teoria clp

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Controlador Lógico Programável - Conceitos 1 O Controlador Lógico Programável, CLP ou simplesmente CP, tem revolucionado os comandos e controles industriais desde o seu surgimento na década de 70. Antes do surgimento dos CPs, as tarefas de comando e controle de máquinas e processos industriais eram feitas por relés eletromagnéticos, especialmente projetados para este fim e que ainda hoje se parecem bastante com o dispositivo eletromecânico inventado por Samuel F.B. Morse em 1836. O primeiro CLP surgiu na indústria automobilística, que até então usava relés eletromagnéticos para controlar operações seqüenciadas e repetitivas numa linha de montagem. Era composto de circuitos eletrônicos montados com componentes semi- condutores como transistores, CIs, etc. Evolução dos CLPs Os CLPs foram projetados, inicialmente, para substituir os sistemas de controle por relés e limitavam-se a aplicações em máquinas e processos de operações repetitivas. Com a evolução tecnológica dos microprocessadores, os CLPs ampliaram suas funções aumentando consideravelmente sua capacidade e flexibilidade operacionais. O ciclo evolutivo dos Controladores Programáveis está apresentado a seguir.

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  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    O Controlador Lgico Programvel, CLP ou simplesmente CP, tem revolucionado os comandos e controles industriais desde o seu surgimento na dcada de 70. Antes do surgimento dos CPs, as tarefas de comando e controle de mquinas e processos industriais eram feitas por rels eletromagnticos, especialmente projetados para este fim e que ainda hoje se parecem bastante com o dispositivo eletromecnico inventado por Samuel F.B. Morse em 1836. O primeiro CLP surgiu na indstria automobilstica, que at ento usava rels eletromagnticos para controlar operaes seqenciadas e repetitivas numa linha de montagem. Era composto de circuitos eletrnicos montados com componentes semi-condutores como transistores, CIs, etc. Evoluo dos CLPs Os CLPs foram projetados, inicialmente, para substituir os sistemas de controle por rels e limitavam-se a aplicaes em mquinas e processos de operaes repetitivas. Com a evoluo tecnolgica dos microprocessadores, os CLPs ampliaram suas funes aumentando consideravelmente sua capacidade e flexibilidade operacionais. O ciclo evolutivo dos Controladores Programveis est apresentado a seguir.

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    Com o avano da tecnologia e consolidao da aplicao dos CLPs no controle de sistemas automatizados, freqente o desenvolvimento de novos recursos aos mesmos, como por exemplo o Servidor de Internet Embarcado Web Server, que permitem acesso remoto, de qualquer lugar do planeta, para visualizao e interao em um processo.

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    CARACTERSTICAS GERAIS DE UM CLP Um CLP apresenta as seguintes caractersticas: Hardware e/ ou dispositivo de controle de fcil e rpida programao ou

    reprogramao, com a mnima interrupo na produo. Capacidade de operao em ambiente industrial sem o apoio de equipamentos ou de

    hardware especficos. Sinalizadores de estado e mdulos tipo plug-in de fcil manuteno e substituio. Hardware ocupando espao reduzido e apresentando baixo consumo de energia. Possibilidade de monitorao do estado e operao do processo ou sistema, atravs

    da comunicao com computadores. Compatibilidade com diferentes tipos de sinais de entrada e sada. Capacidade de alimentar, de forma contnua ou chaveada, cargas que consomem

    correntes de ate 2A. Hardware de controle que permite a expanso dos diversos tipos de mdulos, de

    acordo com a necessidade. Custo de compra e instalao competitivo em relao aos sistemas de controle

    convencionais. Possibilidade de expanso da capacidade de memria. Atualmente, os CLPs apresentam as seguintes caractersticas tcnicas em termos de hardwares e softwares: Hardware Maior velocidade de varredura, devido utilizao de tecnologia bit-slice e

    microprocessadores de 16 a 32 bits. Mdulos de entrada e sada de alta densidade, possibilitando baixo custo e espaos

    reduzidos. Mdulos inteligentes, microprocessados, que permitem controles descentralizados

    (mdulo PID, comunicao ASCII, posicionadores, emissores de relatrio, etc.). Interligao com mdulos perifricos que permitem ao operador interfacear,

    armazenar e documentar as informaes do processo.

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    Software Utilizao de linguagem de programao de alto nvel, permitindo grandes flexibilidade

    de programao quando da utilizao de perifricos. Representao do programa em diagrama de contatos, diagrama de blocos funcionais

    e lista de instruo. Diagnsticos e deteco de falhas na monitorao de mquinas e processos. Introduo da matemtica de ponto flutuante, tornando possvel o desenvolvimento de

    clculos complexos. Os sistemas de controle baseados em CLPs so aplicados nas mais diferentes reas, a saber: Petroqumica Aeronutica Refinarias Minerao (ouro, carvo, minrio de ferro, etc.) Madeireiras Indstrias de embalagens Fbrica de vidro Fbrica de borracha Indstrias de produtos alimentcios Programa espacial Usinas hidroeltricas Fbricas de automveis Indstrias de plsticos Parque de diverses Transportadoras, etc.

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    ESTRUTURA BSICA DE UM CLP

    A estrutura bsica de um CLP tem sua origem no hardware bsico de um computador. Podemos afirmar que um CLP um computador para aplicaes especficas, pois utiliza a mesma Unidade Central de Processamento (UCP) de um computador comum, acrescida de uma fonte de alimentao com timas caractersticas de filtragem/estabilizao, interface E/S imune a rudos e de um invlucro para aplicaes industriais. O diagrama de blocos ilustra a estrutura bsica de um CLP.

    Estrutura A operao simplificada de um CLP pode ser assim representada :

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    Parte Funo

    1 Processador do CLP efetuando a leitura contnua dos estados no mdulo de entrada e a atualizao da tabela imagem das entradas.

    2 Processador do CLP executando continuamente o programa lgico do usurio, baseado na tabela imagem das entradas.

    3 Processador do CLP atualizando continuamente a tabela imagem das sadas, baseado na soluo do programa lgico do usurio.

    4 Processador do CLP ativando ou desativando continuamente os estados dos mdulos de sada de acordo com a tabela (imagem das sadas).

    Veja Animao Estrutura de um CLP

    Unidade 1: CLP > Animaes > Estrutura do CLP

    Nos CLPs, o processador identifica o hardware do qual a Unidade Central de Processamento (UCP) faz parte.

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    Nos computadores, a UCP identifica o hardware do processador central. Processador O processador identifica a parte do CLP responsvel pela execuo de todas as suas

    funes.

    O processador de um CLP assemelha-se UCP de um computador quanto concepo

    do hardware, pois ambos compem-se de blocos funcionais similares.

    O processador tem a funo de coletar os dados enviados pelos mdulos de entrada

    assim como selecionar os dados previamente armazenados, efetuando o processamento

    dos mesmos de acordo com o programa do usurio.

    O Resultado Lgico destas Operaes (RLO) ser posteriormente enviado para os

    mdulos de sada.

    Com exceo dos dispositivos perifricos, os sistemas representados nas figuras a seguir

    parecem idnticos. A diferena entre um CLP e um computador a forma como o

    microprocessador (UCP) foi configurado e programado.

    Diagrama funcional simplificado de um computador.

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    Diagrama funcional simplificado de um CLP

    Um CLP baseado no microprocessador 6800, por exemplo, tem o seu processador

    configurado para executar operaes programadas em linguagem de alto nvel, como a

    linguagem de contatos de rel. Um computador baseado no mesmo microprocessador

    ter a sua UCP configurada para executar operaes programadas em linguagem Basic,

    por exemplo.

    Unidade Central de Processamento (UCP) A UCP parte integrante de todos os CLPs, independente do seu tamanho. A UCP normalmente composta por um microcomputador de uso comercial das famlias

    Z80, 8080, 8085, 6800 ou 9900. Alguns fabricantes de CLPs utilizam microprocessadores

    dedicados, isto , projetados para aplicaes especficas (8031).

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    A estrutura, a seguir, ilustra os blocos funcionais que compem um microprocessador tpico.

    Parte Funo

    ULA o bloco de maior importncia dentro de um microprocessador, pois atua como uma mquina de somar poderosssima, cujas teclas so impulsos eltricos gerados nos blocos de temporizao/controle e decodificador de instrues.

    Decodificador de instrues

    As instrues e comandos programados na memria do usurio contida no processador sero interpretadas pelo decodificador de instrues do microprocessador de acordo com os parmetros de tempo e controle.

    Temporizao e controle Aps a decodificao, o bloco de temporizao e controle em conjunto com o bloco decodificador de instrues emitir a seqncia correta de sinais eltricos para o bloco ULA e outros elementos externos, a fim de que se iniciem as aes de processamento necessrias execuo da presente instruo.

    Veja Animao Unidade Central de Processamento

    Unidade 1: CLP > Animaes > Unidade Central de Processamento

    Alm de efetuar operaes de soma, a Unidade Lgica Aritmtica (ULA) tem por funo

    tomar decises e manipular dados. Utiliza as informaes guardadas na rea de

    armazenamento interna do microprocessador, bem como nas reas de memrias

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    externas ULA e capaz de executar operaes lgicas e matemticas. Em sntese, a

    ULA quem determina ao microcomputador o que fazer e como fazer.

    Sistema de memria O sistema de memria uma parte de vital importncia no processador de um CLP, pois

    armazena todas as instrues assim como todos os dados necessrios para execut-las.

    H diferentes tipos de sistemas de memria. A escolha de um determinado tipo de

    memria depende do tipo de informao que se deseja armazenar e da forma como a

    informao ser processada pela UCP.

    As informaes armazenadas num sistema de memria so chamadas palavras de

    memria e so formadas sempre pelo mesmo nmero de bits. A capacidade de memria

    de um CLP definida em funo do nmero de palavras de memria previstas para o

    sistema e pode ser representada por um mapa chamado mapa de memria.

    Exemplo de mapa de memria

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    Arquitetura da memria de um Controlador Programvel A arquitetura da memria de um CLP pode ser constituda por diferentes tipos de memria.

    Tipo de memria Descrio Observao

    RAM

    Dinmica Esttica

    Memria de acesso randmico Voltil Gravada pelo usurio

    ROM Memria somente para leitura

    No voltil No permite apagamento Gravada pelo fabricante

    PROM Memria programvel somente de leitura

    No voltil No permite apagamento Gravada pelo usurio

    EPROM Memria programvel/ apagvel somente de leitura

    No voltil Apagamento por ultravioleta Gravada pelo usurio

    EEPRM

    E2PROM

    EAROM

    Memria programvel/apagvel somente de leitura

    No voltil Apagvel eletricamente Gravada pelo usurio

    reas da memria de um CLP Independente dos tipos de memrias utilizadas, o mapa da memria de um CLP pode ser dividido em cinco reas principais: Memria executiva Memria do sistema Memria de status dos mdulos E/S (tabela imagem) Memria de dados Memria do usurio

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    Observe a ilustrao a seguir:

    Memria executiva

    formada por memrias do tipo ROM ou PROM, com o contedo (sistema operacional) desenvolvido pelo fabricante do CLP; no alterada pelo usurio. Armazena o sistema operacional que responsvel por todas as funes e operaes que podem ser executadas por um CLP.

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    Memria do sistema Esta rea de memria formada por memrias do tipo RAM, pois o seu contedo constantemente alterado pelo sistema operacional. Armazena resultados e/ou informaes intermedirios, que so gerados pelo sistema operacional, quando necessrio. A memria do sistema no pode ser alterada pelo usurio.

    Memria de Status dos mdulos E/S

    A memria de status dos mdulos E/S so do tipo RAM. A UCP, aps efetuar a leitura dos estados de todas as entradas, armazena essas informaes na rea denominada status das entradas (ou imagem das entradas). Aps o processamento dessas informaes, os resultados lgicos (RLO) so armazenados na rea denominada status das sadas (ou imagem das sadas) antes de serem enviados para as respectivas sadas. A memria de status dos mdulos E/S armazena o estado dos sinais de todas as entradas e sadas de cada mdulo E/S. medida que o programa executado, a UCP armazena os resultados na rea denominada status das sadas (tabela imagem das sadas), at o trmino da seqncia de operaes contidas no programa. Logo aps, essas informaes so transferidas para as respectivas sadas. O usurio pode monitorar a memria e pode alter-la quando esta funo est prevista no programa do usurio.

    Memria de dados

    A memria de dados do tipo RAM e possui as funes de temporizao, contagem ou aritmticas e necessita de uma rea para o armazenamento dos dados, como: valores pr-selecionados ou acumulados de contagem ou temporizao; resultados ou variveis de operaes aritmticas; resultados ou dados diversificados utilizados por funes de manipulao de

    dados. A memria de dados armazena os dados do programa do usurio. Alguns processadores subdividem a rea de memria de dados em duas submemrias:

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    Memria para dados fixos

    Memria para dados variveis

    A memria para dados fixo programada pelo usurio atravs dos terminais de programao. A memria para dados variveis usada pelo processador para armazenar os dados.

    Memria do usurio

    A UCP efetua a leitura das instrues contidas nesta rea para executar o programa do usurio de acordo com os procedimentos pr-determinados pelo sistema operacional, gravado na memria executiva.

    A memria do usurio armazena o programa de controle desenvolvido pelo usurio. A rea de memria destinada ao usurio pode ser configurada de diversas maneiras: RAM RAM/EPROM RAM EEPROM/Flash

    Tipo de memria Descrio

    RAM A maioria dos CLPs utiliza memrias RAM para armazenar o programa do usurio assim como dados internos do sistema.

    RAM/EPROM

    O usurio desenvolve o programa e efetua os testes em RAM. Uma vez checado o programa, este transferido para EPROM, de onde o processador obter as informaes necessrias. Comentrios 1. Caso haja necessidade de alterar dados ou clculos durante a execuo do

    programa do usurio, haver necessidade de um pequeno grupo de memrias RAM para armazenar dados variveis.

    2. Qualquer alterao futura implicar na reprogramao das EPROMs.

    EEPROM/Flash

    Esta configurao de memria do usurio permite que, uma vez definido o programa, ele seja copiado automaticamente em EEPROM/Flash, bastando que se introduza uma nica instruo no CLP. Uma vez efetuada a cpia, o CLP poder operar tanto em RAM como em EEPROM/Flash. Caso haja necessidade de alguma modificao, ela ser feita eletricamente.

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    Se houver falta de energia eltrica, as informaes armazenadas em memria RAM sero preservadas devido existncia de baterias de ltio. Canais de comunicao A comunicao da UCP com o sistema de memria feita pelos canais (vias de comunicao): Bus de endereo Bus de dados Bus de endereo

    Permite que a UCP se comunique diretamente com qualquer endereo de memria. Bus de dados

    Uma vez selecionado o endereo pelo bus de endereo, a UCP poder efetuar operaes de carregamento ou retirada de dados.

    Para um microprocessador de oito bits, o bus de endereo poder ter 16 linhas e o bus de dados dever ter oito linhas. Durante a leitura de uma instruo do usurio, a UCP efetua a leitura e decodificao de duas posies consecutivas de memria que corresponde a um dado de 16 bits. Watchdog timer Em alguns tipos de CLPs temos na parte interna da unidade de processamento um circuito watchdog timer.

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    O circuito WATCHDOG TIMER um temporizador com base de tempo fornecida pelo microprocessador (sinal cclico 0 a 1) para monitorar a varredura do CLP pela durao do sinal cclico correspondente. Se houver algum problema na varredura o sinal deixa de ser cclico, mantendo-se em 0 ou 1. Neste instante, o watchdog timer ir detectar esta condio, desligando as sadas do sistema evitando operaes indesejadas. Mdulo de entrada Os mdulos de entrada so considerados como elementos de interface entre os sensores

    localizados no campo e a lgica de controle de um CLP.

    Os mdulos de entrada ou de sada so cartes eletrnicos, cada um deles tem a

    capacidade para receber um certo nmero de variveis. Normalmente esses mdulos

    esto dispostos em gabinetes juntamente com a fonte de alimentao e a UCP.

    A estrutura interna de um mdulo de entrada pode ser subdividida em seis blocos

    principais:

    Terminais para conexo dos sensores de campo Condicionamento e converso do sinal de entrada Indicadores de estado das entradas Isolao eltrica Interface/multiplexao

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    Parte Funo Sensores de campo Informar ao CLP as condies do processo. Terminais para conexo dos sensores de campo

    Permitir a interligao fsica entre os sensores de campo e o CLP.

    Condicionamento e converso do sinal de entrada

    Converter os sinais de campo em nveis baixos de tenso, compatveis com o processador utilizado.

    Indicadores de estado das entradas

    Proporcionar indicao visual do estado funcional das entradas contidas num mdulo de entrada.

    Isolao eltrica Proporcionar isolao eltrica entre os sinais vindos do campo e os sinais do processador.

    Interface/multiplexao Informar ao processador o estado de cada varivel de entrada.

    Veja Animao Estrutura interna de um Mdulo de entrada

    Unidade 1: CLP > Animaes > Estrutura interna de um Mdulo de entrada

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    O principio bsico do mdulo de entrada mostrado na figura seguinte.

    Veja Animao Funcionamento do Mdulo de Entrada

    Unidade 1: CLP > Animaes > Funcionamento do Mdulo de Entrada

    Dependendo da natureza do sinal de entrada, possvel dispor dos seguintes tipos de

    mdulos de entrada:

    Alternado (AC) Digital Analgico Especial

    Tipo Caractersticas

    AC 12 Vac; 24 a 48Vac; 220/240Vac;

    Digital 120Vac com isolao.

    12VDC; 12 a 24VDC com resposta rpida; 24 a 48VDC, 12 a 24VDC com suprimento; 12 a 24VDC com dreno; 48VDC com suprimento; 48VDC com dreno.

    Analgico 1 a 5VDC; 0 a 10VDC; - 10 a +10VDC; 4 a 20mA.

    Especial TTL com suprimento; TTL com dreno; 5 a 30VDC selecionvel; 5VDC contador/decodificador; 12 a 24VDc codificador/contador; termopar; cdigo ASCII; cdigo Gray; pulsos de alta velocidade.

    Precisamos ligar ao mdulo de entrada a referncia do sinal de entrada para que possa circular corrente eltrica no mesmo.- V

    +V

    Precisamos alimentar os dispositivos de entrada para que eles possam enviar sinais eltricos para o CLP. Costuma-se trabalhar com 24 Vcc, 110 Vca ou 220 Vca.

    No tem sinal eltrico na entrada do CLP

    Tem sinal eltrico na entrada do CLP

    I

    O

    I

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    Os sinais recebidos por um mdulo de entrada podem vir de dois tipos de sensores: Digitais

    - chave limite - botoeira - chave digitadora (thumbwheel) - chave de presso - fotoclula - contato de rel - chave seletora - teclado

    Analgicos

    - transdutor de presso - transdutor de temperatura - clula de carga (strain gauge) - sensores de vazo - transdutores de vibrao - transdutores de corrente - transdutores de vcuo - transdutores de fora

    Sinal de acionamento da entrada em Corrente Continua. A comutao executada por um transdutor digital de corrente contnua pode ser de dois tipos: TIPO N: permite um fluxo de corrente da entrada para o potencial negativo da fonte de

    alimentao. A figura a seguir exemplifica um circuito de entrada digital Tipo N.

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    TIPO P: Permite um fluxo de corrente do potencial positivo da fonte de alimentao para

    a entrada. A figura exemplifica um circuito de entrada digital Tipo P.

    Mdulo de Sada

    Os mdulos de sada so considerados elementos de interface, pois o processador pode

    se comunicar com o meio externo.

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    Observe o funcionamento do mdulo de sada na figura a seguir:

    Veja Animao Funcionamento do Mdulo de Sada Unidade 1: CLP > Animaes > Funcionamento do Mdulo de Sada

    A estrutura interna de um mdulo de sada pode ser subdividida em sete blocos

    principais. Observe na figura a seguir:

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    Parte Funo

    Interface/multiplexao Recebe os sinais vindos do processador, direcionando-os para as respectivas sadas.

    Memorizador de sinal Armazena os sinais que j foram multiplexados pelo bloco anterior.

    Isolao eltrica Proporciona isolao eltrica entre os sinais vindos do processador e os dispositivos de campo.

    Indicadores de estado das sadas Proporciona indicao visual do estado funcional das sadas contidas num mdulo de sada.

    Estgios de potncia Transforma os sinais lgicos de baixa potncia vindos do processador em sinais de potncia, capazes de operar os diversos tipos de dispositivos de campo.

    Terminais para conexo dos dispositivos de campo

    Permite a conexo fsica entre o CLP e os dispositivos de campo.

    Dispositivos de campo Consiste em dispositivos eletromecnicos que atuam no processo/equipamento, em funo dos sinais de controle enviados pelo CLP.

    Veja Animao Estrutura Interna do Mdulo de Sada Unidade 1: CLP > Animaes > Estrutura Interna do Mdulo de Sada

    Dependendo da natureza dos dispositivos de campo e do tipo de sinal de controle

    necessrio para comand-los, podemos dispor dos seguintes tipos de mdulos de

    sada:

    Alternado (AC) Digital Analgico Especial

    Tipo Caractersticas AC 12VAC; 24 a 48VAC; 120VAC; 220/240VAC; 120VAC com isolao.

    DC 12 a 60VDC; 12 a 24VDC com resposta rpida; 24 a 48VDC; 12 a 24VDC com suprimento; 12 a 24VDC com dreno; 48VDC com suprimento; 48VDC com dreno. Analgico 1 a 5VDC; 0 a 10VDC; -10 a +10VDC; 4 a 20mA.

    Especial TTL com suprimento; TTL com dreno; 5 a 30VDC selecionvel; contato NA; contato NF; sada em ASCII; servo-motor; motor de passo.

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    Os mdulos de sada podem acionar os seguintes tipos de dispositivos de sada: Discretos

    - vlvula solenide - controladores de motores - indicadores de painel - contador - display - bobina de rel - sistemas de alarma/segurana - sirena

    Analgicos - vlvula de controle - acionadores AC - acionadores DC

    Sinal de Atuadores de Sada em Corrente Contnua Tipo N: o fluxo de corrente ocorre da sada para o potencial negativo da fonte de

    alimentao de 24Vcc (carga ligada entre o potencial positivo e a sada). A figura

    a seguir exemplifica o circuito de uma sada digital Tipo N.

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    Tipo P: O fluxo de corrente ocorre do potencial positivo da fonte de alimentao de 24

    Vcc para a sada (carga ligada entre o potencial negativo e a sada). A figura a seguir exemplifica o circuito de uma sada digital Tipo P.

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    A seguir, so apresentados exemplos prticos de conexo de mdulos de entrada

    e de sada digitais tipo N e tipo P

    UNIDADES ANALGICAS. So dispositivos que trabalham com sinais que tem seu valor varivel entre um

    valor mnimo e um valor mximo, por isto denominados analgicos. Esses sinais podem ser de tenso, por exemplo -10Vcc a +10Vcc (+/-10Vcc), 0Vcc a 10Vcc,

    1Vcc a 5Vcc, ou de corrente, por exemplo, 0 a 20 mA, 4 a 20 mA, 0 a 50 mA.

    Esses valores dependem do modelo do mdulo utilizado assim como do

    fabricante.

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    UNIDADE DE ENTRADA ANALGICA Converte sinais de tenso ou de corrente analgicos em valores digitais que so

    processados pelo CLP. Esses sinais so fornecidos por dispositivos analgicos

    como transdutores, sensores dentre outros que necessitam fazer a converso de

    curso, peso, presso, etc. por meio de rguas potenciontricas, clulas de carga,

    extensmetros, sensores de nvel, etc.

    A figura a seguir mostra o diagrama de blocos de uma unidade de entrada

    analgica.

    UNIDADE DE SADA ANALGICA Converte valores digitais de presso, velocidade ou qualquer outro parmetro

    fornecido pelo CLP em sinal eltrico varivel de corrente ou de tenso.

    Nas unidades de sada analgica possvel conectar diversos dispositivos de

    sada tais como posicionadores de vlvulas, controladores de velocidade do motor

    CA ou CC, conversores de sinal, mdulos acionadores de vlvula proporcional,

    indicadores analgicos, etc. Todas as entradas do dispositivo de sada analgica

    citados anteriormente devem corresponder s faixas de tenso ou corrente do

    canal de sada do mdulo utilizado.

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    Afigura a seguir mostra o diagrama de blocos de uma sada analgica.

    A seguir so apresentados exemplos de prticos de conexo de mdulos Analgicos.

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    Interface homem-mquina - IHM Esta interface homem mquina (IHM) controla e permite a comunicao do usurio com o CLP para que tenha a possibilidade de verificar (visualizar) ou interferir (alterar) nos valores de preset em variveis do processo. As formas mais usuais de se comunicar com o CLP so:

    - Frontais de teclado e display de sete segmentos - Frontais de teclado de cristal lquido (LCD) ou vcuo fluorescente (VFD) - Terminal de vdeo ou terminal LCD/VFD - Terminais de Displays Planos - Software de superviso

    Tipos De Interface Homem Mquina IHM

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    Frontais de Teclado e Display de Sete Segmentos So dispositivos compostos de display, leds de sinalizao e teclado que permitem a verificao e/ou alterao de valores instantneos das variveis do processo. Com estes dispositivos obtm-se assim uma maior flexibilidade operacional na alterao dessas variveis. Sem o uso do frontal necessrio trocar memrias de variveis nos equipamentos para cada mudana de matria-prima ou para cada mudana definida para as caractersticas do produto final.

    Com o frontal, pode-se visualizar valores de preset, imagens de entrada, imagens de sada e estados internos, atravs de cdigos especiais.

    Frontais de Teclado e Display de Cristal Lquido ou Vcuo Fluorescente Os dispositivos compostos de display de cristal liquido ou vcuo fluorescente e teclado, permitem verificar e/ou alterar os valores instantneos das variveis de processo e tambm elaborar telas que contenham mensagens para o usurio.

    Terminal de Vdeo ou Terminais LCD / VFD

    um dispositivo composto por teclado e vdeo que realiza as mesmas funes de um frontal com a vantagem de permitir maior clareza na visualizao de uma quantidade maior de valores de parmetros. Nas telas editadas pelo usurio, alm da visualizao, pode-se modificar os valores de parmetros de uma maneira mais rpida e ordenada, como tambm monitorar variveis de processo.

    Terminais com Display Planos

    Tm a mesma aplicao do terminal de vdeo, porm tm construo em menor profundidade, portanto, peso e volume menores. Outra caracterstica o menor consumo de potncia.

    Os tipos mais comuns de displays planos so:

    - Tela de cristal lquido (LCD) - Tela de cristal lquido com matriz ativa (LCD TFT)

  • Controlador Lgico Programvel - Conceitos

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    - Tela de plasma - Tela eletroluminescente

    Observe nas figuras a seguir exemplos de interface homem - mquina

    Software de Superviso

    Este software proporciona uma viso integrada de todos os recursos de controle e informao e permite a engenheiros, supervisores gerentes e tcnicos visualizarem e interagirem com o funcionamento de todo o processo que esteja sob controle. Atualmente, encontram-se disponvel no mercado vrias opes de software de superviso, como por exemplo Elipse (http://www.elipse-software.com/Home.htm), Factory Link (http://www.antechmicro.com/mcmonitoring.htm), FIX, Wizcon (http://www.conlab.com.au/axeda.html), Gnesis, WinCC (http://www.ad.siemens.de/hmi/html_76/products/software/wincc/index.htm) e Citect (http://www.citect.de/partners/open_suit.php3).

    Interface de programao Esta interface permite a programao da memria do usurio atravs do terminal porttil de programao ou do uso de software especfico para desenvolvimento de programa de usurio em microcomputadores pessoais. Os compatveis com IBM PC permitem a edio, monitorao e documentao dos programas. A interface de programao particular e depende de cada fabricante do CLP.

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    Interface de comunicao A interface de comunicao com os elementos de hardware ou software garantem a comunicao do CLP com outros equipamentos similares atravs de redes industriais ou de computadores pessoais por meio do canal de comunicao serial nos padres RS232C ou RS485. Atualmente h, tambm, a possibilidade de comunicao entre dispositivos na mesma planta atravs da utilizao de mdulos Ethernet ou ainda com a rede mundial de computadores Internet pela aplicao de um mdulo denominado Servidor de Internet Embarcado (Web Server) Fonte de alimentao A fonte de alimentao fornece energia s diversas unidades e circuitos do CLP. A

    unidade de processamento central possui uma fonte especfica para seus circuitos de alta

    qualidade e estabilidade que obedecem rigorosamente a critrios especficos de

    construes.

    Os mdulos de Entrada e Sada possuem caractersticas especficas que dependem de

    aplicaes que controlam, por exemplo, tenso e corrente dos transdutores de entrada e

    sada, fazem com que as fontes que alimentam os mdulos de Entrada e Sada sejam

    independentes.

    Diagrama simplificado de conexes de dispositivos de Entrada e de Sada de um CLP.

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    PRINCPIO DE FUNCIONAMENTO DO CLP O CLP realiza continuamente um ciclo de varredura (scan) que consiste em: Leitura dos pontos de entrada. Execuo do programa, que consiste em definir o estado das sada em funo das

    entradas, de acordo com o programa. Atualizao das sadas. Esse ciclo de varredura representado no fluxograma que segue:

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    SELEO DO CLP Para a escolha correta de um equipamento de CLP, o usurio dever conhecer as caractersticas dos CLPs existentes no mercado levando em conta as caractersticas especficas de hardware e software sendo que: As caractersticas de hardware de um CLP so aquelas que esto ligadas

    construo do mesmo, por ex. tipo de componente eletrnico utilizado, circuitos, modularidade, cartes de comunicao, etc.

    As caractersticas de software so aquelas que definem os recursos do CLP, refletindo

    em programao, recursos, instrues, tipo de comunicao, recursos da IHM. Deve-se observar que algumas caractersticas de hardware interferem na de software, por exemplo, o circuito de filtro na fonte no sendo de boa qualidade pode provocar a perda de programa e/ou funcionamento inadequado do CLP e ser observado como um efeito de software.

    Hardware Para selecionar o hardware do CLP, devem ser levadas em conta as seguintes caractersticas: - Sinalizao de status de Entrada e Sada (sinaliza a ligao ou no das

    Entradas/Sadas). - Alto MTBF (Mean Time Between Failure), ou seja, tempo mdio entre falhas. - Burn In (capacidade de fcil insero/extrao dos mdulos do CLP). - Robustez mecnica e eltrica. - Imunidade a rudos (capacidade de no ter seu funcionamento alterado se surgirem

    surtos de sinais eltricos no desejados). - Isolao tica de entradas e sadas (proteo da eletrnica fina do CLP com os

    circuitos exteriores). - Facilidade de configurao (modularidade). - Facilidade de manuteno (itens de estoque). - Autodiagnose (capacidade de sinalizar falhas e indicar possvel soluo). - Fusveis de proteo independentes. - Tenso de alimentao.

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    - Tenso de alimentao dos mdulos de entrada e de sada. - Nmero de entrada e de sada. - Temperatura de armazenamento. - Temperatura de operao. - Imunidade a Descarga Eletrosttica. - Vibrao. Software Para selecionar o software, preciso levar em conta as seguintes caractersticas: - Facilidade de programao (interface de programao amigvel). - Aplicativo com teste de consistncia (capacidade do controlador do CLP: verificar se o

    programa elaborado reconhecido pelo mesmo). - Facilidade de simulao (utilizao de funo FORCE, que fora um nvel lgico 0 ou

    1 em um elemento do programa). - Flexibilidade de programao conjunto, Set de instrues variadas. - Recurso de monitorao. - Programao on-line, programar diretamente no CLP. - Nmero de estados internos. - Interface de comunicao com outros equipamentos. - Varredura de programa (leitura e execuo seqencial das instrues do programa,

    que tem incio na primeira instruo e vai at o final do mesmo). O tempo de execuo do programa varia de 1ms a 100ms/K, e vai depender da tecnologia empregada pelos fabricantes. importante observar que esse tempo calculado com base em instrues simples, do tipo contato aberto, contato fechado e sadas. Para as instrues avanadas que envolvem multiplicao, diviso, etc., o tempo estimado maior para a execuo.

    Realize o Exerccio de Passagem Unidade 1: CLP > Exerccio de Passagem

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    AUTOMAO DE UM SETOR, PROCESSO OU EQUIPAMENTO At aqui vimos os fundamentos do Controlador Lgico Programvel que a base para um

    processo de automao, portanto interessante conhecer as etapas de automao de um

    setor, processo ou equipamento antes mesmo de serem abordadas, em detalhes, as

    cinco linguagens regulamentadas.

    O primeiro passo para automao de um processo, setor ou equipamento conhec-lo

    detalhadamente e document-lo atravs da descrio de seu funcionamento. Os mtodos

    mais utilizados para essa descrio so o fluxograma Universal, o Diagrama de tempos e

    movimentos ou uma descrio escrita do funcionamento do processo. Uma vez conhecida

    essa descrio, o CLP pode ser especificado, pois tem-se o numero e tipo das entradas/

    sadas, que permite iniciar o processo de programao.

    A figura a seguir apresenta um Fluxograma Universal com os passos necessrios para a

    automao de um setor, processo ou equipamento.

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    TCNICA DE PROGRAMAO DE CLPs O desenvolvimento de novas tecnologias, a criao de diversos modelos de

    equipamentos dedicados automao industrial gerou uma grande variedade de

    equipamentos que teve como conseqncia a incompatibilidade das caractersticas dos

    destes com a tcnica de programao especfica.

    A busca de uniformizao de todos os aspectos envolvidos nos Controladores Lgicos

    Programveis levou a International Electrotechnical Commission- IEC, em 1992, a

    desenvolver uma regulamentao denominada de IEC 61131.

    Com a globalizao, a IEC 61131 est sendo aplicada mundialmente como um padro

    para os CLPs, o que traz inmeros benefcios para a comunidade tecnolgica, pois

    permite transferncia no conhecimento adquirido em vrios tipos de CLP independente

    de serem de fabricantes diferentes. Alm disso, houve uma reduo significativa de

    custos de desenvolvimento e de manuteno dos equipamentos.

    Tendo em vista a importncia da norma IEC 61131, os tcnicos e especialistas da rea de

    automao necessitam conhec-la. Como os equipamentos de diversos modelos e

    fabricantes devem estar em conformidade com esta norma, ter um conhecimento geral a

    respeito dela permite um trabalho mais efetivo e seguro.

    ASPECTOS GERAIS DA NORMA IEC 61131

    A norma IEC 61131 tem uma ampla abrangncia e est dividida em sees identificadas

    por um dgito aps o nmero da norma, o que permite localizar mais rapidamente

    assuntos referentes a interesses especficos:

    IEC 6 1131-1 - Informaes gerais (1992)

    IEC 6 1131-2 - Especificaes e ensaios de equipamentos (1992)

    IEC 6 1131-3 - Linguagens de programao (1993)

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    IEC 6 1131-4 - Recomendaes ao usurio

    IEC 6 1131-5 - Especificaes de servios de mensagem

    Neste curso, a referncia da norma em relao terceira seo ( IEC 61131-3) estar

    presente, pois a seo que regulamenta as linguagens de programao utilizadas nos

    CLPs. As instrues comuns e mais utilizadas nas aplicaes de CLP sero abordadas

    em todas as linguagens de programao regulamentadas pela norma, a saber:

    Linguagens Textuais:

    INSTRUCTION LIST (IL) - Lista de Instrues; STRUCTURED TEXT (ST) - Texto Estruturado;

    Linguagens Grficas:

    LADDER DIAGRAM (LD) - Linguagem de Diagramas de Contatos; FUNCTION BLOCK DIAGRAM (FBD) - Esquema de Blocos Funcionais;

    Elementos de Diagrama Funcional de Seqncia:

    SEQUENTIAL FUNCTION CHART (SFC) - Diagrama Funcional de Seqncias.

    A IEC 61131-3 define estas cinco linguagens de programao. Apesar das linguagens

    terem funcionalidade e estrutura diferentes elas so vistas pela norma como linguagens

    que tm elementos comuns de estrutura (declarao de variveis, partes organizacionais

    como funo, mdulos de funes e configurao).

    As linguagens podem ser combinadas aleatoriamente em um projeto de CLP. A

    padronizao e a normalizao das cinco linguagens foi desenvolvida a partir das

    exigncias histricas, regionais e especficas em cada ramo de atividade.

    De forma geral, a norma define para as linguagens de programao (LD, FBD, IL e ST):

    a sintaxe e representao grfica dos objetos; a estrutura de programas; a declarao de variveis.

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    Vamos apresentar uma sntese da norma no que se refere a estes aspectos.

    Objetos linguagem

    O programador deve definir os nomes e tipo dos objetos pr-definidos. Os objetos

    Pr-definidos esto definidos em 3 zonas:

    Os objetos podem ser:

    Observe, a seguir, um exemplo dos objetos de linguagem:

    word da zona de entradas: %IW53 word da zona memria: %MW30 bit da zona memria: %MX41 ou %M41 double word da zona memria: %MD48 tabela de 8 words: %MW4:8 bit extrado de word: %MW0:X4

    bit da zona de sadas: %QX21 ou %Q21 Linguagens de programao

    LADDER - Diagrama de Contatos ( LD - Ladder Diagram LD) uma linguagem construda a partir de diagramas de comandos eltricos. uma

    linguagem muito acessvel aos profissionais que tm uma prtica ou formao na rea

    1. Zona memria (%M) ; 2. Zona de entradas (%I) ; 3. Zona de sadas (%Q) ;

    bits (X); bytes (B) ; words (W) ; double word (D) ; word long (L) de 64 bits .(L 12)

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    de eltrica e eletrnica. uma linguagem muito usada e est presente em 90% dos

    CLPs e s no usada quando o CLP for muito especfico.

    Principais caractersticas Elementos grficos organizados em linhas conectadas por barras de alimentao. Forma grfica dos elementos imposta. Elementos utilizados: contatos, bobinas, funes, blocos funcionais. Elementos de controle de programa (salto , return ,...) .

    Exemplo:

    Diagrama de Blocos Funcionais (FBD Function Block Diagram)

    uma linguagem que facilmente compreendida e pode ser analisada por quem no

    domina os circuitos eltricos e eletrnicos. usada em 80% dos CLPs.

    O uso desta linguagem feito por quem trabalha com controle de processo, como por

    exemplo, na indstria qumica. Como esta linguagem trabalha com blocos a sua

    compreenso dominada facilmente pelos profissionais da lgica da linguagem. A

    representao grfica semelhante as partes correspondentes s lgicas digitais.

    Principais caractersticas

    Representao de funes por blocos ligados um a outro. Nenhuma conexo entre sadas de blocos de funo. Formao de uma rede: da sada de um bloco funcional entrada de outro. Nome da rede definida direita por " : " .

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    Exemplo:

    Lista de Instruo (IL Instruction List) A linguagem de Lista de Instrues (IL) tambm chamada de LIS; uma linguagem

    baseada em lista de instruo e tem relao com a programao dos

    microcontroladores que o corao do CLP. uma linguagem mais complexa que as

    anteriores pois exige um domnio de programao.

    O uso desta linguagem freqente para a construo de equipamentos controladores

    do CLP. Dependendo do CLP, o microcontrolador pode ser mais simples como o 8051

    ou mais complexo de acordo com o set de instrues.

    O uso desta linguagem feito por profissionais que tm familiaridade com

    microcontroladores, como por exemplo, projetistas de equipamentos controladores.

    Esta linguagem usada em 60% dos CLPs.

    Principais caractersticas

    Sries de instrues: cada uma deve comear em uma nova linha. Uma instruo = um operador + um ou mais operandos separados por vrgulas. Nomes opcionais seguidos por : Comentrio opcional deve formar o ltimo elemento de uma linha e ser definido

    entre (*).

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    Blocos de funo ligados por um operador especfico, por exemplo CAL (comando de Chamada de sub-rotina), utilizando a entrada do bloco, a qual funciona como

    um operador.

    Exemplo:

    Texto Estruturado (ST Structured Text)

    A linguagem de texto estruturado mais complexa que a linguagem LIS pois

    necessrio ter noes de programao tcnica avanada do tipo TURBO C++. uma

    linguagem muito usada por profissionais da rea de programao.

    Esta linguagem aplicada em grandes processos como por exemplo da indstria

    qumica e petroqumica.

    A linguagem ST usada em 40% dos CLPs.

    Principais caractersticas

    Sintaxe similar ao PASCAL, permitindo a descrio de estruturas algortmicas complexas.

    Sucesso de enunciados para a destinao de variveis, o controle de funes e blocos de funo usando operadores, repeties, execues condicionais.

    Os enunciados devem terminar com " ; ". Exemplo:

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    Elementos de Diagrama Funcional de Seqncia, Grfico de Seqncia Funcional (SFC Sequential Function Chart)

    Os elementos de Diagrama Funcional de Seqncia SFC, so usados na

    estruturao da organizao interna de uma unidade interna de um programa do

    controlador programvel, escrita em uma das linguagens padronizadas pela norma

    IEC 6 1131-3 com o propsito para permitir um controle seqencial das funes.

    Estes elementos de Diagrama Funcional de Seqncia SFC tem um diferencial em

    relao s linguagens citadas que mostrar o fluxo de funcionamento do processo e

    sua representao por blocos o que permite o uso de qualquer uma das linguagens

    anteriores dentro deles.

    Os elementos de Diagrama Funcional de Seqncia - SFC, tambm denominados

    Grafcet, so muito usados em equipamentos europeus e possibilita uma interpretao

    mais rpida por quem no tem familiaridade com lgica de programao pois

    apresenta o fluxo. Assim, como em cada bloco pode haver um tipo de linguagem no

    preciso conhecer a linguagem para identificar alguns problemas, basta compreender

    o fluxo para se localizar onde ele se localiza.

    Esta representao usada para o controle de processos contnuos como a produo

    de alimentos em grande escala, bebidas, etc.

    Cerca de 50% dos CLPs fazem uso desta representao.

    Principais caractersticas

    Descrever funes de controle seqencial. Etapas representadas graficamente por um bloco ou literalmente por uma

    construo comum s linguagens IL e ST.

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    Transies representadas graficamente por uma linha horizontal ou literalmente pela construo.

    Condio de transio em linguagem LD, FBD, IL ou ST. Aes associadas s etapas: variveis booleanas ou um trecho de programa

    escrito em uma das cinco linguagens.;

    Associao entre aes e etapas de forma grfica ou literal. Propriedades (qualificaes) de ao que permitem temporizar a ao, criar

    pulsos, de memorizar, etc.

    Exemplo:

    OS FABRICANTES E AS LINGUAGENS No mercado h vrios tipos de CLPs e ferramentas que so usadas em diversas

    linguagens. O quadro a seguir, apresenta algumas informaes dos fabricantes em

    relao linguagem que utilizam.

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    Utilizao de linguagem de programao de CLPs

    Linguagem Fabricante

    Ladder FBD IL ST SFC Siemens X X X X Schneider X X X X X Asea B. Bovery X X X Atos X X Altus X X X Aromat X X X X X Allen Bradley X X X X G.E. Fanuc X X X X X Rockwell X X X X X Klockner Moeller X X X WEG X X X