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TELEMEDICINA É possível uma medicina do futuro sem as tecnologias de comunicação? Discussão sobre consultas a distância vem sendo marcada por posicionamentos conflitantes. ANO 8 | 27 a EDIÇÃO 13ª Convenção Brasileira de Hospitais: o maior evento do setor hospitalar do país chega à região Nordeste Liderança Presidente da FBH é eleito “100 Mais Influentes da Saúde” Psiquiatria Prêmio Nise da Silveira vai reconhecer Boas Práticas em Saúde Mental Acesse a revista online

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TELEMEDICINA É possível uma medicina do futuro sem as tecnologias de comunicação? Discussão sobre consultas a distância vem sendo marcada por posicionamentos conflitantes.

ANO 8 | 27a EDIÇÃO

13ª Convenção Brasileira de Hospitais: o maior evento do setor hospitalar do país chega à região Nordeste

Liderança Presidente da FBH é eleito “100 Mais Influentes da Saúde”

Psiquiatria Prêmio Nise da Silveira vai reconhecer Boas Práticas em Saúde Mental

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REVISTA VISÃO HOSPITALARREVISTA VISÃO HOSPITALAR

UMA NOVA FASE

PALAVRA DO PRESIDENTE

Quando assumi a Presidência da Federação Brasileira de Hospitais (FBH) em 2010, vislumbrei um cenário conhecido, por atuar há tantos anos no Setor Saúde, mas também me deparei com novos desafios, que me guiaram para desempenhar o melhor na repre-sentatividade da instituição, que já tinha quatro dé-cadas, da qual fiz parte em outras funções. Algumas personalidades, lideranças, instituições e empresas do segmento já participavam da minha trajetória, por eu ser um empreendedor na área. E como o Setor Saúde vive em constante avanço, construímos novos aprendizados, elos e parcerias!

Trabalhei incansavelmente durante uma década para conquistar o espaço necessário para o posiciona-mento da instituição e o desempenho efetivo das ati-vidades estratégicas, buscando o fortalecimento da atuação da FBH. Assumi todas as responsabilidades que me foram confiadas pela liderança, pelos mem-bros, pelos diretores e pelos associados da FBH ao me elegerem, e, juntos, construímos um novo cenário de modernização e uma nova era para a instituição, criando novos projetos que objetivam o alcance do nosso propósito: atuar pela melhoria e evolução do setor hospitalar.

Me sinto parte e responsável por boa parte da histó-ria e trajetória da FBH. Aprendi muito com os colabo-radores, a diretoria, os parceiros do setor, os hospitais e, principalmente, o paciente, e por ele percebi que precisávamos correr contra o tempo para fazer o que era preciso para a melhoria e o acesso ao atendimen-to por todo cidadão.

A revista Visão Hospitalar, criada em 2012, foi um grande presente para a instituição, o leitor e todo o setor hospitalar. Sempre valorizamos a informação e como ela pode realizar mudança, transformação e evolução para o desenvolvimento dos hospitais e dos profissionais que neles atuam.

Esta edição é muito importante por marcar toda a tra-jetória que construímos juntos. Ela apresenta o melhor em acontecimentos, notícias, artigos e reportagens es-

peciais, com o objetivo de que todos tenham acesso a conteúdo estratégico e relevante para a construção de caminhos e reflexões que melhorem o setor.

Agradeço a cada um por acreditar e me apoiar duran-te todos esses anos, e por tudo que realizamos tendo em vista o desenvolvimento do setor e o reconhe-cimento de diversas atividades e profissionais que fazem acontecer o nosso dia a dia na Saúde!

Agora virá uma nova fase, uma nova diretoria, na qual deposito minha confiança e certeza de que estare-mos cada vez mais unidos, amadurecidos e fortale-cidos para apoiar a nova gestão na continuidade do desempenho das atividades da FBH.

Uma boa leitura!

LUIZ ARAMICY BEZERRA PINTOPresidente da Federação Brasileira de Hospitais.

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Nenhuma instituição privada é de maior interesse público do que o hospital particular!”

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DIRETORIAEditora-ChefeViviã de Sousa - 12118/[email protected]

Projeto GráficoViva Comunicação Groupvivacomunicacaogroup.com

[email protected]

Produção Executiva Rosana Oliveira [email protected]

Revisão de TextoAmanda Vasconcelos

Produção de ConteúdoFelipe [email protected]

Tiragem 7 mil exemplares

Arte e DiagramaçãoViva Comunicação Groupvivacomunicacaogroup.com

PublicaçãoTrimestral

EXPEDIENTEPresidenteLuiz Aramicy Bezerra Pinto

Vice-PresidenteEduardo de Oliveira

Vice-Presidente Breno de Figueiredo Monteiro

Vice-Presidente Fernando Antônio Honorato da Silva e Souza

Vice-PresidenteBenno Kreisel

Vice-PresidenteManoel Gonçalves Carneiro Netto

Vice-PresidenteAltamiro Bittencourt

Vice-PresidenteFrancisco José Santiago de Brito

Vice-PresidenteMarcus Camargo Quintella

Secretário-GeralAdelvânio Francisco Morato Secretário AdjuntoIvo Garcia do Nascimento

Diretor TesoureiroMansur José Mansur

Tesoureiro AdjuntoReginaldo Teófanes F. de Araújo

Diretor de Atividades CulturaisCastinaldo Bastos Santos

Conselho Fiscal - Membros EfetivosEdivardo Silveira SantosCanísio Isidoro WinkelmannGlauco Monteiro Cavalcante Manso

Conselho Fiscal - Membros SuplentesFrancisco Ítalo Duarte KumamotoLeonardo Gigliotti BarberesMarcia Rangel

Assessores de DiretoriaDanilo de Lira MacielRandal Pompeu Ponte Filho

Superintendente Luiz Fernando C. Silva

Federação Brasileira de Hospitais - FBHSRTVS Qd. 701 - Conj E - nº 130 - 5º andar Ed. Palácio do Rádio I - Torre III - Brasília-DF 70340-901 Tel: (61) 3044 0332 E-mail: [email protected]

PALAVRA DA EDITORA

BOA LEITURA!Viviã de Sousa | Editora

TRANSFORMAÇÃO

A palavra-chave que move a transformação do setor hos-pitalar é gestão, poderosa ferramenta que promove me-lhorias, mudança, inovação e conhecimento. Cada área no Setor Saúde tem um papel de extrema relevância no cuidado à vida, ao paciente. A partir dele e pelo princi-pal lema da excelência ao atendimento, assim como para contribuir com a evolução dos hospitais, melhorar o aten-dimento e preparar o gestor para absorver tantas infor-mações estratégicas e necessárias para a evolução do seu desempenho e de sua atuação, toda uma estrutura foi preparada pela Federação Brasileira de Hospitais (FBH) buscando dar o suporte necessário, por meio de informa-ção, publicações, parcerias, capacitações e eventos cons-truídos pela instituição ou pelos parceiros do segmento.

Esta edição apresenta um destaque principal para a te-lemedicina e como essa realidade tão polemica já tem realizado significativa transformação na vida dos pa-cientes e dos profissionais.

A implementação de novos horizontes no setor é pri-mordial para o avanço da saúde da população, mas é preciso construir diálogos em torno de um grande tema para que algo que pode auxiliar e otimizar o acesso ao atendimento seja realizado de uma maneira ética, res-peitando as normatizações e construindo soluções para implementar as transformações que precisam ocorrer para que os debates que acontecem hoje tenham como foco a construção de uma nova jornada para a sustenta-bilidade e a melhoria do setor, assim como o acesso do paciente ao atendimento médico.

Reunir e construir informações atuais, estratégicas e fundamentais para auxiliar os profissionais que atuam no Setor Saúde é nossa mais prazerosa missão!

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13ª CONVENÇÃO BRASILEIRA DE HOSPITAIS: O MAIOR EVENTO DO SETOR HOSPITALAR DO PAÍS CHEGA À REGIÃO NORDESTE

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LIDERANÇA PRESIDENTE DA FBH É ELEITO “100 MAIS INFLUENTES DA SAÚDE”

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TELEMEDICINA É POSSÍVEL UMA MEDICINA DO FUTURO SEM AS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO? DISCUSSÃO SOBRE CONSULTAS A DISTÂNCIA VEM SENDO MARCADA POR POSICIONAMENTOS CONFLITANTES.

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PSIQUIATRIA PRÊMIO NISE DA SILVEIRA VAI RECONHECER BOAS PRÁTICAS EM SAÚDE MENTAL

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SUMÁRIOVISÃO JURÍDICA 6SAÚDE PÚBLICA 8SAÚDE SUSTENTÁVEL 10 13ª CONVENÇÃO BRASILEIRA DE HOSPITAIS 12TRANSPARÊNCIA 16CARDIOLOGIA 18ORTOPEDIA 20ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL 22SOUTH AMERICA HEALTH EXHIBITION 24LIDERANÇA 26CONFERÊNCIA 28CIRURGIA ROBÓTICA 30TECNOLOGIA E SAÚDE 32TELEMEDICINA 34ENTREVISTA 38REALIDADE VIRTUAL 40QUALIDADE E SEGURANÇA 41PRONTUÁRIO ELETRÔNICO 42ÉTICA E COMPLIANCE 44BEM-ESTAR 46GERIATRIA 48EXPERIÊNCIA DO PACIENTE 50BOAS PRÁTICAS 51SAÚDE DIGITAL 53INVESTIMENTO EM SAÚDE 55CERTIFICAÇÃO 56SAÚDE E ECONOMIA 57PSIQUIATRIA 59ACONTECE NO CONGRESSO 61CUSTO SAÚDE 66ARTIGO 68ACREDITAÇÃO 70MEMÓRIAS FBH 72CALENDÁRIO DE EVENTOS 74INDICADORES ECONÔMICOS 78

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VISÃO JURÍDICA

O dever de sigilo quanto aos dados pessoais não é algo novo na área da saúde, pois há muito está pre-sente nos códigos de ética dos profissionais da saú-de, como o dos médicos, dos enfermeiros e dos fisio-terapeutas, além de estar previsto na Resolução nº 1.821/2007 do Conselho Federal de Medicina (CFM), ao tratar da guarda e do manuseio dos documentos dos prontuários dos pacientes.

Nesse contexto, a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709/2018) vem ao encontro do dever de sigilo já presente na área da saúde, de forma a preservar os dados pessoais dos cidadãos porventura existentes nos bancos de dados das diversas instituições do sis-tema de saúde, como, por exemplo, na base de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), dos hospitais pri-vados ou das operadoras de planos de saúde.

A Lei nº 13.709/2008 classifica as informações refe-rentes à saúde do cidadão como um “dado pessoal sensível”, e destina uma seção para regular a forma como os dados pessoais sensíveis serão tratados.

Em regra, o tratamento dos dados pessoais sensí-veis, o que inclui qualquer operação realizada com os dados relativos à saúde de um cidadão, depende do consentimento do titular desse dado ou de seu representante legal, e deve ser para uma finalidade específica. Esse requisito é válido tanto para a inicia-tiva privada quanto para a Administração Pública.

A Lei Geral de Proteção de Dados estabelece, no en-tanto, algumas hipóteses que permitem o tratamento

de dados em saúde sem o consentimento do titular ou de seu representante legal, como, por exemplo: i) para cumprimento de obrigação legal ou regulató-ria; ii) para viabilizar a execução de políticas públicas previstas em leis ou regulamentos; iii) para fins de estudos por órgãos de pesquisa, garantida a anoni-mização dos dados; iv) para exercício regular de di-reitos, inclusive em contrato e em processo judicial, administrativo e arbitral; v) para proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiros; vi) para tutela da saúde, em procedimento realizado por profissionais da área da saúde ou por entidades sa-nitárias; e vii) para garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos processos de identificação e autenticação de cadastro em sistemas eletrônicos.

As hipóteses legais que dispensam o consentimento do titular dos dados devem ser interpretadas como situações excepcionais e que não afastam a obriga-ção de sigilo imposta aos profissionais de saúde que eventualmente sejam responsáveis pelo tratamento dos dados pessoais.

Neste aspecto, a interpretação do dever legal de sigi-lo deve ser feita de forma a harmonizar as obrigações e as exceções trazidas pela Lei Geral de Proteção de

RAFAEL ROBBAAdvogado, especialista em Direito à Saúde, mestre pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e sócio do escritório Vilhena Silva Advogados.

A LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E A SUA APLICAÇÃO EM SAÚDE

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REVISTA VISÃO HOSPITALAR

Dados, bem como os deveres de sigilo já estabele-cidos aos profissionais de saúde, por meio de seus respectivos códigos de ética.

De toda forma, os dados relativos à saúde jamais po-derão ser utilizados, sem o consentimento do titular, para hipóteses não excepcionadas pela Lei Geral de

Proteção de Dados, como, por exemplo, para fins co-merciais ou para dificultar a contratação de plano de saúde em razão de doenças preexistentes.

Ademais, as instituições que porventura infringirem as obrigações impostas na Lei nº 13.709/2008, desres-peitando o dever de sigilo e os limites de tratamento de dados relativos à saúde, estarão sujeitas a reparar os danos causados aos titulares dos dados violados,

além de sofrerem sanções que podem chegar a uma multa de até 2% (dois por cento) do faturamento da pessoa jurídica de direito privado, do grupo ou do conglomerado no Brasil no seu último exercício.

Já o profissional que, eventualmente, venha a desres-peitar o dever de sigilo e proteção de dados, estará sujeito a responder perante seu respectivo conselho de classe, além de reparar eventuais perdas e danos que causar ao titular dos dados violados.

Dessa forma, a Lei Geral de Proteção de Dados deve ser vista como um importante marco regulatório, que reafirma o dever de sigilo e protege os dados de saú-de dos cidadãos contra utilização que possa expor sua privacidade, violar sua intimidade e honra ou submetê-los a práticas comerciais indevidas.

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nistério da Saúde (MS) e a FSESP, na implementação do PNI e do SNVE, concorreram para a baixa cobertura vacinal das crianças menores de 1 ano, o que ocasio-nou, em 1979, o surgimento de epidemias de polio-mielite e sarampo em vários estados brasileiros.

Diante dessa situação, o MS convocou uma reunião para analisar a proposta da criação do Dia Nacional de Vacinação, que culminou, em 1980, na 1ª Cam-panha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, e definiu como meta vacinar todas as crianças menores de 5 anos em um só dia. Por consequência, as cam-panhas nacionais de vacinação contra poliomielite passaram a integrar o calendário do PNI.

Os excelentes índices de cobertura, alcançados pelo programa, tiveram a participação do grande trabalho educativo, viabilizado mediante os diversos meios de comunicação, que contribuiu para esclarecer àquelas populações residentes em áreas mais remotas sobre a importância da vacinação. Destarte, mais uma vez, o Brasil, após 14 anos de trabalho árduo no comba-te à poliomielite, recebeu, em 1994, da Organiza-ção Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Certificação da Ausência de Circulação Autóctone do Poliovírus Selvagem. O último caso havia sido diagnosticado no ano de 1989, no estado da Paraíba.

O marco histórico da Política de Imunização no país ocorreu em 1973 e coincidiu com o encerramento e consequente sucesso da Campanha de Erradicação da Varíola (CEV), iniciada em 1962, que concedeu ao Brasil a certificação da Organização Mundial da Saú-de (OMS), atestando que o território brasileiro estava livre da doença.  Simultaneamente a este fato impor-tante, ocorreu a criação do Programa Nacional de Imu-nização (PNI), que resultou do somatório de fatores de contexto nacional e internacional para estimular e ex-pandir a utilização de agentes imunizantes, em busca da integridade das ações de saúde realizadas no país.

O PNI, institucionalizado em 1975, assumiu a respon-sabilidade de coordenar as atividades de imunizações, desenvolvidas na rede de serviços, e elaborou diretri-zes pautadas na experiência da Fundação de Serviços de Saúde Pública (FSESP), atualmente Fundação Nacio-nal de Saúde (FUNASA), com a prestação de serviços integrais de saúde, por meio da sua rede própria. Dessa forma, definiu as seguintes estratégias programáticas: estender as vacinações às áreas rurais; aperfeiçoar a vigilância epidemiológica em todo país; capacitar os laboratórios oficiais para respaldarem o diagnóstico das doenças; criar um laboratório nacional de referên-cia para controle de qualidade das vacinas; e promover a educação em saúde para aumentar a receptividade da população aos programas de vacinação.  

Também foi delegada à FSESP a operacionalização do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE). No entanto, as divergências institucionais entre o Mi-

CLAUDIO BRASILEspecialista em PlanejamentoEstratégico e Gestão em Saúde.

AS MALEDICÊNCIAS SOBRE A IMUNIZAÇÃO NO BRASIL

SAÚDE PÚBLICA

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REVISTA VISÃO HOSPITALAR

Após o sucesso das campanhas nacionais de vaci-nação contra a poliomielite, outras vacinas foram introduzidas como mais uma estratégia de promover a cobertura vacinal da população, referente a outras doenças evitáveis por imunização. 

Em 1991 foi criada a FUNASA, por meio do Decreto nº 100, de 16 de abril de 1991, que resultou da fu-são da FSESP e da Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM), e, desta forma, o PNI pas-sou a fazer parte da FUNASA até 2003. Com a criação da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), órgão in-tegrante do MS, o PNI foi incorporado pelo Departa-mento de Vigilância Epidemiológica (DEVEP), e hoje está sob a responsabilidade da Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI).

Atualmente, o PNI integra o Programa da Organiza-ção Mundial da Saúde (POMS), com o apoio técnico, operacional e financeiro do Fundo das Nações Uni-das para a Infância (UNICEF) e contribuições do Ro-tary Internacional e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O principal objeti-vo do PNI é disponibilizar todas as vacinas com quali-dade a todas as crianças que nascem anualmente em nosso país, buscando alcançar coberturas vacinais de 100%, de forma homogênea, em todos os estados.

Durante o período de mais de três décadas, o progra-ma alcançou consideráveis avanços, ao consolidar a estratégia de vacinação nacional. As metas mais re-

centes, até então, contemplavam a eliminação do sa-rampo e do tétano neonatal. A essas metas somava--se o controle de outras doenças imunopreveníveis, como difteria, coqueluche, tétano acidental, hepatite B, meningites, febre amarela, formas graves da tuber-culose, rubéola e caxumba em alguns estados, bem como a manutenção da erradicação da poliomielite.

Apesar do excelente nível alcançado pelo progra-ma, vários fatores vêm interferindo negativamente na sua plena execução. Esses fatores originam-se da insuficiente informação sobre a magnitude da vacina na prevenção de doenças, assim como na aquisição de imunizantes em quantidade que nem sempre atende, integralmente, às necessidades da população, entre outros.   

O recrudescimento de inúmeros casos de doenças imunopreveníveis em consequência desses fatores, somado às falsas mensagens veiculadas nas redes sociais sobre os efeitos maléficos proporcionados pelas vacinas, vêm contribuindo para o agravamen-to da saúde da população brasileira. Portanto, essa situação requer uma intervenção mais efetiva dos gestores do sistema de saúde brasileiro, com o inten-to de desenvolver estratégias para fomentar as infor-mações disponibilizadas aos diversos segmentos da sociedade, mediante um trabalho educativo integra-do no âmbito das políticas públicas sociais, para que ocorram, no menor espaço de tempo, mudanças sig-nificativas no atual quadro sanitário do Brasil.

O principal objetivo do PNI é disponibilizar todas as vacinas com qualidade a todas as crianças que nascem anualmente em nosso país, buscando alcançar coberturas vacinais de 100%, de forma homogênea, em todos os estados.”

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SAÚDE SUSTENTÁVEL

Para levantarmos e caminharmos no dia a dia, é pre-ciso que tenhamos uma condição de sustentação, apoiada sobre nossas pernas, quadris e coluna. Se alguma dessas partes de nosso corpo não funciona adequadamente, necessitamos identificar e corrigir o problema para nos mantermos de pé. É uma corre-lação, de caráter livre, que faço sobre o tema que se propõe abordar neste artigo.

Também para as empresas é preciso existir condições adequadas, para que essas mantenham sua sustenta-bilidade. Diferentes fatores e contextos podem com-prometer essa capacidade, especialmente quando se trata de países ainda considerados em desenvolvimen-to, como o caso do Brasil. Fatores políticos, econômicos e sociais têm interferência direta quando tratamos de sustentabilidade, principalmente quando as empresas são da área de prestação de serviços de saúde.

Saúde é condição básica de vida, até mesmo em se tratando de sobrevivência, o que se torna relevante diante do recente cenário de dificuldades que o país vem atravessando nos últimos anos. Segundo estu-dos produzidos e divulgados pela consultoria Ideia Sustentável, “muitas doenças que assolam a popu-lação mundial poderiam ser minimizadas com países mais sustentáveis; segundo o Instituto Trata Brasil, numa lista de 200 países, o Brasil é o 112º no ranking em qualidade de saneamento básico. A falta de um sistema de saneamento adequado gera uma série de doenças na população, como diarreia, cólera, hepati-tes, leptospirose, entre outras”.

A sustentabilidade empresarial deve ser pautada por estratégias e iniciativas definidas de forma es-truturada e de aplicação perene. Considerar os fa-tores acima citados, políticos, econômicos e sociais, assim como também os ambientais, os tecnológicos e especificamente os de saúde, é fator-chave de sucesso para garantir algum êxito nessa direção da sustentabilidade.

O aumento progressivo e desordenado dos custos em saúde tem sido um dos desafios de destaque no fator economia. Ao mesmo tempo em que, por exemplo, a incorporação de novas tecnologias traz vantagens competitivas em alguma medida junto à concorrência, a incapacidade de recuperar os investi-mentos em médio prazo e o uso inapropriado ou ex-cessivo dessas tecnologias têm causado dificuldades financeiras para muitas instituições de saúde. Nesse mesmo contexto também se incluem os custos de natureza trabalhista, os impostos por uma legislação e os regulamentos tributários complexos e de grande impacto nas instituições.

Para essas instituições de saúde, tendo como pro-duto principal a assistência a pacientes/clientes, a qualidade tem sido um fator diferencial na susten-tabilidade dos negócios. O cliente atual mudou de perfil e tem novas referências e exigências. Sua se-gurança ou a de seus familiares é o elemento essen-cial para avaliar bem a prestação do serviço, mesmo quando não dispõe de instalações de nível elevado ou diferenciado.

PRECISAMOS FALARSOBRE SUSTENTABILIDADE

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O uso de metodologias de avaliação contínua e de reconhecimento de qualidade e segurança, como as de acreditação, tem sido cada vez mais entendido como critério de escolha, especialmente aquelas que trabalham com padrões e métodos internacionais. Essas metodologias permitem aos gestores conhecer e utilizar conceitos, padrões, referências, ferramen-tas, assim como indicadores objetivos, plenamente aplicáveis aos processos e aos métodos de gestão e operação das instituições de saúde. O ganho de efeti-vidade tem sido avaliado e registrado como uma real ocorrência nas instituições acreditadas/certificadas.

No mais recente Manual de Acreditação Hospitalar, pu-blicado em 2017 pela Joint Commission International (JCI), representada no Brasil por seu associado, o Con-sórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), foram incluídos padrões e requisitos em seu programa global de acre-ditação que tratam especificamente dos aspectos de sustentabilidade da instituição. Nos capítulos sobre governo, liderança e direção e melhoria da qualidade e da segurança do paciente foram incluídos padrões que tratam da avaliação e do monitoramento da efi-cácia de processos assistenciais e de gestão, também relacionados a aspectos de custos e efetividades.

Exemplo é o padrão que diz: “O diretor-geral e a lide-rança do hospital priorizam quais processos conside-rados abrangentes no hospital serão medidos, quais atividades de melhoria e segurança do paciente con-sideradas abrangentes no hospital serão implemen-tadas e como o sucesso desses esforços gerais serão mensurados”. Outro exemplo inclui requisitos como: “O diretor-geral e a liderança do hospital também avaliam o impacto das melhorias. Medir a melhoria na eficiência de um processo clínico complexo e/ou identificar reduções no custo e no uso de recursos após a melhoria de um processo, são exemplos. Me-dir o impacto de uma melhoria ajuda a compreender os custos relativos do investimento em qualidade e o retorno humano, financeiro e outros retornos so-bre esse investimento. O diretor-geral e a liderança do hospital apoiam a criação de ferramentas simples para determinar o uso de recursos do processo an-tigo e para avaliar um processo novo. É importante compreender como o impacto de uma melhoria no resultado do paciente, o custo relativo e a resultante eficiência do processo contribuem para o estabele-cimento de prioridades melhores no futuro, no nível organização e no nível do departamento/serviço”.

HELENO COSTA JÚNIORMestre em Avaliação de Sistemas pela Fundação Cesgranrio/Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em Administração Hospitalar pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e em Acreditação Internacional pela Joint Commission International (JCI). Atualmente, ocupa o cargo de assessor da Superintendência do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA).

Portanto, retomando o raciocínio inicial, é preciso ter atenção e tomar cuidados para manter um satisfató-rio grau de sustentabilidade. Para as empresas, com destaque para as de saúde, novamente utilizando a correlação livre, as pernas podem ser comparadas com condições estruturais e ambientais sólidas; os quadris, modelos e condutas de políticas que sejam articuláveis ou adaptáveis, adequando-se aos mo-vimentos ou aos contextos dos cenários políticos, econômicos ou sociais nos quais estão inseridas; e a coluna, certamente a capacidade de configurar e manter uma estratégia de governança e de planeja-mento equilibrada e consistente com o perfil ou o negócio estabelecido.

Ressalvo, para finalizar, que ferramentas estrutura-das, como a metodologia de acreditação, propiciam estabelecer diagnósticos reais e atuais, indicando parâmetros, padrões e referências que podem ser, efetiva e objetivamente, capazes de dar perenidade aos princípios da governança, como aqueles estabe-lecidos pelo Instituto Brasileiro de Governança Cor-porativa: transparência, equidade, prestação de con-tas (accountability) e responsabilidade corporativa.

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13ª CONVENÇÃO BRASILEIRA DE HOSPITAIS

O MAIOR EVENTO DO SETOR HOSPITALAR DO PAÍS CHEGA À REGIÃO NORDESTE

EM AGOSTO DE 2019, A CAPITAL BAIANA SERÁ O PONTO DE ENCONTRO DOS PRINCIPAIS ATORES QUE CONSTROEM UM NOVO AMANHÃ PARA A SAÚDE NO BRASIL

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Marcelo Brito – Presidente da Febase (Federação Baiana de Saúde), Adelvânio Francisco Morato – Presidente da AHEG (Associação dos Hospitais do Estado de Goiás), Aramicy Pinto – Presidente da FBH (Federação Brasileira de Hospitais) e Mauro Adan – Presidente AHSEB (Associação dos Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia).

REVISTA VISÃO HOSPITALAR

A região Nordeste prepara-se para receber, depois de 34 anos, o maior evento do setor hospitalar do país. Entre os dias 1º e 2 de agosto, Salvador (BA) será sede da 13ª Convenção Brasileira de Hospitais (13ª CBH), evento que, neste ano, completa 50 anos de existência. A última vez que a região Nordeste sediou um encontro deste porte foi em 1985, quando foi promovida a 10ª CBH, em Fortaleza (CE).

As expectativas com a realização deste grande en-contro tem tomado de entusiasmo gestores, técnicos e estudiosos que atuam no Setor Saúde na região, considerada um gigantesco polo atrativo por estar fora do circuito de grandes complexos hospitalares e das empresas e indústrias de tecnologia da área de saúde. A estimativa da Federação Brasileira de Hospi-tais (FBH) e da Associação dos Hospitais e Serviços de Saúde da Bahia (AHSEB), correalizadoras do evento, é receber cerca de 1.000 congressistas e mais de 2.000 visitas profissionais durante os dois dias de evento.

Na edição deste ano, a CBH propõe como tema central dos debates “a construção de parcerias e trocas de experiências que permitam a ampliação

da capacidade hospitalar por todo país”. Para isso, o encontro contará com a participação de gestores hospitalares, lideranças institucionais e governa-mentais, pesquisadores, além de empresas líderes em tecnologia e inovação em serviços de saúde, que, juntos, promoverão um momento estratégico de fomento e integração.

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“Queremos levar para a região Nordeste o que há de mais atual nos debates sobre o aprimoramento do Setor Saúde, proporcionando um ambiente favorá-vel para troca de saberes, experiências e promoção de negócios. Esperamos que esta Convenção possa abrir as portas da região para importantes negócios que já são referência em estabelecimentos da região Sudeste do país”, frisa o presidente da FBH, Luiz Ara-micy Bezerra Pinto.

A programação do evento prevê a oferta de cursos, palestras, mesas de debates, além de uma variada exposição de materiais, equipamentos e serviços hospitalares. As informações sobre a 13ª CBH bem como o canal no qual interessados poderão realizar suas inscrições, podem ser acessados no portal www.convencaofbh.com.br.

POR QUE O NORDESTE?O Nordeste é um gigantesco polo em expansão para o mercado da saúde, sobretudo por se tratar de uma região que não tem vocação para produção industrial ou tecnológica voltada para o setor.

A Bahia conta com uma população de quase 15 mi-lhões de habitantes, dos quais 4 milhões estão na re-gião metropolitana de Salvador. O estado movimenta um volume orçamentário de cerca de R$ 245 bilhões por ano, sendo responsável por 36% de todo o Pro-duto Interno Bruto (PIB) da região Nordeste. Quando comparado ao plano nacional, é o oitavo do país.

No mercado da Saúde, a Bahia conta hoje com um cenário de 411 unidades hospitalares, sendo 354 delas privadas.

REALIZAÇÃO PROMOÇÃO ORGANIZAÇÃO

PATROCINADORPRATA

PATROCINADORESBRONZE

convencaofbh.com.br

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ATRATIVOS DA BAHIAO estado da Bahia sintetiza harmoniosamente a plu-ralidade e a riqueza da cultura nordestina. Salvador é uma cidade histórica, mística, abençoada por bele-zas naturais e extremamente rica em manifestações artísticas, que podem ser facilmente denotadas na musicalidade, na culinária marcante e na relação ca-lorosa de seu povo acolhedor.

“É um estado forte no segmento saúde, com institui-ções bastante consolidadas e uma rede de serviços muito atraente”, destaca Mauro Hadam, presidente da AHSEB.

Dentre os estados nordestinos, a Bahia representa a maior extensão territorial, a maior população, o maior PIB, o maior número de municípios, além de ser o estado que mais recebe turistas na região.

O Gran Hotel Stella Maris, local onde será promovida a 13ª CBH, está localizado em uma região paradisía-ca, na praia de Stella Maris. Remodelado em 2011, este hotel combina um estilo Italiano com o jeitinho baiano de atender seus hóspedes. Entre as várias co-modidades desta propriedade, está a localização pri-vilegiada: a 10 minutos, de carro, da Praia de Itapuã, e a 1,9 km da Praia do Flamengo.

FELIPE [email protected]

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A Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (ABIMED) criou um canal de denúncias externo e independente. O objetivo é re-forçar a transparência do processo, garantir confiden-cialidade às informações e segurança ao denunciante.

O canal independente é aberto a qualquer cidadão, instituição ou empresa, e as denúncias podem ser anônimas. O único requisito é reportar desvios de conduta praticados por empresas associadas da ABI-MED, que representa 215 indústrias de equipamen-tos e produtos médico-hospitalares.

As denúncias serão recebidas por uma empresa espe-cializada, que fará uma primeira análise para verificar se existe materialidade e plausibilidade nas informa-ções. Depois de classificadas, serão encaminhadas à Comissão de Ética da ABIMED – que também possui atuação autônoma – para devidas providências.

“Esse canal externo ajudará a ABIMED na gestão de ações de empresas associadas que não estejam em conformidade com o nosso Código de Conduta. Além de garantir o anonimato, a confidencialidade dos dados e possibilitar que o cidadão se sinta seguro e

ABIMED LANÇA CANAL DE DENÚNCIAS INDEPENDENTE

INICIATIVA VISA CORRIGIR DESVIOS DE CONDUTA PRATICADOS POR EMPRESAS ASSOCIADAS. ENTIDADE REPRESENTA 215 INDÚSTRIAS DE EQUIPAMENTOS E PRODUTOS MÉDICO-HOSPITALARES

ÉTICA E COMPLIANCE

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Esse canal externo ajudará a ABIMED na gestão de ações de empresas associadas que não estejam em conformidade com o nosso Código de Conduta.”

protegido, o canal independente vai agilizar o pro-cesso de denúncia”, avalia Carlos Goulart, presidente executivo da ABIMED.

Práticas lesivas à livre concorrência e ordem eco-nômica em ambiente público e privado, interação e pagamentos a profissionais de saúde não permitidos pelo Código de Conduta da ABIMED, financiamento ou estímulo a pacientes e entidades em medidas liti-giosas e vazamento ou uso indevido de informações são alguns exemplos de desvios de conduta que po-dem ser reportados.

O Canal de Denúncias da ABIMED pode ser acessado pelo site www.abimed.org.br. Ao registrar as informa-ções, o denunciante receberá um número de proto-colo com o qual poderá acompanhar on-line o anda-mento da denúncia. Para isso, deverá escolher no site a opção “Consultar resposta”.

A ABIMED congrega 215 empresas de tecnologia avançada na área de equipamentos, produtos e su-primentos médico-hospitalares. Criada em 1996, é sócio-fundadora do Instituto Coalizão Saúde e mem-bro do Conselho Consultivo do Instituto Ética Saúde.

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FALTA DE MEDICAMENTOS PARA ARRITMIAS PREOCUPA CARDIOLOGISTAS

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA E SOCIEDADE BRASILEIRA DE ARRITMIAS CARDÍACAS ENCAMINHARAM OFÍCIO PARA A ANVISA COBRANDO INFORMAÇÕES

O principal medicamento utilizado para o tratamen-to de diversas arritmias cardíacas, como a fibrilação atrial e as taquiarritmias ventriculares – doenças potencialmente fatais – está em falta nas farmácias dos hospitais brasileiros. A Amiodarona injetável é praticamente a única opção para o tratamento clíni-co de arritmias graves.

O ofício, encaminhado para a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e assinado em conjunto pela So-ciedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e pela So-ciedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), solicita que seja verificada, com a maior rapidez possível, a situação atual da distribuição da Amio-darona injetável. O documento pede também que

CARDIOLOGIA

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No Brasil, é praticamente a única opção. Por isso, trata-se de remédio de vital importância, uma vez que o tratamento inadequado de arritmias pode levar a consequências graves, inclusive à morte.”

a Agência atue de todas as maneiras possíveis para normalizar a situação.

“Nas últimas duas décadas, a fibrilação atrial tornou--se um importante problema de saúde pública, com grande consumo de recursos em saúde. O avanço da doença repercute diretamente na qualidade de vida da pessoa, em especial devido às suas conse-quências clínicas, como a formação de coágulos que podem levar a um infarto, um AVC ou uma trombose de grandes artérias periféricas ou ainda alterações cognitivas”, explica o presidente da SBC, Oscar Dutra.

“Aqui no Brasil estimamos que 1,5 a 2 milhões de pessoas devam ter fibrilação atrial e que poderá che-gar a 10 milhões em 2050. Nos Estados Unidos, esti-ma-se que a prevalência da doença será de 15,9 mi-lhões em 2050”, completa o presidente da SOBRAC, Jorge Carlos Moura Jorge.

Em outros países, que dispõem de vários outros me-dicamentos antiarrítmicos por via venosa, o uso da Amiodarona é geralmente a primeira opção. “No Brasil, é praticamente a única opção. Por isso, trata-se de re-médio de vital importância, uma vez que o tratamento inadequado de arritmias pode levar a consequências graves, inclusive à morte”, alerta Moura Jorge.

O uso da Amiodarona é recomendado para o trata-mento de pacientes com fibrilação atrial por diretri-zes nacionais e internacionais, assim como para as ar-ritmias ventriculares. Além disso, dada a sua eficácia e segurança clínica, é particularmente indicada para o tratamento de arritmias em pacientes com doenças cardíacas graves, como insuficiência cardíaca con-gestiva, especialmente na doença de Chagas.

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ORTOPEDIA

O ano letivo está apenas começando e uma advertên-cia já chama a atenção de milhares de professores do Ensino Infantil em todo país. Uma mochila que pese mais do que 10% do peso da criança pode causar problemas não só na infância, mas repercutir na vida adulta, quando a coluna vertebral passará a apresen-tar os efeitos do esforço anormal a que foi submeti-da. O alerta é do presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Moisés Cohen.

Para alertar os pais e os professores do risco de sobre-carregar os alunos, principalmente do Ensino Funda-mental, a SBOT aproveitou a oportunidade da volta às aulas para colocar no ar um folder elucidativo, que pode ser acessado no site da Sociedade (www.sbot.org.br). De acordo com o presidente da entidade, a campanha da SBOT visa conscientizar os professores, para que peçam aos alunos que levem à escola apenas os livros para as aulas programadas para o dia, e os pais, para que evitem que a garotada leve na mochila brinquedos e coisas desnecessárias, que acabam fazendo com que algumas mochilas pesem até 17% do peso da criança, como foi constatado em uma pesquisa.

“A mochila muito pesada leva a criança a se inclinar para a frente, pois faz mudar o ponto de equilíbrio do corpo, e essa mudança de postura afeta não só os ombros, mas os quadris, joelhos e tornozelos”, diz o

SOCIEDADE DE ORTOPEDIA PEDE QUE PROFESSORES LIMITEM O PESO DAS MOCHILAS DAS CRIANÇAS

ESTUDOS DEMONSTRAM QUE 85% DA POPULAÇÃO MUNDIAL ADULTA SENTE OU JÁ SENTIU DORES NAS COSTAS. CERCA DE 70% DOS PROBLEMAS DE COLUNA NA FASE ADULTA TÊM COMO CAUSA O EFEITO CUMULATIVO DO EXCESSO DE PESO E ESFORÇO REPETITIVO NA ADOLESCÊNCIA

responsável pelas campanhas públicas da SBOT, San-dro da Silva Reginaldo. Ele explica que uma criança de 7 anos, que geralmente pesa em torno de 20 qui-los, caso leve uma mochila carregada demais, passa a submeter seu organismo à mesma carga que teria se fosse obesa.

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A campanha visa conscientizar os professores, para que peçam aos alunos que levem à escola apenas os livros para as aulas programadas para o dia, e os pais, para que evitem que a garotada leve na mochila brinquedos e coisas desnecessárias, que acabam fazendo com que algumas mochilas pesem até 17% do peso da criança, como foi constatado numa pesquisa.”

RECOMENDAÇÕESO folder da SBOT recomenda medidas simples, mas efetivas para evitar problemas com mochilas. Algu-mas recomendações são: optar por mochilas com alças largas, de no mínimo 4 centímetros; orientar a criança para nunca carregar a mochila por uma única alça, o que pode provocar escoliose; e ajustar as alças para que a mochila fique bem encostada ao corpo, com a base 5 centímetros acima da linha da cintura. Caso não seja possível adequar o peso da mochila, a opção é a mochila de rodinhas, que é puxada em vez de ser carregada.

Para os ortopedistas, o excesso de carga para o or-ganismo e as posturas inadequadas são alguns dos responsáveis pela assustadora estatística levantada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A entida-de comprovou que 85% da população mundial adul-ta sente ou já sentiu dores nas costas, e 70% dos problemas de coluna na fase adulta têm como causa o efeito cumulativo do excesso de peso e esforço re-petitivo na adolescência.

“É preciso limitar o peso das mochilas, também em benefício das crianças de famílias mais pobres”, con-clui Sandro Reginaldo. “É que o efeito de uma mo-chila pesada é muito menor numa criança de classe média, que caminha pouco, pois viaja sentada, num ônibus escolar, do que na criança da periferia, que às vezes anda a pé por quilômetros, com a mochila nas costas, até chegar na escola.”

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MÉDICOS PRECISAM SE PREPARAR PARA ATENDER POPULAÇÃO IDOSA

ATUAÇÃO DO GERIATRA EM CONJUNTO COM OUTROS ESPECIALISTAS AUMENTA A QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA E FAVORECE A CONSTRUÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO MAIS PRECISO

ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

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Entender as demandas de saúde de pacientes ido-sos não é mais uma função exclusiva dos geriatras. Com o envelhecimento da população brasileira, que passou a ter uma expectativa de vida de mais de 75 anos, outras especialidades médicas precisam adap-tar-se à nova realidade. “Hoje, com a óbvia exceção da obstetrícia e da pediatria, todas as outras áreas atendem pacientes idosos. Mas não basta fazer, é preciso prestar assistência com excelência e de for-ma integrada”, explica o geriatra e coordenador da Sala de Emergência do Pronto Atendimento do Hos-pital Santa Cruz, Carlos Sperandio.

Devido às comorbidades, à fisiologia própria e ao uso contínuo de polifármacos, tornou-se comum o surgi-mento de quadros clínicos nem sempre característi-cos entre pessoas com mais de 60 anos de idade, o que acaba dificultando a definição de um diagnósti-co preciso. “O geriatra tem a visão macro do paciente e suas peculiaridades. Com isso, há possibilidade de suporte às demais especialidades, como, por exem-plo, a ortopedia e a neurocirurgia, vislumbrando o planejamento terapêutico de maior segurança assis-tencial possível”, argumenta.

Para o geriatra, não só os médicos, mas os hospitais e os planos de saúde também precisam fazer parte desse processo de integração. “Oferecer esse supor-te geriátrico dentro de um hospital aumenta a segu-rança do paciente, identifica o correto diagnóstico em tempo otimizado e facilita o estabelecimento do prognóstico de cada caso”, pontua.

Sperandio foi um dos palestrantes durante o Cur-so de Atualização e Aperfeiçoamento em Geriatria e Gerontologia promovido pela Fundação de Apoio e Valorização do Idoso (FAVI). O curso, com duração de 12 meses, coloca em pauta a situação atual e os cenários futuros da assistência geriátrica no Brasil. O público-alvo são médicos e estudantes de Medicina.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa é de que, até 2055, o número de pessoas com mais de 60 anos supere o de brasileiros com até 29.

SOBRE O HOSPITAL SANTA CRUZFundado em 1966, o Hospital Santa Cruz está locali-zado no bairro Batel, em Curitiba (PR). É considerado um centro de excelência em alta complexidade no atendimento das áreas de Oncologia, Cardiologia, Cirurgia Geral, Neurologia, Ortopedia, Pronto Aten-dimento, Checkup e Maternidade, que é referência em Curitiba. Oferece estrutura privilegiada, equipe multidisciplinar, equipamentos de última geração e um moderno centro cirúrgico. É referência no servi-ço de hotelaria e em atendimento humanizado, com qualidade assistencial e foco na segurança do pa-ciente. É reconhecido com o selo de Acreditação com Excelência, o mais alto nível de certificação nacional entregue pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), sendo a instituição acreditada nesta categoria por mais tempo no Paraná.

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Por um lado, uma feira de saúde diferenciada no for-mato, focada em qualidade e inovação. Por outro, um encontro estratégico para troca de experiências entre lideranças políticas e institucionais, técnicos, pesquisadores e gestores da saúde. Esses são os diferenciais que têm feito da South America Health Exhibition (SAHE) um dos principais acontecimentos do setor produtivo da saúde nos últimos três anos. Na edição deste ano, o encontro registrou mais de 7 mil visitantes, entre os dias 12 e 14 de março, na cidade de São Paulo (SP). O presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Luiz Aramicy Bezerra Pinto, esteve presente e prestigiou o evento.

“Fico feliz em ver que a cada ano a SAHE cresce e traz novidades. Ações como essas são importantes para integrar o setor, pautar debates que estão na agen-da prioritária e buscar exemplos bem-sucedidos que ajudem no aprimoramento do sistema de saúde do país”, destacou Aramicy.

De acordo com o CEO do Grupo Mídia e realizador da feira, Edmilson Jr. Caparelli, o sucesso que a SAHE vem obtendo, ano a ano, já a consolida como um dos princi-pais eventos de troca de conhecimentos e networking em saúde do continente. Ele destaca a realização si-multânea de mais de 20 fóruns importantes do setor, que culminaram em mais de 150 palestras ministradas.

“O conteúdo elaborado por esses fóruns foi defini-do por comitês científicos formados por renomados especialistas do setor. O objetivo é justamente levar

informação de qualidade e de relevância para toda cadeia de profissionais da saúde”, ressalta Caparelli.

Ele também salientou o formato inteligente da feira, que concentra mais de 200 expositores. “Acreditamos que as pessoas precisam estar conectadas para ampliar conhe-cimento e expandir relacionamento, por isso geramos informações e conexões em uma única plataforma.”

LIDERANÇASDurante a abertura solene do evento, a necessidade de união dos vários segmentos que integram a cadeia produtiva do setor foi amplamente destacada por li-deranças da saúde. “É essa união que faz a diferença e que apresenta resultados de crescimento a cada ano”, ressaltou Pericles Goes, gerente de Relações Institu-cionais da Organização Nacional de Acreditação (ONA).

O crescimento da SAHE também foi destacado como importante propulsor na engrenagem do Setor Saúde no Brasil. “Um evento assim ajuda a manter o otimis-mo e as ações que estamos programando para 2019. Faz com que acreditemos na melhoria, progresso e novidades de saúde para o mercado”, disse Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (ABIMO).

SAHE 2019 CONSOLIDA-SE COMO UM DOS PRINCIPAIS EVENTOS DO SETOR SAÚDE NO PAÍS

EM SUA TERCEIRA EDIÇÃO, A FEIRA REGISTROU A PARTICIPAÇÃO DE MAIS DE 7 MIL VISITANTES EM TRÊS DIAS

FELIPE [email protected]

SOUTH AMERICA HEALTH EXHIBITION

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Edmilson Jr. Caparelli – CEO do Grupo Mídia.

Luiz Fernando – Superintendente da FBH (Federação Brasileira de Hospi-tais), Liliana Chiodo Cherfen – Presidente da FBAH (Federação Brasileira de Administradores Hospitalares) e Aramicy Pinto – Presidente da FBH.

Aramicy Pinto – Presidente da FBH (Federação Brasileira de Hospitais), Luiz Fernando – Diretor da Fehoesp (Federação dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo) , Luiz Fernando – Superintendente da FBH e Marcelo Gratão – CEO da Fehoesp.

Marcelo Caparelli – Executive Director Grupo Mídia e Aramicy Pinto – Presidente da FBH (Federação Brasileira de Hospitais).

Marcelo Caparelli – Executive Director Grupo Mídia, Aramicy Pinto – Presidente da FBH (Federação Brasileira de Hospitais) e Luiz Fernan-do – Superintendente da FBH.

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O presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Luiz Aramicy Bezerra Pinto, foi um dos laurea-dos com o prêmio “100 Mais Influentes da Saúde”. Promovida pelo Grupo Mídia, a premiação reconhece as principais lideranças que têm contribuído para o aprimoramento do sistema de saúde brasileiro. Pro-tagonista de diversas frentes de atuação à frente da FBH, Luiz Aramicy foi eleito uma das pessoas mais influentes na categoria Entidades Setoriais. A pre-miação coroou o encerramento de uma das maiores feiras de saúde do país, a SAHE 2019 – South Ameri-ca Health Exhibition –, realizada entre os dias 12 e 14 de março, em São Paulo (SP).

“Ser incluído entre os 100 mais influentes do Setor Saúde só aumenta a nossa responsabilidade. Nós sa-bemos do critério para escolha, o que reforça o sen-timento de gratidão, bem como a necessidade de prosseguirmos, na qualidade de líder, gestor político, desempenhando com mais afinco e maior responsa-bilidade a nossa função”, comentou Luiz Aramicy. “É um reconhecimento que dignifica muito a pessoa, mas que traz por trás disso o cabedal de responsabilidades. Nós estamos cientes do nosso papel”, complementou.

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PRESIDENTE DA FBH É ELEITO “100 MAIS INFLUENTES DA SAÚDE”

PREMIAÇÃO RECONHECEU AS PRINCIPAIS LIDERANÇAS QUE TÊM CONTRIBUÍDO PARA O DESENVOLVIMENTO DO SETOR SAÚDE NO PAÍS

LIDERANÇA

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Em sua 7ª edição, o prêmio contemplou dez cate-gorias, com dez ganhadores cada. A escolha foi feita pelo Conselho Editorial do Grupo Mídia a partir de pesquisa de mercado e votação pública pelo site da Revista Healthcare Management.

PROTAGONISMOEmbora tenha sido um ano marcado por eleições ge-rais no país, o que acabou, de certa forma, paralisan-do o setor produtivo devido às campanhas eleitorais, 2018 revelou avanços históricos para a FBH.

A entidade promoveu a 12ª Convenção Brasileira de Hospitais (12ª CBH), evento que levou pela primeira vez para o Centro-Oeste do país as principais discus-sões, os principais líderes, pesquisadores e empresas do setor no Brasil para fomentar debates e negócios. O evento foi um marco e, neste ano de 2019, a FBH já se prepara para realizar, entre os dias 1º e 2 de agosto, a 13ª CBH, em Salvador (BA).

No tocante a contribuições com estudos e pesquisas, a FBH lançou, em 2018, uma das principais publica-ções do setor no país: “O Cenário dos Hospitais no Brasil 2018”, de autoria de Bruno Sobral. O estudo evidenciou o fechamento de mais de 400 estabele-cimentos e 3.000 leitos hospitalares nos últimos oito anos pelo país.

Também foi um ano marcado pelo retorno da FBH ao conselho da International Hospital Federation (IHF). A entidade tem desempenhado uma missão perspícua de abrir as fronteiras do Brasil, e também de captar do mundo todos os avanços na área da gestão e da tecnologia, de modo a ser uma propulsora na troca de experiências entre o Brasil e o mundo.

Luiz Aramicy Bezerra Pinto é cearense presidente da Associação dos Hospitais do Estado do Ceará, e está à frente da FBH

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FELIPE [email protected]

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Os trabalhos científicos desenvolvidos por cardio-logistas brasileiros foram destaque durante a con-ferência ACC Latin America, realizada na cidade de Lima, no Peru. Representando a Sociedade Brasilei-ra de Cardiologia (SBC), o governador do ACC Brazil Chapter, Antônio Carlos Palandri Chagas, e o coorde-nador de Relações Internacionais da SBC, David de Pádua Brasil, participaram de debates com especia-listas de diversas partes do mundo e demonstraram como a Cardiologia no Brasil vem sendo referenciada para outros países.

Chagas participou de um debate com especialistas do Peru e dos Estados Unidos sobre insuficiência car-díaca, em que foram discutidas questões essenciais para otimizar a terapia da doença. Já David Brasil discutiu com colegas norte-americanos os principais estudos clínicos de 2018 que impactaram a prática clínica. Em uma segunda mesa, ele ainda abordou as principais atualizações científicas em relação à hipertensão arterial com especialistas dos Estados Unidos, do Peru e da Colômbia.

PALESTRANTES BRASILEIROS DESTACAM-SE NA CONFERÊNCIA ACC LATIN AMERICA

ANTÔNIO CARLOS PALANDRI CHAGAS E DAVID DE PÁDUA BRASIL REPRESENTARAM A SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA

CONFERÊNCIA

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O evento foi realmente um sucesso, com mais de 350 participantes, alta qualidade científica e uma grande interação de experiências entre os profissionais da América Latina.”“O evento foi realmente um sucesso, com mais de 350 participantes, alta qualidade científica e uma grande interação de experiências entre os profissio-nais da América Latina. Desde já, aproveito para con-vidar os cardiologistas brasileiros para a edição de 2019, que será realizada em Cartagena de las Indias, na Colômbia, de 26 a 28 de julho”, frisou Chagas.

O ACC Latin America ainda distinguiu o trabalho brasileiro “Choosing the best mortality predictor for isolated CABC in complex coronary artery disease patients: performance comparasion of STS”, de autoria de Luis Gonzales-Tamayo, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Incor/FMUSP). “Foram três abstracts premiados que serão também apresentados no ACC’19, em New Orleans, nos Estados Unidos, como parte da distinção”, complementou Chagas.

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Pela primeira vez, uma equipe formada exclusiva-mente por médicos brasileiros fez o implante de um rim por meio de cirurgia robótica. O transplante foi realizado no dia 19 de janeiro, no Hospital Brasília (DF), por um grupo de urologistas da instituição, en-tre eles um dos maiores especialistas em robótica no Brasil, Rafael Coelho.

“O transplante robótico não é uma prática frequente. Mundialmente falando, a quantidade de casos registra-dos é baixa. A Medicina ainda tem dado os seus primei-ros passos nessa nova modalidade de procedimento. O primeiro transplante deste tipo foi realizado na França, em 2015. Com essa cirurgia, o Hospital Brasília se po-siciona na vanguarda do desenvolvimento científico e de centros médicos que realizam procedimentos de alta complexidade, com recursos tecnológicos”, relata o urologista do Hospital Brasília, Fransber Rodrigues. “Foi o primeiro implante renal por robô da América Latina feito por uma equipe brasileira”, ressalta o especialista.

O transplante foi realizado em um paciente de 63 anos, em hemodiálise há um ano em razão de insufi-ciência renal crônica, ocasionada por hipertensão ar-terial sistêmica. O rim da doadora, irmã do paciente, foi captado por videolaparoscopia, técnica cirúrgica

HOSPITAL BRASÍLIA FAZ PRIMEIRO TRANSPLANTE RENAL POR CIRURGIA ROBÓTICA COM MÉDICOS BRASILEIROSESSE FOI O PRIMEIRO IMPLANTE RENAL REALIZADO POR CIRURGIA ROBÓTICA NA AMÉRICA LATINA. RIM FOI IMPLANTADO POR UMA EQUIPE BRASILEIRA COM O USO DO ROBÔ DA VINCI

minimamente invasiva. Os procedimentos foram fei-tos simultaneamente, para que a captação e o im-plante pudessem acontecer de forma ágil, garantindo a preservação da qualidade do órgão. A equipe de especialistas garantiu a segurança da operação, que foi realizada com êxito.

“São poucos os centros médicos que possuem uma equipe habilitada a fazer transplante de rim e tam-bém apta a trabalhar com o robô, por isso não exis-tem muitos centros no mundo fazendo o que fizemos aqui hoje”, destacou Coelho.

Na cirurgia robótica, o cirurgião utiliza uma mesa de controle, chamada console, para comandar os braços do robô, que reproduzem fielmente os movimentos. A técnica cirúrgica é uma das mais modernas e ino-vadoras da atualidade e está presente em poucos centros hospitalares do país. O método destaca-se, principalmente, pelos benefícios ao paciente. Por ser minimamente invasivo (incisões de cerca de 8 mm), há redução de dor e de sangramento, bem como di-minuição dos riscos de transfusão e infecção.

O Centro de Robótica do Hospital Brasília foi implan-tado em novembro de 2018 e conta com um robô Da

CIRURGIA ROBÓTICA

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Vinci, que executa procedimentos cirúrgicos urológi-cos, ginecológicos e do aparelho digestivo. O Da Vin-ci aumenta a performance do cirurgião, pois propicia melhores movimentos, chegando a 360º de rotação, e possibilita uma atuação mais precisa. As imagens full HD em 3D permitem ao médico visualizar melhor a anatomia dos vasos e das estruturas.

HOSPITAL BRASÍLIAFundado em 1987, o Hospital Brasília está locali-zado no Lago Sul e é centro de referência de alta performance em saúde, com infraestrutura, tecnolo-gia e equipes capacitadas para emergências, aten-dimentos eletivos e de alta complexidade. Possui selos de certificação desde 2004 e em 2018 foi o primeiro hospital em Brasília a receber a certifica-ção Internacional Diamante QMentum Global/Me-todologia Canadense. Possui também a certificação em ONA 3.

É referência no atendimento em Neurologia, Cardio-logia, Onco-Hematologia e Pediatria, seguindo proto-colos internacionais na área de AVC e dor torácica. Realiza transplantes de fígado e autólogo de medula óssea e, mais recentemente, transplante de rim.

São poucos os centros médicos que possuem uma equipe habilitada a fazer transplante de rim e também apta a trabalhar com o robô, por isso não existem muitos centros no mundo fazendo o que fizemos aqui hoje.”

Hospital Brasília possui selos de certificação desde 2004 e em 2018 foi o primeiro hospital do DF a receber a certificação internacional Diamante QMentum Global/ metodologia canadense.

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RECURSO INOVADOR PERMITE MAIOR SEGURANÇA E AGILIDADE NO DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS DA VISÃONÃO INVASIVA, ANGIOGRAFIA OCT AJUDA A DIAGNOSTICAR DOENÇAS ASSOCIADAS A DIABETES E ENVELHECIMENTO, POR MEIO DA CAPTURA DE IMAGENS 3D DE ALTA RESOLUÇÃO

O Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem, empresa do Grupo Opty em Joinville (SC), conta com um recurso tecnológico inovador direcionado à detalhada avalia-ção e controle de doenças que afetam a visão. Trata-se do Zeiss AngioPlex™ OCT Angiography, um equipa-mento de tomografia, última novidade no segmento, que permite a análise rápida e detalhada dos tecidos internos do olho, notadamente do fluxo sanguíneo e da estrutura da retina, coroide e do disco óptico.

COMO FUNCIONA?Os problemas de retina, normalmente associados à idade, a doenças crônicas ou que afetam a vasculari-zação da área – como diabetes e hipertensão – preci-sam ser diagnosticados de forma precisa e acompa-nhados de perto.

De acordo com o oftalmologista do Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem, Mário Junqueira Nó-brega, as principais indicações para utilização de imagens de angiografia OCT são doenças na retina causadas por diabetes mellitus (retinopatia dia-bética), degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e obstruções venosas, além de comprometi-mento ocular por glaucoma.

“A obtenção da imagem baseia-se no efeito Doppler que, por meio da geração de inúmeras tomografias num curto período de tempo, detecta a movimen-tação dos glóbulos vermelhos no interior dos vasos sanguíneos”, comenta o oftalmologista. “Ao contrário da angiografia fluoresceínica, também indicada para estudar a circulação do sangue no fundo do olho, o exame com o AngioPlex™ não necessita de injeção de contraste na veia ou dilatação da pupila, o que elimina o risco de adversidades durante o procedi-mento”, complementa.

TECNOLOGIA E SAÚDE

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CARACTERÍSTICAS E DIFERENCIAISAlém de possibilitar exames não invasivos, o Angio-Plex™ é capaz de capturar imagens tridimensionais de alta resolução e facilmente identificáveis. Durante o exame, o equipamento envia ondas de luz para par-tes distintas do olho, gerando, em segundos, imagens de qualidade e detalhadas da estrutura do olho e do fluxo sanguíneo. Com isso, é possível constatar com rapidez uma anomalia na retina ou no nervo óptico do paciente.

Em comparação com a imagem OCT padrão que os oftalmologistas já estão habituados, a varredura da angiografia OCT é ainda mais ampla, devido às atua-lizações de software. É exatamente essa mudança que possibilita a observação de objetos em movi-mento, maior diferencial desse equipamento. Além disso, o exame mostra qualitativamente os locais com presença ou ausência de sangue, auxiliando na percepção da densidade capilar em diferentes partes dos olhos e dos padrões de ramificação dos capilares – o que, até então, não era feito, pois não havia tecnologia similar.

Ao contrário da angiografia fluoresceínica, também indicada para estudar a circulação do sangue no fundo do olho, o exame com o AngioPlex™ não necessita de injeção de contraste na veia ou dilatação da pupila, o que elimina o risco de adversidades durante o procedimento.”

SOBRE O OPTYO Grupo Opty nasceu em abril de 2016, a partir da união de médicos oftalmologistas, que deu origem a um ne-gócio pioneiro no setor oftalmológico do Brasil. Atual-mente, o Grupo Opty é o maior grupo de Oftalmologia da América Latina, agregando oito empresas oftalmoló-gicas, 1.400 colaboradores e 400 médicos oftalmologis-tas. O Instituto de Olhos Freitas (BA), o DayHORC (BA), o Instituto de Olhos Villas (BA), o Hospital Oftalmológico de Brasília (DF), o Grupo INOB (DF), o Hospital de Olhos Santa Luzia (AL), o Hospital de Olhos Sadalla Amin Gha-nem (SC) e o HCLOE (SP) fazem parte dos associados, resultando em 19 unidades de atendimento.

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A falta de um especialista, em tempo integral, fez com que o aposentado Pedro Viera, 54, morador do pe-queno município de Itabaiana, localizado no agreste sergipano, precisasse retornar quatro vezes ao Hos-pital Regional da cidade onde mora para acompanhar sua mãe, de 80 anos, diagnosticada com sintomas de fortes dores nas costas e no estômago. Na última vez que foi levá-la às pressas para a unidade, Pedro, que não tem computador, muito menos internet em casa, presenciou uma técnica que permitiu a um mé-dico cardiologista diagnosticar e propor o tratamento mais adequado ao coração da sua mãe em menos de 10 minutos, a mais de 400 km de distância.

A técnica, conhecida como telemedicina, já é uma realidade nos hospitais públicos de pequenas cida-des brasileiras há pelo menos dez anos. Seu princi-pal benefício está na garantia do diagnóstico rápido e preciso para casos urgentes, mesmo quando não há o especialista presente na unidade hospitalar. “Isso nos permite, antes de mais nada, que o hospital consiga suprir a presença física de cardiologistas e radiologistas, que são especialidades consideradas escassas em toda região Nordeste, principalmente em municípios do interior do estado”, explica o mé-dico cardiologista da rede pública de Sergipe, Edval-do Santos.

Os benefícios também se estendem ao campo econô-mico-sustentável. Ao possibilitar a comunicação entre

sujeitos que estão a quilômetros de distância, a tec-nologia ajuda a reduzir consideravelmente os custos para o atendimento, sobretudo para fixação de médi-cos em locais remotos, o que tem reforçado a defesa da telemedicina por parte de prestadores, planos de saúde e, inclusive, do Ministério da Saúde (MS).

Entretanto, mesmo com quase dez anos de experiên-cia consolidada, a falta de regulamentação específica para o exercício da telemedicina voltou a gerar debates acalorados pelo Brasil, inclusive no Congresso Nacional.

POLÊMICAAs discussões acirraram-se após o Conselho Federal de Medicina (CFM) emitir, no ano passado, a Resolu-ção nº 2.227/2018, em que definia e disciplinava a telemedicina “como forma de prestação de serviços médicos mediados por tecnologia”. O que de fato causou alvoroço foi o trecho da resolução, que per-mitia que, após uma primeira consulta presencial, o médico pudesse continuar a assistência ao paciente a distância, de modo virtual, por meio da chamada “teleconsulta”. Em locais remotos, a mesma resolu-ção permitia que até esse primeiro atendimento fos-se realizado via internet.

Após muitas discussões, o CFM voltou atrás e, em fevereiro deste ano, revogou a resolução sob a ex-plicação de que abriria o tema para consulta e parti-

TELEMEDICINA: UM CAMINHO SEM VOLTA!HÁ MAIS DE UMA DÉCADA, OS BENEFÍCIOS DA TELEMEDICINA JÁ SÃO UMA REALIDADE EM VÁRIOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS. PORÉM, POSICIONAMENTOS RECENTES EM RELAÇÃO À IMPLEMENTAÇÃO DE CONSULTAS A DISTÂNCIA, AS “TELECONSULTAS”, TÊM DIFICULTADO A NORMATIZAÇÃO DA PRÁTICA PELO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

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cipação popular. Em sua própria página na internet, o CFM disponibilizou a consulta até o dia 13 de abril. Paralelamente à consulta pública, o Conselho pro-moveu, no mesmo mês de fevereiro, o II Fórum de Telemedicina. O evento foi realizado em Brasília (DF) e contou com a participação dos principais nomes da telemedicina no país, representantes do MS, de hos-pitais públicos e privados.

Poucas semanas depois, no mês de março, o tema voltou a ser debatido por centenas de participantes em diversos Fóruns de Saúde promovidos durante a South America Health Exhibition (SAHE 2019), em São Paulo (SP). O Senado Federal, sensível aos deba-tes, também pautou, no mesmo mês, uma audiência pública para tratar da regulamentação da telemedici-na no país, como forma de contribuir com o CFM. Mas, o que as discussões trazem de novo?

IMPLICAÇÕES ÉTICASA atualidade do debate está centrada nas implica-ções éticas que a tecnologia traz no tocante a tele-consultas (atendimento médico a distância), prin-cipalmente no que diz respeito a erros médicos, ao sigilo de informações confidenciais do paciente e às

alterações que a tecnologia passará a promover no mercado da saúde.

Estão entre os principais opositores das teleconsul-tas os sindicatos médicos e as organizações repre-sentantes de classe de diferentes regiões. “Não po-demos referendar a realização de consulta médica on-line. Em termos de eficácia do diagnóstico, nada supera a presença física do médico e paciente, fren-te a frente. Ver, tocar e ouvir relatos do paciente du-rante a anamnese são etapas imprescindíveis para se chegar a um diagnóstico preciso, e, ainda assim, muitas vezes é necessário solicitar exames comple-mentares”, adverte o Sindicato dos Médicos de Ala-goas (Sinmed/AL), por meio de Carta Aberta contra a Resolução nº 2.227/2018 do CFM.

De acordo com o Sinmed/AL, ao legitimar a consulta on-line, a resolução do CFM sobre a telemedicina abre precedente para que os gestores dispensem médicos presenciais. “E o mais grave: deixa brecha para inter-locutores quebrarem o sigilo médico. Se, de um lado, há um profissional não médico passando informações e intermediando a consulta on-line, o risco de quebra de sigilo é real, sem haver mecanismos para proteção do médico e do paciente”, complementa a Carta.

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Para o presidente da Associação Brasileira de Tele-medicina e Telessaúde (ABTms), Humberto Oliveira Serra, o problema é que a discussão sobre as tele-consultas ainda vem sendo mediada pela “falta de informações sobre as tecnologias de comunicação e, principalmente, por um preconceito errado de que a máquina irá substituir o médico”.

“Temos a mesma posição do CFM, entendendo que o primeiro atendimento deva ser presencial e os sub-sequentes podem ser feitos utilizando tecnologias seguras para essa prática e garantindo o sigilo e a privacidade das informações, dando segurança tan-to para o paciente quanto para o médico”, defende Humberto Serra.

FUTURO DA MEDICINAEm sua apresentação durante o II Fórum de Teleme-dicina, promovido pelo CFM em fevereiro deste ano, Eduardo Cardioli, gerente médico de telemedicina do

Hospital Israelita Albert Einstein (SP), destacou que a telemedicina deve ser observada como “uma nova forma de entregar cuidado em saúde, que busca a trí-plice meta: melhorar a experiência do paciente, que deve estar em primeiro lugar; reduzir o custo do fazer saúde; e melhorar a saúde de uma população”.

De mesmo entendimento, o presidente da UHG Brasil e do Conselho de Administração Icos, Claudio Lotten-berg, assina um artigo em que afirma que a teleme-dicina é um caminho sem volta, porque interessa a todos os atores envolvidos. Para ele, o que deve ser discutido, daqui para frente, é como fazer a teleme-dicina da forma mais segura.

“Este é um assunto que interessa aos hospitais, que necessitam de respostas mais eficientes para separar casos de alta complexidade dos de baixa. Interessa aos planos de saúde, que têm sido demandados a buscar soluções mais eficientes que, sob o prisma da equidade, entreguem o cuidado certo, no lugar cer-

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BENEFÍCIOS DA TELEMEDICINA

• Diagnóstico rápido e preciso, com o auxílio de especialistas;

• Segurança e eficiência no tratamento, já que o diagnóstico será assertivo;

• Compensa a ausência de médicos em locais remotos, onde a população sofre coma falta de especialistas;

• Diminui o custo da assistência, possibilitando a sustentabilidade do sistema de saúde;

• Leva equidade às regiões mais afetadas.

PREOCUPAÇÕES COM A TELEMEDICINA

• Distanciamento da relação entre o médico e o paciente;

• Substituição gradativa do médico pela máquina (robô);

• Erros provocados pela tecnologia;

• Mercantilização da saúde por meio de aplicativos.

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to, na hora certa, nem mais nem menos. Interessa a pacientes, que querem respostas rápidas, seguras e menos onerosas às suas necessidades e, por fim, in-teressa aos próprios médicos, que estão sempre em busca do tratamento mais adequado e eficiente para os seus pacientes”, destaca.

Enquanto os debates seguem em torno da constru-ção de uma normativa para o exercício da telemedi-

cina, um consenso parece pairar sobre a discussão: não é possível imaginar a Medicina do futuro sem a evolução tecnológica. “Nós precisamos decidir de que lado da história estaremos: do lado da ciência, da tecnologia, da evolução e, principalmente, do pa-ciente, ou vamos estar do outro lado?”, questiona o executivo do Albert Einstein, Eduardo Cardioli.

FELIPE [email protected]

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Em entrevista à Visão Hospitalar, o presidente da Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde (ABTms), Humberto Oliveira Serra, fala sobre o pano-rama da telemedicina no Brasil, da incorporação das “teleconsultas” ao atendimento médico e da polê-mica gerada em torno da Resolução nº 2.227/2018, do Conselho Federal de Medicina (CFM), que tentou definir regras para o exercício da tecnologia no país.

Em poucas linhas, Humberto defendeu a resolução do CFM, que acabou sendo revogada, e condenou a falta de informação que tem mediado os debates so-bre o assunto. Para ele, além da falta de informação sobre as novas Tecnologias da Informação e Comu-nicação (TICs), o debate está amargado pelo precon-ceito de que a máquina poderá substituir o médico. Confira a entrevista a seguir.

TELECONSULTAS HÁ UM PRECONCEITO ERRADO DE QUEA MÁQUINA VAI SUBSTITUIR O MÉDICO

HUMBERTO OLIVEIRA SERRAPresidente da Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde – ABTms, coordenador do Núcleo Estadual de Telessaúde do Maranhão – Programa Telessaúde Brasil Redes; e chefe da Unidade de Telessaúde – HU-UFMA.

ENTREVISTA

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FELIPE [email protected]

VISÃO HOSPITALAR – Quando teve início o pro-cesso de implementação da telemedicina no Brasil? Onde foi instalado o primeiro centro de telediagnós-tico e/ou interconsultas?

HUMBERTO SERRA – No Sistema Único de Saú-de, o Estado de Minas Gerais foi o primeiro a implan-tar o teleletrocardiograma, se não me engano em 2005 ou 2006. Em 2007, o Ministério da Saúde lan-çou o Programa Telessaúde Brasil em nove estados, como um projeto-piloto para qualificar os trabalhos da Atenção Primária à Saúde, ofertando os serviços de teleconsultoria (interconsultas), telediagnóstico e teleducação. Hoje, esse programa está bem estrutu-rado e presente em todos os estados brasileiros. No sistema privado, não temos essa informação.

V.H – Por que a polêmica maior gira em torno das te-leconsultas (dos atendimentos médicos a distância)?

H.S – Essa não é uma resposta simples. Temos que entender o contexto. Tentando responder a essa per-gunta de forma objetiva, no nosso entendimento pode ser pela falta de informações sobre as Tecnolo-gias da Informação e Comunicação (TICs) e, principal-mente, por um preconceito errado de que a máquina irá substituir o médico.

V.H – O que pensa a ABTms sobre as teleconsultas?

H.S – Temos a mesma posição do Conselho Federal de Medicina, entendendo que o primeiro atendimen-to deva ser presencial e os subsequentes podem ser realizados utilizando tecnologias seguras para essa prática, garantindo o sigilo e a privacidade das in-formações, e dando segurança tanto para o paciente quanto para o médico.

V.H – De que forma a ABTms tem contribuído com o CFM no debate sobre a resolução recentemente revogada?

H.S – A ABTms não participou no processo de ela-boração da resolução. No entanto, fomos favoráveis à resolução pela forma responsável como foi cons-truída e, principalmente, pelo nível de exigências ali elencadas visando à boa prática médica.

V.H – Qualquer especialidade médica pode realizar atendimentos por telemedicina?

H.S – Qualquer especialidade poderá realizar aten-dimento utilizando TICs – telemedicina. Já existem, implantados no SUS, alguns telediagnósticos rea-lizados por Núcleo de Telessaúde. O Ministério da Saúde elegeu alguns como sendo Núcleos Especia-listas para atenderam à Oferta Nacional de Telediag-nóstico, principalmente em locais remotos do país, com dificuldade de acesso à atenção especializada, utilizando ferramentas de telemedicina/telessaúde. São eles: Eletrocardiograma (ECG) – NT Estadual de Minas Gerais – HC/UFMG; Retinografia – NT Estadual de Goiás; Espirometria – NT Estadual do Rio Grande do Sul; Diagnóstico em Dermatologia – NT Estadual de Santa Catarina.

V.H – A principal crítica de quem se opõe à telecon-sulta diz respeito às implicações éticas da profissão. Por que se destaca tanto a necessidade do contato entre o paciente e o médico?

H.S – Primeiro em respeito aos preceitos hipocráti-cos. Segundo que, quando um paciente procura um médico, ele busca nele, além da competência técnica, um alento para aliviar seu sofrimento, dentre outras condições que, muitas das vezes, se consegue numa conversa, “olho no olho”. Por isso, somos favoráveis do primeiro atendimento ser sempre presencial e al-guns subsequentes por meio de utilização das TICs.

V.H – Há alguma possibilidade de, com a telecon-sulta, ser ampliada a demanda por exames diagnós-ticos?

H.S – Veja bem, a teleconsulta não é nada mais que uma situação em que médico e paciente não estão fi-sicamente no mesmo local. Não muda nada em termo de demanda de exames complementares. A necessi-dade é, e deverá ser, a mesma em qualquer uma das duas situações.

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REALIDADE VIRTUAL

Nenhum paciente gosta de permanecer em ambien-te hospitalar, seja na espera para uma consulta, seja durante o repouso pós-operatório. O fato é que esta estada gera estresse, angústia e, em alguns casos, até prejuízo na recuperação.

Diante dessa constatação, o médico Ricardo Cabral vivia atento. Em sua experiência clínica como ginecologista, observava o desconforto das pacientes. Inquieto, a bus-ca por uma solução o acompanhava. Era preciso fazer com que os pacientes tivessem uma experiência mais confortável para obter melhores resultados naquilo que todo mundo quer quando adoece: a recuperação.

Foi assim que, ao longo de sua carreira, a veia empreen-dedora deu vazão à curiosidade para buscar alternati-vas. Quando se deparou com a realidade virtual, não pensou duas vezes. Ali estava a resposta que precisava. Aquela era uma forma de entreter o paciente e deixá-lo mais à vontade, reduzindo o estresse e o sofrimento.

Associado a um grupo de especialistas altamente qualificados, criou o VRMed, solução que utiliza ócu-los de realidade virtual para entreter os pacientes. “O sistema tem como objetivo final melhorar a qualida-de no cuidado e bem-estar, fomentando a tolerância durante os processos, além de motivar o paciente na realização dos tratamentos”, explica Cabral.

Ainda de acordo com o médico, ao facilitar a reali-zação de procedimentos, que podem variar de um simples repouso até situações mais complexas, como um pós-cirúrgico, por exemplo, o VRMed estimula a sensação de bem-estar e conforto.

A TECNOLOGIA COMO UMA GRANDE ALIADA NOS MOMENTOS MAIS DIFÍCEISEMPRESA CRIA SOLUÇÃO QUE COLOCA A REALIDADE VIRTUAL A SERVIÇO DO BEM-ESTAR DE PACIENTES EM CLÍNICAS E HOSPITAIS

“Ao reduzir a ansiedade durante os procedimentos e serviços prestados, a solução também colabora para melhorar a imagem da unidade de saúde, além de reduzir os índices de retrabalho”, diz o médico. E acrescenta: “Com isso, também aumenta a percepção positiva sobre os serviços prestados”.

Ao reduzir a ansiedade durante os procedimentos e serviços prestados, a solução também colabora para melhorar a imagem da unidade de saúde, além de reduzir os índices de retrabalho.”

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O Hospital Santa Cruz, de Curitiba (PR), é o primeiro do Paraná a receber a certificação da ConvaTec em trata-mento de lesões de pele e estomias. Para obter o re-conhecimento, a equipe assistencial passou por oito meses de capacitação. “Estamos atuando de forma en-fática na prevenção de lesões de pele de maneira ge-ral, como dermatites e lesões por pressão. O curso veio para reforçar esse trabalho. Com capacitação científica, aulas teóricas e práticas, nossa equipe pode entender também como é a implementação desse cuidado com o paciente lá na ponta”, explica a gerente assistencial da unidade, a enfermeira Mariane Cavalheiro.

O certificado é um importante diferencial de qualida-de para o hospital. “Trabalhamos com uma visão mais humanitária. O objetivo é fazer a diferença na vida do funcionário que presta a assistência, mas principal-mente na vida do paciente que recebe esse cuidado”. Os resultados, de acordo com Mariane, já podem ser avaliados. “Percebemos o amadurecimento dos en-fermeiros em conseguir avaliar a pele e prevenir que os pacientes façam lesões. Isso melhora a qualidade de vida, a qualidade do atendimento, reduz tempo de permanência no hospital e risco de infecção”, com-pleta a gerente assistencial.

HOSPITAL SANTA CRUZ RECEBE CERTIFICAÇÃO EM PREVENÇÃO DE LESÕES DE PELE

QUALIDADE E SEGURANÇA

Fundado em 1966, o Hospital Santa Cruz está localizado no bairro Batel, em Curitiba (PR). É considerado um cen-tro de excelência em alta complexidade no atendimen-to das áreas de Oncologia, Cardiologia, Cirurgia Geral, Neurologia, Ortopedia, Pronto Atendimento, Checkup e Maternidade. É referência no serviço de hotelaria e em atendimento humanizado, com qualidade assistencial e foco na segurança do paciente. Reconhecido com o selo de Acreditação com Excelência, o mais alto nível de certificação nacional, entregue pela Organização Na-cional de Acreditação (ONA), sendo a instituição acredi-tada nesta categoria por mais tempo no Paraná.

Percebemos o amadurecimento dos enfermeiros em conseguir avaliar a pele e prevenir que os pacientes façam lesões. Isso melhora a qualidade de vida, a qualidade do atendimento, reduz tempo de permanência no hospital e risco de infecção.”

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PRONTUÁRIO ELETRÔNICO

Em parceria com a Pixeon, uma das maiores empresas brasileiras de tecnologia para saúde, o Hospital Ana Nery, responsável pelo atendimento de aproximada-mente 6.500 pacientes por mês no Rio Grande do Sul (RS), incorporou a tecnologia de gestão hospitalar em seus processos. Com o uso do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), hoje integra informações de todas as etapas do hospital, com dados detalhados de exa-mes, tratamentos e medicamentos.

Segurança e qualidade dos prontuários, integração entre os setores e dinâmica nas discussões sobre casos são alguns dos benefícios que o responsável médico do Hospital Ana Nery, Igor Lobão, cita sobre o uso da tecnologia. “O passo mais recente que nós demos foi exatamente esse: integrarmos o campo de bioimagem do laboratório de hemodinâmica no la-boratório eletrônico, e foi incrível o impacto na assis-tência ao paciente.”

Lobão ainda complementa que, com esta tecnologia, é possível fazer discussões de casos, por exemplo, com um especialista que não está ali ao lado do pa-ciente, com acesso ao prontuário físico. “É possível discutir no ambulatório aquele procedimento que foi feito na semana passada, ou na enfermaria de outra especialidade a tomografia que foi feita pela manhã. Então, foi um retorno de agilidade e segurança para a assistência ao paciente”, comenta o médico.

A parceria do Ana Nery com a Pixeon começou em 2008, com trabalhos de softwares simples. Hoje, para garantir a integração de todos os setores e seus mais de 1.500 profissionais, aliar medicina à tecnologia é uma solução importante.

Jackson Rodrigues, responsável por Tecnologia da In-formação (TI) no Ana Nery, comenta que o exemplo desta aliança é o caso de tratamentos de hemodiálise:

HOSPITAL ANA NERY INVESTE EM INFORMATIZAÇÃO PARA MELHORAR A QUALIDADE DA ASSISTÊNCIACOM A ADOÇÃO DE TECNOLOGIAS DE GESTÃO HOSPITALAR, A INSTITUIÇÃO DESFRUTA DE MELHORIAS EM ATENDIMENTO, ADMINISTRAÇÃO E ENSINO DE RESIDENTES

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“Precisamos otimizar alguns processos, como solicita-ção e exames, convocação, solicitação de kits, algumas coisas que otimizam. Você implanta e depois trabalha em melhorias dos processos. É o que fazemos hoje: identificar problemas e onde podemos atuar fazendo uma melhoria para esses processos”.

Os reflexos da solução da Pixeon para as demandas do hospital também podem ser sentidos nos setores administrativo e educacional. Com a versão digital do prontuário do paciente, é possível categorizar mais facilmente, por exemplo, a quantidade de medica-mentos usada no período e calcular projeções para estoque sem que falte dos suprimentos, otimizando os gastos. Além disso, Lobão afirma que a parte didá-tica, no estudo dos residentes, também é beneficia-da: “Poder ter imagens desses exames realizados que discutimos nas sessões clínicas sem precisar trazer o CD que pode não abrir, estar corrompido, mas assim podemos imediatamente acessar o exame que foi feito para a sessão clínica”.

“Ser parceiro do Hospital Ana Nery é um grande pre-sente. Para nós, saber que nossas soluções fazem a diferença no dia a dia das instituições e trazem pos-sibilidades para uma análise mais precisa, garantindo mais agilidade e segurança durante os atendimentos, é ter a certeza de que a saúde realmente está mo-vendo o nosso mundo”, comenta Armando Buchina, CEO da Pixeon.

As soluções tecnológicas da Pixeon para o Ana Nery já estão presentes em quase todos os setores do hos-pital. O desafio agora é levar aos 10% restantes, en-globando também os técnicos de enfermagem, por exemplo, o que garante o registro no PEP ainda mais minucioso na evolução do paciente. Esses benefí-cios são sentidos, principalmente, pelos pacientes. O responsável médico do hospital afirma que, com a prescrição mais rápida e o sistema mais dinâmico e informatizado, é possível fazer a evolução mais ágil, liberando a equipe de saúde para estar do lado do paciente, e não preenchendo formulário.

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As questões de ética e compliance têm sido aborda-das e discutidas pelas empresas e entidades do seg-mento saúde do país, e inúmeras iniciativas foram concretizadas nos últimos 12 anos, com o objetivo de se alcançar um sólido comprometimento com a transparência e a integridade nas relações comer-ciais de produtos para saúde.

Essa tarefa tornou-se mais ambiciosa diante de um novo cenário político e social internacional, com im-pacto no Brasil, destacando-se novas leis, movimentos sociais, operações da Polícia Federal, atuação do Judi-ciário e uma ampla e dinâmica divulgação de notícias sobre fraudes e corrupção, com repercussão global.

A mudança dos tempos impõe novos desafios, e as empresas do setor começam a planejar-se e organi-zar-se para uma grande transformação da sua cultura e práticas comerciais.

A responsabilidade de todos os envolvidos, como ci-dadãos e profissionais que atuam no segmento saúde, é garantir o direito do paciente de ter acesso à saúde de qualidade por um preço justo. E isso só é possível se a sustentabilidade do setor estiver preservada.

A Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013) incentivou as empresas a reforçarem suas áreas de compliance,

ÉTICA NA SAÚDE E A IMPORTÂNCIA DAPARTICIPAÇÃO SOCIAL

porém ela é genérica e, dessa forma, a autorregula-ção do setor faz-se necessária. No Brasil, as associa-ções que representam as empresas da saúde já se mobilizam desde 2006 nesse sentido. O ambiente de negócios sem regras claras de compliance, sem uma relação de confiança entre os diversos players, fez com que o setor se estruturasse com normas pró-prias, com base nas leis vigentes e referências de outros países com níveis de maturidade avançados, como os Estados Unidos e a Comunidade Europeia.

Vale citar as associações de empresas de produtos para saúde pioneiras na elaboração de códigos de conduta direcionados para os seus associados: As-sociação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP); Associação Brasileira de Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (ABIMED); Associação Brasi-leira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médi-cos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (ABIMO); Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes (ABRAIDI); e Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).

Alguns dados refletem a mobilização dos segmentos, em busca de uma conduta ética, e o nível de matu-ridade alcançado. Segundo a Interfarma, das 33 em-presas respondentes de pesquisa realizada em 2017,

ÉTICA E COMPLIANCE

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100% possuem código de conduta e 100% possuem iniciativas de combate à corrupção. A ABRAIDI publi-cou ano passado que, das 304 empresas associadas, 72% possuem alguma ação de compliance (26% possuem o código de conduta e 46% possuem o có-digo de conduta e estão desenvolvendo o programa de compliance) e 14% possuem o programa de com-pliance completamente implementado.

Uma iniciativa de significativo avanço relacionado ao mecanismo de autorregulação no Brasil foi a criação do Ética Saúde, liderado pela ABRAIDI e pelo Institu-to Ethos, que teve início em 2013, levando ao lan-çamento do Acordo Setorial Ética Saúde em junho de 2015, com a proposta e o compromisso de criar, voluntariamente, regras para a prevenção de suborno e corrupção no Setor Saúde. Em 2016, tornou-se o Instituto Ética Saúde, expandindo o seu espectro de atuação para serviços de saúde e profissionais mé-dicos, o que fortaleceu as suas propostas, inclusive em nível internacional, pela sua estrutura inovadora.

A mudança cultural no ambiente corporativo é um dos maiores desafios a se enfrentar. O mais impor-tante é fazer com que os participantes sejam prota-gonistas da mudança, e, desta forma, ela se viabili-zará. Estamos na era da inteligência e colaboradores

que acumulam conhecimento transformam-se em colaboradores que transmitem conhecimento. Este é o foco para uma transição sustentável, que deve con-tribuir para empresas e instituições enfrentarem cri-ses e identificarem soluções criativas e inovadoras.

Pela dimensão da sua complexidade, não é viável apresentar um programa de integridade pronto com normas padrão, mas sim propiciar a criação de um espaço para a reflexão e a troca de ideias sobre a im-portância de seguir padrões éticos, possibilitando a cada empresa tecer a sua própria cultura, com base na implantação de um programa abrangente e eficaz, de acordo com os seus valores e prevalecendo os princípios de cidadania, educação, sustentabilidade e boas práticas de governança corporativa.

O caminho já está sendo percorrido e bem pavimen-tado e a sua perspectiva é de inovação contínua.

CIBELE MARTINSSocióloga, especialista em Healthcare Compliance pelo Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde e secretária executiva do Instituto Ética Saúde.

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Para além de uma tendência, as estratégias voltadas ao cuidado com o bem-estar e a saúde dos colabo-radores têm se mostrado, cada vez mais, também um desafio. Além de oferecer planos de saúde, que hoje correspondem a quase 20% dos gastos, as empresas precisam proporcionar qualidade de vida aos seus funcionários. Este conceito envolve as dimensões fí-sica, intelectual, emocional, profissional, espiritual e social, o que exige uma maior dedicação por parte das entidades para conseguir garanti-lo. No Brasil, o custo com assistência médica subiu 19% entre 2016 e 2017 – passou de R$ 270,30 para R$ 321,58 por indivíduo ao mês –, o que equivale a 12,71% da folha de pagamento das empresas, de acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH--Brasil) e da Aliança para Saúde Populacional (ASAP).

De acordo com pesquisa de tendências de RH da Deloitte, 92% dos diretores de empresas no Brasil apontam a atenção ao bem-estar dos colaboradores como um fator importante no dia a dia. Ou seja, tra-balham com ações de saúde corporativa. Um estudo da Social Market Foundation aponta que funcioná-rios felizes são até 20% mais produtivos do que fun-cionários insatisfeitos, e este deve ser o foco de uma estratégia de saúde corporativa.

O estresse e a sobrecarga de trabalho, que influenciam diretamente os hábitos de vida da população, são con-siderados as principais causas de doenças ocupacio-nais. Segundo um estudo feito pela Associação Inter-nacional de Gerenciamento do Estresse (Isma Brasil), em 2017, o Brasil foi o país com o segundo maior nível

SAÚDE DOS COLABORADORES É RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS, SIM

BEM-ESTAR

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de estresse, com até 70% da população sofrendo des-te mal, sendo que 69% dos respondentes declararam o trabalho como a principal causa de seu estresse.

O aumento da competitividade do mercado, tan-to entre empresas quanto entre pessoas, é um dos grandes responsáveis por estimular as pessoas a ele-varem sua carga de trabalho em busca de destaque, acarretando mais estresse e menos tempo para cui-darem de si mesmas. Isso inclui descuidar da alimen-tação, abandonar a prática de atividades físicas e de lazer, dentre outras questões que podem ser muito prejudiciais para a saúde, implicando, principalmen-te, desenvolvimento de obesidade e sedentarismo.

Para contornar este cenário, as empresas têm anali-sado os fatores que mais provocam doenças e pro-blemas de saúde em seus colaboradores e focado em ações para minimizar essas ocorrências.

BRUNO RODRIGUESCEO da GoGood, empresa de saúde digital corporativa focada em evitar o crescimento dos custos de saúde para organizações provenientes de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.

As empresas precisam entender que é responsabilidade delas, sim, manter seus colaboradores saudáveis, porque isso gera lucro e benefícios diversos. A promoção da saúde e da qualidade de vida dos colaboradores, por meio de programas de bem-estar corporativo, gera maior engajamento e, consequentemente, maior produtividade e resultados.”

SAÚDE DIGITAL: A TECNOLOGIA A FAVOR DA VIDANo contexto da busca por opções voltadas a uma gestão estratégica da saúde dos colaboradores, o mercado passou a desenvolver tecnologias alterna-tivas para auxiliá-los a manterem uma rotina de vida saudável e, ao mesmo tempo, reduzir os custos das empresas com os problemas de saúde dos funcioná-rios. Desde aplicativos com dicas de receitas saudá-veis, passando por plataformas on-line com integra-ção de aplicativos voltados à melhoria de hábitos de alimentação, prática de atividade física, qualidade do sono, estresse e perda de peso, com possibilidade de redução de riscos de desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, até tecnolo-gias preditivas que podem detectar problemas de saúde antecipadamente. Sempre há opções para em-presas que querem destacar-se na gestão de pessoas e no cuidado com seus colaboradores.

As empresas precisam entender que é responsabili-dade delas, sim, manter seus colaboradores saudá-veis, porque isso gera lucro e benefícios diversos. A promoção da saúde e da qualidade de vida dos co-laboradores, por meio de programas de bem-estar corporativo, gera maior engajamento e, consequen-temente, maior produtividade e resultados. O obje-tivo das empresas deve ser formar e manter equipes de qualidade e alto rendimento, nas quais os colabo-radores sejam apreciados, valorizados, incentivados e possam realizar mais e melhores entregas. Além disso, colaboradores saudáveis faltam menos ao tra-balho por doenças, o que contribui para manter sua equipe ainda mais produtiva.

Uma boa saída para a sua empresa em 2019 pode ser fazer uma pesquisa com os colaboradores quanto a que tipo de ação, dentre as disponíveis no merca-do, eles gostariam e se motivariam a participar. Dessa forma, a sua empresa estará cumprindo com a res-ponsabilidade de cuidar da saúde e do bem-estar dos colaboradores e terá cada vez melhores resultados.

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GERIATRIA

VOCÊ TEM CÃIBRAS?

O importante a ser destacado é que a principal prevenção continua sendo a combinação de exercícios de alongamento e fortalecimento da musculatura afetada.”

Cãibras são contrações musculares involuntárias, de início súbito, geralmente afetando a panturrilha, a coxa ou o pé. Podem ocorrer durante a prática de exercícios e, principalmente, durante a noite. Não há um motivo específico para o surgimento no período noturno, mas pode ter relação com o uso de alguns medicamentos para hipertensão, asma e colesterol.

Presente em 40% das pessoas com mais de 50 anos, a frequência com que as cãibras ocorrem cresce com a idade, tanto em homens quanto em mulheres. Na maior parte das vezes, são de caráter familiar e estão ligados à falta de exercícios físicos e de alongamento adequado após a prática esportiva. Algumas doenças podem estar associadas às cãibras; portanto, uma consulta com o geriatra de confiança pode ser útil para determinar a melhor abordagem terapêutica.

A base do tratamento da crise de dor aguda consis-te em alongamento, banhos quentes e até mesmo massagem com gelo. Os esforços iniciais para pre-venção de cãibras noturnas recorrentes devem ser concentrados nas intervenções não farmacológicas.

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REVISTA VISÃO HOSPITALARREVISTA VISÃO HOSPITALAR

CARLOS SPERANDIO JR.Médico geriatra e coordenador da Sala de Emergência do Pronto Atendimento do Hospital Santa Cruz, em Curitiba (PR).

Soluções simples, como exercícios diários de alonga-mento e até mesmo alguns minutos de pedal em uma bicicleta ergométrica antes de ir se deitar, podem ser tentadas previamente ao uso de medicamentos. Para alguns pacientes, um simples alongamento antes de ir para a cama pode ser suficiente.

Algumas pessoas podem se beneficiar evitando a desidratação. Essa dica é bastante valiosa, particular-mente para idosos e pacientes sob uso de diuréticos. Se o uso de medicamentos for necessário, existe dis-creta evidência científica de que complexos vitamíni-cos, bloqueadores do canal de cálcio e antialérgicos podem ajudar determinados pacientes. É preciso aler-tar, porém, que todas essas abordagens terapêuticas necessitam sempre de acompanhamento médico.

Um truque simples, bastante difundido entre os mé-dicos, é o conselho de se tomar um copo de água tônica ao dia. Com um sal chamado quinino – que, efetivamente, é a melhor medicação com prova cien-tífica contra cãibras –, a bebida mostra-se bastante eficiente. Mas, então, por que os médicos não recei-tam medicamentos à base de quinino para os pacien-tes com cãibras intensas? Porque os efeitos colate-rais causados pela substância são graves e não tão raros, mesmo em doses terapêuticas.

Isso levou à restrição de seu uso nos Estados Unidos, fazendo com que o medicamento só possa ser recei-tado para pequenos grupos de pacientes com cãibras intratáveis. No caso da água tônica, a quantidade de quinino é muito menor que a recomendada como dose terapêutica, o que permite seu uso sem riscos. E quan-to à banana? A fruta realmente pode contribuir para o fim das cãibras? Apesar de ser popularmente indicada, saudável e fonte natural de potássio, a banana não é eficiente contra espasmos musculares involuntários.

O importante a ser destacado é que a principal pre-venção continua sendo a combinação de exercícios de alongamento e fortalecimento da musculatura afetada.

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EXPERIÊNCIA DO PACIENTE

Sucesso entre adultos e crianças, a culinária japone-sa já mostrou ser quase que uma preferência em São Paulo (SP), que tem restaurantes estrelados e que até reinventaram a cozinha tradicional. Por outro lado, a comida de hospital, que já teve quem torcesse o nariz no passado, hoje tem outra cara: com cor, sabor, tex-tura e muita criatividade.

Desde o final do ano passado, o Hospital Moriah, em São Paulo, resolveu incluir a comida japonesa em seu cardápio para os pacientes com dieta livre e passou a oferecer, com direito a ohashi (talher japonês), tigeli-nhas e outros utensílios, uma refeição de dar água na boca e encher os olhos.

Como as comidas cruas são proibidas aos pacientes, a nutrição do hospital escolheu o teppanyaki de car-ne com legumes, com missoshiro, gohan (carne gre-lhada com legumes, caldo de soja e arroz) e banana caramelada de sobremesa.

A criatividade na cozinha hospitalar é um dos pontos fundamentais para melhorar o bem-estar do pacien-te. Sem descuidar da prescrição de cada um, a nutri-ção precisa estimular o paciente a alimentar-se bem, eliminando riscos de desnutrição, além de a comida ser um elemento emocional importante na desospi-talização e no melhor desfecho da doença.

CULTURA JAPONESA TAMBÉM NA REABILITAÇÃOImplantado como um passatempo funcional no Hospital Moriah, o origami vem sendo reconhecido pelos pacientes como uma ajuda terapêutica impor-tante. Para Isabela Munhoz Nascimento, executiva à frente do Escritório de Experiência do Paciente, além de ser um passatempo, “fazer o origami tira o foco da dor, trazendo bem-estar tanto para pacien-tes como para acompanhantes”.

HUMANIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA CULTURA JAPONESA FAZ SUCESSO ENTRE PACIENTES DE UNIDADE HOSPITALAR

O origami é a arte tradicional japonesa, datada do século 17, de dobrar o papel e formar imagens de animais e objetos sem usar cola e tesoura. Conta com dezenas de grandes artistas que tornaram o origami popular em todo o mundo, desde na educação de crianças até na terapia ocupacional. No ambiente hospitalar, o origami ajuda na reabilitação dos pa-cientes, trabalhando as partes cognitiva e motora.

A criatividade na cozinha hospitalar é um dos pontos fundamentais para melhorar o bem-estar do paciente. Sem descuidar da prescrição de cada um, a nutrição precisa estimular o paciente a alimentar-se bem, eliminando riscos de desnutrição, além de a comida ser um elemento emocional importante na desospitalização e no melhor desfecho da doença.”

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REVISTA VISÃO HOSPITALARBOAS PRÁTICAS

O Hospital e Instituto Santa Marta encontrou uma maneira inovadora de melhorar a eficiência dos ser-viços prestados à população do Distrito Federal. Com a criação dos programas Notáveis e Atendimento Ouro, já em sua segunda edição, a instituição está re-conhecendo e homenageando trabalhadores que se destacam na conduta profissional, bem como opera-doras de planos de saúde que apresentam bom de-sempenho na relação com a unidade hospitalar.

Para reconhecer esse trabalho das operadoras de pla-nos de saúde, o programa Atendimento Ouro estabe-lece critérios de pontuação, em que são considerados fatores como: prazos de autorização de procedimen-

tos eletivos; resultados do Programa de Monitoramen-to da Qualidade, publicados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); ausência de reclamações na ouvidoria do Hospital; entre outros.

A iniciativa vem sendo elogiada por executivos de operadoras. “Representa o reconhecimento de que as operadoras estão em constante melhoria, não só para atender o nosso beneficiário, mas para manter parceria entre hospital e seguradora. Isso representa respeito entre as partes, e somente o Hospital San-ta Marta deu esse passo tão importante”, salienta o coordenador regional de Saúde e Odonto da Seguros Unimed, Antônio César Martins.

PROGRAMAS DE VALORIZAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS NA SAÚDE MELHORAM INDICADORES HOSPITALARESDE FORMA PIONEIRA, INSTITUIÇÃO PROMOVE O RECONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS QUE SE DESTACARAM EM CONDUTAS ASSISTENCIAIS OU DE GESTÃO, BEM COMO O DESEMPENHO DE OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE

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BOAS PRÁTICAS

É a consagração do engajamento da nossa equipe com o aprendizado. Uma grande parte da pontuação do programa está relacionada à educação continuada, relativa aos cursos, congressos, aulas dadas e trabalhos realizados. Tudo isso faz com que o conhecimento se expanda e, consequentemente, a qualidade e assistência ao paciente se torne melhor.”

Já o Programa Notáveis homenageou equipes médi-cas e interdisciplinares, considerando como critérios o aperfeiçoamento profissional e a pesquisa cientí-fica. O primeiro lugar da equipe médica foi conce-dido à equipe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. “É a consagração do engajamento da nos-sa equipe com o aprendizado. Uma grande parte da pontuação do programa está relacionada à educação continuada, relativa aos cursos, congressos, aulas da-das e trabalhos realizados. Tudo isso faz com que o conhecimento se expanda e, consequentemente, a qualidade e assistência ao paciente se torne melhor”, enfatiza Marcos Guimarães, coordenador médico da UTI Neonatal do Hospital Santa Marta.

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REVISTA VISÃO HOSPITALARSAÚDE DIGITAL

DIRETORIA COMERCIAL DA MV TEM NOVO EXECUTIVOPARA DAR CONTINUIDADE AO EXCELENTE DESEMPENHO DE 2018, DIRETOR DAS REGIONAIS RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO ASSUME NOVO DESAFIO

Triplicar o valor da companhia em cinco anos. Com essa visão de negócio, a MV – empresa líder nacional em desenvolvimento de softwares de gestão para a saúde – inicia 2019 com um novo executivo na Di-retoria Corporativa Comercial. Jeferson Sadocci, há 15 anos na empresa e responsável pela direção das regionais Rio de Janeiro e São Paulo, assume o novo cargo com o compromisso de dar continuidade ao excelente crescimento registrado pela MV em 2018 e também cumprir o planejamento estratégico da companhia, que está entre as maiores empresas de software do Brasil.

Com atuações anteriores em atividades de consulto-ria, gestão de projetos, gerência e direção regional, Sadocci enfrenta o novo desafio com boas perspec-tivas diante dos sinais de recuperação da economia. “Como estamos com a expectativa de que o país ca-minhe em direção ao crescimento, oportunidades surgirão na área da saúde. Percebemos necessidades de reestruturação nas instituições do segmento, en-tão vamos oferecer novas ofertas de produtos e ser-viços para aumentar nossa capilaridade no mercado e o nosso market share”, diz.

Para Paulo Magnus, presidente da MV, a experiência do executivo no setor, aliada ao seu vasto conheci-mento sobre as soluções e o negócio da empresa, permitirão a aplicação de diferentes modelos e estra-tégias. “Quando assumiu Rio de Janeiro e São Paulo, Jeferson teve a competência de formar um time de alta performance e dobrar o tamanho das filiais. Com sua capacidade, também teve grande participação no nosso excelente desempenho em 2018.”

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SAÚDE DIGITAL

MV CRESCE 80% EM VOLUME DE VENDAS E 21% EM RECEITAOs últimos anos foram marcados por dificuldades em diversos setores no Brasil. Apesar disso, a MV utilizou o momento para investir fortemente em tecnologia, com o objetivo de melhorar a performance dos clien-tes e impulsionar ainda mais o avanço da saúde digital no país. Por isso, em 2018 os resultados alcançados foram diferentes. “Embora turbulências econômicas e políticas tenham se estendido ao longo do período, tí-nhamos em mãos a maior meta já traçada na empresa em 31 anos e a certeza de que não queríamos conti-nuar da mesma forma”, comenta Magnus.

Com algumas iniciativas de destaque, a MV cresceu 80% em volume de vendas e 21% em receita, o que fez do último ano o melhor em toda a história

Com algumas iniciativas de destaque, a MV cresceu 80% em volume de vendas e 21% em receita, o que fez do último ano o melhor em toda a história da empresa.”

da empresa. “Durante 12 meses, eu e o nosso diretor administrativo-financeiro, Mark Carvalho, conduzi-mos juntos a área comercial, e agora continuaremos apoiando o Jeferson, para que os excelentes resul-tados se repitam e a MV alcance a grande meta de triplicar o tamanho e expandir internacionalmente.”

O entendimento cada vez maior das instituições de saúde de que o uso da tecnologia da informação (TI) pode apoiar na revisão de processos, na redução de custos e, consequentemente, no aumento de eficiên-cia, fez com que as dificuldades econômicas no país não se tornassem empecilho para a formalização de mais de 110 novos contratos pela MV no Brasil e na América Latina.

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REVISTA VISÃO HOSPITALARINVESTIMENTO EM SAÚDE

PRONTO ATENDIMENTO HAPVIDA É REFERÊNCIA PARA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR (BA)A população do município de Lauro de Freitas, loca-lizado na região metropolitana de Salvador (BA), já conta com um novo Pronto Atendimento do Sistema Hapvida. Com dez consultórios de emergência, labo-ratório de análises clínicas e salas para a realização de exames de imagem, a unidade integra a primeira etapa do futuro complexo hospitalar Lauro de Frei-tas. Este é o 26º Hospital inaugurado pelo plano de saúde no Brasil, que conta com 28 mil funcionários espalhados pelo país.

A unidade foi inaugurada durante uma coletiva que contou com a presença de autoridades locais, além de colaboradores e da imprensa do estado. O presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Luiz Ara-micy Bezerra Pinto, e o secretário de Saúde de Lauro de Freitas, Erasmo Moura, estavam entre os presentes.

O superintendente de rede própria do Hapvida, An-derson Nascimento, destacou que essa inauguração faz parte do processo de expansão da operadora, que vem aliada ao propósito de qualidade e eficiência em custos. “Queremos continuar levando saúde a mais

pessoas. Em breve, lançaremos a segunda etapa do nosso hospital, que vai tornar melhor a vida de quem vive nesta região”, pontuou.

O novo Pronto Atendimento vai funcionar de segun-da a sexta-feira, das 07h às 22h, e aos sábados, do-mingos e feriados, das 7h às 19h (emergência adul-to); já a Emergência Pediátrica opera de segunda a sexta-feira, das 07h às 19h.

HAPVIDACom mais de 4 milhões de clientes, o Hapvida hoje se posiciona como uma das maiores operadoras de saúde do Brasil. Os números superlativos mostram o sucesso de uma estratégia baseada na gestão di-reta da operação e nos constantes investimentos. Atualmente, são mais de 21 mil colaboradores di-retos envolvidos na operação de 26 hospitais, 76 clínicas médicas, 20 prontos atendimentos, 84 cen-tros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial (Vida&Imagem), distribuídos em 11 estados onde a operadora atua com rede própria.

José Mário Nunes Camelo – Diretor Médico Regional, Aramicy Pinto – Presidente da FBH (Federação Brasileira de Hospitais), Erasmo Moura e Anderson Nascimento – Superintendentes da Rede Hospitalar. Foto: Clara Feliciano.

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CERTIFICAÇÃO

O ano começou com uma grande notícia para o Hos-pital Unimed-Rio. Após visitas de avaliação realizadas no final de 2018, a instituição recebeu a certificação de Acreditada com Excelência pela Organização Na-cional de Acreditação (ONA). Isso significa segurança no atendimento aos pacientes, já que a entidade ava-lia as unidades de saúde segundo critérios rígidos de qualidade assistencial.

“Ficamos realmente muito felizes com o que vimos aqui, com o desenvolvimento do hospital e de seus protocolos e processos assistenciais, bem como com o envolvimento de todas as equipes. Parabéns a to-dos”, declarou Rubens Covello, CEO do Instituto Qua-lisa de Gestão (IQG), órgão credenciado pela ONA e responsável pela condução do processo.

A Acreditação é um sistema de avaliação e certifi-cação da qualidade em serviços de saúde. Tem um caráter eminentemente educativo e voluntário, vol-tado para a melhoria contínua dos processos e dos protocolos assistenciais. A certificação obtida pelo Hospital Unimed-Rio é de Nível III, a mais alta conce-dida pela ONA.

HOSPITAL UNIMED-RIOÉ ACREDITADO COM EXCELÊNCIA PELA ONA

TRATAMENTO DA SEPSEOutra conquista recente, obtida durante as mesmas visitas de avaliação do IQG realizadas em dezembro do ano passado, foi a manutenção do Certificado de Distinção na Identificação e Tratamento da Sepse, emitido pelo Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS). Entende-se por Sepse um conjunto de mani-festações graves decorrentes de uma infecção.

O feito deve-se, em grande parte, à implantação do Protocolo de Sepse, bem como à formação do Time de Sepse na unidade, responsável pelo monitora-mento e pela constante melhoria dos processos refe-rentes ao protocolo.

Com 46 anos de fundação, a Unimed-Rio integra o maior sistema de saúde privado da América Latina, com cerca de 4.730 médicos cooperados e uma carteira de 750 mil clientes sob sua assistência. Com 15,5% de market share, a cooperativa lidera o mercado no muni-cípio do Rio de Janeiro e está entre as cinco marcas de plano de saúde preferidas pelos cariocas, segundo o jornal O Globo. É a 7ª melhor empresa para se trabalhar no estado do Rio, segundo o Great Place to Work.

A certificação obtida pelo Hospital Unimed-Rio é de Nível III, a mais alta concedida pela ONA.”

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REVISTA VISÃO HOSPITALARREVISTA VISÃO HOSPITALARSAÚDE E ECONOMIA

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Entre 28 e 31 de janeiro, 30 empresas associadas à Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equi-pamentos Médicos e Odontológicos (ABIMO) e parti-cipantes do projeto setorial Brazilian Health Devices, gerido pela Associação em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimen-tos (Apex-Brasil), estiveram presentes na Arab Health 2019. A feira, considerada a segunda maior do setor médico-hospitalar do mundo, gerou excelentes re-sultados para a indústria brasileira, que encerrou os quatro dias de evento com cerca de US$ 3 milhões em novos contratos fechados e uma expectativa de geração de negócios de US$ 12,3 milhões para os próximos 12 meses.

“Muito movimentada desde o primeiro dia, a edição 2019 da Arab Health foi uma das mais positivas dos úl-timos 17 anos. Todos os nossos associados mostraram--se bastante satisfeitos, principalmente pela qualidade do público presente”, comenta Larissa Gomes, coorde-nadora de Promoção Comercial da ABIMO e uma das responsáveis pela organização do pavilhão nacional.

Ao longo do evento, as marcas brasileiras fizeram 2.155 contatos comerciais, sendo 74% deles com novos distribuidores e parceiros. “Achamos a feira muito diversificada e encontramos oportunidades

interessantes não só no Oriente Médio, mas também em muitos outros países. Tudo graças ao suporte sem igual concedido pela ABIMO e pela Apex-Brasil, que estão o tempo inteiro suprindo nossas necessida-des”, avaliou Marília Braga, gerente internacional de Vendas da Truckvan.

Os países que mais demonstraram interesse na pro-dução brasileira de produtos para saúde foram Ará-bia Saudita, Argélia, Bangladesh, Emirados Árabes Unidos, Egito, Índia, Indonésia, Irã, Iraque, Israel, Jor-dânia, Líbano, Marrocos, Paquistão, Rússia, Síria, Su-dão e Turquia.

Para Larissa, um dos grandes benefícios da participa-ção no evento está na consolidação da qualidade da indústria brasileira no cenário externo. “A cada ano, podemos perceber que a Marca Brasil está mais forte e ganhando a confiança dos compradores locais”, expli-ca, reforçando que a qualidade da produção nacional, somada ao preço competitivo, são alguns dos fatores de sucesso do pavilhão brasileiro na Arab Health.

EMBAIXADA PRESENTEFernando Luís Lemos Igreja, embaixador do Bra-sil para os Emirados Árabes Unidos, visitou a Arab

INDÚSTRIA BRASILEIRA ENCERRA ARAB HEALTH COM EXPECTATIVA DE US$ 12,3 MILHÕES EM NEGÓCIOS

PARTICIPAÇÃO NACIONAL FOI UMA DAS MAIS POSITIVAS DA HISTÓRIA. MARCA BRASIL ESTÁ A CADA DIA MAIS CONSOLIDADA NO CENÁRIO INTERNACIONAL

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SAÚDE E ECONOMIA

Health e todas as associadas ABIMO presentes. Para ele, a consolidação do pavilhão brasileiro neste que é um dos mais importantes eventos do calendário de saúde do mundo é imprescindível para o fomento à internacionalização da indústria nacional.

“A participação brasileira na Arab Health é um mar-co da nossa promoção comercial e é muito especial poder recepcionar e conversar com os empresários desse setor que é empolgante e vibrante, capaz de mostrar, para o mundo, tudo o que o Brasil pode de-senvolver em termos de alta tecnologia e valor agre-gado. Fico muito contente em visitar a feira”, disse.

EXCELENTE AMBIENTE DE NEGÓCIOPara as empresas associadas, a Arab Health mais uma vez mostrou-se como uma excelente plataforma para a geração de novos contatos e novos negócios. “A Arab Health soa como a melhor opção de business, mas ainda temos grandes desafios para enfrentar”, comenta Rosana Bervint de Oliarte, diretora comer-cial da Russer Brasil.

Como forma de vencer as barreiras culturais e geo-gráficas, a indústria brasileira também investe na obtenção das principais certificações mundiais a fim de avançar rumo a novos negócios em mercados al-tamente atrativos. A Jumper Equipamentos, que tam-bém saiu satisfeita após a exposição na Arab Health, é um bom exemplo desta estratégia, como comenta Carolina Kobylansky: “Estamos pela quarta vez na Arab Health e, devido ao grande sucesso da nossa participação ano passado, este ano retornamos com a Certificação CE para fechar novos negócios e o re-sultado foi incrível”.

Para Carolina, a participação em 2019 foi extrema-mente positiva. “Recebemos muitos países buscan-do comprar cadeiras de rodas adaptadas para seus times paraolímpicos de basquete e de tênis. Por isso continuaremos focando em certificações. Ago-ra mesmo estamos trabalhando para a obtenção da FDA”, complementa.

Para as empresas associadas, a Arab Health mais uma vez mostrou-se como uma excelente plataforma para geração de novos negócios. Crédito foto: portal.apexbrasil.com.br

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REVISTA VISÃO HOSPITALARPSIQUIATRIA

O Brasil vivencia um momento delicado na assistência psicossocial. Os indicadores nacionais demonstram que, na última década, tem crescido o número de pes-soas afastadas de seus postos de trabalho, pelo Insti-tuto Nacional do Seguro Social (INSS), por motivos de depressão ou dependência química, e aumentado a quantidade de pessoas com problemas mentais mo-rando nas ruas, nos presídios, sem falar que, por ano, cerca de 11 mil brasileiros tiram a própria vida.

Motivado por uma série de debates que têm coloca-do no epicentro das preocupações a assistência psi-cossocial, sobretudo pelos alarmantes indicadores sociais, o Plenário da Câmara dos Deputados deu um passo decisivo para pautar o tema, ao aprovar o Pro-jeto de Resolução nº 331/2018, do deputado Fábio Trad (PSD-MS), que institui o Prêmio Nise da Silveira de Boas Práticas e Inclusão em Saúde Mental. O re-conhecimento será concedido anualmente pela Câ-mara dos Deputados a cinco personalidades, pessoas físicas ou jurídicas, escolhidas por se destacarem em ações de promoção da saúde mental.

“Essa é uma iniciativa dos parlamentares que con-ta com o apoio irrestrito da Federação Brasileira de Hospitais (FBH). Há dois anos, temos apoiado a imple-mentação da nova política de saúde mental no país, por acreditarmos que o Brasil precisa oferecer uma assistência mais digna e resolutiva para quem sofre de transtorno mental. A volta dos leitos psiquiátricos é, sem sombra de dúvidas, um grande ganho social”, avalia o presidente da FBH, Luiz Aramicy Bezerra Pinto.

PRÊMIOO texto aprovado é um substitutivo do 2º secretário da Mesa Diretora, deputado Mário Heringer (PDT-MG). Segundo o documento, qualquer deputado poderá indicar até um candidato a receber o prêmio. O julga-mento caberá a um Conselho Deliberativo composto pelo presidente da Comissão de Seguridade Social e Família e cinco membros dessa Comissão por ele indi-cados, pelo 2º secretário da Mesa e por cinco outros membros dessa mesma Comissão por ele indicados.

Todos terão direito a voto, e o Conselho será con-duzido pelo 2º secretário. O julgamento deverá ser com base em critérios objetivos e contemplar ações e trabalhos voltados a iniciativas de: prevenção ao suicídio; promoção da saúde e qualidade de vida em saúde mental; arte, cultura e convivência em saúde mental; cooperativa social, economia solidária e ge-ração de renda em saúde mental; redução de danos

PRÊMIO NISE DA SILVEIRA VAI RECONHECER BOAS PRÁTICAS EM SAÚDE MENTAL PREMIAÇÃO SERÁ CONCEDIDA ANUALMENTE PELA CÂMARA A CINCO PERSONALIDADES, PESSOAS FÍSICAS OU JURÍDICAS, QUE SE DESTACAREM EM AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL

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causados por álcool, crack e outras drogas; e inclusão social para pessoas em situação de rua.

Para o autor do projeto, o prêmio contribuirá para a superação de preconceitos e estigmas da pessoa considerada doente mental e para o reconhecimento dos seus direitos como seres humanos e cidadãos. “Dessa forma, o prêmio incentiva o respeito à diversi-dade e o direito à convivência, potencializando a sin-gularidade e o pertencimento coletivo”, afirmou Trad.

Em 90 dias, a 2ª Secretaria da Mesa deverá publicar um regulamento do prêmio. A solenidade de entrega deverá ocorrer, preferencialmente, na semana do dia 10 de outubro, Dia Mundial da Saúde Mental.

NISE DA SILVEIRA Nascida em Maceió (AL) em 15 de fevereiro de 1905, Nise da Silveira foi uma renomada médica psiquiatra brasileira, aluna de Carl Jung. Filha do professor de matemática Faustino Magalhães da Silveira e da pia-nista Maria Lídia da Silveira, era bastante estudiosa e foi admitida na Faculdade de Medicina da Bahia aos 21 anos. Dedicou sua vida à psiquiatria e manifes-tou-se radicalmente contrária às formas que julgava serem agressivas em tratamentos de sua época, tais como confinamento em hospitais psiquiátricos, ele-trochoque, insulinoterapia e lobotomia. Nise ainda foi pioneira, ao enxergar o valor terapêutico da inte-ração de pacientes com animais. Ela faleceu em 30 de outubro de 1999, no Rio de Janeiro.

PSIQUIATRIA

Há dois anos, temos apoiado a implementação da nova política de saúde mental no país, por acreditarmos que o Brasil precisa oferecer uma assistência mais digna e resolutiva para quem sofre de transtorno mental. A volta dos leitos psiquiátricos é, sem sombra de dúvidas, um grande ganho social.”

FELIPE NABUCO com informações da Agência Câmara de Notícias.

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A Comissão de Seguridade Social e Família da Câ-mara, responsável, entre outras coisas, por temas relacionados à área da saúde, elegeu seu novo presi-dente: o deputado Antonio Brito (PSD-BA). Foram 47 votos a favor e três em branco. Para a 1ª Vice-Presi-dência, foi eleito o deputado Alexandre Serfiotis (PS-D-RJ); para a 2ª, Marx Beltrão (PSD-AL); e, para a 3ª, Misael Varella (PSD-MG).

Brito informou que a reforma da Previdência vai ser o ponto principal das discussões da Comissão no pri-meiro semestre, mesmo sendo objeto de análise de

uma Comissão Especial. “A Previdência é um tema fundamental e já foi solicitado pelos membros para que a gente dê celeridade e traga esse debate para a Comissão que é afim.”

Em seu terceiro mandato como deputado federal, Brito já presidiu a Comissão de Seguridade Social e Família entre março de 2015 e março de 2016. Entre 2001 e 2003, foi presidente do Conselho Nacional de Assistência Social e atuou como secretário do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão da Prefeitura de Salvador de 2009 a 2010.

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA TEM NOVA PRESIDÊNCIA

A Frente Parlamentar da Saúde passará a ser presi-dida pela deputada Carmen Zanotto (PPS-SC). É a primeira mulher a presidir o colegiado desde que foi criado, em 1993.

A eleição aconteceu dia 26 de março, durante a reunião de reinstalação do colegiado na presidência da Comis-são de Seguridade Social e Família da Câmara dos De-putados. A Frente da Saúde é constituída por mais de 200 deputados e senadores de vários partidos.

A Frente tem como objetivo principal o acompanha-mento das ações e dos serviços de saúde e garantir o acesso da população ao atendimento de qualidade na rede pública de saúde. Outro foco do colegiado é trabalhar pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

FRENTE PARLAMENTAR DA SAÚDE ELEGE NOVA PRESIDÊNCIA

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MINISTRO DA SAÚDE PARTICIPA DE AUDIÊNCIA NA COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA O Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, parti-cipou de uma audiência na Comissão de Seguridade Social e Família, onde apresentou as alterações na estrutura do Ministério, e tratou de temas como Pro-grama Mais Médicos, Plano Nacional de Imunização, Doenças Raras e Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP).

Entre as mudanças no organograma, o Ministério da Saúde irá criar uma Diretoria de Integridade dentro da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), que será res-ponsável por atividades ligadas ao controle e à fisca-lização das licitações e compras do Ministério.

O ministro ressaltou, também, que os trabalhos pas-sarão a ser divididos em Atenção Primária e Atenção Especializada, com a criação de duas novas estrutu-ras: Secretaria da Atenção Primária e de Saúde In-dígena; e Secretaria de Atenção Especializada, que será responsável pela área de hospitais e assistência de média e alta complexidades. A Secretaria contará ainda com uma Diretoria responsável pelo relaciona-mento com as filantrópicas do setor privado.

O ministro destacou a redução da cobertura vacinal, ressaltando a necessidade de recuperar o Plano Na-cional de Imunização. Nesse sentido, apoiou os pro-jetos de lei que reforçam a Caderneta de Vacinação. Disse ainda que a ciência começou a dar respostas com os medicamentos para as doenças raras, mas apontou como ponto negativo os altos custos gera-dos pela judicialização do sistema.

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HOSPITAIS REALIZA VISITA AO PARLAMENTO A Federação Brasileira de Hospitais (FBH) iniciou um trabalho de aproximação institucional com os novos parlamentares para apresentar o trabalho realizado pela Federação e com o objetivo de estabelecer con-tatos com esses deputados e senadores, que, desde o início de fevereiro, integram a nova Legislatura.

Na oportunidade, foi conversado sobre os projetos de leis que estão em tramitação na casa, bem como as consequências desses projetos para o setor hospi-talar e para o setor saúde como um todo. A proposta é manter um calendário de visitas durante todo o ano de 2019.

CONGRESSO CRIA FRENTE PARLAMENTAR PARA CONTER O CÂNCERDados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mos-tram que 600 mil novos casos da doença são regis-trados a cada ano no Brasil. A expectativa é que até 2030 ela supere as doenças cardiovasculares como primeira causa de morte da população. Para tentar enfrentar as várias dificuldades de diagnóstico e tra-tamento, Câmara e Senado criaram, no mês de março, a Frente Parlamentar em Prol da Luta contra o Câncer.

Uma das prioridades da Frente, segundo a coorde-nadora do grupo, deputada Silvia Cristina (PDT-RO), é incentivar a pesquisa de novos medicamentos. Vítima de câncer de mama, que já foi curado, ela se preocupa também com as barreiras que moradores

do seu estado, Rondônia, e da região amazônica em geral, enfrentam.

A proposta já passou pela Câmara e está sendo analisa-da pelo Senado. Segundo ela, um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que 60% dos diagnós-ticos de câncer no SUS são feitos quando a doença já está avançada ou na fase de metástase, resultando em tratamentos mais longos, mais invasivos e mais caros.

Outra prioridade da Frente Parlamentar Mista é a re-distribuição orçamentária, para evitar que entidades de tratamento e apoio aos doentes de câncer vivam com as contas no vermelho.

ACONTECE NO CONGRESSO

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FRENTE PARLAMENTAR QUER DISCUTIR MUDANÇAS NO PACTO FEDERATIVODeputados e senadores criaram, no mês de março, a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Pacto Fede-rativo. O presidente do grupo, deputado Silvio Costa Filho (PRB-PE), afirmou que a iniciativa conta com o apoio de mais de 250 deputados e senadores, que pretendem discutir a revisão do bolo tributário e das atribuições da União, dos estados e dos municípios.

Costa Filho lembrou que, antes da Constituição de 1988, cerca de 70% de todas as receitas disponíveis eram divididas por estados e municípios. Atualmente, a União fica com a maior parte, cerca de 55%, enquan-

to os municípios ficam com a menor, cerca de 20%, mesmo tendo de responder com a prestação de vários serviços à população, como saúde e educação.

“Essa Frente tem o papel fundamental de, a partir de agora, fazer um amplo diálogo com os governadores, com os prefeitos de todo o Brasil, para a gente poder construir uma nova pauta federativa. Neste momento, a gente está discutindo a Previdência, mas, paralela-mente, é preciso ter uma agenda do desenvolvimento econômico. E é fundamental, na nossa avaliação, que a gente possa buscar uma repactuação federativa.”

PROJETO CRIA FORÇA NACIONAL PARA ATUAR EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDEO Projeto de Lei (PL) nº 351/,2019 de autoria do ex--ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT-SP), pro-põe que seja instituída, por lei, a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS). De acordo com a proposta, o objetivo da Força é atuar de forma con-junta com estados, Distrito Federal e municípios em situações de emergência epidemiológica, desastres ou desassistência à população. O texto tramita na Câ-mara dos Deputados.

Desde 2011, o SUS mantém uma Força Nacional para atender entes federativos em casos de emergência em saúde. A versão atual da FN-SUS foi criada por de-creto do governo Dilma Rousseff. Na época, Padilha era o ministro da Saúde. Caberá ao órgão gestor do

SUS definir as diretrizes da Força Nacional, coordenar suas ações e cadastrar os profissionais e as institui-ções que atuarão nos casos de emergência de saúde pública. O texto detalha os tipos de profissionais que poderão participar da FN-SUS e o pagamento das diá-rias dos envolvidos nas ações.

As Forças Armadas, mediante autorização do presi-dente da República, poderão oferecer instalações, pessoal, transporte, logística e treinamento às equi-pes da FN-SUS.

Segundo o Ministério da Saúde, a versão atual da For-ça Nacional do SUS já realizou mais de 40 missões de apoio a situações de desastres naturais (como enchentes e deslizamentos), desassistência (como a migração de haitianos em Roraima) e atuação relacio-nada a tragédias (como o incêndio da boate Kiss, na cidade gaúcha de Santa Maria).

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PROJETO EXIGE PRESENÇA DE ODONTÓLOGOS EM UTISA Câmara dos Deputados analisa PL que estabelece a obrigatoriedade da presença de profissionais de odontologia nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Pesquisas e artigos científicos mostram que a falta de tratamento dentário aumenta a possibilidade de infec-ções em pacientes internados, o que pode provocar o aparecimento de doenças respiratórias, como a pneu-monia, responsável por 30% das mortes nas UTIs.

De acordo com a autora da proposta, deputada Ká-tia Sastre (PR-SP), os pacientes internados nas UTIs tornam-se mais vulneráveis a infecções hospitalares, devido à condição clínica e à submissão diária a uma bateria de procedimentos invasivos.

PARLAMENTARES MOBILIZAM-SE CONTRA A TUBERCULOSEA tuberculose afeta 70 mil brasileiros todos os anos. Somente em 2016, a doença matou 4.426 pessoas no país. Para alertar sobre o problema, a Frente Par-lamentar pela Luta contra a Tuberculose promoveu ações na Câmara em celebração ao Dia Mundial de Luta contra a doença (24 de março).

A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1982, 100 anos após a descoberta do ba-

cilo causador da tuberculose. Segundo a OMS, apesar de tratável e curável, a tuberculose é a doença infec-ciosa que mais mata no mundo.

Coordenador da Frente Parlamentar pela Luta contra a Tuberculose até o ano passado, deputado Antonio Brito (PSD-BA), lembrou que o Dia Mundial contra a Tuberculose serve para conscientizar a população. Ele destacou que o principal problema no combate à doença é que, como o tratamento é longo, chegando a seis meses, muitos pacientes abandonam os anti-bióticos, criando resistência aos medicamentos, no caso de uma nova infecção.

PARLAMENTARES DISCUTEM CONTROLE DE QUALIDADE PARA IMPLANTES CIRÚRGICOSEstá em discussão o PL nº 439/2019, que estabelece requisitos para implantes cirúrgicos. O texto também prevê notificação compulsória de falhas detectadas em implantes. Pela proposta, do deputado Rubens Bueno (PPS-PR), a produção, a importação e a comer-cialização de implantes cirúrgicos ficam condicionadas à autorização da Agência Nacional de Vigilância Sani-tária (Anvisa), após atestar a qualidade dos produtos.

Os materiais utilizados na fabricação de implantes cirúrgicos deverão ser obrigatoriamente biocompatí-veis, biofuncionais, bioinertes, atóxicos e mecanica-mente adequados para substituírem tecidos e partes do organismo humano. O texto veda a utilização, na fabricação de implantes cirúrgicos, de quaisquer ma-

teriais de elevada toxicidade, alergênicos e que não possuam biocompatibilidade comprovada.

Os profissionais e os serviços de saúde, públicos e pri-vados, devem notificar as autoridades sobre falhas em implantes. O órgão de fiscalização sanitária deve criar, pelo texto, um sistema de fiscalização para apurar res-ponsabilidades e aplicação das sanções cabíveis.

Segundo Bueno, o uso mais frequente de implan-tes aumenta a necessidade de o Estado exercer um controle mais severo e contínuo sobre os implantes cirúrgicos. “Diversos problemas técnicos vêm sendo detectados nesses produtos, com graves prejuízos à saúde dos pacientes que deles se utilizam”, disse.

ACONTECE NO CONGRESSO

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DEPUTADOS ANALISAM PROPOSTAS PARA TRATAMENTO DE DOENÇAS RARASEstima-se que 13 milhões de brasileiros tenham doenças raras. Em 80% dos casos, elas têm origem genética e, em 65% das vezes, manifestam-se nos dois primeiros anos de vida. A Câmara tem se mobi-lizado para tentar dar mais qualidade ao tratamento destes pacientes: promoveu uma sessão solene no fim de fevereiro sobre o tema e acolheu uma Frente Parlamentar para debater o assunto.

Além disso, vários projetos de lei estão sendo analisa-dos pelos parlamentares. Um deles (PL nº 1.149/2019) institui justamente a última semana de fevereiro como a Semana Nacional de Conscientização sobre Doen-

ças Raras. Outro (PL nº 705/2019) prevê um programa de mapeamento, identificação e cadastro de pessoas com doenças raras em todo o país.

Uma terceira proposta em tramitação na Câmara cria centros para tratamento de doenças raras em todos os estados, preferencialmente nas capitais. Além do atendimento aos pacientes, seriam unidades de pes-quisa, ensino e extensão e poderiam funcionar ane-xas a hospitais públicos ou privados. Para o deputado Zacharias Calil (DEM-GO), que é cirurgião e especia-lista no assunto, a proposta pode ser viabilizada por meio de parcerias.

CÂMARA ANALISA PROJETOS PARA IMPEDIR CURSOS DE SAÚDE A DISTÂNCIAO Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) proibiu, no dia 25 de fevereiro, o registro de profis-sional aos formados em cursos ministrados na moda-lidade de ensino a distância. O assunto já está sendo debatido na Câmara dos Deputados. Projetos em tra-mitação querem agora impedir que qualquer curso da área de saúde seja ministrado a distância.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), autora de uma das propostas (PL nº 7.121/2017), destaca a impor-tância do ensino a distância para um país continental como o Brasil. No entanto, ela afirma que, na área de saúde, é imprescindível o contato entre alunos, pro-fessores e pacientes.

Os projetos foram reunidos no ano passado na Co-missão de Educação em um único texto, que subs-tituiu as propostas originais. Mas, na prática, a nova proposta autoriza que os cursos continuem funcio-nando, apenas prevendo a revisão das diretrizes cur-riculares nacionais da área de saúde no prazo de dois anos, a partir da promulgação da lei.

Atualmente, existem 231 cursos de saúde a distância credenciados no Ministério da Educação (MEC) nas áreas de educação física, enfermagem, farmácia, fisio-terapia, gestão hospitalar e cuidado animal, entre ou-tras. A proposta ainda será analisada pelas Comissões de Seguridade Social e de Constituição e Justiça.

DULCI TINÉAssessora Parlamentar da Federação Brasileira de Hospitais (FBH).

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Manter uma unidade hospitalar é muito custoso, não só pela quantidade de funcionários necessários, mas também para aquisição e manutenção de equi-pamentos cada vez mais sofisticados. Por isso, olhar todos os custos é um dos principais pilares de uma boa administração. Um dos pontos mais importantes é a conta de energia, item essencial para a operação de qualquer unidade médica no século 21. Compu-tadores, máquinas de ressonância magnética, entre outros equipamentos, demandam um fornecimento de energia constante e estável. Mas isso tem um pre-ço, sendo um dos maiores custos das empresas de atendimento médico atualmente.

Uma medida que pode contribuir para conter e até re-duzir esse custo é a aplicação de soluções de eficiên-cia energética, que, às vezes, podem sair sem custo para a unidade hospitalar. Empresas especializadas nesse segmento, como as Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Escos), ou até as próprias dis-tribuidoras locais de energia elétrica, podem contribuir para se buscar as melhores soluções a serem implan-tadas para cada unidade hospitalar, atendendo às suas necessidades. Esse trabalho começa com o diagnósti-co do consumo de energia, identificando onde pode haver desperdícios e encontrando os melhores locais para se conseguir a redução na conta de energia.

A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA PODE SALVAR AS FINANÇAS DE UMA UNIDADE HOSPITALAR

CUSTO SAÚDE

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Além da eficiência energética, ter um bom gestor de energia tem sido uma tendência em vários mercados para conter esse custo crescente. Esse profissional consegue visualizar as melhores oportunidades disponíveis para conter o peso da energia.”

Esse trabalho pode sair até com custo zero ou pró-ximo disso para a empresa de Medicina. Isso porque as Escos e distribuidoras podem fazer o trabalho por contratos de desempenho, sendo remuneradas com a economia alcançada. Ou seja, o valor reduzido da conta de energia elétrica serve para compensar o trabalho realizado pelas empresas. As distribuidoras de energia, por exemplo, realizam chamadas públicas anuais para captar projetos de eficiência energética. Todas têm editais explicando como qualificar a insti-tuição para ser contemplada com o investimento. Já com as Escos os contratos são feitos de forma bilate-ral, diretamente.

ALEXANDRE CANAZIOEditor-chefe do Grupo CanalEnergia | Informa.

Os investimentos das distribuidoras de energia elétrica são feitos dentro do programa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que determi-na a aplicação de 0,5% da receita operacional lí-quida das concessionárias em eficiência energética todos os anos. Então, vale a pena ficar ligado nas chamadas das distribuidoras. A unidade hospitalar também pode conjugar o trabalho de uma Esco jun-to com as chamadas públicas, alcançando, assim, o melhor resultado.

Além da eficiência energética, ter um bom gestor de energia tem sido uma tendência em vários merca-dos para conter esse custo crescente. Esse profissio-nal consegue visualizar as melhores oportunidades disponíveis para conter o peso da energia. Visando trazer as principais soluções do mercado a todos os consumidores de energia, o Grupo CanalEnergia | In-forma realiza, nos dias 28 e 29 de março de 2019, com o apoio da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), o Energy Solutions Show, trazendo as princi-pais tendências em eficiência energética, mercado livre, geração distribuída, entre outros. Assim, o con-sumidor sai na frente e pode enfrentar esse custo de forma mais apropriada.

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ARTIGO

O cuidado com o paciente sempre esteve presente no dia a dia das pessoas que trabalham na área de saú-de. Nunca se pensou tanto no cuidado desses que nos motivam a absorver conhecimento. Atuando desde 2001 no segmento de eventos, tenho o prazer de par-ticipar da 26ª edição da Hospitalar, um dos eventos da saúde de maior relevância das Américas. Esta grande plataforma de conhecimento, negócios e networking discute, este ano, o tema “Experiência e Engajamen-to do Paciente: uma abordagem de negócio”, o qual permeará a jornada anual do nosso portfólio de saúde, que conecta o mercado a cada três meses.

A feira já impressiona pela sua dimensão – e não é por menos. Durante o encontro, 26 congressos, 40 eventos simultâneos, além de 1.200 expositores e ao menos 85 mil visitas de profissionais de 50 países vão discutir este novo rumo do mercado de saúde.

Outro ponto de destaque desta edição é o projeto de conteúdo focado em reabilitação, liderado pela Dra. Linamara Rizzo Battistella, a qual traz para o evento o Congresso de Reabilitação, que acontece no Pavilhão Vermelho. Também reforçando a área de exposição e ampliando a participação de temas re-lacionados ao Home Care, o espaço de Atenção Do-miciliar: Transição e Continuidade de Cuidados, em parceria com o Encontro Regional de Saúde e Aten-ção Domiciliar (EnCONSAD), traz uma nova vertente dentro do evento, que contará com palestras gratui-tas, cursos, apresentações de cases e áreas com a instalação de leitos domiciliares adulto e pediátrico. O objetivo é mostrar as novas perspectivas de ne-gócios e serviços que tendem a contribuir aprimo-rando a excelência nos processos de atenção domi-ciliar. No espaço de Home Care, os patrocinadores ainda contarão com lounges padronizados para que

NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOSE O NOVO PAPEL DO PACIENTE

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possam apresentar suas soluções e serviços, além de ficar em contato direto com os visitantes.

O evento consegue tecer, de maneira muito bem estru-turada, a difusão desse conteúdo, que será visto nos congressos da Sociedade de Sistemas de Gestão e In-formação de Saúde (HIMSS), Facilities e Saúde Suple-mentar. Ainda não se deve perder de vista o Congresso Internacional de Serviços de Saúde (CISS), que abordará o mesmo tema do evento em oito mesas de debates, nas quais questões como o papel da digitalização na experiência do paciente e a inovação em experiência e engajamento são previstas nas pautas de discussão.

O HIMSS@Hospitalar é outro destaque, já que é um evento exclusivo no Brasil e o único nacional da saú-de que recebe o Fórum Global de Tecnologia e Inova-ções para este âmbito. E, nesta edição, será discutido o tema “Digital Health.19 – Prediction, Prevention and Precision Care”, dividido em seis grandes temáticas, cada uma com sua própria programação: Hospital In-novation, Consumerization of Healthcare, TeleHealth, EHR – Big Data, CHIME e Health Analytics.

Tendo em vista que a Hospitalar é sempre muito bem assertiva no que é tendência no mercado, e ainda pensando nas necessidades estruturais do setor que abrange o projeto, até o pleno funcionamento de um hospital, clínica ou laboratório, vale ressaltar a Hospi-talar Facilities, vertente que está em constante evo-lução e que envolve funções relacionadas à gestão de pessoas, espaço e prestação de serviços em geral.

Os visitantes deste ano contarão com dois espaços divididos em encontros para debates, palestras e também demonstrações realísticas. O primeiro deles,

RODRIGO MOREIRADiretor de Estratégia da Informa Exhibitions e diretor da Hospitalar, respondendo pelas iniciativas de planejamento estratégico da organização, projetos de transformação organizacional, desenvolvimento de novos negócios e M&A do Grupo UBM no Brasil. Rodrigo tem MBA com ênfase em Finanças pela Fundação Instituto de Administração (FIA), aperfeiçoamento em Business Strategy pela University of La Verne, especialização em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas – São Paulo (FGV-SP) e formação em Gestão de Turismo, entre outros cursos de aperfeiç[email protected]

o Facilities Innovation, é um espaço pensado para mostrar alguns exemplos de como o setor pode aju-dar a reduzir gastos em hospitais, clínicas e laborató-rios, melhorar a eficiência do atendimento e seguran-ça do paciente. Já o segundo é o Facilities Congresso, em que os profissionais vão realizar debates sobre cases atuais, evidenciando a integração entre espe-cialistas de hospitais, clínicas e indústria.

A Hospitalar mais uma vez se sobressai trazendo no-vidades na área da saúde, promovendo discussões com excelência e exibindo estudos de casos.

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ACREDITAÇÃO

Os hospitais particulares delineiam-se no cenário em-presarial como organizações diferenciadas quanto às percepções de suas atividades, uma vez que o seu “pro-duto” é de substancial relevância tanto na esfera indivi-dual quanto na social: a saúde, cuja demanda se perfaz nos momentos de maior fragilidade de seus clientes: na doença. Sem deixar de ser empresa e, por isso, al-bergado ainda por toda a peculiaridade do direito em-presarial para firmar-se como uma sociedade estável e consolidada apta a fazer investimentos de riscos sem que isso represente sua sucumbência no mercado, um hospital é ainda uma universalidade de fato, permeada pela instabilidade emocional de seus clientes e pela in-certeza dos resultados dos atos de seus profissionais, já que a atividade médica é de meio, e não de fim.

Neste aspecto, todas as relações que se constroem em seu âmbito (consumerista, trabalhista, corporati-va, negocial etc.) exigem de seus agentes mais que mero exercício legal de suas atividades, tornando-se primordial o fortalecimento de valores capazes de ofertar a segurança necessária à construção da ima-gem de uma organização confiável, apesar de seu serviço ser desenvolvido em momentos tão delica-dos. Para uma administração adequada e dentro das melhores práticas para se gerir um negócio, é impres-cindível que o gestor hospitalar saiba equilibrar seus conhecimentos de administração, de contabilidade e de direito empresarial com as exigências particulares intrínsecas ao seu mercado, afinal o seu cliente não é um consumidor comum. O perfil deste gestor, portan-to, deve ir além da compreensão das determinações legais e das técnicas teóricas de controle e de gerên-

cia, porque se espera de um hospital mais que resul-tados quantitativos de vendas e de serviços; o que se pretende, em verdade, é a certeza de que aquele local foi a melhor decisão para aquele momento.

Em paralelo, os gestores hospitalares lidam ainda com o desafio de comandar uma equipe de profis-sionais que trabalham pressionados a desenvolver o melhor de sua técnica exatamente nos momentos de maior estresse, quando se caracterizam os casos de urgência e de emergência. Além disso, devem tam-bém garantir que o cliente receberá o tratamento mais adequado e de maior qualidade, mostrando a ele que todos os esforços de sua equipe estão volta-dos para o seu bom resultado.

Neste panorama, é imprescindível a necessidade de se aliar a eficiência à transparência, a fim de tornar o hospital uma empresa referência de cuidado, com boa reputação e consolidada no mercado. Neste aspecto, a gestão de conformidade é salutar para se alcançar os resultados esperados, porque visa garantir que os objetivos pretendidos pela empresa hospitalar não se percam no operacional naturalmente caótico de seu cotidiano, sendo necessária a adoção de atributos que não exprimam apenas o seu dever legal, mas que representem a espontaneidade da busca incessante pelos seus valores, dada a nobreza do seu “produto”.

A acreditação hospitalar surge, neste cenário, como um viés da gestão de conformidade, porque é um sistema de avaliação e certificação da qualidade dos serviços de saúde não obrigatório e sem vinculação ao Estado,

A ACREDITAÇÃO HOSPITALAR COMO UM TRAÇO DE GESTÃODE CONFORMIDADE

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REVISTA VISÃO HOSPITALAR

de âmbito internacional. Não significa, portanto, um pré-requisito legal para concessões de investimentos nem faz parte das obrigações legais de registros sa-nitários. Todavia, possui assaz relevância para a dife-renciação e o fortalecimento de uma organização de saúde perante o mercado, por dois motivos notórios: um, porque a acreditação representa a busca volun-tária pela excelência dos serviços ofertados; e, dois, porque reflete a qualidade da gestão e dos serviços baseada em parâmetros e protocolos internacionais.

Desta forma, a acreditação hospitalar aparece como um processo capaz de se adequar às exigências pró-prias deste setor tão delicado que é a saúde, já que é voluntária e periódica, ou seja, o hospital busca por si só a melhoria contínua e compromete-se a manter-se permanentemente dentro dos parâmetros interna-cionais de qualidade para continuar com seu selo de acreditação e, assim, firmar sua credibilidade perante o mercado e a sociedade.

As normas internas de condutas tomam, pois, papel relevante na conscientização da equipe quando se

CAMILLA GOES BARBOSAAdvogada, coordenadora da área hospitalar do escritório Imaculada Gordiano Sociedade de Advogados. Especialista em Responsabilidade Civil pela Universidade de Fortaleza.

delineia uma gestão de conformidade; claro que o processo de acreditação é um meio capaz de facilitar a incorporação destas regras, além de despertar nos profissionais a respectiva motivação de se trabalhar em uma organização que se preocupa em ser mui-to mais que uma empresa de saúde e que se volta a desenvolver as melhores práticas do setor. Com efeito, investir em certificações internacionais de forma espontânea cria na sociedade a credibilidade necessária para demonstrar o compromisso com sua responsabilidade social, princípio de grande relevân-cia e impacto para uma governança corporativa de qualidade e de resultados, além de ser um traço in-conteste de gestão de conformidade na busca da alta performance independente de imposição normativa.

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MEMÓRIAS FBH

Há uma década, Luiz Aramicy Pinto assumiu a pre-sidência da Federação Brasileira de Hospitais (FBH). Nesse tempo, segundo ele mesmo, paixão e mis-são fundiram-se em um só sentimento. Um ativista da saúde, um militante pela evolução do setor e a transformação positiva de uma realidade ainda tão complexa, que envolve a qualidade de produtos e serviços e a relação entre políticas públicas, fornece-dores e consumidores. Hoje, nas 100 páginas desta publicação comemorativa, Aramicy traz informações, relembra fatos importantes e sintetiza um honroso registro de uma gestão memorável na FBH.

“Tantas vezes ouvi, ao longo da minha carreira e da minha atuação em prol da Federação, que minha luta era inglória, que era inútil diante dos intrincados ce-nários políticos e institucionais que se sucederam, mas não, nunca me afastei daquilo que sou e que penso. Sou um otimista, tenho alma de guerreiro e, como brasileiro e nordestino, não desisto nunca. Fo-ram essas premissas de caráter que me trouxeram até aqui (e ainda vão conduzir-me por muito tempo, eu

espero). Assumir a presidência da Federação foi o co-roamento de uma trajetória da qual hoje me orgulho.” Luiz Aramicy Pinto.

O diretor da Associação dos Hospitais do Estado do Ceará (AHECE) e presidente do Hospital Gastroclínica, Dr. Edgar Nadra Ary, colega e amigo de longa data do Dr. Luiz Aramicy, é testemunha dessa história que hoje é contada pela FBH: “Como participante da AHECE, sei do trabalho excepcional feito pelo Dr. Aramicy Pinto em prol da saúde. Durante sua gestão na FBH, os hos-pitais e as demais instituições de saúde evoluíram em parcerias e em qualidade na prestação de serviços de uma maneira geral. Transformar essa história em livro é um presente para todos nós. E mais: é uma necessi-dade, porque é essencial que as gerações de hoje e de amanhã conheçam essa trajetória exemplar.”

LUIZ ARAMICY PINTO NARRA OS IMPORTANTES DESTAQUES DE SUA GESTÃO EM LIVRO QUE MARCA OS 10 ANOS À FRENTE DA FBHO LIVRO “FBH – UMA HISTÓRIA DE LUTAS E DESAFIOS” TRAZ UMA TRAJETÓRIA DE VIDA DEDICADA À SAÚDE, CHEIA DE LUTAS, CONQUISTAS E MUITO AMOR PELO SETOR HOSPITALAR

DR. EDGAR NADRA ARY

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REVISTA VISÃO HOSPITALAR

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CALENDÁRIO DE EVENTOS

CALENDÁRIO DE EVENTOS DO SETOR SAÚDE – 2019

MAIO

HOSPITALAR

Data: 21 a 24

Local: Expo Center – São Paulo/SP

Realização: UBM

Site: https://www.hospitalar.com/pt/

MAIO

FCE PHARMA

Data: 21 a 23

Local: São Paulo Expo – São Paulo/SP

Organização: Nürnberg Messe

Site: https://www.fcepharma.com.br/pt

ABRIL

2º CONGRESSO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL EM ENFERMAGEM

Data: 23 a 24

Local: Transamerica Expo Center – São Paulo/SP

Realização: Transamerica Expo Center

Site: http://condepe.com.br/

ABRIL

9º CONGRESSO DO DIC

Data: 11 a 13

Local: Centro de Convenções Frei Caneca – São Paulo/SP

Realização: DIC

Site: https://www.congressodic.com.br

MAIO

ENERGY SOLUTIONS SHOW

Data: 28 e 29

Local: Transamerica Expo Center – São Paulo/SP

Realização: Grupo Canal Energia – Informa Exhibitions

Site: https://www.energysolutionsshow.com.br/

MAIO

IV JORNADA CIENTÍFICA DO HUGOL

Data: 29 a 31

Local: Auditório Francisco Ludovico (Hugol) – Goiânia/GO

Realização: Hugol

Site: http://www.agirgo.org.br/hugol/jornada/

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REVISTA VISÃO HOSPITALAR

JUNHO

FIME

Data: 26 a 28

Local: Miami Beach Convention Center – Miami, Estados Unidos

Site: https://www.fimeshow.com/en/home.html

JUNHO

PRÊMIO BENCHMARKING SAÚDE

Data: 6

Local: Solar Cunha Guedes – Salvador/BA

Realização: Grupo Criarmed

Site: http://www.benchmarkingsaude.com.br/

AGOSTO FÓRUM MÉDICOS S/A

Data: 16 e 17

Local: World Trade Center –São Paulo/SP

Realização: Grupo Criarmed

Site: https://www.medicossa.com.br/

AGOSTO 13ª CONVENÇÃO BRASILEIRA DE HOSPITAIS

Data: 1º e 2

Local: Gran Hotel Stella Maris – Salvador/BA

Realização: Federação Brasileira de Hospitais (FBH)

Site: https://www.convencaofbh.com.br/

SETEMBRO

FÓRUM HEALTHCARE BUSINESS

Data: 20 a 22

Local: Casa Grande Resort & Spa – Enseada, Guarujá/SP

Realização: Healthcare

Site: https://eventosgm.grupomidia.com/forum-healthcare-business/

SETEMBRO

HEALTHCARE INNOVATION SHOW

Data: 18 a 19

Local: São Paulo Expo – São Paulo/SP

Realização: UBM/Live Healthcare

Site: https://saudebusiness.com/his/

SETEMBRO

MEDICAL FAIR THAILAND

Data: 11 a 13

Local: Bangkok International Trade and Exhibition Center – Bangkok, Tailândia

Site: https://www.medicalfair-thailand.com/

SETEMBRO

FEBRAVA

Data: 10 a 13

Local: São Paulo Expo – São Paulo/SP

Organização e Promoção: Reed Exhibitions Alcantara Machado

Site: https://www.febrava.com.br/

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CALENDÁRIO DE EVENTOS

NOVEMBRO

MEDICA

Data: 18 a 21

Local: Messe Düsseldorf – Alemanha

Site: https://www.medica-tradefair.com/

NOVEMBRO

CONAHP

Data: 26 a 28

Local: Transamerica Expo Center – São Paulo/SP

Site: https://www.conahp.org.br/

NOVEMBRO

PRÊMIO SYNAPSIS FBH DE JORNALISMO

Data: 12

Local: Brasília/DF

Realização: Federação Brasileira de Hospitais (FBH)

Site: http://fbh.com.br/premio-synapsis/

NOVEMBRO

IHF MUSCAT – 43rd WORLD HOSPITAL CONGRESS

Data: 7 a 9

Local: Muscat, Omã

Realização: International Hospital Federation (IHF)

Site: https://worldhospitalcongress.org/

DEZEMBRO

CELEBRA SAÚDE

Data: 11

Local: Hotel Unique São Paulo – São Paulo/SP

Realização: Grupo Criarmed

Site: https://www.celebra2018.com.br/

SETEMBRO

ANALITICA LATIN AMERICA

Data: 24 a 26

Local: São Paulo Expo – São Paulo/SP

Organização: Nürnberg Messe

Site: https://www.analiticanet.com.br/pt

OUTUBRO

HOSPITALMED

Data: 23 a 25

Local: Centro de Convenções de Pernambuco – Recife/PE

Site: https://hospitalmed.com.br/feira2019/

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INFLAÇÃO ÍNDICE (%) PERÍODO NO MÊS 12 MESES

IPCA FEV./2019 0,43 3,89

INPC FEV./2019 0,54 3,94

IPC Fipe FEV./2019 0,51 4,66

IGP-M FEV./2019 1,26 8,27

IGP-DI FEV./2019 1,07 8,27

ICV-DIEESE FEV./2019 0,35 3,65Fontes: IBGE, Fipe, FGV e Dieese. Elaboração: Valor Data.

APLICAÇÕES

ÍNDICE EM %

Selic over, ao ano 6,40

CDI over Cetip, ao ano 6,40

DI Futuro, ao ano (jan./2021) 7,05

TR (26/03) 0,0000

Poupança antiga (26/03) 0,5000

Poupança nova (26/03) 0,3715Fontes: Banco Central e B3. Elaboração: Valor Data.

FIPE SAÚDE MÊS ANO %

Janeiro 2019 0,26

Fevereiro 2019 0,29

Março 2019 0,48

INDICADORES ECONÔMICOS

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REALIZAÇÃO PROMOÇÃO ORGANIZAÇÃO

PATROCINADORPRATA

PATROCINADORESBRONZE

PARCERIAS E EXPERIÊNCIAS PARA AAMPLIAÇÃO DA CAPACIDADE HOSPITALAR

para melhoria da qualificação, do atendimento e do resultado