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FICHA DE TRABALHO SEMÂNTICA FRÁSICA – Tempo e Aspecto; Modalidade Português – 12.º Ano Maio, 2012 Verbo é uma palavra de forma variável que exprime o que se passa, isto é, um acontecimento representado no tempo. Pertencem a uma classe aberta, constituem o núcleo significativo de uma frase e exprimem acções ou estados localizados no tempo – presente, passado ou futuro. Todos visitam os mesmos locais. Sofia comprou um livro. Diogo mostrará a bicicleta nova aos colegas. António estava na escola. Ana adoeceu. Na primeira frase, a forma verbal indica uma acção no presente. Na segunda frase, a forma verbal localiza a acção no passado. Na terceira frase, a forma verbal remete para uma acção no futuro. Na quarta frase, a forma verbal identifica um estado no passado. Na quinta frase, a forma verbal exprime um estado, no passado. 1. Tempo o tempo identifica o momento em que se realiza a acção, ou seja é a variação que indica o momento em que se dá o facto expresso pelo verbo. Os tempos fundamentais são: presente: situa acção no momento da enunciação. pretérito: situa a acção num momento anterior ao da enunciação. futuro: situa a acção num momento posterior ao tempo da enunciação. O pretérito pode ser: imperfeito: indica uma acção passada contemporânea de outra também já passada. A festa decorria alegremente, quando chegou a notícia. perfeito: indica uma acção do passado completamente realizada. Todos comeram com apetite. mais-que-perfeito: indica uma acção passada anterior a outra também passada. Ontem comeu bem, mas no dia anterior comera melhor. Imp. 751.10-0 1/4

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FICHA DE TRABALHO

SEMÂNTICA FRÁSICA – Tempo e Aspecto; ModalidadePortuguês – 12.º Ano

Maio, 2012

Verbo é uma palavra de forma variável que exprime o que se passa, isto é, um acontecimento representado no tempo. Pertencem a uma classe aberta, constituem o núcleo significativo de uma frase e exprimem acções ou estados localizados no tempo – presente, passado ou futuro.

Todos visitam os mesmos locais.Sofia comprou um livro.Diogo mostrará a bicicleta nova aos colegas.António estava na escola.Ana adoeceu.

Na primeira frase, a forma verbal indica uma acção no presente. Na segunda frase, a forma verbal localiza a acção no passado. Na terceira frase, a forma verbal remete para uma acção no futuro. Na quarta frase, a forma verbal identifica um estado no passado. Na quinta frase, a forma verbal exprime um estado, no passado.

1. Tempo – o tempo identifica o momento em que se realiza a acção, ou seja é a variação que indica o momento em que se dá o facto expresso pelo verbo.

Os tempos fundamentais são:

presente: situa acção no momento da enunciação.pretérito: situa a acção num momento anterior ao da enunciação.futuro: situa a acção num momento posterior ao tempo da enunciação.

O pretérito pode ser:

imperfeito: indica uma acção passada contemporânea de outra também já passada.

A festa decorria alegremente, quando chegou a notícia.

perfeito: indica uma acção do passado completamente realizada.

Todos comeram com apetite.

mais-que-perfeito: indica uma acção passada anterior a outra também passada.

Ontem comeu bem, mas no dia anterior comera melhor.

O futuro pode ser:

imperfeito: situa a acção num momento posterior ao tempo da enunciação.

Partirei no próximo comboio.

perfeito: indica uma acção futura que se concluirá antes de outra também futura.

Terei partido, quando chegares.

Tempos simples e tempos compostos: algumas formas verbais podem apresentar-se num tempo simples ou num tempo composto:Imp. 751.10-0 1/3

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pretérito perfeito: simples - estudeicomposto – tenho estudado

pretérito mais-que-perfeito:simples - estudaracomposto – tinha estudado

Os tempos compostos são formados por meio dos verbos auxiliares ter ou haver e o particípio do verbo que se pretende conjugar.

Os tempos compostos são:pretérito perfeitomodo indicativo: tenho estudadomodo conjuntivo: tenha estudadopretérito mais-que-perfeitomodo indicativo: tinha estudadomodo conjuntivo: tivesse estudadofuturo perfeitomodo indicativo: terei estudadomodo conjuntivo: tiver estudado

2. Aspecto - diferente das categorias do TEMPO, do MODO e da VOZ, o ASPECTO designa uma categoria gramatical que manifesta o ponto de vista do qual o locutor considera a acção expressa pelo verbo. Pode ele considerá-la como concluída, isto é, observada no seu término, no seu resultado; ou pode considerá-la como não concluída, ou seja, observada na sua duração, na sua repetição.

Para a expressão do conceito de aspecto, contribuem o conteúdo lexical e o valor gramatical do verbo.

Aspecto lexical – os verbos nascer, morrer, chegar identificam um valor pontual. Os verbos almoçar, nadar, correr, dormir, ler perspectivam um valor durativo.

Aspecto gramatical - (imperfectivo e perfectivo): expresso por tempos verbais, perífrases, locuções adverbiais.

Imperfectivo: refere um processo em realização. Ex.: Estudo numa capital europeia.

Perfectivo: apresenta um processo completo (já terminado) no momento da enunciação.Ex.: Estudei na Europa.

Pontual ou momentâneo: indica um processo que dura apenas um instante.Exs.: A bomba explodiu. O rapaz desmaiou. O autocarro chegou atrasado.

Durativo: exprime uma acção que perdura no tempo.Exs.: Ela esperava ansiosamente notícias. Ele tem treinado muito. O bebé dorme.

Frequentativo ou iterativo: identifica uma acção que se repete.Exs.: Ela mordiscava os lábios. Eles têm ido à praia todos os dias. (O pretérito perfeito composto exprime um valor frequentativo/iterativo, que pode ser reforçado por uma locução adverbial.)

Inceptivo ou incoativo: apresenta o início da acção.Exs.: Eles adormeceram. Anoitece. Parto hoje para a minha terra. O filho começou a andar.

Cessativo ou conclusivo: apresenta a acção na fase final.

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Exs.: Deixará de estudar. Acabara de sair. As aulas acabam hoje.

A categoria de aspecto pode ser expressa por:

conteúdo lexical e semântico do verbo: dormir (durativo); cair (momentâneo);

sufixo: saltitar, dormitar (frequentativo); empalidecer, adormecer (incoativo);

conjugação perifrástica com verbo auxiliar aspectual: Começou a nadar (inceptivo); Está a dormir (durativo); Vai viajar (inceptivo); Acabou de vestir-se (conclusivo);

repetição da mesma forma verbal: Voava, voava (durativo);

advérbios ou locuções adverbiais: Repentinamente falou (pontual); Tomo duche todos os dias (frequentativo); A pouco e pouco esqueceu os desgostos (durativo).

3. MODALIDADE EPISTÉMICA, DEÔNTICA E APRECIATIVA

A modalidade exprime os diferentes tipos e graus da atitude do locutor perante o que enuncia, bem como face ao seu interlocutor, sendo que os valores modais se dividem em:

3.1. EPISTÉMICOS: tem que ver com a atitude do locutor face à verdade ou falsidade do conteúdo do seu enunciado, baseada no grau de conhecimento que possui sobre o que enuncia. Daqui resultam os valores de:

– certeza (exemplo: A Maria leu/não leu Os Maias.);– probabilidade (exemplo: A Maria deve/não deve ter lido Os Maias);– possibilidade (exemplo: A Maria pode [não] ter lido Os Maias, não sei.).

3.2. DEÔNTICOS: entre o locutor e o interlocutor há uma relação em que o primeiro procura agir sobre o segundo, ao proibir, impor ou autorizar a concretização de uma situação. Daqui resultam os valores de:

– obrigação (exemplo: Estuda!/A Maria [não] deve estudar!/Podes [não podes] estudar!);– permissão (exemplo: Depois de estudares, podes sair!).

3.3. APRECIATIVOS: o locutor exprime um juízo de valor (positivo ou negativo) relativamente ao que enuncia, com valor de certeza: Felizmente/Infelizmente a Maria leu/não leu Os Maias. /Seria bom que a Maria lesse Os Maias./Como ela lê bem!).

O Professor: Eleonora Moita

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