teias geral
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Resultados da pesquisa realiada na parceria entre UFRGS, Instituto Itapuy, CNTA/Sul e sindicatos de trabalhadores nas indústrias da alimentação de Bagé, Alegrete, Pelotas e São GabrielTRANSCRIPT
TEIASTraçando Estratégias Integradas de Ação em
Saúde
Uma pesquisa realizada pela CNTA-Sul, Sindicatos associados e UFRGS
Objetivos da pesquisaTrata-se de um esforço coletivo que busca criar condições para:•Um diagnóstico que permita aos sindicatos e a CNTA-Sul se apropriar da tecnologia de pesquisa afim de replicar esta ação em diferentes momentos;•Construir um banco de dados sobre as condições concretas de trabalho e da vida dos trabalhadores nos frigoríficos de carne bovina do RS;•Comparar e atualizar dados de pesquisas realizadas anteriormente no setor.
Metodologia e amostragem• Foram realizadas 280 entrevistas com
trabalhadores dos frigoríficos de 5 cidades (Bagé, Alegrete, Pelotas e São Gabriel).
• As entrevistas foram realizadas com um instrumento (questionário) anônimo e com 48 questões, abertas e fechadas, que buscavam identificar o trabalhador (sexo, escolaridade, idade) seu setor, os riscos que ele possa estar correndo, a sua saúde e qualidade de vida.
• Com esse método, a opinião e a experiência do trabalhador são tidos como o termômetro para a averiguação da realidade pesquisada.
Perfil dos trabalhadores51% são mulheres e
49% são homens51% são mulheres e
49% são homens
34,6% tem até 30 anos, 26,4% tem entre 30 e 40 anos e 38,6% tem mais de 40 anos
34,6% tem até 30 anos, 26,4% tem entre 30 e 40 anos e 38,6% tem mais de 40 anos
76,1% não completaram os
estudos
76,1% não completaram os
estudos
76,4% ainda não completaram 5 anos
na empresa
76,4% ainda não completaram 5 anos
na empresa
Riscos do ambiente de trabalhoBarulho 91,8%
Frio 67,5%
Calor 54,7%
Umidade 85,4%
Exposição à gases 62,2%
Choques 55,4%
Quedas 87,1%
Repetição de movimentos 88,3%Exigência de rapidez 88,9%
Necessidade de levantar peso 78,9%
Instrumentos perigosos 78,9%
Riscos do ambiente de trabalho nos setores críticos
Barulho 95,3%77,4%*
Frio 73,1%66,9%*
Calor 48,4%
Umidade 89,7%
72,1%*
Exposição à gases 59,2%
Choques 52%
Quedas 87,1%
62,5%*
Repetição de movimentos 92,2%
87%*Exigência de rapidez 90,7%
83,6%*
Necessidade de levantar peso 79,4%
Instrumentos perigosos 74,7%
* Comparativo com pesquisa realizada no mesmo setor em 2007
Forma de trabalhar39,3% fazem rodízio de funções, destes 67,2% o fazem pelo menos uma vez por turno de trabalho. Porém, apenas 27,5% afirmam que seus movimentos mudam quando realizam o rodízio.
39,3% fazem rodízio de funções, destes 67,2% o fazem pelo menos uma vez por turno de trabalho. Porém, apenas 27,5% afirmam que seus movimentos mudam quando realizam o rodízio.
74,3% trabalham o tempo todo de pé.
74,3% trabalham o tempo todo de pé.
70,7% usam predominantemente uma das mãos para realizar sua atividade.
70,7% usam predominantemente uma das mãos para realizar sua atividade.
43,9% chegam em casa sentindo um cansaço insuportável
43,9% chegam em casa sentindo um cansaço insuportável69,3% ficam mudando de posição durante o trabalho para aliviar a dor.
69,3% ficam mudando de posição durante o trabalho para aliviar a dor.
Acidentes mais comuns
Sintomas de LER/DORT percebidos pelo trabalhador em seu dia-a-diaSintomas
Frequência
Evitar usar uma das mãos ou braços 39,30%
Trocar de mão para conseguir realizar algumas atividades 42,50%
Substituir a mão por braço/ombro para carregar sacolas 45%
Sentir as mãos dormentes sem motivo 62,10%
Ter dificuldade de colocar roupas, abotoar uma camisa 32,50%
Ter dificuldade de escovar os dentes ou pentear o cabelo 30,40%
Sentir os braços muito cansados quando elevados por algum tempo 58,90%
Deixar cair copos ou outros objetos 35%
Ter dificuldade de lavar a roupa/louça 32,10%
Ter dificuldade de abrir portas 24,30%
Ter dificuldades para dormir 61,80%
Sentir tremedeiras nos braços ou nas pernas 51,40%
* 84% dos trabalhadores dos setores críticos.
Onde os trabalhadores sentem dor 23,9% [cabeça]
33,6% [pescoço/nuca]
45% [ombros]
50,7% [braços]
48,6% [costas]
35,4% [pulsos]
35,4% [mãos]
19,3% [quadril]
16,1% [coxas]
22,5% [joelhos]
13,6% [canelas]
27,1% [pés]
Onde os trabalhadores dos setores críticos sentem dor
24,7% [cabeça]
38,7% [pescoço/nuca]
54,1% [ombros]
59,8% [braços]
53,6% [costas]
44,8% [pulsos]
43,8% [mãos]
23,2% [quadril]
15,5% [coxas]
25,3% [joelhos]
16% [canelas]
31,4% [pés]
Consultas, diagnósticos e tratamentos realizados
*80,2% dos trabalhadores dos setores críticos.
Qualidade de vida(Relação com o trabalho)
71,4 % afirmam que
NÃO ganham o suficiente para
a sua alimentação e
vestuário
67,1% fazem hora extra
62,5% utilizam o
transporte da empresa
82,9% afirmam que a empresa
fornece o EPI em boas
condições
Qualidade de vida(Relação com a comunidade)
88,2% gostam do bairro onde
moram e não se mudariam
27,9% são membros de
algum clube ou associação
Destes, 64,7% são membros de
grupos ligados à religião
51,4% escolheram seus candidatos à
governador e presidente na última eleição
pensando APENAS na pessoa do
candidato
Qualidade de vida(O bem viver)
47,1% se consideram saudáveis
33,2% tem acesso à internet
76,4% possuem bem(ns)
material(is)
66,4% tem tempo/disposição para o lazer.
Destes, 51,1% preferem
atividades com os familiares, 22% praticam
esportes e 13% saem
para dançar.
Destes, 40,4% possuem
imóvel e 21,8% automóvel
Principais achados
• Um “conjunto sinistro” de condições de trabalho que propiciam uma significativa diminuição na qualidade de vida do trabalhador de ambos os setores
• O resultado deste “conjunto sinistro” traduzido em dores constantes sentidas pelos trabalhadores
Ações propostasCom sindicatos e entidades
• Continuar monitorando e abastecendo o banco de dados sobre LER/DORT da CNTA-SUL e sindicatos associados.
• Ampliar a pesquisa para outros setores.• Elaborar um dossiê sobre condições de
trabalho e doenças do trabalhador por empresa.
• Incluir e utilizar os resultados destes e de futuros projetos em negociações com a classe patronal.
• Elaborar uma campanha de divulgação dos resultados da pesquisa e de conscientização do público consumidor.
• Divulgar os resultados do relatório da pesquisa em entidades, rádios comunitárias, etc.
Ações propostasCom a sociedade civil
• Divulgar os projetos na esfera do poder público em audiências nas câmaras de vereadores, deputados e no senado.
• Exigir a elaboração de projetos de lei que regulem a velocidade da produção e o tratamento dispensado ao portador de LER/DORT.
Ações propostasCom o poder público
• Proporcionar sempre uma relação de clareza, entendimento e respeito entre empresas, sindicatos e trabalhadores.
• Apoiar empresas que respeitam seus empregados.
• Colaborar para que empresas que queiram resolver seus problemas de saúde do trabalhador possam ter sucesso.
Ações propostasCom as empresas
• Manter um canal de comunicação entre trabalhadores, sindicatos e poder público para que essa situação esteja em constante monitoramento.
• Ouvir e dar voz ao trabalhador, manter sempre aberto o caminho pelo qual ele possa vir a se comunicar, para que nunca mais ele tenha que ficar calado enquanto sua saúde se deteriora.
Ações propostasCom o trabalhador