tcc versao final - debora 1

Upload: debora-muniz-de-souza

Post on 14-Jan-2016

47 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Trabalho de conclusão de curso.Atividade antioxidante da salacia impressifoolia

TRANSCRIPT

  • UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

    CENTRO DE CINCIAS EXATAS E DA TECNOLOGIA

    CURSO DE BACHARELADO EM QUMICA

    TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO

    DBORA MUNIZ DE SOUZA

    ESTUDO FITOQUMICO DE

    SALACIA IMPRESSIFOLIA (MIERS.) A. C. SMITH - CELASTRACEAE: ATIVIDADE ANTIOXIDANTE

    CAXIAS DO SUL

    2014

  • DBORA MUNIZ DE SOUZA

    ESTUDO FITOQUMICO DE SALACIA IMPRESSIFOLIA (MIERS.) A. C. SMITH - CELASTRACEAE:

    ATIVIDADE ANTIOXIDANTE.

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado

    como parte dos requisitos para obteno da aprovao na disciplina de Trabalho de Concluso de Curso Bacharel em Qumica, sob a orientao acadmica do Prof. Dr.

    Sidnei Moura e Silva e coordenao da Prof. Dr. Anna Celia Arruda.

    CAXIAS DO SUL 2014

    DBORA MUNIZ DE SOUZA

  • ESTUDO FITOQUMICO DE

    SALACIA IMPRESSIFOLIA (MIERS.) A. C. SMITH - CELASTRACEAE: ATIVIDADE ANTIOXIDANTE.

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado como parte dos requisitos para obteno da aprovao na disciplina de Trabalho de Concluso de Curso Bacharelado em Qumica da Universidade de Caxias do Sul. Aprovada em __/__/__

    Banca examinadora ________________________________________

    Prof. Dr. Sidnei Moura e Silva Universidade de Caxias do Sul - UCS ________________________________________

    Prof. Dr. Adriana del Carmen Escalona Gower Universidade de Caxias do Sul - UCS ________________________________________ Prof. MSc. Marilda Chiarello Universidade de Caxias do Sul - UCS

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus.

    A todos aqueles que contriburam para que este trabalho fosse realizado.

    A minha famlia, meu maior exemplo, minha inspirao constante, meu amor

    maior. A meus queridos pais Ivaldo Ramos de Souza (in memorian) e Judite Muniz

    de Souza pela vida, amor, carinho, oraes, pacincia e compreenso nas horas

    difceis. Obrigada pelos ensinamentos e por acreditarem em mim, e terem me

    incentivado na busca dos meus objetivos. Aos meu irmos, Jhonatts e Priscila, pelo

    apoio, compreenso, incentivo e momentos de alegria proporcionados.

    Ao Jean, pelo companheirismo, amor e apoio, em todos os momentos.

    A minha famlia do corao, meus amigos. Vocs so meu suporte, meu

    espelho, minha fortaleza nesses dias de batalha.

    Ao meu orientador, Prof. Dr. Sidnei Moura e Silva, pelos valiosos

    ensinamentos, dedicao e pacincia.

    Aos colegas LBIOP. Aos que me ajudaram durante todos esses meses,

    independentemente de contato dirio ou no: Marilda Chiarello, Lauren Grnspan,

    Denis Amilton, Paola Luchtenberg, Fabiana Agostini, Silviane Maggi. Palavras nunca

    sero suficientes para expressar a importncia de vocs.

    Em especial Manuela Merlin que iniciou os trabalhos com o cip mirarura e

    me oportunizou a sua continuao em conjunto, ampliando as investigaes. A Dr.

    Luciane Minetto pela pacincia, excelente trabalho, pelo comprometimento e

    admirvel esforo, sem o qual esse trabalho no seria possvel.

    UCS, ao Departamento de Qumica dos produtos naturais. A todos os

    professores, Ana Clia, aos funcionrios da Central de Anlises e a todos que

    fizeram parte dessa jornada.

  • Apega-te instruo e no a largues; guarda-a, porque ela a tua vida.

    Provrbios 4:13

  • RESUMO

    Dentre as fontes de produtos naturais ativos, destacam-se as plantas. A Salacia impressifolia, da famlia Celastracea, apresenta importantes atividades, sendo temas de pesquisas recentes. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi efetuar a investigao fitoqumica do caule desta espcie e avaliar a potencial atividade antioxidante do extrato bruto. Para obteno do extrato da planta, utilizou-se o caule seco em p, atravs de extrao com etanol e gua sob refluxo. O extrato foi concentrado e submetido avaliao de compostos fenlicos totais e da atividade antioxidante in vitro, utilizando os ensaios de poder redutor e captura do radical DPPH, apresentando 387, 165 g EAG/ kg de extrato bruto, e IC50% de 233 g/mL. A separao cromatogrfica do extrato bruto possibilitou a identificao de vrios compostos, entre eles os compostos fenlicos mangiferina e epicatequina, de maior interesse. Dessa forma, um trabalho de prospeco foi realizado, onde os resultados apontam para uma possvel atividade antioxidante para extratos de S. impressifolia.

    Palavras-chave: Salacia impressifolia. Atividade antioxidante. Composio qumica.

  • ABSTRACT

    Plants are highlighted in the middle of the sources of active molecules. The Salacia impressifolia, from Celastraceae family, presents important activities, being topics of current research. Thus, the aims of this study were a phytochemical investigation and evaluate the antioxidant potential of this specie crude extract. For the plant extract, was used dry stem powder in ethanol and water under reflux. The extract was concentrated and analyzed the total phenolic compounds and antioxidant activity in vitro. The results of reducing power and DPPH radical capture assays, presenting 387, 165 g GAE/kg and IC50% 233 mg/ml for the crude extract respectively. Liquid Chromatographic separation with High Resolution Mass Spectrometry (LC-MS) resulted in several compounds identification, being the most important the mangiferin and epicatechin. Thus, a prospecting work was carried out, where the results point to a possible antioxidant activity in of S. impressifolia extracts. Keywords: Salacia impressifolia. Antioxidant activity. Chemical composition

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Estrutura qumica da penicilina e do AAS ................................................ 16

    Figura 2 Estrutura qumica bsica de um fenol e do aldedo cinmico .................. 18

    Figura 3 Esquema de formao do radical livre ..................................................... 20

    Figura 4 Salacia impressifolia ................................................................................. 29

    Figura 5 Perfil do EBH em ESI(+) e ESI(-) .............................................................. 32

    Figura 6 Estrutura qumica dos compostos encontrados no EBH de S. impressifolia

    ................................................................................................................................... 34

    Figura 7 Reao de reduo do radical DPPH ....................................................... 38

    Figura 8 - % de varredura do padro (vitamina C) .................................................... 39

    Figura 9 - % de varredura do EBH 1:1 de salacia impressifolia ................................ 40

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Compostos identificados no EBH de Salacia impressifolia ..................... 33

  • LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 - Classificao dos compostos fenlicos de acordo com o esqueleto bsico ................................................................................................................................... 19 Quadro 2 Compostos encontrados em espcies do gnero Salacia ..................... 25

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ....................................................................................................... 12

    1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 14

    1.1.1 Objetivos especficos........................................................................................ 14

    2 REVISO BIBLIOGRFICA .................................................................................. 15

    2.1 PRODUTOS NATURAIS ..................................................................................... 15

    2.2 METABLITOS PRIMRIOS E SECUNDRIOS ............................................... 17

    2.3 COMPOSTOS FENLICOS ............................................................................... 17

    2.3.1 Radicais livres .................................................................................................. 20

    2.3.2 Compostos fenlicos como antioxidantes ........................................................ 21

    2.4 FAMLIA CELASTRACEAE GNERO SALACIA ............................................. 23

    2.4.1 Salacia impressifolia ......................................................................................... 29

    3 MATERIAIS E MTODOS ..................................................................................... 30

    3.1 PREPARO DA AMOSTRA .................................................................................. 30

    3.2 ANLISE CROMATOGRFICA .......................................................................... 30

    3.3 ANLISE QUMICA DOS COMPOSTOS FENLICOS (MTODO DE FOLIN-

    CIOCALTEAU) .......................................................................................................... 31

    3.4 ENSAIO REDUO DE RADICAIS LIVRES ATRAVS DE ENSAIO QUMICO IN

    VITRO POR METODOLOGIA DE REDUO DO COMPOSTO DPPH ................... 31

    4 RESULTADOS E DISCUSSO ............................................................................. 32

    4.1 IDENTIFICAO DOS COMPOSTOS POR MEIO DE CROMATOGRAFIA

    LQUIDA ACOPLADA COM ESPECTRO DE MASSAS ............................................ 32

    4.2 DETERMINAO DE FENLICOS TOTAIS ...................................................... 36

    4.3 ENSAIO DE REDUO DE RADICAIS LIVRES ATRAVS DE ENSAIO QUMICO

    IN VITRO POR METODOLOGIA DE REDUO DO COMPOSTO DPPH .............. 37

    5 CONCLUSO ........................................................................................................ 41

    REFERNCIAS ......................................................................................................... 42

  • 12

    1 INTRODUO

    A histria entre a utilizao de plantas para a sade e o bem estar humano se

    conectam ao longo do tempo. As plantas medicinais tm sido utilizadas

    tradicionalmente para o tratamento de vrias enfermidades. Suas aplicaes so

    vastas e abrangem desde o combate ao cncer at aos microrganismos (SILVA;

    CARVALHO, 2007).

    A Organizao Mundial de Sade (OMS) reconhece que boa parte da

    populao dos pases em desenvolvimento dependente da medicina tradicional,

    tendo em vista que 80% desta populao se utilizam de prticas tradicionais nos seus

    cuidados bsicos de sade (BRASIL, 2006). Aliado a isso, a populao tambm faz

    uso de produtos naturais que apresentam uma ampla variedade e complexidade.

    Assim o uso destes produtos estimula a investigao de princpios ativos com

    potencial ao teraputica ou como fonte de inspirao para o desenvolvimento de

    frmacos.

    At meados do sculo XX, as plantas medicinais e seus derivados constituam

    a base da teraputica medicamentosa. No entanto, com o avano e desenvolvimento

    da sntese qumica no final do sculo XXI, iniciou-se uma nova fase de

    desenvolvimento de medicamento. Atualmente, cerca de 50% dos medicamentos

    utilizados so de origem sinttica e 25% so de origem vegetal, isolados ou

    produzidos a partir de um processo de semi-sntese (CALIXTO, 2000).

    Muitas espcies ainda so usadas empiricamente, sem respaldo cientifico

    quanto eficcia e segurana. Em todo o mundo, apenas 17% das plantas foram

    estudadas de alguma maneira quanto ao seu emprego medicinal e, na maioria dos

    casos, sem grande aprofundamento nos aspectos fitoqumicos e farmacolgicos

    (HAMBURGUER et al., 1991). Esses dados demonstram o enorme potencial das

    plantas para a descoberta de novos fitoterpicos e fitomedicamentos (LOZOYA,

    2001).

    Apesar de o Brasil ser o pas com a maior diversidade gentica vegetal do

    mundo, com mais de 55.000 espcies catalogadas de um total estimado entre 350.000

    e 550.000, apenas 8% das espcies vegetais foram estudadas em busca de

    compostos bioativos, e apenas 1.100 espcies vegetais foram avaliadas em suas

    propriedades medicinais e txicas (SIMES et al., 2003).

  • 13

    Muitas reas esto envolvidas na pesquisa de novas substncias oriundas de

    plantas, como a fitoqumica, que trabalha no isolamento, purificao e caracterizao

    de princpios ativos; a etnobotnica e a etnofarmacologia, que buscam informaes a

    partir do conhecimento de diferentes povos e etnias; e a farmacologia, que estuda os

    efeitos farmacolgicos de extratos e dos constituintes qumicos isolados

    (VENDRUSCOLO et al., 2005). Nos ltimos anos, no Brasil, vrias pesquisas foram

    realizadas com contribuies relevantes sobre o assunto, no s quanto a aspectos

    fitoqumicos, mas tambm quanto atividade biolgica de plantas que ocorrem de

    diferentes ecossistemas (DESMARCHELIER et al., 1999; DUARTE et al., 2010;

    HIRUMA-LIMA et al., 2006 JORGE et al., 2004; LIMA et al., 2006). H, nesse sentido,

    vrios caminhos para o estudo de plantas medicinais, destacando-se a abordagem

    etnodirigida.

    A abordagem etnodirigida consiste na seleo de espcies de acordo com a

    indicao de grupos populacionais especficos em determinados contextos de uso,

    enfatizando a busca pelo conhecimento construdo localmente a respeito de seus

    recursos naturais e a aplicao que fazem deles em seus sistemas de sade e

    doena. Este um dos caminhos utilizados atualmente, por duas razes bsicas: o

    tempo e o baixo custo envolvidos na coleta dessas informaes (MACIEL et al., 2002).

    Duas disciplinas cientficas tm se destacado nesta tarefa: a etnobotnica e a

    etnofarmacologia.

    Por definio, a etnobotnica se ocupa da inter-relao direta entre pessoas

    e plantas incluindo todas as formas de percepo e apropriao dos recursos

    vegetais; e a etnofarmacologia se ocupa do estudo dos preparados tradicionais

    utilizados em sistemas de sade e doena que incluem isoladamente ou em conjunto

    plantas, animais, fungos ou minerais, (ALBUQUERQUE, 2005). Ampliando a anlise

    desta definio, uma das vises para a etnofarmacologia defende que seu objetivo

    avaliar a eficcia das tcnicas tradicionais fazendo uso de um grande nmero de

    modelos farmacolgicos (WALLER, 1993). H vrias definies para

    etnofarmacologia, mas, a ttulo de ilustrao, DI-STASI (2005) a entende como a

    identificao e o registro dos diferentes usos medicinais de plantas por diferentes

    grupos.

    Para um uso seguro de extratos e/ou infuso de plantas existe a necessidade

    de investigao das propriedades toxicolgicas.

  • 14

    Dentre as plantas estudadas no territrio brasileiro com propriedades

    farmacolgicas conhecidas popularmente, est a Salacia impressifolia, tambm

    conhecida na regio de Santarm Par (PA) como cip-mirarura, pertence

    famlia Celastraceae que compreende cerca de 90 gneros. Entre estas, esto

    aproximadamente 1.300 espcies vegetais, distribudas nas regies tropicais e

    subtropicais dos dois hemisfrios, sendo pouco representadas nas zonas de clima

    temperado. No Brasil, estas se concentram nas regies Norte, Nordeste e Sudeste.

    Muitas das plantas desta famlia so usadas como medicinais, no tratamento de

    diabetes e inflamaes, (JOLY, 1993).

    Devido aos escassos estudos fitoqumicos e biolgicos desenvolvidos com a

    S. impressifolia, a proposta deste estudo fornecer dados cientficos sobre essa

    planta e verificar alguns dos usos a ela atribudos, principalmente quanto a atividade

    antioxidante, contribuindo assim para o possvel desenvolvimentos de fitoterpicos a

    partir da planta.

    1.1 OBJETIVO GERAL

    Realizar estudos fitoqumicos de Salacia impressifolia e investigar a atividade

    antioxidante dos compostos fenlicos contidos no extrato bruto hidroalcolico (EBH).

    1.1.1 Objetivos especficos

    Identificar os principais compostos qumicos presentes no EBH, atravs de

    cromatografia lquida acoplada espectrometria de massas;

    Determinar a quantidade de compostos fenlicos totais atravs de mtodo

    espectrofotomtrico (Folin-Ciocalteu);

    Avaliar a capacidade de reduo de radicais livres atravs de ensaio qumico

    in vitro por metodologia de reduo do composto 1,1-difenil-2-picrilidrazil (DPPH).

  • 15

    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 PRODUTOS NATURAIS

    Os produtos naturais so utilizados desde os primrdios da humanidade. A

    busca por alvio e cura de doenas atravs da ingesto de ervas por infuso, talvez

    tenha sido uma das primeiras formas de utilizao dos produtos naturais (VIEGAS et

    al., 2006).

    O mais provvel que, pela experimentao direta, as populaes humanas

    tenham aprendido a distinguir as plantas teis e de efeito benfico, daquelas sem

    quaisquer efeitos teraputicos ou txicos, bem como qual o processamento e

    combinaes poderiam ser usados para obteno de resultados positivo (YUNES et

    al., 2001).

    Esta prtica de medicina natural existiu de variadas formas nas culturas e

    civilizaes, como no Egito, no Ocidente, na China e no Japo. Muitas vezes a

    utilizao de extratos vegetais para o tratamento de doenas era feita de uma forma

    acertada mesmo no conhecendo a verdadeira composio de determinada espcie.

    Um bom exemplo a quinina, extrada de plantas do gnero Cinchona, que foi usada

    para tratar os sintomas da malria muito antes da doena ser identificada, (GILANI et

    al., 2005).

    importante mencionar, que alm das plantas serem empregadas na

    medicina popular como fontes teraputicas, elas tambm tem contribudo para a

    descoberta de novos frmacos que so amplamente utilizados (CECHINEL FILHO;

    YUNES, 1998).

    Dentre os medicamentos utilizados no tratamento teraputico, uma ampla

    gama de princpios ativos como aspirina, atropina, morfina, efedrina, quinidina,

    reserpina, taxol, vincristina e vimblastina que foram descobertas atravs do estudo de

    plantas usadas tradicionalmente, como tambm pelo conhecimento popular dos povos

    indgenas, chineses e egpcios (GILANI et al., 2005; RATES, 2001;).

    Um dos mais importantes exemplos da contribuio do acaso para a

    descoberta de novos frmacos a penicilina, (Figura 1), identificado em meados de

    1928 por Sir Alexander Fleming, que em seu laboratrio algumas placas de cultura

    esquecidas sobre a bancada com reduzido crescimento de Staphylococcus que

    haviam sido semeados no incio do vero. Posteriormente, Fleming constatou que

    houve inibio do crescimento das cepas de Staphylococcus e verificou a presena

  • 16

    de metablitos do fungo Penicillumnotatum com propriedade antibacteriana,

    conduzindo assim a identificao da penicilina. Este processo de descoberta ao acaso

    foi substitudo por estratgias racionais baseadas em modificaes moleculares ou no

    alvo teraputico (BARREIRO; FRAGA, 2001; MALERBA et al., 2001).

    Outra descoberta importante desse perodo foi a do cido acetilsaliclico (AAS)

    isolado a partir da casca do salgueiro (Salix alba) (Figura 1). Na busca pelo

    planejamento racional na descoberta de novos frmacos, os primeiros estudos sobre

    a relao entre estrutura qumica e sua atividade ganharam destaque durante a

    Segunda Guerra, uma vez que a pesquisa militar foi responsvel por grandes avanos

    na qumica sinttica, motivada pela necessidade de tratamento de infeces, da dor,

    de processos alrgicos e da depresso (DEWICK, 2002; YUNES et al., 2001).

    A associao de pesquisas no ramo da qumica sinttica e dos produtos

    naturais contribuiu muito com a evoluo na rea farmacolgica dentre outras. As

    descobertas na rea de produtos naturais colaboram com o conhecimento na rea da

    qumica sinttica, j que ao se isolar uma nova substncia e atravs de testes

    farmacolgicos for evidenciado atividade biolgica de tal substncia.Esta nova

    estrutura pode ser sintetizada (desde que seja vivel economicamente e possvel de

    ser feita) em quantidades maiores, j que nos produtos naturais a maioria das

    substncias isoladas apresenta baixo rendimento (MORAIS; BRAZ-FILHO, 2007).

    Figura 1 - Estrutura qumica da penicilina e do AAS

    Fonte: Dewick (2002)

    Notas: 1 penicilina

    2 - AAS

  • 17

    2.2 METABLITOS PRIMRIOS E SECUNDRIOS

    D-se o nome de metabolismo ao conjunto de reaes qumicas que ocorrem

    de forma contnua nas clulas. A presena de algumas enzimas especficas garante

    certa direo dessas reaes. Essas reaes visam, primariamente, o aproveitamento

    de nutrientes para atender as necessidades fundamentais da clula: energia, que a

    Adenosina Trifosfato (ATP), poder redutor e biossntese (SIMES et al, 2003).

    Vegetais e microrganismos, e, em menor evidncia animais, apresentam um

    arsenal metablico (enzimas, coenzimas e organelas), capaz de produzir, transformar

    e acumular inmeras outras substncias, que nem sempre so fundamentais a

    manuteno da vida do organismo produtor (WINK, 1990).

    As plantas dependem de transformaes qumicas executadas pelo seu

    metabolismo, para garantir assim sua sobrevivncia. Estes organismos possuem duas

    formas de metabolismo: o primrio, responsvel pela produo de substncias como

    aminocidos, lipdios, carboidratos entre outros; e o secundrio, responsvel pela

    produo de substncias que muitas vezes so caractersticas de grupos

    taxonmicos, tais como famlia e gnero. O metabolismo secundrio o que mais

    interessa ao qumico de produtos naturais, pois em alguns casos so utilizados como

    padro na sntese de frmacos, aromatizantes, herbicidas e inseticidas (CROTEAU et

    al., 2000; HARVEY, 1999; VIEGAS et al., 2006).

    As principais caractersticas dos metablitos secundrios so baixo peso

    molecular, estrutura complexa, atividades biolgicas marcantes, e so normalmente

    encontrados em concentrao relativamente baixa em determinados grupos de

    plantas (SIMES et al., 2003).

    2.3 COMPOSTOS FENLICOS

    Dentre os metabolitos secundrios esto os compostos fenlicos. Estes

    pertencem a uma classe de substancias que inclui uma grande diversidade de

    estruturas simples e complexas as quais possuem ao menos um anel aromtico no

    qual, pelo menos um hidrognio substitudo por um grupamento hidroxila (Figura 2).

    As plantas e os microrganismos tm a capacidade de sintetizar o anel benznico, e a

    partir dele, principalmente os compostos fenlicos (DEWIKC, 2002). Os compostos

    fenlicos contribuem para o sabor, odor e colorao de diversos vegetais. Muitos

  • 18

    desses compostos constituem leos volteis e alguns so aromatizantes, como o

    aldedo cinmico, princpio ativo da canela (Cinnamomoum zeyllanicum Nees)

    (DEWICK, 2002).

    Figura 2 - Estrutura bsica de um fenol e do aldedo cinmico

    Fonte: Dewick (2002)

    Notas: 1- estrutura bsica de um fenol

    2- Aldedo cinmico

    Dentre os compostos fenlicos esto molculas sinalizadoras, pigmentos e

    sabores que podem atrair ou repelir, bem como os compostos que possam proteger a

    planta contra insetos, fungos, bactrias e vrus. A maior parte dos compostos fenlicos

    est presente como steres ou glicosdeos ao invs de compostos livres. Dentre

    estes, so encontradas estruturas to variadas quanto a dos cidos fenlicos, dos

    derivados de cumarina, dos pigmentos hidrossolveis das flores, dos frutos e das

    folhas. Essa classe de compostos engloba tambm as ligninas e os taninos, que so

    polmeros com funes importantes nos vegetais. Taninos so usados

    comercialmente como corantes e adstringentes, e a lignina responsvel pela rigidez

    estrutural das clulas e tecidos e , essencial para o desenvolvimento vascular

    (DEWIKC, 2002; SIMES et al., 2003).

    Os compostos fenlicos podem ser classificados segundo o tipo de esqueleto

    principal, conforme descrito no Quadro 1.

  • 19

    Quadro 1 - Classificao dos compostos fenlicos de acordo com o esqueleto bsico

    Esqueleto bsico Classe de compostos fenlicos

    C6 Fenis simples, benzoquinonas

    C6-C1 cidos fenlicos

    C6-C2 Acetofenonas e cidos fenilacticos

    C6-C3 Fenilpropanides, cidos cinmicos e

    compostos anlogos, fenilpropenos,

    cumarina, isocumarinas e cromonas

    C6-C4 Naftoquinonas

    C6-C1-C6

    C6-C2-C6

    Xantonas

    Estilbenos, antraquinonas

    C6-C3-C6 Flavonoides e isoflavonoides

    (C6-C3)2 Lignanas

    (C6-C3-C6)2 Diflavonoides

    (C6)n Melaninas vegetais

    (C6-C3)n Ligninas

    (C6-C1)n Taninos hidrolisveis

    (C6-C3-C6)n Taninos condensados

    Fonte: Simes et al. (2001)

    Notas: C6 corresponde ao anel benznico ;

    CX cadeia substituinte com X tomos de carbono.

    A maior parte dos compostos fenlicos no encontrada no estado livre na

    natureza, mas sob a forma de steres ou heterosdeos. So solveis em gua e em

    solventes polares, pois so bastante reativos. Outra caracterstica importante a

    propriedade de complexao dos fenis com metais, formando quelatos de utilidade

    em diversos sistemas biolgicos. So facilmente oxidveis tanto por enzimas vegetais

    quanto por influncia dos metais (ferro e mangans), da luz e do calor e em meio

    alcalino (DEWIKC, 2002).

  • 20

    2.3.1 Radicais livres

    Pesquisas tem tentado esclarecer o papel dos radicais livres em processos

    fisiopatolgicos como envelhecimento, cncer, aterosclerose, inflamao, etc.

    bastante comum se deparar com temas relacionados a radicais livres em vrios

    peridicos que, por seu carter multidisciplinar, tm atrado ateno de

    pesquisadores de vrias reas (FERREIRA; MATSUBARA, 1997).

    Radical livre, de maneira resumida, refere-se ao tomo ou molcula altamente

    reativo que contm nmero mpar de eltrons em sua ltima camada eletrnica. O no

    emparelhamento de eltrons da camada de valncia que confere alta reatividade a

    esses tomos ou molculas (HALLIWELL; GUTTERIDGE, 1990).

    Para entender a formao de um radical livre, como por exemplo para um

    superxido (O2--), derivado do oxignio molecular (O2) (Figura 3), tem-se que o O2

    composto por dois elementos oxignio (O), com nmero atmico 8. Para que ocorra a

    formao do oxignio molecular (O2), os dois eltrons solitrios do subnivel p de um

    elemento oxignio fazem intercmbio com dois eltrons de outro elemento oxignio,

    para ento formar compostos estvel com doze eltrons na camada L.

    Figura 3 - Esquema de formao do radical livre

    Fonte: Ferreira; Matsubara (1997)

    importante ressaltar que reaes de reduo implicam em ganho de

    eltrons e as de oxidao em perda. Portanto, quando no metabolismo normal ocorrer

    uma reduo do oxignio molecular, este ganhar um eltron, formando assim o

    radical superxido, ficando instvel. Assim, pode-se concluir que os radicais livres so

  • 21

    formados a partir de reaes de oxido-reduo, e provocam ou resultam dessas

    reaes (FERREIRA; MATSUBARA, 1997).

    Compostos oxidantes so produzidos pelo metabolismo normal do corpo e,

    se no controlados, podem provocar danos extensivos. O stress oxidativo tem sido

    associado ao desenvolvimento de muitas doenas crnicas e degenerativas incluindo

    o cncer, doenas cardacas, doenas degenerativas como Alzheimer, bem como

    est envolvido no processo de envelhecimento (AMES; GOLD; WILET, 1995;

    CHRISTEN, 2000). O balano entre o stress oxidativo e as funes antioxidantes dos

    organismos vivos parece ter um papel na carcinognese. Estudos clnicos e

    epidemiolgicos tm mostrado evidncias de que antioxidantes fenlicos de cereais,

    frutas e vegetais so os principais fatores que contribuem para a baixa e significativa

    reduo da incidncia de doenas crnicas e degenerativas encontradas em

    populaes cujas dietas so altas na ingesto desses alimentos, (SHAHIDI, 1996).

    2.3.2 Compostos fenlicos como antioxidantes

    A produo de radicais livres controlada nos seres vivos por diversos

    compostos antioxidantes, os quais podem ter origem endgena (por ex., superxido

    dismutase), ou serem provenientes da dieta alimentar e outras fontes. Destas ltimas

    destacam-se tocoferis (vitamina E), cido ascrbico (vitamina C), polifenis, selnio

    e carotenoides (VALKO et al., 2004). Quando h limitao na disponibilidade de

    antioxidantes podem ocorrer leses oxidativas de carter cumulativo. Os antioxidantes

    so capazes de estabilizar ou desativar os radicais livres antes que ataquem os alvos

    biolgicos nas clulas (ATUOI et al., 2005).

    Antioxidantes so substncias que retardam a velocidade da oxidao atravs

    de um ou mais mecanismos, tais como inibio de radicais livres e complexao de

    metais, (PIETTA, 2000). Eles podem ser sintticos ou naturais e, para serem utilizados

    em alimentos, devem ser seguros para a sade. Alguns dos antioxidantes sintticos

    mais importantes so hidroxianisol de butila (BHA) e o hidroxitolueno de butila (BHT)

    e entre os naturais destacam-se cido ascrbico, vitamina E e -caroteno (RICE-

    EVANS et al., 1996).

    Entre os antioxidantes, destacam-se os compostos fenlicos, que podem agir

    como redutores de oxignio singleto, atuando nas reaes de oxidao lipdica assim

  • 22

    como na quelao de metais. Compostos antioxidantes esto naturalmente presentes

    em frutas, sendo que algumas apresentam altas concentraes de determinados

    grupos (HARVEY et al., 2004).

    A partir do incio dos anos 80, o interesse em encontrar antioxidantes naturais

    para o emprego em produtos alimentcios ou para uso farmacutico tem aumentado

    consideravelmente, com o intuito de substituir antioxidantes sintticos. Esses tm sido

    restringidos devido ao seu potencial de carcinognese, bem como pela comprovao

    de diversos outros males como aumento do peso do fgado e significativa proliferao

    do retculo endoplasmtico (MELO; GUERRA, 2002; SIMO, 1985; YILDRIM et al.,

    2002; ZHENG; WANG, 2001).

    Dentre as diversas classes de substncias antioxidantes de ocorrncia

    natural, os compostos fenlicos tm recebido muita ateno nos ltimos anos,

    sobretudo por inibirem a peroxidao lipdica e alipooxigenase in vitro (HASLAN,

    1996; SOARES, 2002).

    A oxidao de fenis um dos aspectos mais importantes destes compostos

    para a biologia, pois pode resultar no escurecimento dos tecidos. Exemplo bem

    conhecido o escurecimento de frutas depois de terem sido cortadas. A oxidao

    tambm pode resultar na formao de metablitos que so txicos para animais e

    plantas, e que podem representar deteriorao de alimentos no processamento. Por

    outro lado, os compostos txicos formados a partir da oxidao de fenis podem inibir

    microrganismos patognicos. Determinados fenis so utilizados como retardadores

    ou antioxidantes para impedir a oxidao de cidos graxos (DEWICK, 2002).

    As matrias-primas in natura disponveis como frutas, vegetais em geral e

    condimentos contm numerosos fitoqumicos, alm dos compostos fenlicos como,

    por exemplo, compostos nitrogenados, carotenoides, cido ascrbico e tocoferis.

    Muitos destes fitoqumicos apresentam significante capacidade antioxidante e so

    associados baixa incidncia e baixa mortalidade de cncer em seres humanos

    (BIRCH et al., 2001; SLUIS et al., 2001; TOMS-BARBERN et al., 2001; VINSON et

    al., 2001).

    Em pesquisas epidemiolgicas, alguns flavonoides apresentam-se

    associados com a proteo contra doenas do envelhecimento. Isto pode ser

    justificado devido sua ao antioxidante. A atividade antioxidante de compostos

    fenlicos deve-se principalmente s suas propriedades redutoras e estrutura qumica.

    Estas caractersticas desempenham um papel importante na neutralizao ou

  • 23

    sequestro de radicais livres e quelao de metais de transio, agindo tanto na etapa

    de iniciao como na propagao do processo oxidativo. Os intermedirios formados

    pela ao de antioxidantes fenlicos so relativamente estveis, devido ressonncia

    do anel aromtico presente na estrutura destas substncias (DEWICK, 2002).

    A determinao dos nveis de compostos fenlicos totais em tecidos vegetais

    a etapa inicial de qualquer investigao de funcionalidade fisiolgica para posterior

    estmulo ao consumo, visando a preveno de doenas crnico-degenerativas. A

    capacidade redutora desses compostos pode ser uma das propriedades utilizadas

    para nortear a quantificao inicial, porm, em tecidos vegetais, a presena de

    carboidratos e outros interferentes com as mesmas caracterstica requer metodologias

    confiveis para tais avaliaes (ANTOLOVICH et al., 2000).

    2.4 FAMLIA CELASTRACEAE GNERO SALACIA

    A famlia Celastraceae est representada predominantemente nas zonas

    tropical e subtropical dos dois hemisfrios, incluindo cerca de 50 gneros e 1.000

    espcies (SOUZA et al., 2008). Pertencente a esta famlia, o gnero salacia

    compreende cerca de 200 espcies, as quais em sua maioria constituem-se de

    arbustos com flores pequenas e frutos comestveis com polpa mucilaginosa e so

    comumente encontradas em campos e mata (PAARAKH et al., 2008). No Brasil, os

    dois gneros da famlia Celastraceae mais comuns so Maytenus e Salacia so

    encontrados na regio norte, nordeste, centro oeste, e alguns registros no sudeste

    (BRAGA FILHO et al., 2001).

    Diante das diversas descries de atividade biolgica das plantas

    pertencentes ao gnero que despertou interesse de pesquisadores foram:

    antirreumticas, antibacterianas, antitumorais (no tratamento de cncer de pele),

    aes curativas de feridas de pele, aes antiulcerognicas, anti-inflamatrias,

    cicatrizantes, inseticidas, imunossupressoras, antimicrobianas, antimalricas,

    antioxidantes, tripanomicidas, no tratamento de diabticos e outras (FONSECA et al.,

    2007; RODRIGUES et al., 2006; SILVA JNIOR, 2005).

    Atravs de estudo fitoqumico deste gnero foram isoladas e identificadas

    vrias substncias, entre elas os triterpenos, flavonoides, esteroides, alcaloides, e

    outras substncias, alm dos triterpenos quinonametdeos, os mais representativos,

  • 24

    e so considerados marcadores quimiotaxnomicos (FONSECA et al., 2007;

    RODRIGUES et al., 2006).

    Duarte et al. (2010) relataram o isolamento do triterpeno friedelano 1,3-dioxo-

    16-hidroxifriedelano pela primeira vez nos galhos de Salacia elliptica (Mart. ex Roem.

    Schult.) G. Don. Tambm foi citado por Figueiredo e colaboradores (1998) o

    isolamento de trs novos triterpenos quinonametdeos das razes de Salacia kraussii

    (Harv.) Harv. que demonstraram atividade antimalrica in vitro. Atravs do estudo

    fitoqumico das razes de Salacia amplifolia Merr. ex Chun & F.C. foram isolados 13

    triterpenos incluindo quinonametdeos, friedelanos, oleananos e triterpenos ursanos,

    trs fenlicos simples, um poliol e um cromanona (WANG et al., 2011).

    O extrato das razes de S. oblonga apresentou atividade antiperoxidao

    lipdica no tecido cardaco de ratos diabticos. A atividade de enzimas antioxidantes,

    como a superxido dismutase, catlase, GSHPxase e GSSGRase foi aumentada no

    tecido cardaco de animais diabticos tratados com este extrato, sugerindo a sua

    atividade antioxidante (KRISHNAKUMAR et al., 1999). J o triterpeno celastrol,

    encontrado nas razes de S. campestris, apresentou potente atividade antioxidante,

    inibindo a peroxidao lipdica de membrana em mitocndrias isoladas do fgado de

    ratos (SASSA et al., 1994).

    A investigao fitoqumica da S. chinensis forneceu triterpenos

    quinonametdeos (tingenona, tingenina B), friedelanos (kokoonol, cido

    salasprmico), ursanos (desmetilregelina, cido triptergico A), glicosdeos

    megastigmanos (foliasalaciosdeos), flavonoides (vitexina, isovitexina, rutina), entre

    outros (DEOKATE et al., 2012; MORIKAWA et al., 2003; NAKAMURA et al., 2011;

    ZHANG et al., 2008).

    A espcie S. campestris caracteriza-se pela presena dos triterpenos

    quinonametdeos (celastroloides), tingenona, pristimerina, tingenina B, 20-

    hidroxitingenona, celastrol e netzahualcoieno nas suas razes (CORSINO et al., 2000).

    Um panorama geral de alguns compostos isolados a partir de espcies do

    gnero salacia apresentado no Quadro 2.

  • 25

    Quadro 2 - Compostos encontrados em espcies do gnero Salacia (continua)

    Espcie Composto Referncia

    S. amplifolia

    pristimerina, netzahualcoieno, friedelan-3-ona, isoiguesterina, 2-hidroxifriedelan-3-ona, regeol A, 7-hidroxi-6- oxopristimerol, -amirina, -amirina, salacenonal, wilforlida A, wilforlida B, lupeol, lup-20(29)-en-3,21-diona, -sitosterol, -daucosterol

    Pu et al., 2009; Wang et al., 2011

    S. beddomei

    pristimerina, friedelan-3-ona, lup-20(29)-en-3,21-diona, -sitosterol, 21-hidroxilup- 20(29)-en-3-ona, 6-hidroxilup- 20(29)-en-3,21-diona, 2,3-di- hidroxilup-20(29)-eno, betulina

    Deepa et al., 2003; Deepa et al., 2004; Hisham et al., 1995; Hisham et al., 1996a; Hisham et al., 1996b.

    1996b

    S. campestris

    tingenona, pristimerina, tingenina B, 20- hidroxitingenona, celastrol, netzahualcoieno, friedelan-3-ona, netzahualcoiona

    Carvalho et al.,2005; Corsino et al., 2000; Liao et al., 1997

    S. kraussi

    pristimerina, celastrol, isoiguesterinol, 28-nor- isoiguesterina-17-carbaldedo, 17-(metoxicarbonil)-28-nor- isoiguesterina, 28-hidroxi iguesterina

    Figueiredo et al., 1998a

  • 26

    Quadro 2 - Compostos encontrados em espcies do gnero Salacia (continuao)

    Espcie Composto Referncia

    S. chinensis

    tingenona, tingenina B, kokoonol, cido salasprmico, desmetilregelina, cido triptergico A, foliasalaciosdeo E1, foliasalaciosdeo E2, foliasalaciosdeo E3, foliasalaciosdeo F, foliasalaciosdeo I, vitexina, isovitexina, rutina, mangiferina, (-)-epicatequina, (-)- epigalocatequina, - amirina, cido wilfrico C, salaquinona A, salaquinona B, cido ortosfnico, - amirenona, cido 3,22-di- hidroxiolean-12-en-29-oico, cido maitenflico, cido 22- hidroxi-3-oxo-olean-12-en-29-oico, regeol A, triptocalina A, 29-hidroxifriedelan-3-ona, canferol 3,7-di-O--D- glicopiranosdeo, canferol 3-O- rutinosdeo-7-O--D- glicopiranosdeo, canferol 3-O- (2,6--L-diramnopiranosil--D- glicopiranosdeo)-7-O--D- glicopiranosdeo, quercetina 3- O-rutinosdeo-7-O--D- glicopiranosdeo, miricetina-3- O--D-rutinosdeo, roseosdeo, (+)-lioniresinol, (+)- isolariciresino, (+)-8-metoxi- isolariciresinol

    Deokate et al., 2012; Kishi et

    al., 2003; Morikawa et al., 2003; Nakamura et al., 2008;

    Zhang et al., 2008

    S. elliptica

    28-hidroxifriedelan-3-ona, 1,3- dioxo-16-hidroxifriedelano , 16-hidroxifriedelan-3-ona, 30- hidroxifriedelan-3-ona, 16,28- di-hidroxifriedelan-3-ona

    Duarte et al 2010.

  • 27

    Quadro 2 - Compostos encontrados em espcies do gnero Salacia (continuao)

    Espcie Composto Referncia

    S.hainanensis

    21,26-di-hidroxifriedelan-3-ona, friedelan-3-ona, 21- hidroxifriedelan-3-ona, mangiferina, (-)-epicatequina, -amirina, wilforlida A, lupeol, lup-20(29)-en-3,21- diona, -sitosterol, 29- hidroxifriedelan-3-ona, 30-hidroxifriedelan-3-ona, 7,21- di-hidroxifriedelan-3-ona, 3, 30-di-hidroxiolean-12-eno, cido oleanlico, 2,3-di-hidroxilup- 20(29)-eno, 2,3,22-trihidroxilup-20(29)-eno,3- hidroxilup-20(29)-en-2-ona, 3, 28-di-hidroxilup-20(29)-en-2-ona

    Gao et al., 2010; Guo et al., 2013; Guo et al., 2009; Huang et al., 2012; Yuan et al., 2011.

    S. longipes

    mangiferina, -sitosterol, estigmasterol, salaterpeno A, salaterpeno B, salaterpeno C, salaterpeno D

    Mbaning et al.,

    2011; Mba'ning et al., 2013

    S. madagascariensis

    isoiguesterino, isoiguesterina, 6-oxo-isoiguesterina, 20- epi-isoiguesterinol

    Thiem et al., 2005

    S. prinoides

    salacinol, kotalanol, lupeol, -sitosterol, -daucosterol, 30-hidroxilup-20(29)-en-3-ona, 3,30-di-hidroxilup-20(29)-eno, cido urslico, salaprinol, ponkoranol, canferol-4'- metil ter, quercetina, quercetina-3',4'-dimetil ter, isoramnetina, cido glico, galato de etila

    Gao et al., 2008;

    Yoshikawa et al., 2008

  • 28

    Quadro 2 - Compostos encontrados em espcies do gnero Salacia (concluso)

    Espcie Composto Referncia

    S. reticulata

    tingenona, pristimerina, celastrol , netzahualcoieno, isoiguesterinol, 30-hidroxipristimerina, 22- hidroxitingenona, salaciquinona, 21,26-di-hidroxifriedelan-3- ona, 28idroxifri-3-ona, 3-oxo- 28idroxifri-28-al, 2l- 28idroxifriedelano-3-ona, salacinol, kotalanol, mangiferina, (-)-epicatequina, (-)-epigalocatequina, (-)-4-O- metilepigalocatequina, (-)- epiafzelequina-(4 8)-(-)-4-O- metilepigalocatequina, (-)- epicatequina-(4 8)-(-)-4-O- metilepigalocatequina, isoiguesterina, -amirina, salacenonal, -sitosterol, cido 3,22-di-hidroxiolean-12-en- 29-oico, cido maitenflico, 29-hidroxifriedelan-3-ona, 28- 28idroxifriedelano-3-ona, 30-hidroxifriedelan-3-ona, 28idroxifri-3, 21-diona cido 3- oxo- 28idroxifri-30-oico, 16- 28idroxi de kotalagenina, 26- 28idroxifriedelano-1,3-diona, 19- hidroxiferruginol, cido lambrtico

    Dhanabalasingham et al., 1996; Kumar et al., 1990; Yoshikawa

    et al., 1998; Yoshikawa et al.,

    2002a; Yoshikawa et al., 2001;

    Yoshikawa et al., 1997

    S. verrucosa

    2l-hidroxifriedelan-3-ona, 26- hidroxifriedelano-1,3-diona, hidroxifri-1,3-diona, 21- hidroxifriedelano-1,3-diona, 30- hidroxifriedelano-1,3-diona

    Somwong et al., 2011

    Fonte: o autor (2014)

  • 29

    2.4.1 Salacia impressifolia

    A espcie Salacia Impressifolia (Miers) A. C. Smith est distribuda pela

    Amrica Central e Amrica do Sul. No Brasil encontrada em apenas cinco estados,

    sendo todos da regio Norte, com exceo do Mato Grosso (LOMBARDI, 2013).

    uma liana com flores amarelas, botes com colorao esverdeada e fruto comestvel

    com casca rugosa apresentada na figura 4. (The New York Botanical Garden;

    Universidade de So Paulo).

    Figura 4 - Salacia impressifolia

    Fonte: Universidade de So Paulo (2014)

    Conhecida na regio de Santarm PA, como cip mirarura, seu caule e

    folhas so utilizados na medicina de sabedoria popular no combate a diabetes e

    inflamaes (ALMEIDA, 1993). No h muitos estudos que relatam a composio

    qumica desta espcie, porm alguns autores j reportaram o isolamento de algumas

    substncias a partir do extrato do caule como dos esteris -sitosterol, estigmasterol

    e campesterol, dos triterpenos tingenona, tingenina B, friedelano-3-ona, - amirina, -

    amirina, lupeol, cido cinchlico, cido quinvico, o cido 3-O-[-D-quinovopiranosil]-

    quinvico, cido 3-O-[-D-fucopiranosil]-quinvico e cido 3-oxoquinvico (COSTA et

    al., 2007; RIPARDO FILHO et al., 2008; ROCHA et al., 2000).

  • 30

    3 MATERIAIS E MTODOS

    3.1 PREPARO DA AMOSTRA

    O material botnico (caule, folhas, galhos finos) foi coletado no municpio de

    Parintins Amazonas (AM), no dia 14 de setembro de 2014. A identificao da planta

    foi confirmada pelo Dr. Xxx, do departamento xxx do Instituto de xxxx, da Universidade

    de Caxias do Sul, com depsito no herbrio do xxx da UCS com o nmero xxx.

    No experimento apenas o caule da salacia impressifolia foi utilizado. Este foi

    seco em estufa com circulao de ar a 45 C, por 48 horas, aps foi modo em moinho

    de facas para ento proceder a extrao.

    A extrao foi realizada a quente (80 C) por refluxo (Soxhlet). Este mtodo

    baseado no refluxo de solvente (lcool P.A e gua destilada 1:1) em um processo

    intermitente. A amostra no ficou em contato direto com o solvente muito quente.

    Iniciou-se colocando 10 gramas da amostra num papel de filtro (forma cilndrica)

    dentro do Soxhlet. O solvente (200 mL) foi aquecido em um balo de fundo redondo,

    originando vapor. O vapor proveniente do solvente aquecido passou para o

    condensador e foi refrigerado passando ao estado lquido e enchendo o extrator at

    ao nvel do tubo lateral. Ao longo do tempo, o solvente foi arrastando compostos

    solveis presentes na amostra e aps duas horas obteve-se e extrato final. Aps a

    extrao, foi feita a concentrao do EBH em rotaevaporador.

    3.2 ANLISE CROMATOGRFICA

    O EBH de salcia impressifolia foi dissolvido em uma soluo 1:1 (v/v) de

    acetonitrila: gua com 0,1% de cido frmico ou 0,1% de hidrxido de amnia (por

    ESI (+) ou ESI (-) respectivamente). Para separao cromatogrfica foi utilizado um

    cromatgrafo lquido com sistema UFLC Shimadzu, coma uma bomba LC-20ADXR,

    um amostrador automtico SIL-30AC. Foi utilizada coluna analtica Shim-pack XR-

    ODS (30 mm x 2,0 mm 2,2 um). O volume de injeo foi de 5 L e vazo da fase mvel

    de 150 L/min. Para a deteco foi utilizado um espectrmetro de massas hbrido de

    alta resoluo e preciso modelo Microtof-Q Bruker Scientific. Para a ionizao foi

    usado a fonte de ionizao por eletrospray (ESI) modelo MicrOTOF-QII Bruker

  • 31

    Scientific em modo positivo e negativo. O intervalo de massa foi 50-1200 m / z com

    duas leituras por segundo, proporcionando a resoluo de 50.000 (FWHM). Nitrognio

    foi utilizado como gs de secagem num fluxo de 10 L min-1. A temperatura de secagem

    foi de 200 C, a energia de ionizao de 3,0 eltron Volt (eV), e a voltagem do capilar

    de 4500 eV (adaptado de: laboratrio de produtos naturais e sinttico LBIOP, 2014).

    3.3 ANLISE QUMICA DOS COMPOSTOS FENLICOS (MTODO DE FOLIN-CIOCALTEAU)

    Para quantificar os compostos fenlicos do EBH foi utilizado o reagente de

    Folin-Ciocalteau, no qual 0,5 mL da amostra foi diluda em etanol 70% (1 g/L), e

    adicionado 2,5 mL de Folin-Ciocalteau a 10% e 2,0 mL de Na2CO3 a 7,5%. O tubo foi

    agitado em Vrtex e incubado por 5 min em Banho-Maria a 50C. Aps 15 min de

    repouso o complexo azul formado foi quantificado em espectrofotmetro marca

    Beckman, modelo DU-530, com comprimento de onda de 760 nm (ROESLER et al.,

    2007). A concentrao de fenlicos foi estimada correlacionando-se a absorbncia

    das amostras a uma curva padro realizada a partir de 6 pontos com concentrao de

    10 a 100 g/mL de cido glico, onde o resultado expresso em mg equivalentes de

    cido glico/g de material vegetal (mg EAG/g MV) (BAYDAR et al., 2004;

    WATERHOUSE et al., 2000).

    3.4 ENSAIO REDUO DE RADICAIS LIVRES ATRAVS DE ENSAIO QUMICO IN VITRO POR METODOLOGIA DE REDUO DO COMPOSTO DPPH

    Uma alquota da soluo antioxidante foi misturada com um tampo de Tris-

    HCl com pH 7,4 e, em seguida, adicionados 1 mL de 500 M DPPH em etanol, agitada

    vigorosamente e deixada repousar durante 20 minutos temperatura ambiente em

    cmara escura. A leitura foi feita em absorbncia em 517 nm em espectrofotmetro

    marca Beckman, modelo DU-530 (YAMAGUCHI et al., 1998).

  • 32

    4 RESULTADOS E DISCUSSO

    4.1 IDENTIFICAO DOS COMPOSTOS POR MEIO DE CROMATOGRAFIA LQUIDA ACOPLADA COM ESPECTRO DE MASSAS

    Com base na composio complexa dos extratos de plantas, os HRMS tm

    sido utilizados como uma ferramenta poderosa para a identificao de alcaloides e

    flavonoides, por exemplo (NICOLA et al., 2013; RUFFATO et al., 2013).

    Espcies de Salacia so conhecidas por possurem quinonametdeos, classe

    de compostos que so considerados marcadores taxionmicos da famlia celastracea,

    friedelanos, lupanos e oleananos triterpenos, sesquiterpenos e cidos fenlicos

    (GUNATILAKA, 1996; MATSUDA et al., 2005). O EBH foi analisado em modo positivo

    (ESI (+)) e negativo (ESI (-)), e os perfis do EBH so mostrados na Figura 5, em ESI

    (+) e ESI (-).

    Figura 5 - Perfil do EBH em ESI(+) e ESI (-)

    1)

    2)

    Fonte: o autor (2014)

    Notas:1) ESI(+)

    2) ESI(-)

    O objetivo foi identificar principalmente os fenlicos presentes no EBH, uma

    vez que h registro na literatura que estes possuem capacidade inibitria de radicais

    livres. Um conjunto de informaes como massa exata, razo isotpica e rota de

    fragmentao so usadas na identificao qumica. Para a confirmao de

    composies elementares foi estabelecido um limite de exatido de 5 ppm (parte por

  • 33

    milho) (LACOSTE et al., 2006). Os principais compostos qumicos identificados esto

    listados na Tabela 1 e suas estruturas qumicas esto ilustradas na Figura 6.

    Tabela 1 - Compostos identificados no EBH de Salacia impressifolia

    Nmero composto

    on precursor (m/z)

    EBH ESI(+) ou ESI(-)

    Nome do composto Frmula molecular

    Erro (ppm)

    Referncias

    1 179.0714 EBH(-) Coniferaldedo C10H10O3 2.84 Wang et al., 2011

    2 193.0444 EBH(-) Gynuraone C10H10O4 2.62 Wang et al, 2011;

    3 197.0450 EBH(-) cido lambrtico C9H10O5 2.70 Matsuda et al., 2005

    4 255.2320 EBH(-) cido palmtico C16H32O6 3.90 Duarte et al., 2010

    5 279.1577 EBH(+) Dibutilftalato C16H22O4 4.20 Wang et al., 2011

    6 291.0877 EBH(+) Leucopelargonidin C15H14O6 2.63 Rastogi Mehrotra, 1960

    7 289.0725 EBH(-) Epicatequina/ catequina

    C15H14O6 1.00 Koga et al., 2013

    8 335.0468 EBH(+) Salacinol C9H18O9S2 0.97 Yoshikawa et al., 1998

    9 341.1230 EBH(-) Coniferina C16H22O8 3.60 Nakamura et al., 2011

    10 347.1527 EBH(+) Ciliarin C19H22O6 1.84 Nakamura et al., 2011

    11 383.1920 EBH(+) Foliachinenoside I C16H30O10 0.53 Nakamura et al., 2011

    12 423.0925 EBH(+) Mangiferina C19H18O11 0.74 Karunanayake, 1985;

    13 425.0781 EBH(+) Kotalanol C12H24O12S2 1.69 Yoshikawa et al, 1998;

    14 441.3026 EBH(+) Regeol A C28H40O4 4.63 Wang et al, 2011;

    15 465.1540 EBH(-) Lehmbachol D C26H26O8 1.86 Kawazoe et al, 1997;

    Fonte: o autor (2014)

  • 34

    Figura 6 - Estrutura qumica dos compostos identificados em EBH de S. impressifolia (continua)

  • 35

    Figura 6 - Estrutura qumica dos compostos identificados em EBH de S. impressifolia (concluso)

    Fonte: Matsuda et al. (2005)

    Foi encontrado no EBH compostos fenlicos e entre eles, a mangiferina,

    constituinte polifenol e taninos como a epicatequina. Em estudo sobre constituintes

    polifenis, a mangiferina revelou uma boa capacidade de reduzir a formao de

  • 36

    espcies de oxignio reativo, ativar o sistema antioxidante enzimtico e restaurar o

    potencial da membrana mitocondrial. Foram analisadas clulas oriundas do lbulo

    frontal de ratos, expostas ao glutamato 50 M e glicina 10M. Para avaliao dos

    efeitos do polifenol em excitotoxicidade, a mangiferina foi adicionada 30 min antes e

    tambm durante a exposio das clulas. A avaliao final foi feita 3 h mais tarde, para

    ento concluir que a mangiferina possua excelente propriedades antioxidantes e anti-

    apoptticos, podendo ser utilizada em patologias que envolvem excitotoxicidade e

    morte de neurnios (KARUNANAYAKE; SIRIMANNE, 1985; CAMPOS-ESPARZA et

    al., 2008).

    A investigao da atividade nefroprotetor e antioxidante do extrato etanlico

    oblonga S. foi estudada com duas doses (250 e 500 mg / kg) em ratos com toxicidade

    induzida por acetaminofeno (paracetamol). Os resultados mostraram que o

    paracetamol aumenta significativamente os nveis de nveis de ureia, creatinina e a

    diminuio de soro de cido rico. A reduo foi por aumento de respostas dos

    antioxidantes, tal como avaliado por parmetros bioqumicos e histopatolgicos. Os

    resultados tambm sugerem uma atividade nefroprotetor e antioxidante do extrato

    contra a toxicidade induzida por acetaminofeno em ratos (PALANI et al.,2011).

    4.2 DETERMINAO DE FENLICOS TOTAIS

    A determinao do contedo de compostos fenlicos totais utiliza o reagente

    de Folin-Ciocalteu que consiste em uma mistura de cidos fosfomolibdico e

    fosfotngstico, no qual o molibdnio e o tungstnio encontram-se no estado de

    oxidao 6+ (ANAGNOSTOPOULOU et al., 2006). Na presena de certos agentes

    redutores como os compostos fenlicos, forma-se molibdnio azul e tungstnio azul,

    cujo estado de oxidao se encontra entre 5+ e 6+. Essa colorao azul permite a

    determinao da concentrao das substncias redutoras. Os fenis contidos nas

    amostras so energeticamente oxidados em meio bsico, resultando na formao do

    O2, o qual reage com os cidos formando compostos com uma intensa absoro perto

    de 750 nm (CHAVES et al., 2010; WATERMAN et al., 1994). Porm, essa metodologia

    no seletiva para subtipos de compostos fenlicos vegetais e podem ser detectados

    no teste alm de flavonoides, catequinas, compostos fenlicos simples e seus

    polmeros como os taninos hidrolisveis, dentre outras substncia (MAGINA, 2008).

    Com relao ao gnero Salacia foram reportados estudos relatando efetiva

    atividade antioxidante para a frao solvel em ter de petrleo do extrato de S.

  • 37

    oblonga, extrato metanlico de S. chinensis e para compostos isolados a partir de S.

    reticulata, S. campestris e S. chinensis (CARVALHO et al., 2005; KISHI et al., 2003;

    KRISHNAKUMAR et al., 1999; PAARAKH et al., 2008; YOSHIKAWA et al., 2003).

    No EBH de Salacia impressifolia foi encontrado um teor de fenlicos totais de

    387,165 g equivalentes de cido glico (EAG)/kg de EBH da planta. Ao comparar o

    teor de fenlicos totais de S. impressifolia com algumas plantas do gnero, observa-

    se que ela possui uma concentrao maior de fenlicos. Por exemplo, em extrato de

    S. oblonga (SO) o teor de fenis totais de 65,8 g EAG/kg de extrato da planta. A

    atividade antioxidante in vitro do extrato metanlico aquoso SO foi analisada atravs

    da reduo dos superxidos, gua oxigenada e xido ntrico. A anlise estatstica

    revelou que o teor de fenlicos totais e tanino de SO reduziu significativamente a ao

    desses xidos, enquanto o teor de flavonoides totais contribuiu significativamente para

    o H2O2 e atividade captadora de O2-. Os compostos fenlicos de SO provocam a

    eliminao significativa de radical NO-. Desta forma, o autor provou que o extrato de

    SO comporta-se como um bom limpador dos radicais superxidos, e que pode ser

    considerado como uma fonte natural de antioxidantes para usos medicinais e

    comercial (BASU et al., 2013).

    A capacidade antioxidante dos extratos brutos de plantas diretamente

    influenciada pela presena de compostos fenlicos, pois esses possuem grupos

    hidroxilos ligados a sistemas aromticos, os quais so capazes de receber e assimilar

    eltrons livres. Sua ao antioxidante se d atravs da supresso de radicais livres

    atuando dessa forma na regulao e proteo do sistema de defesa (DAI; MUMPER,

    2010). Presume-se que a ingesto diria de cerca de 1g de compostos fenlicos em

    uma dieta rica em frutas e legumes pode contribuir com um bom potencial antioxidante

    para o corpo (SAUMYA; MAHABOOB, 2011).

    4.3 ENSAIO DE REDUO DE RADICAIS LIVRES ATRAVS DE ENSAIO QUMICO IN VITRO POR METODOLOGIA DE REDUO DO COMPOSTO DPPH

    Este mtodo baseado na transferncia de eltrons de um composto

    antioxidante para um radical livre, o DPPH, e a sua reduo por um antioxidante

    ilustrado na Figura 7. Isso ocorre devido ao desemparelhamento de eltrons, e a

    absoro mxima do DPPH se d e 517 nm que incialmente possui colorao prpura.

    medida que ocorre o emparelhamento dos eltrons, ocorre a eliminao dos

    radicais, a fora de absoro diminuda, e a descolorao da soluo

  • 38

    estequiomtrica em relao ao nmero de eltrons capturados (YAMAGUCHI et al.,

    1998).

    Figura 7 Reao de reduo do radical DPPH

    Fonte: Yamaguchi et al. (2008)

    Para avaliar a capacidade antioxidante dos compostos presentes no EBH da

    S. impressifolia foi feita anlise com DPPH. Os resultados foram expressos em

    percentagem de inibio de oxidao, ou seja, a porcentagem de atividade

    antioxidante corresponde quantidade de DPPH consumida pelo antioxidante (IC50%).

    O IC50% expressa qual a concentrao necessria da amostra para reduzir em 50% o

    radical livre DPPH, assim, quanto menor o valor do IC50% maior a atividade

    antioxidante.

    A porcentagem de inibio calculada a partir da absorbncia da amostra e

    padro, atravs da equao 1:

    (%) =

    100 (1)

    Onde:

    AA(%): atividade antioxidante (%);

    Apadro: absorbncia do DPPH;

    Aamostra: absorbncia da amostra diluda em soluo de DPPH.

    Com a porcentagem de inibio versus concentrao da amostra obtm-se a

    equao da reta, y= 0,50207x 35,6217, para ento calcular o IC 50, onde y=50, e a

  • 39

    partir de ento, encontrar a concentrao da amostra necessria para inibir 50% do

    radical DPPH. O resultado obtido para IC50% foi de foi de 164,4267 g/mL para a

    vitamina C, e de 233,014 g/mL para o EBH.

    Nas Figuras 8 e 9, esto representadas respectivamente as curvas de

    calibrao construdas com a porcentagem da atividade antioxidante versus a

    concentrao do padro referncia (vitamina C), e do EBH

    Figura 8 curva de calibrao do padro (vitamina C)

    Fonte: o autor (2014)

    y = 0,5207x - 35,617R = 0,9872

    30,00

    35,00

    40,00

    45,00

    50,00

    55,00

    60,00

    65,00

    70,00

    75,00

    140 150 160 170 180 190 200 210

    %A

    tivi

    dad

    e a

    nti

    oxi

    dan

    te %

    concentrao g/mL

    % varredura do padro (vit C)

  • 40

    Figura 9 Curva de calibrao do EBH 1:1 de salcia impressifolia.

    Fonte: o autor (2014)

    Rachana et al. (2013) obtiveram resultados de IC50% para extrato de SO para

    inibio dos radicais H2O2 e O2- de 380 g/ mL e 186 g/ mL, respectivamente.

    Tambm h registro da atividade antioxidante de S. campestris, porm o teste foi

    realizado para compostos isolados a partir de extratos da raiz da espcie. Foram

    analisados 5 quinonametdeos triterpenos salacin, pristimerina, maitenina, 20-

    hidroximaitenina, netzahualcoyene e a atividade antioxidante para esses compostos

    foi de 20, 39, 28, 55 e 10% respectivamente para concentrao de 50 M (CARVALHO

    et al., 2005).

    y = 0,2538x - 9,1389R = 0,9957

    0 50 100 150 200 250 300 350 400

    Ati

    vid

    ade

    an

    tio

    xid

    ante

    %

    concentrao g/mL

    % de varredura do EBH de salcia impressifolia.

  • 41

    CONCLUSO

    Neste trabalho foi proposto um estudo fitoqumico do caule de Salacia

    impressifolia em extrato hidroalcolico bruto. Este foi analisado por cromatografia

    lquida acoplada com espectrometria de massas de alta resoluo. E foram

    identificados 15 compostos, alguns inditos para espcie.

    Dos compostos identificados, alguns pertencem ao grupo dos fenlicos, os

    quais apresentaram influncia direta nos resultados dos ensaios simples de bancada

    para determinao do teor de fenlicos totais e atividade antioxidante no extrato bruto.

    Os ensaios in vitro indicam EBH de S. impressifolia como uma valiosa fonte

    de antioxidantes naturais, os quais podem ser utilizados na preveno do stress

    oxidativo em sistemas biolgicos.

    Os resultados obtidos neste trabalho confirmaram a importncia da

    continuidade do estudo de extratos oriundos do caule da espcie Salacia impressifolia,

    pois foi identificado um bom potencial antioxidante, uma vez que para vitamina C,

    composto j isolado, o IC 50% foi de 164 g/mL e para o EBH de S. impressifolia foi de

    233 g/mL, enfatizando assim uma prioridade para isolamento dos constituintes de S.

    impressifolia, para ento determinar e quantificar os metablitos responsveis pelas

    atividades apresentadas. Alm disso, a avaliao do potencial antioxidante da planta

    atravs de ensaios in vitro e estudos in vivo, facilita a descoberta sobre seu

    mecanismo de ao. Isso pode ajudar na anlise de S. impressifolia como uma planta

    de escolha para os alimentos funcionais, bem como, produtos farmacuticos base

    de plantas.

  • 42

    REFERNCIAS AKASE, V. et al. Preventive Effects of Salacia reticulata on Obesity and Metabolic Disorders in TSODMice. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine. [S.I], v 20, 10 pages, 2011. ALBUQUERQUE, U.P. Introduo etnobotnica. 2.ed. Rio de Janeiro, Intercincia, 2005. AMES, B. N.; GOLD, L. S.; WILET, W. C. The causes and prevention of cancer. Proc. Natl. Acad. Sci. [S.I], v. 92, p. 5258-5265, 1995. ANAGNOSTOPOULOU, M. A.et al. Radical scavenging activity of various extracts and fractions of sweet orange peel (Citrus sinensis). Food Chemistry, [S.I], v. 94, n. 1, p. 19-25, 2006. ANTOLOVICH, M. et al., Sample preparation in the determination of phenolic compounds in fruits. Analyst. Wagga Wagga, v. 125, p. 989-1009, 2000. ATOUI, A. K. et al., Tea and herbal infusions: their antioxidant activity and phenolic profile. Food Chem. [S.I], v. 89, p. 2736, 2005. BARREIRO, E. J.; BOLZANI, V. da S. Biodiversidade: fonte potencial para a descoberta de frmacos. Quim.Nova. [S.I], v. 32, n. 3, p. 679-688, 2009. BARREIRO, E. J.; FRAGA, C. A. M. Qumica Medicinal- as bases moleculares da ao dos frmacos. Porto Alegre: ARTMED, 2001. BASU, S.et al., A. In vitro antioxidante activity of methanolic-aqueous extract powder (rrot and stem) of Salacia oblonga. Int. J. Pharm. Sci. [S.I], v. 5, p. 904-909, 2013. BAYDAR, N.G.; ZKAN, G.; SAGDI, O. Total phenolic contents and antibacterial

    activities of grape (Vitis viniferaL.) extracts. Food Control. [S.I], v.15, p.335-339, 2004. BIRCH, A.E. et al. Antioxidant proprieties of evening primrose seed extracts. J. Agric. Food Chemistry, Chicago, v.49, p. 4502-4507, 2001. BRAGA FILHO, J. R.et al. Entomofauna Associada aos Frutos do Bacupari, Salacia crassifolia (MART.) Peyr, nos Cerrados do Brasil Central. Pesquisa Agropecuria Tropical, [S.I], v. 31, n.1, p. 47-54, 2001. BRASIL. Ministrio da Sade. Poltica Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos. Braslia DF, 2006. CALIXTO, J.B. Efficacy, safety, quality control, marketing and regulatory guidelines for herbal medicines (phytotherapeutic agents). Brazilian Journal and Biological Research, [S.I], v. 33, p. 179-189, 2000. CARVALHO, P. R. F. et al., Antioxidant Quinonemethide Triterpenes from Salacia campestris. Chemistry & Biodiversity, [S.I], v. 2, p. 367-372, 2005.

  • 43

    CECHINEL FILHO, V.; YUNES, R. A. Estratgias para a obteno de compostos farmacologicamente ativos a partir de plantas medicinais. Conceitos sobre modificao estrutural para otimizao da atividade. Quim. Nova, [S.I], v.21, n. 1, p.99-105, 1998. CHAVES, M. H. et al. Fenis totais, atividade antioxidante e constituintes qumicos de extratos de Anacardium occidentale L., Anacardiaceae. Revista Brasileira de Farmacognosia, [S.I], v. 20, p. 106-112, 2010. CHRISTEN, Y. Oxidative stress and Alzheimers disease. Am. J. Clin. Nutr., [S.I], v. 71, n. 2, p. 621S-629S, 2000. COSTA, N. L. S. D. et al. Triterpenos oleano e ursano do caule de Salacia impressifolia (HIPPOCRATEACEAE). In: 30 Reunio Anual da Sociedade Brasileira de Qumica - Livro de Resumos. (Ed.), 2007. CROTEAU, R.; KUTCHA, T. M.; LEWIS, N. G. Naturals products (secondary metabolites). IN: BUCHANAN, B.; GRUISSEM, W.; JONES, R. Biochemitry & Molecular Biology f plants. New York: Elsevier, 200. Cap. 24, p. 1250-1317. DEEPA, M. A. et al. A new benzoid system with antifeedant and antimicrobial properties from the leaves of Salacia beddomei Gamble. Biosciences Biotechnology Research Asia, [S.I], v. 1, p. 121-122, 2003. DEEPA, M. A. et al. An oxaza cyclohexane moiety with antimicrobial and antifeedant activity from nutrient stress callus of Salacia beddomei. Research Journal of Chemistry and Environment, [S.I], v. 8, p. 74-75, 2004. DEOKATE, U. A.; KHADABADI, S. S. Phytopharmacological aspects of salacia chinensis. Pharmacophore, [S.I], v. 3, n. 3, p. 156-163, 2012. DESMARCHELIE, C. LISBOA R. R., COUSSIO, J. CICCIA, G. Antioxidant and free radical scavenging activities in extracts from medicinal trees used in the Caatinga region in northeastern Brazil. J Ethnopharmacol, [S.I], v. 67, p. 69-77, 1999. DEWICK, P. M. Medicinal Natural Products: A Biosynthetic Approach. 2. ed. New York: John Wiley, 2002. DHANABALASINGHAM, B. et al. Biogenetically important quinonemethides and other triterpenoid constituents of Salacia reticulata. Phytochemistry, [S.I], v. 42, n. 5, p. 1377-1385, 1996. DI-STASI, L.C. An integrated approach to identification and conservation of medicinal plants in the tropical forest a Brazilian experience. Plant Genetic Resources, [S.I], v. 3, p.199-205, 2005. DUARTE, L. P. et al. Chemical constituents of Salacia elliptica (Celastraceae). Qumica Nova, So Paulo, v. 33, p. 900-903, 2010.

  • 44

    FERREIRA, A. L. A.; MATSUBARA, L.S. Radicais livres: conceitos, doenas relacionadas, sistema de defesa e estresse oxidativo. Rev Ass Med Brasil, Botucatu, v. 43, p. 61-68, 1997. FIGUEIREDO, J. N.; RAZ, B.; SEQUIN, U. Novel quinone methides from Salacia kraussii with in vitro antimalarial activity. Journal of Natural Products, [S.I], v. 61, n. 6, p. 718-23, 1998a. FIGUEIREDO, J. N.; RAZ, B.; SEQUIN, U. Novel quinone methides from Salacia kraussii with in vitro antimalarial activity. Journal of Natural Products [S.I], v. 61, n. 6, p. 718-23, 1998b. FONSECA, V. A., et al. Estudo fitoqumico do decocto das folhas de Maytenus truncata Reissek e avaliao das atividades antinociceptiva, antiedematognica e antiulcerognica de extratos do decocto. Quim. Nova, So Paulo, v. 30, n.4, p. 842-847, 2007. GAO, H. Y. et al. New triterpenes from Salacia hainanensis Chun et How with alpha-glucosidase inhibitory activity. Journal of Asian Natural Products Research, [S.I], v. 12, n. 10, p. 834-42, 2010. GAO, X. H.; XIE, N.; FENG, F. Studies on chemical constituents of Salacia prinoides. Zhong Yao Cai, [S.I], v. 31, n. 9, p. 1348-51, 2008. GILANI, A. H. et al. Trends in ethnopharmacology. Journal of Ethnopharmacology, [S.I], v.100, p. 43-49, 2005. GIRN, M. D. et al., Salacia oblonga extract increases glucose transporter 4-mediated glucose uptake in L6 rat myotubes: Role of mangiferin. Clin Nut Clinical, [S.I], v.28, p.565574, 2009. GUNATILAKA, A. A. L. Triterpenoid quinonamethides and related compounds (Celastroids). Progress in the Chemistry of Organic Natural Products, [S.I], v. 67, p. 1-123, 1996. HALLIWELL B, GUTTERIDGE JMC. Role of free radicals and catalytic metal ions in human disease: an overview. Methods Enzymol; [S.I], v 186, p. 1-85, 1990. HAMBURGUER, M. et al.,. Search for new drugs of plant origin. Advances in Drug Research, [S.I], v.20, p.167-169, 1991. HARVEY, A. L. Natural products in drug discovery.Drug Discovery Today, [S.I], v. 13, n. 19/20, p. 894-901, 2008. HIRUMA-LIMA, S. et al., Qualea grandiflora, a Brazilian Cerrado medicinal plant presents an important antiulcer activity. J Ethnopharmacol, [S.I], v. 104, p.207-214, 2006. JOLY, A. B. - Botnica: Introduo Taxonomia Vegetal. 11ed. So Paulo, Nacional, 1993, 777p.

  • 45

    JORGE, R.M., LEITE, J.P.V., OLIVEIRA, A.B., TAGLIATI, C.A. Evaluation of antinociceptive, anti-infl ammatory and antiulcerogenic activities of Maytenus ilicifolia. J Ethnopharmacol, [S.I], v. 94, p. 93-100, 2004. KARUNANAYAKE; SIRIMANNE, Mangiferin from the root bark of Salacia reticulata, Journal of Ethnopharmacology, [S.I], v. 13, n. 2, p. 227228, 1985. KAWAZOE, K. et al., Four stilbenes from Salacia lehmbachii. Phytochem. [S.I], v. 44, p. 1569-1573, 1997. KISHI, A. et al. Structures of new friedelane- and norfriedelane-type triterpenes and polyacylated eudesmane-type sesquiterpene from Salacia chinensis LINN. (S. prinoides DC., Hippocrateaceae) and radical scavenging activities of principal constituents. Chemical and Pharmaceutical Bulletin, [S.I], v. 51, n. 9, p. 1051-5, 2003. KRISHNAKUMAR, K.; AUGUSTI, K. T.; VIJAYAMMAL, P. L. Hypoglycaemic and anti-oxidant activity of Salacia oblonga Wall. extract in streptozotocin-induced diabetic rats. Indian Journal of Physiology and Pharmacology, [S.I], v. 43, n. 4, p. 510-4, 1999.

    LACOSTE S., FERNANDEZ-ALBA A. R. Time off light mass spectrometry applied to the liquid chromatographic analysis of pesticides in water and food. Mass Spectrom Rev, [S.I], v. 25, p. 866, 2006. Laboratrio de produtos naturais e sintticos, Caxias do Sul, 2014. LIAO, L. M. et al. Crystal structure of wilforine, a sesquiterpene pyridine alkaloid from Salacia campestris. Anais da Associacao Brasileira de Quimica, [S.I], v. 46, p. 184-188, 1997.

    LIMA, M.R.F., XIMENES, C.P.A., LUNA, J.S., SANTANA, A.E.G. A atividade antibitica de algumas plantas medicinais brasileiras, Rev Bras Farmacogn, [S.I], v.16, p.300-306, 2006. LOMBARDI, J. Notas nomenclaturais em Salacioideae (celastracea). Rodriguesia, [S.I], v 61, p. 123-125, 2010. LOZOYA, X. Investigacin y Ciencia, 1997, R. A. Yunes, V. Cechinel Filho, Breve anlise histrica da Qumica de Plantas Medicinais: Sua importncia na atual concepo de frmaco segundo os paradigmas Ocidental e Oriental: In: R. A. Yunes, J. B. Calixto, Plantas Medicinais sob a tica da Qumica Medicinal Moderna. Chapec-SC, Argus, 2001, 523 p. MACIEL, et al., Plantas medicinais: a necessidade de estudos multidisciplinares, Quim, [S.I], v. 25, p. 429-438, 2002. MAGINA, M. A. et al. Atividade antioxidante de trs espcies de Eugenia (Myrtaceae). Latin American Journal of Pharmacy, [S.I], v. 29, n. 3, p. 376-82, 2010.

  • 46

    MBA'NING, B. M. et al. Antiplasmodial sesquiterpenes from the seeds of Salacia longipes var. camerunensis. Phytochemistry (Elsevier), [S.I], v. 96, p. 347-352, 2013. MBA'NING, B. M. et al. Salacetal, an oleanane-type triterpene from Salacia longipes var. camerunensis. Zeitschrift fr Naturforschung B. Chemical Sciences, [S.I], v. 66, p. 1270-1274, 2011. MALERBA, F.; ORSENIGO, L. Inovation and market structure in the dynamics of the pharmaceutical industry and biotechnology: towards a history friendly model. In: DRUID NELSON and WINTER CONFERENCE, Aalborg, 2001. MATSUDA, H. et al., Antidiabetic constituents from Salacia species. Journal of Traditional Medicine, [S.I], v. 22, p. 145153, 2005. MELO, E.A.; GUERRA, N.B. Ao antioxidante de compostos fenlicos naturalmente presentes em alimentos. Bol. SBCTA. Campinas, v.36, n. 1, p. 1-11, 2002. MORAIS, S. M.; BRAZ-FILHO, R. (Org.). Produtos Naturais Estudos Qumicos e Biolgicos. Fortaleza, 2007. MORELLI, L.L.L., (2010), Avaliao de compostos fenlicos majoritrios em geleia de uva produzida com a variedade IAC-138-22. Dissertao de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 133p. MORIKAWA, T. et al. Structures of New Friedelane-Type Triterpenes and Eudesmane-Type Sesquiterpene and Aldose Reductase Inhibitors from Salacia chinensis. Journal of Natural Products, [S.I], v. 66, n. 9, p. 1191-1196, 2003. MURUGANANDAN, S. et al., Effect of mangiferin on hyperglycemia and atherogenicity in streptozotocin diabetic rats. J Ethnopharmacol, [S.I], v. 97, p. 497501, 2005. NAKAMURA, S. et al. Chemical structures and hepatoprotective effects of constituents from the leaves of Salacia chinensis. Chemical and Pharmaceutical Bulletin, [S.I], v. 59, p. 1020-1028, 2011. NICOLA, C. et al., Chemical Constituents Antioxidants and Anticholinesterasic Activity of Tabernaemontana catharinensis. Sci World J, [S.I], v. 20, p. 883-889, 2013. PAARAKH, P. M.; PATIL, L. J.; THANGA, S. A. Genus Salacia: A Comprehensive Review. Journal of Natural Remedies, [S.I], v. 8, n. 2, p. 116-131, 2008. PALANI, et al. Nephroprotective and antioxidant activities of Salacia oblonga on acetaminophen-induced toxicity in rats. Nat. Prod. Res. [S.I], v. 25, 1876-1880, 2011. PIETTA, P.G. Flavonoids as antioxidants. J. Nat. Prod., [S.I], v. 63, n. 7, p. 1.035-1.042, 2000.

    PU, J. et al. Study on Chemical Constituents from Salacia amplifolia. Chinese Journal of Modern Applied Pharmacy, [S.I], v. 26, n. 11, p. 916-920, 2009.

  • 47

    RACHANA, A. et al., In Vitro antioxidant activity of methanolic-aqueous extract powder (root and stem) of salacia oblonga. International Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences. Uttar Pradesh, v. 5, p. 904-909, 2013. RASTOGI R, MEHROTRA BN. Compendium of Indian Medicinal Plants,1, New Delhi; Lucknow, 356-357, 1969. RATES, S. M. K. Promoo do uso racional de fitoterpicos: uma abordagem no ensino de farmacognosia. Revista Brasileira de Farmacognosia, [S.I], v. 11, n. 2, p. 57-69, 2001. RICE-EVANS, C. et al., Structure-antioxidant activity relationships of flavonoids and phenolic acids. Free Rad. Biol. Med., New York, v. 20, n. 7, p. 933-956, 1996. RIPARDO FILHO, H. S. et al. Outros triterpenos do caule de salacia impressifolia (Hippocrateaceae). In: 31 REUNIO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUMICA, 2008, guas de Lindia, 2008.

    ROCHA, W. C.; CORDEIRO, M. D. S. C. Estudo fitoqumico de Salacia impressifolia (Miers.) A.C. Smith. (Hippocrateaceae). In: 23 REUNIO ANNUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUMICA, 2000, Poos de Caldas, 2000, p. 325. RODRIGUES, S. B. V. et al. Triterpenos pentacclicos isolados de Salacia elliptica (Mart.) Peyr. In: REUNIO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUMICA, 29.,Belo Horizonte, MG. 2006. ROESLER, R.; et al. Atividade antioxidante de frutas do cerrado. Cinc. Tecnol. Aliment. [S.I], v. 27 (1) p. 53-60, 2007. RUFATTO, L. C. et al., Mikania laevigata: Chemical characterization and selective cytotoxic activity of extracts on tumor cell lines. Phytomed, [S.I], v. 20, p.883 889, 2013. SASSA, H. et al. Structural basis of potent antiperoxidation activity of the triterpene celastrol in mitochondria: effect of negative membrane surface charge on lipid peroxidation. Free Radical Biology and Medicine, [S.I], v. 17, n. 3, p. 201-7, 1994.

    SAUMYA, S. M.; MAHABOOB, B. P. In vitro evaluation of free radical scavenging activities of Panax ginseng and Lagerstroemia speciosa: a comparative analysis. Int J Pharm Pharm Sci. [S.I] v. 3 p. 165-69, 2011. SETZER, W. N. et al. Isolation and Frontier Molecular Orbital Investigation of Bioactive Quinone-Methide Triterpenoids from the Bark of Salacia petenensis. Planta Medica, [S.I], v. 67, n. 01, p. 65-69, 2001. SHAHIDI, F. Natural Antioxidants: An Overview in Natural Antioxidants Chemistry, Health Effects, and Applications. Champaign, p. 1-11. 1996.

  • 48

    SILVA, M.C., CARVALHO, J. C. T., Plantas Medicinais: In: CARVALHO, J.C.T, FITOTERPICOS. ANTIINFLAMATRIOS. ASPECTOS QUMICOS, FARMACOLGICOS E APLICAES TERAPUTICAS, 2007. Ribeiro Preto, Tecmedd, 480 p. SILVA-JNIOR, M. C. 100 rvores do Cerrado: guia de campo. 1. Braslia: Rede de Sementes do Cerrado, 2005. p. 278. SIMES, C. M. O. et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento, 5. Florianpolis: UFRGS /UFSC, 2003. SIMO, A.M. Aditivos para alimentos sob o aspecto toxicolgico. So Paulo: Nobel, 1985. SLUIS, A.A. et al. Activity and concentration of polyphenolic antioxidants in apple: effect of cultivar, harvest year, and storage conditions. J. Agric. Food Chemistry. Chicago, v.49, p. 3606-3613, 2001. SOMWONG, P.; SUTTISRI, R.; BUAKEAW, A. A new 1,3-diketofriedelane triterpene from Salacia verrucosa. Fitoterapia, [S.I], v. 82, p. 1047-1051, 2011. SOUZA, V. C.; LORENZI, H. Botnica sistemtica: guia ilustrado para identificao das famlias de Fanergamas nativas e exticas no Brasil em APG II. Nova Odessa, Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2008. THE NEW YORK BOTANICAL GARDEN. Hippocrateaceae: Salacia cf. impressifolia (Miers) A. C. Smith. Disponvel em: . THIEM, D. A. et al. Bisnortriterpenes from Salacia madagascariensis. Journal of Natural Products, [S.I], v. 68, p. 251-254, 2005. TOMS-BARBERN, F.A. et al. HPLC-DAD-ESIMS analysis of phenolic compounds in nectarines, peaches, na plums. J. Agric. Food Chemistry. Chicago, v.49, p. 4748-4760, 2001. UNIVERSIDADE DE SO PAULO. Hippcrateaceae: Salacia Impressifolia. Guia Igap, Disponvel em: . VALKO, M.et al., Role of oxygen radicals in DNA damage and cancer incidence. Mol Cell Biochem. [S.I], v. 266, p. 3756, 2004. VENDRUSCOLO, G. S.; SIMES, C. M. O.; MENTZ, L. A. Etnobotnica no Rio Grande do Sul: Anlise Comparativa Entre o Conhecimento Original e Atual Sobre as Plantas Medicinais Nativas. Botnica, So Leopoldo: In: Instituto Anchietano de Pesquisas v. 56 p.285-322, 2005.

  • 49

    VIEGAS JR et al., Os produtos naturais e a qumica medicinal moderna. Quim. Nova, Araraquara, v. 29, n. 2, p.326-337, 2006. VINSON, J. A. et al. Phenol antioxidant quantity and quality in foods: fruits. J. Agric. Food Chemistry. Chicago, v.49, p. 5315-5321, 2001 WALLER, D. P., Methods in ethnopharmacology. J Ethnopharmacol, [S.I], v. 38 p. 189-195, 1993. WANG, H. et al. Chemical constituents from Salacia amplifolia. Biochemical Systematics and Ecology, [S.I], v. 39, n. 3, p. 205-208, 2011. WATERMAN, P. G.; MOLE, S. Analysis of phenolic plant metabolites. Oxford; Boston: Blackwell Scientific, 1994. WATERHOUSE, A.L, Ignelzi, S., Shirley, J.R. A comparison of methods for quantifying

    oligomeric proanthocyanidins from grape seed extracts. Am. Journal Enol. Vitic. [S.I], V. 51, p.383-389, 2000. WINK; Charlwod; Rhodes; Physiology of secondary product formation in plants. In: Secondary products from plant tissue culture. Oxford: Claredon, 1990. YAMAGUCHI, T. et al., HPLC method for evaluation of the Free Radical-scavening activity of foods by using 1,1Diphenyl-2-picrylhydrazyl. Biosci. Biotechnol.Biochem. Tokushima, v. 62, p. 1201-1208, 1998. YILDIRIM, A.; MAVI, A.; KARA, A.A. Determination of antioxidant and antimicrobial activities of Rumex crispus L. extracts. J. Agric. Food Chemistry. Chicago, v.49, p. 4083-4089, 2001. YOSHIKAWA, M. et al. Kotalanol, a potent alpha-glucosidase inhibitor with thiosugar sulfonium sulfate structure, from antidiabetic ayurvedic medicine Salacia reticulata. Chemical and Pharmaceutical Bulletin, [S.I], v. 46, n. 8, p. 1339-1340, 1998. YOSHIKAWA, M. et al. Salacia reticulata and its polyphenolic constituents with lipase inhibitory and lipolytic activities have mild antiobesity effects in rats. Journal of Nutrition, [S.I], v. 132, n. 7, p. 1819-24, 2002a. YOSHIKAWA, M. et al. Hepatoprotective and antioxidative properties of Salacia reticulata: preventive effects of phenolic constituents on CCl4-induced liver injury in mice. Biological & Pharmaceutical Bulletin, [S.I], v. 25, n. 1, p. 72-6, 2002b. YOSHIKAWA, M. et al. Polyphenol constituents from Salacia species: quantitative analysis of mangiferin with alpha-glucosidase and aldose reductase inhibitory activities. Yakugaku Zasshi, [S.I], v. 121, n. 5, p. 371-8, 2001. YOSHIKAWA, M. et al. Biological activities of Salacia chinensis originating in Thailand: the quality evaluation guided by alpha-glucosidase inhibitory activity. Yakugaku Zasshi, [S.I], v. 123, n. 10, p. 871-80, 2003.

  • 50

    YUAN, G. et al. Chemical constituents of ethanol extract from root of Salacia hainanensis. Shizhen Guoyi Guoyao, [S.I], v. 22, p. 1345-1346, 2011. YUNES, R.A., CECHINEL FILHO, V. Breve anlise histrica da Qumica de Plantas Medicinais: Sua importncia na atual concepo de frmaco segundo os paradigmas Ocidental e Oriental: In: R. A. Yunes, J. B. Calixto, Plantas Medicinais sob a tica da Qumica Medicinal Moderna. Chapec, 523 p, 2001. ZHANG, Y. et al. Absolute Structures of New Megastigmane Glycosides, Foliasalaciosides E1, E2, E3, F, G, H, and I from the Leaves of Salacia chinensis. Chemical and Pharmaceutical Bulletin, [S.I], v. 56, n. 4, p. 547-553, 2008.

    ZHENG, W.; WANG, S.Y. Antioxidant activity and phenolic compounds in selected herbs. J. Agric. Food Chemistry. Chicago, v.49, p. 5165-5170, 2001.