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A ARMADURA DE DEUS
José Vinicius N Azevedo, Igreja em Lins
“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em
mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom
ânimo; eu venci o mundo.” (João 16:33)
A versão mais original para este versículo seria o verbo “passar” no futuro, ou seja, no mundo
“tereis aflições”.
Jesus afirma que passaremos aflições, problemas, perseguições, ao contrário do que ensinam
muitos pregadores, que “exigem” a benção, a vitória e não aceitam os problemas. Estes estão
completamente enganados, porque não conhecem o coração de nosso Senhor, não fazem e
muito menos conhecem a vontade de Deus.
Como não aceitar aquilo que o próprio Senhor estabeleceu? Quem produz as provações?
Foi o Espírito Santo quem levou Jesus ao deserto.
Muitos dizem que os problemas vêm do diabo e que ele não tem autoridade sobre nós, mas se
esquecem que o diabo está sendo manipulado por Deus para nos preparar, santificar e
aproximarmos do Senhor.
Quem endureceu o coração do Faraó? Foi Deus; não foi o diabo. Quem levou Jesus para o
deserto? Foi o Espírito Santo que acabara de receber. Deus brada dos céus: “Este é o meu
filho amado, em quem me comprazo”. Faz isto com muita alegria, e logo em seguida o manda
para o deserto.
Não parece incoerente?
Não, Deus jamais é incoerente; sabia que Jesus precisava passar por aquilo. Não foi o diabo
que o levou, alias, o diabo aproveitou a situação para tentar a Jesus, no momento mais crítico,
no fim dos 40 dias de jejum de Jesus.
Em nenhuma passagem do novo testamento é predito que teríamos paz neste mundo. Alguns
podem dizer que em João 10 Jesus diz que teríamos vida em abundância. Mas, ele estava
falando de uma vida espiritual e não de uma vida material. O único que prometeu vida material
em abundância foi o diabo, quando foi tentar Jesus: “te darei os reinos da terra”.
Paulo afirma que teremos dias maus:
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de
terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. (Efésios 6.13)
Paulo diz que teremos dias em que as coisas vão dar tudo errado, vão surgir aflições,
tribulações e provações. Então, devemos nos acalmar, pois, a vitória virá.
Qual é a armadura de Deus?
Paulo faz uma analogia a uma batalha onde a armadura de um soldado era composta de seis
ítens: cinto, couraça, calçado, escudo, capacete e espada:
Efésios 6.14 Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça.
Efésios 6.15 Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz;
Efésios 6.16 embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos
inflamados do Maligno.
Efésios 6.17 Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;
Efésios 6.18 com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com
toda perseverança e súplica por todos os santos
CINTO
Quando fala no v14 em cingir, o verbo cingir, significa se envolver em algo. Numa armadura o
ato de cingir seria prender todos os elementos da armadura com um cinto. Este cinto é a
verdade. A verdade é Jesus, que sustenta tudo. Se não estiver bem envolvida, bem cingida, a
armadura vai cair. Assim é nossa vida espiritual. Se o Senhor Jesus, que é a verdade, não
estiver reinando, tudo vai ruir.
Efésios 6.14 Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça.
COURAÇAEra um colete de couro forte, que protegia os órgãos vitais da pessoa. Dentre estes órgãos, o
principal é coração. Paulo diz que a justiça de Deus é quem protege. Sabemos a justiça de
Deus diz: “todo aquele que pecar deve morrer”; então, devemos proteger o coração pra não
errar, não pecar. Em Romanos 1:17 diz que toda justiça de Deus se revela no evangelho. E é
no evangelho onde encontramos a sã doutrina, a verdade (Cristo), orientações, um reino, um
rei; tudo pra proteger nosso coração do engano, de não pecar ou errar, porque todo erro
provém da intenção de nosso coração, e se nosso coração estiver bem protegido não iremos
errar.
SL 119.11 Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.
Tenho que estar envolvido da vontade de Deus. O que deve me sustentar é o fazer a vontade
de Deus. “Uma comida tenho para comer, que é fazer a vontade de meu Pai e realizar a sua
obra.” Sem comida o corpo morre. A vontade de Deus, isto é, sua Justiça, é o que me dá vida,
não me deixa morrer. Mateus 7:21 – “nem todo o que me diz Senhor, Senhor, entrará no reino,
mas só o que faz a vontade do meu Pai.”
Mt 6:33 – buscai primeiro o reino de Deus e a sua Justiça. Isso vem em primeiro lugar na nossa
vida.
Se eu buscar minha vontade estarei desprotegido, sem a couraça.
ESCUDOVamos pular o v.15, deixando-o para o fim. No v.16 diz respeito ao escudo. Assim como numa
batalha o soldado se defende de dardos, flechas e outros ataques, nosso escudo é nossa fé
em Jesus Cristo, que irái nos livrar de todas as armadilhas do diabo.
Quando diz “dardos” seriam ataques: diretos ou subliminares. Quando estivermos com a fé
debilitada, temos a fé como dom espiritual, ou seja, uma fé especial para passarmos por certas
situações.
6.16 embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do
Maligno.
CAPACETE6.17 Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;
O capacete protege a parte mais importante: a cabeça. E quando falamos em cabeça, Paulo
esta se referindo à nossa mente. Nossa mente precisa ser protegida. Qual é o capacete para
ela, que a salva:
Romanos 12.1,2 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo
por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com
este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a
boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Protegemos nossa mente renovando-a diariamente, entregando nossas vidas ao Senhor.
Paulo diz que essa apresentação deve ser como culto diário, ou seja sem esquecer um só dia.
Você precisa entender que sua mente foi renovada pela mente de Cristo, daí a necessidade de
proteção, para não voltar a ter a mente antiga, do velho homem. Diz para não se conformar
com este século, ou seja, não tomar a forma, não agir do mesmo modo como esta geração
age.
Não podemos nos conformar com esse mundo, porque o Diabo atua para cauterizar nossa
mente, nos conformando com nossos erros. Cada vez que fazemos uma abertura, uma
permissividade, o Diabo deita e rola, vai tentar cauterizar nossa mente, ou seja, aquele
sentimento de que “é assim mesmo, não tem jeito”, isto é como um soldado que entra numa
batalha sem seu capacete, leva um soco, uma coronhada ou até um golpe fatal.
Uma forma prática de renovação de nossa mente, está em Filipenses 4:8
4.8 Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o
que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor
existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.
Isto seria como um capacete para nós, para nossa mente, porque ela tem muita facilidade em
se dispersar, em se desconcentrar.
ESPADANossa vida espiritual não é só se defender, assim como o soldado que entra numa batalha, e
não fica o tempo todo se defendendo, porque senão uma hora ele cede e morre. Se nós,
espiritualmente falando, fizermos apenas a defesa, não estaremos agradando ao Senhor.
Seremos como aquele homem que recebeu apenas um talento, guardou-o na terra para
entregar ao seu senhor quando voltasse.
Muitas vezes achamos que só nos defender do ataque do inimigo é suficiente. Não se ganha
uma batalha apenas se defendendo. Temos que atacar também. No Reino de Deus não
podemos ficar parados, como muitos pregam: “a graça faz tudo”, “uma vez salvo, sempre
salvo”. Esta pregação nos deixa inertes, como se tivéssemos a garantia da salvação.
Em nossa carreira espiritual tem momentos de defesa e momentos de ataque.
A palavra de Deus, quando pregada aos incrédulos, penetra no mais íntimo do ser e, como
poder de Deus que é para a salvação do que crê, acaba fazendo daquela pessoa uma nova
vida, ou seja, a transporta do império das trevas para o reino do Senhor.
Por isso a importância de conhecermos a palavra de Deus.
Salmo 1.1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no
caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
1.2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.
1.3 Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja
folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.
Davi faz uma analogia diferente de Paulo, mas quer dizer a mesma coisa. Davi fala que árvores
só tem boas folhas e dão bons frutos se estiverem plantadas à beira de rios, ou seja só
teremos êxito espiritual se meditarmos de dia e de noite na palavra de Deus.
A analogia de Paulo é sobre a armadura, o soldado que ataca com sua espada, porque quando
abrimos nossa boca falando da palavra de Deus, coisas acontecem.
Voltemos ao v.15 de Ef6:
CALÇADOS
6.15 Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz;
Quando estamos em casa, descalços ou de chinelo, tranqüilos e precisamos nos calçar com
tênis, sapatos ou botas, seria para qual motivo? É óbvio: sair. A referência aqui é com Mateus
28:18-20, ou seja, o IDE. Devemos nos calçar pra ir e anunciar o evangelho, como diz no
versículo, para preparação do Evangelho da paz. Esse é nosso ataque, evangelizar. Quando
saímos a evangelizar, é como se estivéssemos golpeando as tentativas do inimigo. Quando
saímos, geralmente, esquecemos dos problemas e, com certeza, não pecamos.
E por fim:
No verso 17, Paulo diz que a espada é a palavra, e no verso 18, como se usa essa palavra,
porque não basta ter a palavra apenas, pois seria como se eu desferisse golpes de espada no
ar. Precisa de mais 4 coisas juntas:
1- como toda oração e súplica. Momento de oração, tempo intimo a sós com o Senhor,
dobrando seu joelho e suplicando sua misericórdia. Mt 6.6 Tu, porém, quando orares, entra
no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em
secreto, te recompensará.
2- orando em todo o tempo no Espírito. Isso é a essência de nossa intimidade, nossa
amizade com o Senhor. Em todo tempo, em toda batalha, convergir nossos pensamentos
ao Senhor em oração, seja trabalhando, dirigindo, estudando, proclamando, estando com
irmãos, com ímpios, com problemas, sem problemas, divertindo-se. É o que diz em 1 ts
5.17: Orai sem cessar.
3- Vigiando com toda perseverança. Um soldado sempre esta de sentinela, atendo ao
movimento do inimigo. Nós, também, devemos estar. Porém, Paulo sabe que somos
falhos, começamos vigiar e paramos, temos dificuldades. Por isso, ele diz: “com toda
perseverança”, ou seja, recomeçando sempre. Parou de vigiar, não desanime, comece
novamente. O importante é cruzarmos a “linha de chegada”, recebermos a coroa, ainda
que haja tropeços. Sobre perseverança, um exemplo: havia um homem cristão, Abraham
Lincoln, foi o maior presidente dos EUA. Ele sabia o que queria, teve muito êxito, mas para
chegar lá poucos sabem o que ele precisou passar:
- era de família humilde
- era filho de pai sapateiro
Em 1819, a família de Lincoln foi despejada da casa onde morava e ele foi obrigado a trabalhar
para sustentá-la.
Em 1831 fracassou nos negócios.
Em 1832 concorreu à câmara de deputados de Illinois e perdeu.
Em 1832 perdeu o emprego. Mais tarde, nesse mesmo ano, decidiu estudar direito, mas, teve
sua inscrição rejeitada.
Em 1833 pediu dinheiro emprestado a um amigo para comercializar um negocio, mas no fim do
ano foi à falência. Passou os 17 anos seguintes pagando a dívida.
Em 1834 concorreu novamente à câmara estadual e perdeu.
Em 1835 ficou noivo, mas a noiva morreu e o deixou desconsolado.
Em 1836 sofreu um colapso nervoso total que o deixou preso à cama por seis meses.
Em 1838 concorreu à presidência da câmara e foi derrotado.
Em 1840 tentou uma vaga no colégio eleitoral e perdeu.
Em 1843 concorreu ao congresso e perdeu.
Em 1846 concorreu ao congresso outra vez; desta vez venceu, abrindo finalmente o caminho
para Washington.
Em 1848 disputou a reeleição para o congresso e perdeu.
Em 1849 tentou um emprego no cadastro público de terras e foi recusado.
Em 1854 concorreu ao senado dos Estados Unidos e perdeu.
Em 1856 candidatou-se à indicação para vice-presidente na convenção nacional de seu partido
e perdeu, tendo recebido menos de 100 votos.
Em 1860 decidiu disputar a presidência. Lincoln venceu e se tornou um dos maiores
presidentes da historia dos Estados Unidos e um dos mais extraordinários lideres dos tempos
modernos.
Num discurso, ele disse: “O caminho foi irregular e acidentado. Escorreguei, atrapalhei-me com
minhas próprias pernas, mas me equilibrei e sempre disse a mim mesmo: ‘ Isso foi só um
escorregão, não uma queda definitiva. ’’
4 – súplica por todos os santos: intercessão, como se numa batalha, além de derrotar
nossos inimigos, devemos ajudar nossos companheiros, conservos, contra os seus inimigos.
Não podemos parar de interceder uns pelos outros. Este é um desígnio que o Senhor
estabeleceu.
Paulo fala da importância da armadura:
6.13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de
terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.
Ele diz que ficaremos inabaláveis, se vestirmos e usarmos corretamente a armadura de Deus.
Mas só funciona se a armadura for usada completa. Se estiver faltando um ou mais itens, ela
fica vulnerável, assim como nossa fé cristã.
Nos apeguemos, então, a todos os itens, todos os componentes da armadura de Deus, para
vencermos o mundo, como Jesus venceu o mundo.