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TECNOLOGIAS: Possibilidades e Limites No Processo Ensino Aprendizagem

AUTORA: Silvia Surmas Schuta1

ORIENTADORA: Sandra Aparecida Machado Polon2

RESUMO

O atual momento histórico é marcado pelos avanços e inovações nas tecnologias de comunicação e informação e a cada dia cresce o número de usuários. As nossas escolas dispõem de muitos recursos tecnológicos, no entanto, precisam rever suas práticas e adaptar-se à nova realidade de uso efetivo dessas tecnologias. O presente artigo relata o resultado de um projeto de pesquisa e intervenção que teve como objeto de investigação o uso das tecnologias. As possibilidades e limites desse recurso didático no processo ensino aprendizagem foram discutidos e algumas atividades funcionais foram realizadas durante o programa PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional), em 2010 e 2011. Com este material, pretende-se relatar práticas pedagógicas e levantar discussões a respeito da função da escola e do papel do educador, frente às novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) no processo educativo. Um dos objetivos do Projeto foi disponibilizar material teórico- metodológico aos professores, bem como, auxiliá-los na organização do trabalho pedagógico escolar. Também foi discutida em grupo a busca de soluções nas dificuldades vivenciadas, no que diz respeito ao uso das tecnologias durante as aulas. Educar com qualidade sem perder de vista a construção do conhecimento, numa sociedade movida pelas tecnologias de comunicação e informação, não é tarefa fácil para os educadores. Por esta razão, o trabalho do PDE procurou abrir caminhos que facilitem a aprendizagem com princípios metodológicos norteadores. Diante das novas perspectivas, tentou-se levar os professores envolvidos frente às novas possibilidades propostas pelos recursos tecnológicos e pelos meios de comunicação na escola, e encará-los como facilitadores da sua prática pedagógica.

Palavras-chave: Educação; Tecnologias; Formação Docente.

1 Professora PDE/20010 na área de Pedagogia, licenciada em Pedagogia Orientação Educacional . Especialista em Psicopedagogia.2 Professora do Departamento de Pedagogia da UNICENTRO/I. Orientadora PDE/2010.

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1 Introdução

Na busca de superar os inúmeros desafios educacionais da atualidade e

vivendo a larga penetração das tecnologias de informação e comunicação na vida

de grande parte dos alunos, soa diante de todos educadores a seguinte pergunta:

Como fazer uso das tecnologias de informação e comunicação (TICs) como

ferramentas pedagógicas a fim de promover a construção do conhecimento, o

desenvolvimento cultural e a formação plena dos alunos para o exercício da sua

cidadania? A Escola Dr. Afonso Alves de Camargo – Ensino Fundamental e Médio

de Rio Azul, local de implementação do Projeto do PDE, dispõe de muitos desses

recursos tecnológicos destinados a ampliar e diversificar a construção do

conhecimento. O fato é que, apesar da disponibilidade desses recursos na escola,

há grandes dificuldades enfrentadas pelos professores no que se refere ao uso

efetivo, de forma planejada, fundamentada e crítica. A partir do questionamento e da

realidade vivenciada no cotidiano escolar, foi realizada uma pesquisa de intervenção

durante o desenvolvimento do PDE, Programa de Desenvolvimento Educacional da

SEED - Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Procurou-se, durante a

implementação, trazer à tona, discussões, reflexões e subsídios teórico-

metodológicos a respeito do uso das novas tecnologias de informação e

comunicação (TICs). O domínio das tecnologias pelo docente tem o objetivo de

estreitar o seu contato com os conteúdos digitais, por meio das diferentes

linguagens. As multimídias podem e devem ser as grandes aliadas do professor e

sua utilização deve contribuir na busca das diferentes formas e tornar a

aprendizagem dos alunos mais significativa e contextualizada com a realidade por

eles vivida, como afirma-se a seguir:

Este tipo de trabalho será facilitado na medida em que o professor se apropriar do saber relativo às tecnologias, tanto em termos de valoração e conscientização de sua utilização (por que e para que utilizá-las), quanto em termos de conhecimentos técnicos (como utilizá-las de acordo com as suas características) e de conhecimento pedagógico (como integrá-las ao processo educativo). (POCHO, 2010. p.15).

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A intervenção teve como público alvo professores da rede estadual, que

atuam neste município e que enfrentam dificuldade em relação às tecnologias na

sua prática pedagógica.

Nas dependências da escola, em dias e horários consensuais, foi realizado

um Curso de Extensão tratando do uso das tecnologias, em parceria com a

UNICENTRO. Doze professores das diferentes escolas do município de Rio Azul

participaram do projeto. A realização aconteceu entre setembro e dezembro de

2011, com carga horária total de 40 horas.

Foram realizados cinco encontros presenciais, nos quais procurou-se

subsidiar o aprimoramento teórico e prático quanto ao uso dos multimeios,

fornecendo aos professores referencial de fontes e materiais que podem auxiliá-los

no processo ensino aprendizagem. O momento possibilitou a discussão a respeito

da busca de soluções e do enfrentamento dos desafios provocados pelo uso das

tecnologias, como mediação pedagógica. Também buscou- se analisar a influência

que as novas tecnologias exercem na formação e na aprendizagem dos alunos,

devido a ampliação das fontes de pesquisa e do acesso às informações.

Durante a realização do curso foram abordados os seguintes temas: as

dificuldades enfrentadas na educação; os desafios de educar e ensinar com

qualidade; a construção do conhecimento na sociedade da informação; caminhos

que facilitam a aprendizagem; princípios metodológicos norteadores; o papel do

educador frente às novas tecnologias. Durante os encontros levantaram-se

discussões a respeito de propostas de integração dos recursos tecnológicos e dos

meios de comunicação na escola como: uso da televisão e do vídeo na educação

escolar, dinâmicas de análise do vídeo, propostas metodológicas para uso do

computador e internet, lista eletrônica/fórum, aulas-pesquisa, além de abordar temas

como as mudanças no ensino presencial com tecnologias, os problemas no uso da

internet, alguns caminhos para integrar as tecnologias num ensino inovador, cine

fórum, busca orientada em sites educacionais sobre uso de tecnologias na educação

para fundamentar e elaborar a atividade final e atividades práticas no Laboratório de

Informática.

O presente trabalho está dividido em quatro tópicos: introdução,

apontamentos teóricos que fundamentam as novas tecnologias de informação e

comunicação, implementação da pesquisa e considerações finais.

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2 Apontamentos teóricos.

Aproximadamente, há duas décadas, estamos vivendo em um cenário

marcado pelas constantes e aceleradas mudanças provocadas pelos avanços

científicos e tecnológicos, pelo volume e acesso a informações, bem como, por

transformações sociais e econômicas, entre outros. Tais avanços causaram

mudanças na forma de organização da sociedade, na maneira de produzir e

comercializar bens, ensinar, aprender, divertir-se. Cada vez mais, a mídia ocupa

espaço na educação das crianças e dos jovens, antes exercida pela família, escola

e, igreja. As diferentes mídias são capazes de atingir praticamente todas as classes

sociais, tendo em vista os amplos e flexíveis meios de linguagem utilizados na

propagação de informações, ideias, valores e conhecimento. Elas podem criar e

reproduzir um modelo que regula o modo das pessoas pensarem e agirem, dentro e

fora da escola, ou seja, ditam e ensinam padrões de comportamento, valores,

diferentes formas de viver e de se relacionar com o outro. Nesse sentido pode-se

confirmar:

As novas tecnologias de comunicação, caracterizadas como midiáticas, são, portanto, mais do que simples suportes. Elas interferem em nosso modo de pensar, sentir, agir, de nos relacionarmos socialmente e adquirimos conhecimentos. Criam uma nova cultura e um novo modelo de sociedade. (KENSKI, 2003. p. 23).

Na atual era da informatização, ficamos fascinados diante de tantas opções

de instrumentos tecnológicos que se multiplicam, invadem a nossa vida e acabam se

tornando indispensáveis por facilitarem a comunicação, o acesso à informação e a

execução de tarefas que dantes exigiam muito esforço.

Estamos diante de uma inovação tecnológica sedutora e frustrante, mas que

causa certo encantamento. Para as novas gerações, é quase impossível imaginar,

pensar a vida sem os benefícios das tecnologias de informação e comunicação,

como a TV, o celular com seu fone de ouvido, tablet, notebook, internet, entre

outros, onde um único aparelho agrega diversas funções. Diante de tantas

tecnologias, seria difícil imaginar nossa maneira atual de viver, sem elas.

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Quando ouvimos falar em tecnologia, normalmente as relacionamos aos

complexos artefatos tecnológicos, sem nos darmos conta de que elas estão

incorporadas às nossas atividades cotidianas mais comuns como dormir e comer. As

tecnologias estão tão presentes e próximas, a ponto de que muitos equipamentos e

produtos, nem são notados como tal, a ponto de os considerarmos quase naturais.

O homem sempre fez uso das tecnologias, mesmo nas eras mais remotas,

onde os recursos existentes eram precários. Para superar as dificuldades, os

desafios climáticos, de alimentação e de ataque de outros animais. O homem

primitivo transformou em ferramentas: pedras, ossos e galhos, visando ampliar suas

competências. “A utilização dos recursos naturais para atingir fins específicos

ligados à sobrevivência da espécie foi a maneira inteligente que o homem encontrou

para não desaparecer”. (KENSKI, 2003. p.20).

Segundo Kenski (2003), para garantir sua sobrevivência num ambiente hostil

e desprovido de recursos, o homem começou a viver em grupos que através do

tempo foram evoluindo socialmente, aprimorando seus conhecimentos,

aperfeiçoando suas ferramentas e utensílios para satisfazer suas necessidades

imediatas. A evolução ocorria lentamente e sem grandes preocupações com o

futuro. Por meio das inovações que foram ocorrendo e na busca incessante por

melhores condições de vida, o homem passou a preocupar-se com o futuro, criando

assim novas necessidades, ou seja, o que possuía não era mais o suficiente.

Atualmente, não podemos ignorar que as mídias exercem uma influência

marcante na aquisição de cultura, na formação de opiniões, na percepção sobre o

mundo, em suma, configurando uma nova fase evolutiva da cultura humana em

busca, agora, da sobrevivência social no mundo da informação globalizada. A mídia

entra em nossos lares e na sala de aula sutilmente, e não há mais como ignorá-la.

As crianças chegam à idade escolar impregnadas pela cultura midiática, pois o

tempo que passam na frente da televisão e do computador é maior que o tempo que

permanecem na escola. Assim, comprova-se a seguir:

Quando a criança chega à escola, os processos fundamentais de aprendizagem já estão desenvolvidos de forma significativa. Urge também a educação para as mídias, para compreendê-las, criticá-las e utilizá-las da forma mais abrangente possível. (MORAN, 2000, p. 36).

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Educação e Mídia - tema que tem gerado discussões e debates recorrentes

nas últimas décadas no Brasil. Diante deste cenário, a escola não pode mais ignorar

as relações entre a mídia e educação, sendo necessário repensar sua função. Faz-

se urgente, a superação de preconceitos contra o uso da tecnologia no ensino, de

modo a valer-se de seus recursos para a transformação da própria prática

pedagógica a fim de colaborar com a construção do conhecimento do aluno e do

professor. Para que isso realmente aconteça:

A educação escolar precisa compreender e incorporar mais as novas linguagens, desvendar os seus códigos, dominar as possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. É importante educar para usos democráticos, mais progressistas e participativos das tecnologias, que facilitem a evolução dos indivíduos. (MORAN, 2000. p. 36).

Apesar de todo trabalho realizado para introduzir o uso das mídias na

educação como instrumento facilitador e provocador do processo

ensino/aprendizagem, estamos apenas no começo de uma longa caminhada.

Nos últimos anos, muita ênfase tem sido dada à necessidade de utilização

das novas tecnologias nas salas de aula. No entanto, parece que somente sua

disponibilidade na escola não é suficiente para que a educação escolar sofra uma

verdadeira revolução tecnológica no seu projeto educacional. Como afirma Carneiro

(2002, p. 11): “... à medida que essas tecnologias vão se tornando mais familiares e

acessíveis, percebemos que tanto a euforia quanto a resistência cegas tendem a

obscurecer a reflexão crítica necessária sobre tais avanços”.

Sem dúvida, a área de informática educativa, está ganhando espaço. Entre

essas tecnologias, atualmente encontram-se disponíveis nas escolas da Rede

Estadual de Ensino do Paraná os Laboratórios de Informática, com computadores

conectados à internet via ADSL (Linha Digital Assimétrica de Assinantes) e integram

o uso de softwares livres equipados com o sistema operacional Linux, desenvolvido

especialmente para uso de professores, alunos e gestores da rede pública de

ensino. As salas de aula equipadas com a TV multimídia, que além dos atributos de

um televisor comum, possui entrada para cartão de memória e para pendrive, o

Portal Dia a Dia Educação, a TV Paulo Freire, entre outras.

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A inclusão digital nas escolas está se tornando realidade por meio da

ampliação da rede de inovações tecnológicas, além de diversas ações que visam a

integração das mídias impressa e televisiva e a rede mundial de computadores, com

a finalidade de promover o contato de professores e alunos com as diferentes

linguagens. O objetivo de tais recursos, é estimular a pesquisa e a produção de

conteúdos educacionais, bem como, ampliar a visão de mundo.

No entanto, as mídias precisam ser entendidas como um espaço de e para a

educação, sendo fundamental que o educador e a educadora tenham uma leitura

crítica do mundo que os cerca, para assim promover a reflexão a respeito das

diversas fontes de informação e de linguagens.

Percebe-se na escola que, por um lado, muitos professores buscam

aprimorar suas práticas utilizando as novas tecnologias, mas que, muitas vezes, não

há um planejamento adequado das ações que sejam compatíveis com o currículo e

com o projeto educacional. De outro lado, há aqueles que resistem aos avanços,

seja por desconhecer seus princípios de funcionamento, seja por preferir o

comodismo, o tradicional. Muitos reproduzirão no virtual o modelo centralizador no

conteúdo e no professor do ensino presencial.

Frente às novas necessidades educacionais e às divergências relacionadas

ao uso das tecnologias, é preciso compreender que o grande desafio dentro deste

contexto é o de saber analisar, escolher e usar adequada e conscientemente os

recursos disponíveis que melhor se adaptem aos propósitos de cada disciplina e

conteúdo.

Pertanella (2008, p. 22) pressupõe que: “Diante do abrolhamento das redes

informacionais, quebram-se barreiras como espaço e tempo. É o aparecimento do

príncipe eletrônico, ditando padrões culturais e econômicos na sociedade

hodierna...”.

Partindo dessa colocação da autora, pode-se perceber que a invasão

tecnológica que se impõe à sociedade não pode ser contida, mas precisa ser

analisada sob olhar atento e crítico para que a democratização da tecnologia da

informação possa se sobrepor à ditadura dos padrões pré-estabelecidos de

sociedade. É necessário que o aluno também tenha uma visão mais crítica sobre o

que se aprende através dos multimeios e, mais que isso, compreenda as

implicações sociais das informações veiculadas. Pois, como bem aponta Orofino

(2005, p. 52): “Mesmo com o advento do computador, a escola, enquanto instituição

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socializadora das novas gerações compete com as telas de TV, presente na grande

maioria dos lares brasileiros”.

Por isso, a utilização das novas tecnologias na escola pode tornar-se útil e

até indispensável. Mas, para isso, o professor precisa ter condições e receber apoio

para refletir criticamente sobre elas e dominá-las, por meio de um processo dialógico

sobre o uso consciente e crítico desses recursos, com o objetivo de percebê-los

como meios de aprendizagem e não como fins pedagógicos. Assim, entende-se

que:

Educar é procurar chegar ao aluno por caminhos possíveis: pela experiência, pela imagem, pelo som, pela representação (dramatizações, simulações), pela multimídia. É partir de onde o aluno está ajudando-o a ir do concreto para o abstrato, do imediato para o contexto, do vivencial para o intelectual, integrando o sensorial, o emocional e o racional. (MORAN, 1991. p. 146).

Mas, afinal, o que são ferramentas tecnológicas? O que difere técnica de

tecnologia? O que é mídia? Qual a denominação para TICs? De que forma elas

podem interferir no processo educativo?

Tecnologia é um termo que possui múltiplos significados podendo ser

interpretada de diferentes maneiras de acordo com o contexto a que se aplica. O

Programa de formação Continuada em Mídias na Educação relata que:

Tecnologia do grego tekhno – (de tékhné, ‘arte’) e – logia (de logos, ou ‘linguagem, proposição)... é um termo usado para atividades de domínio humano, embasadas no conhecimento de um processo e/ou no manuseio de ferramentas. A tecnologia tem a possibilidade de acrescentar mudanças aos meios por resultados adicionais à competência natural, proporcionando, desta forma, uma evolução na capacidade das atividades humanas, desde os primórdios do tempo. A tecnologia pode ser vista, assim, como artefato, cultura, atividade com determinado objetivo, processo de criação, conhecimento sobre uma técnica e seus processos, etc. (EPROINFO, MEC) [S.I.: s.n.].

No Caderno de Introdução à Educação Digital, o mesmo termo é assim definido:

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Tecnologia: termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento. Dependendo do contexto a tecnologia pode ser: ferramentas e máquinas que ajudam a resolver problemas; técnicas, conhecimentos, métodos, materiais, ferramentas e processos usados para facilitar a solução dos mesmos; método ou processo de construção e trabalho (tal como a tecnologia de manufatura, a tecnologia de infraestrutura ou a tecnologia espacial). (BASTOS, 2008. p. 20).

O termo “Mídia (do inglês media): designa os meios ou o conjunto dos meios

de comunicação: jornais, revistas, TV, rádio, cinema, etc.” (BASTOS, 2008. p.20).

Com relação às ferramentas tecnológicas, em nossa vida pessoal e

profissional, fazemos uso delas sem nos darmos conta de que são fruto da

tecnologia. Nesse sentido, podemos entender como tecnologias os:

(...) utensílios, livros, giz e apagador, papel, canetas, lápis, sabonetes, talheres... – são formas diferenciadas de ferramentas tecnológicas. Quando falamos da maneira como utilizamos cada ferramenta para realizar determinada ação, referimo-nos à técnica. A tecnologia é o conjunto de tudo isso: as ferramentas e as técnicas que correspondem aos usos que lhes destinamos, em cada época. (KENSKI, 2003. p.19).

Em conformidade com o Programa de Formação Continuada em Mídias na

Educação pode-se afirmar que:

TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) podem ser definidas como aquelas que envolvem a aquisição o armazenamento, o processamento e a distribuição da informação por meios eletrônicos e digitais como rádio, televisão, telefone e computadores, entre outros. Resultou da fusão das tecnologias de informação, antes referenciadas como informática, e as tecnologias de comunicação, relativas às telecomunicações e mídia eletrônica. (EPROINFO, MEC) [S.I.: s.n.].

Outra contribuição para um melhor entendimento das tecnologias voltadas

ao campo da educação é de que,

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Por novas tecnologias em educação, estamos entendendo o uso da informática, do computador, da internet, do CD-ROM, da hipermídia, da multimídia, de ferramentas para educação a distância - como chats, grupos ou listas de discussão, correio eletrônico etc. – e de outros recursos e linguagens digitais de que atualmente dispomos e que podem colaborar significativamente para tornar o processo de educação mais eficiente e mais eficaz. (MORAN, 2000. p. 152).

Há uma expectativa exagerada com relação à introdução das TICs no

ambiente escolar. As tecnologias não podem ser vistas como uma solução mágica e

sofisticada que irá revolucionar a prática pedagógica. Sozinha, ela não modifica a

qualidade da educação, mas se bem empregada, pode propiciar a troca de

experiências, auxiliar o professor a preparar melhor suas aulas, modificar e ampliar

as formas de comunicação com os alunos, facilitar a pesquisa, entre outras

atividades. As tecnologias também são um desafio, pois nos confrontam com a

necessidade de repensar o processo de ensinar, exigem mais organização e

planejamento e a constante busca de aprender. Elas também facilitam a motivação

dos alunos devido às possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferecem.

(MORAN, 2000).

No ambiente escolar, muitas mudanças significativas serão necessárias para

democratizar o acesso aos produtos tecnológicos e integrá-los a projetos

pedagógicos inovadores, participativos para promover uma mudança qualitativa no

processo ensino/aprendizagem. A educação escolar precisa compreender e

incorporar as novas linguagens, desvendar seus códigos e possíveis manipulações

para uso mais democrático. O professor terá que adotar uma nova postura, ou seja,

terá que buscar a forma mais adequada para integrar as várias tecnologias à sua

área de atuação, tornando-se mediador dos caminhos, usando procedimentos

metodológicos inovadores para motivar, incentivar e desafiar os educandos a

aprender de forma cooperativa e colaborativa, criando conexões com o cotidiano

para facilitar a sua evolução. (MORAN, 2000).

O autor ainda aponta que é necessário desenvolver processos de

comunicação mais participativos e investigativos a fim de ajudar o educando a

perceber onde está o essencial, para tornar as informações em algo significativo.

Por meio das tecnologias levar o aluno a transformar informações em conhecimento

e em sabedoria, uma vez que o conhecimento elaborado a partir da própria

experiência torna-se mais forte e definitivo.

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Também é de suma importância que o professor aprenda a dominar, utilizar

e a gerenciar as ferramentas, os recursos tecnológicos e as técnicas possíveis,

integrando as dinâmicas tradicionais com as inovadoras. Vale ressaltar que:

Não se trata de dar receitas, porque as situações são muito diversificadas. É importante que cada docente encontre sua maneira de sentir-se bem, comunicar-se bem ajudar os alunos a aprender melhor. É importante diversificar as formas de dar aula, de realizar atividades, de avaliar. (MORAN, 2000. p. 32).

Segundo Moran (2000), as tecnologias oferecem grandes oportunidades de

inovação e criação de metodologias, estratégias e seleção dos meios mais

adequados para potencializar as possibilidades de ensino/aprendizagem. No

entanto, a incorporação das TICs no cotidiano escolar, deixa muitos educadores

inseguros e pressionados a desenvolver atividades sem muita reflexão, geradas por

falta de tempo e de conhecimento adequado para a utilização das tecnologias, como

ferramentas pedagógicas a serviço do cidadão autônomo. O novo, o desconhecido e

o próprio comodismo trazem consigo inseguranças diante de novos desafios.

A escola, responsável pela elaboração da aprendizagem e por deter as

condições práticas de ensinar, precisa adaptar-se e integrar o seu ensino às novas

linguagens e aos modos de expressão presentes nos meios de comunicação. É

inegável que esses recursos estão cada vez mais fazendo parte do universo dos

jovens.

Para que a inserção das TICs no cotidiano escolar aconteça de forma

efetiva, é necessário investir também na formação e capacitação dos docentes no

que diz respeito ao uso das tecnologias, para que entrem em sintonia com as

aspirações e com o modo de ser das novas gerações. “Conhecer a si mesmo, aos

outros, conhecer o mundo de forma cada vez mais ampla, plena e profunda é o

primeiro grande passo para mudar, evoluir, crescer, ser livre e realizar-se.” (MORAN,

2000. p. 27).

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3 Implementação da Pesquisa

O trabalho com os professores foi realizado como Projeto Extensionista em

parceria com a UNICENTRO. Com a apresentação do projeto de intervenção na

escola, muitos educadores ficaram interessados, pois seria a oportunidade de

adquirir maior conhecimento teórico e prático a respeito do uso das novas

tecnologias de informação e comunicação.

O curso forneceu certificação para elevação de nível, conforme o Plano de

Carreira do Professor. Apesar de serem ofertadas vinte vagas, participaram dos

encontros doze professores da escola de intervenção e de outras escolas estaduais

do município. Essa ausência ocorreu por conta de fatores, como: dificuldade em

conciliar os horários, atuação em mais de uma escola, GTR (Grupo de Trabalho em

Rede) curso para gestores, pois a época coincidiu com o processo de consulta para

os gestores das escolas públicas, além das atribuições diárias de todo docente.

Essas condições contribuíram para que muitos optassem somente por uma das

atividades ofertadas. Enfim, o período de realização da atividade extensionista não

favoreceu para que um número mais significativo de docentes participasse.

Foram realizados encontros presenciais e à distância, perfazendo um total

de 40 horas. Para cada unidade ou encontro eram previstas atividades de

aprendizagem presenciais e à distância que envolveram os conceitos,

procedimentos e reflexões a respeito dos temas estudados bem como a elaboração

de uma atividade com o uso das mídias. Os encontros tiveram como ponto de

partida a vivência dos cursistas, estudo e análise de textos e vídeos relativos ao

tema em questão.

O trabalho com os professores teve início com a apresentação do Projeto de

Intervenção Pedagógica e uma breve explanação a respeito do conteúdo do

Caderno Temático. Também foi projetado um vídeo com referência aos avanços

tecnológicos. Um breve apanhado histórico, com dados estatísticos, tratando da

utilização da internet e enfatizando a importância do aprofundamento teórico do

professor para utilizar esta ferramenta na escola, foi tema dos encontros.

Uma das maneiras para superar estas dificuldades e utilizar a tecnologia

com os alunos de forma mais confortável e segura, é tentar compreender melhor os

conceitos que estão por trás dela. Para isso, foram selecionados textos que

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abordam alguns conceitos a fim de favorecer uma visão global do tema para melhor

organizar e representar o que se pretendia. A leitura, a análise e discussão dos

textos, possibilitaram a reflexão e melhor compreensão a respeito dos conceitos de

técnica e tecnologia, como podemos observar na fala de uma cursista:

“_ Eu achava que tecnologia eram os computadores, celulares, pendrive,

MP3, entre outros aparelhos que invadiram a sociedade. Depois da leitura do texto e

do vídeo, percebi que tecnologia é tudo que faz parte da nossa vida e que, de

alguma forma, contribui para que tenhamos mais conforto e comodidade”. (Prof.ª A).

Essas afirmações se fundamentam por meio da seguinte definição:

Atualmente, o termo tecnologia remete a sofisticadas invenções humanas, como softwares, engenharia genética, realidade virtual, banda larga, inteligência artificial. De fato, grande parte dos instrumentos tecnológicos de hoje envolvem sistemas digitais, principalmente no caso dos computadores.Mas a tecnologia abrange muito mais áreas do conhecimento humano do que as invenções digitais. Todo o desenvolvimento de técnicas com o objetivo de aperfeiçoar as atividades humanas pode ser chamado de tecnologia. (EDUCAREDE) [S.I.: s.n.].

Porém, quando os educadores se propõem a incorporar as novas

tecnologias na prática pedagógica, sentem-se inseguros e com a sensação de que

estão sempre atrasados, pois os avanços estão ocorrendo com uma velocidade

difícil de acompanhar. O relato a seguir enfatiza a insegurança diante do novo e

quão necessário se faz a capacitação para uso das TICs.

“_ Quando a escola recebeu as Tvs pendrive foi aquela euforia, só que fazer

uso deste instrumento causou alguns constrangimentos porque tínhamos os

recursos, mas também tínhamos dificuldades para mudar a configuração da TV para

uso do vídeo, para conectar e acessar os conteúdos do pen drive, arquivos não

abriam... Na verdade, recebemos as TVs, o pen drive, o Laboratório foi instalado,

mas a capacitação demorou a acontecer. Ainda estamos aprendendo a lidar com

estes instrumentos”. (Prof.º B).

A respeito da necessidade de preparar os professores para o uso das novas

tecnologias, Moran (2000) nos diz que o primeiro passo seria o acesso às novas

tecnologias. No entanto, é imprescindível que os laboratórios estejam bem

equipados, com conexão rápida e eficaz da internet, salas de aula conectadas e

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adequadas para pesquisa e maior facilidade para aquisição dos computadores pelos

professores e alunos. “... hoje, o ensino de qualidade passa necessariamente pelo

acesso rápido, contínuo e abrangente a todas as tecnologias, principalmente as

telemáticas.” (MORAN, 2000. p, 50-51).

Moran, ainda aponta a necessidade de aprender a utilizar as ferramentas

básicas do computador, bem como as mais avançadas como: dominar as

ferramentas da Web, aprender a pesquisar e a construir páginas. Ressalta também

a importância de auxiliar os educadores na utilização pedagógica da internet e dos

programas multimídia:

A sociedade precisa ter como projeto político a procura de formas de diminuir a distância que separa os que podem e os que não podem pagar pelo acesso à informação. As escolas públicas e as comunidades carentes precisam ter acesso garantido para não ficarem condenadas à segregação definitiva, ao analfabetismo tecnológico, ao ensino de quinta classe. (MORAN, 2000. p. 51).

Sabemos que nos dias atuais não é mais possível pensar num ensino de

qualidade sem o uso dos novos recursos tecnológicos. Mas, para que estes sejam

utilizados de forma efetiva, como instrumentos facilitadores do processo ensino

aprendizagem, faz-se necessário investir na formação e capacitação docente por

meio de cursos ou treinamentos.

Por sua vez, o professor muitas vezes, faz uso desta nova ferramenta sem

uma análise prévia das potencialidades e das possíveis dificuldades que poderão

surgir no decorrer da aula. O resultado muitas vezes é compensador, outras podem

ser frustrantes, tanto para professores, como para alunos. Muitos são os transtornos

ocasionados pelo mau uso e funcionamento de recursos tecnológicos, de modo

especial a perda de tempo. Ainda pode-se mencionar o constrangimento do

professor por não dominar a técnica necessária para operar o instrumento,

aparelhos que não funcionam de forma adequada, falta de apoio técnico para

auxiliar na resolução imediata do problema, tempo da aula gasto para sanar o

problema e não para transmitir o conhecimento, tumulto da turma, entre outros.

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Ocorre que os alunos, por crescerem em uma sociedade permeada de recursos tecnológicos, são hábeis manipuladores da tecnologia e a dominam com maior rapidez e desenvoltura do que seus professores. Mesmo os alunos pertencentes a classes menos favorecidas da população têm contato com recursos tecnológicos nas ruas, na televisão etc. e sua percepção sobre tais recursos é diferente da percepção de uma pessoa que cresceu em uma época em que o convívio com a tecnologia era muito restrito. (ALMEIDA) [S.I.: s.n.].

No segundo encontro, deu-se oportunidade aos cursistas para fazer um

breve comentário a respeito do conteúdo estudado no encontro anterior. De posse

do texto retirado da obra: MORAN, José Manuel. Novas tecnologias e mediação

pedagógica. José Manuel Moran, Marcos T. Masetto, Marilda Aparecida Behrens.

Campinas, SP: Papirus, 2000. 17ª ed. Capítulo I, Ensino e aprendizagem inovadores

com tecnologias audiovisuais e telemáticas, páginas 11 a 32, realizou-se a leitura,

análise e discussão sobre o uso das tecnologias. Neste texto o autor nos remete a

uma análise das práticas pedagógicas, apresenta algumas mudanças que estão

ocorrendo na sociedade e também os desafios de ensinar e aprender numa

sociedade imprevisível e pressionada pela infinidade de informações.

O texto também levou à reflexão a respeito da forma como se dá a

construção do conhecimento na sociedade da informação e a respeito da

necessidade do educador aperfeiçoar seu fazer pedagógico, superando as

dificuldades para mudar, além de apresentar alguns caminhos que podem facilitar a

aprendizagem.

A expectativa é que por meio das reflexões propostas que dizem respeito à

introdução da informática e da telemática na educação, se estabeleça um diálogo

que possa auxiliar os educadores a encarar essa nova realidade tecnológica.

No terceiro encontro foi dado prosseguimento à leitura do texto de MORAN,

páginas 32 a 62. O autor trata das novas tecnologias nos diversos níveis da

educação e apresenta propostas de integração dos recursos tecnológicos e dos

meios de comunicação na escola como: propostas de integração da televisão e do

vídeo na educação escolar, dinâmicas de análise do vídeo, propostas metodológicas

para uso do computador e internet, lista eletrônica/fórum, aulas-pesquisa,

construção cooperativa, além de abordar temas como as mudanças no ensino

presencial com tecnologias, os problemas no uso da internet, alguns caminhos para

integrar as tecnologias num ensino inovador, entre outros.

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A ideia central do texto é: para o bom uso das tecnologias, é necessário que

haja a mediação pedagógica, por isso se faz necessário uma ampla revisão do papel

do professor nos dias de hoje.

Masetto afirma que o professor:

Embora [...] ainda desempenhe o papel do especialista que possui conhecimentos e/ou experiências a comunicar, no mais das vezes desempenhará o papel de orientador das atividades do aluno, de consultor, de facilitador da aprendizagem, de alguém que pode colaborar para dinamizar a aprendizagem do aluno; desempenhará o papel de quem trabalha em equipe, junto com o aluno, buscando os mesmos objetivos; numa palavra, desenvolverá o papel de mediação pedagógica (MASETTO, 2000. p. 142).

Neste encontro também fizemos uso do Cine Fórum. Para isso foram

selecionados alguns vídeos onde o tema central eram os recursos tecnológicos na

educação e suas possíveis formas de utilização. Infelizmente alguns recursos ainda

estão distantes da realidade local.

Para o quarto encontro foram previstas as seguintes propostas: busca

orientada em sites educacionais referentes a propostas de uso de tecnologias na

educação que contribuíssem na elaboração da atividade final do projeto e

atividades práticas no Laboratório de Informática.

A pedido dos cursistas, para este encontro, a proposta seria desenvolver

algumas atividades práticas no Laboratório de Informática, como: converter vídeos,

fazer o dowload e salvar no pendrive para uso nas TVs pendrive ou no datashow,

elaborar uma apresentação de slides em power point utilizando os aplicativos

básicos, figuras, plano de fundo, além de converter e salvar no pendrive para uso

direto nas TVs.

Para a busca orientada, buscou-se direcionar a pesquisa para a disciplina de

atuação do professor cursista por meio de uma relação de sites previamente

organizada, bem como pelas sugestões dos próprios cursistas.

Porém, ao iniciar as atividades propostas alguns entraves ocorreram como o acesso

à internet que ficou muito lenta pelo fato de vários computadores serem ligados ao

mesmo tempo. Porém, tais dificuldades foram superadas com a elaboração prévia

de um passo a passo de todas as atividades solicitadas. Foi entregue aos cursistas

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uma relação de sites de busca, para que pudessem fazer uso do material em outros

momentos, seguindo as orientações.

Assim, as atividades foram realizadas coletivamente para que as dúvidas e

questionamentos fossem sanados. Ainda, prevendo dificuldades específicas e para

assessorar os cursistas na elaboração da atividade final, foi disponibilizado horário

para atendimento individual onde foi possível abordar as ações de acordo com a

necessidade de cada cursista. O atendimento individual possibilitou a realização das

atividades, embora tenha exigido mais tempo e dedicação.

Foi possível perceber a importância de instrumentalizar os professores para

a utilização das tecnologias na produção e organização das aulas. Observou-se que

o estímulo no preparo das atividades dos cursistas aumentou, pois todos se

empenharam na busca de atividades relacionadas às suas disciplinas. O projeto

permitiu aos professores perceber o quanto evoluíram no domínio da utilização

tecnológica e também compreender que o uso das TICs auxilia e reforça os temas

propostos para serem por eles desenvolvidos.

Isso mostra o quanto o educador pode explorar as tecnologias, também o

“como” deve utilizá-las, demonstrando a seus alunos como eles podem se valer

deste instrumento para desenvolver conhecimento e não apenas como um recurso

de mero entretenimento ou “bate-papo”.

No quinto encontro, ocorreu a socialização dos planos de aula com o uso

das mídias e avaliação final das atividades.

Apesar das inúmeras dificuldades que surgiram durante o trabalho e a

pesquisa no laboratório de informática, os trabalhos apresentados não sofreram

interferência dos fatores externos, como a dificuldade na utilização dos

computadores e do acesso a internet. Os cursistas se empenharam na elaboração e

apresentação das atividades e, aos que necessitaram, foi prestado atendimento

pedagógico individual.

Devido à heterogeneidade do grupo de cursistas, com relação às disciplinas

que lecionam, as atividades contemplaram as áreas de Língua Portuguesa, Língua

Ucraniana, Lem - Inglês, Educação Física, História, Geografia e outra atividade que

abordou Valores. As sugestões de atividades desenvolvidas durante essa etapa se

encontram à disposição do corpo docente na videoteca do colégio.

Os trabalhos elaborados, a desenvoltura no uso dos recursos tecnológicos e

na apresentação aos demais cursistas superou as expectativas de todos.

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4 Considerações Finais

O desenvolvimento deste trabalho demonstrou a importância da utilização

das TICs no cotidiano escolar desmistificando a utilização destas pelos professores.

Em muitas escolas estaduais, a falta de manutenção de alguns

computadores e a dificuldade no acesso da internet quando vários computadores

são ligados, diminui a utilização destes recursos nas aulas, pelos professores. Mas,

vale destacar que existem escolas com ótimos laboratórios que se encontram

praticamente sem uso, devido à falta de preparo de docentes, uma vez que a grande

maioria de nossos professores, não utiliza os recursos tecnológicos por não saber

operá-los. Essa realidade demonstra a importância de instrumentar os professores

continuamente, frente ao desenvolvimento científico e tecnológico crescentes, para

que, mesmo parcialmente, possam acompanhar esse desenvolvimento e empregar

sem receios essas tecnologias em sala de aula.

Para que haja a mudança esperada e necessária na educação, é importante

que se estabeleça uma política de capacitação continuada, adequada ao professor.

É extremamente necessário que a formação tecnológica faça parte do currículo dos

educadores. A educação por meio das mídias precisa ser compreendida e utilizada

de forma mais abrangente possível.

Os educadores devem estar em constante processo de formação, devem

buscar, na medida do possível, a atualização, para de alguma forma, acompanhar

as transformações advindas do aceleramento tecnológico. O caminho é participar de

cursos, de grupos de discussão para continuar aprendendo, inventando e

reinventando novas formas de lidar com a informação e o conhecimento. Além disso,

será necessário suporte técnico, internet com conexão eficaz e investimento

financeiro para aquisição de novos equipamentos e manutenção dos existentes.

Observar os professores cursistas na elaboração das atividades, no

manuseio e utilização das TICs no fazer pedagógico diário, demonstrou que o

trabalho proposto atingiu seus objetivos. O resultado satisfatório durante o

desenvolvimento do projeto abriu caminho para se pensar na sequência das

atividades promovendo a abertura de novas turmas e cursos. Tal proposta

fundamenta-se no trecho abaixo:

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(...) Esta importante contribuição/informação deveria ser levada aos demais professores, pois acredito que este estudo sendo estendido a todo corpo docente, tornaria a informação uma prática do cotidiano, possibilitaria uma reflexão através das comparações entre as possibilidades dos diversos meios ou fontes para a mediação do conteúdo. (Profº C).

Portanto, a escola, responsável pela transmissão sistematizada do

conhecimento, precisa desenvolver ações a fim de incorporar a demanda da

inclusão digital para favorecer o acesso e apropriação de códigos e linguagens

próprios da era digital, sendo que:

(...) a escola deve integrar as tecnologias de informação e comunicação porque elas já estão presentes e influentes em todas as esferas da vida social, cabendo à escola, especialmente à escola pública, atuar no sentido de compensar as terríveis desigualdades sociais e regionais que o acesso desigual a estas máquinas está gerando. (BELLONI, 2009, p.10).

No entanto, para que isso possa ser efetivado na escola, é necessário,

primeiramente, uma instrumentalização e apoio à equipe docente. Não se pode

esperar que apenas os instrumentos tecnológicos disponíveis, levem à superação de

todos os desafios. É a equipe docente preparada, orientada e devidamente motivada

que dará o aporte necessário para a inclusão digital na escola.

Referências

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Informática e formação de professores. Disponível em: http://escola2000.net/futura/textos-proinfo/livro09-Elizabeth%20Almeida.pdf Acesso em 17-05-2012.

BASTOS, Beth [ET al.]. Introdução à Educação Digital: caderno de estudo e prática. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação à Distância, 2008.

BELLONI, Maria Luiza. O que é mídia-educação. 3. ed. rev. Campinas, SP: Autores Associados, 2009. (Coleção polêmicas do nosso tempo; 78)

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CARNEIRO, Raquel. Informática na Educação: representações sociais do cotidiano. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2002. (Coleção Questões da Nossa Época; v. 96).

EDUCAREDE. O que é tecnologia. Disponível em: www.educared.org/global/educarnaculturadigital/o-que-e-tecnologia.

KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distancia. Campinas, São Paulo: Papirus, 2003 – (Série Prática Pedagógica)

MORAN, José Manuel. Novas tecnologias e mediação pedagógica. MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T. ; BEHRENS, Marilda Aparecida;. Campinas, SP: Papirus, 2000. 17ª ed.

OROFINO, Maria Isabel. Mídias e Mediação escolar: pedagogia dos meios; participação e visibilidade. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2005.

PETARNELLA, Leandro. Escola Analógica, Cabeças Digitais: o cotidiano escolar frente às tecnologias midiáticas e digitais de informação e comunicação. Campinas, SP: Editora Alínea, 2008.

POCHO, Claudia Lopes. Tecnologia Educacional: descubra suas possibilidades na sala de aula / Claudia Lopes Pocho, Márcia de Medeiros Aguiar, Marisa Narcizo Sampaio; Lígia Silva Leite (coord.). 5.ed. - Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO. Módulo Introdutório – Integração de Mídias na Educação. Etapa 1. Disponível em: http://www.eproinfo.mec.gov.br/webfolio/Mod83230/etapa_1/p1_01.html. Acesso em 09/05/2011.