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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS BRUNA MORAIS DOS SANTOS BRUNA NUNES CULTI JULIANA DUTRA MARTINS LIVIA FERREIRA SANTANA UTILIZAÇÃO DO CLORIDRATO DE METFORMINA E LIRAGLUTIDA EM PACIENTES PORTADORES DE OBESIDADE E DO DIABETES MELLITUS TIPO 2 FERNANDÓPOLIS 2012

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS

BRUNA MORAIS DOS SANTOS

BRUNA NUNES CULTI

JULIANA DUTRA MARTINS

LIVIA FERREIRA SANTANA

UTILIZAÇÃO DO CLORIDRATO DE METFORMINA E LIRAGLUTIDA

EM PACIENTES PORTADORES DE OBESIDADE E DO DIABETES

MELLITUS TIPO 2

FERNANDÓPOLIS

2012

Page 2: Tcc liraglutida metformina

BRUNA MORAIS DOS SANTOS

BRUNA NUNES CULTI

JULIANA DUTRA MARTINS

LIVIA FERREIRASANTANA

UTILIZAÇÃO DO CLORIDRATO DE METFORMINA E LIRAGLUTIDA

EM PACIENTES PORTADORES DE OBESIDADE E DO DIABETES

MELLITUS TIPO 2

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Banca Examinadora do Curso de Graduação em

Farmácia da Fundação Educacional de

Fernandópolis como exigência parcial para obtenção

do título de bacharel em farmácia.

Orientador: Prof. MSc. Giovanni Carlos de Oliveira

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

FERNANDÓPOLIS – SP

2012

Page 3: Tcc liraglutida metformina

BRUNA MORAIS DOS SANTOS

BRUNA NUNES CULTI

JULIANA DUTRA MARTINS

LIVIA FERREIRA SANTANA

UTILIZAÇÃO DO CLORIDRATO DE METFORMINA E LIRAGLUTIDA EM

PACIENTES PORTADORES DE OBESIDADE E DO DIABETES MELLITUS TIPO 2

Trabalho de conclusão de curso aprovado como

requisito parcial para obtenção do título de bacharel

em farmácia.

Aprovado em: 20 de novembro de 2012.

Banca examinadora Assinatura Conceito

Prof. MSc. Giovanni Carlos de

Oliveira

Profa. Vanessa Maira Rizzato

Silveira

Prof. Dr. Anisio Storti

Prof. MSc. Giovanni Carlos de Oliveira

Presidente da Banca Examinadora

Page 4: Tcc liraglutida metformina

AGRADECIMENTOS

Agradecemos este trabalho primeiramente a Deus, pois sem ele, nada seria

possível, e nossos sonhos não seriam concretizados.

Aos nossos pais, que sempre nos deram apoio, e estiveram presentes

acreditando em nosso potencial, nos incentivando na busca de novas realizações e

descobertas.

Page 5: Tcc liraglutida metformina

Dedico este trabalho essencialmente aos meus pais, Aureo Sebastião Morais dos Santos e Eli Aparecida Ferreira dos Santos ao meu irmão Lucas Morais dos Santos, pois depositou em mim toda a sua confiança, por ter me proporcionado a realização de um sonho não só pra mim mais que se tornou um sonho de todos nos, por ter renunciado alguns de seus sonhos para que eu realizasse o meu. Foi com muito esforço e sacrifício que hoje estamos realizados. Sem eles nada disso seria possível, a eles dedico não só esta monografia e sim a minha vida por ter me passado todo o ensinamento e por ter me feito uma pessoa do bem, melhores pais que poderia ter. Dedico aos meus familiares e meus amigos por ter me ajudado em fases difíceis de desânimo, estresse, angústias, tristezas e alegrias, me deram ânimo para que continuasse. Agradeço aos meus entes queridos, que já não se encontram aqui, meus avós, tios e a um grande amigo - sempre me incentivaram. A estes, expresso a minha eterna saudade. Agradeço ao meu amigo Danilo Neris que colaborou para a elaboração deste trabalho com muita dedicação. Dedico também, ao nosso orientador Professor MSc. Giovanni C. de Oliveira que tanto nos ajudou e colaborou para elaboração deste trabalho e para a nossa formação, as minhas colegas de grupo pelo desempenho.

Bruna Morais dos Santos

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por me proporcionar estar onde estou hoje, apesar das muitas dificuldades que enfrentei, e por nunca deixar desistir de meus objetivos. Dedico aos meus pais Dalton Culti e Marli Nunes Marcolino Arruda Culti por sempre me incentivarem, dando apoio nas horas difíceis e por serem as pessoas mais importantes da minha vida, sem eles não estaria onde estou. Dedico às meninas: Bruna Morais, Juliana Dutra e Lívia Ferreira e ao meu irmão Guilherme Nunes Culti, também Farmacêutico, por saciar minhas duvidas, quando necessitei, e me auxiliar sempre que fosse solicitado. Ao meu namorado muito amado Danilo Neris da Cruz por ter feito do meu trabalho, o seu, por se preocupar junto comigo, me ajudar no que fosse preciso e no que desse ate no que não desse, sou muito grata a ele, por fazer desse momento difícil de muitas pesquisas e desafios, um momento mais maleável. Uma dedicação especial a todos os professores do curso de Farmácia, por me passar todo aprendizado de que necessito, em especial ao Professor MSc. Giovanni Carlos de Oliveira, pela paciência e atenção e conhecimento oferecidos durante todo o tempo de orientação em que esteve com nós. Enfim todas essas pessoas que citei, fazem parte da conquista desse Trabalho, e o sucesso que eu conseguir, será também sucesso deles!

Bruna Nunes Culti

Dedico esta, bem como todas as minhas demais conquistas, em primeiro lugar a DEUS, que iluminou o meu caminho durante esta caminhada, aos meus preciosos pais (Antônio José Martins e Célia Dutra de Oliveira Martins), ao meu amado namorado (João Paulo Hidalgo Cerzósimo), e a toda minha família, que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida, a o professor MSc. Giovanni C. de Oliveira pela paciência na

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orientação e incentivo que tomaram possível a conclusão desta monografia e a todos os professores do curso, que foram tão importantes em minha vida acadêmica e no desenvolvimento deste trabalho e aos amigos, pelo incentivo e apoio constantes. Muito Obrigado por tudo!

Juliana Dutra Martins

À Deus por tudo que me proporciona na vida. À minha mãe Valdina Ferreira, que sempre me fez acreditar na realização dos meus sonhos. À minhas amigas de trabalho Bruna Morais, Bruna Nunes e Juliana Dutra que juntas trabalharam muito para a realização deste. Ao Prof. MSc. Giovanni Carlos de Oliveira pela orientação e pelo constante estímulo transmitido durante todo o trabalho.

Lívia Ferreira Santana

Page 7: Tcc liraglutida metformina

“Jamais considere seus estudos como uma

obrigação, mas como uma oportunidade invejável

para aprender a conhecer a influência libertadora da

beleza do reino do espírito, para seu próprio prazer

pessoal e para proveito da comunidade à qual seu

futuro trabalho pertencer.”

Albert Einstein

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RESUMO

A obesidade é uma doença que produz grande acúmulo de gordura nos tecidos adiposos, é caracterizada por vários fatores, podendo ocasionar outras doenças, como o Diabetes Mellitus tipo 2, sendo caracterizada por dois fatores: os fatores genéticos e os fatores ambientais. Serão abordados dois medicamentos para o tratamento do Diabetes Mellitus e para um possível tratamento da obesidade, o cloridrato de metformina e a liraglutida. Estes medicamentos são registrados com a indicação somente para o tratamento do Diabetes Mellitus, mas estão sendo utilizados para a redução de peso, devido a grande repercussão da mídia. Pacientes com sobre peso vem utilizando estes medicamentos de forma inadequada, realizando a automedicação, sem consultar um médico para que ele dê um maior esclarecimento sobre a utilização destes, e aconselhando se caso fosse necessário à utilização referente a estes quadros clínicos. O cloridrato de metformina é um dos medicamentos mais conhecido, pois vem sendo comercializado no Brasil há muito tempo, já a liraglutida é um medicamento novo no mercado, que começou a ser comercializado em 2010 no Brasil e teve um enfoque muito grande em revistas como o medicamento milagroso para a redução de peso, por isso, o seu uso abusivo. O objetivo deste trabalho foi analisar a utilização de cloridrato de metformina e de liraglutida para o tratamento de pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 e de obesidade, verificando as vantagens e as desvantagens destes medicamentos para estas doenças. Com base nestes estudos relatamos que houve uma perca de peso em pacientes tanto em diabéticos obesos, como também em obesos não diabéticos, que utilizaram o cloridrato de metformina e a liraglutida para o tratamento da obesidade, porém pacientes que se tem como objetivo a perda de grande quantidade de peso, não obtiveram muito sucesso, já para pacientes que utilizaram para Diabetes Mellitus alcançaram efeitos eficazes, sendo comprovado a sua indicação, no caso do tratamento para obesidade, se encontra em andamento estudos para que se tenha uma maior garantia da eficácia, analisando possíveis reações adversas para estes pacientes.

Palavras-chave: Diabetes Mellitus. Obesidade. Cloridrato de Metformina. Liraglutida.

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ABSTRACT Obesity is a disease that produces big fat accumulation in adipose tissue, is characterized by several factors, which may cause other diseases such as diabetes mellitus type 2 is characterized by two factors: genetic factors and environmental factors. Two will be addressed medicaments for the treatment of Diabetes Mellitus and a possible treatment of obesity, metformin hydrochloride and liraglutide. These medicines are registered with the only indication for the treatment of diabetes mellitus, but are being used for weight reduction, due to the large impact of the media. Patients with weight comes about using these drugs inappropriately, performing self-medication without consulting a doctor to give a greater insight into the use of these, and if counseling if necessary regarding the use of these clinical pictures. Metformin hydrochloride is a drug better known as has been commercialized in Brazil for a long time, since liraglutide is a new drug on the market, which began to be marketed in Brazil in 2010 and had a very big focus in magazines like miracle drug for weight reduction, therefore, its abuse. The objective of this study was to analyze the use of metformin and liraglutide for the treatment of patients with Type 2 Diabetes Mellitus and Obesity, verifying the advantages and disadvantages of these drugs for these diseases. Based on these studies reported that there was a loss of weight in both obese diabetic patients as well as in non obese diabetic patients who used the metformin hydrochloride and liraglutide for the treatment of obesity, but patients who aims the loss of large amount of weight not achieved much success, since for patients who used to effect achieved Diabetes Mellitus effective for the indication being shown in the case of obesity treatment, is ongoing studies in order to have a better guarantee of effectiveness, analyzing possible adverse reactions to those patients. Keywords: Diabetes Mellitus. Obesity. Metformin Hydrochloride. Liraglutide.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Regulação da concentração da glicose no sangue 17

Figura 2 - Complicações de saúde associadas à Diabetes Mellitus 20

Figura 3 - Planta Galega Officinalis 23

Figura 4 - Esquema da estrutura molecular da molécula de biguanida 24

Figura 5 - Estrutura molecular do cloridrato de metformina 25

Figura 6 - Modelo do mecanismo de ação do cloridrato de metformina

referente ao metabolismo dos lipídios e glicose 32

Figura 7 - Estrutura da liraglutida 34

Figura 8 - Mecanismo do GLP-1 natural 35

Figura 9 - Mecanismo de ação liraglutida 36

Figura 10 - Sistema de aplicação da liraglutida 38

Figura 11 - Reações adversas da liraglutida 40

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AMP – Adenosine Monofosfato

AMPc - Monofosfato de Adenosina Cíclico

AMPK – Proteina Quianse Ativada

ATP - Adenosine Trifosfato

CAMP - Proteínas Quinases Dependentes de AMP Cíclico

CMAX - Concentração Máxima

DM - Diabetes Mellitus

DPP-IV - Dipeptidilptidase 4

GLP1 – Glucagon-Like Peptide-1

GLUT4 - Proteínas Facilitadoras de Transporte de Glucose

IMC - Índice de Massa Corporal

LDL - Lipoproteina de Baixa Densidade.

NEP - Endopeptidase Neutro

NIDDM – Diabetes Mellitus Não Insulino Dependente.

PKA – Constante de Acidez

SNC – Sistema Nervoso Central

TGI - Trato Gastrointestinal

TGO - Transaminase Glutâmico Oxalacética

TGP - Transaminase Glutâmico Pirúvica

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................................... 14

1 DESENVOLVIMENTO TEORICO....................................................................... 17

1.1 ETIOLOGIA DO DIABETES MELLITUS.......................................................... 17

1.2 ETIOLOGIA DA OBESIDADE.......................................................................... 18

1.3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO DAS PATOLOGIAS........................... 19

1.3.1 Quadro clínico do Diabetes Mellitus tipo 2 ............................................ 19

1.3.2 Diagnóstico da Diabetes Mellitus tipo 2 .................................................. 20

1.3.3 Quadro clínico de obesidade................................................................... 21

1.3.4 Diagnóstico da obesidade....................................................................... 22

1.4 MEDICAMENTOS............................................................................................ 22

1.4.1 Cloridrato de metformina............................................................................ 22

1.4.1.1 Histórico.................................................................................................... 22

1.4.1.2 Definição.................................................................................................. 25

1.4.1.3 Fatores fisiológicos que predispõem a utilização do cloridrato de

metformina.............................................................................................................. 26

1.4.1.4 Mudanças orgânicas que restringem a utilização do cloridrato de

metformina.............................................................................................................. 28

1.4.1.5 Medicamentos cuja utilização exerce interações com o cloridrato de

metformina..............................................................................................................

30

1.4.1.6 Mecanismo de ação................................................................................... 31

1.4.2 Caracterização do fármaco liraglutida...................................................... 33

1.4.2. Histórico...................................................................................................... 33

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1.4.2.2 Mecanismo de ação................................................................................... 34

1.4.2.3 Indicação.................................................................................................... 37

1.4.2.4 Métodos de administração......................................................................... 37

1.4.2.5 Interações medicamentosas....................................................................... 38

1.4.2.6 Questões relacionadas com a segurança.................................................. 39

1.4.2.7 Farmacocinética ........................................................................................ 41

1.5 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO................................................................ 41

1.5.1 Tratamento do Diabetes Mellitus tipo 2..................................................... 41

1.5.1.1 Cloridrato de metformina............................................................................ 42

1.5.1.2 Liraglutida................................................................................................... 42

1.5.2 - Tratamento da obesidade com medicamentos...................................... 43

1.5.2.1 Cloridrato de metformina............................................................................ 44

1.5.2.2 Liraglutida................................................................................................... 44

1.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS MEDICAMENTOS.......................... 45

1.6.1 Cloridrato de metformina............................................................................ 45

1.6.2 Liraglutida.................................................................................................... 46

2 MÉTODOS.......................................................................................................... 47

2.1 TIPO DE PESQUISA........................................................................................ 47

2.2 SELEÇÃO DA BIBLIOGRAFIA......................................................................... 47

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 48

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REFERÊNCIAS...................................................................................................... 49

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14

INTRODUÇÃO

O organismo humano mantém diariamente contato com mudanças ocorridas

no meio externo como também alterações desencadeadas no meio interno, seja por

fatores genéticos, ou por causas conhecidas, como e o caso da síndrome

metabólica, esta síndrome surge através de alterações metabólicas desencadeando

o surgimento de outras patologias, dentre elas, Diabetes Mellitus tipo 2 como

também doenças de âmbito cardiovascular, acredita-se que a Obesidade tenha

grande participação, pelo fato de caracterizar um acumulo de tecido adiposo na

região abdominal ocasionando assim dessa maneira a capacidade do organismo em

obter resistência insulínica, o que se tornam pontos significativos na manifestação

desta síndrome.

A obesidade é uma condição complexa com sérias dimensões sociais e

psicológicas, que afeta virtualmente todas as idades e grupos socioeconômicos

tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Ela pode ser definida

como um acúmulo de gordura generalizada ou localizada que se associa a prejuízos

à saúde do indivíduo.

Os adultos obesos são considerados mais expostos a riscos para o

desenvolvimento de comorbidades, ou seja, para o desenvolvimento de outras

doenças crônicas. Um aumento de apenas 20% do peso corpóreo eleva

significativamente o risco de hipertensão arterial, doença coronariana, dislipidemias

e Diabetes Mellitus tipo 2. A doença Diabetes Mellitus do tipo 2 possui

características próprias de etiologia, sendo elas a resistência insulínica e a

deficiência na liberação de insulina para que alcance a corrente sanguínea e facilite

a entrada de glicose no interior celular, dessa maneira ocasionando uma

hiperglicemia, ou seja, grande acumulo de glicose no plasma.

Com o aumento significativo dessas patologias, o mercado farmacêutico se

encontra sempre em constante atualização, sempre buscando a melhora de vida do

paciente, seja qual for à doença. Com esse intuito houve a inserção de um

medicamento com perspectivas inovadoras, chamado liraglutida, obtendo muita

atenção por parte de pacientes portadores da Diabetes Mellitus tipo 2 e Obesidade,

patogenias estas que vem se agravando devido às mudanças no estilo de vida,

sedentarismo, com alimentação debilitada, relacionadas também com as

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15

modernidades que possibilitam uma vida cômoda, e levando em consideração ainda

os fatores genéticos que variam de um organismo para outro.

Medicamento este que foi produzido com intuito de suprir uma deficiência do

próprio organismo, pois a doença Diabetes Mellitus tipo 2 é caracterizada por não

possuir total eficiência da insulina produzida pelo organismo, desse modo os tecidos

se tornam incapazes de reconhecer esse hormônio por falhas nos seus receptores

que não permitem sua passagem para o interior das células.

Pelo fato deste medicamento ocasionar a demora do esvaziamento gástrico,

diminuir o ritmo das contrações intestinais, proporcionando assim um maior tempo

de saciedade, modificando dessa forma o modo em que a pessoa se relaciona com

seu tipo de alimentação e o tempo em que se alimenta, ocasionando uma

considerável perda de peso.

Outro fármaco igualmente utilizado para as ambas as doenças e o cloridrato

de metformina, pertencente à classe das biguanidas, um dos medicamentos mais

prescritos para Diabetes Mellitus tipo 2, onde ocasiona a diminuição dos níveis

plasmáticos da insulina, auxilia na remoção das moléculas de glicose da corrente

sanguínea, encaminhando-os para os tecidos, além de ser utilizada

concomitantemente como tratamento complementar da obesidade, reduzindo peso,

causando efeitos anoréxicos, e o seu uso previne o risco do aparecimento da

Diabetes Mellitus tipo 2.

O conteúdo desse trabalho é dividido em tópicos, sendo subdivididos em

seções, no primeiro tópico se dá o desenvolvimento, onde em suas seções está

relatado a etiologia do Diabetes Mellitus tipo 2, sendo a primeira seção, e a segunda

seção aborda a etiologia da Obesidade. Na terceira seção será relatado o quadro

clínico, como também o diagnóstico das patologias, já na seção seguinte, quarta

seção, é discutido os medicamentos utilizados como pesquisas, incluindo parte

histórica, definição, indicações, contra indicações, interações medicamentosas, e

mecanismos de ação dos medicamentos cloridrato de metformina e liraglutida.

Dando continuidade, a quinta seção aborda assuntos relacionados ao

tratamento medicamentoso do Diabetes Mellitus tipo 2 com o cloridrato de

metformina e liraglutida, também o tratamento da Obesidade com os mesmos

medicamentos. Na sexta seção observa-se as vantagens e desvantagens dos

medicamentos.

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16

O segundo tópico é composto por duas seções, à primeira refere-se aos

tipos de pesquisa, e a segunda seção é referente à seleção da bibliografia. Terceiro

tópico é composto pelas considerações finais do grupo.

O objetivo geral desse trabalho é investigar com base na literatura, a

utilização dos fármacos cloridrato de metformina e liraglutida no tratamento do

Diabetes Mellitus tipo 2 e da Obesidade e como objetivos específicos analisar os

conceitos através do histórico; o meio de obtenção dos fármacos; suas indicações;

contra indicações; mecanismo de ação e interações com outros medicamentos.

A escolha deste tema foi devido a grande repercussão da mídia em relação à

utilização da liraglutida e o cloridrato de metformina no tratamento da Obesidade,

porém estes medicamentos tem como sua indicação o tratamento de Diabetes

Mellitus tipo 1 e Diabetes Mellitus tipo 2. Devido a esta repercussão, pacientes vem

fazendo a utilização destes medicamentos sem prescrições médica, com uso errado

sem mesmo saber os problemas que podem acarretar.

Nos medicamentos cloridrato de metformina e liraglutida, conforme pesquisa

deste trabalho foi verificado que realmente tem uma redução de peso corporal,

porém a mídia elabora reportagens abusivas, citando que são medicamentos

milagrosos para a redução de peso.

Deixando evidenciadas algumas dúvidas em relação a sua utilização para

outras finalidades.

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17

1 DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

1.1 ETIOLOGIA DO DIABETES MELLITUS

O Diabetes Mellitus é uma patologia provocada por fatores genéticos e

ambientais, o fator genético se caracteriza pelo fato de a ingestão de alimentos

resultarem na transformação de açúcares ao atingir nosso organismo, estes por sua

vez são denominados de glicose que são absorvidas para o sangue, a glicose e

utilizada como energia para os tecidos, e quando se tem a Diabetes Mellitus tipo 2,

que é uma doença crônica se tem dificuldades desses açucares penetrarem no

interior das células sendo assim, não produzindo energia e nem armazenando as

mesmas por ser insulinorresistente, deixando de produzir o hormônio (DIABETES

TIPO 2, 2012).

No nosso organismo à produção de um hormônio denominado insulina

produzida nas células beta nas Ilhotas de Langerhans localizadas no interior do

pâncreas, sua função e ativar os receptores localizadas na membrana celular para

que se haja a entrada de glicose no interior celular, caso este mecanismo não ocorra

corretamente, nota-se um significativo acúmulo de açúcar no plasma, originando

uma hiperglicemia (O QUE É DIABETES TIPO 2, 2012).

Figura 1: Regulação da concentração da glicose no sangue

Fonte: SISTEMA ENDÓCRINO, 2012.

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18

Falamos dos fatores genéticos envolvidos na Diabetes Mellitus tipo 2 , agora

falaremos um pouco mais sobre os valores ambientais que estão associados aos

fatores genéticos. Os fatores mais agravantes são o consumo de alimentos

hipercalóricos, e a ausência de atividades físicas, sedentarismo, idade e

hereditariedade (CONCEITOS BÁSICOS SOBRE O DIABETES, 2012).

1.2 ETIOLOGIA DA OBESIDADE

A obesidade e estimada uma doença com múltiplos fatores. As causas da

obesidade estão separadas por várias condições genéticas, a falta de atividades

físicas, idade, motivos metabólicos e endócrinos, sexo, padrões de vida da

sociedade e aspectos alimentares (FERREIRA, 2006).

Com todos estes fatores que ocasiona a obesidade, ela desenvolve varias

doenças tais como: hipertensão arterial, Diabetes Mellitus tipo 2, riscos de doenças

cardiovascular, etc. (CHARA; ZANELLA, 2007).

A Concepção da obesidade pode qualificar como deposito de tecido

adiposo encontrado em todo o corpo, ocasionando por caracteres de

hereditariedade anatômicos, metabólicos e razão nutricional e endócrino, a

obesidade e uma enfermidade de desenvolvimento lento (SOARES; PETROSKI,

2003).

Nos tempos de hoje com a modernização das indústrias e do cotidiano das

pessoas elas passam a fazerem menos esforços fisicos, pois tudo oque antes

tínhamos que executar por nos mesmos, atualmente existe tudo mais facilitado,

tanto no trabalho quanto em casa, pois um simples gesto de lavar roupas, cortar

grama que antes se era feito tudo manualmente e si tinha uma valor energético

bastante relativo atualmente e feito tudo mecanizado com auxílio de maquinas e que

si tem um baixo índice de gasto energético. Os componentes mais específicos do

gasto energético são: efeito térmico dos alimentos, exercício físico e taxa metabólica

basal (PEREIRA; FRANCISCHI; LANCHA JR, 2003).

Avanços genéticos na obesidade foram possíveis graças à descoberta do

gene ob, que codifica o hormônio peptídeo leptina, este por sua vez condensa-se

nos tecidos adiposos que interfere diretamente na sensação de saciedade e na

extensão do gasto energético, porém a falha pode estar ocorrendo no receptor ou

Page 20: Tcc liraglutida metformina

19

pode haver uma redução dos efeitos da leptina no corpo pela susceptibilidade deste

hormônio (FERREIRA, 2006).

E essencial afirmar que a causa da obesidade não e definida em único fator

e sim de associações com caráter genético ou ambiental que incentive o aumento de

risco para a obesidade (FERREIRA, 2006).

1.3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNOSTICO DAS PATOLOGIAS

1.3.1 Quadro clínico do Diabetes Mellitus tipo 2

O quadro clínico pode ser qualificado em aparecimentos mais frequentes e

em extenso prazo; e mais, característicos e inespecíficos. Os sintomas de Diabetes

Mellitus tipo 2 alteram muito de pessoa para pessoa, podendo ser bastante discretos

ou bastante rigorosos (SILVA, 2012).

Os sintomas mais frequentes, antigos e particulares para o Diabetes

Mellitus são problemas periodontais, poliúria, ou seja, urina- se muito, polidipsia,

polifagia e dano involuntário do peso; seguido de outros sintomas que induzem à

suposição clínica como hiperglicemia, glicosúria, infecções cutâneas e genitais

recidivantes, impotência sexual, alterações visuais, renais ou neurológicas; e

inespecíficos, como sonolência, cansaço físico e mental, dores generalizadas,

abatimento, perda de peso, cãibras e sensações de adormecimento nas terminações

(SILVA, 2012).

Ao analisar as revelações em longo prazo, o Diabetes Mellitus pode

ocasionar em alterações micro e macrovasculares que induzem a disfunção, lesão

ou colapso de múltiplos órgãos vitais. Em meio às complicações tardias estão a

retinopatia diabética, problemas cardiovasculares, alterações circulatórias,

nefropatias e problemas neurológicos. Ainda em indivíduos assintomáticos poderá

acontecer hiperglicemia discreta com medida satisfatória para acarretar alterações

funcionais ou morfológicas por um longo tempo antes que o check-up seja formado

(SILVA, 2010).

Fato não possua o domínio dos índices glicêmicos, além dos sintomas

mencionados, o paciente pode evolucionar para uma cetoacidose Diabética e Coma

Hiperosmolar. Cerca de cinquenta por cento dos portadores de diabetes tipo 2

Page 21: Tcc liraglutida metformina

20

ignoram seu diagnóstico, pois o Diabetes Mellitus se exibe de maneira silenciosa,

especialmente, no início da doença. Isso é um caso preocupante, pois sem o

tratamento apropriado, tais indivíduos estão sujeitos a desenvolver as complicações

tardas do Diabetes Mellitus (SILVA, 2012).

Perante esta circunstância, é complacente referir que determinados

episódios serão admitidos como portadores de Diabetes, outros exibirão alteração

na regulação glicêmica, ou seja, tolerância à glicose diminuída ou ainda glicemia de

jejum alterada, o que impõe maior risco de desenvolver diabetes. A diferenciação do

grau de risco embora não está uniformizada. Para fazer jus à avaliação laboratorial e

depositar um paciente assintomático sob suposição, alguns autores aconselham a

apresentação de diversos dos fatores de risco. A disposição crescente é a de se

utilizar um esteie de fatores de risco, parecido aos utilizados na avaliação do risco

cardiovascular (MÜLLER, 2008).

Figura 2: Complicações de saúde associadas à Diabetes Mellitus

Fonte: WHAT IS DIABETES, 2012.

1.3.2 Diagnóstico da diabetes Mellitus tipo 2

Na maioria dos pacientes, o diagnóstico ou o rastreamento do Diabetes

Mellitus tipo 2 é examinado por meio das manifestações clínicas, no andamento da

Page 22: Tcc liraglutida metformina

21

doença, histórico familiar e dos fatores de risco, como por exemplo, o sedentarismo,

tabagismo, obesidade, entre outros, além dos exames laboratoriais, realizados, que

são o de glicemia de jejum e sumário de urina (SILVA, 2012).

O progresso para o Diabetes Mellitus tipo 2 acontece ao longo de um

período de tempo alterável, acontecendo por estágios intermediários que ganham as

denominações de glicemia de jejum transformada e tolerância à glicose diminuída,

concebendo ênfases precoces de disfunção de célula beta pancreática; bem como

quadro de resistência insulínica. Na apresentação de ambos os estágios, um quadro

composto, com máximo risco para progredimento para diabetes e doença

cardiovascular (SILVA, 2012).

As percepções diagnósticas sobrepostas são a verificação da glicose

plasmática de jejum de oito a doze horas e o teste de tolerância à glicose após

administração de setenta e cinco miligramas de glicose, com verificação da glicemia

plasmática nos períodos de zero a cento e vinte minutos após a ingestão (SILVA,

2012).

Assim sendo, uma análise precedente e concisa acerca do Diabetes Mellitus

tipo II e das alterações da tolerância à glicose alude em medidas profilática e

terapêutica que podem impedir o surgimento de Diabetes Mellitus tipo II nas pessoas

com tolerância diminuída e retardar o começo das complicações crônicas nos

pacientes diagnosticados com diabetes (SILVA, 2012).

1.3.3 Quadro clínico de obesidade

A obesidade tem como avaliação do quadro clínico o acúmulo exagerado de

gordura corporal, agregada a problemas de saúde, ou seja, que ocasiona lesões à

saúde do indivíduo (MOREIRA, 2012).

A mesma pode ser gerada por uma disfunção hormonal, necessitando deste

modo de um acompanhamento endocrinológico, por algum distúrbio psicológico, e

na maior parte das vezes por uma má alimentação seguida por carência de

atividades físicas, vida sedentária (MOREIRA, 2012).

A demasia de gordura corporal não gera sinais e sintomas diretos, salvo

quando alcança valores extremos. Independente da rigorosidade, o paciente expõe

importantes restrições estéticas, exacerbadas pelo modelo contemporâneo de

Page 23: Tcc liraglutida metformina

22

beleza, que determina um peso corporal até menor do que o admissível como

normal (MOREIRA, 2012).

1.3.4 Diagnóstico da obesidade

O diagnóstico da obesidade se produz pelo cálculo do IMC e pelo índice

abdômen/quadril. Os valores estão incidindo por uma revisão e mudam de acordo

com a etnia, mas nas mulheres esse número não deve incidir de oitenta e oito

centímetros e, nos homens, de cento e dois. Acima disso indicam a presença de

obesidade central, também chamada de abdominal ou visceral. Este armazém de

gordura é individualmente maléfico para o coração, pois essas células gordurosas

são exatamente as primeiras a serem quebradas para sustentar o metabolismo

corporal. E dessa reação sobram moléculas que originam um aumento das gorduras

na corrente sanguínea (DIAGNÓSTICO DA OBESIDADE, 2012).

As medidas antropométricas, devido à sua naturalidade de alcance, baixo

custo e encadeamento com a gordura corporal, como a altura, o peso relativo, a

massa muscular, estrutura óssea, o perímetro da cintura conexo com o perímetro do

peito, o padrão de classificação da gordura subcutânea, as dobras adiposas e os

múltiplos índices que incluem o peso e a altura são determinadas medidas que

podem relacionar-se com o risco de surgimento de confusões metabólicas e de

doenças do coração, entre outras (DIAGNÓSTICO DA OBESIDADE, 2012).

1.4 MEDICAMENTOS

1.4.1 Cloridrato Metformina

1.4.1.1 Histórico

É de grande importância à extração de princípios ativos derivados de partes

animais ou vegetais como também de fontes minerais, e ainda princípios produzidos

sinteticamente em laboratórios através de compostos já existentes (METFORMINA,

2012a).

Com base em medicamentos hipoglicemiantes orais e de origem vegetal,

destaca-se a planta Galega Officinalis, a extração de seus princípios localizados nas

partes aéreas da planta, veio demonstrando significativos efeitos na terapia da

Page 24: Tcc liraglutida metformina

23

doença Diabetes Mellitus reduzindo seus sinais e sintomas clássicos

(METFORMINA, 2012a).

Figura 3: Planta Galega Officinalis

Fonte: GALEGA, 2012.

Os estudos realizados com os extratos da Galega Officinalis demonstraram

ser rica em guanidina, substância altamente tóxica que não poderia ser utilizada

diariamente como terapêutica, já em 1920 conseguiram sintetizar dois compostos,

dado eles como decametilene biguanida (Sintalina A) e dodecametilene biguanida

(Sintalina B), estas duas se mostraram eficientes e eficazes para o tratamento da

Diabetes Mellitus e não se caracterizavam com alto nível toxico. Alguns anos após

esta descoberta, na Alemanha, foram sintetizados a dimetil-biguanida, conhecidos

como cloridrato de metformina (GIJS, 2010).

A obtenção do cloridrato de metformina é conseguida através da junção de

duas moléculas de guanidina e a retirada da molécula de amônio (FILIZOLA;

SOUZA JUNIOR; NASCIMENTO, 1995).

Como forma de aumentar sua estabilidade houve a substituição de duas

moléculas de hidrogênio por grupos metila, dessa maneira evita-se a formação de

metabolitos com potencial tóxico (HOLLENBECK et al., 1991).

Todos os medicamentos são diferenciados entre si de acordo com sua

classe terapêutica, o cloridrato de metformina se inclui na classe das biguanidas

(estrutura molecular demonstrada na Figura 4), classe esta dedicada a

hipoglicemiantes orais utilizados no tratamento do Diabetes Mellitus não insulino

Page 25: Tcc liraglutida metformina

24

dependente (NIDDM), as biguanidas tem como característica clássica reduzir a

hiperglicemia, evitando assim o risco de hipoglicemia, além de seus efeitos

benéficos na redução da hiperglicemia ela é muito eficiente no declínio da

hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia, ocasionando uma pequena e leve perda

de peso em pacientes que sofrem com a obesidade. Um efeito muitas vezes

negativos da utilização desta classe medicamentosa é a formação de lactato,

conhecido como acidose láctica (produção de lactato e consequente concentração

no plasma acima de 5 mmol/l), este mecanismo ocorre pelo fato de as biguanidas

levarem ao metabolismo anaeróbico da glicose, resultando na formação do piruvato

em lactato, ele é rapidamente absorvido pelo fígado em pessoa sadia, caso contrario

haverá acumulo dessa substancia, ocasionando a acidose láctica perigosa, dando

inicio a múltiplas disfunções dos órgãos envolvidos (STOELTING, DIERDORF,

2003).

Figura 4: Esquema da estrutura molecular da molécula de biguanida

Fonte: ZACARELLI, 1987.

Dois pesquisadores conhecidos por nome de Slotta e Tschesche, no ano de

1929, tomaram conhecimento da ação da biguanida cloridrato de metformina em

diminuir o açúcar do sangue em coelhos, mais devido aos poucos conhecimentos

desta droga estes dados ficaram esquecidos, sendo trocada pelo uso de insulina,

ate que em 1950, um médico das Filipinas conhecido como Eusebio Y. Garcia, fez

uso do cloridrato de metformina como terapêutica para se tratar a gripe, conforme o

paciente foi fazendo uso deste medicamento, em estudos ele notou que havia

ocorrida a queda de açúcar no sangue a nível fisiológico, e o mais interessante é

que não havia ocorrido nenhum indicio de efeito toxico, com estudos mais

aprofundados sobre este medicamente ele relatou que além de ter o poder de

baixar o açúcar no sangue, o cloridrato de metformina possuía funções como

bacteriostático, antiviral, antimalárico, antitérmico e analgésico, mais ate o momento

Page 26: Tcc liraglutida metformina

25

não havia nada que comprovasse realmente sua utilidade em relação a essas

patologias (HISTÓRIA DA METFORMINA, 2012).

Em sequencia com os muitos estudos e pesquisas realizadas sobre esta

classe medicamentosa, no ano de 1957, Jean Sterne, realizou pesquisas sobre a

atividade anti-hiperglicemiante de um alcaloide isolado da planta Galega Officinalis,

que é um dos compostos presentes na estrutura química do cloridrato de

metformina, e também constatou diminuição de açúcar no sangue, foi quando no

mesmo ano Sterne foi o primeiro a realizar testes, utilizando o cloridrato de

metformina em seres humanos, dando ao medicamento o nome de Glucophage, que

tem como sinônimo “comedor de glicose”, os resultados obtidos foram publicados no

mesmo ano de 1957 (HISTÓRIA DA METFORMINA, 2012).

1.4.1.2 Definição

O cloridrato de metformina é uma droga anti-hiperglicemiante, não

hipoglicemiante, que se encontra inserida na classe das biguanidas, atualmente vem

sendo o medicamento mais utilizado seja em monoterapia ou em associação com

diferentes hipoglicemiantes para o tratamento do Diabetes Mellitus tipo 2

(insulinoindependente), tem grande número de prescrição principalmente para

diabéticos com sobrepeso ou já em estado grave de obesidade, devido sua

característica em não ocasionar acumulo de gordura e sim facilitar a perca de peso,

mesmo que discretamente, sua utilização deve ser cautelosa em pacientes com

histórico de disfunções renais, devido sua facilidade de formação de lactato, gerando

a acidose láctica, pode-se observar sua estrutura molecular na figura 5 (BRASIL,

2012a ; METFORMINA; 2012a).

Figura 5: Estrutura molecular do cloridrato de metformina.

Fonte: Farmacopéia Brasileira, 2010.

Page 27: Tcc liraglutida metformina

26

Medicamento este constantemente presente na lista de Medicamentos

Essenciais da Organização Mundial de Saúde, e no Brasil é também encontrada no

programa Farmácia Popular do Ministério da Saúde, por ser uma droga que possui

poucos efeitos indesejáveis, auxilia no reduzimento de lipoproteínas de baixa

densidade (LDL), e por ser muitas vezes classificada como normoglicemiante, ou

seja, não causa hipoglicemia. O cloridrato de metformina é totalmente associada a

Diabetes Mellitus tipo 2, essencialmente em pessoas com resistência a insulina,

amplamente utilizada por reduzir as complicações do diabetes prevenindo futuros

problemas cardiovasculares, sendo o medicamento de escolha em relação ao risco

- beneficio para o paciente por ser mais eficaz, até mesmo do que os medicamentos

produzidos atualmente (BRASIL, 2012c; METFORMINA, 2012a; METFORMINA,

2012b).

1.4.1.3 Fatores fisiológicos que predispõem a utilização do cloridrato metformina

O desenvolvimento de algumas patologias esta correlacionado a alguns

tipos de síndromes que se manifestam no organismo, atualmente a síndrome

metabólica vem sendo estudada com mais especificidade devido sua capacidade de

alterações fisiológicas capazes de proporcionar o surgimento do Diabetes Mellitus

tipo 2, como também doenças de âmbito cardiovascular, a causa desse surgimento

não se tem apenas um responsável, acredita-se que o acumulo de tecido adiposo na

região abdominal e a capacidade do organismo em obter resistência insulínica são

pontos significativos na manifestação desta síndrome (METFORMINA, 2012b;

PENALVA, 2008).

Esta síndrome tem como funcionalidade aumentar a capacidade no tecido

adiposo de produção de angiotensiogênio, ao mesmo tempo em que promove a

ativação do sistema nervoso simpático ocasionando a reabsorção de moléculas de

sódio através da insulina, aumentando assim consideravelmente o

desencadeamento de hipertensão arterial no indivíduo cuja síndrome está

implantada. A mesma deve ser tratada com medicamentos cuja função seja de

ativação da insulina, ou seja, diminuir em considerável proporção a resistência

insulínica, deste modo proporcionando o equilíbrio a nível fisiológico da glicemia

sanguínea, e também conferir beneficio reduzindo a pressão exercida nos vasos

sanguíneos, ou seja, pressão arterial (FERREIRA et al., 2009).

Page 28: Tcc liraglutida metformina

27

A obesidade caracteriza-se pelo aumento significativo de massa corporal,

amplamente associada à vida sedentária, falta de exercícios físicos, e péssimos

hábitos alimentares, desse modo com o acréscimo de tecido adiposo o organismo se

torna resistente à insulina dando origem á outras patologias entre elas o surgimento

da hipertensão arterial (FARIA et al., 2002).

De acordo com a sociedade brasileira de hipertensão, calcula-se que 30

milhões de pessoas sejam portadores desta doença, individualizada por haver

grande pressão sanguínea nos vasos, associada às modificações metabólicas,

hormônios e musculaturas vasculares (HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2012).

Esta adjunta com o aumento da resistência insulínica e a hiperinsulinemia,

portanto a utilização do cloridrato de metformina para os dois tipos de patologia

citados (obesidade, hipertensão arterial), teria a capacidade de diminuir esta

resistência, aumentar sua atividade, reduzindo ate que significativamente a pressão

exercida nos vasos sanguíneos e colaborando com uma significativa perda de

gordura visceral (FELLIPE JUNIOR, 2005; FERREIRA et al., 2009).

A doença Diabetes Mellitus tipo 2 é caracterizada por acometer em maior

freqüência pessoas adultas e com índice de obesidade, neste tipo de patologia há

presença de insulina no sangue, ou seja, o pâncreas tem sua função normal de

produção deste hormônio, mais devido a elevada quantidade de tecido adiposo a

insulina de torna ineficaz, caracterizando a resistência insulínica no organismo, onde

a mesma não consegue ativar os receptores específicos facilitando a entrada de

glicose para o interior celular, deste modo a glicose se encontra acumulada na parte

extracelular, fica circulante no sangue, ocasionando a hiperglicemia, denominação

dada pelo aumento a níveis fisiológicos de glicose no sangue (DIABETES TIPO 2,

2012).

Em alguns casos apenas com uma normalização da alimentação, e com a

prática regular de exercícios físicos, a glicemia se mantém controlada, caso

contrario, se mesmo com a mudança de hábitos alimentares e exercícios o paciente

não consegue conservar sua glicemia nem seu peso adequados, o cloridrato de

metformina é então prescrita como adjuvante, seja em monoterapia ou em

associações com demais antidiabeticos orais (METFORMINA: TUDO SOBRE

METFORMINA, 2012).

O Diabetes Mellitus do tipo 1 é comumente diagnosticada em pacientes

infanto-juvenil, e ao contrario do tipo 2, esses pacientes são considerados

Page 29: Tcc liraglutida metformina

28

insulinodependentes, ou seja, se faz necessário a utilização de insulina através de

aplicações diárias em doses controladas, essa doença é caracterizada por

disfunções no pâncreas, onde suas células sofrem de destruição autoimune,

prejudicando em grande parte na produção de insulina deixando que seus níveis

fisiológicos estejam muito baixos, por este fato se faz necessário a aplicação desse

hormônio com a intenção de repor seus níveis no organismo, nesse caso o cloridrato

de metformina também pode ser indicada para ser utilizada em associação á

insulina, permitindo que haja redução nas doses utilizadas de insulina e contribuindo

para que se tenha melhor equilíbrio dos níveis glicêmicos no sangue,

complementando o tratamento de insulinoterapia (BRASIL, 2012b; DIABETES TIPO

1, 2012).

Atualmente 5 a 10% da população feminina sofrem com uma patologia

denominada Síndrome dos Ovários Policísticos, caracterizada por disfunção no

período menstrual e ao mesmo tempo pelo hiperandrogenismo e anovulaçao

crônica, onde no hiperandrogenismo se acentua a presença de acnes, seborréia, e a

anovulaçao crônica é a falta de óvulos férteis nas fases menstruais, essa doença é

capaz de causar ao organismo a resistência insulínica, originando a hiperinsulinemia

onde a mesma realiza a estimulação de hormônios andrógenos através dos ovários,

o aumento de andrógenos se torna responsável pelo aparecimento de pequenos

cistos, por ser uma doença que tem como foco proporcionar ao organismo que ele

seja resistente a ação da insulina, o cloridrato de metformina que tem ação já

conhecida como ativadora de insulina, vem sendo a biguanida utilizada para o

tratamento desta patologia, onde sua finalidade terapêutica esta adjunta a redução

de insulina periférica (BAILEY, 1992) e o aumento nos receptores carreadores deste

hormônio (BAILEY, 1993; JUNQUEIRA; FONSECA; ALDRIGHI, 2003; LEGRO;

CASTRACANE; KAUFFMAN, 2004).

1.4.1.4 Mudanças orgânicas que restringem a utilização do cloridrato de metformina

Os rins são órgãos responsáveis por varias atividades em um organismo,

dentre eles realiza o controle da pressão arterial, de suma importância quando

relacionado a índices pressóricos, mantém constante sua atividade eritropoiética, ou

seja, produção de células vermelhas no sangue desempenha a excreção de

substancias tóxica ao organismo, principalmente os nitrogenados e muitos

Page 30: Tcc liraglutida metformina

29

medicamentos, seu fundamental encargo é manter o equilíbrio entre substancias

acidas e básicas presentes no organismo (FORTINI, 2012).

Insuficiência renal é o nome atribuído á uma patologia que se caracterize

com qualquer tipo de disfunção no desempenho orgânico normal dos rins induzindo

sua mortalidade com o passar do tempo, seja de particularidade aguda ou ate

mesmo crônica (PECOITS FILHO, 2004).

Quando não devidamente diagnosticada e tratada, ocorre agravamento de

seu quadro clínico, perdendo a capacidade na manutenção de acido-base,

originando uma acidemia (aumento de [H+]), devido sua retenção, acarretando

acidose (FORTINI, 2012).

A acidose láctica como é conhecida pelo aumento de acidemia devido a

elevada concentração de lactato nos rins, originada geralmente em pacientes com

histórico de insuficiência renal, tem como causas dois fatores consideravelmente

importantes, a falta de oxigenação necessária, metabolização de lactato na ausência

da hipoxia, sendo fator ocasionado por acumulo de substancias medicamentoso

devido a inadequada excreção das mesmas (MACIAS-ROBLES et al., 2011).

Essa acidemia traz consigo alguns efeitos nos quais se deve ter muito

cuidado e precaução, quando já se encontra em pH 7,1, predispõem que o paciente

sofra com arritmia, diminua o transporte de oxigênio através das hemoglobinas

devido enfraquecer sua afinidade, promove vasodilatação em artérias e

vasoconstrição no sistema venoso, alem de proporcionar inúmeras modificações em

sistemas eletrolíticos, hormonais, e também metabólicos, devido a esses e alguns

mais efeitos, o índice de morbidade e mortalidade tem aumento quando por

acidemia (ANDRADE; IHARA; TROSTER, 2007).

Caso o paciente tenha necessidade em realizar algum tipo de exame por

radiocontraste com a utilização de compostos iodados, antecedentemente a este

exame, o cloridrato de metformina tem que ser retirada de uso com tempo suficiente

para o organismo poder excreta-la por completo, se esse procedimento não for

realizado ocorre o risco, que por sinal grande de se lesionar os rins e

subsequentemente ocasionar a acidose láctica em regiões coronarianas, após o

exame, o paciente pode normalmente retornar sua utilização (SERRANO JUNIOR;

HEINISCH; NICOLAU, 2012).

Quando o paciente possui Diabetes Mellitus do tipo 2, ao mesmo tempo que

possui alguma disfunção renal, alguns nos quais citados acima, não se deve fazer

Page 31: Tcc liraglutida metformina

30

uso do cloridrato de metformina mesmo que seja como tratamento da doença,

especialmente em casos de exames onde a creatinina esteja constando valores

abaixo da referencia, valores de creatinina são utilizados em exames para se

constar a situação da filtração glomerular, com intuito de verificar se o rim esta

filtrando adequadamente as substancias do plasma sanguíneo, caso esse resultado

obtido for relativamente baixo, significa que o rim se encontra incapaz de realizar a

filtração e consequentemente haverá acumulação do cloridrato de metformina

originando o aparecimento de grande quantidade de lactato (MARCHENA et al.,

2008; PECOITS FILHO, 2004).

Insuficiência hepática é caracterizada pela perca das funções orgânicas do

fígado, proporcionado por alguns tipos de distúrbios, seja hepatites, cirrose, ate

mesmo por fazer muita utilização medicamentosa acarretando a hepatopatia

medicamentosa. O fígado é responsável por metabolismo de colesterol,

consequentemente com a diminuição de suas atividades origina a diminuição dos

níveis de colesterol a nível plasmático (GODOY et al., 2011).

Através de exames laboratoriais utilizando sangue, se podem ter noção de

como se encaminha sua funcionalidade, por meio das transaminases, são enzimas

que se encontram dentro das células hepáticas, caso o órgão esteja passando por

alguma disfunção, essas enzimas deixaram as células e ganharam a corrente

sanguínea, constando assim de maneira significativa em exames denominados

TGP, TGO. Fatores que possibilitam este aumento é a necrose hepática (morte

celular), e também por intoxicação medicamentosa (GRUPO OTIMISMO DE APOIO

A PORTADORES DE HEPATITE C, 2012).

Deste modo o uso do cloridrato de metformina em pacientes constando

valores de transaminases de 2 a 3 vezes maiores que os valores referenciais não

esta indicado com total segurança terapêutica (ARAÚJO; BRITTO; PORTO DA

CRUZ, 2000).

1.4.1.5 Medicamentos cuja utilização exerce interações com o cloridrato de

metformina

Medicamentos conhecidos como inibidores de ECA realizam a diminuição da

glicemia sanguínea exigindo dessa maneira o reajuste posológico do cloridrato de

metformina, os corticosteroides, tiazidicos, contraceptivos orais, hormônios

Page 32: Tcc liraglutida metformina

31

tireoidianos, acido nicotínico e bloqueadores de canal de cálcio, possuem a

capacidade de modificar a evolução do diabetes fazendo-se necessário o ajuste

terapêutico do cloridrato de metformina, alguns diuréticos principalmente os de alça

conseguem ocasionar falência renal, o que colabora com o aumento da

concentração do cloridrato de metformina. Quando é associada com insulina ou com

outros hipoglicemiantes, por exemplo, da classe das sulfonilureias, comumente

realizado em Diabetes Mellitus do tipo 1, nota-se a potencializarão do efeito

hipoglicemiante, essa associação deve ser feita com cautela (BRASIL, 2012a;

METFORMINA, 2012b).

Ao se fazer uso do cloridrato de metformina e cimetidina

concomitantemente, corre-se o risco de haver diminuição do clearance do cloridrato

de metformina, ou seja, redução da depuração renal, resultando na diminuição de

tempo para o medicamento ser eliminado do organismo, dessa maneira não

realizando os efeitos desejados, quando utilizada com anticoagulantes cumarínicos,

proporciona elevado nível na excreção dos mesmos. Também se mostra capaz de

dificultar a absorção de alguns fármacos, especialmente da vitamina B12

(METFORMINA, 2012b).

1.4.1.6 Mecanismo de ação

Basicamente o cloridrato de metformina consegue sua ação hipoglicemiante

através da ativação dos receptores de insulina nas partes periféricas do organismo,

ao mesmo tempo em que reduz a produção hepática de glicose (LERARIO, 2012).

A queda da glicose sanguínea ocorre devido ações hepáticas e musculares

por demonstrarem efeito sensibilizador de insulina. No hepatócito, célula localizada

no fígado, ela inibi a gliconeogênese (formação de açúcar) e glicogenólise

(transformação de glicogênio em glicose), ao mesmo tempo em que estimula a

glicogênese (síntese do glicogênio) nos tecidos periféricos, com grande aumento na

absorção de glicose pelos músculos esqueléticos, o que indicara significativa

diminuição na glicemia plasmática, ao mesmo tempo em que não ocasiona

hipoglicemia, nem mesmo em altas doses (SANTOMAURO JUNIOR et al., 2008).

Apresenta certa importância na alteração de níveis lipídicos, reduzindo os

triglicérides no plasma e também os ácidos graxos livres, resultante da restrição da

lipólise. Melhorando, além disso, a parte endotelial, com expressiva redução da

Page 33: Tcc liraglutida metformina

32

pressão arterial, contribuindo com a perca de peso do paciente pelo fato de possuir

algumas propriedades anorexígenas, o cloridrato de metformina alcança seus efeitos

por meio da ativação de AMP e consequente acionamento de uma enzima

denominada AMPK, conforme mostrado na figura a seguir (SANTOMAURO JUNIOR

et al., 2008).

Figura 6 – Modelo do mecanismo de ação do cloridrato de metformina

referente ao Metabolismo dos lipídios e glicose.

Fonte: ZHOU et al., 2001.

AMPK é uma enzima que tem por finalidade a catalisação e formação de

AMP a partir de adenina e fosforribosilpirofosfato, agindo também realizando a

Metformina

Ativação e Fosforilação

AMP

AMP AMP

↓Expressão SREBP-1

↓Atividade SREBP-1

↓genes lipogênicos FAZ,

L-PK, S14

↓hepática FA, síntese

VLDL

(↑oxidação hepática FA)

↓produção da glicose

hepática

↑transporte de

glicose no músculo ↓atividade AcetilCoA

carboxilase

↓esteatose hepática ↑ sensibilidade a insulina no fígado

↓glicose no plasma ↓ triglicérides no plasma

Page 34: Tcc liraglutida metformina

33

reciclagem de adenina nos ácidos nucléicos. É uma enzima responsável por muitos

eventos intracelulares como resposta a mudanças energéticas, sua função é a

regularização do equilíbrio energético, ou seja, pequenas diferenciações

relacionadas aos níveis de AMP colaboram com um significativo aumento na

atividade da AMPK, podendo ser principalmente uma situação de estresse, tanto de

forma que estimule a produção de ATP como aumentar seu consumo. Logo que

ativada, visa o metabolismo da glicose e dos lipídios, operando em diversos órgãos

seja o fígado, músculo esquelético, coração, tecido adiposo e pâncreas

(SANTOMAURO JUNIOR et al., 2008).

Sua atuação no fígado é realizando a diminuição da síntese de lipídios e

gerando maior queima de gordura, notadamente inibindo a produção de glicose. Já

na musculatura esquelética, proporciona maior absorção de glicose, mantendo

assim o equilíbrio da glicemia sanguínea, além disso, contribui com o transporte da

mesma através do GLUT4 aumentando a sensibilidade á insulina. Atua também na

região do hipotálamo mantendo equilíbrio entre fome e saciedade (SANTOMAURO

JUNIOR et al., 2008).

Para que o cloridrato de metformina exerça redução do perfil lipídico é

necessário que haja ativação desta enzima, procedendo em positivo aumento da

oxidação de ácidos graxos pelos hepatócitos, gerando recaída na esteatose

hepática e melhorando no fígado a sensibilidade insulínica (SANTOMAURO JUNIOR

et al., 2008).

1.4.2 Caracterização do fármaco liraglutida

1.4.2.1 Histórico

A liraglutida se trata de um fármaco novo que se da por uma molécula de alta

complexidade, e um medicamento utilizado como anti diabético de uso subcutânea ,

e análogo do hormônio GPL-1 que produzido no nosso organismo, administrada em

pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2 (CAFFATARATTI; REAL, 2012).

Foi sintetizado pelo laboratório dinamarquês Novo Nordisk, este

medicamento foi distribuído pela primeira vez nos Estados Unidos e na Europa em

2009 e 2010, mas no Brasil só foi comercializado em março de 2010 (BRASIL,

2011b).

Page 35: Tcc liraglutida metformina

34

O hormônio natural GLP-1 e constituído de 30 aminoácidos, o que o

laboratório Dinamarquês fez foi transformar um aminoácido em outro se tirou a

arginina e depositou a lisina no lugar, colocando também um grupamento de cadeia

graxa de 16 átomos na disposição do peptídeo 16, devido uma ponte composta por

glutamato (NOTHENBERG, 2009).

O aumento da lipofilicidade atribuída pelo alargamento da cadeia facilita mais

agregação da molécula com a albumina, tecidos e a circulação proporcionando a

ampliação da terapêutica do medicamento, pelo desempenho da liberação pela

proteína plasmática e pela sua eliminação mais branda (NOTHENBERG, 2009).

Figura 7: Estrutura da liraglutida

Fonte: NOTHENBERG, 2009.

1.4.2.2 Mecanismo de ação

A liraglutida e um hormônio sintetizado em laboratório, de um hormônio já

existente no nosso organismo, chamado GLP-1 (glucagon-like peptídeo). O GLP-1 e

produzido no ílio, porção final do intestino delgado pela célula L, portanto só começa

a fazer o seu efeito quando o alimento atinge este parte do intestino delgado (GLP-1,

2012).

O hormônio GLP-1tem ações em vários locais, na secreção da insulina,

fazendo com que este hormônio se acople com os receptores nas células betas e se

ativam, a concentração do cAMP e PKA se eleva. A elevação da glicose nas células

faz com que tenha uma significativa elevação na ATP com isso os canais de cálcio

se fecham, Com este fechamento ocorre uma despolarização da membrana,

Page 36: Tcc liraglutida metformina

35

fazendo com que as vesículas de insulina exerçam sua ação no organismo (GLP-1,

2012).

Portanto ao estimular a ação da insulina o hormônio GPL-1 ela abaixa a

concentração de glicose no sangue e expande a produção da insulina, por isso com

concentração sintetizadas deste hormônio e utilizado para o tratamento da Diabetes

Mellitus tipo 2 (GLP-1, 2012).

Outra ação deste hormônio e a sua atuação no SNC aumentando a

sensação de saciedade e diminuindo a fome, age também no trato digestivo,

fazendo com que se tenha uma mobilidade intestinal (ajuda maior sensação de

saciedade), e a esvaziamento gástrico, o hormônio GLP-1 faz esta ação por pouco

tempo apenas três minutos (VICTOZA: REMÉDIO PODE SER NOVO

EMAGRECEDOR DA MODA, 2012; BRASIL, 2011b).

Figura 8: Mecanismo do GLP-1 Natural

Fonte: VICTOZA: REMÉDIO PODE SER NOVO EMAGRECEDOR DA MODA, 2012.

O hormônio GLP-1 precisa que o alimento chegue ao intestino para que

faça efeito esperado, enquanto o fármaco liraglutida possui características mais

relevantes considerando sua farmacocinética e suas farmacodinâmicas que são

adequadamente elaboradas para que sua administração em humanos seja suficiente

Page 37: Tcc liraglutida metformina

36

apenas uma única vez ao dia, pois o hormônio natural precisa que o alimento

chegue ao intestino delgado para que faça efeito, já a liraglutida não necessita deste

mecanismo, pois quando administrada ela já começa com ação semelhante ao

hormônio natural. Logo após o medicamento ser administrado, de forma subcutânea,

ação de maneira demorada e relacionada a três tipos de mecanismos: primeiro e a

autossociacao, que determina que ocorra absorção de maneira lenta, também

ocorre ligação com albumina e conferindo grande estabilidade enzimática

relacionada as enzimas dipeptidilptidase IV (DPPIV) e endopeptidase neutro (NEP) o

que confere maior meia vida plasmática (LIRAGLUTIDA, 2011b).

Figura 9: Mecanismo de ação liraglutida

Page 38: Tcc liraglutida metformina

37

Fonte: VICTOZA VOLTA A SER COMERCIALIZADO, 2012.

O mecanismo de ação da liraglutida e intercedida através de influencia

exclusiva com receptores de GLP-1, induzindo ao aumento no monofosfato de

adenosina cíclico (AMPc).Este medicamento instiga a secreção da insulina de

maneira dependente de glicose e alivia a função das células beta. Ao mesmo tempo,

a liraglutida restringe a secreção inconvenientemente alta de glucagon também de

maneira glicose-dependente. O mecanismo de diminuição da glicose sanguínea

ainda abrange uma baixa redução do esvaziamento gástrico (LIRAGLUTIDA,

2011b).

1.4.2.3 Indicação

Page 39: Tcc liraglutida metformina

38

A liraglutida e utilizada como adjuvante para o tratamento de Diabetes Mellitus

tipo 2, para que não se tenha elevação da glicemia nestes pacientes , e

administrada juntamente com outros antidiabéticos orais tais como: cloridrato de

metformina, sulfonilureias ou uma tiazollidinediona, e administrada uma vez ao dia

denominada como monoterapia ou como tratamento combinado com estes outros

fármacos (BRASIL, 2011b).

Este fármaco tem o seu tempo de meia vida longo de aproximadamente 13

horas, e sua absorção e lenta, por isso o paciente tem mais comodidade ao

tratamento, pois há sua administração e uma vez ao dia, diferentes de outros

fármacos (LIRAGLUTIDA, 2011b).

A liraglutida por ser associadas a outros fármacos como, por exemplo, o

cloridrato de metformina para o melhor controle glicêmico e a sulfonilureias utilizadas

como monoterapias pra controle insuficiente da glicemia (LIRAGLUTIDA, 2011b).

Este medicamento foi constatado que auxilia a diminuição da pressão

arterial sistólica e provocado antes que se tenha alguma redução de peso

(LIRAGLUTIDA, 2011b).

1.4.2.4 Métodos de administração

A administração de liraglutida se faz uma vez ao dia, e aconselhável que se

administre todos os dias no mesmo horário independente se for perto das refeições,

e uma fármaco injetável de aplicação subcutânea nas seguintes partes do corpo:

coxa, parte superior do braço e no abdômen. E proibido a administração por via

intramuscular ou intravenosa (LIRAGLUTIDA, 2011b).

Para que a liraglutida seja utilizada não pode estar congelada e a sua

aparência tem que ser necessariamente límpida e incolor.

De acordo com as exigências deve-se ter atenção para que se descarte as

agulhas de aplicação toda vez que se administrar uma dose, pois cada aplicação

deve-se ter uma agulha para que não haja contaminação ou vazamento para que

não corra o risco de que a dose esteja errada (LIRAGLUTIDA, 2011b).

O aparelho de aplicação da liraglutida vem com 18mg do fármaco, as doses

alteram com a necessidade do paciente, começando com 0,6mg mais se a dose não

surtir efeito necessário dentro de uma semana, deve se ajustar a dose para 1,2mg

Page 40: Tcc liraglutida metformina

39

nesta dosagem a maioria dos pacientes não se tem necessidade de se ajustar para

uma outra dose, mesmo porque a dosagem de 1,8mg não e aconselhável a sua

utilização mais se for de necessidade do paciente deve ter muita cautela (BULA

VICTOZA, 2012; LIRAGLUTIDA, 2012b).

Figura 10: Sistema de aplicação da liraglutida

Fonte: BULA VICTOZA, 2012.

1.4.2.5 Interações medicamentosas

A liraglutida apresentou percentual de interações medicamentosas menor

com fármacos que tenham em sua composição substancias relacionada ao cito

cromo P450 e que são ligadas as proteínas plasmáticas.

Com a ação da liraglutida no esvaziamento gástrico faz com que contribuir

na absorção de fármacos administrados associado por via oral. Com relação a

fatores que prejudique a absorção da liraglutida, foi relatada a diarreia aguda, com

isso a eliminação do fármaco seria mais rápida prejudicando a absorção

(LIRAGLUTIDA, 2011b).

Quando a liraglutida e utilizada concomitantemente com o paracetamol,

atorvastatina, griseofulvina, digoxina, lisinopril e contraceptivos orais, não e

diagnosticado interações significativa de ambas as partes, porem há diminuição

relacionando ao seu tempo máximo (tmax) de permanência desses fármacos no

organismo como também sua concentração máxima (cmax), mesmo com essas

Page 41: Tcc liraglutida metformina

40

alterações, não se há diagnostico de efeitos malefício, nem diminuição da eficácia

de nenhum fármaco citado (LIRAGLUTIDA, 2011b).

1.4.2.6 Questões relacionadas com a segurança

Os efeitos adversos mais corriqueiros observados foram náuseas, vômitos,

diarreias, dor abdominal, dispepsia, prisão de ventre, doenças gastro intestinais,

dores de cabeça, tontura, dores nas costas e hipertensão (LIRAGLUTIDA, 2012).

Pancreatite: A utilização de hormônios com características parecidas ao

GLP-1 esta correlacionado com o surgimento de pancreatite, foi relatado em

pacientes à pancreatite aguda e hemorragias necrotizantes (LIRAGLUTIDA, 2012a);

(LIRAGLUTIDA, 2011b).

Tireoide: A utilização de liraglutida em pacientes que já tem a tireoide e que

eleva o bócio, neoplasmas tireoidianas e aumento calcitonina sanguínea

(LIRAGLUTIDA, 2011b).

Hipoglicemia: Os pacientes que utiliza a liraglutida em associação com as

sulfonilureias pode ocasionar grande elevação de açúcar no sangue, fazendo com

que o paciente tenha uma hipoglicemia, o paciente que tiver uma hipoglicemia não e

aconselhado a dirigir e nem operar qualquer outro tipo de maquinas (LIRAGLUTIDA,

2011b).

Imunogenicidade: Por agentes característicos imogenicos dos fármacos que

contem peptídeos ou proteínas, os pacientes aumentaram o desenvolvimento de

anticorpos anti-liraglutida depois da terapêutica empregada.

Com relação aos anticorpos aumentados, não quer dizer que se prejudique a

eficiência do fármaco, pode ser devido a contaminações como resultados

secundários muito comuns, injeções urinaria, nasofaringite, sinusite (LIRAGLUTIDA,

2011b).

Renal: O fármaco liraglutida não e aconselhável a sua utilização para

pacientes com incapacidade renal aguda e crônica, pois poderá agravar o seu

quadro clínico (LIRAGLUTIDA, 2011).

Page 42: Tcc liraglutida metformina

41

Figura 11: Reações adversas da liraglutida

Reação Adversa Incidência

SNC

Cefaléias 9%

Tonturas 6%

Gastrintestinais

Náusea 28%

Diarréia 17%

Vômitos 11%

Constipação 10%

Respiratórios

Infecção do trato respiratório superior 10%

Sinusite 6%

Nasofaringite 5%

Diversos

Influenza 7%

Infecções do trato urinário 6%

Dor nas costas 5%

Hipertensão 3%

Testes laboratoriais

Bilirrubina elevada 4%

Fonte: LIRAGLUTIDA, 2011b.

1.4.2.7 Farmacocinética

A liraglutida tem o seu tempo de permanência de 24 h, atuando no controle

glicêmico, na glicemia em jejum fazendo com que ela diminui e em pacientes com

Diabetes Mellitus tipo 2, atuando na pós- prandial (LIRAGLUTIDA, 2011b).

A liraglutida contribui para um alargamento na secreção de insulina

semelhante ao aumento das concentrações de glicose. Utilizando uma infusão de

Page 43: Tcc liraglutida metformina

42

glicose escalonada gradual, a taxa de secreção de insulina aumentou após uma

exclusiva dose de liraglutida tanto em pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2 quando

em pacientes saudáveis (LIRAGLUTIDA, 2011b).

Absorção: O absorvimento da liraglutida depois de ser administrada alcança

o tempo Maximo de 8-12 h no organismo, este fármaco tem ação lenta.

Distribuição: Com a administração da liraglutida ela atinge uma distribuição

de 11 a 17 litros, por via subcutânea, enquanto se fosse administrada por via

intravenosa teria uma distribuição de apenas 0,07 L/kg. A liraglutida tem uma vasta

ligação a proteínas plasmáticas (LIRAGLUTIDA, 2011b).

Metabolismo: O metabolismo da liraglutida e endógena de forma análoga

as proteínas maiores, mais não tem um órgão especifico de eliminação

(LIRAGLUTIDA, 2011b).

Eliminação: A liraglutida e excretada pela urina e nas fezes tem uma

depuração plasmática de aproximadamente de 1,2 L/h, o seu tempo de meia-vida e

de 13 h no organismo (LIRAGLUTIDA, 2011b).

1.5. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

1.5.1 Tratamento do diabetes Mellitus tipo 2

O uso de medicações está sendo indicado para o tratamento da Diabetes

Mellitus tipo 2, quando a dieta e o aumento da atividade física não estiverem sendo

suficientes para um bom resultado, ou seja, não está havendo controle glicêmico

(ARAÚJO; BRITTO; PORTO DA CRUZ, 2000).

O tratamento da Diabetes Mellitus com o cloridrato de metformina já é antigo.

Recentemente é que foram lançados novos medicamentos, como a liraglutida, que

tem um novo mecanismo de ação (ALFONSO; ARIZA, 2008)

1.5.1.1 Cloridrato de Metformina

O cloridrato de metformina é um medicamento da classe das biguanidas,

sendo esta a classe mais utilizada para o tratamento da Diabetes Mellitus tipo 2, por

Page 44: Tcc liraglutida metformina

43

ser uma classe que apresenta menor número de efeitos colaterais (ARAÚJO;

BRITTO; PORTO DA CRUZ, 2000).

Tem como mecanismo de ação a inibição da gliconeogênese hepática, que é

decorrente da redução da resistência à insulina no fígado, onde reduz

principalmente a glicemia de jejum. Por estimular uma captação de glicose nos

tecidos periféricos, esta medicação não eleva os níveis séricos de insulina e não se

associa à hipoglicemia (WEINERT; CHEUICHE; SILVEIRO, 2011).

Estudos mostram que o controle glicêmico feito pelo uso do cloridrato de

metformina reduz os riscos de doenças cardiovasculares e também a mortalidade

que esta relacionada com a DM (Diabetes Mellitus). O cloridrato de metformina é

encontrado em forma de comprimidos de 500mg a 800mg, e deve ser administrada

após as refeições para que assim se reduza os efeitos gastrointestinais. Seus efeitos

colaterais consistem em diarreias, gosto metálico na boca e náuseas (ARAÚJO;

BRITTO; PORTO DA CRUZ, 2000).

Há relatos, de que o cloridrato de metformina pode causar uma deficiência de

absorção da vitamina B12 (WEINERT; CHEUICHE; SILVEIRO, 2011).

Quanto aos efeitos antagônicos graves, a acidose lática é um episódio raro e

sucede quase excepcionalmente em pacientes de risco, tais como portadores de

insuficiência renal grave, insuficiência cardíaca congestiva descompensada e

insuficiência hepática e pulmonar (ARAÚJO; BRITTO; PORTO DA CRUZ, 2000).

1.5.1.2 Liraglutida

Os glucagon-like peptídeo 1 (GLP-1) é um dos peptídeos que se encontram

no intestino, que tem como função aumentar a secreção de insulina em resposta á

ingestão de nutrientes (ALFONSO; ARIZA, 2008).

O GLP-1 faz o estimulo da secreção de insulina, retarda o esvaziamento

gástrico e reduz o apetite, e seu principal efeito ocorre na glicemia pós-prandial

(WEINERT; CHEUICHE; SILVEIRO, 2011).

Estas suas ações são produzidas quando ligado a sua proteína G do receptor

acoplado (GLP-1R), que está localizado em vários tecidos (ALFONSO; ARIZA,

2008).

Page 45: Tcc liraglutida metformina

44

Contudo, a meia-vida do GLP-1 é muito curta, chega a ser menor do que 3

minutos devido ser deteriorado pela enzima dipeptidilpeptidase 4 (DPP-IV)

(ENTENDENDO A LIRAGLUTIDA, 2012).

A liraglutida é um análogo de GLP-1, e é resistente à inativação pela DPP-IV

(ALFONSO; ARIZA, 2008).

A liraglutida é usada para o tratamento da Diabetes Mellitus tipo 2. Tem

mecanismo de ação parecido ao GLP-1, porém com máxima potência e maior tempo

de meia vida (ENTENDENDO A LIRAGLUTIDA, 2012).

Apresenta meia-vida de aproximadamente 13 horas (FARIA et al., 2010).

Esta medicação tem como vantagem a sua posologia, que é de apenas uma

aplicação ao dia (WEINERT; CHEUICHE; SILVEIRO, 2011).

Tem como efeito adverso casos intestinais, como diarreias e náuseas

(ALFONSO; ARIZA, 2008).

Um enorme benefício do seu uso é o desempenho glicose-dependente, ou

seja, ele age exclusivamente quando os níveis de glicose no sangue ficam acima do

habitual (ENTENDENDO A LIRAGLUTIDA, 2012).

1.5.2 Tratamento da obesidade com medicamentos

Ultimamente, o tratamento farmacológico para obesidade tem passado por

uma grande transformação, onde ocorre o surgimento de várias novas drogas com

diferentes mecanismos de ação (FARIA et al., 2010).

A obesidade também aumenta o risco de incidência da Diabetes Mellitus tipo

2 (FUJISHIMA, 2012).

1.5.2.1 Cloridrato de Metformina

O cloridrato de metformina se tornou uma novidade no arsenal

medicamentoso contra a obesidade. É um medicamento que promove tanto a perda

de peso quanto a redução da gordura visceral (BUCHALLA, 2006).

Ela é comumente utilizada como um tratamento primário ou adjuvante em

obesos. Porém ainda não ficou evidente o real efeito desta droga que faça com que

o peso corporal seja reduzido. Não se sabe ao certo, se esta ação esta associada

Page 46: Tcc liraglutida metformina

45

com alterações na composição corporal ou a sensibilidade à insulina (BUCHALLA,

2006).

A perda de peso proporcionada pelo cloridrato de metformina varia de 5% a

7% do peso inicial, e a redução da circunferência abdominal pode chegar a 3

centímetros. Por mais que o cloridrato de metformina não apresente efeitos

adversos tão severos, ainda é necessário verificar sua segurança em pacientes que

não tem diabetes. De acordo com os endocrinologistas a insulina é um dos fatores

mais importantes para o desenvolvimento da obesidade (BUCHALLA, 2006).

Foi observado que a adição do cloridrato de metformina, juntamente com

dieta e exercícios físicos, resulta em uma melhoria significativa do IMC (Índice de

massa corporal) (WILSON, 2010).

1.5.2.2 Liraglutida

A liraglutida tem propriedades farmacêuticas como antidiabético e

anorexiante. É um composto que facilita o controle do peso corporal, sendo então

útil no tratamento da obesidade (HALPERN; MANCINI, 2006).

Além de ser uma agente promissora no tratamento de Diabetes Mellitus tipo

2, a liraglutida também é considerada como um ótimo tratamento para a obesidade

(FUJISHIMA, 2012).

Analisando a potencialidade da medicação como adjuvante no tratamento da

obesidade, mesmo em pacientes não diabéticos, ampliou-se o número de análises

para avaliar a eficácia, garantia e tolerância da liraglutida na terapêutica de

pacientes obesos não diabéticos. A perda de peso que ocorre com o uso da

liraglutida está provavelmente relacionada a uma combinação de efeitos no trato

gastrointestinal (TGI) e no cérebro. O GLP-1 quando ativo inibe o apetite, tanto em

pessoas normais quanto em obesos, além de retardar o esvaziamento gástrico

(FARIA et al., 2010).

Em estudos realizados, a liraglutida utilizada em longo prazo, reduziu

significativamente o peso corporal e a adiposidade visceral de gordura, tanto de uma

forma direta quanto indiretamente. Além de tudo, a liraglutida reduz a necessidade

de ingestão de gordura (FUJISHIMA, 2012).

Page 47: Tcc liraglutida metformina

46

1.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS MEDICAMENTOS

1.6.1 Cloridrato de Metformina

Como fato primordial dentre as vantagens do cloridrato de metformina, esta

seu baixo custo para obtenção, além de sua capacidade em aumentar

significativamente a sensibilidade do hormônio insulina nos tecidos periféricos, como

foco principal no fígado, o fato de ela conseguir diminuir a glicemia sanguínea se da

pelo evento da diminuição na produção hepática da glicose, dentre suas

significativas vantagens ainda se pode destacar que esta biguanida não causa

hipoglicemia, além de reduzir à insulinêmica. É geralmente indicada para pacientes

já obesos, por não se associar a ganho de peso, e sim ao contrario, a perda de

peso, mesmo que em baixa quantidade, e com isso ajudar na redução relacionada

ao perfil lipídico, como também nos índices pressóricos, sendo a única medicação

capaz de abaixar significativamente as chances de complicações cardiovasculares

em pacientes já obesos, além do infarto do miocárdio (DIAGNÓSTICO, 2012; SILVA,

2012).

Suas únicas desvantagens esta em efeitos adversos, tais como desconforto

gastrointestinal, incluindo diarreia, vômitos, desconforto abdominal, mais apenas 5%

dos pacientes não fazem uso desta medicação por não tolerar sua composição,

incluindo também pacientes com disfunção renal, o que facilita a formação de

acidose láctica, mais em muitas vezes rara, pacientes com insuficiência cardíaca

congestiva, e com doença hepática crônica (DIAGNÓSTICO, 2012; SILVA, 2012).

1.6.2 Liraglutida

A primeira e mais especifica vantagem em relação a liraglutida, é por ser um

análogo de um hormônio já produzido no corpo humano, com características 97%

idênticas, o que facilita sua ação através do reconhecimento pelos receptores das

membranas celulares (KNUDSEN et al., 2003).

Page 48: Tcc liraglutida metformina

47

Sua administração é necessária apenas uma vez ao dia, através de injeção

subcutânea, seu tempo de ação perdura por mais tempo, ate mesmo que o

hormônio já produzido pelo corpo, sua duração é entorno de 12 horas, devido a

alterações estruturais, que a tornam resistente à inibição pela enzima DDP-IV,

devido à adição de um acido gordo, permitindo à ligação não covalente a albumina

(HUUSFELDT et al., 2002).

Auxilia ainda na perda de peso, através da demora do esvaziamento

gástrico, o que produz uma maior saciedade, refletindo na diminuição da massa

visceral e subcutânea, e grande aumento na massa magra, melhora controle

glicêmico, e auxilia o aumento da secreção de insulina. Dentre suas desvantagens

pode-se destacar principalmente seu elevado custo, além de que sua melhora como

terapêutica no controle glicêmico se obtém através de combinação com outros

hipoglicemiantes orais, especialmente com o cloridrato de metformina, o que deduz

que como monoterapia obtém benefícios, mais não grandiosos como em

associação. Seus efeitos adversos persistem durante as 8 primeiras semanas de

tratamento, e 5% dos pacientes abandonam o tratamento devido a eles (KNUDSEN

et al., 2003; HUUSFELDT et al., 2002; ANDREANI et al., 2009).

Page 49: Tcc liraglutida metformina

48

2 MÉTODOS

2.1 TIPO DE PESQUISA

O método da pesquisa utilizada neste trabalho é caracterizado como

pesquisa bibliográfica. Esta pesquisa representa a “coleta e armazenagem de dados

de entrada para a revisão, processando-se mediante levantamento das publicações

existentes sobre o assunto ou problema em estudo, seleção, leitura e fechamento

das informações relevantes”.

2.2 SELEÇÃO DA BIBLIOGRAFIA

O conteúdo bibliográfico foi selecionado em bibliotecas através de livros,

obras de referência, periódicos científicos, na Internet através das seguintes bases

de dados como Scielo, Pubmed e Google Acadêmico com as palavras-chave

cloridrato de metformina, liraglutida, Diabetes Mellitus tipo 2 e Obesidade.

Page 50: Tcc liraglutida metformina

49

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através das pesquisas e estudos realizados neste trabalho, e fato de que os

medicamentos, tanto o cloridrato de metformina quanto a liraglutida, tem

especificado em suas indicações, como medicamentos específicos para o

tratamento da doença Diabetes Mellitus, no caso da liraglutida somente para o tipo 2

e já o cloridrato de metformina seja do tipo 1 como coadjuvante no tratamento com a

insulina, ou no tipo 2, utilizadas em monoterapia ou juntamente com outros anti-

hipoglicemiantes orais, não havendo em lugar alguma indicação absoluta ou própria

para tratamento da obesidade.

Pelo fato de estes medicamentos, ocasionarem efeitos colaterais, dentre

eles a demora do esvaziamento gástrico, mantendo desta maneira o paciente que

faz utilização desta medicação, saciado por um período maior de tempo, sendo

assim o paciente obtém um beneficio uma pequena mais considerável perda de

peso, o que vem ajudando para que as pessoas os confundam com medicamentos

anoréticos.

Os meios de comunicação, em especial a televisão e revistas têm infinitos

poderes de cativar seus consumidores, ao ponto de incentivar a compra de produtos

demonstrados em suas dependências, o que se torna maléficos em relação ao

medicamento liraglutida com propagandas não verídicas em relação ao “potencial

anorético”, o que incentivou pessoas obesas a se automedicarem, com esperança

de que o medicamento resolvesse seu problema, não procurando nem mesmo a

orientação medica, fazendo a automedicação.

Com base nos materiais estudados neste trabalho, constatamos que há uma

perda de peso com a utilização destes medicamentos, porém com pouca eficiência

como citados nas propagandas mencionando que são medicamentos milagrosos.

Esses perde de peso se tem, pois estes medicamentos atuam no SNC no centro da

saciedade fazendo que o paciente tenha uma redução do apetite, atuam também no

trato digestivo fazendo que se tenha um retardamento no esvaziamento gástrico.

Com isso concluímos que estes medicamentos são eficazes para uma

pequena perda de peso, para pacientes que pretendem ter uma perda de peso muito

grande não ter muita eficácia com estes medicamentos, e se deve ter uma cautela,

pois a indicação destes medicamentos não é pra este tipo de tratamento podendo

ocasionar problemas indesejáveis.

Page 51: Tcc liraglutida metformina

50

REFERÊNCIAS

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