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ESTUDODOLIVRODOSESPÍRITOS WILSONDACUNHA
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Material de Estudo – Tema 20
Estudo do Livro dos Espíritos (L.E.)
Dossiê do Capítulo VIII (perguntas 400 a 455) e outras obras
consultadas.
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Dossiê do capítulo VII e outras obras consultadas a respeito dos
sonhos e informações atinentes.
Sonho:
É a emancipação da alma durante o sono, quando ocorre o
entorpecimento dos sentidos. Os laços que unem o corpo e a alma se
afrouxam, recuperando em parte suas funções de espírito e entrando
em comunicação com os desencarnados e encarnados. As recordações
que conservam ao acordar do que se viu em outros lugares e mundos,
ou em existências passadas, constitui o sonho.
Sonambulismo:
É a emancipação mais completa da alma. No sonambulismo há
maior lucidez, a alma vê e sente coisas com mais precisão e nitidez.
Soniloquia:
É o estado intermediário entre o sono/sonho e o sonambulismo.
Aqueles que falam sonhando são solilóquios.
Pesadelos:
Fragmentos mentais desequilibrados, estão quase sempre
associados a outros seres desequilibrados e desencarnados. Também
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ocorre por ocasião da presença dos inimigos espirituais do encarnado
e desencarnado.
Estudando a Mediunidade, pág. 96:
Estudemos o assunto que se reveste de singular encanto. A
modificação vibratória, resultante do desprendimento pelo sono, faz o
espírito entrar em relação com fatos, imagens, paisagens e
acontecimentos remotos desta e de outras vidas. Reflexos de
impressões arquivadas no cérebro.
As pessoas espíritas realizam uma atividade real e afetiva do
espírito durante o sono.
Participação do Livro dos Espíritos no Assunto dos Sonhos:
Perg. 402: pelos sonhos se lembra do passado prevê o futuro,
pode pôr-se em comunicação com os demais espíritos, quer deste
mundo, quer de outro. Se diz: tive um sonho extravagante, um sonho
horrível, mas absolutamente inverossível. Enganas-te.
É na verdade amiúde uma recordação dos lugares e das coisas
que viste ou que verás em outra existência ou em outra ocasião (...) o
espírito trata de quebrar seus grilhões e busca investigar no passado e
no futuro (...). Muitas vezes, fica a lembrança da perturbação que o
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vosso espírito experimenta à sua partida ou no seu regresso, acontece
também que os maus espíritos se aproveitam de sonhos para
atormentar as almas fracas e pusilânimes.
Perg. 404: se os sonhos não são verdadeiros como entendem os
ledores de buena-dicha, pois fora absurdo crer-se que sonhar com tal
coisa anuncia tal coisa. São verdadeiros no sentido de que apresentam
imagens que para o espírito têm realidade, porém que frequentemente,
nenhuma relação guardam com o que se passa no mundo corporal (...)
São também pressentimentos do futuro, permitidos por Deus.
Perg. 405: é preciso não esquecer que, durante o sono, a alma
está mais ou menos sob a influência da matéria (...) donde resulta que
as preocupações do estado de vigília podem dar ao que se vê a
aparência do que se deseja, em verdade, cabe chamar-se efeito de
imaginação.
Perg. 406: quando em sonho vimos pessoas vivas, muito nossas
conhecidas, a praticarem atos de que absolutamente não cogitam, não
é isso puro efeito de imaginação?
R. Não. Os espíritos dessas pessoas vêm visitar, o teu, como o
teu os vai visitar.
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Perg. 410: Acodem-nos idéias que nos parecem excelentes e que
se nos apagam da memória, apesar dos esforços que façamos para
retê-las. Donde vêm essas idéias?
R. Provêm da liberdade do espírito que se emancipa e que,
emancipando, goza de suas faculdades com maior amplitude.
Também são frequentes conselhos que outros espíritos oferecem.
De que servem essas idéias e esses conselhos, desde que, pelo
esquecer não podemos aproveitar?
Essas idéias, em regra, mais dizem respeito ao mundo dos
espíritos que ao mundo corpóreo. Pouco importa que comumente o
espírito as esqueça, quando unido ao corpo. Na ocasião oportuna,
voltar-lhe-ão como inspiração de momento.
Perg. 425: O sonho é um estado de sonambulismo imperfeito?
No sonambulismo, o espírito está na posse plena de si mesmo.
Os órgãos materiais, achando-se de certa forma em estado de
catalepsia, deixam de receber as impressões exteriores. Vê as coisas
com mais precisão e nitidez.
Participação do Livro dos Médiuns no assunto dos sonhos:
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Perg. 100: enquanto o corpo repousa, o espírito se desliga dos
laços materiais (...) facilmente, pode ver os outros espíritos. O sonho
não é senão a lembrança deste estado. Quando não se lembram de
nada, diz-se que não sonhou.
Perg. 101: não podemos examinar todas as particularidades que
os sonhos podem apresentar, resumindo:
Ø Pode ser uma visão das coisas presentes ou ausentes.
Ø Uma visão retrospectiva do passado ou pressentimento do
futuro.
Ø São também frequentemente painéis alegóricos que os espíritos
fazem passar sob os nossos olhos para nos dar advertências e
salutares conselhos. Os espíritos inferiores nos procuram pelo
mesmo processo para nos induzir ao erro e às paixões inferiores.
Participação diversa no assunto dos sonhos:
Livro “Depois da Morte”. pág. 146:
( ...) O ser físico parece possuir dois estados de consciência.
Comentemos:
I. Primeira consciência: o sono do estado de vigília.
II. Segunda consciência: o sono do estado de desprendimento
completo, sono,natural ou provocado.
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Assim como o cérebro não resiste às recordações de uma vida
anterior, também não pode suportar na íntegra as impressões do
sono/sonho. O cérebro não pode receber e armazenar senão as
impressões comunicadas pela alma em estado de cativeiro na matéria
(vigília).
Em cada renascimento, o organismo cerebral constitui para nós
uma espécie de livro, um novo-diário, sobre o qual se gravam as
sensações e as imagens. É um computador, que recebe do externo e
fixa no inconsciente, no psiquismo espiritual.
Livro “A Gênese”, cap. XIV perg. 28:
( ...) É nas criações fluídicas do pensamento, que se pode
deparar com a causa de certas imagens fantástica, que nada tem de
real, com relação à vida corpórea, mas que apresentam às vezes para o
espírito uma realidade que o corpo lhe sente o contra-choque (...)
Podem essas criações ser provocadas pela exaltação das crenças;
por lembranças retrospectivas; por desejos, paixões, temor, remorsos;
pelas preocupações habituais; pelas necessidades do corpo, ou por
embaraço nas funções do organismo; finalmente por outros espíritos
(...) benéficos ou maléficos.
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Livro “A Gênese”, cap. XV pág. 311”:
(...) São numerosos os casos de avisos em sonho, porém, não se
deve interferir, daí que nem todos os sonhos são avisos e ainda
menos, que têm um significado tudo o que se vê em sonho. Os avisos
por meio de sonhos desempenham grande papel nos livros sagrados
de todas as religiões. Porém, sem garantir a exatidão de todos os fatos
narrados (...)
José, diz o Evangelho, foi avisado por um anjo que lhe apareceu
em sonho para que fugisse para o Egito com o seu filho Jesus. Nesse
caso, o sonho foi exato.
Livro “No Mundo Maior”, pág. 24:
(...) Enquanto vossa organização fisiológica repousa à distância,
exercitando-se para a morte (...) adestrando faculdades e sentimentos
para a verdadeira vida (...), não podereis guardar plena recordação
dessa hora (...), em virtude da deficiência do cérebro, incapaz de
suportar a carga de duas vidas simultâneas ou acontecimentos que não
destilamos na intimidade da alma.
Livro “No Invisível”, pág. 133:
(...) A alma tem uma existência própria, independente do corpo,
e possui um conjunto de faculdades que se exercem sem o concurso
dos sentidos físicos. O ser fluídico se desloca, viaja, paira sobre a
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natureza, assiste a uma multidão de cenas, ora incoerente, ora definida
e clara, e tudo isso se realiza sem a intervenção dos sentidos naturais.
Em certos casos, a visão psíquica durante o sono caracteriza-se por
uma nitidez e exatidão idênticas às da percepção física no estado da
vigília. Abaixo temos um exemplo verídico:
Achando-se em viagem, apeou-se, noite alta, em hotel, recolheu-
se ao aposento e adormeceu. Durante o sono, viu em sonho o pátio
desse hotel e notou que nele trabalhavam uns operários. Tendo-se a si
mesmo sugerido idéia de despertar, logo que se levantou pôde
verificar a realidade do sonho (...) eram exatamente como tinha visto
em espírito.
Livro “Hipnotismo e Espiritismo” pág. 129, 206:
Acredito ser oportuno fazer um relacionamento e colocar o bom
sentido na diferença do sono natural até aqui contado; e o perigo do
sono magnético via hipnotismo.
(...) O hipnotizado, todo imerso nas manobras do hipnotizador,
ou seja, a pessoa apenas deve ouvir e obedecer a voz deste. Assim, a
sua imaginação o isola do resto do mundo, de modo que pouco depois
do início da experiência, para o hipnotizado todo o Universo se
circunscreve na pessoa do seu hipnotizador.
Vejamos onde está o perigo: pondo-se, pois, o paciente em
estado de sonambulismo e suscitando-lhe sugestões, pode-se turbar a
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tranqüilidade das famílias, motivar rancores e ódios implacáveis,
passividade para doações, testamentos, aceitação de paternidade não
existente, promessas de matrimônio, aceitação de filhos ilegítimos e
aceitação de sugestões para delitos atrozes: assassinatos,
envenenamentos, infanticídios, incêndios, atentados políticos,
confissões aparentemente espontâneas de delitos cometidos por
outrem ou talvez, de fato, imaginários.
Do exposto, faço o meu comentário: sabemos do grande alcance
da sugestão ou ordem feita pelo magnetizador, mas sabemos que o
nosso inconsciente pode defender-se, não aceitando sugestões que
verdadeiramente, intimamente, não aceitaríamos jamais.
Vamos a um entendimento concernente ao sono/sonho e
pesadelos:
Sonhos são também compostos de atos e sentimentos, o
desdobrar de disparidade de caráter de ideais, pois “companhias
noturnas são atraídas pelos pensamentos do dia”. Abaixo um
exemplo:
Cecília tinha ciúme da protegida do seu noivo, a ex-mendiga
Duda. Cecília tinha maneiras gentis, mas interiormente tinha ciúme,
raiva e apenas simulava a alegria. Em seu sono/sonho/pesadelo, via-se
na chácara da família, acreditava ouvir pelo percurso insinuações
indiscretas, particulares e levianas, atinente à Duda e seu noivo. Volta
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ao seu quarto onde dormia. Em sua cama, havia uma jovem deitada,
que sorria de modo irônico, como a dizer:
-Vá embora. Seu lugar agora é meu!
-Duda! Gritou Cecília – e acordou de um salto, mas sentindo a
certeza de uma traição.
Não nos resta dúvida! Há sonhos que são realidades, enquanto
outros são quebra-cabeças insólitos, trazendo embutidos símbolos de
difícil decifração.
Eis aí outro exemplo de um sono/sonho que é uma mistura de
preocupações do dia a dia. Por isto que é perigoso ficar a guardar no
baú da memória, o lixo imprestável. Pois junto ao lixo vêm os ratos
dos esgotos. São as entidades que, como se alimentam, com
emanações mentais da raiva, da inveja, do sexo, do ciúme, do
ressentimento, etc. Eis as implicações e complexidade do
sono/sonho/pesadelo de Cecília e Duda.
Informações adicionais:
P. Durante o sono/sonho a alma pode agir comandando o seu
corpo?
R. Sim. Exemplos: quando dizemos “vire de lado, o meu braço
está doendo” ou aqueles que saem andando.
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A parapsicologia tenta explicar o sonho afirmando: é reflexo,
fixação do que se viu e, participou, tudo é criação da mente, nada
mais.
Perguntamos: como explicar visões de elementos reais, que
nunca vimos no estado de vigília?
A parapsicologia vai mais longe, diz que é criação de outras
mentes, mas continuamos a perguntar, é criação mental quando:
Ø Temos visão e registro de coisas atuais, das quais
desconhecíamos.
Ø Temos uma visão retrospectiva do passado.
Ø Temos pressentimento do futuro.
Ø Quando vemos quadros alegóricos que os espíritos fazem passar
diante de nossos olhos para nos chamar a advertência úteis.
O nosso pensamento, sendo atuante no sono, torna-se um
veículo de evocação de encarnados e desencarnados. Eles se
apresentam e o que vemos é real e palpável, então como ser criação
mental?
Naturalmente que, em decorrência do tipo de atividade que o
espírito executa durante o sono, o corpo lhe sofre a influência,
deixando de ser, nessas ocasiões, uma forma de repouso para tornar-
se um modo de exaustão e desgaste, considerando que a relativa
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emancipação da alma não se dando, lhe transmite as sensações,
emoções, e pavores que perturbam a renovação que se buscava.
Há milhões de criaturas que se dizem mais cansadas quando
despertam. Isto é perfeitamente razoável, graças ao comportamento
vivido no período de desprendimento das amarras orgânicas. É claro
que a melhor e mais eficiente precaução resulta de boa conduta da
vida mental. Uma metódica disciplina mental logra resultados
positivos, impedindo que as coisas do dia a dia interfiram nas
paisagens penetradas durante o período dos sonhos. Daí a ocorrência
dos sonhos meramente fisiológicos, em que a supremacia das idéias e
fatos arquivados no inconsciente afloram poderosamente à
consciência, em estados alucinatórios, que inclusive atingem a alma
perturbando-a, igualmente.
P. Em sono, temos limites para volitar no espaço?
R. Sim.
P. Se for muito longe pode romper o cordão fluídico?
R. Situações existem em que os espíritos amigos freiam essa
caminhada.
P. Há espíritos que adormecem também sempre que o corpo
adormece?
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R. Sim. Fica junto ao corpo ou nas imediações da residência. A
exemplo do Índio que fica nas imediações da sua oca. A imensidão
dessa nova vida o assusta.
P. O espírito em qualquer grau de evolução pode viajar a uma
distância considerada, bem distante?
R. Sim e não. Depende do grau de sua evolução. Para muitos se
forem longe demais pode romper o cordão fluídico. É bom termos em
mente os perigos que existem na prática da viagem astral. Essas
viagens são úteis quando espontâneas, acompanhado do mentor
espiritual, em virtude da finalidade.
P. Como será o sono dos espíritos que dormem junto ao lado do
corpo?
R. Estando presos, eles se auto-hipnotizam e começam a viver o
passado ou o presente.
P. É saudável não perder a consciência ao dormir e ter
completa a lembrança do que se passou durante o sono?
R. Não é saudável, como pretendemos? Oitenta por cento das
pessoas encarnadas não suportam nem a vida na terra, então como
querer vivenciar realidades em outras dimensões?
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P. Diálogos que não forem possíveis em estado de vigília, são
possíveis durante o sono, quer com encarnados ou desencarnados?
R. Sim. Pois quando o corpo descansa, recuperando energias
através do sono, o espírito encontra-se mais acessível na posse de sua
real personalidade e é neste estado em que poderemos aconselhá-lo,
mostrando-lhe a ilusão perigosa que se arrasta através da vingança e
do ódio.
Vejamos um exemplo que nos mostra a dificuldade de
interpretar o sonho:
Quatro amigos espíritas combinam se encontrar em sono para
ajudar uma companheira que, em sono, ia participar das sensações
numa zona de prostituição. A caminho da prostituição, foi abordada
pelos quatro amigos, impossibilitada de prosseguir, acordou dizendo:
-Andava eu por uma rua, quando apareceram quatro guardas e
não me deixaram continuar a caminhada.
Ela não se lembra nem se quer para onde ela ia. Como
interpretar esse sonho?
Letargia, catalepsia e mortes aparentes:
L.E. 422: os letárgicos e os catalépticos, em geral, vêem e
ouvem o que em derredor se diz e faz, sem que possam exprimir o que
está vendo e ouvindo.
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P. A letargia e a catalepsia derivam do mesmo princípio?
R. Sim. Perda temporária da sensibilidade e do movimento.
P. Se derivam do mesmo princípio, onde se diferenciam?
R. 1: Na letargia, a suspensão das forças vitais, dando ao corpo
todas as aparências da morte. É o caso bíblico de Lazaro, em que
Jesus disse: ele apenas dorme. Motivo pelo qual em nossos dias, o
funeral demorar 24 horas.
R. 2: Na catalepsia, as forças vitais ficam localizadas, podendo
atingir uma parte mais ou menos extensa do corpo de sorte a permitir
que a inteligência se manifeste livremente. Quanto a Lázaro, não me
atrevo a dizer se de fato ele enquadrou-se na R. 1 ou R. 2.
ü A letargia é sempre natural.
ü A catalepsia é, por vezes, magnética.
Generalidades do Sonambulismo:
I. Quando dormimos deixamos o corpo descansando. Ficamos
mais ou menos independentes da matéria.
II. Quando dormindo, o corpo físico interfere muito pouco ou
quase nada nos atos do espírito.
III. O Sonambulismo está ligado ao sono, desdobramento e êxtases,
assim entendemos.
Vejamos:
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P. Se o sonambulismo está ligado ao sono, qual a diferença
entre um e outro?
R. O sonambulismo natural é um estado de maior independência
da alma, mais completo que o sonho. A alma, nesse estado tem
percepções maiores do que a do sono e mesmo do que no estado de
êxtase.
P. O sonambulismo pode ser também provocado,
assemelhando-se ao de fenômeno natural?
R. Sim. Pois é produzido por uma ação magnética, usando-se o
fluido magnético, como no caso dos magnetizadores profissionais.
P. Em estado sonambúlico, quem vê é o sonâmbulo ou o seu
espírito?
R. Não temos dúvidas! É o espírito quem vê e comanda o corpo.
Aí está a razão do sonâmbulo ver através dos corpos opacos, enquanto
demonstra saber, conhecer e descrever o que está do outro lado do
passado, ou doenças instaladas no interior do corpo físico das pessoas.
P. Sabendo que o espírito vê e sente por todos os seus poros
perispirituais, se assim podemos nos expressar, pode o sonâmbulo
relatar que está vendo pela testa, pelo joelho ou por qualquer outra
parte do corpo?
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R. Sim. Porque o espírito vê por todas as partes e direções. No
sonambulismo, o espírito não está vendo através dos olhos do corpo,
mas sim através dos olhos da alma.
P. Até agora, enfocamos na comunicação e manifestação do
espírito do sonâmbulo – fenômeno anímico - mas perguntamos: pode
o sonâmbulo receber comunicações de outros espíritos que lhes
transmitam o que eles pretendem dizer?
R. Sim. Kardec no L.E. faz uma advertência: a experiência
mostra que os sonâmbulos recebem também comunicações de outros
espíritos. Observação: nesse caso o fenômeno é mediúnico.
P. Como explicar a vista à distância/visão à distância de alguns
sonâmbulos?
R. A pergunta do L.E 432, esclarece:
O espírito não dorme durante o sono, descanso do corpo físico.
Ele anda, passeia, se transporta. Isso explica: o espírito vai até lá, vê e
observa. Aqui temos outra situação, ou seja: quando em estado de
sonambulismo, o corpo se levanta da cama, abre a geladeira toma
água, etc. Entretanto, essas possibilidades dependem do organismo
físico e do estado mental do espírito encarnado.
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P. Por que sendo que o espírito se transporta à distância, o
corpo do sonâmbulo tem a sensação de onde o espírito se encontra,
mesmo que seja bem longe?
R. Isso ocorre porque o espírito não deixou totalmente o corpo.
Permanece um tanto desprendido, mas não tanto.
P. O sonâmbulo nesse seu estado de desdobramento vê os
espíritos?
R. Sim e não. Pode ver os espíritos ou pode ficar limitado ao
que está materialmente à sua volta, como também não se
transportando à distância.
P. As faculdades de que o espírito desfruta no sonambulismo
tem algumas características semelhantes às que usufrui após a
morte?
R. Não. Porque estando ligado à matéria, sofre influência desta.
P. Se a maioria dos sonâmbulos vê espíritos quando estão nesse
estado, eles podem entender o que está acontecendo?
R. Quando o sonâmbulo não tem conhecimento sobre a vida
fora da matéria, não compreende que os seres que está vendo são
espíritos desencarnados. Imaginam estar vendo seres encarnados. O
mesmo acontece com os materialistas que por ocasião do desencarne,
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se julgam vivos e que nada ao seu redor lhes parece modificado. Os
espíritos lhes aparecem como tendo corpos semelhantes aos dos
encarnados.
P. Quais as contribuições de um médium sonambúlico em
reuniões mediúnicas?
I. Primeira contribuição: uma fidelidade maior na comunicação
dos espíritos de qualquer natureza. Portanto mais difícil nos
diálogos com o dirigente da reunião mediúnica.
II. Segunda contribuição: ir a determinado lugar na
espiritualidade, visitando espíritos desencarnados, ir à distância
e narrar a realidade do momento às pessoas do grupo mediúnico,
prestando assistência e ajuda, ou mesmo possibilitando o
diálogo entre o espírito e o dirigente da reunião. Tudo a
distância.
III. Terceira contribuição: deixa o espírito comunicante mais à
vontade para se comunicar.
IV. Quarta contribuição: nos trabalhos de cura, vai até o local
do doente visualizar o seu períspirito, ver a doença e relatar ao
grupo, através dos seus conhecimentos ou dos conhecimentos de
um outro espírito que lhes transmita as informações.
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NOTA: durante a nossa caminhada na obtenção de aprendizado,
todas as peripécias do espírito durante o sono servem de aprendizado
no mundo espiritual, para o qual retornará após o período que deverá
ficar encarnado.
P. Como se processa o fenômeno do sonambulismo?
R. Kardec em “Obras Póstumas”, pág. 93, afirma que: não é
fácil determiná-la com exatidão. Nem mesmo os sonâmbulos
fornecem indicações precisas.
P. Esses fenômenos psíquicos, quantas categorias têm?
R. Têm duas categorias: as anímicas e as mediúnicas.
L.M. XIV, perg. 172, comenta: Sonambulismo (...) são duas
ordens de fenômeno.
I. Primeira: o sonambúlico exprime seu próprio pensamento.
II. Segunda: o médium (sonambúlico) exprime o pensamento de
outrem.
P. O que é categoria sonambúlica-anímica?
R. É quando o espírito do próprio, com a sua inteligência, atua e
comanda o seu próprio corpo, que normalmente estará totalmente
inconsciente do que fala e do que faz (caso do sonâmbulo andando no
telhado). Outro exemplo: Seu espírito viaja à grande distância pelo
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espaço, relata os conhecimentos, as sensações, angústia, frio, calor, ou
detalhes de trabalhos assistenciais, chegando mesmo a pedir orações
aos companheiros que aqui estão para que consiga desempenhar a
difícil tarefa, em regiões umbralinas.
Kardec em “Obras Póstumas”, pág. 93, acrescenta: ele vê e
relata as coisas distantes, porque existe uma porção do seu ser que se
separa do corpo e transporta-se até o local. Ele vê tudo de perto. Se
usa apenas os cinco sentidos? Não me atrevo a afirmar.
P. O que é categoria sonambúlica-mediúnica?
R. É o corpo e espírito do sensitivo, expandindo-se e
capacitando-se ao uso do sexto sentido.
Kardec em “Obras Póstumas”, item 33 afirma:
Médiuns são pessoas aptas a sentir e transmitir os pensamentos
dos espíritos. Não necessariamente, mas definimos que:
sonambulismo mediúnico é o médium recebendo uma entidade
espiritual, num trabalho mediúnico, desses conhecidos por todos. A
diferença principal em relação aos demais médiuns é que ele - o
físico - não tem consciência do que fala e faz.
Nota: o seu espírito tem consciência, mas o cérebro não.
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P. Qual a diferença do sonâmbulo-anímico em relação ao
fenômeno anímico?
R. 1: No primeiro caso, o sensitivo está inconsciente, não escuta
o que fala e não sente o que faz. Usa os cinco sentidos.
R. 2: No segundo caso, o sensitivo está relativamente lúcido,
ouve a sua voz e sente o que faz. Tem uma característica especial, não
tem como identificar que é o seu espírito que está falando. Está
inserido na realidade dos cinco sentidos.
P. Podemos chamá-los de médiuns, os sensitivos-sonambúlicos-
anímicos?
R. Não. O próprio L.E., da perg. 425 a 455, só menciona a
palavra sonambúlico, nunca mencionou médium-sonambúlico.
Acrescentamos:
Em todos os fenômenos anímicos, o sensitivo está usando os
cinco sentidos, ou seja: a sua inteligência. Fica bem claro que não é
fenômeno mediúnico. Quando não há participação direta ou indireta
de desencarnados, a pessoa não está expressando a mediunidade, mas
sim o seu animismo, animismo que ela não percebe, pelo seguinte
motivo:
1. No animismo, quem diz e formaliza as palavras é o espírito
da pessoa e não espírito desencarnado, que pode apresentar
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um vernáculo de alto nível, pois fui muito intelectualizado, e
a médium nessa existência é muito simples.
2. No exercício da mediunidade de lucidez, o desencarnado se
aproxima e telepaticamente, e o médium com as suas palavras
vai revestindo o que o espírito deseja dizer.
No primeiro caso, o dirigente deve conduzir com muito cuidado
o médium para não melindrá-lo. Como? Conversando e orientando o
espírito encarnado, afinal ele é apenas espírito encarnado, mas é
espírito. O problema, nesse caso, está na intimidade psicológica do
espírito hoje encarnado.
P. Os médiuns sonambúlicos são os chamados médiuns
inconscientes, e como tudo acontece automaticamente, tem
necessidades de estudar a doutrina? E por que?
R. Sim. Porque o cérebro está inconsciente, mas o seu espírito é
o responsável em administrar e disciplinar as incorporações. Não
evangelizado, não terá capacidade organizacional. Em qualquer
situação o médium deve ser o comandante da sua mediunidade.
P. Os sonâmbulos podem receber outros espíritos a não ser
somente o seu espírito?
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R. Mesmo o L.E., afirmando nas perguntas 425 a 455, que o
sonâmbulo é o seu espírito que atua no seu corpo, Kardec acrescenta
no item 46, em “Obras Póstumas”: (...) mas, o espírito que se
comunica com um médium qualquer, também, pode comunicar-se
com um sonambúlico.
Acrescento: nesse caso o fenômeno deixa de ser anímico por
haver participação do desencarnado.
P. O sonambúlico em transe exerce a clarividência? Vêem os
espíritos?
R. 1: Exercem a clarividência sim.
R. 2:Vêem os espíritos sim e não. Está na dependência da
exteriorização da alma.
R. 3: Como eles vêem. Mas é complexo, pois a clarividência é
um atributo de todas as partes da alma.
Êxtase:
O L.E. perg. 455, comenta: no estado de êxtase, o
aniquilamento do corpo é quase completo (...) sente-se que a alma se
acha presa unicamente por um fio, que mais um pequenino esforço
quebraria.
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Em “Obras Póstumas”, pág. 55, comenta: é a emancipação da
alma no grau máximo, penetrando no mundo dos espíritos etéreos.
Nota: no sonho e no sonambulismo, a alma caminha pelos
mundos terrestres. O mesmo não acontece no estado de êxtase, pois
se faz viagens até para outras galáxias. Ver livro “Urânia”.
Dupla Vista:
P. O que é dupla vista?
R. O L.E., perg. 447, comenta: (...) libertação do espírito, sem
que o corpo esteja dormindo.
P. A dupla vista não é permanente, mas vendo fica
permanentemente no cérebro do médium?
R. 1: Segundo o L.E. perg. 447, a faculdade sim, o exercício
não.
R. 2: Segundo “Obras Póstumas” Pág. 100, em geral é uma
lucidez passageira, desvanece como a de um sonho.
P. As pessoas dotadas de dupla vista apercebem-se?
R. “Obras Póstumas” pág. 100, comenta: é de notar-se que as
pessoas dotadas dessa faculdade não se apercebem, não suspeitam
ESTUDODOLIVRODOSESPÍRITOS WILSONDACUNHA
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possuí-la. Ela se lhes afigura naturalmente como a de ver com os
olhos físicos.
P. Como ver com os olhos sem perceber?
R. L.E., perg. 455 Kardec comenta: no momento do fenômeno
da segunda vista (...) Seus olhos apresentam alguma coisa de vago.
Eles olham sem ver.
Companheiros, chego até aqui para poder dizer que: a pergunta
supracitada é chave para o entendimento e necessidade da observação
de nós mesmos, e conhecimento de nós mesmos. Quantos processos
mediúnicos como esse acontece conosco - os olhos ficam vagos,
olhamos sem ver, e permanecemos como se nada escutássemos.