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Page 1: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Tecnologia de sólidos

Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Page 2: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Pós e granulados

Page 3: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

DefiniçãoPó é uma forma farmacêutica finamente

dividida e seca, resultante da divisão mecânica de matérias-primas de origem

natural ou sintética.

Preparações constituídas por partículas sólidas, livres e secas e mais ou menos finas, devendo apresentar, dentro de cada

categoria, uma certa homogeneidade entre as partículas que os constituem.

Page 4: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

UsosI- Administração direta ou intermediário do

processo.Pós são formas farmacêuticas de administração direta de fármacos

Preparação de outras formas farmacêuticasPós

sólidas Semi-sólidas líquidas

Grânulos, cápsulas,

comprimidos

Pomadas, pastas,

supositórios e óvulos

Soluções e suspensões

Page 5: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

UsosInterno: via gastrointestinal (deglutidos após reconstituição com

água)

Antiácidos: Bicarbonato de sódio, sal de fruta (ENO®), estomazil®

Laxante: cáscara sagrada (fitoterápico)

Suplemento alimentar: aminoácidos e carboidratos (aumento de massa muscular)

Pós para inalação: administração pulmonar (dispositivos que permitem a inalação de

partículas do fármaco dispersas no ar, partículas <2µm alcançam alvéolos)

Externo: administração tópica (aplicados na superfície da pele e mucosas)

Antiséptico: Tênis pé Baruel, Polvilho antiséptico Granado

Antimicrobiano: sulfas (sulfadiazina de prata- feridas e queimaduras); Vodol ®

(po)

Secante: talco

Aftas: Albocresil®

Page 6: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Vantagens dos Pós Forma farmacêutica sólida mais estável que as preparações liquidas;

Excelente conservação devido ao baixo teor de água (inibe crescimento de microorganismos)

Conveniente para dispensar alta dose de fármaco (diluição em água antes do uso evita uma FF sólida muito grande para deglutir)

Pós são formados de pequenas partículas com grande área superficial de exposição do fármaco ao solvente apresentando rápida dissolução nos fluidos do trato gastrointestinal;

Absorção mais rápida e regular que os comprimidos (desintegração e desagregação);

Menor irritação gástrica devido à rápida dissolução quando comparado aos comprimidos;

Page 7: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Desvantagens dos Pós Pós tem grande área superficial de exposição e o fármaco

está mais sujeito a problemas: Higroscopia: absorção de água do ar Hidrólise: armazenamento em ambientes úmidos (ácido

acetilsalicílico) Sublimação: passagem do fármaco do estado sólido para vapor

(iodo) Oxidação: contato direto com o ar Fotólise: exposição à luz (vitaminas A, E e D)

Pós não tem capacidade de mascarar sabor e odor desagradável.

Page 8: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

TAMANHO DAS PARTÍCULAS : O grau de pulverização para substâncias químicas é definido como :

Pó Grande ( ou no 20) – Todas as partículas passam pelo tamis 20 e não mais que 60 % através do tamis 40

Pó moderadamente grande ( 40 ) - Todas as partículas passam através do tamis 40 e não mais de 60% através do tamis 60

Pó fino ( 80 ) –Todas as partículas passam pelo tamis 80. Não há limite para grau de pulverização maior.

Pó muito fino ( 120 ) – Todas as partículas passam através do tamis 120 e não há limita para grau de pulverização maior.

Page 9: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Redução do tamanho de partículas

Cominuição Escolha do método vai depender:

Grau de divisão desejado (micro ou nanopartículas) Produção pretendida: pequena escala (farmácia de

manipulação)

grande escala (industria farmacêutica)

Características físico-químicas do fármaco (polimorfismo): estrutura cristalina e mais difícil de triturar do que a estrutura amorfa

Page 10: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Redução do tamanho de partículasFarmácia de manipulação (pequena escala)

I- Trituração: moagem do material em gral de porcelana e pistilo, a superfície áspera do recipiente contribui para a quebra das partículas (compressão)

II- Levigação: redução do tamanho de partículas para evitar aspereza e irritação de uma formulação semi-sólida (pomadas) ou líquidas (suspensões)

Método: adição de um líquido de levigação insolúvel no pó, trituração para formação de uma pasta e incorporação na base para pomadas.

Liquido levigante: glicerina, propilenoglicol, óleo mineral.

III- Intervenção (recristalização): processo de redução de partículas de fármacos com estrutura cristalina de difícil trituração.

Adição de um solvente volátil ao pó formando uma solução que é triturada até evaporação do solvente e formação de pequenas partículas.

Ex.: canfora e álcool; peróxido de benzoíla e acetona

Page 11: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Redução do tamanho de partículas

Indústria farmacêutica (grande escala)

I- Moinhos de facas: fratura das partículas

entre 2 conjuntos de facas (corte)

II- Moinho de martelo: quebra da partícula por movimento giratório de martelos (impacto)

Page 12: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Redução do tamanho de partículas

Indústria farmacêutica (grande escala)

III- Moinhos de rolo: 2 rolos dispostos

horizontalmente e separados por uma

fenda de 20µm quebram as partículas

por fricção (atrito)

IV- Moinho de bolas: tambor com bolas

de tamanhos diferentes, o impacto e o

atrito entre as bolas é responsável

pela quebra das partículas

(atrito e impacto)

Page 13: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Redução do tamanho de partículas Indústria farmacêutica (grande escala)

V- Spray drying: solução do fármaco é aspergida dentro de uma câmara de

secagem sob uma corrente de ar quente e seco que evapora o solvente das gotículas formando partículas (Sabão em pó, leite em pó, café solúvel)

Produto é nebulizado e seco: pó obtido tem aparência uniforme, forma de esferas ocas. A medida que a gotícula entra na corrente de ar aquecido é seca pelo lado externo formando uma crosta externa e o líquido

remanescente no interior evapora formando um orifício na esfera

Produtos termolábeisAcido cítricoGelatinaFosfato de sódioAntibióticos para reconstituiçãoFármacos a serem liberados de inaladores (1-7µm

Page 14: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Redução do tamanho de partículas

Industria farmacêutica (grande escala)

VI- Micronizadores: o equipamento tem uma turbina que produz um jato de ar em alta velocidade que arrasta as partículas e quando estas atingem um anteparo quebram em partículas menores

Gera partículas de 1 a 20micra - alimentado por partículas de 20 a 100 mesh

Sulfadiazina de prata micronizada

Page 15: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Redução do tamanho de partículas

VII- Misturas de pós: mistura de pós simples previamente pulverizados (pós compostos)

Sequencia lógica de operações:

TRITURAÇÃO

TAMISAÇÃO

PESAGEM

MSTURA DOS PÓS

Page 16: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Redução do tamanho de partículas

VII- Misturas de pós:

No processo de mistura, os pós devem ser semelhantes quanto ao tamanho, forma e densidade das partículas para evitar segregação (separação das partículas em camadas diferentes)

Problemas de segregação são resolvidos pela granulação

Page 17: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Redução do tamanho de partículas

VII- Misturas de pós:

Equipamentos para operação de misturas.

Pequena escala (farmácia): trituração em gral com pistilo

Grande escala (indústria): misturadores em V

Page 18: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Redução do tamanho de partículas

VII- Misturas de pós: Cada componente pulverizado separadamente Mistura de pós de fármacos potentes: progressão geométrica Substâncias em quantidades muito pequenas (diluições); Substância higroscópica (diluição + estabilizante): anfepramona+acido tartárico+aerosil – Fc

Substância deliquescente: higroscópicas que absorvem umidade liquefazendo-se total ou parcialmente

Desumidificadores 30-40% UR, granulação para reduzir superfície de exposição, substâncias absorventes

Cloral hidratado, heparina sódica, fenitoína sódica, amoxicilina, vit B12

Page 19: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Redução do tamanho de partículas

VII- Misturas de pós:

Mistura eutética: mistura com PF menor e se liquefazem a temperatura ambiente

adicionar compostos absorventes (caulim, sílica, amido, carbonato Mg) com elevado PF

Misturas explosivas: quando agente oxidante forte é triturado em gral com agente redutor forte

pulverizadas separadamente e misturadas em papel.

Determinação da homogeneidade de uma mistura de pós: deve ser feita pela coleta de amostras do pó em diferentes pontos da mistura e analisando o teor do fármaco em cada amostra

Peróxido de benzoíla com enxofre

Ácido salicílico, resorcinaAAS, antipirina

Page 20: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Redução do tamanho de partículas

VIII- Tamanho das partículas:

1- Velocidade de dissolução do fármaco e consequentemente na absorção. O processo de dissolução pode ser entendido pela equação de Noyes-Whitney:

dC/dt= K. A (Cs – C)/h

dC/dt = taxa de dissolução

K= constante de dissolução

A= área de superfície

Cs= concentração na camada de difusão (conc. de saturação)

C= concentração no meio de dissolução

h= espessura da camada de difusão

Page 21: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Redução do tamanho de partículas

VIII- Tamanho das partículas:

2- Uniformidade da mistura de pós: pós com tamanho de partículas diferentes tendem a segregação.

3- Penetração partículas no sistema respiratório (partículas > 2µm conseguem alcançar os alvéolos)

4- Aspereza e irritabilidade de pomadas e preparações oftálmicas (quanto maior o tamanho das partículas maior a aspereza e a irritabilidade)

Page 22: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Quando a força de atração entre as partículas são fortes os pós apresentam fluxo ruim, entretanto quando a s forças são fracas os pós apresentam fluxo bom a regular.

As propriedades de fluxo interferem no enchimento de cápsulas e compactação de comprimidos (pós podem ser utilizados no preparo de cápsulas e comprimidos).

Pós com bom fluxo apresentam cápsulas e comprimidos com peso uniforme.

Coesão e fluxo

Page 23: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Como avaliar as propriedades de fluxo dos pós?

Ângulo de repouso Calculado a partir de uma pilha cônica do pó formada pela

passagem das partículas por um funil. Existe uma relação entre o ângulo de repouso e o fluxo: Pós com < 30°: bom fluxo Pós com > 40°: fluxo ruim e necessita de agentes deslizantes

(Aerosil®)

Coesão e fluxo

Pós com ângulo de repouso baixo fluem livremente;

Tamanho e forma das partículas determinam a fluidez dos pós;

Partículas esféricas, maiores (250 – 2000µ) –PÓ GROSSO ESCOA FACILMENTE

Page 24: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

1- Físicas: Sabor e odor são aumentados devido ao aumento da área

superficial Cor: pós tornam-se mais claros devido à reflexão da luz Solubilidade é aumentada devido ao aumento da área

superficial

Equação de Noyes-Whitney

dC/dt= KA (Cs – C)/h

Alterações causadas pela redução do tamanho

Page 25: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

1- Físicas:

Volume aparente: aumentado pelo rearranjo das partículas e incorporação de ar.

Determinação do volume aparente: proveta graduada (método simples) Pós leves: baixa densidade e alto volume aparente (ocupam muito

espaço) Pós pesados: alta densidade e baixo volume aparente Pós compostos x simples Tipo de pulverização: estrutura esférica, cúbica

d= m/v

Alterações causadas pela redução do tamanho

d (ap)= p2 – p1 (gramas) V (mililitros)

Unidade: g/ml

Volume ocupado pelas partículas e pelo ar intersticialVolume ocupado por uma determinada massa de pó em uma

proveta

Page 26: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

1- Físicas:

Higroscopia: aumentada devido aumento da área superficial de exposição ao meio ambiente

Evita-se: Controle da umidade do ar (30-45%) Granulação do pó e revestimento dos granulos Adição de adsorvente (MgO2, SiO2 coloidal)

Alterações causadas pela redução do tamanho

Page 27: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

1- Físicas:

Eflorescência: fármacos que ao serem pulverizados liberam água de hidratação tornando-se pastosos ou líquidos

Evita-se: Substituindo a forma hidratada pela anidra

2- Químicas:

Na trituração há produção de calor que pode provocar

Hidrólise: AAS

Alterações causadas pela redução do tamanho

Page 28: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Pós a granel:

Pó ou mistura de pós em grande quantidade acondicionados em recipientes de boca larga para facilitar a saída do pó,

Exemplos: antiácidos (sal de frutas ENO®), suplementos alimentares

Pós divididos:

Pós acondicionados em pequenas embalagens

para 1 dose (sachets)Exemplos: pós efervescentes (antiácidos)

Pós em polvilhador múltipla dose:

Recipientes com tampa que facilita a aplicação do pó na pele

Exemplos: antisépticos, antimicrobianos e desodorizantes

Acondicionamento para dispensação

Page 29: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

São aglomerados de partículas menores Características: tamanho de 0,2 a 4mm Podem ser usados como FF final ou misturados a excipientes

para preparação de comprimidos ou cápsulas.

Razões para granulação: Prevenir segregação dos constituintes de uma mistura de pos; Melhorar propriedades de fluxo de uma mistura; Melhorar características de compactação da mistura.

Métodos: Via umida; Via seca (sem aquecimento/ compressão e quebra)

Grânulos

Page 30: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

VANTAGENS Melhor estabilidade que os pós devido a menor área de

exposição ao ar, umidade, luz e calor. Preparações extemporâneas: fármacos instáveis em solução

ou suspensão podem ser dispensados na forma de grânulos secos que são dissolvidos com água antes do uso (Fluimucil ®, n-acetil cisteína, eliminação de muco das vias respiratórias)

Melhor fluidez e compressibilidade: do que os pós (propriedades uteis na fabricação de comprimidos) – COMPRIMIDOS MAIS RESISTENTES

Possibilidade de revestimento: mascara o odor e sabor desagradável, proteção do fármaco e possibilidade de liberação modificada

Reduz risco associado à produção de poeira toxica: manipulação de pós tóxicos;

Ocupam menos espaço: grânulos são mais densos que pós, são estocados mais facilmente pois ocupam menor volume por unidade de peso.

Grânulos

Page 31: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Via úmida:

1- Pós são triturados separadamente, tamisados, pesados e misturados

2- Adição da solução do aglutinante na mistura de pós formação de uma massa úmida e coesa (algutinante aumenta a adesão entre as partículas)

Exemplos: álcool, xarope, solução aquosa de gelatina, de amido, de PVP.

3- Massa úmida é passada em um tamis para formação dos grânulos úmidos;

4- Os grânulos são secos na temperatura ambiente ou em estufa (40-45°C)

5- O granulado é tamisado para calibração do tamanho dos grânulos.

Processo de Granulação

DILUENTES, DESINTEGRANTES, AGLUTINANTES

Page 32: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Granulação em escala industrialLeito Fluidizado:

Permite efetuar mistura dos pos, granulação e secagem no mesmo equipamento com economia de custo, espaço e tempo, entretanto, o investimento inicial é elevado.

Spray drying:Permite obter grânulos a partir de solução ou suspensão de fármaco e adjuvantes, melhorando as propriedades de compactação.

Processo de Granulação

Leito fluidizadoSpray drying

Page 33: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Grânulos efervescentes

Fármaco+ excipiente + bicarbonato de sódio (base) + ácido cítrico (acido)

Efervescência:

Em meio aquoso base e acido reagem liberando gás (CO2), que produz efervescência que mascara sabor desagradável dos fármacos.

Os grânulos efervescentes proporcionam rápida dissolução do fármaco que será absorvido no TGI

Processo de Granulação

Page 34: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Grânulos efervescentes

VANTAGENS: Solução carbonatada e a liberação de CO2 mascaram sabores

salinos e amargos; Os grânulos apresentam vantagem sobre os pós, pelo controle

da velocidade da efervescência - o pó dissolve mais rápido (maior superfície) do que os grânulos que hidratam e dissolvem lentamente.

DESVANTAGENS: Baixa estabilidade, devido a alta reatividade (efervescência); Dificuldade na manipulação (dificuldade de manter os

ingredientes secos durante o preparo e armazenamento)

Processo de Granulação

Page 35: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Comprimidos

Page 36: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Definição Forma farmacêutica mais utilizada por via oral; Formas farmacêuticas sólidas obtidas:

1) Pela compressão de pós ou grânulos utilizando matriz e punções;

2) Pela moldagem forçando o material umedecido no molde (triturados para serem usados no preparo de outra formulação)

Variação: tamanho, forma, espessura, coloração (identificação), dureza, desintegração e liberação (imediata, retardada, repetida e sustentada)

Page 37: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Classificação Liberação imediata Deglutição com água e desintegração no estômago, para liberação das

partículas do fármaco que sofrem dissolução nos fluidos do TGI e posterior absorção no intestino

Aspirina , AAS, Anador

Dispersíveis O comprimido é colocado num copo com água sofrendo desintegração e

solução formada é deglutida Problemas de dores estomacais e gastrite, crianças e idosos que tem

dificuldade de deglutir cp Biofenac dispersível, cataflan D,

Mastigáveis Administrados na cavidade bucal, sendo a desintegração rápida e suave

devido ao ato da mastigação. Indicação: crianças e idosos com dificuldade de deglutição

Ex.: Polivitamínicos e vermífugos (desintegração e dissolução bucal e ação intestinal ou sistêmica)

Antiácidos: (desintegração bucal e ação estomacal)

Page 38: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Classificação Bucal ou pastilhas O comprimido sofre desintegração lenta, o fármaco é liberado lentamente

para ação na cavidade bucal Indicação: administração local (tópica) Ex.: nistatina para tratamento de candidíase bucal Anestésicos e antibióticos para amidalite

Sublingual O comprimido é colocado na mucosa abaixo da língua e sofre

desintegração imediata para liberação do fármaco. Mucosa sublingual: muito úmida, fina e ricamente vascularizada Ação cardíaca: após absorção o fármaco vai direto para o coração Ex.: nitroglicerina para tratamento da angina

Page 39: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Classificação Intravaginal Administração de fármacos na mucosa vaginal Ex.: Naxogin (nistatina, nimizarol e cloranfenicol)

Efervescentes Apresentam um sistema ácido-base (ácido cítrico-bicarbonato) que em

contato com a água produz gás (CO2) que facilita a desintegração do comprimido e dissolução do fármaco (início da ação mais rápida)

Obtidos por compressão dos sais na forma de grânulos ou substâncias que liberam gases em contato com a água

Exemplos: paracetamol, aspirina efervescente, antiácidos (sonrisal)

Page 40: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Classificação Comprimidos obtidos por múltipla compressão Permite veiculação de fármacos incompatíveis em compartimentos

diferentes Melhora a aceitação do produto (Estratégia de Marketing) Existem 2 tipos de sistemas:

Sistema de dupla camada: Ex.: Coristina D

Sistema reservatório:

Page 41: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Vantagens Formas farmacêutica sólida mais estável que a líquida;

Excelente conservação (baixo teor de umidade inibe crescimento microbiano);

Fáceis de serem produzidas em larga escala, o que torna o produto barato;

Doses precisas, quando bem produzidos

Possibilidade de revestimento para proteção do fármaco, liberação modificada (retardada ou repetida);

Facilidade de transporte, administração simples, conveniente, segura.

Page 42: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Desvantagens Fármacos pouco solúveis apresentam baixa absorção

(Classificação Biofarmacêutica: Classe IV)

Desintegração pode causar problemas de irritação gástrica.

Page 43: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Produção de comprimidos Obtidos por compressão de pós e grânulos utilizando matriz

e punções.

FLUIDEZ – escoamento livre do alimentador para a matriz da máquina de compressão/ pode ser melhorada pela adição de lubrificantes e deslizantes

COMPRESSIBILIDADE – pós ou grânulos devem formar uma unidade compacta após compressão/ pode ser melhorada pela adição de aglutinante seco ou úmido.

GRÂNULOS TEM MELHOR FLUIDEZ E COMPRESSIBILIDADE QUE OS POS E POR ISSO SÃO UTILIZADOS NA FABRICAÇÃO DE COMPRIMIDOS

Page 44: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Métodos de preparação Granulação via úmida (grânulos)

Granulação via seca (grânulos)

Compressão direta (mistura de pós)

Page 45: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Métodos de preparação Granulação via úmida (grânulos) Granulação transforma a mistura de pós em grânulos,

melhorando a fluidez e a compressibilidade

Page 46: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Operações da granulação via úmida

1- Mistura (fármaco, diluente, desintegrante)

2- Molhagem dos pós (Solução do aglutinante) e Granulação (Tamis)

3- Secagem do granulado (Estufa)

4- Tamisação (ajuste de granulometria)

5- Mistura (lubrificante e deslizante)

6- Compressão (máquinas excêntricas e rotativas): matriz e punções

MISTURADORGRANULADOR ESTUFA

LEITO FLUIDIZADO

Page 47: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Operações da granulação via úmida

MISTURADOR

GRANULADOR ESTUFA

Profa. Raquel Rennó Braga - Farmacotécnica I

Page 48: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Operações da granulação via úmida

Atualmente a granulação pode ser efetuada em equipamento sofisticado

LEITO FLUIDIZADO: mistura de pós, granulação e secagem é efetuada no mesmo equipamento com economia de custo, espaço e tempo.

Leito fluidizado

Page 49: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Operações da granulação via úmida

Máquina de compressão

Korsch Pharmapress

1.000.000 de cp/h

Page 50: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Operações da granulação via úmida

Excipientes para comprimidos:

DILUENTES:

Excipientes que fornecem volume à formulação permitindo ajuste do peso do comprimido (concentração variável)

Deve ser quimicamente inerte, não higroscópico, biocompatível, possuir boas propriedades

biofarmacêuticas (hidrossolúvel), possuir boas propriedades técnicas (compactabilidade e

capacidade de dissolução), gosto aceitável e baixo custo.

Exemplos: lactose, sacarose

amido, celulose microcristalina, fosfato de cálcio

Page 51: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Operações da granulação via úmida

Excipientes para comprimidos:

DESINTEGRANTES:

Excipientes que promovem a desintegração dos comprimidos (uso de 2 a 10%)

Absorvem água (intumescem), expandem volume e rompem o comprimido.

Exemplos: amido, glicolato de amido sódico, celulose, carboximetilcelulose sódica, polivinilpirrolidona, polivinilpirrolidona de cadeia cruzada (crospovidona – 2 a 5%)

Influência na biodisponibilidade: aumento da área superficial - dissolução

Podem ser adicionados no(a):

Mistura de pós para o preparo do granulado (desintegrante intragranular)

Granulado pronto antes da compressão (desintegrante extragranular)

Page 52: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Operações da granulação via úmida

Excipientes para comprimidos:

AGLUTINANTES:

Excipientes que melhoram as propriedades de coesão entre as partículas possibilitando a formação de grânulos (concentração de 2 a 10%) e conferem maior resistência (dureza) aos comprimidos

Exemplos: soluções de amido (10-20%), amido pré-gelatinizado, glicose (20-25%), sacarose, gelatina, carboximetilcelulose, metilcelulose, polivinilpirrolidona

Molhagem: adição de solução do aglutinante no pó e formação de uma massa úmida e coesa.

CUIDADO: excesso de líquido forma grânulos duros (ruim)

falta de liquido forma grânulos friáveis (desprendem pós)

Page 53: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Operações da granulação via úmidaExcipientes para comprimidos:

LUBRIFICANTES:

Reduzem o atrito entre o comprimido e a superfície metálica da matriz e dos punções facilitando a ejeção do comprimido (concentração de 0,1 a 1%)

Exemplos:

ácido esteárico, estearato de magnésio (0,25 a 2%), parafina líquida

Influência na biodisponibilidade: retardam a molhabilidade e a absorção

CUIDADO: a superfície dos comprimidos podem ficar cobertas com lubrificantes que são hidrofóbicos, retardando a desintegração.

Page 54: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Operações da granulação via úmida

Excipientes para comprimidos:

DESLIZANTES:

Excipientes que melhoram as propriedades de fluxo dos pós ou grânulos do alimentador para a matriz da máquina de compressão

Concentração de 0,1 a 1%

Exemplo: óxido de sílica coloidal (Aerosil)

Page 55: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Operações da granulação via úmidaExcipientes para comprimidos:

MOLHANTES:

Excipiente de fármacos pouco solúveis ou hidrofóbicos para favorecer a molhabilidade. Surfactantes (tensoativos aniônicos e não iônicos)

Influência na biodisponibilidade: facilitam o contato com os líquidos gastrointestinais, facilitando a molhagem e favorecendo a dissolução

Exemplos:

Lauril sulfato de sódio 1 a 2%, docusato de sódio 0,5% (aniônico)

Polisorbato 80, 20, 60, lecitina de soja (não-iônico)

CUIDADO: Tensoativos aniônicos incompatíveis com fármacos catiônicos

Page 56: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas
Page 57: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Compressão

Matriz

Punções

O granulado flui do alimentador para o orifício da matriz;Punção superior desce e comprime o granulado formando o comprimido;Punção superior retrai-se;Punção inferior eleva-se e ejeta o comprimido iniciando um novo ciclo.Ajuste da profundidade da matriz e o volume de granulado ou pó que

preencherá a mesma: determina o peso do comprimido Formato das punções e matrizes utilizados na compressão: determina o

diâmetro e a forma dos comprimidos

Page 58: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Compressão

Matriz

Punções

Page 59: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

CompressãoTipos de máquinas de compressão:

Excêntrica

- Uma matriz/ um par de punções;- Velocidade de compressão: 150 – 200cp/min;- Produção em pequena escala;- Desenvolvimento e escala piloto.

Page 60: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Excêntrica

Matriz

Punções

Page 61: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

CompressãoTipos de máquinas de compressão:

Rotativa

- Varias matrizes/ conjunto de punções;- Velocidade de compressão: 10.000cp/min;- Produção em grande escala;

(600.000 cp/hora)

Page 62: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Rotativa

Page 63: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Métodos de preparação Granulação via seca (grânulos)

A granulação é efetuada pela adição do aglutinante seco como Celulose microcristalina e Crospovidona.

1- Mistura de pós (fármaco, diluente, desintegrante, aglutinante seco, lubrificante e deslizante);

2- Compactação em comprimidos grandes (briquetes);

3- Fragmentação em moinhos, formando grânulos;

4- Tamisação;

5- Mistura (lubrificantes);

6- Compactação a comprimidos.

Método utilizado para evitar a exposição de pós hidrolisáveis e termolábeis a umidade e calor (AAS mantém estabilidade)

Page 64: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Métodos de preparação

Compressão direta A maioria dos fármacos precisa de granulação para produzir

comprimidos: poucos fármacos são grânulos com boas propriedades de fluidez e compressibilidade (KCl, metenamina)

Compressão direta exige excipientes com propriedades de fluidez e compressibilidade

Diluente: Lactose Spray-drying, celulose microcristalina, maltose cristalina e fosfato de cálcio;

- Desintegrantes: amido para compressão direta, carboximetilamido;

- Deslizante: aerosil

.

Page 65: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Métodos de preparação Compressão direta

VANTAGENS: menor número de processos (mistura e compressão)

tornando a produção mais rápida e barata; Estabilidade aumentada (não envolve água); Dissolução mais rápida devido à rápida desintegração em

suas partículas primárias.

DESVANTAGENS: Capeamento devido a incorporação de ar

Page 66: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Problemas do processo de compressão Laminação ou “Binding”

Aspecto: ranhuras, rugosidades, deformações Causas: lubrificação insuficiente, umidade excessiva,

matrizes e punções sujos;

Soluções: Aumento de lubrificante; Aumento do tempo de secagem; Limpeza e ajuste da matriz e dos punções.

Page 67: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Problemas do processo de compressão Capeamento ou “Capping”

Aspecto: comprimidos quebrados e lascados Causas: força de compressão excessiva, ar adsorvido na

compressão direta, falta de aglutinante, secagem exagerada do granulado, matriz e punções sujos,

Soluções: Ajuste da força de compressão; Desaeração do material; Aumento do aglutinante; Limpeza do sistema da matriz e dos punções.

Page 68: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Operações da granulação via úmida x seca

VIA ÚMIDA VIA SECA

Grânulos mais coesos e de maior densidade

Grânulos menos coesos, desintegração e dissolução mais rápida

Mais caro: equipamento para molhar e secar

Menos processos

Emprega água (hidrólise) Não emprega água

Page 69: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Controle de Qualidade Comprimidos

Comprimido e cápsula devem conter a concentração correta do fármaco.

A aparência do comprimido e da cápsula deve ser elegante, e seu peso, suas dimensões e sua aparência devem ser constantes.

O fármaco deve ser liberado de modo controlado e reprodutível.

O comprimido deve possuir resistência mecânica suficiente para resistir à fratura e à erosão no seu manuseio.

Ensaios

Page 70: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Segundo a Farmacopéia Brasileira IV Edição:

Comprimidos e Drágeas:

Pesa-se individualmente 20 comprimidos/drágeas;

determina-se o peso individual de cada unidade e o peso médio;

Não mais que duas unidades fora dos limites tabelados, em relação ao peso médio, para comprimidos e não mais do que cinco para drágeas.

Nenhuma acima ou abaixo do dobro do percentual limite.

Determinação de Peso em Formas Farmacêuticas

Ensaios

Page 71: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Determinação de Peso em Formas Farmacêuticas

Formas Farmacêuticas Peso médio Limites de variação

Comprimidos, núcleos para drágeas, comprimidos efervescentes, comprimidos sublinguais, comprimidos vaginais e pastilhas

Até 80,0 mg

Entre 80,0 e 250,0 mg

Acima de 250,0 mg

±10,0%

±7,5%

±5,0%

Drágeas e comprimidos revestidos Até 25,0 mgEntre 25,0 e 150,0 mg

Entre 150,0 e 300,0 mgAcima de 300,0 mg

±15,0%±10,0%±7,5%±5,0%

Cápsulas duras e moles, cápsulas vaginais

Até 300,0 mgAcima de 300,0 mg

±10,0%±7,5%

Supositórios e óvulos Para todos os pesos ±5,0%

Pós e granulados Até 60,0 gEntre 60,0 e 150,0g

±10,0%±5,0%

Pós estéreis e liofilizados Abaixo de 40,0 mg

Entre 60,0 e 150,0g

Doseamento (±15,0%)±10,0%

Page 72: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Uniformidade de Dose (Conteúdo e Peso)

Uniformidade de Conteúdo (Ensaio analítico individual)

Teste utilizado para garantir posologia correta das formas farmacêuticas sólidas quando:

Quantidade de Fármaco <50 mg

Quantidade de Fármaco <50 % do peso total da unidade de dosagem.

Ensaios

Uniformidade de Dose por Peso

Utilizada quando:

Quantidade de Fármaco >50 mg

Quantidade de Fármaco >50 % do peso total da unidade de dosagem

Page 73: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Determinação de Resistência Mecânica em Comprimidos

Demonstrar a resistência dos comprimidos à ruptura provocada por golpes ou fricção durante os processos de

revestimento, embalagem, transporte, armazenagem, etc.

Dureza

Resistência de um comprimido ao esmagamento ou à ruptura sob pressão radial.

É proporcional a força de compressão e inversamente proporcional a sua porosidade.

Aparelhagens: instrumento manual: Tipo Stokes

instrumento eletro-eletrônico: Tipo Copley, Tipo Schleniger-Erweka

Segundo Farm. Bras. 4ª ed.

Dureza

Friabilidade

Ensaios

Page 74: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Teste consiste em submeter o comprimido a ação de um aparelho que mede a força aplicada diametralmente necessária para esmagá-lo;

Unidades de Medida: Newton (N), kilograma-força (kgf), kilopond (kp)

Força mínima aplicada: 3-4 kgf (F. Bras. IV) ou 30N* amostragem: 10 unidades.

Ensaios

Page 75: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas
Page 76: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Friabilidade

Falta de resistência dos comprimidos à abrasão, quando submetidos à ação mecânica de aparelhagem específica.

Objetivo: Avaliar a capacidade dos comprimidos de suportar a abrasão (choque e/ou atrito) durante os processos de revestimento, acondicionamento e transporte.

Procedimento:

Pesa-se 20 comprimidos e submetê-los à ação do

aparelho. Retirá-los após 100 rotações (5 min)

A perda deve ser inferior a 1,5% do peso, ou conforme a monografia.

Cilindro de 20 cm de diâmetro e 4 cm de espessura.

Velocidade de rotação de 20 r.p.m.

Ensaios

Page 77: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Determinação de Tempo de Desintegração para Comprimidos e Cápsulas

• Oficial nos EUA desde 1950 (USP XV)

• Proposto para assegurar padrões mínimos de desmonte da forma sólida

FF Sólidanão

RevestidaGranulados Partículas

Menores

Fármaco em Solução ou dissolvido

Fármaco na corrente circulatória ou outros fluidos biológicos ou tecidos

DESINTEGRAÇÃO DESAGREGAÇÃO

DISSOLUÇÃO

ABSORÇÃO

Page 78: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

* Formas Mastigáveis e de liberação modificada/controlada não requerem este ensaio

Segundo a Farmacopéia Brasileira IV Edição:

Estado no qual nenhum resíduo da unidade, salvo fragmentos de revestimento ou matriz de cápsulas insolúveis, permanece no aparelho.

OBJETIVO

Determinar se um COMPRIMIDO, revestido ou não, se desintegra em partículas menores ou agregados dentro de

um determinado período de tempo.

Aparatos:

Banho termostatizado (37 ºC ± 1 ºC)

Motor e haste dotado de movimento oscilatório vertical

Sistema de cestas e tubos

Recipiente adequado para o líquido de imersão (água)

Page 79: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Determinação de Tempo de Dissolução para Comprimidos e Cápsulas

Ferramenta importante na Indústria Farmacêutica

Orientar o desenvolvimento e avaliação de formulações e processos;

Controle de qualidade de rotina;

Prever o comportamento in vivo (perfil de dissolução);

Monitorar processos de fabricação após aprovação do produto, minimizando o risco de falta de bioequivalência.

A dissolução de um medicamento é definida como um fenômeno em que um fármaco no estado sólido se libera de

sua forma farmacêutica de administração e entra em solução

Ensaios

Page 80: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Correlação entre a dissolução e a biodisponibilidade de um fármaco:

ALGUNS EXCIPIENTES PODEM RETARDAR A DISSOLUÇÃO DO FÁRMACO E CONSEQUENTEMENTE REDUZIR A ABSORÇÃO DA DROGA (EX. EXCIPIENTES HIDROFÓBICOS).

A PRESENÇA DE ALTAS CONCENTRAÇÕES DE LUBRIFICANTES HIDROFÓBICOS, COMO ESTEARATO DE MAGNÉSIO PODE RETARDAR A DISSOLUÇÃO DA DROGA E COMPROMETER A BIODISPONIBILIDADE DA FÁRMACO VEICULADO.

A ABSORÇÃO DE FÁRMACOS A PARTIR DE FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS, ADMINISTRADAS POR VIA ORAL, DEPENDE DE SUA LIBERAÇÃO,

DA DISSOLUÇÃO OU SOLUBILIZAÇÃO DOS MESMOS EM CONDIÇÕES FISIOLÓGICAS E DA PERMEABILIDADE DAS MEMBRANAS DO TRATO

GARSTROINTESTINAL. PORTANTO, A DISSOLUÇÃO IN VITRO CONSTITUI GERALMENTE EM UMA ETAPA IMPORTANTE PARA SE PREVER O

DESEMPENHO IN VIVO DO FÁRMACO.

Ensaios

Page 81: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Correlação entre a dissolução e a biodisponibilidade de um fármaco:

Ex.: DROGA POUCO SOLÚVEL EM ÁGUA DIFICULDADE DE DISSOLUÇÃO EM MEIO AQUOSO (MEIO GÁSTRICO OU ENTÉRICO)

BAIXA VELOCIDADE POBRE

DE DISSOLUÇÃO ABSORÇÃO

BAIXA

BIODISPONIBILIDADE

ADIÇÃO DE AGENTE MOLHANTE

Ensaios

Page 82: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Liberação Imediata (dissolução no estômago e absorção no

intestino)

Page 83: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Liberação Modificada Retardada (desintegração, dissolução e absorção

intestinal)

Repetida (2 doses)

Sustentada e Controlada (liberação lenta e prolongada)

Vantagens:

Page 84: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Liberação Modificada Sustentada: a concentração sanguínea permanece

acima da dose efetiva por um tempo prolongado. A liberação pode ser sustentada pelo processo de difusão ou erosão.

Page 85: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Liberação Modificada Liberação sustentada por difusão: comprimidos

com sistema reservatório ou matricial Sistema reservatório:

Fármaco encontra-se no núcleo do comprimido com revestimento funcional.

Revestimento contém polímero insolúvel em água e plastificante (confere hidrofilia ao revestimento

Polímero (etilcelulose); Paltificante (sacarose, hidroxipropilcelulose) Água dissolve plastificante formando poros ou canais; A água entra, dissolve o fármaco que é liberado por difusão

Page 86: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Liberação Modificada Sistema matricial:

Fármaco encontra-se homogeneamente disperso na matriz porosa e insolúvel.

Matriz insolúvel: cloreto de polivinila, polietileno ou etilcelulose Água entra pelos poros, dissolve o fármaco que é liberado por

difusão Exemplos: Gradumet® Abbot – sufato ferroso (etilcelulose) Brycanil Duriles ® Astra Zeneca – Terbutalina (etilcelulose)

Page 87: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Liberação Modificada Liberação sustentada por erosão:

Comprimido com matriz hidrocoloidal que absorve água, expande volume, formando uma camada de gel, que libera o fármaco ao sofrer erosão.

Polímero da matriz: hidroxietilcelulose, carboximetilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, Carbopol ®

Exemplo: Klaricid UD (comprimidos de claritromicina de liberação prolongada) - hidroxipropilmetilcelulose

Page 88: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Liberação Modificada Controlada: o fármaco é liberado do comprimido a uma

velocidade constante.

Page 89: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Liberação Modificada Liberação controlada O comprimido é um sistema de

bomba osmótica. O mecanismo de liberação é

controlado por osmose. A água entra pela membrana semi-permeável dissolvendo o fármaco O compartimento osmótico absorve a água e expande o volume

produzindo uma pressão que bombeia a solução do fármaco pelo orifício de saída

Adalat

Oros®

Liberação controlada de

nifedipina (oros osmotic)

Page 90: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Liberação Modificada Características do fármaco: Não ter velocidade muito lenta nem muito rápida de

absorção e excreção; Ser uniformemente absorvidas no TGI; Ser administrado em doses relativamente pequenas; Ter boa margem de segurança; Usados no tratamento de condições crônicas em vez de

agudas.

Page 91: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Liberação Modificada Repetida: comprimidos com 2 doses do fármaco

liberados em tempos diferentes cujo objetivo é reduzir a frequência de administração.

Page 92: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Liberação Modificada Repetida: Mecanismo de liberação: 1° dose do fármaco: liberada a partir de uma camada mais

superficial 2° dose do fármaco: liberada a partir de um núcleo

revestido com uma membrana que rompe 6 horas após administração (liberação intestinal)

Polímero formador de membrana: Acetoftalato de celulose, Eudragit® (polímeros para revestimento gastro-resistente), goma laca (ácido graxo).

Proventil retabs ® (albuterol) Polaramine retabs ®

Claritin D ® 24horas

Page 93: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Liberação Modificada Retardada:comprimidos com revestimento gastro-

resistente que atravessam o estômago inalterados mas sofrem desintegração no intestino.

Page 94: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Liberação Modificada Retardada: Veiculação de fármacos degradados pelo ácido estomacal ou irritantes

da mucosa gástrica (diclofenaco sódico, KCl, sulfato ferroso) Fármacos absorvidos no intestino (evita perda no TGI)

Mecanismo de liberação:

Polímeros gastro-resistentes: goma laca, acetoftalato de celulose, eudragit

Exemplos: Ecotrin (ácido acetilsalicílico)

Page 95: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas

Page 96: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Forma farmacêutica sólida destinada a encapsulação de fármacos sólidos, semi-sólidos e líquidos em invólucro gelatinoso;

Administrado por via oral;

O invólucro é hidrossolúvel e rompe para liberação do fármaco

Cápsulas

Page 97: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Classificação

Tipo: Cápsulas de gelatina dura (pós, semi-sólidos) Cápsula de gelatina mole (soluções, suspensões)

Tamanho: Cápsula Microcápsula Nanocápsula (nanotecnologia)

Liberação: Imediata Modificada (retardada, repetida, prolongada)

Page 98: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Vantagens

Formas farmacêuticas sólidas mais estáveis que líquidas;

Apresentam doses precisas quando bem elaboradas;

Possibilidade de ajuste de dose quanto ao peso e idade;

Mascara odor e sabor desagradável de fármacos;

Melhor proteção do fármaco quanto à oxidação, fotólise e hidrólise;

Facilidade de administração e conveniência para o paciente.

DESVANTAGEM: Idosos e crianças tem dificuldade de engolir preparações sólidas

Page 99: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina dura Cápsula formada de invólucro gelatinoso, duro e

hidrossolúvel.

Forma ovóide,

Coradas, opacas ou transparentes

Utilizadas na encapsulação de pós e grânulos

Invólucro: GELATINA NF: obtida da hidrólise parcial do colágeno de pele e ossos de animais;

Água, Açúcar, Opacificante (TiO2) e Corante

Vit C = cápsula opaca para evitar oxidaçãoParacetamol = cápsula opaca pois degrada com a luz, umidade e calor

Page 100: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina dura

Gelatina: Solúveis em água a 37°C; HPMC: solúveis em temperaturas baixas (10°C); Amolece quando absorve até 10x seu peso em água; Solúvel em água quente e no líquido gástrico e rapidamente

libera seu conteúdo; Teste desintegração.

Page 101: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina dura

Fechamento da cápsula:

Corpo + tampa(mais utilizada)

Corpo + tampa + selante

Corpo + tampa com lacre

Componentes: Corpo: parte que recebe a

formulação Tampa: lacre a cápsula

Page 102: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina dura

Especificações de qualidade:

Conteúdo de umidade (dessecação a 105ºC): 10 a 16% Dimensões: de acordo com sua forma e tamanho Solubilidade: mínimo 15minutos sem se dissolver na água a 25ºC

e devem dissolver em 15 minutos em contato com HCl 0,5% p/v a 36-38ºC

Resistência à fratura: não devem quebrar ou rachar facilmente Defeitos do invólucro: críticos maiores ou menores

Armazenamento e conservação: Alta umidade: amolecem Baixa umidade: tornam-se quebradiças UR entre 30 – 40% e max 60%UR Temperatura entre 20-25ºC

Page 103: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Capsulas de gelatina dura

Enchimento: se o fármaco ocupar menos de 90% do volume da cápsula devemos adicionar diluente

I) EXCIPIENTES

Diluente: são excipientes que aumentam o volume da formulação até uma quantidade manipulável, possibilitando enchimento correto da cápsula (concentração variável)

Exemplos:

Diluentes solúveis: lactose, sorbitol, manitol

Diluentes insolúveis: amido, celulose microcristalina, fosfato de cálcio

Page 104: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina dura

I) EXCIPIENTES

Desintegrante: são excipientes que promovem a desintegração da massa de pó, facilitando a dissolução do fármaco (empregados na concentração de 2 a 10%)

Polímeros: absorvem água, expendem volume desintegrando a massa de pó.

Exemplos: amido, glicolato de amido sódico, celulose, carboximetilcelulose, polivinilpirrolidona de cadeia cruzada (Crospovidona®)

Page 105: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina dura

I) EXCIPIENTES

Lubrificantes: são excipientes que reduzem a adesão entre pós ou grânulos e as superfícies metálicas (concentração 0,1 -1%)

Exemplos: Acido esteárico, estearato de magnésio (até 1%), talco

Deslizantes: são excipientes que melhoram as propriedades de fluxo dos pós e grânulos, facilitando o enchimento das cápsulas (concentração 0,1 -1%)

Exemplos: Óxido de sílica coloidal

LSS até 2% neutralizar forças eletrostáticas e facilitar o processo de encapsulação

Page 106: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina dura

I) EXCIPIENTES

Molhante: facilitar o umedecimento da substância farmacêutica pelos líquidos gastrintestinais, ampliar a dissolução de fármacos pouco solúveis.

Quando a gelatina se dissolve, o líquido precisa deslocar o ar que circunda o pó seco dentro da capsula e penetrar no fármaco antes que o conteúdo da cápsula seja disperso e dissolvido.

Fármacos pouco solúveis flutuam na superfície do líquido, quando o umedecimento não é imediato, a dissolução é retardada.

Exemplos: LSS

Page 107: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina dura

I) EXCIPIENTES

Aglutinantes: são excipientes que melhoram as propriedades de adesão entre as partículas do pó possibilitando a formação de grânulos

Exemplos: Solução de glicose, sacarose, amido, gelatina, polivinilpirrolidona, carboximetilcelulose

Grânulos que têm melhores propriedades de fluxo que os pós.

Page 108: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina dura

II) REDUÇAO DO TAMANHO DAS PARTÍCULAS

“Tamanho de partículas semelhante garante mistura de pós uniforme”

TrituraçãoGral+pistilo= farmacia

Moinho de bolas= indústria(martelos, pinos e facas)

Page 109: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina duraIII) TAMISAÇAO

“Uniformização do tamanho de partículas evita segregação dos pós”

IV) PESAGEM E MISTURA DOS PÓS

Page 110: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina dura

IV) ENCAPSULAÇAO

Farmácia Magistral

Placa encapsuladora

Page 111: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina dura Escolha do tamanho da cápsula:

O tamanho da cápsula varia com o volume de enchimento

Escolha depende do volume ocupado pela massa de pó por cápsula

Escolher a menor cápsula de acordo com a dosagem

Tamanho Volume de enchimento (mL)

5 0,13

4 0,20

3 0,28

2 0,37

1 0,48

0 0,67

00 0,95

000 1,36

Page 112: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina dura

Exercício: Como determinar o tamanho da cápsula para enchimento do fármaco A?

Escolher o tamanho da cápsula na tabela baseando-se no volume Para v= 0,21mL escolher capsula n°3 (v= 0,28mL) Completar o 0,07mL com diluente Utilizar a densidade da lactose (0,62g/mL) para calcular a massa do

diluente Pesar o fármaco e o diluente, misturar e encher as cápsulas.

Formulação:

Fármaco A------- 200mg

Preparar 20 cápsulas

Massa de fármaco (m)= 0,2g (por cápsula)Densidade do fármaco (d)= 0,95g/mLd = m/vVolume (d) = 0,21mL

d = m/v0,62= m/0,07mLm= 0,0434g

Page 113: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina dura

Operação para enchimento manual:

Cápsulas são abertas manualmente; O corpo é colocado nos orifícios da placa; Pó é distribuído sobre a superfície com o auxílio de uma

espátula; Cápsulas são fechadas com a tampa, retiradas da placa e

limpas.

Page 114: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina dura

Indústria farmacêutica: Máquinas de enchimento de cápsulas com pós ou grânulos.

GRÂNULOS: têm melhor propriedade de fluxo do que os pós e são mais fáceis de encapsular

Produção: 200.000cápsulas por hora

Page 115: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina dura

Farmácia Magistral:

Tamanho ideal de partículas; Caráter hidrofílico da massa de pós; Solubilidade do fármaco e adjuvantes; Adição de adjuvantes de dissolução, molhantes,

desintegrantes; Homogeneização adequada da mistura (uniformidade de

dose); Cálculos e escolha da cápsula; Enchimento das cápsulas.

Page 116: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina mole

Cápsula constituída de invólucro gelatinoso, flexível e hidrossolúvel;

Forma elíptica ou esférica;

Parede pode ser colorida ou transparente;

Matriz líquida ou semi-sólida.

Page 117: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina mole

Que tipos de formulações podem ser encapsuladas?

Limitações: formulações com alto teor de água (soluções) que rompem a parede.

Page 118: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de gelatina mole

Conteúdo:

Fármacos líquidos, em solução ou suspensão; Alternativa para cápsula dura: ubstâncias voláteis ou

suscetíveis à deterioração em contato com o ar

Líquidos não miscíveis em água, voláteis e não voláteis, como óleos vegetais e aromáticos, hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos, hidrocarbonetos clorados, éteres, ésteres, álcoois e ácidos orgânicos

Líquidos miscíveis em água e não voláteis como PEGs e agentes tensoativos não iônicos de superfície, como polissorbato 80

Compostos miscíveis em água e relativamente não voláteis, como propilenoglicol e álcool isopropílico, dependendo de fatores como concentração e condições de embalagem

Page 119: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Vantagens

Grande capacidade industrial; Atraentes e facilmente deglutidos; Excelente estabilidade (fármaco protegido pela matriz e

cápsula); Melhor biodisponibilidade para alguns fármacos;

Page 120: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Produção

Formulação: Gelatina (63 – 47%) Plastificante (29-48%) – glicerina, propilenoglicol Modificador (X-Y%) – TiO2, corantes Água (5-8%)

Operações:

1) Preparação das fitas de gelatina mole2) Injeção da formulação entre as fitas3) Corte e lacre4) Ejeção, lavagem e secagem da cápsula

Page 121: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de liberação modificada

RetardadaRepetidaProlongada

Page 122: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de liberação modificada

Retardada: cápsulas ou grânulos com revestimento gastro-resitente que atravessam o estômago inalterados mas sofrem desintegração no intestino liberando o fármaco

Page 123: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de liberação Retardada

Revestimento gastro-resistente pode ser efetuado

Cápsulas de gelatina dura

Cápsula s de gelatina mole

Grânulos (revestido e encapsulado)

Utilização: veiculação de fármacos degradados pelo ácido estomacal ou irritantes da mucosa gástrica (diclofenaco, KCl, sulfato ferroso)

Polímeros: acetoftalato de celulose, Eudragit®

Page 124: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Mecanismo de liberação Retardada

Estômago (pH 1-3) Intestino (pH 6-8)

Grânulo atravessa o Dissolução do revestimento

estômago intacta Liberação do fármaco

Exemplo: Prevacit

Page 125: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de liberação modificada

Repetida: liberação de 2 doses do fármaco por cápsula para redução da frequência de administração.

Page 126: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de liberação Repetida

Preparação A formulação contendo o fármaco é granulada; Parte dos grânulos é revestida com polímero gastro-resistente; A cápsula é enchida com grânulos com e sem revestimento. Polímero: Acetoftalato de celulose, Eudragit®

Page 127: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de liberação Repetida

Mecanismo de liberação 1° dose do fármaco é liberado a partir de grânulos sem

revestimento 2° dose do fármaco é liberada a partir dos grânulos revestidos

8 horas após a administração

Page 128: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de liberação Prolongada

Característica de cápsulas com matriz hidrocoloidal ou grânulos revestidos que prolongam a liberação do fármaco.

Velocidade de liberação é lenta mas não constante.

Page 129: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de liberação Prolongada

VANTAGENS Manutenção dos níveis terapêuticos ótimos com o mínimo de

flutuações. Redução da frequência de administroções e efeitos colaterais Prolonga o tempo de ação de fármacos com meia-vida curta Otimização do tratamento e melhor qualidade de vida do

paciente

DESVANTAGENS Custo (medicamento caro)

Page 130: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de liberação Prolongada

TECNOLOGIA Cápsulas com grânulos revestidos A formulação contendo o fármaco é granulada; Parte dos grânulos são revestidos a base de polímero pouco

solúvel em água e plastificante. Polímero: etilcelulose Plastificante: sacarose, hidroxipropilcelulose (confere hidrofilia

à parede) A cápsula é enchida com os grânulos sem revestimento e

grânulos com revestimento de espessuras diferentes.

Page 131: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de liberação Prolongada

Cápsulas com grânulos revestidos Mecanismo de liberação: Após administração a cápsula rompe e libera os grânulos

Os grânulos liberam o fármaco em pulsos, sustentando a liberação

1° pulso de liberação: grânulos sem revestimento; 2° pulso de liberação: grânulos com revestimento fino; 3° pulso de liberação: grânulos com revestimento espesso.

Ex.: Cápsulas Spandule

Page 132: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de liberação Prolongada

Cápsulas com matriz hidrocoloidal Preparação: Fármaco e polímero formador de matriz são pesados e

misturados Cápsula é enchida com a mistura;

Polímeros: hidroxietilcelulose, carboximetilcelulose e metilcelulose

Page 133: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Cápsulas de liberação Prolongada

Cápsulas com matriz hidrocoloidal Mecanismo de liberação: Após rompimento da cápsula a matriz absorve água, expande

volume, formando uma camada de gel que limita a entrada de água e a difusão do fármaco.

A liberação do fármaco ocorre pela erosão do gel ao redor da matriz.

Ex.: Valrelease®

Page 134: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Comprimidos revestidos

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O revestimento de comprimidos consiste na aplicação de um material sobre a superfície externa de um comprimido com a intenção de conferir benefícios e propriedades à forma farmacêutica em relação à não revestida.

Motivos para revestir um comprimido: Proteção dos componentes (luz, umidade); Mascarar sabor desagradável do fármaco; Facilitar a deglutição em relação ao não revestido; Coloração, polimento brilhante: promover a venda, reforçar

identificação de determinada marca comercial; Resistência mecânica adicional ao comprimido.

Comprimidos Revestidos

Page 136: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Revestimento peliculado: Envolve a deposição, normalmente por meio de um método de aspersão, de

uma fina película de polímero ao redor do núcleo comprimido. Líquido de revestimento: polímero em meio líquido + pigmentos e

plastificantes.

Revestimento com açúcar ou drageamento: Aplicações sucessivas de soluções que contêm sacarose à núcleos

comprimidos;

Revestimento a seco: Compactação de um material granulado ao redor de um núcleo previamente

formado, empregando-se maquinas de comprimir parecidas com as utilizadas na fabricação dos próprios núcleos

Fármaco 1

Fármaco 2

Page 137: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Revestimento Peliculado Técnica mais moderna e mais

frequentemente empregada no revestimento de comprimidos:

Envolve a deposição, normalmente por meio de um método de aspersão, de uma fina película de polímero ao redor do núcleo comprimido.

Líquido de revestimento: polímero em meio líquido + pigmentos e plastificantes.

A solução é aspergida sobre os comprimidos. Secagem para remoção do solvente deixando depósito fino do

material de revestimento ao redor do núcleo comprimido.

Page 138: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Revestimento Peliculado Polímero Boa solubilidade em fluidos aquosos; Baixa viscosidade (aspersão fácil); Barreira eficiente contra permeação de vapor de água ou

outros gases da atmosfera; Resistência elevada ao impacto e abrasão.

Derivados da celulose (hidroxipropilmetilcelulose); Copolímeros de ésteres de amino-metacrilato.

Page 139: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Revestimento Peliculado Plastificantes

Solúveis em água (método de aspersão); Modificar as propriedades físicas do polímero; Interposição das moléculas entre as cadeias do polímero

facilitando o livre movimento e consequentemento o polímero apresenta um comportamento mais flexível.

Polióis (PEG 400); Ésteres orgânicos (dietilftalato); Óleos e glicerídeos;

Page 140: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Revestimento Peliculado Corantes

Insolúveis em água (pigmentos); Estabilidade frente à luz, proporciona melhor opacidade e

recobertura de pós, promove impermeabilidade da película ao vapor de água.

Pigmentos a base de óxido de ferro; Dióxido de titâneo; Lacas de alumínio.

Page 141: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Revestimento Peliculado Solventes

Solvente orgânico x água Solvente orgânico: meio ambiente, segurança, custo, resíduos;

Etanol/ água Acetona/ água Etanol/ isopropanol

Page 142: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Revestimento Peliculado• Processo• Atomização (aspersão) das soluções ou suspensões de revestimento

sobre a massa em movimento dos comprimidos;• Movimentação adequada dos núcleos para garantir que cada núcleo

passe pela zona de aspersão: revestimento contínuo e uniforme.

• Defeitos de processo: secagem não apropriada -revestimento adere a outro comprimido e quando quebra deixado o núcleo exposto

• Defeitos de formulação: composição da solução

de revestimento gerando fraturas

(avaliar as propriedades mecânicas do filme)

Aspersão e evaporação do liquido

Page 143: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Revestimento Peliculado Processo Atomização (aspersão) das soluções ou suspensões de

revestimento sobre a massa em movimento dos comprimidos; Movimentação adequada dos núcleos para garantir que cada

núcleo passe pela zona de aspersão: revestimento contínuo e uniforme.

Aspersão e evaporação do líquido

Deposição da dispersão polimérica

Compactação e deformação polimérica

Coalescência em filme continuo

Page 144: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Drageamento Aplicações sucessivas de soluções que contêm sacarose à

núcleos comprimidos; Utiliza-se este processo para se obter comprimidos revestidos

visando minimizar a degradação , mascarar o gosto ou aroma da forma farmacêutica, facilitando sua deglutição e diminuindo a friabilidade.

É realizado em bacias de aço inox ou de cobre, providas de turbinas de ar quente, possuindo em média 90 cm de diâmetro.

Em geral, são capazes de produzir até 120 000 drágeas e possuem inclinação e velocidade variáveis.

Page 145: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Etapas do Drageamento FASE 1- CAMADA ISOLANTE CAMADA ELÁSTICA CAMADA ALISANTE FASE 2- ADIÇÃO DE XAROPE FASE 3-POLIMENTO. 

Page 146: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Etapas do Drageamento

FASE 1- CAMADA ISOLANTE

Evita a degradação por oxidação ou hidrolise dos PAs dos comprimidos

SUBSTÂNCIAS ISOLANTES: goma-laca, PVP. e Acetoftalato de celulose.

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Etapas do Drageamento

FASE 1- CAMADA ELÁSTICA: Reduz a friabilidade do comprimido sendo assim denominada por

levar gelatina em sua composição. Após sua adição se adiciona um lubrificante.

FÓRMULA GERAL:GELATINA........................ 60gGOMA ARÁBICA.............. 60gAÇÚCAR..........................1500gÁGUA............................1000ml

  PROCEDIMENTO: PREPARAR O XAROPE , AQUECER A BACIA A 70-80-C E ADICIONAR O

XAROPE LENTAMENTE COM AGITAÇÃO CONSTANTE NA BACIA. POSTERIORMENTE SE ADICIONA O LUBRIFICANTE,AMIDO OU TALCO. REPETIR A OPERAÇÃO 4 VEZES COM UM INTERVALO DE 15 A 20 min. ENTRE ELAS.

Page 148: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Etapas do Drageamento

FASE 1-CAMADA ALISANTE:

Utilizada para tornar o comprimido mais uniforme. Em geral utilizam-se soluções açucaradas.

O PROCEDIMENTO DESTA ETAPA É SEMELHANTE AO EMPREGADO PARA A CAMADA ELÁSTICA.

Page 149: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Etapas do Drageamento

FASE 2- ADICAO DE XAROPE

ADICIONA-SE XAROPE FEITO A FRIO PARA SE OBTER COLORAÇÃO BRANCA NA DRÁGEA , ESTE DEVE ESTAR DILUÍDO 1:1 PARA PRODUZIR A UMIDADE NECESSÁRIA PARA O POLIMENTO.

PARA DRÁGEAS COLORIDAS, DEVEMOS UTILIZAR SOLUÇÕES DE 0,5 a 1,0 % DE CORANTES SENDO ESTES, OS MESMOS EMPREGADOS NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS.

 

Page 150: Tecnologia de sólidos Pós e granulados, comprimidos e cápsulas

Etapas do Drageamento

FASE 3- POLIMENTO

CONSISTE NA ETAPA DE POLIMENTO DAS DRÁGEAS ONDE SE UTILIZAM CERAS NATURAIS OU SINTÉTICAS DILUÍDAS EM SOLVENTES ORGÂNICOS COMO O ÉTER ETÍLICO OU ETANOL.

FORMULAÇÕES:CERA BRANCA............................... 3,0gCERA DE CARNAÚBA.................... 6,0gSOLVENTE qsp. .............................400ml

OUCERA BRANCA...............................1,0gCERA DE CARNAÚBA...................2,0gPARAFINA........................................1,0gCLOROFÓRMIO...............................150g

 

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Etapas do Drageamento

PROCEDIMENTO

Adicionamos as drágeas na bacia junta-mente com a solução de polimento, deixando agitar por 30 min.. após este período,passamos as drágeas para turbina de polimento(revestida de camurça ou flanela) deixando agitar por 2hs.

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Drágeas gastro-resistentes

São revestimentos que não se dissolvem no estômago, e sim ,no intestino no tempo máximo de 60min. para tal, empregamos os processos normais de drageamento utilizando, todavia , substâncias insolúveis em meio ácido,como a queratina acética, a goma laca e o aceto-ftalato de celulose. As aplicações destas soluções deve se realizar com intervalos de 5 a 6 min.

  FÓRMULAS USUAIS: ACETO-FTALATO DE CELULOSE ..................12g FTALATO DE ETILA..........................................3,0g ÁLCOOL ISOPROPÍLICO................................... 43g ACETATO DE ETILA.......................................... 43g.

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Drageamento x revestimento peliculado

Características

Drageamento Revestimento peliculado

Comprimidos

aparência Arredondados, elevado nível de polimento

Contornos do nucleo original são preservados. Normalmente não são tão lustrosos quanto as drageas

Aumento de peso devido aos materiais de revestimento

30-50% 2-3%

Processos

Etapas Processo multiestagio Normalmente única etapa

Duração usual por lote

8 horas ou mais 1,5 – 2horas

Revestimentos funcionais

Não são possiveis normalmente, exceto revestimento entérico

Facilmente adaptavel para liberação controlada

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Revestimento a seco

Compactação de um material granulado ao redor de um núcleo previamente formado, empregando-se maquinas de comprimir parecidas com as utilizadas na fabricação dos próprios núcleos.

fármaco 1

fármaco 2

Separar componentes quimicamente incompatíveis.