s) dependendo do regime de casamento (art. 977).

• No entanto, se o cônjuge for sócio de sociedade, para a alienação de bens imóveis da sociedade, não se faz necessária a outorga conjugal, independentemente do regime de casamento adotado (art. 978).

• ATENÇÃO: caso sejam casados e sócios de sociedade, nesse caso, por força do disposto no art. 1015, caso um deles exerça a administração da sociedade, para a alienação de bens imóveis da sociedade, que não compõem o objeto explorado, deverá haver a autorização do outro, NÃO POR SEREM CASADOS, mas por serem sócios.

(XVII Exame da OAB-2015) Paulo, casado no regime de comunhão parcial com Jacobina, é empresário enquadrado como MEI. O varão pretende gravar com hipoteca o imóvel onde está situado seu estabelecimento, que serve exclusivamente aos fins da empresa. De acordo com o Código Civil, assinale a opção correta:

a) Paulo pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, gravar com hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento.

b) Paulo nao pode, sem outorga conjugal, gravar com hipoteca os bens imóveis que integram o seu estabelecimento, salvo no regime de separação de bens.

c) Paulo, qualquer que seja o regime de bens, depende de outorga conjugal para gravar com hipoteca os imoveis que integram o seu estabelecimento.

d) Paulo pode, sem necessidade de outorga conjugal, gravar com hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento, salvo no regime da comunhão universal.

REGISTRO• Antes do início da exploração da atividade empresarial deve o empresário

se registrar no Registro Publico de Empresas Mercantis, a cargo das Juntas Comerciais, de acordo com art. 967. Os artigos 968 e 969 disciplinam a forma de se efetuar a respectiva inscrição.

• O art. 970 cuida do tratamento favorecido e diferenciado para o pequeno empresario, o que encontra fundamento no art. 170, IX, CF.

• Por fim, o art. 971 faculta, ao produtor rural, a inscrição no Registro Publico de Empresas Mercantis. Esse artigo é alvo de duras criticas por falar em produtor rural, e não em pequeno produtor rural, e deve ser objeto de atenção, por parte do aluno, no momento de se responder questões de prova.

• Por força do disposto no art. 971, CC, a natureza jurídica do registro, para o produtor rural, é constitutiva, e não declaratoria, como para o empresário por natureza. Esse é o entendimento expresso no En. 202 da Jornada de Direito Civil da CJF:”o registro do empresário ou sociedade rural na Junta Comercial é facultativo e de natureza constitutiva, sujeitando-se ao regime jurídico empresarial. É inaplicável esse regime ao empresário ou sociedade rural que não exercer tal opção”.

• Embora o registro do empresário e sociedade empresaria se configure como uma imposição legal (art. 967), esse registro não é elemento caracterizador do empresario, mas somente regularizador, entendimento esse reforçado pelos Enunicados n. 198 e 199 das Jornadas de Direito Civil da CJF.

A Lei de Registro Publico de Empresas Mercantis Lei n. 8934/1994

• SINREM - Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis.

• DREI (antigo DNRC) - Departamento de Registro Empresarial e Integração.

• JC - Juntas Comerciais.

• DREI - autarquia federal.

• JC - órgãos estaduais - dupla subordinação: hierárquica e técnica.

• STJ - "Portanto, quando se tratar de demanda que envolve apenas questões particulares, como conflitos societários, a competência será da Justiça Estadual, ainda que no processo esteja sendo discutido um ato ou registro praticado pela Junta Comercial”. (RAMOS: 2017, 78)

(RAMOS 80) RAMOS, André Luiz Cruz. Direito Empresarial, 7ª edição. Método, 03/2017. VitalBook file.

Atos de registro• São atos de registro praticados pelas Juntas comerciais (art. 32, Lei n. 8934):

a) matrícula dos auxiliares do comercio; b) arquivamento; c) autenticação.

• Observação: De acordo com o art. 39 da Lei 8.934/1994, “as juntas comerciais autenticarão: I – os instrumentos de escrituração das empresas mercantis e dos agentes auxiliares do comércio; II – as cópias dos documentos assentados”. É preciso atentar, porém, para o que preveem os arts. 39-A e 39-B, inseridos pela Lei Complementar 147/2014: “a autenticação dos documentos de empresas de qualquer porte realizada por meio de sistemas públicos eletrônicos dispensa qualquer outra” (art. 39-A); e “a comprovação da autenticação de documentos e da autoria de que trata esta Lei poderá ser realizada por meio eletrônico, na forma do regulamento” (art. 39-B).

(RAMOS 82) RAMOS, André Luiz Cruz. Direito Empresarial, 7ª edição. Método, 03/2017. VitalBook file.

Estrutura das Juntas Comerciais

• De acordo com o art. 9.º da Lei 8.934/1994, a Junta Comercial se organiza da seguinte forma: “I – a Presidência, como órgão diretivo e representativo; II – o Plenário, como órgão deliberativo superior; III – as Turmas, como órgãos deliberativos inferiores; IV – a Secretaria-Geral, como órgão administrativo; V – a Procuradoria, como órgão de fiscalização e de consulta jurídica”.

(RAMOS 83) RAMOS, André Luiz Cruz. Direito Empresarial, 7ª edição. Método, 03/2017. VitalBook file.

• Os membros da Junta Comercial que decidem sobre os atos de registro e compõem as Turmas e o órgão plenário são chamados de vogais. Segundo o art. 11, caput, da referida lei, “os vogais e respectivos suplentes serão nomeados, no Distrito Federal, pelo Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e nos Estados, salvo disposição em contrário, pelos governos dessas circunscrições (…)”. O vogal e seu suplente têm mandato de 04 (quatro) anos, permitida apenas uma recondução (art. 16 da Lei 8.934/1994).

• As Turmas são compostas de 03 (três) vogais, não participando o Presidente e o Vice-Presidente da Junta Comercial, que possuem atribuições específicas, previstas, respectivamente, nos arts. 23 e 24 da Lei 8.934/1994.

RAMOS, André Luiz Cruz. Direito Empresarial, 7ª edição. Método, 03/2017. VitalBook file.

Processo Decisorio e Processo Revisional

• Processo Decisório: artigos 41 e 42, Lei n. 8934/1994 - decisão singular ou colegiada.

• Processo Revisional: artigos 44 a 51, Lei n. 8934/1994 - a) pedido de reconsideração; b) pedido de recurso ao Plenário; c) Recurso ao Ministro da Industria, do Comercio e do Turismo.

EIRELI

• Lei n. 12.441/2011;

• Código Civil, artigos 980-A, 44-A, parágrafo único 1033.

• Empresario individual de responsabilidade limitada ou sociedade unipessoal?

• En. 3 das Jornadas de Direito Comercial, CJF: “A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) não é sociedade unipessoal, mas um novo ente, distinto da pessoa do empresário e da sociedade empresária”.

Características e Requisitos

• IN/DREI 10/2013 - formada por uma pessoa física (Instrução Normativa DREI 38/2017 - possibilidade de pessoa jurídica ser titular de EIRELI);

• Capital social de no mínimo 100 salários mínimos;

• Uma pessoa não pode ser titular de mais de uma EIRELI;

• Nome empresarial: firma ou denominação.

(CESPE – TJ-DFT – Juiz – 2016) A respeito da empresa individual de responsabilidade limitada, assinale a opção correta. (A) A empresa individual de responsabilidade limitada não pode resultar da

concentração das quotas de outra modalidade societária em um único sócio.(B) A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade

limitada pode figurar em outras pessoas dessa espécie.(C) A expressão “EIRELI” deve compor o nome empresarial, devendo constar

após a firma ou denominação social da empresa.(D) O capital social desse tipo de empresa não pode ser superior a cem vezes

o maior salário mínimo vigente no País.(E) Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que

couber, as regras previstas para as sociedades simples.

ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

• De acordo com o art. 1142(CC), considera-se estabelecimento empresarial o complexo de bens, material e imaterial, reunidos pelo empresário para a exploração da empresa.

• Atualmente, entende-se que o estabelecimento tem natureza jurídica de universalidade de fato.

• Deste modo, pode ser objeto de negocio jurídico.

Trespasse

• Conceitua-se trespasse como o contrato de al ienação do estabelecimento empresaria. Para que seja oponível a terceiros, deve ser arquivado na JC e publicado na imprensa oficial (art. 1144).

• Quando o trespasse é regular, o adquirente responde pelas obrigações anteriormente contraídas, desde que devidamente escrituradas (art. 1146 - sucessão empresarial). Todavia, o alienante permanece solidariamente responsáveis pelo prazo de um ano, a partir da escrituração, quanto às obrigações vencidas e, para dividas vincendas, a partir do seu vencimento.

Atenção !

• Enunciado n. 59, Jornada de Direito Comercial, CJF: "A mera instalação de um novo estabelecimento, em lugar antes ocupado por outro, ainda que no mesmo ramo de atividade, não implica responsabilidade por sucessão prevista no art. 1.146 do CCB”.

Questão de prova

• (Procurador/PGE-ES/2008 - CESPE) Acerca do direito de empresa, julgue o item a seguir como Certo ou Errado. “Se um estabelecimento for alienado, o adquirente assumirá a responsabilidade, perante os credores da empresa, pelas dividas devidamente contabilizadas na data da alienação, e o alienante ficará solidariamente responsável com o adquirente pelas dividas vencida e vincendas contabilizadas na data da alienação, pelo prazo de um ano”.

Clausula de não concorrência

• É vedado, por força do art. 1147, CC, a concorrência, entre alienante e adquirente, pelo prazo de cinco anos, salvo se houve cláusula expressa autorizando tal concorrência.

Proteção ao ponto empresarial - locação empresarial

• O ponto empresarial é um dos elementos mais importantes do estabelecimento empresarial, uma vez que é o local onde se explora a atividade empresarial e que se caracteriza como centro de referencia para os consumidores daquele determinado produto ou serviço. Deste modo, desde que preenchidos os requisitos previstos em lei nasce, para o locatário, o direito de inerência ao ponto e, com isso, o direito à ação compulsória do contrato de aluguel - art. 51, I, II e III, Lei n. 8245/1991.

• O prazo, decadencial, para a propositura de referida ação é de um ano, no maximo, a seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do contrato (§5º, art. 51)

• O locador pode, com base nas hipóteses previstas em lei, requerer seu imóvel, sem ferir o direito de inerência ao ponto conquistado pelo locatário.

• As materias que podem ser alegadas em sede de contestação também encontram-se elencadas em Lei.

• Artigos 52 e 72, Lei n. 8245/1991.

QUESTÃO DE PROVA(Magistratura Rondônia – PUC/PR/2011) Dadas as assertivas abaixo, assinale a única CORRETA:(A) Na omissão de contrato de trespasse de estabelecimento empresarial, pode ser aberto pelo vendedor estabelecimento empresarial idêntico ao vendido no mesmo ramo e local, desde que observado o prazo de não concorrência/restabelecimento de 4 (quatro) anos previsto em lei.(B) Em contrato de trespasse de estabelecimento empresarial, a cláusula que prevê que a responsabilidade por débitos tributários anteriores à data da compra e venda é exclusiva do vendedor é ineficaz perante o Fisco, pois, de acordo com a lei (CTN), pode haver responsabilidade solidária (direta ou subsidiária) do comprador, por sucessão, pelos tributos relativos ao estabelecimento adquirido, ainda que decorrentes de fatos geradores anteriores ao trespasse do estabelecimento.(C) A clientela integra o conceito de estabelecimento empresarial. É um de seus elementos, fazendo parte do patrimônio empresarial.(D) Considerando o disposto na lei, tendo um empresário A celebrado contrato de trespasse de estabelecimento empresarial com um empresário B, referente a uma farmácia, é correto afirmar que o primeiro ficará impedido de abrir qualquer outra espécie de estabelecimento, ainda que em ramo de atividade diverso, na mesma área de atuação do estabelecimento objeto do trespasse.(E) O contrato pelo qual uma pessoa adquire de outra quotas ou ações de uma sociedade empresária chama-se contrato de trespasse de estabelecimento empresarial.

NOME EMPRESARIAL

• Nome empresarial é aquele que identifica o sujeito que explora a atividade economicamente organizada (art. 1155, CC) e possui duas espécies, quais sejam: firma (formada através do nome civil do empresário individual ou sócio/ sócios da sociedade empresaria) e denominação (formado através do elemento fantasia).

Princípios

• O nome empresarial é regido pelos princípios da novidade e veracidade. Pelo princípio da novidade, deverá se acrescentar designação que o distinga do que já se encontra registrado (art. 1163, CC).

• A sua proteção encontra-se limitada à unidade federativa da Junta Comercial onde foi realizado seu registro, sendo assegurado seu uso exclusivo naquela determinada circunscrição territorial.

Natureza Jurídica

• Art. 1164, CC: natureza personalíssima, não podendo, assim, ser alienado. Todavia, é permitido ao adquirente o uso do nome do alienante, precedido de seu próprio, com a qualificação sucessor.

Firma

• Nome empresarial formado pelo nome civil, por extenso ou abreviado do empresario individual ou do sócio, ou sócios, de sociedade empresaria. O uso da firma é obrigatório para o empresário individual e para as sociedades onde os sócios tenham responsabilidade solidaria pelas obrigações contraídas.

Denominação

• Nome empresarial formado pelo elemento fantasia. Usado, obrigatoriamente, pela Sociedade Anônima.

• A sociedade limitada pode optar pelo uso da firma ou denominação.

Atenção!• Para formação do nome empresarial, além do nome civil (firma) ou

elemento fantasia (denominação) deve-se acrescentar o objeto explorado, tipo societário e, se se enquadrar como microempresa ou empresa de pequeno porte, ME ou EPP, bem como EIRELI, nos casos de empresa individual de responsabilidade limitada.

• A omissão do tipo societário adotado acarreta a solidariedade da responsabilidade para os sócios.

• Quando se trata de uma Sociedade Anônima, pode-se utilizar o termo Companhia, por extenso ou abreviado, somente no início do nome empresarial, sendo vedado o uso do tipo societário ao final.

Questão de prova(Magistratura/MG – VUNESP – 2012) No que diz respeito ao empresário individual, assinale a alternativa correta.(A) Não é pessoa jurídica e pode ingressar em juízo em nome próprio.(B) É pessoa jurídica e não pode ingressar em juízo em nome próprio.(C) Não é pessoa jurídica e pode ingressar em juízo em nome próprio, mas, para tanto, exige-se que tenha CPF (Cadastro de Pessoas Físicas) e não CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas).(D) É pessoa híbrida e, para que ingresse em juízo, é necessário que outorgue duas procurações, uma em nome da pessoa física e outra em nome da empresa.

ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL E LIVROS EMPRESARIAIS

• O empresário individual e as sociedades empresárias devem manter sistema contábil, com base na escrituração uniforme de seus livros e levantar, anualmente, o balanço patrimonial e o resultado econômico (art. 1179). Desta obrigatoriedade está dispensado o pequeno empresário.

Livros Empresariais

• Além dos livros exigidos por lei, o livro Diário é indispensável, podendo ser, todavia, substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. Estas, entretanto, não dispensam o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do resultado econômico (art. 1180).

• Os livros obrigatórios devem ser autenticados antes de postos em uso, sendo que no livro Diário serão lançadas, de forma individualizada, clara e precisa, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa (art. 1184)

Exibição dos livros contabeis• De acordo com o art. 1190, os livros empresariais são protegidos pelo

princípio do sigilo, sendo que, salvo nas hipóteses previstas em lei, nenhuma autoridade poderá fazer ou ordenar diligencia para verificar se o empresário ou sociedade empresária observam, ou não, as formalidades previstas em lei.

• No entanto, poderá haver a exibição total (art. 1191, CC e art. 420, CPC) ou parcial (art. 421, CPC).

• As entidades fazendárias, por sua vez (art. 1193), poderão ter acesso total ou parcial aos documentos contábeis no exercício da fiscalização do pagamento dos impostos devidos.

QUESTÃO DE PROVA(Auditor Fiscal/SEFAZ-ES/2013 - CESPE) Com relação aos livros do empresário e sua escrituração, assinale a opção correta:

a) O empresário e a sociedade empresária são obrigados a adotar um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o do resultado econômico.

b) O livro diário é obrigatório a todos os empresários, podendo, contudo, ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica.

c) Os livros comerciais regularmente inscritos não podem ser utilizados como prova contra o empresário que os tenha escriturado.

d) Os livros comerciais podem ser analisados, sem nenhuma restrição, pelas autoridades fazendárias.

e) O juiz ou tribunal competente pode autorizar a exibição integral dos livros e papeis de escrituração empresarial quando for necessária para a resolução de qualquer questão de caráter patrimonial.