têm com a greve docente? de! nb · 2012-06-17 · a greve de professores/as inici-ou por...

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Volume 1, edição 1 27 de maio de 2012 Boletim da Greve COMANDO ESTUDANTIL DE GREVE - UNB 10% do PIB para a Educação pública já! Assistência de Verdade não é Caridade! Valorização da carreira Docente! Melhores Condições de Trabalho, En- sino, Pesquisa e Extensão! UnB Em Greve! Tod@s à Marcha Nacional Dia 05/06! Construir o Comando Nacional de Greve Estudantil!

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Volume 1 , ed ição 1

27 de maio de 2012 Boletim da Greve

CO M A N D O E ST U D A N T I L D E G R E V E - U NB

10% do PIB

para a Educação

pública já!

Assistência de

Verdade não é

Caridade!

Valorização da carreira Docente!

Melhores Condições de Trabalho, En-

sino, Pesquisa e Extensão!

UnB Em

Greve!

Tod@s à Marcha Nacional Dia 05/06!

Construir o Comando Nacional de

Greve Estudantil!

Se os/as professores/as não

têm condições adequadas,

estudantes também Não!

Nos últimos anos, as universidades entraram em um processo profundo de precarização da carreira docente e outras formas de reduzir a qualidade de ensino, pesquisa e extensão. Existe um bombardeamento por parte do go-verno com músicas que propagandeiam a valorização do professor mas, na prática isso é muito diferente. A constru-ção da história da humanidade pelo povo está intrinseca-mente ligada ao trabalho do/a educador/a. Pela suas mãos passam médicos/as, advogados/as, professores/as, cientis-tas e tantos outros/as profissionais. Apoiamos a greve dos/as professores/as porque entendemos que um/a profes-sor/a valorizado/a se motiva e isso é um ganho a toda co-munidade universitária; porque acreditamos em uma rela-ção dialógica, na qual o conhecimento é uma construção que conta com o acréscimo do/a professor/a e também do/a aluno/a, desse modo a desvalorização enfraquece

essa relação construtivista e é por isso que o sentimento de indignação deve ser compartilhado.

Não só os/as docentes não têm condições de tra-

balho, mas nós estudantes também não temos condições

de ensino, pesquisa e extensão! Governos após governos

não resolvem os problemas mais sentidos pelos estudantes

que cada vez mais saem das universidades sem a devida

segurança de que o seu diploma lhes conferirá todas as

condições para ingressar no campo de atuação. Com a ex-

pansão das universidades via REUNI, essas contradições

se agravaram. As universidades dobraram de tamanho e

seus recursos de custeio só aumentaram em 20%. Por uma

pauta do movimento nacional é que defendemos que a

expansão tem que ter 10% do PIB para a educação pública

já. A conquista do plano de carreira reivindicado permitirá

a valorização dos/as profissionais e, assim, melhora na

qualidade do ensino e da produção científica. Pois não só

os/as docentes, mas toda a universidade sofre com a falta

de condições de trabalho, ensino, pesquisa e extensão.

Qual a relação que

os/as estudantes

têm com a greve

docente?

A greve de professores/as inici-ou por reinvindicações salariais, por um plano de carreira justo e por me-lhores condições de trabalho. Enten-demos que um ENSINO DE QUALIDA-DE requer docentes bem remunera-dos e com boas condições de traba-lho. Com a entrada do movimento estudantil na greve e nas mobilizações a pauta foi expandida. Compreende-mos que o momento é de mobilização e unidade entre as categorias por uma Universidade Democrática e Popular, para além das pautas corporativistas. A ampliação das vagas na universida-de amplia o acesso, porém, garantir a permanência dos estudantes é funda-mental para uma democratização ra-dical do Ensino Superior. Apenas ga-rantir o acesso e a permanência na

universidade não garante as profun-das transformações necessárias. O ensino, a pesquisa e a extensão tam-bém precisam ser repensados e re-construídos. O ensino deve ter um caráter libertador que saía da lógica de educação bancária que torna os estudantes meros espectadores, “alunos” que vão às salas de aula para receber dos/as professores/as à “luz do conhecimento” formatado de acor-do com os moldes do mercado. A pes-quisa deve sair da lógica produtivista e mercadológica voltando-se às reais demandas da sociedade, servindo co-mo uma ferramenta de disputa de hegemonia e de transformação. E só é possível conhecer essas demandas junto às comunidades. Por isso, a ex-tensão deve ser muito mais valorizada do que é hoje . Uma universidade pú-blica é um bem de toda a sociedade e deve servir a ela como um todo. As-sim, a extensão deve servir como uma forma de retorno à sociedade, uma vez que o acesso ao Ensino Superior ainda é um privilégio.

Como eu posso par-

ticipar? Primeiramente entrando em

greve. Em segundo lugar, conversando com colegas de salas para também ade-rirem. Em terceiro lugar, convencendo professores/as que ainda estão dando aula a entrarem na greve. Em quarto lugar participando, construindo e divul-gando atividades organizadas pelo Co-mando de Greve. Não devemos ficar em casa fazendo trabalhos e atividades pelo moodle porque isso é AULA. É preciso participar das atividades propostas pelo comando de greve, ir aos atos, passar de sala, conversar com demais estudantes e participar das reuniões.

Docentes substitu-

tos/as e em estágio

probatório poderão

entrar em greve?

Não há previsão legal para a puni-ção de servidores federais docentes em estágios probatórios no que diz respeito a sua participação em um movimento grevista, assim como não pode haver a sua exoneração sem a instauração de processo administrativo disciplinar. De acordo com parecer do STF, os/as pro-fessores/as substitutos e visitantes tam-bém não podem ser punidos/as por par-ticipar de movimentos grevistas, já que não há previsão de punição para este tipo de atividade.

Mais Informações: [email protected]

As reuniões do Comando de Greve Estudantil—UnB

são todas as Segundas, Quartas e Quintas às 18h no

CEUBinho.

A greve das federais to-

ma conta das universi-

dades brasileiras!

Desde o dia 17/05 a greve das universidades fede-rais tomou conta do país. Até o fechamento deste texto já são 47 nas quais os professores aderiram à greve. Em 14 decretaram greve estudantil e na UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) os estudantes ocuparam a reitoria. Os servidores técnico-administrativos já estão com indica-tivo de greve nacional para o dia 11/06. As assembleias têm sido massivas e cheias de revolta. Os estudantes têm formado assembleias enormes que há muito tempo se não se via nas universidades. Estamos caminhando para a maior greve nacional da educação em 10 anos.

Os/As professores/as das universidades federais entraram em greve pela reestruturação do plano de car-reira e por melhores condições de trabalho. Em 2011, o sindicato nacional de docentes (ANDES-SN) firmou um acordo com o governo federal que incluía reestruturação

da carreira docente, valorização do piso e incorporação das gratificações, o que ficou chamado de "Acordo 04/2011". Na cláusula III do acordo, as medidas seriam implantadas em março de 2012. No entanto, já estamos no final de maio e o acordo foi descumprido.

Por que apoiamos o movimento nacional? A falta das condições básicas de trabalho, muitas vezes sem carteiras suficientes nas salas, ou giz nos qua-

dros negros, e ainda a pouquíssima assistência estudantil deixa claro a situação de precarização. Não é à toa que o Brasil está colocado nos piores índices educacionais no mundo, o que entra em choque com a posição de 6ª maior economia mun-dial. A quem está a serviço este crescimento econômico, se não está para o povo? Só nos últimos 2 anos, o governo Dilma cortou mais de R$5 bilhões da educação, e ao mesmo tempo, apresentou o novo Plano Nacional da Educação (PNE). Esse plano não resolve o pro-blema fundamental vivido pelas universidades e escolas. Propõe a meta 20 do PNE, o aumento para 8% do PIB em educação, a ser atingido só em 2020! E pra piorar, incorpora através de sua meta 12,as metas do programa de expansão do governo, transformando-as em política de estado e estendendo a todos os níveis de educação e também às instituições estaduais e particulares. Se a situação já estava drástica, se depender do go-verno pode ficar ainda pior nos próximos anos. Se levarmos em conta ainda a situação da escola e creches públicas, tanto as federais, estaduais e municipais, observamos que o problema começa desde a base. Professores/as da rede

pública de ensino básico sequer têm direito ao piso nacional salarial, e pelos miseráveis salários que recebem têm que pegar mais de uma matrícula e uma grande sobrecarga de trabalho, para conseguirem manter suas famílias.

A Nossa Greve Tem Pauta!

A assembleia geral estudantil que deflagrou a greve abraçou as pautas nacionais da greve docente por

entender que as reivindicações que hoje os/as professores/as apresentam são também do movimento estu-

dantil. Estamos juntos pela educação! E para tanto a assembleia apresentou a seguinte pauta:

Não Podemos mais Esperar,

queremos 10% do PIB para a

Educação Pública já!

Atualmente, são investidos em educa-ção menos de 5% do PIB. Do orçamento geral da União, a fatia destinada à educação é de apenas 3%, en-quanto que para o pagamento dos títulos da dívida pública são destinados 49%. Além

de a educação não se reverter na prática enquanto uma priori-dade dos governos, como os exemplos da destinação de verbas comprovam, o governo ainda resolve cortar a verba da educa-ção. Nos últimos 2 anos, foram cortados mais de 5 bilhões. O movimento estudantil luta para que sejam destinados para a educação pública 10% do PIB JÁ!

Assistência Estudantil de

Verdade Não é Caridade! A assistência estudantil é uma bandeira de luta

importante. Além de termos de estudar em condições em que os prédios dos novos campi nunca ficam pron-tos, as filas do RU são intermináveis e o restaurante sem-pre está fechado, o campus é mal-iluminado e a vigilân-cia é apenas patrimonial, as salas de aula são lotadas, falta professor/a para matérias optativas e etc, é incon-cebível como democrática uma Universidade onde o RU tem um péssimo funcionamento, as bolsas permanência e de moradia são insuficientes e com recorrentes atrasos no pagamento, entre outras contradições. Nota-se o descaso da reitoria diante desses problemas. Essa reali-dade na UnB é reflexo de uma política nacional do gover-no Dilma. A maior prova disso é que a pauta da Assistên-cia Estudantil está presente nas 14 greves estudantis que estouraram em todo o Brasil. Achamos que reivindicar o direito à assistência estudantil é uma responsabilidade com os filhos e filhas da classe trabalhadora que têm direito de entrar e permanecer na universidade pública.

Democracia nas universi-

dades! Paridade já!

Nesse momento em que a educação entra em greve pautando um projeto de universidade, é uma responsabilidade defender a democracia nas universi-dades e a autonomia universitária. A paridade nas eleições para reitor da UnB foi uma grande conquista da ocupação da reitoria da UnB em 2008. No entanto, vimos que nesses últimos anos o debate se enfraque-ceu e não temos garantia desse importante meio de concretização do princípio democrático. A paridade é uma pauta que fortalece o ideal de universidade real-mente democrática e a luta por ela é um compromis-so do movimento estudantil. Acreditamos que a auto-nomia universitária nos oferece total legitimidade para superarmos o sistema antidemocrático no qual os professores têm 70%, estudantes e servidores teri-am 15% cada de peso no processo decisório para a eleição da reitoria. Isso é um absurdo!

Os/As estudantes podem fazer greve? A greve é um instrumento legítimo de luta utilizado para fazer

pressão e conquistar determinadas reivindicações. Geralmente, são utili-zados por trabalhadores/as, mas isso não é uma exclusividade. Estudantes podem fazer greve reivindicando melhorias na qualidade do ensino, mais verbas para a assistência estudantil, ou mesmo em apoio a reivindicações de outras categorias como a dos/as professores/as.

Como a entrada em greve foi tirada em Assembleia Docente, para respeitar a democracia, mesmo os professores que votaram contra também devem entrar em greve. Caso isto não ocorra o estudante tem o direito de não participar das aulas, pois também estamos em greve estudantil. O Ministério Público do DF e o Federal tem o entendimento que diante de greve os estudantes não podem ser prejudicados em momentos de greve. Será votado também no dia 31 de Maio no Con-selho de Ensino, Pesquisa e Extensão - CEPE a suspensão do calendário acadêmico, o que reforçará ainda mais a nossa greve e todas as aulas serão obrigatoriamente repostas.

E se o/a professor/a continuar dan-

do aula? E se marcar prova? Usar o

Moodle?

A greve das federais to-

ma conta das universi-

dades brasileiras!

Desde o dia 17/05 a greve das universidades fede-rais tomou conta do país. Até o fechamento deste texto já são 47 nas quais os professores aderiram à greve. Em 14 decretaram greve estudantil e na UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) os estudantes ocuparam a reitoria. Os servidores técnico-administrativos já estão com indica-tivo de greve nacional para o dia 11/06. As assembleias têm sido massivas e cheias de revolta. Os estudantes têm formado assembleias enormes que há muito tempo se não se via nas universidades. Estamos caminhando para a maior greve nacional da educação em 10 anos.

Os/As professores/as das universidades federais entraram em greve pela reestruturação do plano de car-reira e por melhores condições de trabalho. Em 2011, o sindicato nacional de docentes (ANDES-SN) firmou um acordo com o governo federal que incluía reestruturação

da carreira docente, valorização do piso e incorporação das gratificações, o que ficou chamado de "Acordo 04/2011". Na cláusula III do acordo, as medidas seriam implantadas em março de 2012. No entanto, já estamos no final de maio e o acordo foi descumprido.

Por que apoiamos o movimento nacional? A falta das condições básicas de trabalho, muitas vezes sem carteiras suficientes nas salas, ou giz nos qua-

dros negros, e ainda a pouquíssima assistência estudantil deixa claro a situação de precarização. Não é à toa que o Brasil está colocado nos piores índices educacionais no mundo, o que entra em choque com a posição de 6ª maior economia mun-dial. A quem está a serviço este crescimento econômico, se não está para o povo? Só nos últimos 2 anos, o governo Dilma cortou mais de R$5 bilhões da educação, e ao mesmo tempo, apresentou o novo Plano Nacional da Educação (PNE). Esse plano não resolve o pro-blema fundamental vivido pelas universidades e escolas. Propõe a meta 20 do PNE, o aumento para 8% do PIB em educação, a ser atingido só em 2020! E pra piorar, incorpora através de sua meta 12,as metas do programa de expansão do governo, transformando-as em política de estado e estendendo a todos os níveis de educação e também às instituições estaduais e particulares. Se a situação já estava drástica, se depender do go-verno pode ficar ainda pior nos próximos anos. Se levarmos em conta ainda a situação da escola e creches públicas, tanto as federais, estaduais e municipais, observamos que o problema começa desde a base. Professores/as da rede

pública de ensino básico sequer têm direito ao piso nacional salarial, e pelos miseráveis salários que recebem têm que pegar mais de uma matrícula e uma grande sobrecarga de trabalho, para conseguirem manter suas famílias.

A Nossa Greve Tem Pauta!

A assembleia geral estudantil que deflagrou a greve abraçou as pautas nacionais da greve docente por

entender que as reivindicações que hoje os/as professores/as apresentam são também do movimento estu-

dantil. Estamos juntos pela educação! E para tanto a assembleia apresentou a seguinte pauta:

Não Podemos mais Esperar,

queremos 10% do PIB para a

Educação Pública já!

Atualmente, são investidos em educa-ção menos de 5% do PIB. Do orçamento geral da União, a fatia destinada à educação é de apenas 3%, en-quanto que para o pagamento dos títulos da dívida pública são destinados 49%. Além

de a educação não se reverter na prática enquanto uma priori-dade dos governos, como os exemplos da destinação de verbas comprovam, o governo ainda resolve cortar a verba da educa-ção. Nos últimos 2 anos, foram cortados mais de 5 bilhões. O movimento estudantil luta para que sejam destinados para a educação pública 10% do PIB JÁ!

Assistência Estudantil de

Verdade Não é Caridade! A assistência estudantil é uma bandeira de luta

importante. Além de termos de estudar em condições em que os prédios dos novos campi nunca ficam pron-tos, as filas do RU são intermináveis e o restaurante sem-pre está fechado, o campus é mal-iluminado e a vigilân-cia é apenas patrimonial, as salas de aula são lotadas, falta professor/a para matérias optativas e etc, é incon-cebível como democrática uma Universidade onde o RU tem um péssimo funcionamento, as bolsas permanência e de moradia são insuficientes e com recorrentes atrasos no pagamento, entre outras contradições. Nota-se o descaso da reitoria diante desses problemas. Essa reali-dade na UnB é reflexo de uma política nacional do gover-no Dilma. A maior prova disso é que a pauta da Assistên-cia Estudantil está presente nas 14 greves estudantis que estouraram em todo o Brasil. Achamos que reivindicar o direito à assistência estudantil é uma responsabilidade com os filhos e filhas da classe trabalhadora que têm direito de entrar e permanecer na universidade pública.

Democracia nas universi-

dades! Paridade já!

Nesse momento em que a educação entra em greve pautando um projeto de universidade, é uma responsabilidade defender a democracia nas universi-dades e a autonomia universitária. A paridade nas eleições para reitor da UnB foi uma grande conquista da ocupação da reitoria da UnB em 2008. No entanto, vimos que nesses últimos anos o debate se enfraque-ceu e não temos garantia desse importante meio de concretização do princípio democrático. A paridade é uma pauta que fortalece o ideal de universidade real-mente democrática e a luta por ela é um compromis-so do movimento estudantil. Acreditamos que a auto-nomia universitária nos oferece total legitimidade para superarmos o sistema antidemocrático no qual os professores têm 70%, estudantes e servidores teri-am 15% cada de peso no processo decisório para a eleição da reitoria. Isso é um absurdo!

Os/As estudantes podem fazer greve? A greve é um instrumento legítimo de luta utilizado para fazer

pressão e conquistar determinadas reivindicações. Geralmente, são utili-zados por trabalhadores/as, mas isso não é uma exclusividade. Estudantes podem fazer greve reivindicando melhorias na qualidade do ensino, mais verbas para a assistência estudantil, ou mesmo em apoio a reivindicações de outras categorias como a dos/as professores/as.

Como a entrada em greve foi tirada em Assembleia Docente, para respeitar a democracia, mesmo os professores que votaram contra também devem entrar em greve. Caso isto não ocorra o estudante tem o direito de não participar das aulas, pois também estamos em greve estudantil. O Ministério Público do DF e o Federal tem o entendimento que diante de greve os estudantes não podem ser prejudicados em momentos de greve. Será votado também no dia 31 de Maio no Con-selho de Ensino, Pesquisa e Extensão - CEPE a suspensão do calendário acadêmico, o que reforçará ainda mais a nossa greve e todas as aulas serão obrigatoriamente repostas.

E se o/a professor/a continuar dan-

do aula? E se marcar prova? Usar o

Moodle?

Volume 1 , ed ição 1

27 de maio de 2012 Boletim da Greve

CO M A N D O E ST U D A N T I L D E G R E V E - U NB

10% do PIB

para a Educação

pública já!

Assistência de

Verdade não é

Caridade!

Valorização da carreira Docente!

Melhores Condições de Trabalho, En-

sino, Pesquisa e Extensão!

UnB Em

Greve!

Tod@s à Marcha Nacional Dia 05/06!

Construir o Comando Nacional de

Greve Estudantil!

Se os/as professores/as não

têm condições adequadas,

estudantes também Não!

Nos últimos anos, as universidades entraram em um processo profundo de precarização da carreira docente e outras formas de reduzir a qualidade de ensino, pesquisa e extensão. Existe um bombardeamento por parte do go-verno com músicas que propagandeiam a valorização do professor mas, na prática isso é muito diferente. A constru-ção da história da humanidade pelo povo está intrinseca-mente ligada ao trabalho do/a educador/a. Pela suas mãos passam médicos/as, advogados/as, professores/as, cientis-tas e tantos outros/as profissionais. Apoiamos a greve dos/as professores/as porque entendemos que um/a profes-sor/a valorizado/a se motiva e isso é um ganho a toda co-munidade universitária; porque acreditamos em uma rela-ção dialógica, na qual o conhecimento é uma construção que conta com o acréscimo do/a professor/a e também do/a aluno/a, desse modo a desvalorização enfraquece

essa relação construtivista e é por isso que o sentimento de indignação deve ser compartilhado.

Não só os/as docentes não têm condições de tra-

balho, mas nós estudantes também não temos condições

de ensino, pesquisa e extensão! Governos após governos

não resolvem os problemas mais sentidos pelos estudantes

que cada vez mais saem das universidades sem a devida

segurança de que o seu diploma lhes conferirá todas as

condições para ingressar no campo de atuação. Com a ex-

pansão das universidades via REUNI, essas contradições

se agravaram. As universidades dobraram de tamanho e

seus recursos de custeio só aumentaram em 20%. Por uma

pauta do movimento nacional é que defendemos que a

expansão tem que ter 10% do PIB para a educação pública

já. A conquista do plano de carreira reivindicado permitirá

a valorização dos/as profissionais e, assim, melhora na

qualidade do ensino e da produção científica. Pois não só

os/as docentes, mas toda a universidade sofre com a falta

de condições de trabalho, ensino, pesquisa e extensão.

Qual a relação que

os/as estudantes

têm com a greve

docente?

A greve de professores/as inici-ou por reinvindicações salariais, por um plano de carreira justo e por me-lhores condições de trabalho. Enten-demos que um ENSINO DE QUALIDA-DE requer docentes bem remunera-dos e com boas condições de traba-lho. Com a entrada do movimento estudantil na greve e nas mobilizações a pauta foi expandida. Compreende-mos que o momento é de mobilização e unidade entre as categorias por uma Universidade Democrática e Popular, para além das pautas corporativistas. A ampliação das vagas na universida-de amplia o acesso, porém, garantir a permanência dos estudantes é funda-mental para uma democratização ra-dical do Ensino Superior. Apenas ga-rantir o acesso e a permanência na

universidade não garante as profun-das transformações necessárias. O ensino, a pesquisa e a extensão tam-bém precisam ser repensados e re-construídos. O ensino deve ter um caráter libertador que saía da lógica de educação bancária que torna os estudantes meros espectadores, “alunos” que vão às salas de aula para receber dos/as professores/as à “luz do conhecimento” formatado de acor-do com os moldes do mercado. A pes-quisa deve sair da lógica produtivista e mercadológica voltando-se às reais demandas da sociedade, servindo co-mo uma ferramenta de disputa de hegemonia e de transformação. E só é possível conhecer essas demandas junto às comunidades. Por isso, a ex-tensão deve ser muito mais valorizada do que é hoje . Uma universidade pú-blica é um bem de toda a sociedade e deve servir a ela como um todo. As-sim, a extensão deve servir como uma forma de retorno à sociedade, uma vez que o acesso ao Ensino Superior ainda é um privilégio.

Como eu posso par-

ticipar? Primeiramente entrando em

greve. Em segundo lugar, conversando com colegas de salas para também ade-rirem. Em terceiro lugar, convencendo professores/as que ainda estão dando aula a entrarem na greve. Em quarto lugar participando, construindo e divul-gando atividades organizadas pelo Co-mando de Greve. Não devemos ficar em casa fazendo trabalhos e atividades pelo moodle porque isso é AULA. É preciso participar das atividades propostas pelo comando de greve, ir aos atos, passar de sala, conversar com demais estudantes e participar das reuniões.

Docentes substitu-

tos/as e em estágio

probatório poderão

entrar em greve?

Não há previsão legal para a puni-ção de servidores federais docentes em estágios probatórios no que diz respeito a sua participação em um movimento grevista, assim como não pode haver a sua exoneração sem a instauração de processo administrativo disciplinar. De acordo com parecer do STF, os/as pro-fessores/as substitutos e visitantes tam-bém não podem ser punidos/as por par-ticipar de movimentos grevistas, já que não há previsão de punição para este tipo de atividade.

Mais Informações: [email protected]

As reuniões do Comando de Greve Estudantil—UnB

são todas as Segundas, Quartas e Quintas às 18h no

CEUBinho.