técnicas de racionalização de processos

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1 CURSO: ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS PERÍODO: 2/3 CONTEÚDO: B2 DISCIPLINA: Técnicas de Racionalização de Processos PROF: Elizandro S. Maciel 1 TÉCNICAS DE APOIO À MELHORIA DE PROCESSOS Diversas técnicas podem ser utilizadas como apoio à melhoria contínua, à reengenharia e ao projeto de melhoria de processos, tais como a Terceirização, Benchmarking, Parcerias e alianças estratégicas e Prevenção e recuperação de falhas. 2 TERCEIRIZAÇÃO A terceirização é um processo de gestão pelo qual se repassam alguma atividades para terceiros - com os quais se estabelece uma relação de parceria - ficando a empresa concentrada apenas em tarefas essencialmente ligadas ao negócio em que atua. Fatores condicionantes da terceirização: a) Ambiente estratégico - os motivos da existência da empresa, conhecendo e focalizando a sua verdadeira missão, os objetivos e as diretrizes, as políticas gerias e setoriais, a aderência e compatibilidade do negócio, além de um conhecimento amplo do mercado e formas de comercialização. Revisão de objetivos/ diretrizes/políticas.

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Page 1: Técnicas de Racionalização de Processos

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CURSO: ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

PERÍODO: 2/3 CONTEÚDO: B2

DISCIPLINA: Técnicas de Racionalização de Processos PROF: Elizandro S. Maciel

1 TÉCNICAS DE APOIO À MELHORIA DE PROCESSOS

Diversas técnicas podem ser utilizadas como apoio à melhoria contínua, à reengenharia e ao projeto

de melhoria de processos, tais como a Terceirização, Benchmarking, Parcerias e alianças

estratégicas e Prevenção e recuperação de falhas.

2 TERCEIRIZAÇÃO

A terceirização é um processo de gestão pelo qual se repassam alguma atividades para terceiros -

com os quais se estabelece uma relação de parceria - ficando a empresa concentrada apenas em

tarefas essencialmente ligadas ao negócio em que atua.

Fatores condicionantes da terceirização:

a) Ambiente estratégico - os motivos da existência da empresa, conhecendo e focalizando a sua

verdadeira missão, os objetivos e as diretrizes, as políticas gerias e setoriais, a aderência e

compatibilidade do negócio, além de um conhecimento amplo do mercado e formas de

comercialização. Revisão de objetivos/ diretrizes/políticas.

b) A Terceirização e o ambiente político - cada vez mais os governos brasileiros, seja a nível

municipal, estadual e federal, têm considerado a Terceirização como uma forma adequada de

proceder a mudanças estratégicas/operacionais nos órgãos públicos.

c) A Terceirização e o ambiente organizacional - O espaço físico da empresa poderá ser alterado

em função da extinção e criação de novos cargos e consequentemente na mudança do quadro

pessoal.

d) A Terceirização e o ambiente econômico - a estrutura de custos internos deverá ser adaptada à

nova sistemática; avaliação, com freqüência, dos custos terceirizados em relação aos custos

despendidos pela atividade interna.

e) A Terceirização e o tecnológico - necessidade da transferência do conhecimento da utilização da

tecnologia entre o contratado e o contratante.

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f) A Terceirização e o ambiente social - QUANTO À ABERTURA DE NOVOS NEGÓCIOS -

formação de novas empresas. QUANTO A REVISÃO DAS FUNÇÕES DECORRENTES DA

APLICAÇÃO DA TERCEIRIZAÇÃO - o aspecto social das demissões: quando ocorrem demissões

é preciso tentar junto ao fornecedor de serviços que será contratado, se possível, o acolhimento

parcial ou total desta mão-de-obra demitida.

g) A Terceirização e o ambiente jurídico-legal - As experiências de aplicação da Terceirização

trouxeram dúvidas na conceituação jurídica, trabalhista e legal para as empresas brasileiras. Hoje,

está claro que as relações são empresariais e de pessoas jurídicas.

2.1 O processo de terceirização e as atividades que podem ser terceirizadas

O processo de terceirização envolve o relacionamento da empresa que contrata serviços e a empresa

que fornece os serviços.

As atividades terceirizadas:

Tipo 1 - Processo ligado às atividades da empresa - Ex: produção, distribuição, operação;

Tipo 2 - Processos não ligados a atividade-fim da empresa - Ex.: publicidade e limpeza;

Tipo 3 - Atividades de suporte à empresa - Ex.: treinamento, seleção e pesquisa.

Tipo 4 - Substituição de mão-de-obra direta, por mão-de-obra indireta ou temporária.

2.2 As vantagens e os fatores restritivos da terceirização

VANTAGENS: desenvolvimento econômico, especialização dos serviços, competitividade, busca

de qualidade, controles adequados, aprimoramento do sistema de custeio, esforço de treinamento, e

desenvolvimento profissional, diminuição do desperdício, valorização dos talentos humanos,

agilidade das decisões, menor custo, maior lucratividade e crescimento.

FATORES RESTRITIVOS: desconhecimento da Alta Administração, resistência e

conservadorismo, dificuldade de se encontrar a parceria ideal, risco de coordenação dos contratos,

falta de parâmetros de custos internos, custo de demissões, conflito com os Sindicatos,

desconhecimento da legislação trabalhista.

3 BENCHMARKING

Benchmarking é um processo de pesquisa, contínuo e sistemático, onde o administrador realiza

comparações de processos e práticas de sua empresa com os de organizações que são reconhecidas

como representantes das melhores práticas administrativas, para avaliar produtos, serviços e

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3

métodos de trabalho, com o propósito de aprimoramento organizacional, procurando a

superioridade competitiva.

A técnica de Benchmarking visa portanto, o desenvolvimento de estudos que comparem o

desempenho com a concorrência e com referenciais de excelência, objetivando atingir uma posição

de liderança em qualidade. Estes estudos, organizados em projetos, devem identificar serviços e

processos de alto nível de qualidade em outras empresas, ou setores da própria empresa, avaliar

como tais resultados são obtidos, e incorporar o conhecimento, quando aplicável à seus processos e

serviços.

Trata-se de um foco externo nas atividades, funções ou operações internas, de modo a alcançar a

melhoria contínua. Pode ser estabelecido a qualquer nível da organização, em qualquer área

funcional.

Portanto, a essência do Benchmarking consiste na idéia de que nenhuma empresa é a melhor em

tudo o que implica reconhecer que existe alguém dentro do mercado que faz algo melhor do que

nós.

Benchmarking é uma técnica que consiste em acompanhar processos de organizações concorrentes

ou não, que sejam reconhecidas como representantes das melhores práticas administrativas. É um

processo de pesquisa, contínuo e sistemático, para avaliar produtos, serviços e métodos de trabalho,

com o propósito de melhoramento organizacional, procurando a superioridade competitiva.

Isto é, o benchmarking consiste na busca das melhores práticas da administração, como forma de

ganhar vantagens competitivas. Utiliza-se de pontos de referências que funcionam ao invés de criar

algo novo.

O Benchmarking é uma das mais antigas ferramentas de gestão. Seu propósito é estimular e facilitar

as mudanças organizacionais e a melhoria de desempenho das organizações através de um processo

de aprendizado. Isto é feito de duas maneiras:

1. Identificando resultados excelentes, geralmente mensurados através de métricas ou

indicadores. Tais resultados servem de estímulo para os esforços de melhoria e dão uma

garantia de que, através de esforços inteligentes, tais resultados poderão ser igualados.

2. Identificando as chamadas melhores práticas que, geralmente com alguma adaptação à

cultura e às peculiaridades da organização, podem servir de referência para uma mudança

que leve a melhores resultados.

O objetivo principal de se fazer benchmarking é implementar mudanças que levem a melhorias

significativas nos produtos e processos da organização e, consequentemente, nos seus resultados.

Qualquer organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, de qualquer setor ou porte

pode utilizar o Benchmarking para entender e melhorar os seus processos.

O benchmarking é uma das formas mais eficazes de se estabelecer metas e tem um efeito

Page 4: Técnicas de Racionalização de Processos

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motivacional muito grande junto às equipes.

Benchmarking é... Benchmarking não é...

um processo contínuo um evento isolado

uma investigação que fornece informações

valiosas

uma investigação que fornece respostas

simples e "receitas"

um processo de aprendizado com outros cópia, imitação

um trabalho intensivo, consumidor de tempo,

que requer disciplina

rápido e fácil

uma ferramenta viável a qualquer

organização e aplicável a qualquer processo

mais um modismo da administração

3.1 Princípios

O Benchmarking é fundamental porque nos permite vislumbrar oportunidades e também ameaças

competitivas. Isto constitui um atalho seguro para a Excelência, pois utiliza todo o trabalho

intelectual acumulado por outras organizações e evita os erros e armadilhas do caminho.

Obteremos dessa forma um salto quantitativo de desempenho que, para ser bem sucedido, deverá

apoiar-se em alguns princípios básicos:

Reciprocidade: Ao solicitarmos informações estamos automaticamente oferecendo a

contrapartida. Benchmarking só existe como "rua de mão-dupla": não devemos perguntar o

que não poderemos responder em troca.

Analogia: O Benchmarking só é útil se pudermos manter uma analogia com os processos da

nossa organização.

Medição: Não basta obter os índices, é preciso levantar os processos que levaram aos

resultados.

Validação: Benchmarking não é mera copia, é preciso olhar o que foi levantado sob a ótica

de aplicação dessas práticas na própria realidade.

3.2 Aplicação

Na aplicação do Benchmarking, como todo o processo, é preciso respeitar e seguir algumas regras e

procedimentos para que os objetivos sejam alcançados e exista uma constante melhoria do mesmo.

Neste processo existe um controle constante desde sua implantação (plano do processo) até a sua

implementação (ação do processo).

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Implantação: Deve-se avaliar os seguintes fatores: ramo, objetivo, amplitude, diferença

organizacional e custo antes da definição ou aplicação do melhor método pois as necessidades de

cada empresa devem ser avaliadas antes da aplicação do processo.

Implementação: Á semelhança da pesquisa científica, o Benchmarking eficaz vem acompanhado

de um conjunto de objetivos e regras definidos para coleta e análise de dados.

Dessa forma a seqüência da implementação é acompanhada das fases abaixo:

1. Coleta de dados internos

2. Coleta de dados externos

3. Análise das informações do Benchmarking

4. Implementação de um plano de ação

3.3 Tipos de benchmarking

Benchmarking Interno - A busca pelas melhores práticas ocorre dentro da própria organização em

unidades diferentes (outros departamentos, sedes, grupos, etc.). Tem como vantagens a facilidade

em se obter parceiras, custos mais baixos e a valorização pessoal interna. A grande desvantagem é

que as práticas estarão sempre empregnadas com os mesmos paradigmas. Este é o tipo mais

utilizado.

Benchmarking Competitivo - Se caracteriza por ter como alvo específico as práticas dos nossos

concorrentes. Há dificuldades em conseguir parceiras entre concorrentes, e muitas vezes é

necessário contratar uma consultoria externa para obter informações sobre Benchmarking

competitivo. Este se volta para os métodos e as características básicas de produção capazes de

fornecer uma vantagem competitiva sobre os concorrentes diretos da empresa. O objetivo é alcançar

e superar o desempenho dos concorrentes, procurando os problemas no modo como o trabalho é

realizado, e não nas pessoas que o realizam. É na prática o menos usual uma vez que é quase

impossível que as empresas se prestem a facilitar dados que estão ligados diretamente com sua

atividade à concorrência.

Benchmarking por Processo Genérico - Ocorre quando o Benchmarking é baseado em um

processo que atravessa várias funções da organização e pode ser encontrado na maioria das

empresas do mesmo porte como por exemplo o processo desde a entrada de um pedido até a entrega

do produto ao cliente. É neste tipo de Benchmarking onde encontramos a maior parte de exemplos

práticos e nas quais as empresas estão dispostas a trocar informação e a ser mais verdadeiras.

Benchmarking Funcional - Baseado em uma função especifica, que pode existir ou não na própria

organização e serve para trocarmos informações sobre uma atividade bem definida como, por

exemplo, distribuição, faturamento ou embalagem.

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3.4 Benefícios do benchmarking

O principal benefício do benchmarking é a orientação da empresa ao exterior, na procura

permanente de oportunidades de melhoria das suas práticas, processos, custos, prazos, serviço de

entrega conseguindo melhoria da competitividade no geral. É nesta conjuntura actual de mudança

constante que vivem as empresas que fazem do benchmarking uma ferramenta de utilização regular,

não só para conseguir o sucesso esperado mas também para poder sobreviver no mercado. Para

além disso, o benchmarking proporciona outro tipo de benefícios à empresa tais como: (1) facilita o

reconhecimento interno da própria organização; (2) promove o conhecimento do meio competitivo;

(3) facilita a direção por objectivos uma vez que já se conhece a meta final a alcançar; (4) um

exemplo de motor e de mudança que reduz a resistência interna.

É necessário que as organizações que buscam o benchmarking como uma ferramenta de melhoria,

assumam uma postura de "organização que deseja aprender com os outros" para que possa justificar

o esforço investido no processo, pois essa busca das melhores práticas é um trabalho intensivo,

consumidor de tempo e que requer disciplina. Portanto, benchmarking é uma escola onde se

aprende à aprender.

Saber fazer e adaptar benchmarking no processo da organização pode nos permitir vislumbrar

oportunidades e também ameaças competitivas, constituindo um atalho seguro para a excelência,

com a utilização de todo um trabalho intelectual acumulado por outras organizações evitando os

erros é armadilhas do caminho.

Mais do que uma palavra mágica, o benchmarking é um conceito que está alterando

consideravelmente o enfoque da administração, onde o mesmo é composto de atributos que

determinarão o sucesso ou ainda a sobrevivência das empresas.

4 PARCERIAS E ALIANÇAS ESTRATÉGICAS

A aliança estratégica é a união de duas ou mais empresas que possuem um objetivo comum entre si.

Podem se unir de diversos modos e também podem ter um tempo certo para se atingir o objetivo ou

ser permanente.

Devido à concorrência cada vez mais acirrada que as empresas vêm sofrendo, elas sentiam a

necessidade e verificaram a possibilidade de se unirem para se solidificarem frente à outras

empresas, que cada vez mais estão ficando mais fortes. Outros motivos para a sua formação são as

diversas vantagens que podem ser obtidas como a troca de conhecimento e tecnologia, onde uma

empresa que possui know-how para a produção de um item, pode não ter a força da marca de outra

empresa e, ao invés de efetuar elevados gastos para a aquisição de nova tecnologia ou a

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solidificação da marca, unem-se em uma aliança estrategicamente elaborada para que as duas partes

sejam beneficiadas. E por fim, outro motivo alegado pelos estudiosos da área, é a possibilidade de

diluírem seus custos com as empresas pertencentes à união.

A definição de aliança estratégica é mencionada por Lorange e Roos [1996] que, por sua vez, cita a

definição de Root, que propõe características pelas quais podemos caracterizar as alianças

estratégicas:

Nacionalidade e grau de cooperação entre as empresas;

Contribuição de cada empresa decorrente de sua cadeia de valor;

Escopo geográfico e missão (em sentido de cadeia de valor);

Exposição a riscos fiduciário e ambiental;

Relativo poder de barganha e propriedade.

As empresas que desejam formar uma parceria necessitam, antes de qualquer coisa, chegar a um

consenso quanto ao que desejam alcançar, pois embora possam ter objetivos diferentes, precisam

estabelecer objetivos comuns para estabelecerem o cenário. Entretanto a necessidade mútua cria o

compromisso em uma aliança e, uma aliança dura tanto quanto a necessidade mútua. Tão logo se

desgaste o valor de um dos parceiros, o outro tem um motivo para assumir o controle ou abandonar

o negócio.

Outro fator que aumenta o vínculo em parceria é a divisão de riscos, pois ela cria um poderoso

incentivo à cooperação em benefício mútuo, em todos os tipos de cenários. Não se pode pensar em

“franchising” como sendo uma forma de aliança, e com freqüência ele não é, porque muitos dos

contratos colocam grande parte dos ônus sobre os franqueadores.

4.1 Processo de formação

Segundo Lorange e Roos [1996], uma aliança estratégica deve ser estruturada desde que ambas as

partes tenham a intenção estratégica de que a mesma seja realmente bem sucedida. Tem-se

argumentado que intenções estratégicas diferentes entre os sócios são saudáveis.

Para uma aliança estratégica bem sucedida, ambas as partes devem possuir intenções estratégicas

que sejam harmonizáveis, declaradas explicitamente e estabelecidas desde o início. E ela é definida

durante seu processo inicial de formação. É nessa fase que as dimensões analíticas e políticas e os

assuntos devem ser discutidos com clareza e que a base de confiança e harmonia comportamental é

estabelecida.

Analisando o lado político, a parte principal é assegurar que a maioria dos acionistas internos e

externos verá e apoiará os benefícios gerais advindos da aliança estratégica. É desnecessário dizer

que uma aliança estratégica pode ser vista como uma ameaça entre os principais acionistas internos.

Os membros importantes da equipe da alta administração terão dúvidas para apoiar a aliança, a

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menos que tenham a certeza de que ela não ameaçará seus poderes e carreiras. MacMillan e Jones

resumem um conjunto de conceitos-chaves sobre como lidar com acionistas internos para se obter

apoio para a aprovação de uma aliança estratégica:

Deve-se considerar a natureza das dúvidas que serão levantadas pelos acionistas internos.

Deve-se entender o comportamento político individual e o processo pelo qual as coalizões se

formam e evoluem.

Os indivíduos e grupos de uma organização podem empenhar-se em reestruturar as condições,

de modo que apenas as metas de seu interesse sejam perseguidas.

Esses indivíduos e grupos tendem a usar manipulação, barganha e coalizão com grupos de

interesse para atingirem seus propósitos.

As coalizões tendem a desenvolver-se em torno dos assuntos.

Algum controle da estrutura de coalizão pode ser obtido, tornando todos os assuntos visíveis.

Para obter apoio dos acionistas internos, o estrategista político deve antecipar e administrar o

comportamento de coalizão.

O grau de importância da estratégia proposta deve determinar o volume de investimento

empregado no esforço de reestruturação. A obtenção de apoio pode limitar-se ao encontro do

caminho correto para o sucesso, em vez de limitar-se apenas ao lucro, quando os assuntos em

exame são críticos para o sucesso da organização.

Em geral, estes conceitos dizem respeito a duas áreas: como entender melhor o comportamento dos

acionistas internos e os métodos e, como ser bem-sucedido com as coalizões internas, de modo que

a aliança estratégica tenha uma chance real.

Concluindo, o processo de formação de uma aliança estratégica, requer cautelas e muitas vezes

esbarram em questões políticas, legais, econômicas e também com as partes internas e externas que

se relacionam com as empresas. No Brasil, por exemplo, para se formar uma aliança, é necessário

ter a aprovação do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para começarem a

operar e, por vezes, as barreiras impostas podem não compensar o investimento na união das

empresas.

4.2 Tipos de alianças

Alianças informais e contratuais: alianças informais são úteis sempre que os riscos sejam

pequenos. O ponto até onde elas podem ir depende da confiança mútua. A cooperação informal é

um ponto de partida natural para acordos mais formais. Um contrato é um plano mútuo de negócios

legalmente reconhecido, e uma vez iniciada a execução, as mudanças somente serão possíveis se

forem mutuamente aceitas. Portanto os contratos, embora fortaleçam as promessas, restringem a

flexibilidade.

Page 9: Técnicas de Racionalização de Processos

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Alianças de investimento minoritário: uma empresa compra ações de outra como parte de um

relacionamento estratégico mutuamente desejado. A compra de ações é, normalmente, feita visando

ganhos financeiros, que servem a um propósito diferente e possivelmente conflitante. A forma mais

simples de investimento minoritário é usada para se ter acesso a recursos em troca de capital. Mas

as alianças de investimento minoritário têm um potencial ainda maior. Pretendem, entre outras, criar

interesses protegidos e força duradoura.

Empreendimentos conjuntos: Como organização separada, de propriedade de suas empresas

mães, um empreendimento conjunto dá a elas mais oportunidades de divisão do controle do que

outros tipos de alianças. Os empreendimentos conjuntos também têm mais espaços para atritos. As

empresas criam um empreendimento conjunto para satisfazer os seus interesses, separados e

mútuos. As discussões devem cobrir todos os aspectos importantes para cada empresa e para o

empreendimento.

5 PREVENÇAO E RECUPERAÇAO DE FALHAS

O gerente de operações produtivas tem como prioridade ter estratégias que diminuem a

probabilidade de falhas e aprendem com as falhas que acontecem. Afinal, falhas sempre

acontecerão, e, é importante, que sempre existam políticas que ajudem a recuperar as falhas quando

elas ocorrem. A prevenção e recuperação de falhas repercutem na melhoria da produção.

Apesar da nossa classificação de falhas, a origem de todas é o erro do homem. O importante é que

as falhas podem ser controladas até um certo ponto, e também, as empresas podem aprender com

elas e mudar seu comportamento para melhor.

5.1 Falha do sistema

As empresas precisam saber a diferença entre as falhas e prestar atenção nas mais graves, por elas

podem prejudicar o resto da produção.

As coisas falham por vários motivos, temos: dentro da operação produtiva, projetos malfeito,

instalações ou pessoal que falharam; falhas no material ou informações; ações dos clientes.

As falhas de projeto acontecem quando uma característica de demanda não foi bem observada ou

foi mal calculada. Podem acontecer por uma empresa ter uma demanda maior do que a esperada e

não poder atender, ou por ter uma demanda menor e ter produzido mais sem o interesse do

consumidor. O projeto adequado identifica as circunstancias em que a produção deve trabalhar e faz

projetos de acordo com o dia a dia.

As falhas de instalações acontecem por que todas as instalações de uma empresa podem quebrar e

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paralisar alguns setores importantes da produção, causando prejuízos.

A falha de pessoal pode acontecer de dois tipos: erros e violações. Quando acontece um erro, um

funcionário deveria ter feito algo diferente e o resultado é algum desvio significativo da produção

normal. Quando acontece uma violação, aconteceu um procedimento contrario ao definido

normalmente.

As falhas de fornecedores são aquelas em que o prazo de entrega ou a qualidade dos bens e serviços

são ruins. Uma produção que depende muito de fornecedores tem maior probabilidade de falhar.

As falhas de clientes ocorrem quando os clientes usam mal os produtos e serviços. A falta de

atenção do cliente pode causar a falha. As grandes organizações estão treinando clientes para usar

seus produtos mais complexos, diminuindo assim, as chances de falha.

5.2 Medição de falhas

Existem três modos de medir as falhas: taxas de falhas – a freqüências com que uma falha ocorre;

confiabilidade – a probabilidade de uma falha ocorrer; disponibilidade – o período de tempo útil

disponível para a operação.

A taxa de falhas é calculada como o numero de falhas dividido pelo número total de produtos

testados, para se ter a porcentagem, é só multiplicar por 100. E, pode ser calculada também como o

numero de falhas dividido pelo tempo de operação.

As falhas podem acontecer no tempo, pois uma operação depende bastante do tempo. A curva que

descreve a probabilidade de falha é chamada curva de banheira. É analisada em três pontos: a

mortalidade infantil ou etapa de vida inicial, etapa de vida normal, etapa de desgaste.

A curva A, da figura 1.1, mostra uma parte com características de falhas muito previsíveis. Se

sobreviverem à mortalidade infantil (isto é, após o tempos x), é muito provável que sobreviva pelo

menos ate o inicio do desgaste (no momento y). Após o tempo y, entretanto, sua probabilidade de

sobrevivência diminui rapidamente. A curva B, por outro lado, mostra uma parte que é muito

previsível.

As curvas variam de empresa para empresa, dependendo dos recursos humanos e da tecnologia.

A confiabilidade mede como um sistema, produto ou serviço se desempenha em um determinado

período. O efeito que uma falha apresenta para o sistema é a medição da importância de uma falha

específica. E, se os componentes do sistema dependerem um dos outros, é mais fácil de uma falha

ocorrer. Quanto maior o numero de componentes independentes em um sistema, existem menos

chances de correr falha. A medida da confiabilidade de um sistema é dada pela multiplicação da

confiabilidade de todos os sistemas interligados.

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Figura 1.1

O tempo médio entre falhas é dado pelas horas de operação dividida pelo numero de falhas. A

disponibilidade é o tanto que a produção está pronta para ser utilizada

É necessário compreender quais falhas estão acontecendo na produção e porque elas acontecem.

Depois é preciso analisar modos de reduzir as falhas e as conseqüências delas.

5.3 Detecção e análise de falhas

Já que as falhas sempre acontecerão, então é necessário ter-se um mecanismo para percebermos

rápido que uma falha aconteceu e modos de analisar a falha para mostrar sua causa fundamental.

Como vemos na figura 1.2.

Figura 1.2

Existem modos de procurar as falhas como: a verificação no processo (os empregados verificam o

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serviço durante o processo), o diagnóstico de maquinas (teste das maquinas), a entrevista na saída

(um funcionário verifica se o produto é bom e procura descobrir problemas), pesquisas telefônicas

(solicitam opiniões sobre produtos ou serviços), grupos de foco (grupos de clientes pesquisados),

fichas de reclamação e questionários.

A analise de falhas consiste em investigação de acidentes, que minimiza ou eliminam a

probabilidade de ocorrer a falha. Confiabilidade do produto, que é o rastreamento do produto até o

processo em que ele foi produzido, assim os produtos podem ser retirados para verificação mais

facilmente. Analise de queixas, que consiste em ter informações sobre os erros de forma barata e

facilmente disponível. Analise de incidentes críticos, são solicitados quando acontece uma

satisfação ou descontentamento, então, é analisada detalhadamente os fatores para descobrir a falha.

E, por fim, temos a analise do efeito e modo de falhas, que faz três perguntas chave: qual a

probabilidade da falha acontecer? Qual seria a conseqüência da falha? Com qual probabilidade essa

falha é detectada antes que afete o cliente? E é essencial para esse processo, sete passos:

1 – Identificar todas as partes componentes dos produtos ou serviços.

2 – Listar todas as formas possíveis segundo as quais os componentes poderiam falhar

3 – Identificar os efeitos possíveis das falhas.

4 - Identificar todas as causas possíveis das falhas para cada modo de falha.

5 – Avaliar a probabilidade de falha, a severidade dos efeitos da falha e a probabilidade de

detecção.

6 – Calcular o numero de confiabilidade multiplicando as três avaliações entre si

7 – Instigar ação que minimizará falhas nos modos de falhas que mostram um baixo número

de confiabilidade.

Também podemos fazer a analise de arvore de falhas, onde é procurada a origem usando uma

espécie de tabela com “E” e “Ou”.

6 SEIS SIGMA

O programa Seis-Sigma focaliza a prevenção de defeitos e a forma mais rápida e econômica de

produzir, ou seja, busca reduzir ao máximo o desperdício. A qualidade é vista como o valor

agregado por esforço produtivo.

Pysdek (2003) afirma que o Seis-Sigma é uma ferramenta que possui como objetivo implementar

de forma rigorosa, objetiva e eficaz técnicas já comprovadas de qualidade, utilizando-se para isso

da matemática (em especial a estatística) e da mais alta tecnologia.

Page 13: Técnicas de Racionalização de Processos

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A terminologia Sigma é utilizada pelos matemáticos para representar qualquer tipo de variância.

No caso das empresas, pode-se medir seu desempenho pelo Sigma. Normalmente, ele varia entre 3

e 4-Sigma, o que representa um índice de 6,2 mil a 67 mil problemas por milhão de produtos ou

serviços. O Seis-Sigma tem como meta alcançar 3,4 erros por milhão de oportunidades, um nível

muito próximo da perfeição.

A aplicação da ferramenta segue um modelo definido pela sigla DMAIC (sigla em inglês) que

signufica: definir as atividades e os objetivos a serem alcançados; mensurar o sistema e obter

dados; analisar informações para chegar ao objetivo; incrementar os processos para efetivamente

chegar aos resultados e controlar os processos já aperfeiçoados para que melhorem ainda mais.

A implantação do Seis-Sigma passa por seis etapas fundamentais:

Fase de preparação da organização para o sucesso. São ministrados treinamentos

sobre os princípios e ferramentas que serão utilizadas. Cultivar um ambiente propício

à inovação e à criatividade.

Melhora na comunicação com clientes, funcionários e fornecedores assim como o

desenvolvimento de métodos para lidar com as informações sobre os mesmos.

Identificação de obstáculos.

É ministrado treinamento “de cima para baixo” para que todos os funcionários atinjam

os níveis adequados de conhecimento verbal e numérico.

Desenvolvimento de métodos estatísticos para a mensuração do progresso e do

sucesso.

Escolha dos processos empresariais que devem ser melhorados.

Os projetos são conduzidos por funcionários, as equipes são lideradas por green-belts

que por sua vez são assistidos pelos black-belts.

Talvez a grande vantagem do Seis-Sigma seja o fato de, diferente de outras ferramentas para

controle de qualidade (como a Gestão da Qualidade Total), ele utilizar uma metodologia objetiva

para a análise dos resultados, o que garante um melhor controle do programa. Esta idéia é

corroborada por Falconi (2003), orientador técnico da Fundação de Desenvolvimento Gerencial, ao

afirmar que “[...] na FDG aprendemos, por exemplo, que é possível usar intensamente a

metodologia, a tecnologia de informação e a estatística para obter resultados”. É esse o conceito em

que se baseia o Seis-Sigma, o controle através de dados para se obter o melhor resultado possível.

6.1 Programa Seis-Sigma Como Ferramenta Contra Falhas na Produção

As organizações convivem, no setor produtivo, com falhas e problemas de ordem geral que

comprometem a qualidade final do seu produto. Considerando as falhas expostas, o programa Seis-

Page 14: Técnicas de Racionalização de Processos

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Sigma representa uma alternativa para a solução destas falhas e uma garantia de qualidade no

produto final.

O treinamento direcionado aos colaboradores, necessário à implantação do programa, atuaria

diretamente nas falhas pessoais. Reduziria drasticamente os problemas relacionados a erros ou a

descumprimento de normas, dado a rigidez do controle de acompanhamento do programa.

A necessidade de melhoria do fluxo de informações entre clientes, funcionários e fornecedores,

poderia ter como foco tanto as falhas relacionadas aos fornecedores, quanto aos clientes.

Em relação aos fornecedores, o manuseio mais acurado da informação seria uma ferramenta útil na

atuação contra possíveis atrasos na entrega ou mesmo nas especificações dos materiais e da sua

qualidade.

Quanto aos clientes, haveria um contato mais próximo entre funcionários e clientes, permitindo

maior familiaridade do consumidor final com o produto adquirido e um esclarecimento maior no

que tange ao seu manuseio e a especificações técnicas.

O Seis-Sigma representa uma alternativa extremamente atraente no combate às falhas e à busca da

qualidade no setor produtivo dado o rigor que abrange seu processo de implantação, execução e

acompanhamento.

O envolvimento completo da organização no projeto é pré-requisito para o seu sucesso e requer

tempo, pois trata-se de uma mudança cultural que se inicia na cúpula estratégica. Além disso, trata-

se de um investimento representativo, dada a sua abrangência, o que torna ainda mais importante o

completo envolvimento de toda a organização em torno das metas expostas pelo programa.

7 MASP: MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS

MASP é um método gerencial utilizado tanto na manutenção como na melhoria dos padrões. Este

método é peça fundamental para o controle da qualidade e deve ser dominado por todas as pessoas

da empresa. Este método apresenta duas grandes vantagens: possibilita a solução dos problemas de

maneira científica e efetiva e permite que cada pessoa da organização se capacite para resolver os

problemas específicos de sua responsabilidade.

Este método é usado pelas organizações como abordagem para solução de problemas, geralmente

associados a resultados que desviam do padrão esperado de desempenho, e aos quais se dá,

genericamente o nome de problema. O conceito de problema, portanto, é importante para entender o

presente método, e é isso que abordamos no item seguinte.

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7.1 Solucionadores de problemas

Os sistemas administrativos atuais têm o foco no cliente, e os empregados participam das

discussões dos problemas interagindo com seus superiores hierárquicos. Uma empresa não pode se

dar ao luxo de perder as idéias de seus funcionários apenas porque eles não estão em níveis

gerenciais. Os trabalhadores participam das decisões administrativas isto é: administram

participativamente a empresa.

Cabe à gerência treinar seus operadores e supervisores nestas quatro exigências mínimas para

transformar cada um deles em solucionadores de problemas. As pessoas que pretendem resolver

problemas (sejam operadores, supervisores ou gerentes), devem ter algumas qualidades ou devem

ser capacitadas para tal. Eis as qualidades mínimas que precisam ter:

1. Conhecer o processo de aplicação do MASP;

2. Conhecer as ferramentas que a aplicação do MASP usualmente requer (Estratificação, Folha

de verificação, Gráfico de Pareto, Diagrama de Causa-Efeito, Diagrama de Correlação,

gráficos, etc.);

3. Ser capaz de ouvir e conversar com os outros;

4. Ser capaz de considerar o ponto de vista dos outros.

A exigência de conhecer as ferramentas que cada tarefa do MASP geralmente requer é muito

importante: as decisões não são tomadas apenas com base na intuição ou experiência dos

participantes do MASP, mas segundo certas metodologias.

7.2 O método de solução de problemas é constituído por oito processos

Identificar o Problema

- Dentre diversos problemas selecionar o mais importante

- Elaborar o histórico do problema

- Fazer o balanço de perdas e ganhos

- Estabelecer metas a alcançar

- Nomear responsáveis pela execução do MASP

Observar o Problema

- Descobrir as características do problema através de coleta de dados

- Descobrir as características do problema através de observação no local

- Elaborar cronograma e orçamento (para conclusão do MASP).

Analisar o Problema

- Definir as causas mais influentes.

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- Estabelecer hipóteses (definir e justificar as causas mais prováveis)

- Verificar/Testar as hipóteses

- Elaborar contramedidas à causa fundamental e testar a consistência do bloqueio

- Averiguar possíveis efeitos colaterais

Elaborar Plano de Ação

- Definir estratégia de ação

- Elaborar plano de ação

Executar Plano de Ação

- Treinar pessoal

- Realização de medidas para checar resultados obtidos

Verificar Resultados do Plano

- Comparar resultados obtidos com os previstos

- Listar efeitos colaterais não previstos

- Verificar nível de bloqueio observado (grau de eficácia do plano de ação)

Padronizar

- Definir mudanças que devem ser Incorporadas ao Procedimento Padrão Operacional

- Revisar padrão (Modificar / Comunicar)

- Treinar pessoal

- Cumprimento padrão

Concluir MASP

- Elaborar relatório sobre o MASP

7.3 Por que adotar um método de solução de problemas

As organizações necessitam estabelecer uma metodologia de trabalho que as auxilie na escolha do

problema a ser solucionado. Esta metodologia deve ter como base prioritariamente a definição

correta da causa e a escolha da melhor solução. Independentemente de qualquer norma ou

padronização, um método visa organizar a gestão dentro de uma organização. O objetivo é atender

melhor aos clientes, estabelecer melhor desempenho de produtividade e de qualidade – melhorar a

competitividade da organização. Do ponto de vista prático, um método auxilia na gestão dos

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problemas evitando especulações a respeito do problema e utilização de vários caminhos

simultaneamente, de forma descoordenada e sem diretrizes.

O uso do MASP garante uma abordagem lógica e estruturada na solução de problemas. Entendendo

como resolver um problema, mediante o emprego de um processo por etapas pode-se melhor avaliar

e administrar o tempo a ser investido em uma solução. É importante que, seja usada uma linguagem

e abordagem em comum para definir e equacionar os problemas em todos os níveis da organização

– dentro e entre áreas.

O uso do método é em equipe e deve haver consenso conforme critérios de avaliação estabelecidos

na organização. Uma das vantagens é a tratativa que recebe e a priorização das soluções. Com isso,

a equipe pode planejar a atividades, monitorar o seu desempenho, avaliar os resultados e tomar

decisões a respeito do problema e sua solução efetiva. Caso não seja suficiente, é possível a tomada

de decisão para incluir novas atividades ou até mesmo refazer a análise das hipóteses.