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  • 1. Ana Vivian Parrelli Colenci EFEITO DE UMA FORMULAO CONTENDO OBIOPOLMERO QUITOSANA SOBRE A FIBRA CAPILARCAUCASIANA Dissertao de mestrado apresentada ao Programa de Ps- Graduao Interunidades em Bioengenharia - Escola de Engenharia de So Carlos - Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto - Instituto de Qumica de So Carlos da Universidade de So Paulo como parte dos requisitos para obteno do ttulo de mestre em Bioengenharia. rea de Concentrao: Bioengenharia Orientadora: Profa. Dra.Ana Maria de Guzzi Plepis So Carlos 2007

2. Dedicatria Aos meus queridos pais, Maria Luiza (in memoriam) eSrgio Antonio por suas palavras de estmulo, dedicao,oportunidade e exemplo de vida, pelo amor incondicional e portudo que hoje sou. Obrigado por estarem sempre ao meu lado, mesmo minhamezinha que hoje j no faz mais parte deste plano, eu aindasinto sua presena, e sei que muito me auxilia nessa minhatrajetria. 3. AGRADECIMENTOSA Deus que sempre me deu fora e f, para que eu pudesse ir mais alm e mepresenteasse com pessoas to especiais nessa minha jornada.A Profa. Dra. Ana Maria de Guzzi Plepis pela sua orientao, por sua sempredisposio em me auxiliar, pelas discusses deste trabalho, pela confiana,compreenso, amizade e principalmente por essa oportunidade.Ao meu marido e anjo da guarda Neto, pela pacincia inesgotvel, por suaspalavras de coragem e incentivo, pelo amor, carinho, serenidade, aporte cientfico,e principalmente por ser meu to companheiro.Aos meus irmos Ana Lilian e Srgio Antonio pelo carinho e o apoio de sempre.A toda minha famlia que sempre acreditou em mim. Obrigada por me mostraremo verdadeiro sentido da palavra famlia, sem vocs eu nada seria.Ao Dr. Fausto Silva Jnior e Dra. Ronilda Maria Naves, diretores da TnagraCosmticos, pela confiana e apoio e principalmente por me darem aoportunidade para que eu me transformasse no profissional que hoje sou. Muitoobrigado a vocs por tornar o meu sonho possvel.A Patrcia Antenucci pela compreenso, apoio e amizadeA minha amiga Janaa, no s pela sua amizade incondicional, mas por suaspalavras de carinho e incentivo neste meu trabalho.A Dra. Virgnia C. A. Martins pela forma to gentil de sempre me auxiliar, obrigadapela dedicao e amizade.As amigas Thelma, Fabiana e Marlia, pela ajuda valiosa e amizade.A Isabel por ceder mechas de seus cabelos para que esse trabalho pudesse serrealizado.A Valria Longo, Valria Monteiro, Manuela e Lvia, pelos ensinamentos ediscusses do trabalho, por sempre me receberem de forma to gentil.A Janete e a Vero pelo auxlo em todos os momentos.Ao Prof. Dr. Joo Manoel Domingos de Almeida Rollo pela sua sempredisponibilidade em ajudar, suas dicas e discusses, e pela sua amizade.Aos tcnicos Pedro, Carlos Bento, Mauro, Marcelo pelos incentivos tcnicosprestados. 4. RESUMOCOLENCI, A .V. P. - Estudo de uma formulao contendo o biopolmero quitosanasobre a fibra capilar caucasiana, 2007, 103f. Dissertao (Mestrado) Programade Ps-Graduao Interunidades em Bioengenharia - Escola de Engenharia deSo Carlos - Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto - Instituto de Qumica deSo Carlos, Universidade de So Paulo, So Carlos, 2007.H um nmero crescente de indstrias no ramo de cosmticos atualmente,devido ao fato das pessoas se preocuparem mais com suas aparncias eansiarem por produtos de qualidade. Em decorrncia desse fato as indstriasvem investindo cada vez mais nas reas de pesquisas e desenvolvendotecnologia neste segmento. Este trabalho visa o estudo das fibras capilares e ainterao das mesmas com uma formulao comercial contendo como ativoprincipal o biopolmero quitosana. Utilizou-se para tanto tcnicas comoMicroscopia Eletrnica de Varredura, Microscopia tica, Microscopia de ForaAtmica, Anlises Trmicas (TG/DSC) e anlise de espectroscopia de absorona regio do infravermelho. O estudo foi feito com cabelos caucasianos virgens(sem tratamento qumico) e em cabelos caucasianos descoloridos. Os resultadosevidenciaram melhorias na estrutura da fibra capilar. Pode-se tambm levantardados como a rugosidade e a rea cuticular da fibra, atravs desses dadosverificou-se que a rugosidade na fibra capilar diminui e a rea cuticular aumentoucom o uso do produto. Foi observado tambm atravs da anlise de infravermelhoa presena da quitosana na fibra capilar.Palavras-Chave: Fibra Capilar, Quitosana, Reestruturao Capilar 5. ;ABSTRACTCOLENCI, A .V. P. Study of a formulation contend bio-polymer chitosan onthe caucasian hair fiber, 2007. 103f. Dissertation (Master degree) Programa dePs-Graduao Interunidades em Bioengenharia - Escola de Engenharia de SoCarlos - Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto - Instituto de Qumica de SoCarlos, Universidade de So Paulo, So Carlos, 2007.Currently exists an increasing number of companies on the cosmeticmarket, due to the fact that people worry more about appearance and (to) desire(for) quality products. As a result the companies are investing more in this area anddeveloping new technologies. The purpose of this work is to study hair fibers andtheir interaction with a commercial product containing Chitosan which is the mainingredient in the formula of Kit Bio Film Tnagra e techniques were used, such asMEV, Optic Microscopy, AFM, Thermal analysis (TG/DSC) and infrared absorptionspectroscopy. This study was realized with caucasian virgin hair (without anychemical process) and with caucasian uncolored hair. In all analyses improvementof the hair fiber structure was observed. Also observed data such as roughnessand cuticle size showed an increase in roughness and a decrease of cuticle size.The presence of chitosan in the hair fiber was also observed by infrared analysis.Key-Words: Hair Fiber, Chitosan, Hair structure 6. LISTA DE FIGURASFigura 1Esquema do Folculo Capilar 21Figura 2Estrutura geral da fibra capilar: cutcula, crtex e medula 22Figura 3Estrutura mais detalhada da estrutura capilar 22Figura 4Composio da cutcula24Figura 5Grnulos de melanina no crtex de um cabelo 28Figura 6Protena do cabelo liso e posteriormente ondulado 30Figura 7Forma estrutural da cistena31Figura 8Forma estrutural da cistina 31Figura 9Estrutura genrica da queratina 32Figura 10 Estrutura da - queratina33Figura 11 Estrutura da - queratina34Figura 12 Representao das principais ligaes existentes na Fibra Capilar 35Figura 13 Imagem de fibras capilares de um cabelo asitico38Figura 14 Imagem de fibras capilares de um cabelo caucasiano39Figura 15 Imagem de fibras capilares de um cabelo africano40Figura 16 Seco central dos trs grupos: Asitico, Caucasiano e Africano 40Figura 17 Principais vias de difuso para o interior da fibra capilar 42Figura 18 Reaes de descolorao dos cabelos 46Figura 19 Kit Bio Film Protector Tnagra49Figura 20 Estrutura da quitina50Figura 21 Estrutura da quitosana51Figura 22 Simulao da interao entre as cargas da quitosana e da fibra53capilarFigura 23 Exemplos MEV de uma fibra capilar saudvel e uma bastante 56danificadaFigura 24 Fluxograma da 1o etapa da rota experimental 62Figura 25 Fluxograma da 2o etapa da rota experimental 63oFigura 26 Fluxograma da 3 etapa da rota experimental63 7. Figura 27 Quadrantes para o calculo da rugosidade mdia65Figura 28 Distncia entre as cutculas 66Figura 29 Micrografia eletrnica de varredura de G1(P) 69Figura 30 Micrografia eletrnica de varredura de G1(P) 69Figura 31 Micrografia eletrnica de varredura de G1 (5)70Figura 32 Micrografia eletrnica de varredura de G1 (5)70Figura 33 Micrografia eletrnica de varredura de G2(P) 71Figura 34 Micrografia eletrnica de varredura de G2(P) 71Figura 35 Micrografia eletrnica de varredura de G2(5) 72Figura 36 Micrografia eletrnica de varredura de G2(5) 72Figura 37 Microscopia tica do fio de cabelo de G1(P)74Figura 38 Microscopia tica do fio de cabelo de G1 (5) 74Figura 39 Microscopia tica do fio de cabelo de G2 (P) 75Figura 40 Microscopia tica do fio de cabelo de G2(5)75Figura 41 Variao da rugosidade mdia do cabelo virgem77Figura 42 Variao da rugosidade mdia do cabelo descolorido 77Figura 43 Variao da seco cuticular do cabelo virgem79Figura 44 Variao da seco cuticular do cabelo descolorido 79Figura 45 Microscopia de Fora Atmica da mecha G1(P)81Figura 46 Microscopia de Fora Atmica da mecha G1(5)81Figura 47 Microscopia de Fora Atmica da mecha G2(P)82Figura 48 Microscopia de Fora Atmica da mecha G2(5)82Figura 49 Curva termogravimtrica de G1(P) 86Figura 50 Curva termogravimtrica de G1(5) 86Figura 51 Curva termogravimtrica de G2(P).87Figura 52 Curva termogravimtrica de G2(5) 87Figura 53 Curva de DSC de G1(P) e G1(5)90Figura 54 Curva de DSC da amostra G2(P) e G2(5)91Figura 55 Espectros FTIR das amostras G1(P) e G1(5)94Figura 56 Espectros FTIR das amostras G2(P) e G2(5)95 8. LISTA DE TABELASTabela 1 Concentraes normais paraelementos traos e 17 macronutrientes no cabelo humanoTabela 2 Vantagens da anlise de cabelo em relao anlise de urina 17Tabela 3 Composio qumica do cabelo humano36Tabela 4 Estruturas dos trs tipos raciais de cabelos 41Tabela 5 Perda de massa (%) nos diferentes intervalos de temperatura88 para as respectivas amostras de cabeloTabela 6 reas dos picos de sada de gua das curvas de DSC do grupo92 1 e do grupo 2Tabela 7 Valores das principais bandas para cabelos obtidas por FTIR93Tabela 8 Principais bandas atribudas s amostras G2(P) e G2(5) 94Tabela 9 Principais bandas atribudas s amostras G2(P) e G2(5) 95 9. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLASAFM Microscopia de Fora AtmicaDSC Calorimetria exploratria diferencialFTIREspectroscopia no infravermelho com transformada de FourierG1(P) Cabelo virgem padroG1(1) Cabelo virgem padro aps 1 lavagem com o Kit Bio Film TnagraG1(2) Cabelo virgem padro aps 2 lavagem com o Kit Bio Film TnagraG1(3) Cabelo virgem padro aps 3 lavagem com o Kit Bio Film TnagraG1(4) Cabelo virgem padro aps 4 lavagem com o Kit Bio Film TnagraG1(5) Cabelo virgem padro aps 5 lavagem com o Kit Bio Film TnagraG2(P) Cabelo descolorido padroG2(1) Cabelo descolorido aps 1 lavagem com o Kit Bio Film TnagraG2(2) Cabelo descolorido aps 2 lavagem com o Kit Bio Film TnagraG2(3) Cabelo descolorido aps 3 lavagem com o Kit Bio Film TnagraG2(4) Cabelo descolorido aps 4 lavagem com o Kit Bio Film TnagraG2(5) Cabelo descolorido aps 5 lavagem com o Kit Bio Film TnagraMOMicroscopia ticaMEV Microscopia Eletrnica de VarreduraTGTermogravimetria 10. SUMRIORESUMOABSTRACTLISTA DE FIGURASLISTA DE TABELASLISTA DE ABREVIATURAS E SIGLASI - REVISO BIBLIOGRFICA 13 I.1 O mercado do cosmtico e sua importncia 13 I.2. - O cabelo e sua importncia16 I.3 A tecnologia e os cosmticos capilares 18 I.4 A Estrutura Capilar20 I.5 A constituio qumica dos cabelos 28 I.6 Diferenas raciais no formato das fibras capilares:37 I.7 Processos de difuso em fibras capilares 41 I.8 Cabelos virgens43 I.9 Efeito de agentes descolorantes nos cabelos44 I.10 Linha Bio Film Protector Tnagra48 I.11 - Quitosana 49II - OBJETIVO 5455III - EXPERIMENTAL III.1 - Amostra de cabelo55 III.2 Pr Tratamento 56 III.3 Processo de descolorao 57 III.4 Tratamento das amostras com o Kit Bio Film Protector Tnagra 58 III.4.1 Protocolo de tratamento60 III.5 Caracterizao das amostras63 III.5.1 Microscopia eletrnica de varredura (MEV)63 11. III.5.2 Microscopia tica 64III.5.3 Microscopia de fora atmica (AFM)64III.5.4 Espectroscopia de Infravermelho (IV)66III.5.5 Anlise Termogravimtrica (TGA) 67III.5.6 Anlise Calorimetria Exploratria Diferencial (DSC) 67IV - RESULTADOS E DISCUSSES68 IV.1 -Microscopia Eletrnica de Varredura (MEV)68 IV.2 -Microscopia tica (MO) 73 IV.3 Microscopia de fora atmica (AFM)76IV .3 1 Anlise da rugosidade 76IV. 3.2 Anlise da espessura cuticular79IV .3.3 Anlise Trmica 84IV .3.3.1 Anlise Termogravimtrica (TG)85IV .3.3.2 Calorimetria exploratria diferencial (DSC) 89IV. 3.3.3 Infravermelho (FT - IR) 92V - CONCLUSO 97VI - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 99 12. 13 I - REVISO BIBLIOGRFICAI.1 O mercado de cosmtico e sua importnciaA humanidade sempre se preocupou e buscou a beleza, mesmo quandono eram disponveis tecnologias e nem recursos que existem nos dias de hoje.A preocupao com a aparncia pode ter como consequncia umaidentificao pessoal ou apenas o fato da simples beleza. Os cuidados com oscabelos, podem ser estticos ou podem se referir a uma identificao social,religiosa ou mesmo poltica. Assim os cabelos podem dizer muito de uma pessoa,do seu modo de ser, suas crenas, e at mesmo da sua sade.Atualmente o mercado tem uma ateno especial com o setor cosmtico,pois esse segmento cresce a cada dia e tem trazido muito retorno financeiro. Hojeos investimentos so muitos, as pesquisas so inmeras, e a tecnologia cadavez mais desenvolvida e avanada nesta rea.Existem no Brasil 1.367 empresas de cosmticos formalizadas no mercado,conforme os dados da Anvisa de janeiro/06, segundo os mesmos dados, soregistrados, em mdia, 25 produtos por dia no setor de cosmticos, higienepessoal e perfumaria, em mbito nacional. Atualmente, estima-se que cerca desete mil itens da indstria da beleza cheguem ao mercado brasileiro por ano(BRITO, 2006A). 13. 14O Brasil considerado o quarto maior mercado de cosmticos do mundo,perdendo apenas para Estados Unidos, Japo e Frana. O crescimento nacionalde 34,2% contra o aumento de 8,2 % do mercado mundial, levou o pas quartacolocao mundial, desbancando mercados como a Alemanha e a Inglaterra(ANBA, 2006).A expectativa que haja um crescimento anual superior a 20% e o Brasilatinja a terceira posio em 2007 ou 2008. Esse avano no por acaso, pois aindstria cosmtica investe, por ano, cerca de 300 milhes de reais, em mdia,para se manter atualizada e oferecer produtos de qualidade (ANBA, 2006;PACHIONE, 2006).O crescimento mdio do setor nos ltimos dez anos foi de 6% ao ano,segundo dados da Abiphec (Associao Brasileira da Indstria de HigienePessoal, Perfumaria e Cosmticos). A contribuio para a arrecadao deimpostos portentosa: R$ 6,6 bilhes em 1999, e R$ 15 bilhes em 2005. Oconsumo de produtos para o tratamento dos cabelos o que mais cresce no setorde cosmticos (BRITO, 2006B ).Este crescimento acelerado deve-se :Reduo da carga tributria dos produtos;Criao de novos hbitos de consumo;Novas tcnicas que aumentam a produtividade, o que resulta emndice de preos menores comparados com os ndices de preo daeconomia em geral; 14. 15 Constante esforo da indstria do setor em lanar novos produtos competitivos; Aumento da expectativa de vida, o que resulta no desejo de conservao da juventude; Participao da mulher no mercado de trabalho (MASAN, 2006) Participao masculina no consumo de cosmticos. O povo brasileiro considerado um dos povos mais vaidosos do mundo.Segundo dados do Euromonitor de 2004, o Brasil responsvel por 4,2% do que consumido globalmente, ficando com o terceiro lugar em produtos para cabelono mercado mundial (BRITO, 2006A). O setor brasileiro de higiene pessoal, perfumaria e cosmticos oferece 2milhes de empregos, o que representa uma porcentagem superior a 2% dapopulao economicamente ativa. Este setor o segundo maior a oferecerempregos no pas, perdendo apenas para o setor da construo civil (MONTEIRO,2003). A capacidade da indstria da beleza em gerar empregos e postos detrabalho surpreendente. No final de 2004, 54 mil trabalhadores estavamcontratados pelo setor de cosmticos, produtos de higiene pessoal e perfumariano pas. No ano de 2005, o nmero de empregos aumentou em 5,46%, issosignifica que 2.948 trabalhadores foram incorporados ao setor. Por outro lado, ainformalidade grande e esses dados no incluem os empreendimentos informaise/ou sem licenciamento da Anvisa (BRITO, 2006B). 15. 16I.2. - O cabelo e sua importnciaO cabelo como um dosmetro biolgico, onde o individuo foi exposto, ouseja, caso haja alguma exposio a determinado elemento qumico e/ou droga,por contaminao externa ou por ingesto, aps um certo perodo a substnciaestar presente no cabelo. A determinao de elemento trao no cabelo no apenas um meio de avaliar a exposio do presente, mas tambm possvelavaliar exposies passadas, mesmo que a ao tenha cessado, como porexemplos em pessoas j falecidas. A anlise do cabelo bastante utilizada emcriminalstica, toxicologia, meio ambiente, medicina do trabalho e nutrio(POZEBON et al, 1999).O cabelo um tecido excretor para elementos essenciais, elementos noessenciais e elementos potencialmente txicos. Citam-se como elementosessenciais o Cr, Co, Cu, Mo, Se, Sn, V e Zn, que so essenciais ao organismo,mas se estiverem presentes em excesso podem provocar vrias doenas ou atmesmo levar morte, o contrrio tambm pode ocorrer se no estiverempresentes em quantidades suficientes para o organismo. Elementos tais como Ti,As, Sb, Bi e Hg no so essenciais, sendo sempre indesejveis em qualquerconcentrao (POZEBON et al, 1999).Em intoxicaes severas por metais pesados, tais como Ti e Pb, a cutculapode mostrar-se danificada. A absoro dos elementos trao mostra-se a partir daraiz (na regio da papila). So muitos os fatores que contribuem para que ocorramdiferentes concentraes no cabelo de determinada populao (idade, hbitos 16. 17alimentares, localizao geogrfica, sexo, ocupao entre outras) (POZEBON etal, 1999).A tabela 1 apresenta as concentraes normais para elementos traos emacronutrientes no cabelo humano e a tabela 2 apresenta as vantagens daanlise de cabelo em relao anlise de urina.Tabela 1: Concentraes normais para elementos traos e macronutrientes nocabelo humano (POZEBON et al, 1999).ElementoConcentrao/ ElementoConcentrao/ ElementoConcentrao/g/gg/g g/gAg0,16-0,70Fe10-900Ti 0,13-12Al 0,10-36 Ga 1-250V 0,04-160As 0,03-25 Hg 0,3-12,2 Zn53,7-327 B0,88-0,98 I 0,03-4,2 P 88,9-773Ba0,76-1,41K4-700Na0,02-2,02 bBr2-3,50 Li9-460 Ni 0,002-4,05 aCa0,17-4,69Mg1,19-567Pb0,004-95Cd0,04-5,30Mn 0,04-24Pd< 0,02Cl 0,12-14 Mo0,03-2,16 Pt 0,05Co0,07-1,70Sb0,05-0,06 Rb0,06-5,34Cr0,08-2,50Se0,002-6,6 S733Cs0,05-1,00Sn 0,036-8,30Cu 6,0-293 Sr 1,7-860a: mg/g; b:ng/gTabela 2: Vantagens da anlise de cabelo em relao anlise de urina(POZEBON et al, 1999). Urina Cabelo Informao a respeito de um curto perodo de Informao por um perodo maior (meses tempo de uso da droga (1-3 dias)a anos) No consegue quantificar o uso contnuoQuantifica a extenso do usoNo relaciona com passado Relaciona com o passadoPode ser uma prova evasiva Pode comprovar o usoPode no comprovar as evidnciasComprova as evidncias 17. 18 A realizao da anlise do cabelo mais simples que a anlise realizadapelo sangue ou pela urina, de modo que as anlises so bastante teis para averificao de intoxicaes ou mesmo diagnosticar doenas. Alm disso a anlisede cabelo bastante atrativa, pois de fcil coleta, no causa traumas e nem dor,alm de ser de fcil estocagem, transporte e manuseio. Alm disso, um materialbastante estvel que no precisa ser mantido sob refrigerao, tampouco necessitade preservantes (POZEBON et al, 1999). I.3 A tecnologia e os cosmticos capilares A ANVISA define os produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosmticoscomo: Preparaes constitudas por substncias naturais ou sintticas, de usoexterno nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lbios,rgos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com oobjetivo exclusivo e principal de limp-los, perfum-los, alterar sua aparncia e oucorrigir odores corporais e ou proteg-los ou mant-los em bom estado (ANVISA,2007). A nica preocupao que se tinha no passado com os produtos cosmticosera a limpeza dos cabelos, tendo apenas como elementos os shampoos e oscondicionadores, onde estes ltimos se preocupavam em dar um toque de macieze mais nada aos cabelos. A tecnologia que vem sendo desenvolvida e aplicada na fabricao dosprodutos para cuidar dos cabelos tem progredido tanto em relao s tcnicas delimpeza, como s de proteo e reestruturao capilar (WEI et al, 2005). 18. 19 A indstria cosmtica passou a se preocupar muito mais alm da limpeza,os produtos cosmticos alm de proporcionar a limpeza das fibras, proporcionamproteo, reestruturao e conservao dos cabelos. No mercado possvel encontrar uma nova gerao de produtoscosmticos: os cosmocuticos que so produtos que, alm de atuar nas fibrascomo cosmticos, atuam tambm como medicamento. O sucesso dos produtos cosmticos est baseado no somente em suaspropriedades, mas tambm na maneira em que interagem com os substratosbiolgicos (WEI et al, 2005). A caracterizao nanomecnica dos cabelos pode no somente auxiliar naavaliao dos efeitos dos produtos cosmticos na superfcie dos cabelos, mastambm podem prover melhores entendimentos referentes s propriedades fsicase qumicas da extensa variedade de compostos das fibras capilares (WEI et al,2005). A importncia da anlise capilar tem sido demonstrada em reas como amedicina, ambiental, cosmtica e cincia forense. Caracterizar a estrutura celulare as propriedades fsicas e mecnicas do cabelo fundamental para odesenvolvimento de produtos cosmticos mais eficazes e para o progresso nacincia cosmtica (BHUSHAN et al, 2006; PANAYIOTOU et al, 1999). A demanda por produtos para melhorar o aspecto fsico e da superfcie doscabelos, criou uma primorosa indstria que se dedica aos estudos dos cabelos (LATORRE et al, 2006). 19. 20I.4 A Estrutura capilarO cabelo uma tpica fibra natural, sendo que a superfcie do cabelo no quimicamente homognea (DUPRES et al, 2004).A fibra capilar formada por vrias estruturas, cada qual com umacaracterstica diferente da outra, e isso leva o cabelo a se tornar um assunto maiscomplexo de estudo. A melhor prova disto o fato de que apesar de muitosestudos feitos nos ltimos 70 anos o problema da estrutura desta organizao nofoi ainda muito bem resolvido. Alm disso, a fibra capilar um sistema multicelularcomplexo composto por clulas que diferem em composio, forma epropriedades (WOJCIECHOWSKA et al, 1999).O folculo capilar composto por duas estruturas: um filamento externo aderme (haste) e outro interno a derme (bulbo).Cada folculo capilar contm glndulas e msculos. no bulbo capilar queacontecem as snteses e organizaes biolgicas, alm do processo dequeratinizao e solidificao por meio de ligaes cruzadas de cistina(MONTEIRO, 2003).O crescimento do cabelo ocorre pela propagao de clulas epidrmicasem torno da papila, que vai se queratinizando e sendo empurrada para fora edando origem ao que conhecemos como fio de cabelo.Histolgica e quimicamente, as fibras so bastante complexas devido heterogeneidade das molculas proticas. Histologicamente, elas apresentam 3componentes principais: clulas cuticulares, clulas corticais, medula (podendo 20. 21estar presente ou no na fibra capilar) e um componente secundrio denominado:complexo da membrana celular (WEI et al, 2005; SANTAANNA, 2000).A figura 1 mostra a estrutura do folculo capilar.Figura 1: Esquema do Folculo Capilar (MONTEIRO, 2003).A cutcula e as clulas corticais correm longitudinalmente ao longo da fibracapilar e so principalmente preenchidas com uma protena denominada queratina(WEI et al, 2005; BHUSHAN et al, 2006).A figura 2 apresenta a estrutura capilar de um modo geral e a figura 3apresenta a estrutura capilar de uma forma mais detalhada. 21. 22Figura 2: Estrutura geral da fibra capilar: cutcula, crtex e medula (UFSCar,2006A). Figura 3: Estrutura mais detalhada da estrutura capilar (MONTEIRO, 2003) 22. 23 A - Cutcula: A superfcie do fio constituda pela cutcula e todas as clulas da cutculapossuem uma camada com determinada composio (WOJCIECHOWSKA et al,1999). A cutcula consiste em clulas planas sobrepostas (escamas) que sounidas raiz e percorrem at as pontas dos cabelos. A cutcula responsvelpelo brilho (a luz incidente refletida, espalhada e transmitida), propriedadesfriccionais e, conseqentemente, propriedades relacionadas esttica (BHUSHANet al, 2006; MOITA, 1989). A regio plana da clula coberta por uma compacta camada hidrofbica,composta por cidos gordurosos, sendo que as laterais das clulas so menoshidrofbicas e so cobertas por protenas (DUPRES et al, 2004). A cutcula composta por um material protico e amorfo, e responsvelpela proteo do crtex contra as agresses externas e tratamentos qumicos.Cada clula possui dimenses aproximadas de 0,5 -1,0 m de espessura e 45 mde comprimento (COLOMBERA, 2004). A cutcula consiste geralmente de 5 a 10 camadas, mas o estresse fsico equmico, como o sol e processos qumicos, por exemplo, pode induzir a quebradas cutculas, que a parte mais externa do fio. So clulas achatadas queencapam o fio, so translcidas e livres de pigmentao (MOITA, 1989;MAXWELL et al, 2005). As cutculas tambm so responsveis pelo transporte de gua para ointerior da fibra (WAGNER, 2003; PAULA, 2001). 23. 24A cutcula composta pela camada A, a epicutcula e duas outras camadasinternas, a endocutcula e exocutcula.A composio da cutcula apresentada na figura 4Figura 4: Composio da cutcula: (1) Epicutcula, (2) Camada A, (3) Exocutculae(4) Endocutcula (FILZLEXIKON, 2006). (1) Epicutcula: possui 2,5 3,0 nm de espessura e recobre cada clula, composta por cerca de 80 % de protenas, 5 % de lipdeos, e quimicamenteresistente a lcali, cidos, enzima, agentes redutores e oxidantes (PAULA, 2001).A epicutcula essencialmente composta de substncias gordurosas(hidrofbica). Cada clula individual da cutcula circundada pela epicutcula(BHUSHAN et al, 2006; DUPRES et al, 2004; MOITA, 1989).(2) Camada A: esta camada fica logo abaixo da epicutcula, possui um altocontedo de cistina (maior que 30 %), quimicamente resistente e hidrofbica,possuindo 0,1 m de espessura (BHUSHAN, et al, 2006; PAULA, 2001). 24. 25 (3) Exocutcula: fica logo abaixo da camada A, compe cerca de 66,7% daclula, possui alto teor de cistina (15%), resultando em um elevado ndice deligaes cruzadas, que so responsveis pela sua natureza hidrofbica (PAULA,2001). Devido a sua constituio qumica, a epicutcula, a camada A e exocutculafuncionam como uma barreira difuso de molculas de alta massa molecular(PAULA, 2001). (4) Endocutcula: composta por um material no queratinoso, com baixocontedo de cistina (3%), rica em protenas, vitaminas, ons, cidos nuclicos,carboidratos e cidos graxos, que em sua maioria so solveis em gua. Estaconstituio a confere um carter hidroflico e menor resistncia aos ataquesqumicos, comparando-se com as outras estruturas (PAULA, 2001; WAGNER,2003).B - Complexo da membrana celular A fibra capilar possui componentes secundrios e um dos principaisconstituintes o complexo da membrana celular (CMC), que forma uma contnuafase na fibra capilar. Contm cerca de 2 % de cistina (no queratinoso), sendocomposto principalmente por protenas, lipdeos, carboidratos, compostos mineraise aminocidos polares, o que lhe confere um carter hidroflico (WEI et al, 2005;WOJCIECHOWSKA et al, 1999; WAGNER, 2003) . 25. 26 A funo do CMC manter as cutculas unidas, formando uma rede decanais penetrantes para dentro da fibra e cria condies para a difuso dasmolculas para dentro da fibra capilar (MONTEIRO, 2003; WOJCIECHOWSKA etal, 1999). Cada subunidade da cutcula possui um carter qumico e, emconseqncia disso espera-se um comportamento reativo diferente frente a cadatratamento com os produtos cosmticos. Por isso importante entender cada subunidade, e conseqentementeverificar se h ou no afinidade hidroflica ou hidrofbica dependendo dasubunidade. C - Crtex: O crtex ocupa a maioria da composio da fibra, e a parte intermediriada fibra capilar, constituindo cerca de 70 % da massa capilar ( MONTEIRO, 2003;BHUSHAN et al, 2006). As clulas corticais so ricas em cistina, compactas, pouco penetrveis porlquidos em geral. So pouco reativas quimicamente, e menos resistentes aode agentes oxidantes (PAULA, 2001). As clulas corticais tm uma forma oval, 150-400 nm de dimetro, possuemgeralmente de 1- 6 m de espessura e 100 m de comprimento (WEI et al, 2005;SCANAVEZ et al, 2003). Os fios de cabelos so formados por feixes paralelos denominadosmacrofibrilas, que compem o crtex, apresentando-se na forma espiral, tendo de 26. 270,1 a 0,4 m de dimetro e so os maiores constituintes das clulas corticais(MOITA, 1989; PAULA, 2001).Cada macrofibrila consiste de filamentos intermedirios (cerca de 7,5 nm dedimetro), previamente chamados de microfibrilas, e a matriz, que so designadaspor outras estruturas e aminocidos (WEI et al, 2005; KUZUHARA, 2006).A microfibrila uma protena fibrosa cristalina que principalmentecomposta por protenas hlice com baixo teor de cistina, denominada queratina (KUZUHARA, 2006).Estas estruturas esto alinhadas ao longo da fibra axial e encaixadas emuma matriz amorfa com alto teor de cistina (~21%) consistindo em gruposdissulfetos (S - S), e estes formam ligaes cruzadas nas fibras de queratina,contribuindo com propriedades fsicas e mecnicas, bem como a estabilidade daestrutura (WEI et al, 2005; KUZUHARA, 2006).As microfibrilas, por sua vez, so constitudas por feixes paralelos defilamentos proticos ordenados ao longo de um nico eixo, so as protofibrilas. Asprotofibrilas so compostas por cadeias helicoidais de queratina epossuem um dimetro de 20 (MOITA, 1989).No crtex que se encontra a melanina, pigmento do cabelo responsvelpela colorao (MOITA, 1989).A figura 5 apresenta os grnulos de melanina no crtex de um cabelo. 27. 28Figura 5: Grnulos de melanina no crtex de um cabelo (GRAY, 2006).D - MedulaA medula capilar pode estar presente ou no na fibra capilar. Quando elaexiste, geralmente compreende somente uma pequena porcentagem da massacapilar, podendo ser contnua ou fragmentada ao longo do eixo da fibra capilar eno ocorre em fibras finas (TUCCI, 1989; ROBBINS, 2000).Acredita-se que a funo da medula na fibra capilar desprezvel e que elano possui nenhuma contribuio quanto s propriedades qumicas e mecnicasdos cabelos (ROBBINS, 2000).I.5 A constituio qumica dos cabelosO cabelo humano formado fundamentalmente por protenas, e estasvariam de 65 a 95 % , dependendo do estado dos cabelos. O principal constituinteda fibra capilar a protena queratina (cerca de 85 %), mais especificamente a queratina (ROBBINS, 2000). 28. 29Queratinas so sistemas celulares naturais de protenas fibrosas ligadastransversalmente pelo enxofre de resduos cisticos, ou seja, as queratinas soformadas por cadeias polipeptdicas que se distinguem de outras protenas porseu alto teor de pontes de dissulfeto (S S) provenientes do aminocido cistina, oque lhes conferem propriedades mecnica, trmica e qumicas da fibra capilar. Asligaes pontes de dissulfeto ocorrem entre a cistena (figura 7) de uma cadeiacom as cistena de outra cadeia, e se responsabilizam tambm pelo grau deondulao dos cabelos (MONTEIRO, 2003; WOJCIECHOWSKA et al, 1999;SCANAVEZ, 2003; SANTANANNA, 2000).As pontes dissulfetos formam uma rede tridimensional com alta densidadede ligaes cruzadas, proporcionando ao cabelo uma alta resistncia ao ataquequmico. A reduo dessas ligaes causa mudanas nas propriedadesmecnicas do fio (NOGUEIRA, 2003).A figura 6 apresenta a estrutura qumica da protena do cabelo antes e apsum alisamento. Neste processo primeiramente as ligaes de dissulfetos soreduzidas e posteriormente oxidadas conferindo-lhe um novo arranjo das ligaes,as quais so denominadas ligaes cruzadas, e este novo arranjo o responsvelpelo grau de ondulamento dos cabelos. 29. 30Figura 6: Estrutura qumica da protena do cabelo liso e posteriormente ondulado(ligaes cruzadas) (GRAY, 2007)A cistina (figura 8) o aminocido que se apresenta em maior quantidadena queratina, o mais reativo tambm, conferindo extrema resistncia einsolubilidade da queratina. A cistina possui dois grupos NH2 e dois grupos COOH,podendo participar de duas cadeias polipeptdicas interligadas por ligaes dedissulfeto do aminocido (ligaes intercadeias) (MONTEIRO, 2003).As figuras 7 e 8 apresentam as formas estruturais da cistena e da cistinarespectivamente. 30. 31 Figura 7: Forma estrutural da cistena.Figura 8: Forma estrutural da cistina. A queratina um polmero formado por cadeias polipeptdicas, resultantesda condensao de aminocidos. Dos 25 aminocidos que ocorrem nas protenas,18 esto presentes na queratina. O elemento essencial da estrutura damacromolcula queratina o alinhamento dos resduos de aminocido ao longoda cadeia (MONTEIRO, 2003; WOJCIECHOWSKA et al, 1999; SCANAVEZ et al,2003). 31. 32A figura 9 apresenta a estrutura genrica da queratina. Figura 9: Estrutura genrica da queratina (BIOCROWLER, 2007).Os diferentes tipos de queratina dependem de como esto distribudos osaminocidos, alm das diferenas estruturais e morfolgicas (MOITA, 1989).Nos cabelos, a queratina sintetizada no interior das clulas epidrmicasda pele e dela se derivam. O cabelo uma estrutura epidermal especializada queconsiste de raiz, dentro da derme, e uma haste que se projeta acima da superfcie.As cadeias polipeptdicas da queratina organizam-se em filamentos dentro dasclulas produtoras do cabelo. Estes filamentos se organizam em estruturassemelhantes a cordas, que terminam preenchendo toda a estrutura. Esta estruturatorna-se fina e alongada, dando origem ao fio de cabelo (MOITA, 2003).Estudos de difrao de raios X revelaram que existem duas estruturascristalinas de queratina nos cabelos. A maior concentrao atribuda a -queratina, que ocorre nas microfibrilas e responsvel pela estabilidade 32. 33longitudinal das mesmas. A matriz formada por uma mistura desorientada de -queratina e - queratina com considervel reticulao por ligaes de dissulfeto.A estrutura contm cadeias estendidas em um arranjo de folhas pregueadasenquanto a estrutura helicoidal. Estas estruturas so estabilizadas pelaformao de ligaes de hidrognio entre as cadeias polipeptdicas. A estrutura mais elstica e menos resistente mecanicamente que a estrutura (TUCCI,1989; COLOMBERA, 2004).A - hlice uma conformao estvel, preferida pela cadeia polipeptdicada - queratina, porque permite a formao de pontes de hidrognio.A figura 10 apresenta a estrutura - queratina e a figura 11 apresenta aestrutura - queratina. Figura 10: Estrutura da - queratina. (EDUCA.AROGOB, 2007) 33. 34Figura 11: Estrutura da - queratina (EDUCA.AROGOB, 2007)A estrutura dos cabelos formada no apenas por ligaes peptdicas epontes de dissulfeto, mas tambm por ligaes de hidrognio entre os grupos NHe CO de cadeias polipeptdicas paralelas ou adjacentes. Essas ligaes sonumerosas o que significa muito para a estabilizao da estrutura protica. Asligaes salinas so resultados de interaes entre grupos bsicos de cadeiaslaterais de aminocidos (ons amnio positivamente carregados), e grupos cidosde cadeias laterais de aminocidos (grupo carboxila negativamente carregado) damesma cadeia helicoidal ou de outra cadeia (MONTEIRO, 2003).As ligaes salinas e de hidrognio tambm esto presente e soextensivamente existentes entre as protenas moleculares do cabelo, porm afora dessas ligaes fraca e facilmente afetada por um contedo de gua noscabelos (BHUSHAN et al, 2006).A figura 12 apresenta as principais ligaes que existem na fibra capilar. 34. 35Figura 12: Representao das principais ligaes existentes na Fibra Capilar(MONTEIRO, 2003).O cabelo contm cerca de 85 % de sua massa de queratina. Os outroscomponentes so lipdeos (3%), pigmentos (2%), alm de outros componentes emquantidades menores. Pequenas quantidades de substncias hidrossolveis comopentoses, fenis, cido rico e glicognio tambm esto presentes, alm doselementos traos, como os metais (MONTEIRO, 2003).A quantidade de queratina diferente na cutcula e no crtex. Quanto composio qumica ao longo da fibra tambm h diferenas. Essas diferenasso atribudas ao de intemperismo e outros fatores que afetam a composioprotica (MONTEIRO, 2003; TUCCI, 1989). 35. 36A principal caracterstica da queratina a existncia do alto contedo deenxofre, as ligaes de dissulfeto so as principais responsveis pela estruturacapilar, so ligaes extremamente fortes, e caracterizam-se pela ligao entredois tomos de enxofre no aminocido cistina (ligao covalente) (MONTEIRO,2003; MOITA, 1989).A tabela 3 apresenta a composio qumica do cabelo humano.Tabela 3: Composio qumica do cabelo humano (MOITA, 1989). -1 AMINOCIDOCONCENTRAO ( molar g )CABELO CUTCULA CRTEX (Volume Todo) cido Cistnico32 59 27 cido Asprtico 339300416 Treonina554412580 Serina9671628 850 cido Glutmico 916848930 Prolina 588900532 Glicina 437836368 Alanina 347500370 Cistina 1435 1880 1350 Valina405644374 Metionina13 39 9 Isoleucina174186172 Leucina 457404466 Tirosina158134162 Fenilalanina124115126 Lisina196331172 Histidina62 53 65 Arginina466289496 36. 37I.6 Diferenas das fibras capilares em relao s raas:Existe uma grande variao quanto forma e cor dos cabelos. E essadiferena explicada pelas razes genticas de cada indivduo, assim toda essavariao depende da raa ou da mistura de raas herdadas pelo indivduo.O formato do cabelo determina o grau de brilho e a eficincia de gorduraem recobrir os fios (oleosidade). O cabelo liso possui mais brilho do que ocacheado, permitindo reflexo mxima de luz e movimentao facilitada degordura pela fibra (DIAS, 2004).Existem trs tipos diferentes de cabelos, e esses trs tipos no so apenasdiferentes na aparncia, mas tambm se diferem em suas respostas aos danosfsicos e qumicos.1. Cabelos asiticos: so cabelos que nascem perpendicularmente ao couro cabeludo, resultando assim em fios totalmente retos. Suas fibras so mais grossas e possuem um formato cilndrico, possuindo o maior dimetro entre as trs raas. A taxa de crescimento dos cabelos asiticos a mais rpida dos trs grupos e so cabelos que se apresentam na colorao castanho escuro ao preto (GRAY; 2007, DIAS, 2004; HAIR SCIENCE, 2007). 37. 38A figura 13 apresenta a imagem de fibras capilares de um cabelo asitico eo cabelo asitico dois dias ps raspar a cabea.Figura 13: Imagem de fibras capilares de um cabelo asitico (vdeo-microscpio) edo cabelo asitico dois dias aps raspar a cabea (HAIR SCIENCE, 2007).2. Cabelos caucasianos: o cabelo caucasiano o mais variado dos trs grupos raciais, podem possuir formas onduladas ou retas. Suas fibras possuem um formato mais oval e crescem em um ngulo oblquo em relao ao couro cabeludo, possuindo dimetro bastante variado, porm possui o menor dimetro entre os trs grupos. A colorao varia do castanho escuro ao loiro (DIAS, 2004; HAIR SCIENCE, 2007).A figura 14 apresenta a imagem de fibras capilares de um cabelocaucasiano (video-microscpio) e o cabelo caucasiano dois dias aps raspar acabea. 38. 39Figura 14: Imagem de fibras capilares de um cabelo caucasiano (video-microscpio) e o cabelo caucasiano dois dias aps raspar a cabea (HAIRSCIENCE, 2007).3. Cabelos africanos: so cabelos bastante ondulados, e por essemotivo so cabelos mais secos, pois as glndulas sebceas so menosativas neste grupo, e alm desse fato, a distribuio de oleosidade nodecorrer da fibra irregular. Este grupo o que apresenta a mais lentataxa de crescimento dos cabelos. A composio de aminocido similarcomparado com o caucasiano e asitico, mas a disposio deaminocidos que contm tomos de enxofre diferente, sendoresponsvel pelas variaes estruturais. Apresenta tambm o menorcontedo de gua. As cutculas so mais torcidas em suas bordassendo assim facilmente danificado neste ponto. Esta forma curiosa arazo para a vulnerabilidade do cabelo africano aos processos qumicose fsicos. Suas fibras possuem um formato elptico. A colorao docabelo africano varia do castanho escuro ao preto (DIAS, 2004; GRAY,2007). 39. 40A figura 15 apresenta a imagem de fibras capilares de um cabelo africano(vdeo-microscpio) e o cabelo africano dois dias aps raspar a cabea.Figura 15: Imagem de fibras capilares de um cabelo africano (vdeo-microscpio) eo cabelo africano dois dias aps raspar a cabea (HAIR SCIENCE, 2007).A figura 16 apresenta a seco central dos trs grupos: asitico, caucasianoe africano e a tabela 5 apresenta de forma resumida a estrutura dos trs tiposraciais de cabelos.1 2 3Figura 16: Seco central dos trs grupos: (1) Asitico (2) Caucasiano (3) Africano(GRAY, 2007). 40. 41Tabela 4: Estruturas dos trs tipos raciais de cabelos (PREZ, 2005)TIPO DE MODO DE SECOASPECTOCABELO INSEROTRANSVERSALCabelo Caucasiano ngulo < 90COvalOndulados a retosCabelo AfricanoCurvado ElpticoBastante onduladosCabelo Asiticongulo reto Redondo LisosI.7 Processos de difuso em fibras capilares.A interao com a queratina influenciada pelo carter inico do soluto,tamanho da molcula, ponto isoeltrico do cabelo, pH e fora inica do meio(COLOMBERA, 2004).A cutcula responsvel pelo ingresso de substncias para o interior dasfibras, dependendo da substncia h dois meios de difuso para o interior da fibracapilar: difuso intercelular e transcelular, que esto apresentadas na figura 17(WAGNER, 2003). 41. 42Figura 17: Principais vias de difuso para o interior da fibra capilar (WAGNER,2003) A velocidade de transporte de substncias externas para o interior da fibracapilar depende da natureza de cada substncia. Eventuais modificaes nestaestrutura so decorrentes de tratamentos fsicos e/ou qumicos. (SANTAANNA,2000). A via transcelular ocorre pela penetrao atravs da cutcula, enquanto quea via intercelular ocorre pela penetrao atravs do complexo da membranacelular, ou seja, entre as cutculas (WAGNER, 2003; SANTAANNA, 2000). A via intercelular mais aceita nos tratamentos cosmticos, pois acredita se que a difuso ocorre dos componentes desprovidos de ligaes cruzadas paraos componentes mais abastados. Estudos mostram que a difuso para o interiorda fibra capilar mais rpido quando o cabelo est danificado (WAGNER, 2003). 42. 43Acredita-se tambm que a via intercelular seja a mais provvel para aentrada de molculas grandes, tais como surfactantes e corantes, pois o solutoatravessaria as regies menos queratinosas do cimento intercelular e aendocutcula (COLOMBERA, 2004).Pelo fato de perder algumas das subunidades da cutcula, os cabelosdanificados vo ficando alguns espaos vazios, e o cosmtico pode entrar commais facilidade por esses espaos.Cabelos danificados so parcialmente hidroflicos e podem ser maissensveis nveis de umidade, tendendo absorver mais gua alta umidade(BHUSHAN et al, 2006; MAXELL et al, 2005).Cabelos danificados podem ser tanto cabelos virgens como cabelos quepassaram por algum processo qumico, o grau de danificao vai depender decada tipo de cabelo e do processo ocorrido nos mesmos.I.8 Cabelos virgensSo denominados cabelos virgens, aqueles cabelos que nunca sofreramprocessos qumicos, como alisamento, descolorao, tinturas, etc, porm cabelosvirgens podem sofrer processos fsicos, como o ato de escovar, o uso desecadores, chapinha, alm da radiao solar (raios UV) e da poluio ambientalque causam efeitos irreversveis na estrutura das fibras. Um cabelo danificadoaltera as propriedades fsicas, mecnicas e modificaes nas cargas da superfciedo cabelo (WOJCIECHOWSKA et al, 1999; LONGO et al, 2005). 43. 44 Estes estresses mecnicos e eletromecnicos levam formao desubmicrocavidade, em decorrncia disto, os eltrons podem ento se mover parafora espalhando dentro das submicrocavidades promovendo umanovadegradao (LONGO et al, 2005). Os shampoos podem lentamente dissolver ou remover os lipdeosestruturais e o material protico do complexo da membrana celular das fibras,deixando as fibras mais secas e mais propensas aos danos fsicos. A perda oufragmentao gradual das camadas cuticulares resultam na formao das pontasduplas (SANTAANNA, 2000). As propriedades trmicas tambm influenciam as alteraes das fibrascapilares (uso de secador e/ou chapinha), devido a variaes de temperatura, nasquais ocorrem transies, tais como: perda de gua variao da estrutura, quebraou formao de ligaes, decomposio, alterao das ligaes cruzadas, bemcomo as ocorridas devido a danificaes (MOITA, 1989). Por isso, cabelos virgens mesmo que no passem por nenhum processoqumico, podem ter sua estrutura capilar danificada pelos efeitos dirios, etambm necessitam de ateno e cuidados especiais. I.9 Efeito de agentes descolorantes nos cabelos A descolorao utiliza como principais agentes o perxido de hidrognio eos perssulfatos, principalmente de amnio e potssio, que destroem pigmentosnaturais dos cabelos. Os perssulfatos junto com o perxido de hidrogniofornecem uma descolorao mais rpida (MONTEIRO, 2003). 44. 45Estes produtos causam danos como o aumento de porosidade das fibrascapilares, perda de brilho, alm do aumento de hidrofilicidade da superfcie emolhabilidade, e ocorrem tambm alteraes na constante de difuso, capacidadede absoro, solubilidade e no grau de intumescimento (MONTEIRO, 2003;TUCCI, 1989; COLOMBERA, 2004).Os problemas no processo descolorao, que para o descolorantepenetrar necessrio que haja um levantamento das escamas (pH alcalino).Porm esse processo repetidamente faz com que as escamas no retornem maisa posio incial, e permaneam assim levantadas, resultando assim em um cabelomais poroso, fraco, frgil e com muito pouco brilho (GRAY, 2007).Nas clulas corticais o colapso dos grnulos de melanina ocasiona oaparecimento de buracos no interior da fibra (TUCCI, 1989)A principal reao lateral a quebra das ligaes dissulfetos, clivagemoxidativa do grupo SS que ocorre durante a descolorao por conta dosprodutos descolorantes, predominantemente um processo de fisso SS e osgrupos SS so finalmente convertidos a cido cistico (KUZUHARA, 2006).A figura 18 apresenta as principais reaes que ocorrem nos cabelosdescoloridos. 45. 46 Figura 18: Reaes de descolorao dos cabelos (MONTEIRO, 2003).No processo de descolorao com o perxido de hidrognio (agenteoxidante), em meio alcalino, o nion peridroxi (HO2-) a espcie reativa que atacaestas ligaes. uma clivagem oxidativa controlada por difuso. medida que ocontedo de cistina diminui, aumenta a concentrao do cido cistico. Outrosintermedirios podem estar envolvidos no processo, porm, o cido cistico anica espcie estvel neste meio reacional (MOITA, 1989; TUCCI, 1989).Os efeitos combinados do meio oxidante e pH tambm tornam susceptveisas ligaes de hidrognio, ligaes salinas e os grupos amida e carboxlico dascadeias polipeptdicas (COLOMBERA, 2004).Mudanas qumicas e danificaes em cabelos claros so mais intensasque em cabelos escuros, isso porque a melanina protege a queratina no estgio 46. 47inicial de ao do meio ambiente. Isso possvel, pois esse pigmento possui umsistema de grupos carbonlicos e duplas ligaes conjugadas (MOITA, 1989). Cabelos que foram descoloridos so muito mais vulnerveis ainda, e maissuceptveis com as agresses qumicas, do meio ambiente ou mesmo com oscuidados dirios. Em geral, a diminuio no contedo de ligaes cruzadas afeta a taxa dedifuso de espcies (cosmticos, gua) para o interior das fibras, sendo que essataxa tende a aumentar conforme aumenta o grau de deteriorao dos cabelos(COLOMBERA, 2004). A porcentagem de deformao ruptura maior aps o tratamento comdescolorantes. Este fato atribudo ao maior intumescimento da fibra queocasiona ruptura em maior nmeros de ligaes de hidrognio (COLOMBERA,2004). A concentrao do descolorante, o tempo de contato com o cabelo e o pHda soluo influencia no grau de descolorao e nos efeitos degradativoscausados estrutura capilar. Condies drsticas de descolorao tambmdegradam os aminocidos tirosina e metionina (SCANAVEZ, 2003; TUCCI, 1989). Estudos utilizando microscopia de transmisso (MET) revelaram que adescolorao causa uma progressiva dissoluo dos grnulos de melanina e orompimento das ligaes de cistina na camada A da cutcula (SCANAVEZ, 2003). A principal diferena qumica entre cabelos descoloridos e os inalterados o baixo contedo de cistina, e maior contedo de cido cistico, baixasquantidades de tirosina e metionina nos cabelos clareados (LONGO et al, 2005). 47. 48Tanto a ao do meio ambiente, como as danificaes mecnicas eprincipalmente os tratamentos qumicos, como descolorao, por exemplo,provocam modificaes na composio qumica da cutcula, como a formao decido sulfnico, no caso de oxidao, e o grupo tiol, no caso de reduo. Comoconseqncia, observa-se uma diminuio do carter hidrofbico da cutcula, poisesses grupos so mais hidroflicos que a ligao de dissulfeto (MOITA, 1989).I.10 Linha Bio Film Protector TnagraA linha Bio Film Protector foi desenvolvido para proporcionar aumentoefetivo do tratamento nos fios de cabelo. O kit Bio Film Protector composto por3 fases: fase 1 (shampoo), duas fases 2, onde uma fase 2 destinada aoscabelos lisos e a outra para cabelos cacheados. Este estudo foi feito com cabeloslisos, portanto foi utilizada a fase 2 para cabelos lisos e por fim a fase 3, queapresenta um complexo de silicones.O silicone difunde em todas as superfcies independentes de sua natureza(hidrofbica ou hidroflica) (DUPRES et al, 2004).A fase 2 cabelos lisos composta por queratina hidrolisada, quitosana,gua desmineralizada, essncia, preservante e cido gliclico, o princpio ativonesta formulao o biopolmero quitosana.A figura 19 ilustra o Kit Bio Film Protector Tnagra. 48. 49Figura 19: Kit Bio Film Protector Tnagra.I.11 - QuitosanaA quitina e a quitosana so polmeros atxicos, biodegradveis, eprovenientes de fontes renovveis (CAMPANA et al, 2001).Apesar de ser de fontes renovveis (derivada de rejeitos marinhosprincipalmente), o custo da quitosana elevado, pois o processo de desacetilaoda quitina para a obteno da quitosana bastante complexo.A quitina a precursora da quitosana, sendo que a quitina o segundobiopolmero mais abundante na natureza. um polissacardeo constitudo porumaseqncialinear do tipo-(1-4)2-acetamido-2-desoxi-D-glicose(N-acetilglicosamina). A principal fonte natural de obteno a carapaa decrustceos (caranguejos, camares, lagostas e siris). (DALLAN, 2005)A figura 20 apresenta a estrutura da quitina. 49. 50 Figura 20: Estrutura da quitina (BORGOGNONI et al, 2006).A quitosana um polissacardeo linear da desacetilao da quitina. Aspropriedades fsicas e qumicas da quitosana so em funo do grau mdio dedesacetilao e da massa molar mdia. Na presena de solues diludas decidos, a quitosana se comporta como um polieletrlito catinico, constitudo deum copolmero de 2-amino-2-desoxi-D-glicopiranose e 2-acetamido-2-desoxi-D-glicopiranose de composio varivel em funo do grau mdio de acetilao, aquitosana insolvel em gua, mas se dissolve em solues aquosas de cidosorgnicos, como actico, frmico, ctrico, gliclico, alm de cidos inorgnicos,como o cido clordrico, resultando em solues viscosas (SANTOS et al, 2003).A figura 21 apresenta a estrutura da quitosana. 50. 51 Figura 21: Quitosana. (BORGOGNONI et al, 2006)A quitosana comercial possui grau de desacetilao variando de 70 a 95 %,com massa molar na faixa de 104 106 g.mol-1 (CANELLA et al, 2001).De acordo com o grau mdio de acetilao (GA), parmetro empregadopara caracterizar o contedo mdio de unidades N acetil D glicosamina dequitina e quitosana, pode-se obter diversas quitosanas variando-se assim, suaspropriedades fsico-qumicas, como solubilidade, pKa e viscosidade. Geralmente, difcil se obter quitosana com elevado grau de desacetilao, pois medida queeste aumenta, a possibilidade de degradao do polmero tambm aumenta(CANELLA et al, 2001).De um modo prtico, a quitina e a quitosana podem ser distintas pelocritrio de solubilidade em soluo aquosa de cido diludo. Quando o polmeropossui alto teor de grupos N acetil (acima ou igual a 40%) distribudos na cadeiapolimrica, ele normalmente insolvel, sendo denominado quitina, quando osmesmos grupos so menores que 40%, este polissacardeo passa a ser solvelem solues aquosa de cido diludo, e ento denominado de quitosana(MONTEIRO JUNIOR, 1999). 51. 52 A quitosana possui vrias caractersticas que a tornam atraente para autilizao em cosmticos. Pertencente classe dos biopolmeros naturais, aquitosana se destaca por apresentar carga global positiva em pH biolgico, devido presena do grande nmero de grupos amino (NH3+) em sua estrutura, destemodo a quitosana apresenta-se como um polmero policatinico, enquanto amaioria dos biopolmeros naturais apresentam-se negativamente carregados nasmesmas condies. Conseqentemente a quitosana possui facilidade deaderncia no cabelo e na pele. O fato do cabelo ser aninico h uma atrao entreas cargas e conseqente a formao de um filme na fibra capilar (DALLAN, 2005;CRAVEIRO et al, 2004). Os filmes de quitosana so muito mais estveis em alta umidade, de modoque os cabelos tratados com este tipo de filme mostram menor carga esttica.Acrescendo-se a vantagem de proporcionar maior brilho aos fios capilares(DALLAN, 2005; CRAVEIRO et al, 2004). A figura 22 apresenta uma simulao da interao entre a quitosana(catinica) e a fibra capilar (aninica). 52. 53 Figura 22: Simulao da interao entre as cargas da quitosana e da fibracapilar (GRAY, 2007). 53. 54 II -OBJETIVOO objetivo deste estudo a avaliao das fibras capilares antes e aps ouso do Kit Bio Film Protector Tnagra, que tem a quitosana como princpio ativona formulao.Com esse objetivo procurou-se utilizar tcnicas como: microscopiaeletrnica de varredura (MEV), microscopia de fora atmica (AFM), microscopiatica (MO), espectroscopia de absoro na regio do infravermelho (FTIR) eanlise trmica como a anlise termogravimtrica (TG) e a calorimetria diferencialexploratria (DSC).O uso destas tcnicas permite observar se ocorre alguma mudana naestrutura capilar, se o produto estudado ser incorporado na fibra capilar e por fimse os danos causados nas fibras capilares sero reparados. 54. 55III EXPERIMENTAL III.1 - Amostra de cabelo O cabelo utilizado neste trabalho foi doado por uma voluntria, com umhistrico conhecido. So cabelos caucasianos, de uma mulher adulta, e com agarantia de nunca ter utilizado nenhum tratamento qumico nos cabelos. A mechaadquirida possui cerca de 26 cm de comprimento e 43,55 g O cabelo virgem utilizado nesse trabalho definido como tendo a cutculamais intacta, isto quando comparado com o cabelo que passou pelo processo dedescolorao, pois h a ausncia de processos qumicos neste tipo de cabelo, oque lhe confere cutculas mais saudveis. O cabelo citado como danificado o cabelo que passou por um ciclo dedescolorao e teve como conseqncia alteraes qumicas e fsicas na fibracapilar. O cabelo tratado referente ao cabelo que passou pelo ciclo de tratamentocom o Kit Bio Film Protector Tnagra. A fibra capilar que fica mais prxima do couro cabeludo tem as cutculasintactas, a parte central da fibra capilar possui cutculas um pouco danificadas epor fim as pontas (extremidade) da fibra possuem cutculas bastante desgastadas,podendo estar ausentes, pois estas j passaram por vrios processos qumicose/ou fsicos (WEI et al, 2005). Por este motivo a parte escolhida para trabalhar 55. 56com a fibra capilar foi a parte central do fio de cabelo, pois esta rea no totalmente intacta e nem totalmente ausente de cutculas.A figura 23 apresenta um exemplo de microscopia eletrnica de varredurade uma fibra capilar que no foi danificada quimicamente e um exemplo demicroscopia eletrnica de varredura de uma fibra capilar bastante danificada. 12 Figura 23: Exemplos de microscopia eletrnica de varredura de uma fibracapilar saudvel (1) e de uma fibra capilar bastante danificada (2) (GRAY, 2007).III.2 Pr tratamentoPesaram-se 12 g da amostra do cabelo e em seqncia iniciou-se um pr-tratamento que consistiu na limpeza do mesmo.A mecha com 12 g foi lavada com 400 mL de ter etlico (P. A. - MERCK)em extrator Soxhlet, acoplado a um balo de fundo redondo e a um condensadorde refluxo, por cerca de 8 horas. Aps este tempo a amostra foi retirada doextrator e mantida em gua destilada por aproximadamente 14 horas e,transcorrido esse tempo a amostra foi colocada em vidro de relgio ondepermaneceu em temperatura ambiente at que fosse totalmente seca. (TUCCI,1989; COLOMBERA, 2004) 56. 57Neste estudo foi utilizado para a limpeza dos cabelos um solvente orgnico,pois o mesmo alm de no afetar a estrutura capilar possui baixo ponto deebulio (34 (WAGNER, 2003).C)O de ter etlico tem como objetivo extrair a gordura natural dos cabelos,resduos de produtos cosmticos e/ou outros materiais que possam estarimpregnados no cabelo (COLOMBERA, 2004).Com a limpeza garantiu-se que todas as mechas possuam as mesmascondies de tratamento e assim iniciar os testes.Garantido que toda a amostra estava seca (deixou-se secar a temperaturaambiente cerca de 24 horas), esta foi dividida em 12 mechas de 1 g cada.Separou-se esta amostra em dois grupos: Grupo 1: contendo 6 mechas de 1g, ausente de processos qumicos(cabelos virgens) Grupo 2: contendo 6 mechas com 1g, que passaro por processo dedescolorao.As mechas foram armazenadas em sacos plsticos, para que desse modo,no ficassem expostas no ambiente, e assim evitando contaminaes externas.III.3 Processo de descoloraoA maioria dos processos qumicos realizados nos cabelos a descolorao.Todos os mtodos de descolorao so tratamentos oxidativos-alcalinos. Afrmula do descolorante contm cerca de 6-12% de perxido de hidrogniocombinado com persulfato de potssio ou de amnio (SKOPP et al, 1997). 57. 58Para descolorir as mechas foi usado um p descolorante comercial damarca Miss Anne, lote: 073 e gua oxigenada 30 volumes da marca Beira Alta,lote: BA1867.Em um bquer de 100 mL adicionou-se 50 g do p descolorante eadicionou-se aos poucos 50 mL de gua oxigenada 30 volumes, misturando-seat obter uma mistura homognea de colorao azul.Essa mistura foi aplicada em cada uma das mechas com o auxlio de umpincel e uma massagem na fibra foi feita por cerca de 30 s, essa massagem foifeita com as pontas dos dedos (com o uso de luvas), com a finalidade que todasas fibras tivessem contato com o descolorante.As mechas foram deixadas por 30 min em repouso com a mistura (pdescolorante e gua oxigenada), conforme as instrues do fabricante.Transcorrido os 30 min as mechas foram lavadas por 2 min em guacorrente e secas a temperatura ambiente.III.4 Tratamento das amostras com o Kit Bio Film Protector TnagraAps o pr-tratamento e descolorao, as mechas dos grupos 1 e 2passaram pelo tratamento com o Kit Bio Film Protector Tnagra.Foi separada uma mecha de cada grupo, para efeito de comparao: Grupo 1 (sem processo qumico/ cabelo virgem) foi separado uma mecha denominada: mecha padro. Essa mecha ficou para efeito de 58. 59 comparao com as outras mechas que passaram pelo tratamento com Kit Bio Film Protector Tnagra. Grupo 2 (mechas descoloridas) tambm foi separado uma mecha denominada: mecha padro descolorida, que tambm serviu de comparao com as demais mechas descoloridas que passaram pelo tratamento com Kit Bio Film Protector Tnagra .Todas as 12 mechas (Grupo 1 e Grupo 2) foram lavadas com shampoo semativo nenhum na frmula, para que assim no houvesse nenhuma interferncianas anlises de ativos vindo de outro produto que no fosse do Kit Bio FilmProtector Tnagra.As mechas foram lavadas com o shampoo e massageadas por cerca de 1minuto cada e em seguida enxaguadas por mais 1 minuto, certificando-se assimque todo shampoo fosse retirado das mechas. Todas as mechas foram secas como auxlio de um secador e armazenadas.As mechas padro dos dois grupos foram separadas em sacos plsticospara que no houvesse nenhuma contaminao do meio externo e foramguardadas at que fossem realizados os testes e assim fazer as comparaes com as mechas que passaram pelo tratamento com o Kit Bio Film ProtectorTnagra.Para efeito de terminologia denominou-se a mecha virgem padro G1(P) eas 5 mechas do Grupo 1, foram denominadas: G1(1),G1(2), G1(3), G1(4), G1(5),onde G1 indica que so mechas do grupo 1 e o nmero entre parnteses indica o 59. 60 nmero de aplicaes realizadas na mecha com o Kit Bio Film ProtectorTnagra.O mesmo raciocnio segue para o grupo 2, onde G2(P) a denominao damecha descolorida padro e G2(1),G21(2), G2(3), G2(4), G2(5), onde G2 indicaque so mechas do grupo 2 e o nmero entre parnteses indica o nmero deaplicaes feitas na mecha com o Kit Bio Film Protector Tnagra.III.4.1 Protocolo de tratamentoGrupo 1 (cabelos virgens) e Grupo 2 (cabelos descoloridos) G1 (1) e G2 (1): Aps a mecha ser lavada aplicou-se 1 mL da fase 2 e penteou a mecha de forma delicada. Em seguida aplicou-se 1 ml da fase 3. Assim a mecha obteve 1 aplicao do Kit do Bio Film Protector Tnagra. G1 (2) e G2 (2): Aps a mecha ser lavada aplicou-se 1 ml da fase 2 e penteou a mecha de forma delicada. Em seguida aplicou-se 1 ml de fase 3, lavou-se novamente a mecha com shampoo por 1 minuto e enxaguou a mecha por mais um minuto at que todo o shampoo fosse retirado. Secou-se a mecha com um secador de cabelos e aplicou se novamente a fase 2, seguindo o mesmo procedimento e tempo, resultando assim em duas aplicaes do Kit Bio Film Protector Tnagra. 60. 61 G1 (3) e G2 (3): Repetiu-se o processo de lavagem e aplicao do Kit Bio Film Protector Tnagra por 3 vezes consecutivas. G1 (4) e G2 (4): Repetiu-se o processo de lavagem e aplicao do Kit Bio Film Protector Tnagra por 4 vezes consecutivas G1 (5) e G2 (5): Repetiu-se o processo de lavagem e aplicao Kit Bio Film Protector Tnagra por 5 vezes consecutivas.O fato de fazer cinco aplicaes do Kit Bio Film ProtectorTnagra deforma crescente partindo de uma, duas at as cinco aplicaes se deve pelo fatode verificar se acontece uma deposio do produto, ou seja, se h acmulo doproduto no cabelo, conforme o mesmo usado, verificando assim se h ou nouma melhora na fibra capilar quando o produto usado por mais vezes.O fluxograma apresentado na figura 24 se refere a 1 etapa da rotaexperimental deste trabalho. 61. 62Figura 24: Fluxograma da 1o etapa da rota experimental O fluxograma apresentado na figura 25 se refere a 2 etapa do tratamentocom o Kit Bio Film Protector Tnagra. 62. 63Figura 25: Fluxograma da 2o etapa da rota experimentalO fluxograma da figura 26 mostra as tcnicas aplicadas para acaracterizao das mechas.Figura 26: Fluxograma da 3o etapa da rota experimentalIII.5 Caracterizao das amostrasIII.5.1 Microscopia eletrnica de varredura (MEV)As fotos das micrografias que permitiram observar a morfologia do cabelo,foram obtidas em um equipamento LEO 440 (LEO Electron Mocroscopy Ltda) 63. 64operando com feixe de eltrons de 5 e 15 KeV. As amostras dos cabelos foramfixadas em um porta amostra de alumnio com uma fita adesiva de carbono, asbordas recobertas com tinta de prata para uma melhor conduo de correnteeltrica, sendo recobertas com 20nm de liga de ouro-paldio em um metalizadorBalsers modelo SDC 050.A fibra capilar obtm informaes topogrficas tridimensionais, como adisposio e a integridade fsica das cutculas e constituio do crtex(PAULA,2001).III.5.2 Microscopia tica (MO)A microscopia tica foi realizada em um equipamento de sistema deimagens microscpio tico, da marca Leica, modelo Leitz DMRX com cmera devdeo acoplada, marca Moticam 1300 e programa de captura de imagens dedigitalizao, Motic Imagens Advanced 3,2.O procedimento foi feito esticando bem um fio de cabelo e fixando-o emuma placa de vidro com a ajuda de uma fita adesiva. Realizou-se esteprocedimento para todo o grupo 1 (G1) e grupo 2 (G2).III.5.3 Microscopia de fora atmica (AFM)O equipamento utilizado foi da marca Digital Instruments, modelo MultimodeNanoscope 3A. As amostras foram preparadas fixando-se 5 fios do cabelo de 64. 65tamanho aproximadamente 0,5 cm em uma placa de metal com o auxlio de umafita dupla face. A anlise de Fora Atmica permite dados como a rugosidade mdia dasuperfcie da fibra capilar e a variao mdia da distncia entre as cutculas. Arugosidade e a distncia entre as cutculas so calculadas atravs de umprograma de computador denominado NanoScope Control, verso: 5.12b43.Atravs de dados estatsticos o prprio programa calcula a rea de rugosidadedas fibras capilares e a distncia entre as cutculas (SILVA, 2001). A anlise da rugosidade calculada pelo software atravs dos quadrantesda fibra capilar, como mostra a figura 27: Quadrante 3Quadrante 2 Quadrante 4Quadrante 1 Figura 27: Quadrantes para o clculo da rugosidade mdia 65. 66O programa calcula a rugosidade dos quatro quadrantes e atravs domesmo obtem-se a mdia.O clculo da distncia cuticular tambm calculado atravs do mesmosoftware. Foram tomados 20 medidas aleatrias de distncia cuticular e peloprograma calculado a mdia.A figura 28 mostra um exemplo da distncia cuticular. Figura 28: Distncia entre as cutculas.III.5.4 Espectroscopia de Infravermelho (IV)O equipamento utilizado foi da marca Bomem, modelo MB-102, com ATRmarca Speac com acessrio 6 Reflection Horizontal (ATR Acessory Kit), resoluo8 cm-1 , faixa de 4000 400 cm-1, e nmero de varredura 32.A amostra foi acoplada em um acessrio, a anlise foi feita usando a mechatoda, deste modo, a mecha pde ser reutilizada para outras anlises. 66. 67III.5.5 Anlise Termogravimtrica (TGA)Essa tcnica foi utilizada para verificar a estabilidade trmica das fibrascapilares atravs de uma mdia quantitativa das variaes de massa da amostra,associados s variaes de temperatura. O equipamento utilizado foi o TGA 2050da TA Instruments em atmosfera de ar sinttico, com razo de aquecimento de 10C/min e com variao de temperatura 25 a 700 CIII.5.6 Anlise Calorimetria Exploratria Diferencial (DSC)Foi utilizado um equipamento da marca TA Instruments modelo DSC 2010calibrado com padro de ndio em atmosfera de ar sinttico com razo deaquecimento de 10 C e um intervalo de 25 a 150 C. As amostras foramcolocadas em um suporte no hermtico. As massas das amostras foram deaproximadamente 10 g. 67. 68 IV - RESULTADOS E DISCUSSESPode-se observar a princpio uma melhora bastante significativa nos aspectossensoriais da fibra, principalmente do cabelo que sofreu o processo dedescolorao. Aps o uso do Kit Bio Film Tnagra, este se tornou mais sedoso aotato, com menos frizz e obteve mais brilho.IV.1 - Microscopia Eletrnica de Varredura (MEV)A anlise das fotos microscopias obtidas por MEV mostram as alteraesocorridas ou no nas estruturas e nas propriedades da fibra capilar. Sendo possvelobter informaes a respeito do arranjo das fibras (cutculas) e de sua integridadefsica.O objetivo do uso desta tcnica foi avaliar a superfcie da fibra capilar decabelos no tratados com o Kit Bio Film Protector Tnagra e de cabelos que foramsubmetidos ao tratamento, avaliando-se tambm se os danos cuticulares foramreparados com o uso do produto ou no.As figuras 29 e 30 referem-se a G1(P), so mechas padro que no sofreramnenhum tratamento qumico (virgem) e servem para controle e comparao com asmechas que passaram pelos ciclos de tratamento. Pode-se observar algumasirregularidades na fibra capilar, contornos irregulares, quebra das cutculas ( )eapresena de extremidades deslocadas ( ) da superfcie, como se trata de um cabelovirgem, possivelmente essa irregularidade proveniente de danos causados portratamentos dirios, como escovao, uso de secador e de chapinha, radiao solar,entre outros. 68. 69Figura 29: Micrografia eletrnica de varredura de G1(P) (Aumento 5.00keV)Figura 30: Micrografia eletrnica de varredura de G1(P) (Aumento 15.00keV) 69. 70As figuras 31 e 32 so referentes a G1(5), e pode-se observar uma melhoraquanto disposio das fibras capilares, estando essas mais alinhadas e maishomogneas. H menos quebras cuticulares e no se observa nenhumaextremidade descolada.Figura 31: Micrografia eletrnica de varredura de G1 (5) (Aumento 5.00 kev)Figura 32: Micrografia eletrnica de varredura de G1 (5) (Resoluo 15.00keV) 70. 71As figuras 33 e 34 referem-se a G2(P), so mechas descoloridas controle eso para efeito de comparao com as mechas tratadas.Pode-se observar nitidamente nestas imagens a degradao das fibras,notando-se vrias irregularidades na superfcie ( ), cutculas bastante degradadase descoladas (). Esses danos foram causados pelo uso da descolorao, umtratamento qumico bastante agressivo.Figura 33: Micrografia eletrnica de varredura de G2(P) (Aumento 5.00 kev)Figura 34: Micrografia eletrnica de varredura de G2(P) (Aumento 15.00 kev) 71. 72Nota-se nas figuras 35 e 36 que as mechas G2(5) sofreram uma melhorabastante significativa, com cutculas mais organizadas e com um aspecto maishomogneo, no se observa mais extremidades deslocadas, h diminuio dasquebras e h tambm a presena de contornos mais regulares.Figura 35: Micrografia eletrnica de varredura de G2(5) (Aumento 5.00 kev)Figura 36: Micrografia eletrnica de varredura de G2(5) (Aumento 15.00 kev) 72. 73Com a anlise das fotomicrografias das amostras G2(1) e G(3) no seobservou diferenas expressivas em relao ao controle. Pode-se concluir que como uso contnuo e crescente do produto h uma melhora significativa na superfciedas fibras capilares, o que resulta em superfcies mais homogneas, menos quebrascuticulares e as cutculas que estavam deslocadas desaparecem, ou seja, h umareorganizao dessas cutculas.Comparativamente, observou-se uma melhora mais significativa para as fibrascapilares que passaram pelo processo de descolorao.IV.2 - Microscopia tica (MO)Atravs da microscopia tica pode se observar s alteraes superficiaisocorridas ou no na fibra capilar.O objetivo do uso desta tcnica avaliar a superfcie da fibra capilar decabelos no tratados com cabelos que foram submetidos ao tratamento o Kit BioFilm Protector Tnagra.Com essa tcnica foi possvel avaliar se os danos cuticulares foram reparadoscom o uso do produto ou no. Analisou-se o desempenho do produto tanto emmechas do grupo 1 como no grupo 2.Para o cabelo virgem padro (figura 37) pode-se observar bastantesirregularidades na fibra capilar, buracos ( ) e muitas quebras ( ). Aps os 5 ciclosde tratamento (figura 38), em comparao com o cabelo virgem padro, nota-se queh uma boa melhora quanto disposio das cutculas, que se apresentam maisalinhadas, sem cavidades e com acmulo do produto ( ) que est aderido nas fibrasformando um filme. 73. 74 Esse acmulo de produto pode ser observado pela alterao da colorao dafibra na figura 38. Figura 37: Microscopia tica do fio de cabelo de G1(P) (Aumentado de 1000x). Figura 38: Microscopia tica do fio de cabelo de G1 (5) (Aumento de 1000x). 74. 75A figura 39 referente a amostra G2(P) e tambm foram observadasirregularidades na superfcie, buracos () e quebras ( ). A descoloraointensificou os danos pr-existentes na mecha padro.Para a amostra descolorida aps os 5 ciclos de lavagem (figura 40) notou-seuma superfcie mais regular, o desaparecimento das cavidades e o acmulo doproduto na superfie ( ), que funcionou como um filme na fibra capilar. Este acmulode produto pode ser observado pela alterao da cor da fibra capilar da figura 39comparativamente com a figura 40.Figura 39: Microscopia tica do fio de cabelo de G2 (P) (Aumento de 1000x)Figura 40: Microscopia tica do fio de cabelo de G2(5) (Aumento de 1000x) 75. 76Foi observado por microscopia tica uma melhora bastante significativa doscabelos aps o uso crescente do produto. Houve uma melhora na superfcie da fibracapilar, onde as cutculas deslocadas se reorganizaram resultando em umasuperfcie mais homognea. O efeito foi pronunciado para as fibras que passarampelo processo de descolorao.IV. 3 Microscopia de fora atmica (AFM)A microscopia de fora atmica analisa a superfcie do cabelo, principalmente alta resoluo de imagens e tem tambm a vantagem de ser uma tcnica quepossui uma fcil preparao das amostras (GURDEN et al, 2004).IV .3 1 Anlise da rugosidadeA rugosidade mdia (Rm) significa a mdia aritmtica dos valores absolutosda rugosidade (LONGO et al, 2005).O clculo da rugosidade bastante significante pois, atravs da mdia daanlise de rugosidade possvel saber se com o uso do produto a mesma diminui,indicando assim fibras mais homogneas e com cutculas mais alinhadas, ou seja,fibras com a superfcie mais uniforme. E essa caracterstica da fibra resultar em umcabelo com muito mais brilho e com menos frizz.A figura 41 apresenta a variao de rugosidade mdia do cabelo virgem como uso do Kit Bio Film Protector Tnagra e a figura 42 apresenta a variao darugosidade mdia do cabelo descolorido com o uso do Kit Bio Film ProtectorTnagra. 76. 77350300250Valor da 200 rugosidade/nm 150100 500 1 lavagem 3 lavagens5 lavagens Nmero de lavagens com o Kit Bio Film TnagraFigura 41: Variao da rugosidade mdia do cabelo virgem com o uso do Kit Bio FilmProtector Tnagra.300250 200Valor mdio da 150rugosidade/nm 100 500 1 lavagem3 lavagens5 lavagens Nmero de lavagens com o Kit Bio Film TnagraFigura 42: Variao da rugosidade mdia do cabelo descolorido com o uso do KitBio Film Tnagra medida que a mecha vai passando por ciclos sucessivos de lavagens com oKit Bio Film Tnagra pode-se observar que a rugosidade do cabelo decai, ou seja, medida que aumenta o ciclo de lavagens a rugosidade vai diminuindo. 77. 78No ciclo de 3 lavagens do cabelo virgem comparado com 1 lavagem houveuma diminuio de 14% da rugosidade e aps 5 ciclos de lavagens houve umadiminuio de 21% da rugosidade da fibra capilar.Nos cabelos descoloridos aps o ciclo de 3 lavagens comparado com 1lavagem houve uma diminuio de 11% e aps 5 ciclos de lavagens houve umadiminuio de 27% da rugosidade da fibra capilar.Pode-se observar atravs das figuras 41 e 42 que houve uma melhora maisacentuada nos cabelos descoloridos, a perda da rugosidade diminuda medidaque aumenta o ciclo de lavagens.Deste modo a absoro do biopolmero nas fibras reduz a rugosidade, ouseja, ele deposita na superfcie da fibra, reorganizando a superfcie, portanto asuperfcie cuticular torna-se mais alinhada e homognea com o uso do produto.Os cabelos danificados possuem mais stios aninicos ativos para a interaocom o biopolmero e sua topografia facilita a absoro do produto nas camadascuticulares (LONGO et al, 2005).A queratina possui um nmero grande de aminocidos e deste modo, umagrande possibilidade de se encontrar grupo cidos livres na fibra capilar. Ascondies climticas e os tratamentos qumicos (principalmente processo oxidativo),contribuem para o aumento da natureza aninica da superfcie capilar (MOITA,1989). E deste modo, espera-se uma absoro mais intensa de compostospositivamente carregados, como o caso da quitosana.O tratamento oxidativo para descolorao torna o cabelo mais poroso e commenos brilho. Observa-se tambm neste tipo de cabelo alteraes na hidrofilicidadeda superfcie, constante de difuso, capacidade de absoro e grau deintumescimento das fibras (COLOMBERA, 2004). 78. 79IV.3.2 Anlise da espessura cuticularA figura 43 apresenta a variao da anlise da seco cuticular do grupo 1 ea figura 44 apresenta a variao cuticular do grupo 2 em funo do nmero delavagens com o Kit Bio Film Tnagra. 9000 8000 7000 6000Seco 5000 cuticular/ m 4000 3000 2000 1000 0padro1 lavagem3 lavagens5 lavagens Nmero de lavagens com o Kit Bio Film TnagraFigura 43: Variao da seco cuticular do grupo 1 com o uso do Kit Bio FilmTnagra. 100009000800070006000Seco5000cuticular/m4000300020001000 0 padro 1 lavagem 3 lavagens5 lavagens Nmero de lavagens com o Kit Bio Film TnagraFigura 44: Variao da seco cuticular do grupo 2 com o uso do kit Bio FilmTnagra. 79. 80A espessura das mechas descoloridas menor que a do cabelo virgem. Essaobservao condizente com a distribuio da estrutura da cutcula e camadas,devido deteriorao de protenas, que causam a reduo da espessura cuticular(LONGO, et al, 2005).Com sucessivos ciclos de lavagem com o do Kit Bio Film Tnagra a secocuticular aumenta, porm esse crescimento mais intenso no cabelo descolorido medida que se aumenta o ciclo de tratamento. Esse resultado esperado uma vezque o cabelo descolorido mais danificado e deste modo possui mais cutculasdanificadas a serem reparadas.A principal diferena qumica de cabelos descoloridos e os inalterados(cabelos virgens) so o baixo contedo de cistena, tirosina e metionina e maiorcontedo de cido cistico nos cabelos descolorido (LONGO et al, 2005).As figuras 45 a 46 apresentam as imagens AFM das amostras. 80. 81Figura 45: Microscopia de Fora Atmica da mecha G1(P).Figura 46: Microscopia de Fora Atmica da mecha G1(5).Pode-se observar uma melhora referente s cutculas, com o ciclo de 5lavagens com o produto, as cutculas esto mais bem alinhadas e mais uniformes,alm do ganho de brilho que pode ser observado na figura 46. 81. 82As figuras 47 e 48 mostram as Microscopias de Fora Atmica das mechasG2(P) e G2(5) respectivamente.Figura 47: Microscopia de Fora Atmica da mecha G2(P).Figura 48: Microscopia de Fora Atmica da mecha G2(5). 82. 83As cutculas da mecha descolorida que passou por 5 ciclos de lavagens como produto esto bem mais alinhadas, mais organizadas e uniformes comparadascom a mecha padro descolorida.Pode-se ento observar uma melhora qualitativa nas fibras capilares com usodo produto que contm o ativo quitosana, principalmente se tratando de lavagensconsecutivas, notando-se ento, que a melhora torna-se ainda mais acentuadaquando h o uso contnuo do produto.As cargas positivas da quitosana interagem com tecidos negativamentecarregados, como o caso das fibras capilares. Essa capacidade bioadesiva daquitosana o principal fator para seu uso em cosmticos.A afinidade da quitosana pelo cabelo tambm pode ser explicada pelo fato daqueratina possuir um grande nmero de aminocidos e, portanto, h uma grandeprobabilidade de se encontrar grupos cidos livres no cabelo, e, alm disso, ascondies climticas e tratamentos qumicos (freqentemente processos oxidativos),aumentam as cargas negativas dos cabelos, provocando um processo denominadofly away, ou seja, aumenta a eletricidade esttica dos cabelos, tornando-os comaspecto de arrepiados e assim o uso de produtos com cargas positivas faz com queas cargas se atraem diminuindo frizz dos cabelos. H uma considervel afinidadefsico-qumica entre a superfcie do cabelo e os compostos catinicos (LA TORRE etal, 2006; MOITA, 1989).Um exemplo de afinidade inica o do condicionador, este possui cargapositiva o que faz com que haja uma atrao entre a fibra capilar e o condicionador,e o inverso o uso de shampoo, o qual possui carga negativa, resultando narepulso entre as cargas e conseqentemente o aparecimento da sensao deaspereza da fibra capilar aps o seu uso. 83. 84Pode-se notar uma melhora mais acentuada nos cabelos descoloridos,principalmente porque esses cabelos, nos processos oxidativos, j perderam partesda sua estrutura superficial e deste modo a penetrao do produto facilitada.IV .3 3 Anlise TrmicaUm dos principais resultados esperados com o uso de cosmticos capilares a hidratao. A maior facilidade de pentear os cabelos, a maleabilidade dos fios e oaspecto saudvel dos cabelos podem ser percebidos pelos consumidores comoresultado de um cabelo hidratado. O teor de umidade dos cabelos influencia naspropriedades fsicas como resistncia eletrosttica, carga esttica, densidade,rigidez, brilho e volume (UFSCar, 2006B).A anlise trmica investiga o comportamento de amostras em funo datemperatura. Quando submetida a uma variao de temperatura, uma dadasubstncia pode sofrer alteraes fsicas e/ou qumicas, reagir com os componentesdo meio ambiente, perder gua de cristalizao, etc, sendo que muitas dessastransformaes so acopladas pela perda ou absoro de energia calorfica(CASIMIRO et al, 2006).Tais medidas fornecem informaes quantitativas e qualitativas sobremudanas fsicas e qumicas que envolvem processos endotrmicos e exotrmicos.(MONTEIRO, 2003) 84. 85IV .3 3.1 Anlise Termogravimtrica (TG)A anlise termogravimtrica mede a variao de massa durante oaquecimento ou arrefecimento da amostra. Esta tcnica tem um conjunto devantagens laboratoriais em comparao a outros mtodos analticos, tais como(CASIMIRO et al, 2006).(1) A amostra pode ser estudada num intervalo considervelde temperaturasutilizando programas deaquecimento/resfriamento variados;(2) Praticamente qualquer estado fsico da amostra (slido,liquido, em soluo, ou gel) pode ser estudado;(3) Apenas necessrio uma pequena quantidade deamostra (0,1 g - 10mg);(4) A atmosfera envolvente da amostra pode ser selecionadaem funo da anlise pretendida;(5) O tempo requerido para completar um ensaio pode variarde apenas alguns segundos at algumas horas.As curvas termogravimtricas das amostras do grupo 1 e do grupo 2apresentam-se nas figuras 49, 50, 51 e 52 respectivamente. 85. 86 100 8,66 % de perda de massa80 33,04 % de perda de massa Massa (%)604020 57,42 % de perda de massa 0 100200 300 400 500 600700 800 oTemperatura ( C)Figura 49: Curva termogravimtrica de G1(P)(Atmosfera ar,10min-1) 8,33% de preda de massa 1008033,49 % de perda de massa Massa (%)60402056,90 % de perda de massa 0 100200 300400 500 600 700 800 oTemperatura ( C)Figura 50: Curva termogravimtrica de G1(5)(Atmosfera ar,10min-1) 86. 87 100 9,67% de paerda de massa80 Massa (%) 31,64 % de perda de massa60402055,89% de perda de massa0 100 200 300400500600 700 800o Temperatura ( C)Figura 51: Curva termogravimtrica de G2(P)(Atmosfera ar,10min-1) 100 10,18% de perda de massa80 Massa (%)6032,38 % de perda de massa402055,89 % de perda de massa 0 100 200 300400 500 600 700 800o Temperatura ( C)Figura 52: Curva termogravimtrica de G2(5)(Atmosfera ar,10min-1) Os valores das perdas de massa obtidos pela anlise termogravimtrica doscabelos so mostrados na tabela 5. 87. 88Tabela 5: Perda de massa (%) nos diferentes intervalos de temperatura para asrespectivas amostras de cabelo.25 150 C 150 350 C350 700 CCabelo virgem padro 8,66 % 33,04 %57,42 %Cabelo virgem com 5 8,33 %33,49 %56,90 %lavagens com Kit Bio FilmCabelo descolorido 9,67 % 31,64 %55,89 %Cabelo descolorido com 5 10,18 %32,38 %55,89 %lavagens com Kit Bio Film.Observa-se que a decomposio trmica ocorre em 3 etapas para todas asamostras. A primeira etapa se refere perda de gua (25 150 C), a segundaetapa (150 350 ) se refere desnaturao da queratina, e tambm perda pordegradao do material orgnico de baixa massa molecular e gua de cristalizao.A faixa de 350 C a 700 C referente degradao oxidativa do material orgnicorestante (MONTEIRO, 2003).Na tabela 5 no se pode observar nenhuma mudana significativa com o usodo produto, a no ser na amostra do cabelo descolorido que passou pelo tratamentode 5 lavagens. O mesmo perdeu mais massa de gua, isso pode ser explicado pelofato do cabelo descolorido absorver mais gua e conseqentemente perder maisgua tambm, mostrando assim que o mesmo estava mais hidratado aps o uso doproduto. 88. 89IV .3 3.2 Calorimetria exploratria diferencial (DSC)A anlise por DSC permite obter curvas que mostram a quantidade de energiarequerida para vaporizar a gua contida na fibra capilar (UFSCar, 2007B).Existem trs formas diferentes da gua estar adsorvida na queratina presentena fibra capilar: gua pode estar adsorvida em stios por ligaes fortes, estaradsorvida fracamente em stios ou ainda estar desprendida (gua livre).Emtemperaturas por volta de 100 C um amplo sinal endotrmico, relacionado remoo de gua fracamente ligada. A liberao de gua fortemente ligada observada em temperatura acima de 140 C (MONTERO, 2003).Estudos de expanso trmica de cabelos indicam um processo caracterizadopela desnaturao na faixa de 210 250 C e atribuda desnaturao da frao helicoidal da queratina. A fase cristalina da queratina aquecida a baixatemperatura (80-110 C) retorna a sua configurao de equilbrio. Isto sugere que aremoo da gua lbil da fase cristalina reversvel e que pelo menos parte da -queratina recristalizada pelo acesso a gua. A desidratao a temperatura maisalta, remove a gua ligada, causa um aumento na ordem cristalina a qual irreversvel. A formao de ligaes covalentes posteriormente estabiliza a fasecristalina (MONTEIRO, 2003).A figura 53 apresenta a curva de DSC de G1(P) e G1(5). 89. 90CABELO VIRGEM PADROCABELO VIRGEM APS 5 LAVAGENS 4 2 0Fluxo de calor (W/g) -2 -4 -6 -8050100150 200 250300 350400o Tempertura ( C) Figura 53: Curva de DSC de G1(P) e G1(5). A curva de DSC da amostra G1(P) mostra um pico endotrmico em torno de110 C, e a amostra G1(5) mostra o mesmo pico em 113 C, esses picos soatribudos sada de gua, como j pode ser observado pela anlisetermogravimtrica. Observa-se tambm a presena de picos endotrmicos em 234,8 C, 242,7C e 252,0 C na amostra G1(5) e para a amostra G1(5) os picos endotrmicosaparecem em torno de 233,5 C, 242,3 C e 250,0 C, esses picos so atribudos desnaturao da queratina. Acima da temperatura de 350 C h degradao oxidativa completa domaterial capilar. A figura 54 apresenta a curva de DSC da amostra G2(P) E G2(5). 90. 91CABELO DESCOLORIDO PADROCABELO DESCOLORIDO APS 5 LAVAGENS 4 2 0 Fluxo de calor (W/g) -2 -4 -6 -8-10-120 50 100 150 200250 300350400o Temperatura ( C)Figura 54: Curva de DSC da amostra G2(P) e G2(5).A curva DSC da amostra G2(P) apresenta um pico endotrmico em torno de111 C, e a amostra G2(5) mostra o mesmo pico em 118 C. Esses picos soatribudos sada de gua, como j pode ser observado pela anlisetermogravimtrica.Observa-se tambm a presena de picos endotrmicos em 234,3 C, 240,8 C, 257,1 C e 274,4 C na amostra G2(P) e para a amostra G2(5) os picosendotrmicos aparecem em torno de 234,3 C e 246,5 C, 262,7 C e 278,4 Csendo atribudos desnaturao da queratina (MONTEIRO, 2003) 91. 92 A tabela 6 mostra as reas dos picos de sada de gua das curvas de DSC dogrupo 1 e do grupo 2.Tabela 6: reas dos picos de sada de gua das curvas de DSC H TemperaturaCabelo virgem padro 241,2 J/g110,6 CCabelo virgem com 5 lavagens 212,0 J/g112,9 CCabelo descolorido padro251,2J /g110,1 CCabelo descolorido com 5 lavagens244,9 J/g111,8 C Foi observado que, tanto nos cabelos virgens como nos cabelos descoloridosaps o tratamento houve um consumo menor de energia para a sada de gua, e astemperaturas mantiveram-se praticamente constantes. IV. 3. 3. 3 Infravermelho (FT - IR) O FTIR uma ferramenta til nos estudos de cabelos, pois fornece asprincipais bandas das fibras capilares, como por exemplo, a banda caracterstica em-11040 cm, referente vibrao de estiramento assimtrico da ligao S=O, dosgrupos SO3- e SSO2-, que so componentes da oxidao da cistina (MOITA,1989). H uma variao significativa na composio dos aminocidos nos cabeloshumanos nos diferentes indivduos. Essa variao devida a fatores como:gentica, raa, tratamentos qumicos, radiao solar, entre outros (PANAYIOTOU,1999). 92. 93Cabelos expostos radiao solar tambm apresentam diferenas na suacomposio. Assim cabelos expostos radiao solar intensa tero um ndice decido cistico mais elevado do que os cabelos no expostos, pois a radiao UVpromove a clivagem oxidativa das pontes dissulfdicas na queratina para grupossulfnicos (SIGNORI, 1997).O FTIR tambm pode diferenciar cabelos tratados dos no tratados, porm interessante empregar junto com o FTIR mtodos visuais na interpretao dosdados, como microscopia de fora atmica, microscopia eletrnica de varredura,microscopia tica, entre outras. O emprego de outras tcnicas junto ao FTIR auxiliaem uma melhor definio dos resultados (PANAYIOTOU, 1999).A tabela 7 apresenta os valores das principais bandas para cabelos obtidaspor FTIR.Tabela 7: Valores das principais bandas obtidas para cabelos por FTIR (MONTEIRO,2003).Bandas (cm-1) Atribuio grupos 1650 - 1630 C=O Amida primria 1520 - 1510C-H e N-H Amida secundria1453-1443 CH2ass CH3 Amida terciria 1384 1350 CH3 Amida secundria 1235 -1230C-N e N-H Amida terciria 1180 - 1170S=O ons tiossulfato (Sal de bunte) 1075 - 1070S=O Monxido de cistina 1042 - 1038S=O cido sulfnicoA figura 55 apresenta os espectros FTIR das amostras G1(P) e G1(5) 93. 94100Cabelo Virgem PadroCabelo Virgem aps 5 lavagens com o Kit Bio FilmT%989694 2000 1500 1000500-1W avenum ber (cm )Figura 55: Espectros FTIR das amostras G1(P) e G1(5). A tabela 8 apresenta as principais bandas atribudas as amostras G1(P) eG1(5).Tabela 8: Principais bandas atribudas s amostras G1(P) e G1(5) Cabelo virgem Cabelo virgem aps 5 padro lavagens com o Kit Atribuio grupos Bandas (cm-1)1631,6 1631,6C=O Amida primria da ligaopeptdica1519,7 1527,5 C-H e N-H Amida secundria1446,5 1446,5 CH2ass CH3 Amida terciria1379,1 1386,6CH3 Amida secundria1037,2 1043,5 S=O (cido sulfnico)---------- 1022,8 Bandas de estruturaspolissacardicas da quitosana Na amostra G1(P) para a amostra G1(5) pode ser observado o aparecimento 1da banda 1022,8 cmna amostra G1(5) em que atribuda s estruturaspolissacardicas na regio de 890 1156 cm 1 da quitosana (SANTOS et al, 2003). A figura 56 apresenta os espectros FTIR das amostras G2(P) e G2(5). 94. 95 100 Cabelo descolorido aps 5 lavagens com o Kit Bio Film Cabelo descolorido padro98 T%9694 2000 1500 1000500 -1 Nmero de onda (cm )Figura 56: Espectros FTIR das amostras G2(P) e G2(5). A tabela 9 apresenta as principais bandas atribudas as amostras G2(P) eG2(5).Tabela 9: Principais bandas atribudas as amostras G2(P) e G2(5). Cabelo descolorido Cabelo descolorido padro aps 5 lavagens com o KitAtribuio grupos-1Bandas (cm ) 1629,9 1629,9C=O Amida primria da ligao peptdica 1520,5 1524,3 C-H e N-H Amida secundria 1445,1 1445,1 CH2ass CH3 Amida terciria 1372,2 1382,9CH3 Amida secundria 1071,2 ---------S =O (Monxido de cistina) 1040,0 1045,3 S=O (cido sulfnico) Comparando-se G2(P) e G2(5) pode ser observado um deslocamento entreas bandas atribudas da ligao CH3 da amida secundria de 10,7 cm. Isto se deve -1deformao angular assimtrica de CH3 entre 1380 -1383 cm da quitosana, o quecomprova a existncia da quitosana na fibra capilar (SANTOS et al, 2003). 95. 96Pode-se observar no cabelo descolorido uma banda em 1071,2 cm-1 que referente ao monxido de cistina, o qual um dos produtos da oxidao da cistina,produto decorrente da reao de descolorao dos cabelos (ver figura 18). Noscabelo descoloridos aps 5 ciclos de tratamento esta banda no aparece, podendo abanda da quitosana estar sobrepondo-se banda referente ao monxido de cistina.Em todas as amostras foi observado o produto final da oxidao da cistina,(cido cistico), que decorrente da oxidao qumica (descolorao) oufotodegradao (raios UV). Deste modo, no cabelo virgem, mesmo que este notenha passado por nenhum processo qumico, ele possui uma banda prxima aointervalo de 1042 -1038cm-1 (atribudo ao cido cistico), decorrente da oxidao dacistina provocada pelos raios solares. 96. 97V- CONCLUSOTanto o cabelo virgem como o cabelo descolorido obtiveram melhorias com otratamento, o que mostrou um benefcio para o cabelo caucasiano. O cabelodescolorido obteve uma melhora mais significativa comparado com o virgem e issose deve a estrutura e o desgaste dos cabelos descoloridos, uma vez que os mesmosj perderam partes da sua estrutura e a penetrao do produto facilitada.Pode-se notar uma melhora sensorial das mechas logo que foi utilizado o Kit Bio Film Protector Tnagra, notando que as mechas se tornaram mais maciasalm de mais brilhantes tambm. Essa mel