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TÉCNICAS DE UNITIZAÇÃO DE CARGAS EM PALETES
Autor: Fernando Henrique de Almeida Sobral
1. Introdução
A ciência de unitização de carga para o
transporte envolve dois conceitos relativamente
novos no Brasil. São os conceitos de logística e de
embalagens de transporte. A logística estuda
formas de suprir e distribuir mercadorias. Tem na
unitização de cargas aliada a movimentação
mecanizada um forte potencial de produtividade e
eficácia. Existem várias formas de unitização de
cargas para o transporte no mundo, porém o
sistema paletizado é aquele que tem demonstrado
o maior crescimento.
Paletes ou estrados são plataformas destinadas a suportar cargas
permitindo a movimentação por meio de garfo, onde os produtos podem ser
unitizados. Os paletes têm como função a movimentação de grande escala. A
palavra palete é uma adaptação do termo inglês "PALLET". Paletes são
dispositivos de unitização de cargas criados para dinamizar a movimentação
mecânica na produção industrial, nos depósitos e tendem agilizar os meios de
transportes no momento de carregamento e descarga.
O conhecimento da logística aplicada à distribuição física dos produtos
reconhece no palete uma alternativa eficiente de unitização, a qual facilita a
movimentação, o transporte e a armazenagem das cargas.
Apesar da obviedade da vantagem do sistema paletizado sobre a
movimentação manual os dois sistemas convivem simultaneamente no Brasil.
O motivo é o custo da implantação do sistema versus o custo de manutenção
do convencional. Não existem estudos sobre quando a movimentação
paletizada é possível, ou quanto de carga há ser movimentada é necessária
para a implantação de um sistema unitizado.
2. Vantagens da Paletização Os produtores, de uma forma geral os atacadistas e as empresas de
armazenagem, que recebem produtos e mercadorias durante a operação
normal ou de movimentação de materiais estão bastante seguros das várias
vantagens na operação de cargas e das economias como resultado da adoção
de um programa de paletização.
Casos recentes onde métodos de movimentação mecânica têm sido
adotados, repetidamente confirmam a validade destes potenciais ganhos
prontamente disponíveis para melhores negócios da empresa. Após a
utilização nos portos como equipamento de movimentação, os paletes
passaram a ser na indústria em geral, e na de bens de consumo em particular,
um importante equipamento de movimentação e armazenagem de cargas
unitizadas.
A NWPMA "National Wooden Pallet & Container Association" norte
americana aponta dezesseis vantagens de um programa de paletização:
1. A melhor utilização dos espaços
verticais, pois um programa de
paletização possibilita uma quantidade
maior de armazenagem em uma dada
área.
2. Redução de acidentes pessoais
na substituição da movimentação
manual pela movimentação mecânica.
3. Economia de 40% a 45% no
custo da movimentação devido a
paletização.
4. O tempo de movimentação fica reduzido. Economia por
homens/horas na eliminação dos sobretempos ociosos.
5. Os paletes carregados permitem a ventilação entre as mercadorias
tanto nos depósitos como durante o transporte
6. A paletização simplifica o controle de inventário.
7. Histórias de casos demonstraram que a adoção de métodos de
movimentação mecânica e de carregamento paletizado resultaram na
eliminação quase total de danos aos produtos.
8. A unitização de cargas sobre paletes reduz o tempo de rotulagem e
as despesas operacionais deste item. Um ou dois rótulos por unidade de
carga elimina a necessidade de identificar cada embalagem do produto.
9. O furto é reduzido quando itens individuais são unitizados por cintas,
faixas ou filmes.
10. A paletização permite uniformizar o local de estocagem resultando
em áreas com aproveitamento racional.
11. Os paletes são a forma natural de subpisos para o qual cintas de
aço podem ser usadas facilmente na ancoragem segura das mercadorias.
12. Uso do palete elimina freqüentes custeios do sistema de transporte
e permite entregas, cargas e descargas dentro de qualquer ponto acessível
por equipamentos de movimentação.
13. Paletes bem adequados na linha de produção elimina interrupções
e gargalos e proporciona maior produtividade.
14. Operários não precisam perder seu valioso tempo para dar apoio na
movimentação de materiais.
15. Corta pela metade o tempo de carga e descarga de caminhões:
(a) redução dos custos de prorrogação no tempo de embarque e
eliminação de (sobretaxa);
(b) a melhor utilização dos equipamentos de carga e descarga;
(c) crescimento do peso de rendas no transporte, otimiza a relação de
caminhões.
16. Tempo de carga e descarga pode ser reduzido com o uso do palete,
resultando em:
(a) rapidez no retorno do caminhão
(b) redução de custos. Economias são claramentes visualizadas
quando realizadas pelo custo de carga e descarga de mercadorias, pois
muitas vezes são maiores naquelas que envolve operação de
transbordo.
3. Tipos e Modelos Existentes A Norma de Terminologia para paletes, NBR 8254 editada em novembro
de 1983, classifica os tipos de paletes de seguinte forma:
Quanto ao tipo de operação:
Palete descartável - Como
alternativa ao palete circulante
debate-se a utilização de paletes
descartáveis que também
apresentam problemas relativos a
custos. Esses paletes acabam
agregando custo ao produto. Outro
problema é o ecológico relativo aos
produtos a serem descartados.
Palete de uso repetitivo - são
aqueles destinados a várias operações de
transporte e/ou armazenamento.
Palete circulante ou retornável - Um dos maiores
usuários de cargas paletizadas são
as indústrias de bens de consumo
que distribuem seus produtos
através dos supermercados. Desta
forma a Associação Brasileira de
Supermercados, conhecida como
"ABRAS", tem procurado a
padronização dos paletes em
função da qualidade, dimensões e
desenho.
Quanto ao modelo:
- Palete de duas entradas - são aqueles que permitem a introdução de garfo somente por dois lados opostos
- Palete de quatro entradas - são aqueles que permitem a
introdução de garfos pelos quatro
lados, conforme Figura 2.
- Palete face simples - são
aqueles com apenas uma face
destinada a receber a carga, conforme
Figura 3.
- Palete face dupla - são
aqueles que possuem uma face
superior para receber carga e
outra inferior para apoio, conforme
Figura 4.
Palete reversível - são
aqueles que possuem duas face
iguais,
- Palete com abas - são aqueles
cuja face superior (ou ambas) se projeta
além dos apoios em lados opostos, de
forma a permitir a inserção de barras ou
cabos de içamento, conforme Figura 6.
- Palete desquinados - são aqueles com os cantos cortados ou
arredondados.
- Caixa-Palete - são aqueles, com três ou quatro paredes, podendo ser
removíveis ou com tampa, conforme Figura 7.
4. Aplicação dos Diferentes Modelos de Palete
Paletes de duas entradas são os paletes fabricados com longarinas.
Existem porém paletes de blocos que possibilitam quatro entradas para garfo e
duas para paleteiras. Os paletes que utilizam longarinas possuem maior
resistência à flexão na transversal das longarinas. Pelo volume de madeira
utilizado ficam também mais pesados.
Paletes de quatro entradas são os fabricados com seis ou nove blocos.
Sua vantagem está na versatilidade para movimentação em cargas blocadas.
Seu desenho sugere menor resistência, porém pode ser compensado
utilizando maior espessuras das tábuas.
Paletes face simples são geralmente utilizados em movimentações
internas. Oferecem facilidade na movimentação por paleteiras e necessitam de
dispositivo porta-paletes para seu acondicionamento verticalizado. Não são
indicados para cargas pesadas, pois seu desenho possibilita menor resistência
do palete a flexão. A falta de travamento inferior aumenta a possibilidade de
colapso na pregagem do palete se houver arraste das unidade de carga.
Paletes face dupla são os paletes mais utilizados pelo mercado. A
resistência a flexão é maior quanto mais próximo o palete de face dupla estiver
reversível. No empilhamento blocado das cargas fere menos a unidade de
carga de suporte.
Paletes reversíveis são geralmente de melhor qualidade e. utilizados
principalmente para acondicionamento de carga blocadas. Usuários de
sacarias dão preferência aos paletes de face reversível pois são os que menos
danificam a carga de suporte e permitem a melhor estabilidade de pilha.
Paletes com abas são geralmente utilizados para exportação, pois nos
portos são movimentados por “slings”. Depósitos que possuem ponte rolante
para movimentação dos materiais também preferem utilizar paletes com asa ou
abas, pois possibilitam a utilização de barras de aço presas a cabos de aço ou
apenas cabos de aço que abraçam os paletes pela lateral.
Paletes desquinados não possuem uso especifico. O desquinamento ou
arrendondamento dos cantos é uma forma de evitar esforços perfurantes nas
cargas.
Caixas-palete são geralmente utilizadas para produtos que não oferecem
regularidade na pilha, ou possuem dimensões muito diminutas.
5. Materiais Utilizados na Fabricação A utilização de madeiras em embalagens e paletes obedece a uma
prática tradicional. A disponibilidade de determinadas espécies na região ou
proximidades tem sido o principal critério de especificação. O dimensionamento
estrutural e os detalhes construtivos são uma decorrência dessa prática. Com
isso, a especificação é feita com base na indicação da espécie conhecida.
Essa prática apresenta o problema de potencial rejeição de espécies
perfeitamente adequadas ao uso porém pouco conhecidas. A exploração
racional, ecológica e economicamente viável de florestas heterogêneas
pressupõe o aproveitamento de uma diversidade de espécies.
O maior problema na especificação de madeiras não tradicionais pode
estar no desconhecimento de suas propriedades e/ou na dificuldade de sua
identificação. O IPT, para encaminhar a solução deste problema, produziu e
publicou uma série de Fichas das Madeiras Brasileiras com micrografias que
auxiliam a identificação visual da espécie e dados sobre densidade, resistência
e retrabilidade das madeiras identificadas.
A especificação da madeira pôr suas propriedades relevantes, como a
resistência à flexão, à compressão ou ao choque, independentemente da
identificação da espécie, é tecnicamente a melhor forma de controlar a
qualidade do material pretendido, além, naturalmente, das especificações
dimensionais, de teor de umidade e de limitação de defeitos das peças.
O que impede esse tipo de prática é a dificuldade em realizar testes ou
ensaios de controle da resistência da madeira. O ensaio de flexão é o mais
importante, dada a condição de carregamento mais típica das estruturas de
embalagens e paletes. A dificuldade de realizar este ensaio está ligada à
necessidade de um equipamento relativamente caro para a aplicação e medida
das forças.
A relativa complexidade deste equipamento, com o fato de ter custo
considerável e de ser pouco portátil, torna inviável seu uso em controle da
qualidade da madeira como prática corrente, pôr mais que seja correto,
tecnicamente, especificar a resistência à flexão do material.
Um outro procedimento que teria validade para a avaliação da resistência
da madeira é o da medida da dureza. Para outros materiais, como o aço, há
uma relação muito boa entre a dureza (Brinnel ou Vickers) e a resistência à
flexão, ou o limite de escoamento em ensaio de tração.
Um método de medida da dureza da madeira é o da conhecida como
“dureza Janka”. Uma esfera com área diametral de 1 cm2 é inserida na
madeira na profundidade do raio, e é medida a força necessária para essa
inserção. O equipamento é semelhante ao do ensaio de flexão. Além de não ter
nenhuma vantagem em relação à simplicidade do equipamento, a correlação
entre a dureza Janka e a resistência à flexão é muito pequena.
A partir dos dados tabelados nas tabelas de Propriedades das Madeiras
Brasileiras Viáveis para Construção de Caixas e Engradados, publicadas em
“Manual Técnico - Embalagem e Acondicionamento para Transporte e
Exportação” (1) e nas “Fichas de Características de Madeiras Brasileiras” (2) foi
traçado o Gráfico abaixo, com valores de dureza Janka e carga de ruptura na
flexão para uma série de madeiras.
Um outro método de medida da dureza da madeira, baseado em uma
norma da American Society for Testing and Materials (ASTM D 2396) (3)
destinada ao controle da qualidade de pisos, foi estudado pelo IPT com a
elaboração da norma IPT-NEA 34 - Madeira - Determinação da dureza
dinâmica (método de ensaio), (4). Este método tem as vantagens de usar
equipamento muito simples e de baixo custo, e de apresentar uma correlação
melhor de resultados com a resistência à flexão.
O equipamento para o ensaio de dureza dinâmica nada mais é que uma
esfera de aço com diâmetro de 50 mm que deve cair sobre o corpo-de-prova
de madeira, bem apoiado, da altura de um metro. Pôr uma coincidência, a
energia de impacto, em São Paulo, onde g = 9,79 m/s2, é de 5,0 J. O impacto
da esfera sobre a madeira deixa nesta uma impressão circular (ou levemente
elíptica) cujo diâmetro pode ser medido (em mm). Para facilitar esta medida um
pedaço a ser impactada.
A correlação entre este ensaio e o de resistência à flexão é bem melhor
que o encontrado com a dureza Janka, o que é evidenciado pelo Gráfico a
seguir.
Neste estudo foram analisadas algumas madeiras de espécies mais
usuais para embalagens e paletes. Foram feitos ensaios também com a Imbuia
(Phoebe porosa) mas verificou-se uma grande dificuldade em obter corpos-de-
prova de flexão sem fibras reservas, o que resulta em baixa resistência ainda
que a dureza desta madeira seja elevada.
A irregularidade da madeira exige um número considerável de medidas.
As de tenção de ruptura na flexão foram tomadas com quatro corpos-de-prova
de cada espécie e variedade. As de diâmetro da marca de impacto foram feitas
em um número mínimo de quatro. Os corpos-de-prova de cada ensaio foram
tomados de uma mesma peça da madeira, com teor de umidade já próximo do
de equilíbrio pôr serem peças cortadas e guardadas há tempo.
6. Madeiras mais Indicadas Quanto a decisão para a escolha da madeira, é recomendável à
utilização das reflorestadas, devido a uniformidade das mesmas, mantendo-se
dessa forma um padrão da característica física do palete. O governo brasileiro
incentivou na década de 1960 o reflorestamento das regiões sul e sudeste de
madeiras do gênero Pinus e Eucalipto, entre outras. Essas madeiras são muito
indicadas para produção de paletes e embalagens.
O Pinus possui uma resistência relativamente baixa devendo ser utilizado
para vedação, enquanto o Eucalipto por ser uma madeira dura e resistente
deve ser usado como parte estrutural. O Eucalipto tem necessidade de
cuidados durante o processamento mecânico e durante a secagem, para que
sejam evitadas as rachaduras.
Se a empresa utiliza contentores paletizados de madeira para
movimentação, armazenagem e transporte de componentes de seus produtos,
estes devem ser relacionados quanto as dimensões e outras particularidades.
Deve-se observar as necessidades de uma especificação técnica
detalhada para os produtos, de forma a ter garantias do seu comportamento
estrutural. Para isso devem ser elaborados métodos de verificação da
conformidade às especificações de comportamento (controle de qualidade de
desenvolvimento) e métodos de controle da qualidade de recebimento.
A certificação de modelos pode servir para o desenvolvimento de
fornecedores e de alternativas de detalhes construtivos e dos materiais
(madeiras, pregos, ferragens) mantendo os padrões de desenho e
desempenho, porém permitindo redução de custos por comparação de
alternativas.
Assim o controle de qualidade das embalagens de transporte envolverá
três fases: a de desenvolvimento, aprovação de modelos e a de recebimento.
8. Cuidados no Manuseio Na utilitização das unidades de cargas paletizadas alguns cuidados
devem ser tomados para a conservação do palete e para evitar disperdícios
com os componentes de fixação da carga no palete.
Fabricantes de paletes de madeira recomendam os seguintes cuidados:
1. O usuário deve conhecer a capacidade da empilhadeira ou paleteira
que irá movimentar as cargas no intuito de evitar danos aos equipamentos ou
a unidade de carga.
2. Deve-se também tomar cuidado com obstáculos como pilares,
muretas, canos e outros. As condições do piso devem ser sistematicamente
verificadas. Pulos da empilhadeira devido a irregularidades no piso solicitam
duas vezes mais a resistência a compressão das embalagens.
3. Adequar a abertura do garfo da empilhadeira aos vãos do palete
evitam impactos indesejáveis nas unidades de cargas e preservam o palete.
4. Na movimentação das unidades de carga a empilhadeira deve estar
perfeitamente encaixado para evitar instabilidade de pilha, causada por
inclinações no palete.
5. A distribuição da carga no palete e o planejamento da carga na
sobreposição são importantes para evitar danos nas embalagens.
6. Freiadas bruscas e curvas rápidas desestabilizam a unidade de
carga solicitando maior resistência das embalagens e dos paletes.
7. É recomendável elevar as cargas sempre com a torre inclinada um
pouco para trás inclinando para frente no momento de depositar a carga no
lugar.
8. É importante estar sempre atento à movimentação da carga não
permitindo a permanencia de pessoas sobre o garfo ou sob as unidades de
carga e abaixar completamente os garfos quando estacionar.
9. A aproximação das unidades de carga deve ser lenta, evitando
também partidas bruscas e trancos, tanto na movimentação da carga como
no transporte.
10. No carregamento do caminhão as cargas não devem ser arrastadas
com o intuito de não danificar o palete ou a carroceria dos veículos.
9. Formação das Unidades de Carga São três os métodos de montagem:
- Manual.
- Semi-automática.
- Automática (Paletizadora)
A montagem manual consiste de um ou mais operários arrumando
os itens no palete. Na montagem semi-automática um operário recebe
os itens de um transportador e os arruma, dentro de um padrão de
disposição em camadas e a máquina transfere cada camada para o
palete e o posiciona, enquanto o operador forma uma nova camada e o
procedimento de montagem se repete até a carga estar pronta. O
carregador automático ou paletizadora é uma máquina que recebe
caixas de papelão, sacos, tambores ou latas e os arruma em camadas,
coloca-os no palete e deposita a carga completa em um transportador
para a sua remoção.
Operação com paletizadora - Procedimentos:
O processo básico de formação consiste de uma linha de
alimentação de embalagens sucessivas sobre uma mesa. Quando a
camada é completada, a mesa é removida para depositar a camada no
palete vazio ou sobre a camada anterior. O palete é abaixado em uma
distância igual à altura da camada e então, a placa retorna e a camada é
formada. As embalagens vêm por um transportador dotado de um
contador (isto é, um dispositivo que registra o número de embalagens),
com velocidade e espaçamento uniforme. A unidade de controle,
combina com o dispositivo contador por foto-célula e governa
automaticamente as séries de movimentos necessários para um certo
palete.
Na medida em que as embalagens entram na área de
carregamento, a unidade de controle sinaliza um dispositivo de giro,
geralmente um braço telescópico, quando uma delas deve ser girada a
90º. Quando uma fileira é formada, um empurrador a transfere-a para a
mesa. Se camadas alternadas necessitarem de formações diferentes
nas suas filas, o controle também regulará isto automaticamente.
Os paletizadores podem ser especialmente projetados para
montagem de cargas como tambores, sacos, barris, etc. Existem alguns
equipamentos como paletizadores que operam de dois modos:
removendo as camadas de produtos de cima da carga ou removendo os
produtos de baixo da carga.
Importantes considerações sobre operação com paletizadoras devem ser
consideradas, como:
- tipo do palete
- padrão de cada camada
- se é necessário o travamento da carga
- se o cintamento, estiráveis ou termo-encolhível são necessários
- o produto
- se proibições ou ventilação são necessárias
- se folhas separadoras são necessárias
- qual produto esta para ser movimentado
- qual é a pressa
- quantas dimensões estão para ser movimentadas
- onde a paletizadora será localizada
- qual é a velocidade de alimentação desejada
- uma vez paletizada, qual delas é adequada para a unidade de
carga
- o layout do sistema de carregamento de alimentação da
paletizadora
Filmes termo-encolhíveis (Shrink) e filmes estiráveis (Stretch)
Filmes termo-encolhíveis ou filmes estiráveis são duas formas para
colocar um envoltório tensionador em torno de um produto, um contêiner, grupo
de produtos ou contêineres ou em volta de uma plataforma ou outro transporte
de carga para promover a operação de embalagem e reduzir custos.
Termo-encolhível -(Willian Corbett - Packaging 1985). Acondicionamento
com Termo-encolhível é originário da França em 1936. Envolve o uso de filme
termoplástico que é tensionado ou orientado durante sua fabricação. Tem a
propriedade de encolhimento quando submetido ao calor. Em 1960, o sistema
ganhou popularidade. O processo continuou a oferecer ganhos durante a
década 60. A técnica foi se expandindo como uma aplicação funcional em
enfardamento, aplicação com bandejas e na unitização de cargas em paletes.
Suas maiores vantagens estão na contenção do produto, aparência, proteção,
fixação, limpeza, multi-embalagem e economia.
Pode ser aplicado sobre o produto ou sobre o palete, sendo necessário
um forno de encolhimento. As vantagens desse processo são devido a grande
variedade de termo-encolhível disponível no mercado. O Termo-encolhível é
utilizado para itens pesados, moles e perissíveis
Filmes estiráveis - (Robert A. Le Caire, Jr. - Diretor, Laboratory Services
Packaging/1985) Stretch Wrapping é um processo onde um filme elástico é
tensionado em torno de uma unidade de carga paletizada, de um determinado
item, de um fardo ou embrulho a fim de manter a integridade da carga ou
proteger o produto contra sujeira. Normalmente os produtos embrulhados com
filmes estiráveis são: garrafas de vidro, alimentos para animais, sorvetes,
portas de madeira, latarias etc. A versatilidade do uso do filmes estiráveis é
muito grande.
Filmes estiráveis são aqueles que após sua aplicação mantém o
tensionamento amarrando a carga entre si e o palete. Os filmes também
possuem a função de proteger a carga contra o pó.
Aplicação do filme estirável
Os diferentes tipos de equipamentos para embalagem com filme filmes
estiráveis estão comercialmente disponíveis. Alguns destes sistemas estão
descritos a seguir.
Embalagem por cortina - Na operação de embalagem a
carga passa entre duas
bobinas de filme, onde o filme
é mantido esticado. Quando o
palete passa entre as bobinas,
o filme é mais uma vez
esticado, até envolver
totalmente o mesmo. Quando
todo o palete estiver envolvido,
dois dispositivos de soldagem
se aproximam e selam o filme
estiráveis. O filme é segurado
mecanicamente, até que a
junta esfrie e tenha alcançado
o esticamento máximo. Foi a
partir desse tipo que foi
desenvolvido o maquinário de
maior avanço tecnológico.
Embalagem da largura completa. Outro tipo de embalagem do palete é a máquina de embalagem largura completa. O filme usado tem largura suficiente para embalar a carga em uma rotação. Este princípio requer, entretanto, regulagem da carga com precisão, assim tornando seu uso relativamente limitado. Espessuras adequadas acima de 30 micras.
Embalagem de pequenos pacotes - O último desenvolvimento em
novas aplicações de filme estiráveis é a utilização da embalagem de pequenas
unidades. A tecnologia usada de filmes estiráveis, permite redução significativa
de consumo de material e elimina as bandejas onde os produtos são
normalmente colocados. Esse sistema foi introduzido em 1984, sendo que em
menos de 1 ano haviam várias versões no mercado. Existe um grande
potencial para aplicação deste tipo de filme. A espessura adequada do filme
varia entre 20 a 35 micras.
Embalagem manual combinada a plataforma giratória - A embalagem manual
é o sistema mais simples de se executar. O
rolo de filme é montado em uma estrutura,
onde o desenrolar pode ser diminuído
virando uma manivela. Isto permite um certo
grau de controle do estiráveis. Esse
esquema é muito apropriado para tarefas
como: relacrar cargas que já tenham sido
abertas, reparar embalagens estragadas e
também embalagens normais que não
estejam sujeitas a nenhuma especificação. O
sistema manual também pode ser combinado
com uma mesa giratória acionada por um
motor elétrico ajustado por meio de um
pedal. A espessura adequada do filme é de
20 a 30 micras.
Embalagem rotativa de palete - Esse é um termo genérico para todas as
máquinas baseadas numa mesa giratória combinada com uma estrutrura fixa
onde o filme é colocado. Como o filme se move ao longo da estrutura, a mesa
gira, resultando numa embalagem especial da carga. Esse tipo é de longe o
mais comum, e existe um grande número de diferentes modelos. Pode ser
automatizado para variar o grau, e pode também depositar automaticamente
uma película de filme na parte superior. A capacidade varia entre 15 e 90
paletes por hora. A espessura adequada do filme é de 20 a 30 micras.
9. Projeto e Especificação de Paletes Devido ao volume de dinheiro envolvido nos dispositivos para a unitização
de cargas, vários projetos de aperfeiçoamento experimentais de paletes de
madeira, de aço, de plástico e borracha têm sido realizados, porém um enfoque
maior está sendo dado à especificação. As empresas que estão adquirindo
paletes têm sentido necessidade de atendimento dentro de um bom padrão de
qualidade do produto no momento da aquisição.
O fornecimento com qualidade passa pela especificação do produto.
Existe também grande dificuldade para avaliação das alternativas oferecidas
pelo mercado pela variedade de paletes com custos e benefícios tão
diferenciados. A metodologia adotada para a especificação do palete considera
inicialmente as características da carga. Porém também devem ser
considerados os tipos de embalagem, suas dimensões, densidade e o estado
físico do produto.
Devem ser consideradas também, as possibilidades da utilização de
modelos e dimensões de paletes constantes das normas técnicas brasileiras
e/ou normas internacionais. Exemplos das dimensões constantes das normas
brasileiras que derivam da ANSI ( American National Standards Institute)
propõem paletes com 1100 x 1100mm, 1200 x 1000mm, 1100 x 825mm, 1100
x 1320mm e de 1100 x 1650mm. As normas técnicas internacionais ISO
(International Organization for Standardization) propõem as dimensões de 800
x 1200mm, 1000 x 1200mm, 1140 x 1140mm e para os contêineres Série 2,
paletes de 1200 x 1200mm.
O sistema de movimentação de carga é preponderante na escolha do
desenho do palete. Muitas vezes é o que determina a opção por blocos ou
longarinas na produção do palete. Paletes movimentados por paleteiras devem
possuir uma altura maior que aqueles movimentados exclusivamente pelo garfo
de empilhadeira ou gancho "C", pois a altura da paleteira está entre 8 a 10cm e
o garfo da empilhadeira possui aproximadamente 6cm.
O sistema de armazenagem também é determinante no desenho do
palete. Na utilização do porta-palete sãopreferíveis paletes com longarinas,
devido ao esforço de flexão que existe nesse tipo de estoque de unidades de
cargas. O sistema "drive-in" sugere esforços de flexão em outro sentido que
deve ser reforçado. Nas cargas blocadas, onde uma unidade de carga fica
apoiada sobre a outra, é recomendada a utilização de paletes de face
reversível, ou com face inferior de fechamento mínimo de 40% da área de
apoio do palete. Isto é para evitar que as caixa inferiores amassem orrendo
escorregamento ou rasgo de sacarias.
Armazenagem utilizando "racks" (montantes que se apoiam nos cantos do
palete), também requerem um desenho específico, tendo em vista maior
resistência à flexão nas duas direções e à compressão junto aos cantos do
palete.
A maior interferência do sistema de transporte no modelo do palete é a
dimensão. Não devem ser deixados espaços vagos nas carrocerias devido ao
desperdício nos fretes. Nas cargas com densidade inferior a 300 kg/m3, o frete
é cobrado por volume. Nesse caso o espaço vazio torna-se crítico, havendo
além disso há necessidade de apoio lateral entre as cargas para estabilidade
das mesmas.
A forma de carregamento do veículo também determina o desenho do
palete, pois a existência de docas possibilita a utilização de paleteiras. A falta
de docas impõe a necessidade de carregamento pela lateral do veículo com a
utilização de empilhadeiras.
A especificação de materiais porém acresce o custo do produto, pois na
seleção da matéria-prima para a fabricação do palete há exclusão das peças
não qualificadas em razão dos nós e esmoados identificados na madeira. Por
vezes até 20% das tábuas são recusadas. Apesar do aumento no custo do
produto a empresa usuária prefere, pois ganha na qualidade. Portanto isto
envolve padrões a serem seguidos por todos os fornecedores, onde os custos
apresentados serão relativos a uma mesma qualidade do produto.
10 Identificação das Unidades de Carga As marcações nas unidades de carga não devem visar apenas a
indicação corretamente do destino e do destinatário. Devem indicar claramente
como deve ser manuseada nos diversos pontos de transbordo por onde deverá
passar. No caso de mercadorias perigosas, é extremamente importante indicar
o grau de periculosidade.
Marcações defeituosas ou inexistentes podem levar à abertura da
embalagem para verificar ou comparar com a lista dos volumes ou ter a
entrega atrasada. Falta de rótulos para indicar produtos perigosos ou símbolos
de manuseio pode levara seguradora a estipular uma taxação adicional.
Baseada em milhares de experiências, a Internacional Cargo Handling
Association (Associação International de Manejo de Carga), de Londres,
estabeleceu regras aparentemente simples mas eficazes para marcar
embalagens. entre elas:
marcas e sinais devem ter certa ordem, os dados essenciais
escritos em forma alongada, contornada por traço forte;
em caixas maiores, as indicações devem ser feitas em dois ou
mais lados;
dados essenciais devem ser escritos em letras de pelo menos 3 a
7 centímetros de altura, em tinta de secagem rápida, preta ou azul;
tinta vermelha deve ser reservada para produtos perigosos. Para
embalagem de produtos alimentícios, evitar tintas nocivas a saúde;
não usar rótulos velhos e descoloridos.
Produtos perigosos - químicos, explosivos e outros - devem ser
assinalados por símbolos padronizados, constantes do Código Marítimo
Internacional, adaptados no Brasil pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas. Há símbolos convencionados para todos os tipos de produtos
perigosos, cujos modelos podem ser obtidos nas empresas de transporte.
A falta desses símbolos pode trazer grandes prejuízos e transtornos.
Quando transportadas em navios, por exemplo, embalagens suspeitas de
conter produtos perigosos, ou incorretamente indicados, podem obrigar a
embarcação a permanecer ao largo até serem identificadas.
Há também símbolos para facilitar a operação de carga, descarga,
arrumação de volumes, além de prevenir danos, entre eles, indicações dos
lugares corretos para colocar lingas, garfos de empilhadeiras, centro de
gravidade. Os símbolos, embora adotados por quase todos os países, devem
necessariamente ser acompanhados de explicação nas línguas do exportador
e do importador.
Instruções destinadas basicamente a facilitar o manuseio nos armazéns
do importador e do importador - como local correto para abertura da
embalagem - não têm símbolos padronizados, mas são igualmente
importantes.
11. Controle da Qualidade de Paletes e Unidades de Carga
Métodos de Testes
O comportamento estrutural das embalagens de transporte envolve as
seguintes exigências de desempenho no tocante à resistência:
· ao levantamento por garfo;
· à queda rotacional;
· ao impacto contra o garfo;
· ao impacto contra parede;
· à vibração;
· ao empilhamento.
Os métodos de testes e as intensidades dos mesmos devem ser
propostos com base nos seguintes critérios:
a) observação das condições de movimentação, armazenamento e
transporte usuais e previstas em operação normal da fábrica;
b) utilização de normas internacionalmente reconhecidas;
c) utilização da experiência do IPT já consolidada em normas e
especificações, com testes de modelos aprovados na prática.
Este trabalho foi orientado pela
Prof. Marlene Picarelli da USP e
coordenado pela Comitê de
Unitização de Cargas da ASLOG
Associação Brasileira de Logística –
Com a colaboração do Prof. Ernesto
Pichler
Referências Bibliográficas
1 - MIC/STI/SICCT/IPT/SENAI - Manual Técnico - Embalagem e
Acondicionamento para Transporte e Exportação 1984
2 - IPT - Fichas de Características de Madeiras Brasileiras - 1989
3 - ASTM - D 2396 Simulated Service Testing of Wood and Wood Based
Finished Flooring Ball Indentation, Sec. 18
4 - IPT - Norma IPT-NEA 34 - Madeira - Determinação da Dureza
Dinâmica - Método de Ensaio - 1992
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