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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________ ________________ Curso de Administração FCN 1 A MOTIVAÇÃO NO VOLUNTARIADO CORPORATIVO 1 Mislene Cristina Ramos Faculdade Canção Nova [email protected] 2 Orientador Prof. MS. André Alves Prado Faculdade Canção Nova [email protected] Resumo O presente artigo tem por objetivo apontar os principais fatores motivacionais que levam um indivíduo a exercer o voluntariado. Para isto, uma pesquisa bibliográfica foi realizada utilizando livros e artigos científicos que abordam conceitos sobre voluntariado, responsabilidade social, terceiro setor e as motivações que levam um indivíduo a realizar trabalho voluntário. Para isto, fez- se um levantamento através de uma pesquisa de campo em uma organização de caráter filantrópico na Região do Vale do Paraíba, onde foi aplicado um questionário destinado a pessoas que exercem o trabalho voluntário. Tanto a pesquisa bibliográfica como a pesquisa de campo apontaram os principais fatores motivacionais para o trabalho voluntário. As análises demonstraram que as motivações que levam um indivíduo à atuação voluntária podem ser diversas, mas motivos altruístas são evidenciados como o principal fator motivacional. Assim sendo, percebe-se que o trabalho voluntário pode ser considerado um agente transformador em busca de uma sociedade melhor. Palavras-chave: motivações para o voluntariado, responsabilidade social, terceiro setor. Abstratc This article has as goal to point out the main motivation factors that lead an individual to practice volunteering. For that, a bibliographic research was made using books and scientific articles that address concepts of volunteering, social responsibility, third sector and the motivations that lead an individual to perform voluntary work. For that, a survey through a field research of a philanthropic organization in the area of the Vale do Paraíba was made, where a questionnaire was applied destined to persons that practice voluntary work. Both the bibliographic research as well as the field research pointed out the main motivational factors for volunteer work. The analysis showed that the motivations that lead an individual to volunteering may be several, but altruistic motives are highlighted as the main motivational factor. Therefore, one perceives that voluntary work can be considered a transforming agent in search of a better society. Keywords: motivations to volunteering, social responsibility, third sector. Introdução O terceiro setor apresenta-se como uma forma de preencher lacunas deixadas pelos órgãos públicos. Desponta-se no Brasil como opção para minimizar problemas de ordem sociais, proporcionando melhores condições e mais qualidade de vida em busca de um país igualitário. Desta forma, o terceiro setor colabora com o Estado, onde o bem-estar social é de responsabilidade de todo o meio e não apenas de um órgão específico. (AZEVEDO, 2007). O autor citado enfatiza que dentre as ações correlacionadas ao terceiro setor, pode-se destacar o desenvolvimento do Voluntariado Corporativo, programa que se realiza nas organizações para

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Curso de Administração – FCN 1

A MOTIVAÇÃO NO VOLUNTARIADO CORPORATIVO

1 Mislene Cristina Ramos

Faculdade Canção Nova

[email protected]

2 Orientador Prof. MS. André Alves Prado

Faculdade Canção Nova [email protected]

Resumo O presente artigo tem por objetivo apontar os principais fatores motivacionais que levam um indivíduo a exercer o voluntariado. Para isto, uma pesquisa bibliográfica foi realizada utilizando livros e artigos científicos que abordam conceitos sobre voluntariado, responsabilidade social, terceiro setor e as motivações que levam um indivíduo a realizar trabalho voluntário. Para isto, fez-se um levantamento através de uma pesquisa de campo em uma organização de caráter filantrópico na Região do Vale do Paraíba, onde foi aplicado um questionário destinado a pessoas que exercem o trabalho voluntário. Tanto a pesquisa bibliográfica como a pesquisa de campo apontaram os principais fatores motivacionais para o trabalho voluntário. As análises demonstraram que as motivações que levam um indivíduo à atuação voluntária podem ser diversas, mas motivos altruístas são evidenciados como o principal fator motivacional. Assim sendo, percebe-se que o trabalho voluntário pode ser considerado um agente transformador em busca de uma sociedade melhor. Palavras-chave: motivações para o voluntariado, responsabilidade social, terceiro setor.

Abstratc This article has as goal to point out the main motivation factors that lead an individual to practice volunteering. For that, a bibliographic research was made using books and scientific articles that address concepts of volunteering, social responsibility, third sector and the motivations that lead an individual to perform voluntary work. For that, a survey through a field research of a philanthropic organization in the area of the Vale do Paraíba was made, where a questionnaire was applied destined to persons that practice voluntary work. Both the bibliographic research as well as the field research pointed out the main motivational factors for volunteer work. The analysis showed that the motivations that lead an individual to volunteering may be several, but altruistic motives are highlighted as the main motivational factor. Therefore, one perceives that voluntary work can be considered a transforming agent in search of a better society. Keywords: motivations to volunteering, social responsibility, third sector.

Introdução O terceiro setor apresenta-se como uma forma de preencher lacunas deixadas pelos

órgãos públicos. Desponta-se no Brasil como opção para minimizar problemas de ordem sociais,

proporcionando melhores condições e mais qualidade de vida em busca de um país igualitário.

Desta forma, o terceiro setor colabora com o Estado, onde o bem-estar social é de

responsabilidade de todo o meio e não apenas de um órgão específico. (AZEVEDO, 2007). O

autor citado enfatiza que dentre as ações correlacionadas ao terceiro setor, pode-se destacar o

desenvolvimento do Voluntariado Corporativo, programa que se realiza nas organizações para

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Curso de Administração – FCN 2

fomentar os funcionários à realização do trabalho voluntário, instigando a consciência e a

relevância da Responsabilidade Social.

O Voluntariado Empresarial, reforça Mascarenhas et al. (2013), surgiu no Brasil em um

cenário em que a responsabilidade social foi alvo de discussões entre empresários, no meio

político e na mídia, crescendo o número de empresas interessadas em aderirem ao plano de

desenvolvimento social, visando serem reconhecidas pela sociedade e pelo mercado.

A complexidade do mundo atual, advinda da globalização, gerou como consequência uma

acirrada competitividade entre as empresas e uma crescente desigualdade social. Diante desta

realidade, a Responsabilidade Social ganha destaque. Conforme Tachizawa (2012), pode ser

resumidamente entendida com o conceito de efetividade que se caracteriza por atender às

necessidades da sociedade, aos requisitos sociais, econômicos e culturais. Por outro lado, traz

vantagens competitivas para a organização, incluindo a tangibilidade e fortalecimento da marca,

dando conotação de diferenciação comparativa ao negócio (PORTER, 1986).

O voluntariado corporativo tem se destacado entre os programas de Responsabilidade

Social, que na última década além do incentivo por parte das empresas, recebeu cada vez mais

notoriedade na mídia, sendo que o número de voluntários tem aumentado exponencialmente

(LANDIM; SCALON, 2000).

Porém, percebe-se ainda que há uma lacuna a ser trabalhada: o que motiva essas

pessoas para a realização do trabalho voluntário? Por este motivo, o trabalho apresentado tem

por objetivo apontar os principais fatores motivacionais que levam um indivíduo a exercer o

voluntariado.

Identificar as motivações dos voluntários é relevante dentro do campo da Administração,

pois possibilita compreender as motivações que levam um indivíduo a dedicar-se em uma

organização e entender seu comportamento, levando em consideração um cenário mais realista,

possibilitando aos administradores atender às suas expectativas e desenvolver um programa de

voluntariado mais apropriado dentro da realidade de cada voluntário.

Este estudo utiliza a pesquisa bibliográfica a qual abrange a leitura, análise e interpretação

de livros, periódicos, dentre outros sobre o tema discutido.

Segundo Rampazzo (2004, p. 53), “a pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a

partir de referências teóricas publicadas”. Para Marconi e Lakatos (2011), é uma maneira para

qual o pesquisador tenha acesso a todo o material escrito sobre o assunto, auxiliando em sua

análise, pois é a primeira etapa para a realização de toda pesquisa científica.

Após o estudo da pesquisa bibliográfica realizou-se a pesquisa de campo através de um

questionário aplicado entre os voluntários de uma organização, permitindo uma base comparativa

entre o material estudado e a realidade, pois como cita Marconi e Lakatos (2011), o estudo de

caso possibilita um levantamento significativo sobre determinado assunto.

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1. Referencial Teórico Voluntariado: Contexto e Conceitos O tema sobre o trabalho voluntário no Brasil apresenta-se em estágio inicial de

desenvolvimento. Ainda assim, para Mascarenhas et al. (2013), a motivação dos voluntários é um

dos temas mais pesquisados, mas antes faz-se necessário compreender a evolução e o conceito

de voluntariado.

Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive, mutualidade. (LEI nº 9.608, de 18/02/1998, artigo 1º).

O trabalho voluntário teve sua origem em instituições religiosas, comunidades ou ainda

através de pessoas que não exerciam trabalhos formais e praticavam a caridade, principalmente

em instituições de saúde que além de doações financeiras eram mantidas principalmente pela

doação de voluntários que ofereciam serviços e assistência aos pacientes. (SOUZA; COSTA,

2013).

Tais autores, afirmam ainda que com os avanços tecnológicos e a globalização, uma

crescente desigualdade social surgiu, onde apenas as iniciativas públicas não conseguiam trazer

soluções para esse problema que aumenta no mundo e não apenas no Brasil. Nesse contexto, a

ação voluntária cresceu consideravelmente, deixando de existir não apenas na área da saúde,

mas ganhando espaço em diversas outras, principalmente pela atuação das Organizações Não-

Governamentais (ONG).

O voluntariado corporativo surge no Brasil por volta dos anos 80, onde a responsabilidade

social ganha destaque no meio corporativo, ganhando ainda mais força em 2001 quando a ONU

instituiu o Ano Internacional do Voluntariado. (BEÚ, 2010). A autora ainda destaca:

À medida que o tema sustentabilidade e responsabilidade social das empresas ganha importância e cresce o número de empresas interessadas em obter o reconhecimento da sociedade e do mercado neste campo, surge mais atividade voluntária dentro das organizações. Hoje, são cada vez mais comuns os programas de responsabilidade social corporativa ou empresarial que contemplam programas de voluntariado empresarial. (BEÚ, 2010, p. 10).

O trabalho voluntário destaca-se pela prestação de um serviço ou atividade não

remunerada por pessoa física, com fins sociais, envolvendo nas empresas, conjuntos de ações

que objetivam o incentivo e apoio ao envolvimento da corporação nestas atividades.

(GOLDBERG, 2001).

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Curso de Administração – FCN 4

Dohme (2001) complementa com uma definição simples, porém clara e direta sobre o

voluntário: o indivíduo que doa o seu trabalho, tempo e conhecimentos em uma atividade que o

satisfaz em prol de uma ação de natureza social.

Pode-se, portanto, verificar que o trabalho voluntário atual é mais cidadão que caridoso, volta-se mais para educar do que para simplesmente dar. E, embora não os substitua, cobre lacunas do Estado – no que se refere às políticas sociais públicas – e do mercado – cujo único alvo é o consumidor e não, o cidadão – desenvolvendo-se a partir de espaços privados, mas voltado para o público. (SILVA;VILLELA, 2001, p. 7).

Responsabilidade social corporativa no terceiro setor O termo terceiro setor ainda é novo, tendo diversas expressões e formas de conceito

dependendo do local onde é empregado. (ALBUQUERQUE, 2006).

Várias são as denominações dadas às instituições do terceiro setor: organizações sem fins lucrativos, voluntárias, não governamentais, público não estatal, economia social, setor de caridade, setor filantrópico, sendo o termo “terceiro setor” o mais utilizado no Brasil. (COSTA; SOUZA, 2013, p. 6).

Terceiro Setor vem do inglês “third sector”, em geral é utilizado por organizações sem fins

lucrativos, que quando obtêm resultados financeiros, estes são revertidos para a própria

instituição. Em geral são mantidos por voluntários, sendo sua maior força de “trabalho”. A

expressão terceiro setor está diretamente relacionada com as questões sociais. (MANUAL

BÁSICO, 2009).

O terceiro setor denota-se como uma resposta indireta da pressão da sociedade por

questões do meio social para as mais diversas realidades, ocupando cada vez mais espaços que

antigamente eram de exclusividade do Estado. (AZEVEDO, 2007).

Esse momento norteia-se a partir de alguns fatores como o maior envolvimento de

pessoas conscientes que se ocupam naturalmente de um senso de responsabilidade sobre o bem

estar social, não apenas como propriedade do estado, mas de toda a sociedade. Para tanto,

algumas forças sinalizam uma necessidade de mudança.

[...] a transferência crescente das políticas sociais para o poder local, a articulação da sociedade civil em torno de organizações que representam os seus anseios e interesses, a institucionalização de alguns movimentos sociais, o investimento (de organismos internacionais, órgãos multilaterais, empresas privadas, entre outros) em projetos e iniciativas promovidas no âmbito da sociedade civil. (AZEVEDO, 2007, p. 2).

A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) caracteriza-se segundo Ferrell, Fraedrich e

Ferrell (2001), como a necessidade da empresa em destacar sua boa imagem frente aos seus

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stakeholders (pessoas interessadas), buscando como estratégia diminuir seus impactos

negativos.

A utilização estratégias de RSC é, segundo Kotler e Lee (2005), capaz de sensibilizar

clientes, colaboradores e comunidade a participarem de ações a favor do desenvolvimento social,

impactando uma possível mudança de pensamento nas práticas de negócio. Para tanto, as ações

de RSC ainda sustentam a busca por objetivos de marketing empresarial, almejando o

estreitamento de relações com os stakeholders, principalmente com a comunidade.

O que é motivação? Antes de abordar os fatores motivacionais que levam um indivíduo a praticar qualquer

atividade, faz-se necessário trazer algumas considerações sobre o conceito de motivação.

“Motivação ato ou efeito de motivar. Exposição de motivos ou causas. Conjunto de fatores

que determinam a atividade e a conduta individuais.” (Dicionário Aurélio, 2010, p. 518).

“Entende-se como motivação, para efeito deste estudo, o motivo, ou razão, que direciona o

comportamento de determinada pessoa.” (MASCARENHAS et al., 2013, p. 232).

Percebe-se, desta forma, a importância e a necessidade da motivação para atingir

qualquer objetivo.

Vergara (2013) ainda destaca:

[...] motivação não é um produto acabado; antes, um processo que se configura a cada momento, no fluxo permanente da vida. Tem caráter de continuidade, o que significa dizer que sempre teremos à nossa frente algo a motivar-nos. (VERGARA, 2013, p. 41 - 42).

Nessa perspectiva, a motivação é um processo de melhoria e aperfeiçoamento contínuo de

mudanças à medida que surgem novos objetivos ou desafios. No entanto, a autora enfatiza que a

motivação é inteiramente intrínseca, pois é algo que cada indivíduo traz consigo que o impulsiona

a realizar algo de forma a satisfazer suas necessidades interiores.

Muitos gestores almejam motivar seus colaboradores, de forma a influenciar seu

comportamento por meio de prêmios, mas a motivação não depende de fatores externos e sim do

desejo interior, por isso, motivar alguém é um grande desafio. Para isso, é necessário capacidade

para despertar essa motivação que cada pessoa traz consigo. (BERGAMINI, 2002).

Desta forma, uma pessoa não motiva a outra, segundo Vergara (2013):

[...] nós é que nos motivamos, ou não. Tudo o que os de fora podem fazer é estimular, incentivar, provocar nossa motivação. Dito de outra maneira, a diferença entre motivação e estímulo é que a primeira está dentro de nós e o segundo fora. (VERGARA, 2013, p. 42).

Ressalta-se que na maioria das literaturas encontradas, o tema motivação é abordado na

perspectiva do trabalho remunerado e com vínculo empregatício. A motivação para o trabalho

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voluntário e os remunerados são bem distintos, pois o trabalhador remunerado tem suas

prioridades focadas nas necessidades básicas de sobrevivência, por outro lado, os voluntários

buscam diversas satisfações, podendo variar de indivíduo para indivíduo. (SOUZA; COSTA,

2013).

Motivação para o trabalho voluntário O presente artigo trata especificamente da motivação no trabalho voluntariado. O que

motiva uma pessoa a ser voluntário, é uma pergunta que se pretende responder:

[...] as pessoas podem ter motivações distintas para realizar as mesmas condutas de voluntariado, e para tanto, a satisfação para essa conduta pode ser também distinta, de acordo com as funções psicológicas de cada indivíduo. A demanda social tem incentivado cada vez mais a prática do voluntariado.Uma atividade que vem crescendo a olhos vistos. (SOUZA; COSTA, 2013, p. 10).

Várias podem ser as motivações que levam uma pessoa à decisão de realizar um trabalho

voluntário. “O que gera a disposição para o trabalho voluntário é um sentimento altruísta, mas, até

mesmo sem se dar conta, o voluntário espera usufruir algo”. (DOHME, 2001, p. 18).

Contudo, Rocha (2001) afirma que o tipo de voluntariado e o modelo da organização

podem influenciar quanto aos fatores motivacionais do voluntário, por isso, é importante cada

organização ter um marketing e comunicação de acordo com o perfil de seus voluntários.

Percebe-se dessa forma, a importância da organização entender as expectativas desses

voluntários e estar adaptada para recebê-los e ter um programa apropriado para o

desenvolvimento deste trabalho. (DOHME, 2001).

Ainda Souza e Costa (2013), apontam que o voluntariado é uma prática de educação que

forma cidadãos mais conscientes de seu papel. Análises realizadas evidenciam que o voluntariado

contribui com o Governo à medida que auxilia a sociedade em suas necessidades.

Desta forma, é provável que uma das grandes motivações para um cidadão ser um

voluntário seja contribuir com algo que seja útil para as pessoas e sociedade. Porém, outros

fatores também são apontados como motivadores para a ação voluntária. Segue abaixo a tabela 1

com as principais motivações para a prática do voluntariado:

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Tabela 1- Resumo das principais motivações para o trabalho voluntário

Categoria Motivações

Altruísta Fazer o bem ao próximo

Ideológica Motivos específicos, crenças particulares

Egoístas Satisfação pessoal, aprovação social

Materiais Por interesse de benefícios materiais futuros

Status Interesse de adquirir conhecimentos

profissionais

Sociais Fazer amizades e aumentar o círculo social

Lazer Tem a percepção do trabalho voluntário como

lazer, de forma a ocupar o tempo livre

Crescimento Pessoal Busca pelo aprendizado e desenvolvimento

pessoal e espiritual

Fonte: Adaptado de Fischer; Schaffer, 1993 apud Mascarenhas et al., 2013

Altruísmo e solidariedade são pilares que fomentam a ação voluntária na sociedade. São

considerados valores morais de grande relevância, além de gerar uma transformação social e de

desenvolvimento humano. Analogamente o trabalho voluntário pode ser visto como uma maneira

de manter a ordem social, como agente de transformação, e formação de indivíduos cidadãos.

(AZEVEDO, 2007).

Segundo Mascarenhas et al. (2013) a primeira motivação declarada pelos voluntários é de

caráter altruísta e ideológico.

Para eles, a atuação nos programas de voluntariado foi resultado da necessidade de tomar uma atitude ante um grande problema, a dívida social do País, por meio da atuação humanitária. Esta razão foi alegada como a inicial e decisiva para o engajamento nos programas. O mesmo resultado foi obtido em pesquisa recente, realizada com voluntários do Brasil, pelo Ibope Inteligência e a Rede Brasil Voluntário (2011). (MASCARENHAS et al., 2013, p. 10).

O autor citado destaca que outras motivações também foram relatadas pelos voluntários:

O crescimento pessoal e profissional pela aquisição de novas visões de mundo, pelo contato com novas realidades e novas lógicas de pensamento, é um fator motivador que aparece e cresce em importância no decorrer da participação do voluntário. A experiência adquirida leva também a uma mudança em sua autopercepção, já que sua realidade é constantemente comparada à realidade do outro. (MASCARENHAS et al., 2013, p. 11).

Comenta Teodósio (2001) que os voluntários buscam fazer amizades e ter convivência

social, ao optarem pelo voluntariado.

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Curso de Administração – FCN 8

Desta forma, as pessoas ao desempenharem trabalhos voluntários, podem ter diversas

motivações que normalmente estão associadas a seus valores, crenças, cultura, estilo de vida,

dentre outros. (CAVALCANTE et al., 2011).

2. Apresentação Estudo de Caso Com o intuito de constatar os assuntos discutidos na revisão de literatura e avaliar os

fatores motivacionais do trabalho voluntário, optou-se pela aplicação da pesquisa de campo,

objetivando uma construção que tenha mais propriedade para que assim se procure comprovar

alguns dos fatores motivacionais citados pelos autores neste trabalho.

A pesquisa de campo foi realizada através de um questionário aplicado em cinquenta

voluntários de uma organização sem fins lucrativos, situada no interior do Vale do Paraíba. Esta

organização oferece atendimentos e serviços a toda população que necessita, sem distinção.

O trabalho aqui demonstrado desenvolveu-se pela aplicação da pesquisa qualitativa,

buscando compreender entre os voluntários pesquisados os fatores motivacionais que os

estimulam para esse tipo de trabalho, avaliando seus diferentes perfis, incluindo faixa etária,

escolaridade, tempo que realiza o trabalho voluntário dentre outros itens presentes no

questionário.

Análise dos Dados e Discussão Foi possível obter através do questionário aplicado, informações da prática cotidiana

daqueles que são envolvidos com o trabalho voluntário. Possibilitou-se a identificação de algumas

características e fatores motivacionais que levam as pessoas a prática do trabalho voluntário.

Quanto a caracterização dos voluntários em análise, referente à sua distribuição em

relação ao gênero, demonstra-se no gráfico 1:

Gráfico 1 - Gênero

Fonte: elaborado pela própria autora.

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Curso de Administração – FCN 9

Percebe-se pela pesquisa que a maioria dos voluntários é do gênero feminino com 64%,

enquanto 36% apresentados pelo sexo masculino.

A faixa etária dos voluntários conforme amostra estão retratadas no gráfico 2:

Gráfico 2 – Faixa etária

Fonte: elaborado pela própria autora.

A pesquisa aponta que 26% são da faixa etária de 18 a 30 anos, enquanto apenas 10%

estão entre 31 e 40 anos. No entanto na faixa etária entre 41 e 50 anos obteve-se 30% dos

entrevistados. Observa-se que a maioria 34% dos voluntários são aqueles com mais de 50 anos,

tornando-se visível a diversificação em relação à idade desses voluntários, considerando a idade

mínima de 18 a 30 anos e a idade máxima acima de 50 anos.

Em relação à escolaridade, observa-se o perfil desses voluntários, conforme o gráfico 3:

Gráfico:3 - Escolaridade

Fonte: elaborado pela própria autora.

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Curso de Administração – FCN 10

Relativamente à escolaridade, em sua maioria 46% dos voluntários possuem o ensino

médio, 20% ensino fundamental, 16% ensino superior. Percebe-se ainda que 8% dos voluntários

são pós-graduados, enquanto 10% declararam não ter escolaridade.

Em relação ao tempo que cada voluntário exerce suas atividades dentro do voluntariado,

observa-se conforme gráfico 4:

Gráfico 4 – Tempo de voluntariado

Fonte: elaborado pela própria autora.

A maioria dos voluntários, sendo que 35% realizam o trabalho voluntário há menos de seis

meses, enquanto 22% fazem a atividade de seis a doze meses. Nota-se ainda que 10% dos

voluntários desempenham trabalhos voluntários de um a doze meses enquanto também 33% têm

mais de dois anos. Percebe-se por este resultado que uma quantidade significativa persevera no

trabalho voluntário.

Referente às variáveis motivação, que reflete o objetivo da pesquisa, são demonstradas no

gráfico 5:

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Curso de Administração – FCN 11

Gráfico 5 – Motivação para ser voluntário

Fonte: elaborado pela própria autora.

Neste item 50% dos voluntários demonstraram que sua maior motivação é “Ajudar o

próximo”. O item “Dar significado a vida e sentir-se útil” teve 38% das escolhas e obteve-se 12%

de preferência a questão “Aprender algo novo e melhorar o currículo profissional”, demonstrando

que para os voluntários a experiência pode levar a um grande aprendizado.

Percebe-se assim, que grande parte da amostra exerce o voluntariado por uma motivação

altruísta e não por interesses próprios. Destes, pode-se dizer conforme gráfico 1 que a maior parte

são mulheres e pessoas acima de 50 anos. Este dado se confirma em pesquisa realizada pelos

autores Silva e Vilela (2001) que também citam o sexo feminino como a maior concentração de

pessoas que realizam o trabalho voluntário apenas por solidariedade humana.

Observa-se que a grande maioria dos voluntários declaram ter atingido os objetivos pré-

estabelecidos quando decidiram ser voluntários, conforme é demonstrado no gráfico 6:

Gráfico 6 – Objetivo ao tornar-se voluntário

Fonte: elaborado pela própria autora.

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Curso de Administração – FCN 12

Foi verificado que um total de 88% dos voluntários consideram terem atingido seu objetivo

ao tornarem-se voluntários, enquanto apenas 12% responderam que “parcialmente”. Esta análise

comprova-se correlacionando ao gráfico 4. É possível perceber que grande parte sendo 33% dos

voluntários pratica esse tipo de trabalho a mais de dois anos, demonstrando considerarem ter

alcançado seu objetivo inicial ao fazer a escolha de adentrarem em um programa de voluntariado

e permanecerem.

Quanto ao questionamento se o voluntário já foi contratado como funcionário na

organização onde atuou no programa de voluntariado, observa-se no gráfico 7:

Gráfico 7 – Contratação onde atuou como voluntário

Fonte: elaborado pela própria autora.

Nesta questão, 84% apontaram não terem sido contratados pela empresa a qual prestou

serviço como voluntário, ao contrário 16% foram contratados.

Quanto ao questionamento se o voluntário tem o desejo de se tornar formalmente um

funcionário na organização onde atua como voluntário, o gráfico 8 demonstra o resultado:

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Curso de Administração – FCN 13

Gráfico 8 – Tem desejo de tornar-se voluntário na organização

Fonte: elaborado pela própria autora.

Percebe-se, porém, que embora a maior parte exerça o voluntariado apenas com o intuito

de ajudar o próximo há também àqueles que cuja motivação pode estar ligada a um suposto

interesse em preencher um cargo efetivo dentro da organização, pois como demonstra os

resultados, 34% afirmaram ter o desejo de se tornarem funcionários, enquanto 30% responderam

que não. Não obstante da resposta da maioria, 36% já são funcionários e mesmo assim se

disponibilizaram a prestarem serviço voluntário onde exercem atividade profissional.

Este resultado embasa mais o resultado do gráfico 5 que afirma que a maioria são

voluntários com o intuito apenas de ajudar o próximo e não por interesse profissional.

Em relação aos voluntários que acreditam que seu trabalho contribui positivamente com a

organização onde atuam, as respostas são demonstradas no gráfico 9:

Gráfico 9 – Contribuição do trabalho voluntário

Fonte: elaborado pela própria autora.

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Curso de Administração – FCN 14

A maioria, com 98% responderam que acreditam que seu trabalho contribui positivamente

com a empresa onde atuam, sendo apenas 2% que acreditam não contribuírem sempre de forma

positiva.

O item referente ao grau de motivação dos voluntários ao exerceram suas atividades

dentro do programa de voluntariado, são demonstrados conforme o gráfico 10:

Gráfico 10 – Grau de motivação

Fonte: elaborado pela própria autora.

A minoria 2% respondeu “Regular”, enquanto a maioria sendo 54% respondeu considerar o

grau de motivação como “Bom”. Para tanto, 44% responderam considerarem “Excelente” sua

motivação para continuarem sendo voluntários. Com este dado confirma-se a maioria dos

gráficos. Pois demonstra que a grande parte dos voluntários consideram-se motivados para o

trabalho por motivo altruísta, que muitos deles pertencem a faixa etária acima dos 50 anos,

perseveram no trabalho voluntário por um bom período de tempo, sendo que já não tem

interesses profissionais.

Considerações Finais Com os resultados obtidos na pesquisa, verifica-se que embora existam aqueles que

exerçam o voluntariado com intenções de melhorar o currículo ou mesmo de conseguir trabalhar

na organização, a maior parte exerce o voluntariado com o único intuito de ajudar o próximo,

sendo que destes, as mulheres acima dos 50 anos representam a maior parte.

Conforme os autores pesquisados, percebe-se que prática e teoria estão alinhadas. Tanto

na pesquisa de campo quanto na pesquisa bibliográfica confirma-se que a grande motivação para

o voluntariado é altruísta, ou seja, com um único objetivo de ajudar o próximo. Seguidos da opção

de se sentirem úteis e a motivação de aprender algo novo e melhorar o currículo.

Face ao exposto, o objetivo do presente artigo que é, apontar os principais fatores

motivacionais que levam um indivíduo a exercer o voluntariado, foi alcançado.

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Curso de Administração – FCN 15

O presente artigo não pretendeu esgotar o assunto, mas abrir caminhos para novas

pesquisas. O questionário foi aplicado em uma organização do terceiro setor, cujo trabalho é de

caráter filantrópico exercendo várias atividades de cunho social que beneficiam a sociedade.

A partir desta pesquisa surge um novo questionamento. O tipo de organização, sua

missão, valores e cultura podem influenciar na decisão das pessoas exercerem o voluntariado?

Em suma, após análise foi possível perceber que a grande motivação que os voluntários alegaram

para exercerem esse tipo de atividade é de caráter altruísta e este fator também está alinhada a

principal missão da organização onde escolheram atuar.

Referências

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Curso de Administração – FCN 16

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