tecnicas de diagnostico utilizadas em eng civil
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Tese de mestradoTRANSCRIPT
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TCNICAS DE DIAGNSTICO UTILIZADAS EM ENGENHARIA CIVIL
DOMINGOS MIGUEL FERNANDES FERREIRA DE ABREU
Dissertao submetida para satisfao parcial dos requisitos do grau de
MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL - ESPECIALIZAO EM CONSTRUES
Orientador: Professor Vasco Peixoto de Freitas
JUNHO DE 2013
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MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2012/2013
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Tel. +351-22-508 1901
Fax +351-22-508 1446
Editado por
FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO
Rua Dr. Roberto Frias
4200-465 PORTO
Portugal
Tel. +351-22-508 1400
Fax +351-22-508 1440
http://www.fe.up.pt
Reprodues parciais deste documento sero autorizadas na condio que seja
mencionado o Autor e feita referncia a Mestrado Integrado em Engenharia Civil -
2012/2013 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2013.
As opinies e informaes includas neste documento representam unicamente o
ponto de vista do respetivo Autor, no podendo o Editor aceitar qualquer
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minha Famlia
Uma pessoa inteligente resolve um problema, um sbio previne-o.
Albert Einstein
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AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Professor Vasco Peixoto de Freitas, pela disponibilidade, orientao,
esclarecimento de dvidas e ajuda prestados.
Aos meus amigos pelo apoio e companheirismo ao longo do meu percurso, tanto nos momentos de
trabalho como nos momentos de descontrao.
A toda a minha famlia, pelo apoio e incentivo para trabalhar para atingir os meus objetivos, e de certa
forma me mostrar que realmente vale a pena lutar pelo que gostamos, aproveitando os bons momentos
sem deixar escapar oportunidades que possam surgir.
Mariana, por estar sempre presente e disponvel para dar a sua opinio, sugestes e pela pacincia
ao longo no s deste trabalho, mas tambm de todo curso.
minha irm Bruna, pela companhia e colaborao nos momentos de descontrao.
Por ltimo, aos meus Pais, pelo apoio, compreenso e companhia ao longo da minha vida e,
principalmente por fazerem de mim o que sou hoje e sempre me ensinarem a trabalhar e lutar para
atingir os meus objetivos.
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RESUMO
A atual crise econmica em Portugal afetou de forma significativa o setor da construo, que de certa
forma impulsionou o crescimento da reabilitao de edifcios. O poder de compra da maioria da
populao baixo, insuficiente para procura de novas habitaes, mas continua a existir procura por
qualidade de vida. Para dar resposta a esta procura, comeam a emergir no mercado as empresas de
reabilitao.
A avaliao do edifcio a primeira etapa de interveno, deve ser realizada de forma a atender o
estado de conservao em que se encontra, a sua importncia arquitetnica e a relevncia das
patologias apresentadas, para que seja realizado um correto planeamento da reabilitao.
Na abordagem aos edifcios para reabilitar, os profissionais da rea de Engenharia Civil devem possuir
conhecimento das tcnicas experimentais de diagnstico existentes e, dessa forma, realizar uma
inspeo dos edifcios mais objetiva para deteo e monitorizao das anomalias, avaliando os seus
efeitos para o futuro das construes.
Esta dissertao tem por objetivo contribuir para a divulgao de algumas dessas tcnicas
experimentais de diagnstico, possveis de aplicar no edifcio a reabilitar. Dessa forma, foi feita uma
anlise de vrias tcnicas de diagnstico no campo da inspeo e da monitorizao. Este contributo
materializa-se sob a forma de um Catlogo de Fichas de Diagnstico em Engenharia Civil, que
permite um consulta rpida e expedita acerca de cada tcnica de diagnstico. Exemplificando-se ainda
a sua aplicao, na inspeo e avaliao de um caso de estudo, o conjunto de edifcios que constituem
o Bairro de Lordelo.
PALAVRAS-CHAVE: Reabilitao, Inspeo, Patologias, Edifcios, Catlogo de Fichas de Diagnstico.
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ABSTRACT
The current economic crisis in Portugal significantly affected the construction sector, which somehow
drove the growth of building rehabilitation. Purchasing power of the majority of population is low and
insufficient to search for new housing, but there is still demand for quality of life. To meet this
demand, rehabilitation companies are emerging to the market.
The evaluation of the building is the first step for intervention and should be carried in an organized
manner, from the point of view of state of conservation, its importance and relevance to architectural
character and pathologies presented, to carry out a correct planning for rehabilitation.
In the approach to rehabilitate the buildings, the Civil Engineering professionals must possess
knowledge of the experimental techniques existing for diagnostic, and in this way to perform an
inspection of buildings with more objective detection and monitoring of anomalies, evaluating its
effects for the future of buildings.
This thesis has the objective contribute to the dissemination of some of these experimental techniques
of diagnosis, possible to apply in rehabilitating the building. Therefore, an analysis performed for
various diagnostic techniques for inspection and monitoring. This contribution materialized in the
Catalog of Diagnostic Sheets for Civil Engineering, which allows a quick and expeditious consultation
about each diagnostic technique. As an example of its application was the inspection and evaluation of
a case study, a set of buildings that that constitute the Bairro de Lordelo.
KEYWORDS: Rehabilitation, Inspection, Pathologies, Buildings, Diagnosis Sheets Catalog.
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NDICE GERAL
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................... I
RESUMO .................................................................................................................................................. III
ABSTRACT ............................................................................................................................................... V
1. INTRODUO .................................................................................................................................................... 1
1.1. ENQUADRAMENTO ........................................................................................................................................... 1
1.2. OBJETIVOS ....................................................................................................................................................... 2
1.3. ORGANIZAO DO TRABALHO.......................................................................................................................... 3
2. DESCRIO DE TCNICAS DE DIAGNSTICO UTILIZADAS EM ENGENHARIA CIVIL .......................... 5
2.1. NOTA INTRODUTRIA ....................................................................................................................................... 5
2.2. TCNICAS DE DIAGNSTICO UTILIZADAS EM ENGENHARIA CIVIL................................................................... 5
2.2.1. TCNICAS DE PERCEO SENSORIAL .................................................................................................................. 6
2.2.1.1. TCNICA DE DETEO ACSTICA DE INSETOS XILFAGOS ................................................................................. 6
2.2.1.2. TCNICA DE INSPEO DIRETA COM BOROSCPIO ............................................................................................ 6
2.2.2. TCNICAS DE AO MECNICA ........................................................................................................................... 7
2.2.2.1. ENSAIO COM DILATMETRO ............................................................................................................................ 7
2.2.2.2. ENSAIO DE ARRANCAMENTO POR TRAO PULL-OFF...................................................................................... 7
2.2.2.3. ENSAIO DE RESISTNCIA AO IMPACTO E ATRITO MARTINET BARONNIE OU CHOQUE DE ESFERA .......................... 8
2.2.2.4. ENSAIO DUPLO COM MACACOS PLANOS (DETERMINAO DA DEFORMABILIDADE) ................................................ 8
2.2.2.5. ENSAIO ESCLEROMTRICO ESCLERMETRO DE SCHMIDT E PENDULAR ............................................................. 8
2.2.2.6. ENSAIO SIMPLES COM MACACO PLANO (DETERMINAO DO ESTADO DE TENSO) ............................................... 8
2.2.2.7. TCNICA DE AVALIAO DA INTEGRIDADE DE ELEMENTOS DE MADEIRA RESISTOGRAPH ..................................... 8
2.2.2.8. TCNICA DE AVALIAO DA RESISTNCIA DE ARGAMASSA - MTODO DE ARRANCAMENTO DE HLICE..................... 9
2.2.2.9. TCNICA DE EXTRAO E ENSAIO DE CAROTES ................................................................................................ 9
2.2.3. TCNICAS DE PROPAGAO DE ONDAS ELSTICAS ............................................................................................ 10
2.2.3.1. ENSAIO DE INTEGRIDADE DE ESTACAS DE BETO - MTODO SNICO ................................................................ 10
2.2.3.2. ENSAIO DE TOMOGRAFIA SNICA NA ALVENARIA PARA IDENTIFICAO DE HETEROGENEIDADES E DEFICINCIAS... 11
2.2.3.3. ENSAIO DE ULTRASSONS .............................................................................................................................. 11
2.2.4. TCNICAS DE DETEO E ANLISE DAS VIBRAES ........................................................................................... 12
2.2.4.1. ANLISE E MONITORIZAO DE VIBRAES EM ESTRUTURAS ........................................................................... 12
2.2.4.2. MONITORIZAO DE VIBRAES POR MEIO DE MICRO SISMGRAFO ................................................................. 13
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2.2.5. TCNICAS DE REAES QUMICAS E ELETROQUMICAS ....................................................................................... 13
2.2.5.1. TCNICA DA RESISTNCIA DE POLARIZAO (TAXA DE CORROSO EM ARMADURAS) .......................................... 13
2.2.5.2. TCNICA DE AVALIAO DA PROFUNDIDADE DE CARBONATAO INDICADOR DE FENOLFTALENA ....................... 14
2.2.5.3. TCNICA DE MEDIO DOS POTENCIAIS ELTRICOS (DETEO DE CORROSO ATIVA EM ARMADURAS) ................ 14
2.2.5.4. TCNICA DE DETERMINAO DO TEOR DE SAIS KIT DE CAMPO E FITAS COLORIMTRICAS ................................ 14
2.2.6. TCNICAS DE PROPAGAO DE RADIAO ELETROMAGNTICA ............................................................................ 15
2.2.6.1. ENSAIO TERMOGRFICO ............................................................................................................................... 17
2.2.6.2. PROSPEO GEOFSICA POR TECNOLOGIA DE RADAR ...................................................................................... 15
2.2.7. TCNICAS DE INSPEO HIDRODINMICA NOS MATERIAIS E ESTRUTURAS ............................................................. 16
2.2.7.1. ENSAIO PARA DETERMINAO DA ABSORO DE GUA POR CAPILARIDADE ....................................................... 16
2.2.7.2. ENSAIO DE ABSORO DE GUA SOB BAIXA PRESSO TUBO DE KARSTEN ...................................................... 16
2.2.7.3. ENSAIO DE PERMEABILIDADE AO VAPOR DE GUA ........................................................................................... 17
2.2.8. TCNICAS DE EFEITOS ELTRICOS E MAGNTICOS ............................................................................................. 17
2.2.8.1. TCNICA PARA DETEO DE ARMADURAS E AVALIAO DO DIMETRO E RECOBRIMENTO ................................... 18
2.2.9. TCNICAS DE MONITORIZAO ......................................................................................................................... 18
2.2.9.1. TCNICAS DE MONITORIZAO DE FISSURAS E FENDAS FISSURMETRO ......................................................... 19
2.2.9.2. TCNICAS DE REGISTO DE CONDIES HIGROTRMICAS .................................................................................. 19
2.2.10. OUTRAS TCNICAS ........................................................................................................................................ 19
2.2.10.1. ENSAIO DE CONDUTIBILIDADE TRMICA ........................................................................................................ 19
2.2.10.2. ENSAIO DE PRESSURIZAO - BLOWER DOOR ............................................................................................... 19
2.2.10.3. ENSAIO DE VARIAO DIMENSIONAL COM A HUMIDADE RELATIVA .................................................................... 20
2.3. ANLISE CRTICA ........................................................................................................................................... 20
3. ESTRUTURAO DO CATLOGO DE FICHAS DE DIAGNSTICO UTILIZADAS EM ENGENHARIA
CIVIL ...................................................................................................................................................... 23
3.1. NOTA INTRODUTRIA......................................................................................................................... 23
3.2. ESTRUTURA DO CATLOGO DE FICHAS DE DIAGNSTICO .................................................................... 23
3.3. ESTRUTURA DAS FICHAS DE DIAGNSTICO ......................................................................................... 24
3.3.1. REFERNCIA ................................................................................................................................................... 25
3.3.2. ELEMENTOS CONSTRUTIVOS EM QUE PODE SER UTILIZADA .................................................................................. 26
3.3.3. DESCRIO .................................................................................................................................................... 26
3.3.4. PRINCPIO DE FUNCIONAMENTO ........................................................................................................................ 26
3.3.5. PROCEDIMENTO DE ENSAIO .............................................................................................................................. 26
3.3.6. EQUIPAMENTO ................................................................................................................................................ 26
3.3.7. CUSTO ........................................................................................................................................................... 27
3.3.8. DIFICULDADE .................................................................................................................................................. 27
3.3.9. EXPRESSO DOS RESULTADOS ......................................................................................................................... 28
3.3.10. INTERPRETAO DOS RESULTADOS ................................................................................................................. 28
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3.3.11. DOCUMENTOS NORMATIVOS ........................................................................................................................... 28
3.3.12. VALORES DE REFERNCIA.............................................................................................................................. 28
3.4. ELABORAO DA FICHA DE DIAGNSTICO 19 FICHA 9.2 .......................................................................... 28
3.4.1. PROCESSO DE ELABORAO ............................................................................................................................ 29
3.4.2. DESCRIO E PRINCPIO DA TCNICA DE DIAGNSTICO ........................................................................................ 29
3.4.3. NORMAS APLICVEIS ....................................................................................................................................... 30
3.4.4. REGISTO E MONITORIZAO DE CONDIES HIGROTRMICAS .............................................................................. 30
3.4.4.1. DATALOGGERS ............................................................................................................................................ 30
3.4.4.2. TERMO-HIGRMETRO ................................................................................................................................... 30
3.4.4.3. EXPRESSO DOS RESULTADOS ...................................................................................................................... 32
3.4.4.4. DIFICULDADE/CUSTO DA TCNICA DE DIAGNSTICO .......................................................................................... 32
3.4.4.5. EXEMPLO DE EMPRESAS QUE REALIZAM AVALIAO DAS CONDIES HIGROSCPICAS ......................................... 33
3.4.5. VALORES DE REFERNCIA ................................................................................................................................ 33
4. CATLOGO DE FICHAS DE DIAGNSTICO UTILIZADAS EM ENGENHARIA CIVIL ............................... 35
4.1. NOTA INTRODUTRIA ..................................................................................................................................... 35
4.2. FICHAS DE DIAGNSTICO .............................................................................................................................. 35
4.3. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS DO CATLOGO............................................................................................ 82
1.FICHA 1.1 TCNICA DE DETEO ACSTICA DE INSETOS XILFAGOS ....................................................................... 82
2.FICHA 1.2 TCNICA DE INSPEO DIRETA COM BOROSCPIO .................................................................................. 82
3.FICHA 2.1 ENSAIO DE ARRANCAMENTO POR TRAO PULL-OFF ........................................................................... 82
4.FICHA 2.2 ENSAIO DE RESISTNCIA AO IMPACTO E ATRITO MARTINET BARONNIE OU CHOQUE DE ESFERA ............... 83
5.FICHA 2.3 ENSAIO DUPLO COM MACACOS PLANOS (DETERMINAO DA DEFORMABILIDADE) ...................................... 83
6.FICHA 2.4 ENSAIO ESCLEROMTRICO ESCLERMETRO DE SCHMIDT E PENDULAR .................................................. 84
7.FICHA 2.5 ENSAIO SIMPLES COM MACACO PLANO (DETERMINAO DO ESTADO DE TENSO) ..................................... 83
8.FICHA 2.6 TCNICA DE AVALIAO DA INTEGRIDADE DE ELEMENTOS DE MADEIRA RESISTOGRAPH ........................... 84
9.FICHA 3.1 ENSAIO DE ULTRASSONS ...................................................................................................................... 84
10.FICHA 5.1 TCNICA DE RESISTNCIA DE POLARIZAO (TAXA DE CORROSO EM ARMADURAS) ................................ 85
11.FICHA 5.2 TCNICA DE AVALIAO DA PROFUNDIDADE DE CARBONATAO INDICADOR DE FENOLFTALENA ............ 85
12.FICHA 5.3 TCNICA DE MEDIO DE POTENCIAIS ELTRICOS (DETEO DE CORROSO ATIVA EM ARMADURAS) ........ 86
13.FICHA 5.4 TCNICAS DE DETERMINAO DO TEOR DE SAIS KIT DE CAMPO E FITAS COLORIMTRICAS ................... 86
14.FICHA 6.1 ENSAIO TERMOGRFICO ..................................................................................................................... 86
15.FICHA 7.1 ENSAIO DE ABSORO DE GUA POR CAPILARIDADE ............................................................................. 87
16.FICHA 7.2 ENSAIO DE ABSORO DE GUA SOB BAIXA PRESSO TUBO DE KARSTEN .......................................... 87
17.FICHA 7.3 ENSAIO DE PERMEABILIDADE AO VAPOR DE GUA ................................................................................. 88
18.FICHA 9.1 TCNICAS DE MONITORIZAO DE FISSURAS E FENDAS FISSURMETRO .............................................. 88
19.FICHA 9.2 TCNICAS DE REGISTO E MONITORIZAO DAS CONDIES HIGROTRMICAS .......................................... 88
20.FICHA 10.1 ENSAIO DE CONDUTIBILIDADE TRMICA .............................................................................................. 89
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21.FICHA 10.2 ENSAIO DE PRESSURIZAO BLOWER DOOR ................................................................................... 89
22.FICHA 10.3 ENSAIO DE VARIAO DIMENSIONAL COM A HUMIDADE RELATIVA ......................................................... 90
5. APLICAO DAS FICHAS DE DIAGNSTICO A CASO DE ESTUDO ....................................................... 91
5.1. NOTA INTRODUTRIA ..................................................................................................................................... 91
5.2. O BAIRRO DE LORDELO ................................................................................................................................. 91
5.3. CARACTERIZAO CONSTRUTIVA DOS EDIFCIOS ........................................................................................ 92
5.3.1. COBERTURAS ................................................................................................................................................. 92
5.3.2. PAREDES........................................................................................................................................................ 94
5.3.3. VOS ENVIDRAADOS ...................................................................................................................................... 95
5.3.4. LAVANDARIAS ................................................................................................................................................. 96
5.3.5. CAIXAS DE ESCADA ......................................................................................................................................... 97
5.3.6. VENTILAO ................................................................................................................................................... 97
5.4. APLICAO DAS FICHAS DE DIAGNSTICO ................................................................................................... 98
5.4.1. FICHA 1.1 TCNICA DE DETEO ACSTICA DE INSETOS XILFAGOS ............................................................... 100
5.4.2. FICHA 1.2 TCNICA DE INSPEO DIRETA COM BOROSCPIO .......................................................................... 100
5.4.3. FICHA 2.1 ENSAIO DE ARRANCAMENTO POR TRAO PULL-OFF ................................................................... 101
5.4.4. FICHA 2.2 ENSAIO DE RESISTNCIA AO IMPACTO E ATRITO MARTINET BARONNIE OU CHOQUE DE ESFERA ....... 102
5.4.5. FICHA 2.4 ENSAIO ESCLEROMTRICO ESCLERMETRO DE SCHMIDT E PENDULAR .......................................... 102
5.4.6. FICHA 2.6 TCNICA DE AVALIAO DA INTEGRIDADE DE ELEMENTOS DE MADEIRA RESISTOGRAPH .................. 102
5.4.7. FICHA 3.1 ENSAIO DE ULTRASSONS ............................................................................................................. 103
5.4.8. FICHA 5.1 TCNICA DE RESISTNCIA DE POLARIZAO (TAXA DE CORROSO EM ARMADURAS) ......................... 103
5.4.9. FICHA 5.2 TCNICA DE AVALIAO DA PROFUNDIDADE DE CARBONATAO INDICADOR DE FENOLFTALENA ...... 103
5.4.10. FICHA 5.3 TCNICA DE MEDIO DE POTENCIAIS ELTRICOS (DETEO DE CORROSO ATIVA EM ARMADURAS)104
5.4.11. FICHA 5.4 TCNICAS DE DETERMINAO DO TEOR DE SAIS KIT DE CAMPO E FITAS COLORIMTRICAS ............ 104
5.4.12. FICHA 6.1 ENSAIO TERMOGRFICO ............................................................................................................ 105
5.4.13. FICHA 7.1 ENSAIO DE ABSORO DE GUA POR CAPILARIDADE .................................................................... 105
5.4.14. FICHA 7.2 ENSAIO DE ABSORO DE GUA SOB BAIXA PRESSO TUBO DE KARSTEN ................................... 105
5.4.15. FICHA 7.3 ENSAIO DE PERMEABILIDADE AO VAPOR DE GUA ........................................................................ 106
5.4.16. FICHA 9.1 TCNICAS DE MONITORIZAO DE FISSURAS E FENDAS FISSURMETRO ...................................... 106
5.4.17. FICHA 9.2 TCNICAS DE REGISTO E MONITORIZAO DAS CONDIES HIGROTRMICAS ................................. 107
5.4.18. FICHA 10.1 ENSAIO DE CONDUTIBILIDADE TRMICA ..................................................................................... 107
5.4.19. FICHA 10.2 ENSAIO DE PRESSURIZAO BLOWER DOOR ........................................................................... 108
5.4.20. FICHA 10.3 ENSAIO DE VARIAO DIMENSIONAL COM A HUMIDADE RELATIVA ................................................. 109
5.5. TABELA DE RELAO ENTRE ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E TCNICAS DE DIAGNSTICO ...................... 110
6. CONCLUSO ................................................................................................................................................. 111
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6.1. CONCLUSES .............................................................................................................................................. 111
6.2. DESENVOLVIMENTOS FUTUROS .................................................................................................................. 112
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................................. 113
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NDICE FIGURAS
Figura 1 Ensaio com o dilatmetro [6]. .................................................................................................................. 7
Figura 2 Mtodo de arrancamento de hlice em parede de alvenaria [10]. .......................................................... 9
Figura 3 Caroteadora e exemplo de extrao de carote [11] [12]. ...................................................................... 10
Figura 4 Exemplo de carote extrada [13]. .......................................................................................................... 10
Figura 5 Avaliao da integridade de estacas por mtodo snico [14]. .............................................................. 11
Figura 6 Ensaio de tomografia snica em alvenaria [15]..................................................................................... 11
Figura 7 Exemplo de equipamento para monitorizao de vibraes em estruturas [18]. .................................. 12
Figura 8 Micro sismgrafo [19]. ........................................................................................................................... 13
Figura 9 Radar para prospeo geofsica [28]. ................................................................................................... 15
Figura 10 Exemplo de output obtido com georadar (sem processamento) [28]. ................................................. 16
Figura 11 Exemplos de equipamento para deteo de armaduras e avaliao do dimetro e recobrimento
destas [32] [33]. ...................................................................................................................................................... 18
Figura 12 Exemplo de ficha (frente e verso). ...................................................................................................... 25
Figura 13 - Protimeter MMS2 [41]. ......................................................................................................................... 31
Figura 14 Esquema representativo entre a temperatura e humidade relativa interior [40]. ................................. 34
Figura 15 Planta do Bairro de Lordelo [45].......................................................................................................... 92
Figura 16 Cobertura em chapas de fibrocimento e pormenor de chamin [45]. .................................................. 93
Figura 17 Caleiras de drenagem das guas pluviais da cobertura [45]............................................................... 93
Figura 18 Sada tubagem de ventilao primria dos esgotos [45]. .................................................................... 93
Figura 19 Queda de parte do pano exterior da fachada evidenciando a composio da parede [45]. ................ 94
Figura 20 Pormenor da placa de fibrocimento na fachada [45]. .......................................................................... 95
Figura 21 Soluo original dos vos envidraados [45]. ..................................................................................... 95
Figura 22 Soluo original para o vo envidraado da casa de banho [45]. ....................................................... 96
Figura 23 Soluo original do corpo em balano das lavandarias [45]. .............................................................. 96
Figura 24 Exemplos de alteraes ao corpo em balano inicialmente destinado lavandaria [45]. ................... 96
Figura 25 Caixa de escadas de um dos edifcios [45]. ........................................................................................ 97
Figura 26 Pormenores da ventilao individual nos pisos parcialmente elevados [45]. ...................................... 98
Figura 27 Alterao para dispositivos de extrao de ar mecnicos nas cozinhas [45]. ..................................... 98
Figura 28 Cobertura dos edifcios [45]. ............................................................................................................. 100
Figura 29 Interior da caixa de estore [45]. ......................................................................................................... 101
Figura 30 Revestimento em pastilha cermica [45]. ......................................................................................... 101
Figura 31 Caixa de escadas em beto vista [45]. .......................................................................................... 102
Figura 32 Delaminao do beto na fachada de um dos edifcios [45]. ............................................................ 103
Figura 33 Zona com eflorescncias na superfcie de beto [45]. ...................................................................... 104
Figura 34 Possvel ponto de fuga de ar na caixilharia [45]. ............................................................................... 105
Figura 35 Zona da parede exterior com tubo de ventilao/drenagem da caixa de ar [45]. .............................. 106
Figura 36 - Protimeter MMS2 [41]. ............................................................................ Erro! Marcador no definido.
Figura 37 Painis compsitos com isolamento no interior, para substituio das placas de fibrocimento [45]. 108
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Figura 38 Placas de fibrocimento junto dos vos envidraados [45]. ............................................................... 108
Figura 39 Possvel soluo para a moldura interior dos vos envidraados (prottipo de ensaio) [45]. ........... 109
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NDICE DE TABELAS
Tabela 1 Aplicao para as tcnicas de diagnstico ........................................................................................... 20
Tabela 2 Alguns valores adotados pela norma EN ISO 7730:1993 [42]. ............................................................ 33
Tabela 3 ndice do Catlogo de Fichas de Diagnstico ...................................................................................... 36
Tabela 4 Resumo das fichas de diagnstico utilizadas no Bairro de Lordelo. ..................................................... 99
Tabela 5 Tabela de Ligao de Elementos Construtivos e Tcnicas de Diagnstico ....................................... 110
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SMBOLOS, ACRNIMOS E ABREVIATURAS
Acirculares rea de pastilhas circulares no ensaio de arrancamento
Aquadrada rea de pastilhas quadradas no ensaio de arrancamento
HR Humidade Relativa
M0 Massa do provete seco
Mi Massa aps imerso do provete em gua
Ti Tempo de imerso do provete em gua
Tempo
ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas
ANSI - American National Standards Institute
ASHRAE - American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineers
ASTM American Society of Testing and Materials
BSI British Standards Institution
DIN - Deutsches Institut fr Normung (Instituto Alemo para Normatizao)
EN - European Standards
EOTA European Organisation for Technical Approvals
ETAG European Technical Approval Guideline
ETICS External Thermal Insulation Composite Systems
FEUP Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
ISEL Instituto Superior de Engenharia de Lisboa
ISO - International Organization for Standardization
IST Instituto Superior Tcnico
LFC - Laboratrio de Fsica das Construes
LNEC Laboratrio Nacional de Engenharia Civil
NBR Norma Brasileira
NCCt National Center for Competency Testing
NP Norma Portuguesa
RILEM Runion Internationale des Laboratoires et Experts des Matriaux, systmes de construction
et ouvrages
Ref. - Referncia
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1 INTRODUO 1.
1.1. ENQUADRAMENTO
Atualmente vive-se uma das crises econmicas mais graves de sempre em Portugal. O setor da
construo, com um elevado peso na economia do pas, foi afetado profundamente, as construes
novas praticamente desapareceram, levando a uma aposta na reabilitao de edifcios existentes.
A situao atual no permite maior parte das famlias a compra de novas habitaes, mas continua a
existir procura por segurana e qualidade de vida e por isso a reabilitao de edifcios comea a ganhar
cada vez mais importncia para dar resposta a essa procura.
Aos defeitos dos edifcios que influenciam o seu comportamento em servio, d-se o nome de
patologias. O termo patologias e o seu estudo sempre estiveram associados medicina. No deixa,
de certa forma, de haver alguma ligao de conceitos, porque o diagnstico uma patologia num
edifcio tem um procedimento semelhante ao diagnstico de uma patologia num paciente.
Na medicina, o diagnstico de um paciente feito com recurso a vrios exames clnicos e anlises,
com o objetivo de avaliar e acompanhar o estado de sade ou doena. Por analogia, o diagnstico aos
edifcios em engenharia civil, recorre a exames in situ ou laboratoriais, de forma a estudar as causas e
manifestaes das patologias existentes ou previsveis.
Outra etapa do diagnstico de uma patologia, que se assemelha ao diagnstico clnico de um paciente,
a anamnese (etapa em que o mdico questiona o paciente sobre os seus dados pessoais, historial
clnico, doenas atuais, queixas principais, entre outros), semelhante etapa inicial do diagnstico de
um edifcio, onde se questionam os proprietrios sobre anomalias, avarias e incidentes ao longo da
histria do mesmo, ou analisando registos de eventuais reparaes efetuadas.
Para uma correta avaliao das patologias na construo devem realizar-se ensaios de inspeo e
monitorizao. Os dados recolhidos em cada interveno devem ser armazenados, para que se
encontrem disponveis em obras posteriores, com projetos do mesmo tipo.
Se pensarmos, mais uma vez, na abordagem de um mdico a um paciente, o Engenheiro civil, ao
contrrio do mdico, tem de se dirigir ao edifcio para realizar ensaios ou retirar as amostras
necessrias para anlise em laboratrio e com os resultados projetar uma interveno na correo do
problema. semelhana do mdico, a interveno escolhida pode no ser a mais correta, mas
necessrio seguir o processo de diagnstico. No entanto, o que ainda se verifica muitas vezes, o facto
de o tcnico responsvel pela reabilitao de determinado edifcio se basear nas formas de atuar para
patologias de obras anteriores. necessrio ter em conta que cada patologia ou edifcio so nicos, o
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Tcnicas de Diagnstico Utilizadas em Engenharia Civil
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processo de anlise a seguir pode ser idntico, mas os ensaios que justificam as aes que se devem
tomar para correo das anomalias.
Existe uma grande diversidade de patologias que afetam os vrios elementos que constituem a
envolvente dos edifcios e com origem em diferentes fenmenos, para os quais a patologia da
construo tem sido objeto de inmeros estudos. A informao tcnica disponvel, no entanto,
encontra-se dispersa, sendo a sua sistematizao imprescindvel, de modo a facilitar a anlise de
causas e a resoluo dos problemas, bem como a sua preveno [1].
1.2. OBJETIVOS
Os objetivos principais na realizao deste trabalho so: estruturar, elaborar e aplicar fichas para
diagnstico de edifcios, que se concretizam na produo do Catlogo de Fichas de Diagnstico
Utilizadas em Engenharia Civil.
Pretende-se, com este catlogo, informar os tcnicos na rea da Engenharia Civil, sobre as tcnicas de
diagnstico existentes para uma abordagem aos edifcios mais sustentada. Neste trabalho no se
pretende desenvolver novas tcnicas de diagnstico, mas sim elaborar uma anlise mais completa de
algumas das tcnicas existentes, para as quais, nomeadamente, se apresenta e descreve o seu
funcionamento, os mtodos a adotar na sua execuo e algumas concluses que se podem obter a
partir destas.
O catlogo rene e analisa algumas das tcnicas de diagnstico de edifcios em Engenharia Civil
disponveis. Cada ficha do catlogo diz respeito a uma tcnica de diagnstico, abordando os tpicos:
Descrio;
Princpio de funcionamento;
Elementos construtivos em que pode ser utilizada;
Procedimento de ensaio;
Equipamento;
Potencialidades;
Limitaes;
Custo;
Dificuldade;
Expresso dos resultados;
Interpretao dos resultados;
Entidades prestadoras;
Documentos normativos;
Valores de referncia.
A organizao das fichas no catlogo, para que este seja de consulta rpida e simples, foi feita segundo
a sua natureza ou princpio de funcionamento, dividindo-se em dez captulos:
Tcnicas de Perceo Sensorial
Tcnicas de Ao Mecnica
Tcnicas de Propagao de Ondas Elsticas
Tcnicas de Deteo e Anlise das Vibraes
Tcnicas de Reaes Qumicas e Eletroqumicas
Tcnicas de Propagao de Radiao Eletromagntica
Tcnicas de Inspeo Hidrodinmica nos Materiais e Estruturas
Tcnicas de Efeitos Eltricos e Magnticos
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Tcnicas de Diagnstico Utilizadas em Engenharia Civil
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Tcnicas de Monitorizao
Tcnicas de Inspeo Higrotrmica
O preenchimento das fichas foi feito com recurso pesquisa de textos normativos existentes, bem
como documentos e estudos relativos a cada uma das tcnicas analisadas.
Como forma de exemplificar a aplicao de algumas das fichas de diagnstico do catlogo, utilizou-se
um edifcio numa fase anterior realizao do projeto de reabilitao.
1.3. ORGANIZAO DO TRABALHO
Esta dissertao est organizada em seis captulos, tendo em conta os objetivos referidos
anteriormente, sendo que este o primeiro e corresponde introduo.
O captulo 2, Descrio de Tcnicas de Diagnstico Utilizadas em Engenharia Civil, tem como
objetivos apresentar, classificar e organizar um conjunto de tcnicas de diagnstico aplicveis a
edifcios, incluindo-se nestas as tcnicas que integram o Catlogo de Fichas de Diagnstico Utilizadas
em Engenharia Civil.
O captulo 3, Estruturao do Catlogo de Fichas de Diagnstico Utilizadas em Engenharia Civil,
estrutura e explica a elaborao das fichas relativas a todas as tcnicas de diagnstico estudadas.
O captulo 4, Catlogo de Fichas de Diagnstico Utilizadas em Engenharia Civil, apresenta as fichas
de diagnstico que constam no catlogo, organizadas segundo o princpio de funcionamento ou
natureza da tcnica analisada.
O captulo 5, Aplicao das Fichas de Diagnstico a Caso de Estudo, descreve a aplicao das
tcnicas de diagnstico presentes nas fichas do catlogo a um caso real de estudo, o Bairro de Lordelo.
No sexto e ltimo captulo so apresentadas as concluses mais relevantes e sugestes de
desenvolvimentos futuros para o tema da dissertao.
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2 DESCRIO DE TCNICAS DE 2.DIAGNSTICO UTILIZADAS EM
ENGENHARIA CIVIL
2.1. NOTA INTRODUTRIA
A recolha da informao necessria, para o diagnstico de edifcios, pode ser feita de forma sensorial
por parte dos responsveis com recurso a instrumentos que ampliem os seus sentidos e permitam a
anlise de alguns pormenores, ou ento recorrendo a tcnicas de inspeo e ensaios que utilizam
princpios de funcionamento de mltiplas reas cientficas, mas que permitem obter dados que ajudam
na caracterizao das situaes de em estudo [2].
2.2. TCNICAS DE DIAGNSTICO UTILIZADAS EM ENGENHARIA CIVIL
Esto apresentadas a seguir algumas das tcnicas utilizadas em Engenharia Civil para o diagnstico de
edifcios. Como forma de sistematizar essa apresentao, efetuou-se uma classificao segundo os
princpios de cada tcnica de diagnstico, mtodo de classificao prximo ao utilizado num livro da
autoria do Engenheiro Vtor Cias [2], especialista na rea da patologia e reabilitao de edifcios e
outras construes.
As tcnicas foram divididas em dez grupos, baseada nos princpios que lhe servem de base e que so
as seguintes:
Tcnicas de Perceo Sensorial
Tcnicas de Ao Mecnica
Tcnicas de Propagao de Ondas Elsticas
Tcnicas de Deteo e Anlise das Vibraes
Tcnicas de Reaes Qumicas e Eletroqumicas
Tcnicas de Propagao Eletromagntica
Tcnicas de Inspeo Hidrodinmica dos Materiais e Estruturas
Tcnicas de Efeitos Eltricos e Magnticos
Tcnicas de Monitorizao
Tcnicas de Inspeo Higrotrmica
Esta classificao diverge em alguns aspetos relativamente ao mtodo que serviu de base [2], mas
conforme esse, tambm no se trata de uma classificao rgida, na medida em que algumas das
tcnicas se poderiam associar a mais do que um princpio. O objetivo foi agrupar e assim facilitar a
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Tcnicas de Diagnstico Utilizadas em Engenharia Civil
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consulta das diferentes inspees, ensaios e equipamentos utilizados, segundo disciplinas e princpios
comuns entre eles [2].
2.2.1. TCNICAS DE PERCEO SENSORIAL
As tcnicas referidas neste grupo so mtodos de diagnstico mais simples e, em alguns casos, menos
tecnolgicos. Na sua utilizao, o profissional utiliza principalmente os prprios sentidos para avaliar
as situaes, e pode eventualmente recorrer a equipamentos que os ampliem [2].
As principais fontes de informao para o diagnstico a nvel sensorial so a viso, pela importncia
de observar a reao dos materiais nas zonas afetadas, a audio, porque a reao sonora obtida por
percusso pode transmitir a eventual existncia de anomalias, o olfato, na deteo de odores
caractersticos (por exemplo, o odor libertado por revestimentos apodrecidos) e ainda o tato, na
perceo por toque na superfcie de materiais com anomalias.
Este tipo de diagnstico depende, sobretudo, da experincia, prtica, perspiccia e conhecimento dos
profissionais que o realizam, uma vez que os resultados no deixam de ser subjetivos [2].
2.2.1.1. Tcnica de Deteo Acstica de Insetos Xilfagos
Esta tcnica tem o objetivo de detetar a presena de insetos xilfagos dentro de elementos de madeira,
em fases iniciais de infestao, quando ainda no existem sinais exteriores visveis. Os estudos
existentes mostram a sua utilidade na deteo in situ de atividade das trmitas, podendo inclusive
detetar-se a zona onde elas se encontram [3].
Trata-se de uma tcnica no destrutiva e de simples utilizao, com recurso apenas a um aparelho de
auscultao e, eventualmente com possibilidade de gravao, para que posteriormente possa ser
comparada com a base de dados de sons conhecidos.
2.2.1.2. Tcnica de Inspeo Direta com Boroscpio
Em qualquer tipo de inspeo a desenvolver, a inspeo visual o primeiro passo para a identificao
das anomalias ou defeitos existentes. Apesar de no ser considerada propriamente como um ensaio, a
observao direta de vrias zonas da construo uma fase essencial no seu diagnstico. Esta inspeo
dever ser realizada por tcnico ou equipa devidamente qualificados, de modo a obter-se um
conhecimento e interpretao da estrutura, com a finalidade de indicar uma forma de inspeo mais
detalhada sobre a mesma [4].
Para alcanar locais de mais difcil alcance (interior de fissuras, interior de paredes duplas, interior de
tubagens, etc.), com ou sem furao dos elementos construtivos, essencial recorrer ao boroscpio, s
assim possvel obter imagens percetveis para retirar concluses do estado da construo.
Trata-se de uma tcnica que pode ou no ser destrutiva, conforme o tipo de local que se pretende
avaliar.
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2.2.2. TCNICAS DE AO MECNICA
Neste conjunto de tcnicas de diagnstico, existe aplicao de ao mecnica sobre os elementos
estruturais, de revestimento ou simplesmente na escolha dos materiais que melhor se adaptam ao
ambiente em questo. Esta ao pode ser aplicada de forma generalizada ou pontualmente [2].
A ao mecnica pode ser feita com recurso a remoo de partes do elemento construtivo, ou por
dispositivos mecnicos, eltricos, hidrulicos ou eletromecnicos, que podem ser mais ou menos
intrusivos e com maior ou menor grau de destruio [2].
2.2.2.1. Ensaio com Dilatmetro
Este ensaio semelhante ao ensaio que recorre a macacos planos, abordado mais frente, com a
particularidade de que possvel determinar as caractersticas internas de deformabilidade do material
recorrendo aplicao de uma presso hidrosttica. Esta presso exercida pela gua no interior de
uma sonda dotada de um corpo rgido cilndrico envolvido por uma membrana de borracha, que atua
sobre as paredes de um orifcio de seco circular previamente aberto. Com este procedimento
pretende medir-se o mdulo de elasticidade da zona analisada, atravs da medio dos deslocamentos
na zona aplicada [5].
Tambm so medidas as deformaes diametrais decorrentes da presso, segundo quatro direes
desfasadas de 45 entre si e perpendiculares ao furo [5].
Aplica-se, sobretudo, nas alvenarias, devido ao grande desconhecimento dos materiais constituintes,
do interior das paredes duplas. O ensaio de dilatmetro, combinado com o ensaio de macacos planos,
permite obter uma quantificao mais detalhada do mdulo de deformabilidade em toda a seco
transversal da parede, em especial a razo entre a deformabilidade interna e externa da alvenaria [5].
Trata-se de uma tcnica de inspeo destrutiva, que embora seja de baixo grau de destruio, necessita
de trabalhos de reparao no elemento construtivo analisado, no final do ensaio.
Figura 1 Ensaio com o dilatmetro [6].
2.2.2.2. Ensaio de Arrancamento por Trao Pull-Off
O ensaio de Pull-Off uma tcnica destrutiva, para avaliao in situ da aderncia de revestimentos ao
suporte. Aplicando-se a diversos revestimentos aderentes, como argamassas de revestimento, estuques,
ladrilhos cermicos e vrios tipos de tintas, tanto no caso de estarem aplicados em elementos
construtivos de beto armado como de alvenaria [7].
Pode realizar-se este ensaio durante a fase de execuo para controlo de qualidade, ou na fase de ps-
ocupao para avaliao do desempenho em servio [7].
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Tcnicas de Diagnstico Utilizadas em Engenharia Civil
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2.2.2.3. Ensaio de Resistncia ao Impacto e Atrito Martinet Baronnie ou Choque de Esfera
Este ensaio considerado destrutivo, pois, no caso do elemento construtivo no apresentar resistncia
necessria o impacto da esfera causa estragos. Pode utilizar-se tanto in situ para diagnstico, como no
laboratrio para o teste de diferentes solues [8].
Consiste na medio da resistncia ao choque de esfera de revestimentos de fachadas, pode ser til
para [8]:
Avaliar o desempenho do revestimento para aplicao em determinada localizao.
Avaliar o respeito de todas as exigncias feitas ao produto.
Avaliar a capacidade do revestimento quanto segurana no uso.
Avaliar a degradao provocada pelo choque, em termos fsicos e visuais.
Controlar, de forma expedita, a conformidade dos trabalhos executados.
2.2.2.4. Ensaio Simples com Macaco Plano (Determinao do Estado de Tenso)
Tcnica de diagnstico que recorre ao mesmo tipo de aparelhos utilizados no Ensaio Duplo de
Macacos Planos (Determinao da Deformabilidade) , mas que nesta variante do ensaio so
utilizados para determinar o estado de tenso de paredes e outros elementos estruturais de alvenaria.
Tambm pode ser realizada tanto in situ como em laboratrio. Conforme o ensaio duplo, tem todo o
interesse numa fase de avaliao dos elementos construtivos [2].
2.2.2.5. Ensaio Duplo com Macacos Planos (Determinao da Deformabilidade)
Tcnica utilizada, principalmente, in situ para avaliao das caractersticas de deformabilidade de
paredes e outros elementos estruturais de alvenaria, mas tambm possvel a sua utilizao em
modelos construdos em laboratrio. Permite avaliar uma amostra de razoveis dimenses, quer na
direo vertical quer na horizontal. Tem todo o interesse numa fase de avaliao dos elementos
construtivos [2].
2.2.2.6. Ensaio Escleromtrico Esclermetro de Schmidt e Pendular
O esclermetro tipo de equipamento que permite avaliar in situ, de forma simples e no destrutiva, a
dureza superficial ou comparar qualidade de materiais, preferencialmente de elementos de beto, mas
tambm de argamassas [2].
2.2.2.7. Tcnica de Avaliao da Integridade de Elementos de Madeira Resistograph
A aplicao desta tcnica de avaliao bastante interessante sobre estruturas de madeira em servio,
principalmente quando estas tm grande interesse patrimonial, pois as perfuraes que realiza so
quase impercetveis e sem qualquer influncia na resistncia mecnica da pea, permitindo assim
detetar defeitos internos, variaes de densidade e seces dos elementos estruturais, quando tal no
possvel medir diretamente. A aplicao do Resistograph apresenta-se como um mtodo de inspeo
no destrutivo, embora como foi j dito, provoca um furo nas peas de madeira, mas de dimenses que
na maioria dos casos nem so visveis [9].
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2.2.2.8. Tcnica de Avaliao da Resistncia de Argamassa - Mtodo de Arrancamento de Hlice
Na avaliao in situ da resistncia de argamassa de assentamento ou de refechamento de juntas, pode
utilizar-se o mtodo do arrancamento de hlice. O equipamento utilizado constitudo por berbequim
de percusso com broca de 4,5 mm, ancoragens de tipo retro-tie, com respetivo acessrio de cravao
e dispositivo de arrancamento [2].
Esta tcnica permite determinar a resistncia de referncia de uma argamassa, desde que se disponha
de resultados de ensaios de calibrao. Pode ser utilizada em obra, tanto para efeitos de controlo de
qualidade como de diagnstico [2].
Figura 2 Mtodo de arrancamento de hlice em parede de alvenaria [10].
2.2.2.9. Tcnica de Extrao e Ensaio de Carotes
Esta tcnica consiste em retirar provetes circulares de pequeno dimetro ( 10cm, no caso de alvenaria
e 5cm, no caso de beto), em pontos representativos da estrutura. A maior limitao deste mtodo
o custo elevado, mas tambm apresenta limitaes a nvel arquitetnico, pois a extenso dos danos
provocados na estrutura podem limitar a extenso e o nmero de amostras [4].
As carotes devem ser extradas aps a anlise da estrutura, para se determinar quais os locais mais
apropriados para obteno de uma boa distribuio de tenses no interior elemento estrutural. Este
aspeto importante, pois caso o local escolhido no apresente rigidez suficiente, pode acontecer que o
provete no apresente as condies mnimas exigidas neste tipo de anlise, ou ainda provocar estragos
na estrutura. Por outro lado, a carote deve apresentar efetivamente o material utilizado na construo
da estrutura [4].
A amostra retirada atravs de um equipamento especfico, uma mquina de corte rotativa dotada de
coroas com dentes de diamante. A sua extrao deve ser feita de forma a no provocar qualquer
perturbao da estrutura sendo que para isso, o equipamento deve estar o mais firme possvel [4].
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Tcnicas de Diagnstico Utilizadas em Engenharia Civil
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Figura 3 Caroteadora e exemplo de extrao de carote [11] [12].
Figura 4 Exemplo de carote extrada [13].
2.2.3. TCNICAS DE PROPAGAO DE ONDAS ELSTICAS
Neste tipo de tcnicas de diagnstico, os ensaios baseiam-se na deteo, medio ou anlise das
vibraes provocadas nas construes ou elementos construtivos, avaliando a forma de propagao
das ondas elsticas [2].
2.2.3.1. Ensaio de Integridade de Estacas de Beto - Mtodo Snico
O mtodo snico para avaliao da integridade de estacas de beto, baseia-se na anlise das condies
de propagao de ondas elsticas no seu fuste, visando a deteo de defeitos e descontinuidades que se
traduzam significativos para a funo que exercem [2].
O choque de um material slido na cabea de uma estaca produz uma onda snica, que percorre todo o
comprimento desta. Se a estaca no apresentar defeitos ou descontinuidades, a onda snica refletida
apenas no seu p. Mas no caso de existir alguma anomalia ao longo do seu fuste, surgiro outras ondas
refletidas. A anlise destas vibraes feito, utilizando um software adequado, que permite, dentro de
certos limites, caracterizar o tipo de defeito e a profundidade a que se encontra no fuste da estaca [2].
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Figura 5 Avaliao da integridade de estacas por mtodo snico [14].
2.2.3.2. Ensaio de Tomografia Snica na Alvenaria Para Identificao de Heterogeneidades e
Deficincias
O princpio desta tcnica refere-se utilizao da tomografia snica, para a obteno de mapa
pormenorizado da distribuio da velocidade de propagao do som numa seco plana da estrutura
em estudo [2].
O equipamento mede a velocidade de propagao de um impulso snico ao longo de vrias direes,
cobrindo uniformemente a seco em estudo. O clculo feito usando o mtodo de inverso, que, a
partir do tempo de propagao do som, que permite identificar heterogeneidades e reas de deficiente
resistncia [2].
Figura 6 Ensaio de tomografia snica em alvenaria [15].
2.2.3.3. Ensaio de Ultrassons
A tcnica de diagnstico por ultrassons utilizada na caracterizao de paredes, recorrendo a sons de
baixa frequncia, com maior energia e menor atenuao que os de alta frequncia. A partir dos
impulsos ultrassnicos possvel avaliar a uniformidade da alvenaria, delimitando in situ as zonas de
qualidade inferior ou deterioradas e estimar as propriedades mecnicas da alvenaria [16].
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A informao recolhida atravs do mtodo dos ultrassons pode ser utilizada para obter [2]:
Caractersticas mecnicas
Homogeneidade
Presena de fissuras e defeitos
O ensaio consiste em determinar a velocidade de propagao dos impulsos ultrassnicos entre dois
pontos. Com os valores obtidos nessa medio, possvel determinar valores aproximados para a
densidade do material ou a existncia de vazios, e ainda, as suas caractersticas elsticas, que
dependem da qualidade e resistncia do material constituinte da alvenaria em anlise [17].
2.2.4. TCNICAS DE DETEO E ANLISE DAS VIBRAES
As tcnicas aqui agrupadas baseiam-se na monitorizao e anlise das vibraes das estruturas,
quando sujeitas a aes dinmicas. Permitem obter informaes importantes sobre as caractersticas,
desempenho e presena de eventuais anomalias nas construes em anlise [2].
O estudo pode ser feito, genericamente, de duas formas [2]:
Anlise de dados da resposta dinmica da construo a solicitaes dinmicas impostas
pela envolvente, como a passagem de viaturas automveis ou metropolitano, a operao
de equipamentos mecnicos aplicados na estrutura (ar-condicionado, extratores de ar,
etc.), realizao de obras nas proximidades, entre outras.
Aplicao de solicitaes dinmicas construo, produzindo nveis de vibrao forada
sem afetar a sua integridade e, dessa forma analisar a resposta.
2.2.4.1. Anlise e Monitorizao de Vibraes em Estruturas
Este mtodo de ensaio, considerado no destrutivo, tem como principal objetivo, avaliar e/ou
acompanhar in situ o comportamento dinmico da construo, em particular, a sua capacidade de
resistncia solicitao ssmica. Pode, tambm, ser til na preparao de obras de reabilitao e
consolidao, selecionando as medidas corretivas mais adequadas [2].
Este estudo, pode ser feito segundo duas variantes [2]:
Anlise de dados na resposta dinmica da construo s solicitaes impostas pela
envolvente.
Anlise da resposta da construo aplicao de vibraes foradas nesta.
Figura 7 Exemplo de equipamento para monitorizao de vibraes em estruturas [18].
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2.2.4.2. Monitorizao de Vibraes por Meio de Micro Sismgrafo
Esta tcnica refere-se monitorizao de vibraes com origens variadas, como a atividade humana, o
trnsito de veculos, a maquinaria em funcionamento, entre outros. Esta monitorizao tem em vista
prevenir os efeitos secundrios associados a essas vibraes, assegurando o cumprimento da
regulamentao aplicvel [2].
Figura 8 Micro sismgrafo [19].
2.2.5. TCNICAS DE REAES QUMICAS E ELETROQUMICAS
Neste grupo encontram-se dois tipos de tcnicas de diagnstico, numa destas observam-se os efeitos
das reaes qumicas que ocorrem nos materiais em estudo, e na outra observam-se fenmenos de
natureza eletroqumica que ocorre em elementos da construo, espontaneamente ou em resultado de
perturbaes introduzidas.
No caso de reaes qumicas, com vista ao diagnstico de anomalias, utilizam-se determinados
indicadores ou reagentes por contacto com os materiais que constituem os elementos construtivos ou
que neles esto depositados, como forma de identificar ou caracterizar esses materiais ou o seu estado
de equilbrio qumico [2].
A corroso dos metais, em geral, e a do ao utilizado nas armaduras de beto armado, em particular,
so exemplos de fenmenos. A corroso das armaduras resultado de duas causas [2]:
A carbonatao, pelo CO2, fazendo baixar o pH do beto e, consequentemente, o seu
efeito protetor.
A presena dos cloretos no beto que envolve as armaduras.
Estas causas principais podem ainda ser agravadas pela presena de fissuras ou defeitos da
compacidade do beto, permitindo a penetrao de agentes agressivos, e ainda pelo recobrimento
insuficiente das armaduras [2].
2.2.5.1. Tcnica da Resistncia de Polarizao (Taxa de Corroso em Armaduras)
A tcnica da resistncia de polarizao utilizada para quantificao da taxa de corroso das
armaduras em elementos de beto armado. Aplicando-se, principalmente, em estruturas de beto muito
carbonatado ou com elevado teor de cloretos, permitindo acompanhar, por monitorizao, a evoluo
do estado da estrutura e avaliar o seu desempenho no futuro [2].
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A avaliao da taxa de corroso em armaduras um elemento essencial para anlise de estruturas de
beto armado, que possa estar em processo corrosivo, avaliando o estado da armadura
(passivao/despassivao) e a velocidade de corroso [20].
2.2.5.2. Tcnica de Avaliao da Profundidade de Carbonatao Indicador de Fenolftalena
A carbonatao do beto ocorre na reao do dixido de carbono presente na atmosfera, com os
componentes alcalinos da fase lquida do beto. Provocando assim a reduo da alcalinidade,
neutralizando todo o material e baixando o pH da pasta hidratada, desencadeando-se assim, a corroso
das armaduras nas estruturas de beto armado. Pois, as armaduras ficam mais suscetveis quando
atingem valores de pH inferiores a 10,5 e por essa razo, neste ensaio, utiliza-se uma soluo de
fenolftalena, que em valores de pH acima de 8 adquire colorao tpica [5].
A soluo de fenolftalena, quando aplicada sobre a superfcie em anlise, permite identificar a
presena de CaCO3 (Carbonato de Clcio). A mudana de cor da soluo, de incolor para rosa, faz-se
notar em pouco tempo, indicando a zona com total, pouca ou nenhuma carbonatao [21].
2.2.5.3. Tcnica de Medio dos Potenciais Eltricos (Deteo de Corroso Ativa em Armaduras)
O recurso a esta tcnica de diagnstico permite identificar as reas onde a corroso est presente ou
prestes a verificar-se, antes mesmo que os seus efeitos se tornem visveis. Permite localizar as reas
onde o beto armado necessita de alguma reparao ou, simplesmente, ser protegido. Com aplicao
regular desta tcnica numa estrutura, desde o incio da sua construo, permite acompanhar o seu
comportamento, minimizando assim os custos de manuteno, no que toca zona das armaduras [22].
O princpio de funcionamento, desta tcnica, baseia-se na aplicao de uma diferena de potencial
entre um eltrodo de referncia e um terminal ligado armadura na zona de anlise. Na medio do
potencial existente no sistema obtm-se valores que se incluem num de trs intervalos de valores, e
dessa forma, fazendo-se corresponder o intervalo a uma classificao de zona com corroso, zona em
incio de corroso ou zona sem corroso [22].
2.2.5.4. Tcnica de Determinao do Teor de Sais Kit de Campo e Fitas Colorimtricas
Os compostos cristalinos que se formam superfcie ou nas camadas internas do revestimento, com o
nome de eflorescncias, surgem por aes fsico-qumicas derivadas presena de gua. Estes
compostos podem, alm de afetar a aparncia da construo, originar degradao qumica e fsica dos
materiais (cristalizao dos sais). O conhecimento da natureza de cada composto, que constitui as
eflorescncias, pode ajudar a compreender os mecanismos de degradao [8].
Por exemplo, a determinao da concentrao do io de cloreto no beto essencial para avaliar a
necessidade de proceder sua reparao, em estruturas existentes, bem como para verificar se os
materiais escolhidos para aplicar em construes novas, possuem boas condies de durabilidade, ou
se necessrio a alterao da soluo inicialmente projetada [2].
Nesta tcnica de diagnstico, escolheram-se dois tipos de ensaios, o kit de campo e a as fitas
colorimtricas, que analisam, praticamente, os mesmos sais, mas fornecendo os resultados de forma
diferente. O kit de campo utiliza o espectrofotmetro, na determinao das concentraes por processo
colorimtrico, os cloretos (2-100 mg/l) e os sulfatos (40-500 mg/l). Enquanto o outro ensaio permite a
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anlise da presena de cada io, por comparao visual entre a cor obtida na banda de deteo e a
escala de referncia, presente na embalagem onde so fornecidas as bandas de deteo [8].
2.2.6. TCNICAS DE PROPAGAO DE RADIAO ELETROMAGNTICA
Algumas das tcnicas de diagnstico utilizam a radiao eletromagntica na inspeo de edifcios, que
caracterizada, basicamente, pela sua frequncia, comprimento de onda ou energia transportada [2].
A radiao que incide num corpo slido pode, em parte, atravess-lo ou ser refletida. Num e noutro
caso as caractersticas da radiao incidente alteram-se em funo das propriedades fsicas do material
(densidade, porosidade, permeabilidade, condutividade, etc.). A energia transportada pela radiao
incidente pode, tambm, acumular-se no material, sendo refletida sobre a forma de uma radiao com
caractersticas diferentes [2].
As vrias formas de como a radiao aplicada e interage com os materiais em anlise originam
outras tantas variantes de recolha, no destrutiva, de informao sobre esses materiais [2].
2.2.6.1. Prospeo Geofsica por Tecnologia de Radar
Esta tcnica de inspeo utiliza a tecnologia de radar na banda de frequncias dos 100 MHz aos 2
GHz, trabalhando, basicamente na modalidade de reflexo, e ao diminuir a frequncia de
funcionamento faz com que seja maior a penetrao nos elementos construtivos, mas diminui o nvel
de pormenorizao [2].
O equipamento, normalmente utilizado, que recorre a esta tecnologia possui uma antena emissora que
transmite, por impulsos eletromagnticos sucessivos, um feixe de radiao divergente, que refletido
pelas diferentes interfaces com diferentes caractersticas, existentes no interior do elemento
construtivo em estudo. Os impulsos refletidos so captados numa antena recetora, situada junto da
emissora, sendo ambas ligadas a um registador grfico, permitindo analisar a natureza e o estado dos
elementos existentes por baixo da superfcie visvel. Permite ainda detetar tubagens, canalizaes ou
humidade existente no interior de paredes e, em elementos horizontais possvel fazer um
levantamento de cavidades, construes antigas enterradas, estratigrafia dos pavimentos, etc. A
interpretao das imagens registadas pode ser facilitada, pelo tratamento destas em computador e
elaborando perfis tridimensionais dos locais analisados [2].
Figura 9 Radar para prospeo geofsica [23].
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Tcnicas de Diagnstico Utilizadas em Engenharia Civil
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Figura 10 Exemplo de output obtido com georadar (sem processamento) [23].
2.2.7. TCNICAS DE INSPEO HIDRODINMICA NOS MATERIAIS E ESTRUTURAS
As tcnicas aqui agrupadas servem, sobretudo, para o estudo do modo como a gua, em diferentes
estados fsicos, penetra e se movimenta no interior dos materiais de construo obedecendo a
processos como de absoro, efeito de capilaridade e permeabilidade associada a diferenas de presso
[2].
A observao e medio dos efeitos associados a estes processos permitem recolher informaes para
materiais slidos utilizados na construo (pedra, beto simples ou armado, entre outros), que se
tornem relevantes para o estudo da sua durabilidade [2].
2.2.7.1. Ensaio para Determinao da Absoro de gua por Capilaridade
A realizao do ensaio de absoro capilar est direcionada para avaliao da durabilidade de
estruturas de beto armado, estudando os mecanismos de transporte de lquidos no interior do material,
onde pode haver conduo de substncias prejudiciais, que podem levar corroso das armaduras.
Estas substncias, que podem ser cloretos e causar, ocasionalmente, a despassivao do ao
penetrando no beto atravs da rede de poros, quando exposto a ambiente agressivos [8].
A absoro de gua por capilaridade definida como a entrada de gua na rede porosa do beto por
foras capilares, resultantes da diferena de presso entre a superfcie livre da gua no exterior do
beto e a sua superfcie nos poros capilares, dependendo do dimetro capilar. Pelo que, quanto menor
for a absoro do material, mais protegida se encontra a estrutura [24].
2.2.7.2. Ensaio de Absoro de gua Sob Baixa Presso Tubo de Karsten
Este ensaio, que recorre ao tubo de Karsten, utilizado para avaliao in situ ou em laboratrio da
resistncia gua lquida da superfcie dos elementos em anlise, medindo a absoro de gua a baixa
presso, deforma relativamente simples [8].
frequentemente utilizada em revestimentos e paredes, com os seguintes objetivos [8]:
Determinar a permeabilidade gua lquida em edifcios com revestimentos de base em
ligantes minerais ou mistos;
Avaliar a capacidade de impermeabilizao dos revestimentos de paredes;
Estimar o grau de degradao de revestimento, prevendo a vulnerabilidade das alteraes
superficiais ao da gua;
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Tcnicas de Diagnstico Utilizadas em Engenharia Civil
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Determinar o grau de proteo num tratamento hidrfugo aplicado nos materiais,
avaliando o grau de eficcia num determinado perodo de tempo;
Comparar os resultados obtidos em diferentes tipos de revestimento e avaliar a influncia
do acabamento dado em cada um;
O nvel de permeabilidade, medido atravs deste mtodo, pode ser utilizado na caracterizao
qualitativa do estado do revestimento, bem como estimar o seu grau de degradao, recorrendo a
comparaes com estudos anteriores e possibilita ainda, a anlise das alteraes verificadas pela
absoro de gua no revestimento [25].
2.2.7.3. Ensaio de Permeabilidade ao Vapor de gua
O ensaio laboratorial, utilizado para determinao da permeabilidade ao vapor de gua de materiais e
elementos de construo tem apoio na Lei de Fick. Este mtodo de classificao, consiste em colocar o
provete do material ou elemento que se pretende ensaiar, entre dois ambientes mesma temperatura
mas com presses de vapor diferentes, devido s diferenas de humidade relativa estabelece-se um
gradiente de presses entre as duas faces, o que origina um fluxo de vapor de gua atravs do provete.
Conhecendo-se a diferena de presses de vapor parciais entre as ambincias separadas pelo provete e
as suas dimenses, pode calcular-se o fluxo de difuso em regime estacionrio e dessa forma
determinar as caractersticas de permeabilidade ao vapor de gua do material ou elemento em estudo
[26].
2.2.8. TCNICAS DE EFEITOS ELTRICOS E MAGNTICOS
A inspeo das construes recorre, em certas situaes, a equipamentos que relacionam eletricidade
com magnetismo. So principalmente dois os efeitos aproveitados para este fim, a relutncia
magntica e as correntes induzidas [2].
A relutncia magntica trata-se da resistncia ao fluxo magntico entre dois polos, que se estabelece
quando uma corrente percorre uma bobina eltrica cria um campo magntico. A deteo de armaduras,
baseada neste efeito, utiliza uma bobina de excitao, que ao ser percorrida por uma corrente alterna
induz um fluxo magntico e, quando est presente um elemento ferromagntico a relutncia magntica
diminui, aumentando esse fluxo. Uma segunda bobina (bobina sensor) deteta esse acrscimo de
fluxo[2].
O efeito de correntes induzidas utilizado tambm para deteo de armaduras, pois em bobinas
percorridas por corrente alterna que geram um campo magntico, na proximidade de uma barra
condutora originam nesta um conjunto de correntes induzidas. Estas, por sua vez, originam um campo
magntico secundrio na bobina e, dessa forma, uma corrente secundria, por isso, a proximidade a
uma barra condutora faz alterar a corrente que percorre a bobina, aumentando a impedncia aparente
desta, sendo detetado pelo equipamento [2].
2.2.8.1. Ensaio Termogrfico
Esta tcnica, com recurso a cmaras termogrficas de infravermelhos, bastante til numa avaliao
in situ da construo, possibilitando a deteo de diferentes tipos de patologias de forma mais ou
menos rpida, para uma posterior anlise mais cuidada. Os resultados obtidos no se tratam de valores
absolutos, baseiam-se na comparao das temperaturas observadas numa superfcie [27].
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A partir da observao dos termogramas possvel, por exemplo, detetar descontinuidades ocultas por
alteraes na construo [27], detetar a formao de uma colnia de insetos no interior de elementos
construtivos [28], detetar erros de construo no que toca ao tratamento de pontes trmicas ou
colocao do isolamento trmico [28], detetar infiltraes ou fugas de gua [29], detetar fugas de calor
[30] e ainda para avaliar o estado do restante revestimento nas paredes para o caso de ocorrer
formao de bolhas de ar na pintura ou destacamento de alguns elementos cermicos [31].
Tem bastante interesse numa fase de ps-ocupao, para avaliao do desempenho em servio, e ainda
sob o ponto de vista da manuteno preventiva.
2.2.8.2. Tcnica Para Deteo de Armaduras e Avaliao do Dimetro e Recobrimento
Os equipamentos, utilizados nesta tcnica de inspeo servem para medir o recobrimento, detetar a
posio, as dimenses e direo das armaduras, tanto em estruturas de beto armado como o pr-
esforado, de forma no destrutiva. No caso da sua utilizao em beto pr-esforado, a deteo de
cabos de pr-esforo possvel, mas com maiores limitaes, que se devem, por um lado, s
caractersticas prprias destes elementos resistentes e, por outro, s capacidades do equipamento [2].
Figura 11 Exemplos de equipamento para deteo de armaduras e avaliao do dimetro e recobrimento
destas [32] [33].
2.2.9. TCNICAS DE MONITORIZAO
A recolha de informao acerca da construo em geral ou de alguns elementos construtivos em
particular, por perodos mais ou menos longos de tempo, quer seja de forma contnua ou
pontualmente, indispensvel para o conhecimento e manuteno desta.
Com os dados registados, possvel a escolha da melhor forma de abordagem a eventuais patologias
detetadas. Por esta razo, as tcnicas de monitorizao devem ser aplicadas logo no primeiro contacto
com a construo em anlise, em paralelo com as Tcnicas de Perceo Sensorial.
Este tipo de tcnicas de diagnstico no destrutivo, mas podem afetar o normal funcionamento de
edifcios em utilizao, uma vez que se tratam de avaliaes que, por norma, tm durao mais longa
que as restantes.
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Tcnicas de Diagnstico Utilizadas em Engenharia Civil
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2.2.9.1. Tcnicas de Monitorizao de Fissuras e Fendas Fissurmetro
Esta tcnica de diagnstico recorre ao fissurmetro, que se trata de um pequeno instrumento simples
utilizado para medir, de forma expedita e econmica, os movimentos relativos que se verificam num
ponto escolhido de forma estratgica numa fissura ou fenda existente numa parede, pavimento ou
qualquer outro elemento estrutural da construo em estudo [2].
2.2.10. TCNICAS DE INSPEO HIGROTRMICA
Fazem parte deste grupo, as tcnicas cujos princpios e/ou disciplinas no foi possvel identificar com
nenhum dos grupos atrs referidos.
2.2.10.1. Tcnicas de Registo de Condies Higrotrmicas
O conforto trmico no linear, porque as mesmas pessoas podem sentir-se confortveis em
condies trmicas diferentes, dependendo tambm das caractersticas oferecidas pelo edifcio. Este
conforto depende do tipo de atividade que est a realizar, o vesturio que utiliza e o prprio
metabolismo do utilizador [34].
A monitorizao da temperatura e da humidade relativa importante, pois so dois fatores que afetam
o conforto e sade dos seus ocupantes, a durabilidade do edifcio em si e dos seus materiais e ainda o
consumo de energia neste [35].
A humidade relativa representa a relao entre a quantidade de vapor presente num determinado
volume de ar, e a quantidade mxima de vapor que esse mesmo volume pode conter para a mesma
temperatura. Este fator depende, portanto, da quantidade de vapor de gua contida no ar e tambm da
temperatura deste. Isto porque, tendo uma quantidade constante de vapor de gua no ar, a humidade
relativa aumenta se a temperatura descer e diminui com a subida da temperatura [35].
2.2.10.2. Ensaio de Condutibilidade Trmica
Para a avaliao da condutibilidade trmica de um material, os mtodos mais utilizados so o de
Guarded-Hot-Plate e o de Choque Trmico [7].
A condutibilidade trmica (), pode ser expressa em W/(m.C) ou W/(m.K), trata-se do fluxo de calor
(em Watts) que atravessa, perpendicularmente, um elemento com 1 m2 de seco e 1 m de espessura,
quando a diferena de temperatura entre as duas faces de 1C, sendo as faces planas e paralelas.
uma propriedade que caracteriza os materiais ou produtos termicamente homogneos. Por exemplo, no
caso de se envolver um objeto a uma dada temperatura com uma camada de um material, de modo a
isol-lo do ambiente exterior, a condutibilidade trmica do material isolante determina a rapidez com
que o calor fluir atravs dele [7].
2.2.10.3. Ensaio de Pressurizao - Blower Door
Esta tcnica de inspeo tem como objetivo, a caraterizao da permeabilidade ao ar da envolvente de
um edifcio ou parte deste, permitindo obter diversas anlises e diagnsticos relativos a infiltraes,
como [36]:
Verificao da conformidade da permeabilidade ao ar com a regulamentao aplicvel.
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Comparao da permeabilidade relativa ao ar entre edifcios ou compartimentos.
Identificao de locais com fugas de ar.
Determinar os coeficientes caractersticos da permeabilidade ao ar da envolvente, resultantes
de obras de melhoria realizadas.
O ensaio consiste na substituio da porta, por uma porta ventiladora, um mecanismo constitudo
por uma capa de nylon ajustada moldura da porta sem que existam folgas neste ajuste, e colocao
num orifcio prprio de ventilador. Desta forma, pretende-se que o espao interior em estudo seja
pressurizado e/ou despressurizado com um caudal de ar varivel, registando-se o caudal necessrio
para gerar um determinado diferencial de presso entre o espao exterior e o interior, que pode variar
entre 10 Pa e 60 Pa [36].
2.2.10.4. Ensaio de Variao Dimensional com a Humidade Relativa
O ensaio que aqui se apresenta, utilizado no estudo da variao dimensional de materiais de
construo com a humidade relativa foi desenvolvido no LFC-FEUP. O prottipo desenvolvido
possibilita a recolha de dados automtica de um conjunto de equipamentos de medida, reduzindo
assim, a dificuldade que existia na necessidade de leituras cclicas e problemas de preciso que aqui
dependem dos sensores utilizados. A variao dimensional dos materiais de construo importante
para a caracterizao do seu comportamento, nomeadamente no que se refere ao desempenho face
humidade e durabilidade aps serem aplicados em diferentes tipos de edifcios [37].
2.3. ANLISE CRTICA
No final deste captulo, aps a apresentao de algumas tcnicas de diagnstico utilizadas em
Engenharia Civil, esquematiza-se a aplicao destas, de forma resumida, na Tabela 1.
Na Tabela 1 est feita uma classificao das tcnicas de diagnstico segundo trs nveis, o de
Reabilitao, o Higrotrmico e de Outros. Por Reabilitao entende-se uma abordagem s intervenes
gerais da reabilitao de edifcios mais antigos e sem condies de habitabilidade. Para o nvel
higrotrmico dizem respeito as intervenes para melhorar o comportamento higrotrmico do edifcio.
Por fim, no ltimo nvel, Outros, esto includas intervenes gerais de melhoria, para aumento da
qualidade do edifcio, como por exemplo a substituio dos revestimentos exteriores ou interiores,
reparao de fissuras, aumento ou eliminao de divises, etc.
Tabela 1 Aplicao para as tcnicas de diagnstico.
1. Tcnicas de Perceo Sensorial Reabilitao Higrotrmica Outros
1.1. Tcnica de Deteo Acstica de Insetos Xilfagos x 1.2. Tcnica de Inspeo Direta com Boroscpio x
2. Tcnicas de Ao Mecnica Reabilitao Higrotrmica Outros
2.1. Ensaio com Dilatmetro x 2.2. Ensaio de Arrancamento por Trao Pull-Off x 2.3. Ensaio de Resistncia ao Impacto e Atrito Martinet Baronnie
ou Choque de Esfera x
2.4. Ensaio Simples com Macaco Plano (Determinao do Estado de Tenso)
x
2.5. Ensaio Duplo com Macacos Planos (Determinao da Deformabilidade)
x
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2.6. Ensaio Escleromtrico Esclermetro de Schmidt e Pendular x 2.7. Tcnica de Avaliao da Integridade de Elementos de Madeira
Resistograph x
2.8. Tcnica de Avaliao da Resistncia de Argamassa - Mtodo de Arrancamento de Hlice
x
2.9. Tcnica de Extrao e Ensaio de Carotes x
3. Tcnicas de Propagao de Ondas Elsticas Reabilitao Higrotrmica Outros
3.1. Ensaio de Integridade de Estacas de Beto - Mtodo Snico x 3.2. Ensaio de Tomografia Snica na Alvenaria Para Identificao
de Heterogeneidades e Deficincias x
3.3. Ensaio de Ultrassons x
4. Tcnicas de Deteo e Anlise das Vibraes Reabilitao Higrotrmica Outros
4.1. Anlise e Monitorizao de Vibraes em Estruturas x 4.2. Monitorizao de Vibraes por Meio de Micro Sismgrafo x
5. Tcnicas de Reaes Qumicas e Eletroqumicas Reabilitao Higrotrmica Outros
5.1. Tcnica da Resistncia de Polarizao (Taxa de Corroso em Armaduras)
x x
5.2. Tcnica de Avaliao da Profundidade de Carbonatao Indicador de Fenolftalena x
5.3. Tcnica de Medio dos Potenciais Eltricos (Deteo de Corroso Ativa em Armaduras)
x
5.4. Tcnica de Determinao do Teor de Sais Kit de Campo e Fitas Colorimtricas
x
6. Tcnicas de Propagao Eletromagntica Reabilitao Higrotrmica Outros
6.1. Ensaio Termogrfico 6.2. Prospeo Geofsica por Tecnologia de Radar x 7. Tcnicas de Inspeo Hidrodinmica dos Materiais e
Estruturas Reabilitao Higrotrmica Outros
7.1. Ensaio para Determinao da Absoro de gua por Capilaridade
x x
7.2. Ensaio de Absoro de gua Sob Baixa Presso Tubo de Karsten
x
7.3. Ensaio de Permeabilidade ao Vapor de gua x
8. Tcnicas de Efeitos Eltricos e Magnticos Reabilitao Higrotrmica Outros
8.1. Tcnica Para Deteo de Armaduras e Avaliao do Dimetro e Recobrimento
x
9. Tcnicas de Monitorizao Reabilitao Higrotrmica Outros
9.1. Tcnicas de Monitorizao de Fissuras e Fendas Fissurmetro x
10. Outras Tcnicas Reabilitao Higrotrmica Outros
10.1. Tcnicas de Registo de Condies Higrotrmicas x
10.2. Ensaio de Condutibilidade Trmica x 10.3. Ensaio de Pressurizao - Blower Door 10.4. Ensaio de Variao Dimensional com a Humidade Relativa x
Refere-se que esta matriz foi elaborada com base em conhecimentos adquiridos acerca da
aplicabilidade das tcnicas de diagnstico, pelo que deve ser validada por estudos especficos.
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3 ESTRUTURAO DO CATLOGO 3.
DE FICHAS DE DIAGNSTICO UTILIZADAS EM ENGENHARIA CIVIL
3.1. NOTA INTRODUTRIA
Os objetivos deste captulo so descrever e justificar a estrutura geral do catlogo de fichas de
diagnstico utilizadas em Engenharia Civil, bem como o modelo escolhido para as fichas de
diagnstico que fazem parte deste.
Na primeira parte do captulo, explica-se a diviso escolhida para a organizao do catlogo por
captulos e faz-se uma breve apresentao de cada um.
Na parte seguinte apresenta-se a organizao das pginas de cada ficha, que inicialmente se planeou
manter inaltervel ao longo do catlogo, mas que no decorrer da elaborao individual de cada ficha se
traduziu numa tarefa impossvel, pelo facto de cada tcnica de diagnstico possuir particularidades
individuais que no se aplicavam nas outras. Mesmo assim, tentou-se manter dentro do possvel a
estrutura geral das vrias fichas para que o utilizador, depois de consultar uma ficha, seja capaz de
comparar qualquer uma das tcnicas de diagnstico que constam no catlogo. Ainda nesta segunda
parte, deu-se destaque a alguns tpicos para uma abordagem mais completa.
3.2. ESTRUTURA DO CATLOGO DE FICHAS DE DIAGNSTICO
O Catlogo de Fichas de Diagnstico foi dividido em dez tpicos, de forma a tornar a consulta rpida
e expedita. Seguiu-se a mesma designao da estrutura adotada no captulo anterior, na apresentao
das vrias tcnicas de diagnstico.
Assim, o catlogo possui no ndice uma organizao das fichas segundo os princpios de
funcionamento das respetivas tcnicas, o primeiro captulo apresenta as Tcnicas de Perceo
Sensorial, o segundo apresenta as Tcnicas de Ao Mecnica, seguindo-se os captulos de Tcnicas
de Propagao de Ondas Elsticas, de Tcnicas de Deteo e Anlise das Vibraes, de Tcnicas de
Reaes Qumicas e Eletroqumicas, d