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Inglês Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro; Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatro; e Licenciado em Artes TEATRO RENASCENTISTA Renascimento (O Movimento) Movimento de renovação intelectual e artística que atinge seu apogeu no século XVI, influenciando várias regiões da Europa. Com origem no humanismo, a noção de renascimento diz respeito à restauração dos valores do mundo clássico greco-romano. O ideal de renascentista é marcado pela crença em uma capacidade ilimitada da criação humana. A invenção da imprensa contribui para a disseminação de ideias. O espírito de inquietação estende-se à geografia e à cartografia, e o impulso de investigar o mundo leva às grandes navegações e ao descobrimento do Novo Mundo. Como consequência, ocorrem progressos técnicos e conceituais, além de questionamentos que abrem caminho para as reformas religiosas.

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Teatro Inglês

Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro; Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatro; e Licenciado em Artes

TEATRO RENASCENTISTA

Renascimento (O Movimento)

Movimento de renovação intelectual e artística que atinge seu apogeu no século XVI, influenciando várias regiões da Europa. Com origem no humanismo, a noção de renascimento diz respeito à restauração dos valores do mundo clássico greco-romano. O ideal de renascentista é marcado pela crença em uma capacidade ilimitada da criação humana.

A invenção da imprensa contribui para a disseminação de ideias. O espírito de inquietação estende-se à geografia e à cartografia, e o impulso de investigar o mundo leva às grandes navegações e ao descobrimento do Novo Mundo. Como consequência, ocorrem progressos técnicos e conceituais, além de questionamentos que abrem caminho para as reformas religiosas.

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Alex Bernardo é Especialista em Arte-Educação em Teatro; Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatro; e Licenciado em Artes

O humanismo, estudo da antiga cultura greco-romana, está na origem do Renascimento e surge na Itália no século XIV. É favorecido pelo progresso econômico das cidades italianas, dominadas por uma rica burguesia, interessada nas letras e nas artes. Seus principais centros são Florença, Veneza e Roma e os primeiros grandes representantes, Francesco Petrarca (1304-1374) e Giovanni Boccaccio (1313-1375).

O humanismo desenvolve-se de modo notável e atinge o apogeu na Itália, no século XV, em razão de fatores como a proteção dos mecenas (papas, bispos, reis, príncipes e banqueiros que reúnem obras clássicas, amparam os estudiosos da literatura grega e latina, fundam bibliotecas e embelezam seus palácios e igrejas); a fuga dos sábios bizantinos, grandes conhecedores da cultura clássica, para a Itália e a invenção da imprensa. Seus principais nomes nesse período são Erasmo de Roterdã (1460-1536) e Thomas Morus (1478-1535).

O Renascimento italiano é favorecido ainda, além dos fatores determinantes do humanismo, por uma tradição clássica, já que o país abrigou o centro do Império Romano, e pelo crescimento econômico das cidades italianas. Grandes mestres do Renascimento italiano são Leonardo da Vinci (1452-1519), Michelangelo (1475-1564), Rafael (1483-1520), Ticiano (1477-1576) e Tintoretto (1518-1594). Entre os escritores, destaca-se Nicolau Maquiavel (1469-1527).

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O TEATRO RENASCENTISTA

Ao estudarmos a história podemos afirmar que o Renascimento significou não apenas uma recuperação dos clássicos, mas uma nova concepção do mundo e do destino do homem. As transformações por que passa o Ocidente nos séculos XV e XVI criam e difundem a noção de que rupturas profundas se operam entre o presente e o passado. No momento em que a escolástica vai se ruindo, a Igreja vê desintegrar-se a unidade religiosa da Europa. No mesmo instante a idéia imperial dilui-se frente a política nacional das monarquias absolutas.

Ao desenvolver a crença de que tudo pode ser feito com o domínio da técnica racional, o Renascimento fundamenta com a matemática e com a escrituração contábil do capitalista a interpretação do universo.

A Renascença é o período em que se dá a redescoberta e a revalorização da arte clássica. Esse período não aparece de súbito. Começa a ser preparado desde o século XIII com o humanismo e somente se consolida plenamente por volta do século XVIII com o Iluminismo. Mas de qualquer forma o período em que mais se desenvolveu foi o que abrange os séculos XV e XVI.

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O Teatro Renascentista não possuiu um desenvolvimento tão acentuado quanto as artes plásticas, arquitetura, pintura, etc. devido ao fato de ter seguido fielmente os preceitos greco-romanos, ou seja, a valorização do antropocentrismo até mesmo como uma espécie de cópia adaptada. Nesse sentido limitaram-se a imitar o Teatro Greco-Romano mantendo as mesmas regras que os regiam (prólogo, párodo,...) Até mesmo os assuntos eram os mesmos da Grécia e Roma, o que contribuiu para um fracasso. Os únicos autores um pouco mais originais foram: Maquiavel na Itália e Shakespeare na Inglaterra. No Teatro Renascentista podemos encontrar os seguintes autores:

• Gil Vicente: Apesar de o encontramos no período renascentista, utilizou uma espécie de volta aos moldes do Teatro Medieval. Fez diversos AUTOS religiosos que se constituíam em peças de curta duração. Era do país de Portugal. Esse foi o único autor que promoveu uma volta ao Medievalismo. Toda a sua obra encontra-se dentro do espírito medieval.

• Nicholau Maquiavel: Autor italiano. Resgata todo o Teatro Grego que acabou se perdendo no decorrer da Idade Média. Escreveu : “O Príncipe”, “A Mandrágora”. Era um político e, devido a aspectos políticos, foi exilado de seu país. No exílio escreveu “A Mandrágora”, uma comédia que criticava toda a gente da cidade de Florência.

• Shakespeare: Autor Inglês de grande popularidade tanto em seu país quanto no resto do mundo. Assistiu a muitas representações medievais de grupos itinerantes e possuía uma formação cultural muito sólida.

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TEATRO ELIZABETHANO

No decorrer dos séculos XIV e XV o comércio começou a florescer no mundo todo. Todos os reis, inclusive Henrique VIII (Rei da Inglaterra) iniciaram uma política de intenso apoio ao crescimento do comércio. Entretanto, o ei inglês, nessa mesma época, rivalizou-se com a Igreja Católica no intuito de criar o Anglicanismo em seu país. Essa briga religiosa rendeu guerras durante algum tempo. Assim podemos presenciar, nessa época, um atraso cultural da Inglaterra visto que, enquanto preocupou-se com guerras religiosas, o resto da Europa desenvolveu-se muito culturalmente.

No século XVI assume o trono a Rainha Elizabeth I (1558–1603) que começou a ajustar e apoiar significativamente a cultura inglesa e, principalmente, a produção teatral, que começou a crescer e a tornar-se cada vez mais popular. As companhias aumentaram em número e importância e a maioria delas passou a ter formação estável. Essa situação foi favorecida por uma ordenança real, segundo a qual só poderiam fazer turnês pelo interior as companhias que gozassem da proteção de um nobre. Contando com patronos e protetores nos círculos da corte e da nobreza, profissionais já podiam apresentar-se diariamente salvos dos ataques puritanos. Interpretavam para uma plateia bastante heterogênea, embora as classes superiores constituíssem a grande maioria. Várias companhias que possuíam essa proteção de um monarca: “Homens do Conde de Pembroke”, “Cômicos do Conde de Leicester”.

The Globe Theater

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A Companhia em que Willian Shakespeare atuava não só como ator, mas como escritor era “Homens do Conde de Pembroke” que estava sob o patrocínio de James Burbage e que, posteriormente, ficou sob a proteção de Henry Carey, Lord Chambelan, primo da rainha.

Com tão importante apoio, a posição dos atores junto à corte, que já era boa, melhorou ainda mais. Com frequência eles passaram a atuar até mesmo para a própria rainha Elizabeth. Esta gostava muito da companhia e, em especial, de “Penas de Amor Perdidas”, uma peça em que Shakespeare narrava uma elegante história de amor.

O acesso à corte permitia ao jovem dramaturgo a observação do mundo dos nobres e políticos, pelo qual sempre possuiu interesse. Certamente isso o ajudou muito nas obras em que abordava esse tema. A grande maioria das obras de Shakespeare foi produzida no período em que a Inglaterra, governada durante 45 anos pela Rainha Elizabeth I, consolidou sua posição de grande potência econômica e política. O reflexo do desenvolvimento atingiu as esferas culturais, possibilitando o surgimento dos “talentos universitários” - entre os quais Cristopher Marlowe – antecessor de Shakespeare e Ben Jonson.

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Precursores e Contemporâneos de Shakespeare:1) John Lyly (1554 – 1606): Autor de Pastorais (Bucolismo)

2) Cristopher Marlowe (1564 – 1593): Autor de peças trágicas3) Thomas Kyd (1558 – 1594): Grande influência sobre Shakespeare

4) Ben Jonson (1572 – 1637): Grande amigo de Shakespeare5) Robert Greene (1560 – 1592)

Willian Shakespeare: Dramaturgo e poeta inglês (23/4/1564-23/4/1616). Destaca-se entre os mais importantes da história do teatro. Nasce em Stratford-upon-Avon, onde faz os primeiros estudos. Aos 18 anos, casa-se com Anne Hathaway, com quem tem três filhos. Pouco se sabe a respeito de sua vida até 1591, ano em que se muda para Londres. Entre 1590 e 1594 redige a primeira peça, A Comédia dos Erros. Ainda nessa época escreve 154 sonetos, considerados até hoje os mais belos e mais importantes da língua inglesa. De acordo com os historiadores, conquista sucesso e fortuna com o teatro. Em 1594 é membro da companhia teatral de Lord Chamberlain, que representa na melhor sala de espetáculos de Londres. Marca com sua obra o teatro elisabetano, e suas peças, tragédias, comédias e dramas históricos, influenciam toda a produção posterior a ele. Entre suas tragédias mais importantes destacam-se Romeu e Julieta, Macbeth, Hamlet, O Rei Lear e Otelo. Algumas das comédias mais encenadas são O Mercador de Veneza, A Megera Domada e Sonho de uma Noite de Verão. Em 1609 publica uma série de sonetos, dedicados a um rapaz e a uma senhora não-identificados. Por volta de 1610, retorna à cidade natal, onde escreve sua última peça, A Tempestade, em 1613.

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CARACTERÍSTICAS DAS PEÇAS DE SHAKESPEARE

• Ausência de unidade de tempo e lugar no sentido clássico;• Enredo principal e subenredos;• Distinção não rígida de gêneros (Em tragédias possuem cenas de comédia ou vice-versa,...);• Variação da quantidade de personagens (Ex: Em uma peça existem 12 personagens, já em outra existem 50 );• Gêneros mais utilizados: Tragédias, comédias, dramas históricos e pastorais;• Versos brancos, rimados e prosa.

William Shakespeare escreveu cerca de 154 sonetos dos mais belos de toda a Literatura Inglesa. Escreveu também cerca de 37 peças teatrais. Em 1592, torna-se dramaturgo. Dois anos depois, começa sua vida teatral como ator. Em 1597, adquire uma vida financeira extremamente confortável e compra casas e terrenos em Stratford. Em 1603, torna-se sócio do Globe Theatre, em Londres. (Era um hotel que possuía um teatro, mas não era um local muito apropriado para produções teatrais.)

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CARACTERÍSTICAS DO AUTOR

• Valorização muito grande do intelecto e da cultura, do “eu”. Sentimentos humanos e universais;

• Não questionamento de problemas políticos, sociais de uma determinada época. Justamente devido a isso sua obra nunca envelhece;

• Captura de todas as características do Renascimento;

• Reflete muito em suas peças o nacionalismo;

• Peças sem posicionamento político;

• Criação de personagens questionadores (Resgate ao Renascimento);

• Crítica à injustiça, violência e ao erro, mas sempre entre os indivíduos, nunca entreclasses sociais, políticas, etc. Trabalho muito grande do individualismo e inexistência de trabalho acerca da coletividade;

• Presença da HYBRIS (A maioria dos personagens de Shakespeare apresentam a característica do orgulho: Romeu, Hamlet, Rei Lear,...);

• Seus personagens possuem o destino em suas mãos. As ações são dos próprios personagens; Todos eles possuem o livre-arbítrio;

Em Strantford, a tumba

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"Hamlet" de William Shakespeare:(...)" HAMLET: Ser ou não ser, eis a questão! Que é mais nobre para o espírito: sofrer os dardos e setas de um ultrajante fado, ou tomar armas contra um mar de calamidades para pôr-lhes fim, resistindo? Morrer... dormir; nada mais! E com o sono, dizem, terminamos o pesar do coração e os mil naturais conflitos que constituem a herança da carne! Que fim poderia ser mais devotamente desejado? Morrer... dormir! Dormir!... Talvez sonhar! Sim, eis aí a dificuldade! Porque é forçoso que nos detenhamos a considerar que sonhos possam sobrevir, durante o sono da morte, quando nos tenhamos libertado do torvelinho da vida. Aí está a reflexão que torna uma calamidade a vida assim tão longa! Porque, senão, quem suportaria os ultrajes e desdéns do tempo, a injúria do opressor, a afronta do soberbo, as angústias do amor desprezado, a morosidade da lei, as insolências do poder e as humilhações que o paciente mérito recebe do homem indigno, quando ele próprio pudesse encontrar quietude com um simples estilete? Quem gostaria de suportar tão duras cargas, gemendo e suando sob o peso de uma vida afanosa, se não fosse o temor de alguma coisa depois da morte, região misteriosa de onde nenhum viajante jamais voltou, confundindo nossa vontade e impelindo-nos a suportar aqueles males que nos afligirem, ao invés de nos atirarmos a outros que desconhecemos? E é assim que a consciência nos transforma em covardes e é assim que o primitivo verdor de nossas resoluções se estiola na pá da sombra do pensamento e é assim que as empresas de maior alento e importância, com tais reflexões, desviam seu curso e deixam de ter o nome de ação... Agora, silêncio!... A bela Ofélia! Ninfa, em tuas orações, recorda-te de meus pecados!“ (...)

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