tempo e conhecimento: narrativa cinematogrÁfica

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O desafio proposto no tema Unicidade do Conhecimento veio ao encontro dos objetivos propostos pelo grupo de pesquisa, do qual as autoras fazem parte, que tem como temática geral o estudo da imagem do professor no discurso cinematográfico e sua influência na formação de professores.Este artigo é o resultado da busca de elementos que contribuam para a compreensão das influências da narrativa cinematográfica nas relações entre o tempo e o conhecimento.O texto foi tecido basicamente com três fios: tempo, conhecimento e narrativa e organizado em quatro momentos: a temporalidade, o tempo e o conhecimento, tempo, conhecimento e narrativa cinematográfica.

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GARCIA, A.; Vasconcelos, M. (2007) Tempo e conhecimento: narrativa cinematográfica. In, V.  Trindade, N.  Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora.  

 

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O texto foi tecido basicamente com três fios: tempo, conhecimento e narrativa e organizado  em  quatro  momentos:  a  temporalidade,  o  tempo  e  o  conhecimento, tempo, conhecimento e narrativa cinematográfica. 

O  ato  de  tecer  seguiu  os  seguintes  passos:  no  primeiro,  um  fio  referente  ao tempo,  foi  selecionado  entre  tantos  do  mesmo  nome  e  a  escolha  recaiu  sobre aquele que contém a obra de Minkowski, que é um marco nos estudos sobre esse tema.  Aspectos  da  temporalidade  foram  revisitados  e  selecionados  por  serem fundamentais à compreensão desse elemento essencial na tecitura do texto. 

O segundo passo foi dado pela incorporação de um novo fio, o conhecimento, que aparece muitas vezes sozinho e em outros, entrelaçado ao primeiro fio. Os fios referentes  ao  tempo  e  ao  conhecimento,  que  foram  entrelaçados  para  compor  o texto, forneceram os primeiros elementos resultantes da articulação entre eles.   

O terceiro passo trata da integração de um novo fio aos anteriores ⎯ o cinema, especialmente no que se refere à narrativa cinematográfica. Cada fio foi objeto de muita  atenção  em  relação,  especialmente,  à  sua  especificidade,  quanto  ao conhecimento  que  contém,  para  que  no  momento  de  juntar‐se  aos  outros componha um desenho novo, harmônico e articulado. 

As  considerações  finais  ao  encerrarem  o  artigo  apresentam  uma  forma  de compreensão preliminar da influência da narrativa cinematográfica sobre o tempo e  o  conhecimento.  Ao  ser  integrado  ao  devir  o  texto  será  exposto  aos  leitores,  e embora não se tenha como saber sua repercussão fica a certeza que comporá com os demais, juntamente com aqueles que estão guardados nas dobras do passado e com aqueles outros que virão do futuro, a força que faz girar eternamente a roda do conhecimento.  

A TEMPORALIDADE

Os fundamentos que serviram de base para nortear a busca de respostas sobre as  inquietações  relacionadas  ao  tempo  vivido  e  ao  conhecimento  foram encontrados na obra de Eugène Minkowski. 

Minkowski  afirma  que  entre  o  devir  e  o  ser,  entre  o  tempo  e  o  espaço  se escalonam em nossa vida, fenômenos de ordem espaço‐temporal que nos indicam porquê  e  como,  o  pensamento  chega  a  assimilar  o  tempo  ao  espaço.  Esses fenômenos  formam dois escalões: a duração e a  sucessão vividas de um  lado e a continuidade  vivida  de  outro.  O  laço  que  une  estes  dois  escalões  representa  um princípio  especial  denominado  princípio  de  desdobramento,  cujo  sentido  é  o passar do tempo.  

Quando refletimos sobre o passar do tempo, o presente, o passado e futuro são evocados. Minkowski refere‐se a Pierre  Janet para enriquecer essa reflexão, pois, 

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GARCIA, A.; Vasconcelos, M. (2007) Tempo e conhecimento: narrativa cinematográfica. In, V.  Trindade, N.  Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

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este,  apresenta  também  dois  escalões  do  tempo,  mas  sobre  outro  aspecto. Descreve  o  tempo  em dois  níveis:  a  forma  inconsistente  e  a  forma  consistente  e utiliza‐se  da  memória  para  explicá‐los  por  considerá‐la  como  algo  próprio  do homem e que consiste em uma conduta particular intimamente ligada à função da linguagem, ou seja, do discurso. 

Para  Janet,  a  memória  não  é  a  faculdade  de  conservar,  reproduzir  e reconhecer;  de  nenhum  modo  consiste  nesta  repetição  trivial  e automática  que  preside  a  formação  de  tendências  e  hábitos  na  série animal.  É  própria  somente  do  homem  e  consiste  em  uma  conduta particular intimamente ligada à função da linguagem. (Mimkowski, 1973, p. 33­34) 

Assim sendo, a origem da memória está relacionada a uma conduta social que se desenvolve  a  partir  do  momento  que  o  ser  humano  descobre  a  vantagem  de colocar sentinelas não diretamente no campo, como fazem os animais que vivem em grupo, mas fora do campo, comportamento que se utiliza da faculdade de avisar verbalmente a uma pessoa ausente ou de transmitir‐lhe uma ordem.  

Dessa  forma,  compreende‐se  o  relato  como  o  intermediário  elemental  da memória.  Mas,  a  evolução  vai  aumentando  a  complexidade  desse  relato,  dando origem primeiramente  à  descrição,  cujo  papel  é  transmitir  ao  ausente,  não mais uma simples ordem, mas, toda uma situação. 

O  relato e a descrição  relacionam‐se  com objetos que persistem, pertencendo, então,  à  memória  elemental.  Isso  mostra  que  as  primeiras  manifestações  da memória não contêm a noção de desaparecimento do passado. A desenvolvimento da memória deu origem à narração que se apóia no passado ausente, desaparecido e  tem como objetivo  fazer com que os presentes experimentem sentimentos que vivenciariam se tivessem participado do fato narrado. Para atingir esse objetivo foi preciso  aprender  a  colocar,  na  narração,  os  acontecimentos  em  sua  ordem histórica, o que  trouxe consigo um  fator primordial:  a  relação antes  e depois  que gerou um novo e importante desenvolvimento da memória e do tempo. A inclusão das relações de antes e depois, assim como a justaposição ordenada e cronológica dos  acontecimentos  foi  tão  estimulante,  que  tornou  prazeroso  fazer  relatos unicamente pelo prazer de narrar, dando origem à fabulação.  

E assim a memória, primitivamente mesclada  com a ação,  se  converteu pouco a pouco ⎯  porque o relato nem sempre era fácil ⎯  em um jogo, se fez inconsistente e nessa inconsistência se tem aperfeiçoado. A fabulação é, pois, o estádio da memória desenvolvida por ela mesma. (p.34) 

Para  a  memória  foi  preciso  sair  dessa  inconsistência  encontrando  um  ponto absoluto  que  tornasse  possível  ordenar  de  uma maneira  unívoca  o  passado  e  o futuro. Surge assim a noção de presente, que é um relato de uma ação, que fazemos enquanto estamos executando, que reúne a narração e a ação. 

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GARCIA, A.; Vasconcelos, M. (2007) Tempo e conhecimento: narrativa cinematográfica. In, V.  Trindade, N.  Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora.  

 

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Minkowski  define  o  agora  como  sinônimo  de  existência,  pois  existe  apenas  o agora, porque o que não é agora não existe. Não conseguimos fixar o agora, pois ele  foge do nosso olhar, permitindo‐nos ver somente como se desdobra na nossa frente, dando lugar a outro fenômeno ⎯ o presente. 

O presente não é um não­agora, pois conserva em si algo dele ⎯ é um agora que se desdobrou. A característica peculiar desse fenômeno é quanto a sua duração e sua extensão, cujos limites são fluidos, flexíveis, sendo tanto o agora, como o hoje ou  a  época e  fazendo  que  todas  essas  formas  pareçam  incrustarem‐se  umas  nas outras, mas continuando subordinadas à noção de tempo vivido. 

O presente é referência para a existência do passado e do futuro.  

O  passado não  é  aquilo  que  desapareceu  para  sempre, mas  é  o  que  existe  no passado ou o que já foi presente. 

A  forma  como  vivemos  o  passado  está  associada  à  memória,  porém,  quando recordamos  o  passado  este  não  se  desdobra  diante  de  nós  sob  forma  de  etapas sucessivas,  ele  se  dobra  sobre  si  mesmo,  condensando‐se  ao  máximo,  sem, entretanto,  perder  a  sua  força.  Temos,  diante  de  nós,  um  passado  concentrado, recolhido, do qual brota de novo o nosso impulso para o  futuro. Eis aí o papel do passado:  abri‐nos  o  futuro.  É  o  impulso  vital  que  contém  de  uma  maneira primitiva,  a  noção  de  direção  no  tempo,  que  orienta  nossa  vida  em  direção  ao futuro. 

A atividade e a espera, o desejo e a esperança, a prece e a busca da ação ética, são os  fenômenos  vitais  suscetíveis  de  dar  resposta  ao  futuro,  na  medida  em  que constituem o fundamento e a contextura deste.  

O TEMPO E O CONHECIMENTO

As sucessivas e rápidas mudanças que vêm ocorrendo nos modos de produção de  bens  materiais  no  mundo  globalizado  refletem‐se  em  todos  os  setores  da cultura e da subjetividade. Assim, o conhecimento e a experiência humana com a temporalidade  modificam‐se  mutuamente,  tanto  nas  formas  de  produzir conhecimento como no sentido do tempo. 

No tempo da oralidade primária, a  linguagem e a memória eram dois aspectos do mesmo fenômeno, e a organização temporal da narrativa representava o tempo como circular. As histórias eram contadas e recontadas, mantendo a circularidade das lembranças. 

A  invenção  da  escrita  rompe  com  essa  circularidade.  Inaugura‐se  um  novo tempo, o tempo da escrita, tempo cronológico e linear. O conhecimento sofre uma grande mudança, pois é separado do sujeito que o produz. 

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GARCIA, A.; Vasconcelos, M. (2007) Tempo e conhecimento: narrativa cinematográfica. In, V.  Trindade, N.  Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

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A invenção do cinema trouxe uma grande mudança na perspectiva do tempo. O cinema  (imagem  e  som) modifica  os  processos  de  transmissão  de  conhecimento dessa matriz, tradicionalmente apoiados na leitura e na escrita, a narrativa torna‐se menos racional e mais sensorial e a organização menos precisa e mais intuitiva.  

O modelo  de  linguagem,  narrativo  clássico, marcou  a  história  do  cinema,  pela estrutura  linear  e  naturalista.  Mas  a  evolução  em  busca  de  recursos  que permitissem  a  expressão  de  várias  possibilidades  de  linguagem,  traçou  um caminho que partiu de produções com estruturas narrativas mais simples até o uso de tecnologia de ponta, criando efeitos especiais de imagem e novas experiências de linguagem. 

O cinema, baseado na simples ação, ao transformar‐se em cinema de idéias cria uma outra organização temporal, pois, sendo uma representação indireta depende da  organização  de  imagens  e  sons  para  a  expressão  da  temporalidade,  pano  de fundo para o desenvolvimento da narrativa.  

As  novas  tecnologias  ofereceram  os  recursos  necessários  para  que  o  tempo cinematográfico  rompesse  definitivamente  suas  amarras  com  a  noção  da continuidade temporal. 

Assim,  como  a  nossa  mente  é  capaz  de  registrar  simultaneamente milhares de imagens e sons e somos capazes de priorizar aquilo que nossa atenção seleciona, as novas tecnologias permitem que o cinema proceda de maneira  semelhante,  chegando  (...) à materialização do pensamento em movimento.( Mourão, 2007, p. 4) 

As transformações sociais modificaram as relações do ser humano com o mundo e consigo mesmo, o que gerou a necessidade de estabelecimento de novos padrões para  a  compreensão  do  conhecimento,  das  relações  do  homem  com  seu  próprio mundo e, conseqüentemente, consigo mesmo.  

TEMPO, CONHECIMENTO E NARRATIVA CINEMATOGRÁFICA

A  escolha  da  narrativa  cinematográfica  como  objeto  de  reflexão  sobre  sua relação  com  o  tempo  e  conhecimento  foi  motivada  pela  importância  do  cinema como  forma  de  criação  artística,  expressão  da  memória  individual,  coletiva  e histórica e “antecipação” do futuro. A estrutura inicial do texto buscou explicitar os fundamentos que estão na base dessa reflexão. 

O  cinema  (...)  ritualiza  em  imagens,  visuais  e  sonoras, os  eventos  locais que  o  espectador  fiel  deve  recordar  ao  debruçar­se  sobre  o  passado,  o presente e o futuro de sua vida. (Teixeira  & Lopes, 2003, p. 10) 

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GARCIA, A.; Vasconcelos, M. (2007) Tempo e conhecimento: narrativa cinematográfica. In, V.  Trindade, N.  Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora.  

 

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Com  as  gravações  de  filmes  em  DVD  que  podem  ser  alugados  em  lojas especializadas ou adquiridos, o cinema ganhou um grande espaço nas residências, acrescido  ainda  pelas  “sessões  de  cinema”  veiculadas  pela  TV,  especialmente  a cabo,  com  canais  especializados  em  exibição  por  categorias:  infantil,  nacional, drama,  cult,  comédia,  suspense,  ação,  arte,  documentário,  história  e  ficção,  entre outras.  Os  filmes  de  longa‐metragem  foram  objeto  deste  estudo  porque  são narrativas,  eles  contam  histórias,  sejam  elas  baseadas  em  fatos  reais  ou  apenas ficção. 

Traçamos  alguns  caminhos  possíveis  de  interrogação  e  análise  dos  impasses contemporâneos  na  temporalidade  humana  especificamente,  pelo  conhecimento produzido pelas imagens e sons na narrativa cinematográfica. 

Vive‐se em uma sociedade audiovisual, em que o ser humano, na construção do seu currículo  “cultural”,  conta  com a grande  influência da narrativa  imagem‐som para,  ao  longo  do  tempo  agregar  cotidianamente,  de  forma  mais  ou  menos organizada, informações, valores e saberes, propiciados pela exposição freqüente a esse tipo de narrativa. 

Como o discurso presente na narrativa cinematográfica faz parte da experiência temporal de milhões de pessoas, este influência na forma do ser humano aprender, sentir, julgar, pensar, conhecer e na sua relação com o tempo: presente, passado e futuro.  

É  importante  destacar  a  diferença  entre  assistir  um  filme  na  tela  grande  e  o mesmo na televisão. Ir ao cinema pode ser considerado um “evento”, pois é preciso sair de casa, ou do trabalho para adentrar no espaço organizado e preparado para a projeção do filme. Na maioria das vezes trata‐se de uma atividade compartilhada por  uma  ou  mais  pessoas,  pois  é  bem menor  o  número  de  pessoas  que  vão  ao cinema  sozinhas  em  relação  ao  número  das  que  vão  acompanhadas.  Pode‐se perguntar, mas, o que este dado tão banal tem a ver com tempo e conhecimento? 

A resposta aparentemente simples é bastante complexa, portanto, neste artigo apresentamos  sinteticamente  alguns  aspectos  importantes  para  a  compreensão das relações envolvidas na presente questão.  

A  decisão  de  ir  ao  cinema  implica  na  organização  de  um  tempo  anterior  ao evento  que  é  preenchido  por  inúmeras  atividades,  a  partir  da  decisão  de  ir  ao cinema para assistir determinado filme, tais como, escolha da roupa, considerando o espaço de tempo entre a decisão e o horário da projeção do  filme, definição de meio  de  transporte  para  chegar  ao  local,  contatos  com  a(s)  companhia(s)  para combinarem  o  encontro,  providências  necessárias  para  que  essa  ruptura  na organização  cotidiana  do  tempo  não  traga  problemas  de  ordem  pessoal  e/ou profissional. 

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GARCIA, A.; Vasconcelos, M. (2007) Tempo e conhecimento: narrativa cinematográfica. In, V.  Trindade, N.  Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

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Esse tempo é preenchido por atividades que fazem parte do antes, selecionadas e  organizadas  para  que  um  depois  possa  acontecer,  assim,  embora  estejam aparentemente dentro do presente constituem parte integrante de futuro vivido, na concepção  de  tempo  de  Minkowski.  Compreender  isto  fica  mais  claro  quando entendemos que nosso  impulso vital pessoal contém de uma maneira primitiva, a noção de direção no tempo, que orienta a nossa vida em direção ao futuro.  

A atividade  é um  fenômeno essencial  à vida, porque  tudo que vive é ativo e o que é ativo vive, faz parte do devir e não do ser, portanto trata‐se de um fenômeno de natureza temporal. A atividade na medida que não se deixa parar, fixar, limita‐se ao nosso futuro imediato.  

Tão somente com minha atividade chego a criar algo, ainda que a criação não esteja  ligada de uma maneira  imediata  com a atividade. Por outro lado, unicamente a obra parece poder  separar­se da atividade,  sem  ser absorvida por ela. (Minkowski, 1973,p.80) 

A  afirmação  anterior  ajuda  a  compreender  que  o  conhecimento  se  dá  pela atividade, até porque conhecer significa ir para frente, para além do ponto em que se encontrava, na sua compreensão, para continuar seguindo 

Entre  a  preparação  para  ir  ao  cinema  e  assistir  o  filme  existe  em  maior  ou menor abrangência, o tempo da espera. 

A espera é o fenômeno vital que se opõe à atividade A diferença entre esses dois fenômenos  é  que  na  atividade  tendemos  para  o  futuro  e  na  espera  acontece  o inverso:  vemos  o  futuro  chegando  té  nós  e  esperamos  que  esse  futuro  se  faça presente. 

A espera contém, em si mesma, um fator de brutal detenção que torna o indivíduo ansioso,  como  se o devir  concentrado  fora do  indivíduo viesse caindo sobre ele aniquilando­o, enchendo­o de terror, frente a essa massa desconhecida e inesperada, prestes a engoli­lo. (Queluz, 2005,p.91) 

Independentemente  do  tipo  de  espera,  e  da  forma  como  se  espera,  trata‐se sempre de deixar passar certo lapso de tempo até que o esperado aconteça.  

O desejo de assistir um filme, fato gerador da ida ao cinema, constitui uma das dimensões temporais do futuro vivido, na zona do futuro mediato. 

No  desejo  a  atividade  é  ultrapassada,  porque  olho  mais  longe  em  todos  os sentidos. Quando o ser humano lança‐se no futuro movido pelo desejo, este se abre com maior amplitude. Como se deseja o que não se tem, deseja‐se mais do que se tem, e este é o sentido da vida. 

Brinco  livremente na água; por  isso  traço ao meu redor uma espécie de esfera de minha atividade, com  limites, que são excessivamente móveis e 

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GARCIA, A.; Vasconcelos, M. (2007) Tempo e conhecimento: narrativa cinematográfica. In, V.  Trindade, N.  Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora.  

 

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fluidos (para nosso pensamento espacial); ao mesmo tempo aproprio­me desta esfera, ao encontrar­me em contato imediato com ela. Mas percebo ao longe um objeto que me seduz, agora sei o que está ao meu alcance e o que não está, e meu desejo, ultrapassando a  esfera de minha atividade, orienta minhas forças para além dela. E a simples atividade, descuidada e alegre, se faz agora mais séria, mais grave, porque é dirigida pelo desejo. Minkowski, 1973, p.92) 

O  desejo  de  compreender,  de  aprender,  de  escrever  está  presente  no conhecimento. A obra cinematográfica projetada sobre a tela integra um complexo muito maior e mais poderoso do que ela, diferente daquele do qual ela se originou, enquanto obra pessoal. O complexo no qual a obra se integra, ao ser oferecida ao público é o devir, que por sua vez não estático, nem morto. A obra passa a integrar algo que é infinitamente vivo e em movimento: o mundo em sua marcha. O mundo segue seu caminho com ou sem a obra, entretanto esta obra consegue marca‐lo. 

Este  livro  em  que  trabalho  já  há  alguns  anos  e  que,  como  eu  o  sinto, contém uma parte de meu ser, uma vez terminado escapará de mim, por assim dizer,  se  converterá  em um  volume assinado por Minkowski  e,  se tem algum valor, exercerá influência que ignoro e que provavelmente de maneira alguma terão estado entre os motivos profundos que me levaram a escreve­lo. (p.58) 

Assim como  foi do  “escape” do  livro citado que  tirei os motivos para produzir esse  artigo,  que  com  certeza não  estavam entre  aqueles  que  geraram o  livro  em questão, o espectador será  influenciado na sua maneira de estar no mundo pelos conhecimentos que absorveu do  filme, da  forma como os absorveu e os utilizará livremente  como  desejar,  pois  ao  tomá‐los  da  obra  os  organizou  dentro  das categorias de tempo, que conduzem o seu caminhar rumo ao futuro. 

O impacto da narrativa cinematográfica atinge o espectador de múltiplas formas e em múltiplas direções. O aspecto emocional é constantemente acionado durante a  exibição,  causando  reações  de  riso,  choro,  entre  outras,  em  resposta  aos sentimentos  que  foram  gerados  no  tempo  vivido  em  que  o  espectador  a experimentou  medo,  alegria,  amor,  ódio,  como  se  estivesse  dentro  do  filme.  O aspecto cognitivo é mobilizado tanto durante a projeção como posterior a ela, pois pode  levar  o  espectador  a  procurar  mais  informações,  a  compartilhar  com  os outros o apreendido e a  construir argumentos a partir da sua experiência com o filme.  Este  conjunto  de  informações,  emoções,  conhecimentos  e  aprendizagens, aliado à experiência estética vivenciada passa e integrar o repertório humano e a ser utilizado pela memória, que por ser seletiva desdobrará seu rico conteúdo de acordo com os motivos e a busca daquele que a acessou. 

Há  uma  dimensão  temporal  importante  para  compreender  a  relação  tempo, conhecimento e narrativa cinematográfica, trata‐se da esperança.  

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GARCIA, A.; Vasconcelos, M. (2007) Tempo e conhecimento: narrativa cinematográfica. In, V.  Trindade, N.  Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

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A  esperança  tem  um  encanto  especial  porque  ela  abre  amplamente  o futuro diante de nós. Na esperança não espero nada nem para o instante presente, nem para o que o sucede imediatamente, mas sim para o futuro que  se desdobra por detrás. Liberado das ataduras do  futuro  imediato, olho,  na  esperança,  um  futuro  mais  distante,  mais  amplo,  cheio  de promessas.  A  riqueza  do  futuro  se  abre  agora  ante  meus  olhos. (Minkowski, 1973, p.95) 

Voltando ao nosso espectador frente á tela, assistindo um filme. Ele é, durante o tempo  de  projeção,  o  ser  em  cuja  mente  milhares  de  imagens  e  sons  são registradas simultaneamente enquanto sua emoção e seus sentimentos o colocam nas  diferentes  dimensões  do  tempo  vivido.  Assim,  diante  de  situações  de desespero,  presentes  na  narrativa  cinematográfica,  o  espectador  acompanha  o desenrolar  da  ação,  preenchido  de  esperança  que  aquilo  que  parece  impossível encontre uma solução. 

Esta  experiência  trouxe‐lhe  conhecimento  especialmente  sobre  si  mesmo, porque  reagiu  diante  de  algo  que  lhe  pareceu  angustiante  e  que  queria  ver resolvido.  Aprenderia  isto  com  a  vida,  mas  a  força  da  imagem  o  colocou  em situação de poder ter sobre si mesmo pistas indicativas de suas formas de reação como também do juízo de valor que teceu a partir das situações apresentadas no filme.  

A  prece  é  a  dimensão  tempo  associada  a  uma  profissão  de  fé.  Caracteriza‐se como um mecanismo de defesa de nosso ser contra a ameaça suspensa tanto sobre nossa  vida  quanto  sobre  a  vida  em  geral,  e  essa  ameaça  é  tão  grande  que  não consegue  fugir da vida senão de uma  forma que pareça que se a pode conservar para o futuro. 

A prece tem sua afirmação na vida, e é por  isso que quando esta parece estar ameaçada diante da morte, de calamidades, ou outras  razões que colocam  em  perigo  o  nosso  eu,  e  a  esperança  parece  demasiadamente débil, oramos. (Queluz, 2005, p. 93) 

O cinema de catástrofe ou a dor  inerente ao cotidiano age sobre o espectador muitas vezes como anúncio do que está por vir, criando a necessidade  imperiosa de proteger‐se daquilo que pode acontecer. O tempo da prece, não é aquele em que se  recita uma oração decorada. Trata‐se da  interiorização  total  vivida porque na prece me afasto do devir, recolho‐me, penetro em mim, enfim, a prece se eleva do mais profundo do meu ser. 

O  conhecimento  advindo  desse  tempo,  antecipado  em  imagens,  possibilita  a entrada na dimensão sagrada da existência. 

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GARCIA, A.; Vasconcelos, M. (2007) Tempo e conhecimento: narrativa cinematográfica. In, V.  Trindade, N.  Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora.  

 

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Se  tentarmos  vincular  a  prece  a  um  fenômeno  intelectual,  encontraremos apenas um que tem afinidade com ela, por menor que seja: o problema. Na prece não afirmamos nada, não fazemos nenhuma pergunta. 

A busca da ação ética é o coroamento do futuro vivido, porque nela afastamos os interesses  que  constituem  a  materialidade  da  vida,  penetramos  ato  o  fundo  do nosso ser, apagamos os nossos próprios limites, para nos apoderarmos do melhor de nós mesmos. Essa tendência para a ação ética escancara o futuro diante de nós, sendo  a  ação  ética  um  fenômeno  que  se  impõe  por  grandeza  e  não  por  sua freqüência. 

Os  fenômenos ⎯  existo,  tenho, pertenço a ⎯  referem‐se,  na mesma  ordem  às dimensões do tempo: atividade, desejo e busca da ação ética. 

A atividade, o desejo, a busca da ação ética parecem determinar em torno do  eu  vivo  três  esferas ⎯  concêntricas,  sendo  a  segunda  delas  mais distante  que  a  primeira  e  englobando  a  terceira  às  duas  primeiras, traçando  em  torno  a  elas  um  horizonte  luminoso.  (Minkowski, 1973,p.115) 

Na  vida,  a  perspectiva  de  nos  integramos,  por  etapas  sucessivas  a  formas  de vida  cada  vez  mais  vastas  e  maiores,  sem  que  por  isso  percamos  nossa independência  e  nossa  autonomia,  constitui  o  verdadeiro  elemento  para  o desenvolvimento de nossa atividade e de nosso esforço. 

A vida vasta e ampla estende­se agora  frente aos nossos olhos. Vastos e amplos são também os problemas que ela nos coloca. Mas, também vasto e amplo é igualmente nosso ímpeto dirigido para eles. E com isto sentimos que nos engrandecemos. (p.122) 

Na  vida  caminhamos  para  o  futuro  e  para  a morte,  que  são  dois movimentos diferentes: o primeiro é o grande, o infinito e o segundo, o fechado, o limitado. 

Entre esses dois  fenômenos existe uma diferença de nível; as duas  forças não se encontram no mesmo plano. Na realidade, ao  invés de dizer: vou para o futuro e vou para a morte, seria mais exato dizer: a vida em mim vai para o  futuro e eu vou para a morte. Esta  forma é mais apropriada porque mostra como nos afirmamos em relação ao devir e o que a morte significa para nós. (Queluz, 2005,p.94) 

A  busca  da  ação  ética  permeia  as  narrativas  cinematográficas,  sendo  alvo  de reconhecimento,  de  gratidão  e/ou  de  algo  que  incomoda  aqueles  que  se  sentem prejudicados por ela. 

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GARCIA, A.; Vasconcelos, M. (2007) Tempo e conhecimento: narrativa cinematográfica. In, V.  Trindade, N.  Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

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A  existência  humana  retratada  pelo  cinema  expõe  os  conflitos  entre  esses elementos no caminho traçado entre o nascimento e a morte, cenário de um tempo vivido. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tempo de duração de um filme é muito pequeno se comparado ao seu efeito sobre  as  pessoas.  Esse  curto  espaço  de  tempo  em  que  um  filme  é  visto  está duplamente contaminado, por um  lado pelas condições sociais do momento e do outro pela visão de mundo do espectador. Cada experiência originada pelo ato de ver  um  filme  afetará  a  maneira  como  o  espectador  verá  o  (s)  próximo(s).  O conhecimento resultante da experiência com a narrativa cinematográfica vai sendo enriquecido,  vai  definindo  escolhas,  cria  um  novo  arquivo  que  guardará  as preferências do espectador por astros e estrelas, gêneros, diretores, entre outras, assim  como  as  suas  resistências  em  relação  aos mesmos  aspectos.  A  riqueza  de mistura de sentimentos, emoções, informações, sons, luzes, cores, músicas, efeitos especiais, pode, dependendo do significado que teve para a pessoa, acompanhá‐la por  toda a  vida  como um marco  relacionado a  algum aspecto  importante da  sua existência.  O  conhecimento  gerado  pela  narrativa  cinematográfica  não  pode  ser reduzido  ao  entretenimento,  pois  mobiliza  toda  uma  gama  de  elementos  que compõem  o  pano  de  fundo  sobre  o  qual  se  desenha  a  vida.  O  resultado  desse conhecimento não pode ser generalizado, pois ele se dá na soma de experiências, que influência de forma positiva ou negativa o espectador.  

O  filme  é  um  discurso  sobre  o  mundo,  conseqüentemente  ele  fala  para  um interlocutor.  

Por  lançar mão de vivências de pessoas como conteúdo desse discurso, o mundo  aí  retratado  e  do  qual  ele  fala  sinaliza  estar  se  tratando  de homens e coisas situados no tempo e no espaço, no passado e no  futuro, em um  lugar  concreto ou em um  lugar presumível. E ao mesmo  tempo, essa comunicação que o filme propõe ⎯ qualquer que ele seja ⎯ oferece ao  interlocutor  um  testemunho  de  algo  passado  ou  um  desafio  para  o futuro.  De  qualquer modo,  sempre  nos  insere  numa  realidade  que  até então estava ausente da vivência do interlocutor. (Rodrigues, 2003, p.44) 

A  possibilidade  comunicativa  de  um  filme  é  enorme  na  medida  em  que  não conta  com  apenas  uma  forma  de  linguagem,  mas,  com  várias  possibilidades comunicativas uma vez que os objetos óticos e acústicos podem ser transformados em signos, logo portadores de significação. 

As  linguagens,  tanto  orais  quanto  a  dos  objetos  e  das  ausências  se entrelaçam  de  modo  significativo,  unindo  os  discursos,  as  imagens,  a música e o silêncio. No cinema o silêncio é prenhe de significação. Ele não indica ausência de sinais, não representas falta. Pelo contrário, no cinema o  silêncio  fala,  assim  como  a música  com  o  qual  compõe  um  ambiente 

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GARCIA, A.; Vasconcelos, M. (2007) Tempo e conhecimento: narrativa cinematográfica. In, V.  Trindade, N.  Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora.  

 

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discursivo  fazendo  parte  da  gramática  da  linguagem  cinematográfica. (46) 

Tal  qual  a  música  o  cinema  também  é  uma  arte  do  tempo,  ou  da  beleza  em movimento. Diferente das artes do espaço ou da beleza imóvel, quando assistimos um  filme,  após  o  final  da  exibição,  continuamos  ligados  àquela  vivência  da  qual participamos,  pois  para  compreendê‐la  desencadeamos  uma  série  de  atos  de memória  coordenados,  comparações  instintivas  e  contínuas  e  sucessivos  estados de consciência. 

O filme provoca reações no espectador que podem ser classificadas em quatro, por  serem mais  freqüentes:  sensorial  que  se  explica  pelos  efeitos  psicológicos  e fisiológicos  intimamente  relacionados às  imagens‐som, havendo associação entre estas e as reações corporais; emocional quando a pessoa projeta seus sentimentos no filme, que pode então associar com características humanas particulares, como por  exemplo,  alegria,  tristeza,  raiva,  medo,  entre  outras;  imaginária­associativa quando  o  filme  leva  a  uma  associação  de  imagens  visuais;  objetiva  quando  o espectador  reage  de  forma  intelectual,  fazendo  comentários  técnicos  ou  teóricos sobre o filme. 

O  conhecimento propiciado pela narrativa  cinematográfica pode  ser explicado por um processo que percorre um provável caminho. A pessoa ao assistir um filme já possui um repertório de experiências em mutação contínua, que constitui o seu mundo privado, do qual ele é o centro. 

Este mundo privado é denominado por Rogers de “campo fenomênico” ou “campo experiencial”, e inclui tudo o que é experienciado pelo organismo, sejam  estas  experiências percebida  conscientemente ou não.  (Queluz, A. G., 1984, p.11) 

A  pessoa  reage  ao  estímulo  da  forma  como  o  vivencia  e  o  percebe,  assim,  o impacto  da  narrativa  cinematográfico  é  pessoal  e  está  relacionado  às características do indivíduo. 

O  ato  de  conhecer  pode  ser  explicado  pelo  processo  que  ocorre  quando  a narrativa  cinematográfica  traz  para  a  pessoa  um  conjunto  de  imagens‐ação inicialmente  sem  significado  para  ela  e  que  no  transcorrer  da  projeção  vai tornando‐se familiar e finalmente adquire significado. A narrativa cinematográfica ao  produzir  textos  que  representam  o  pensamento  e  o  tempo  que  se  tornaram visíveis  e  sonoros,  materializados  em  imagens‐ação,  constitui‐se  em  uma  força externa  ao  sujeito  que  torna  significativos  conhecimentos  até  então  não percebidos.   

As  imagens  sobre  o  futuro  veiculadas  pelo  cinema  já  fazem  parte  do  nosso repertório  do  presente  e  embora  realmente  não  possamos  ter  acesso  a  ele,  já penetramos  nele,  nas  suas múltiplas  dimensões,  conhecemos  os  andróides  e  seu 

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GARCIA, A.; Vasconcelos, M. (2007) Tempo e conhecimento: narrativa cinematográfica. In, V.  Trindade, N.  Trindade & A.A. Candeias  (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

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comportamento,  os  anjos  em  suas  passagens  pela  terra,  os  seres  de  outros planetas,  o  planeta  destruído  pelas  próxima  guerra,  vivemos  o  último  dia  do mundo e também do day after, enfim a magia do cinema que nos seduz e nos tira da  mesmice  do  cotidiano,  nos  coloca  em  contato  com  todo  tipo  de  gente, comportamento  e  situação.  Fica  tudo  exposto  á  nossa  escolha  e independentemente de quem somos traremos para o self aquilo que responde aos nossos impulsos, tendências e formas de estar no mundo. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Minkowski, E. (1973). El Tiempo Vivido. México: Fondo de Cultura Economica. 

Mourão,  M.  (2007).  O  Tempo  no  Cinema  e  as  Novas  Tecnologias. 

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Queluz,  A.  (2007).  A  Questão  da  Temporalidade  na  Educação.  In  Fazenda,  I.  A 

Pesquisa  em  Educação  e  as  Transformações  do  Conhecimento.Campinas: 

Papirus. 

___________  (1984)  A  Pré  Escola  Centrada  na  Criança  –  Uma  Influência  de  Carl  R. 

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Rodrigues,  N.  (2003).  Adeus,  meninos:  um  discurso  contra  o  esquecimento.  In 

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