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Projeto em Desenvolvimento

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FACULDADE DE ADMINISTRAO CINCIAS EDUCAO E LETRAS FACELPSICOLOGIAPSICOLOGIA SOCIAL E POLTICAS PBLICAS: Os processos de reinsero social dos usurios de crack em situao de ruaIvan Boeno de Camargo JuniorCuritiba PR2015Ivan Boeno de Camargo JuniorPSICOLOGIA SOCIAL E POLTICAS PBLICAS: Os processos de reinsero social dos usurios de crack em situao de ruaPr-projeto de Trabalho de Concluso de Curso apresentado na Faculdade de Administrao Cincias Educao e Letras FACEL como requisito bsico para a concluso do Curso de Psicologia.Orientador (a): Silvia BrandtCuritiba PR2015SUMRIO

4INTRODUO

81.O CAPITALISMO E O SURGIMENTO DA PSICOLOGIA

101.1Histria da Psicologia Social no Brasil: de um fazer excludente a uma prtica transformadora

INTRODUOO presente projeto resultado de uma inquietao do pesquisador frente a crescente discusso sobre polticas pblicas para o tratamento de lcool e outras drogas, que ganharam ainda mais destaque com a implantao do programa Crack possvel vencer, (GOVERNO FEDERAL, 2013) implantado em dezembro de 2011 e que de acordo com balano do programa j tem adeso de todos os estados e de 118 municpios at 2013.

O programa gerou grande polmica e foi alvo de muitas crticas ao aplicar a medida de internao compulsria em regies conhecidas como cracolndia, em So Paulo no ano de 2012. O artigo da Terapeuta Ocupacional e militante poltica, Camila Viviane Lui de Souza (2014, p.1), tenciona crticas sobre o programa, e de acordo com a terapeuta o mesmo se prope a trabalhar com seguintes eixos: Preveno, Cuidado e Autoridade, mas infelizmente, s o ltimo eixo parece ser colocado em prtica. Diante de tais crticas, o objetivo da presente pesquisa inicialmente era conhecer o programa e compreender as suas especificidades para ento validar ou no as hipteses sobre o mesmo. A anlise do assunto, no entanto, levou um processo de reelaborao e aprofundamento da problemtica.

Entendendo que a subjetividade do homem se objetiva nas relaes com os signos externos, e que estes so conceituados a partir das ideologias que circundam a sociedade a partir de materialidades realizadas em nvel gerencial maior. Percebe-se como necessrio conhecer se e de que formas a Psicologia tem influenciado na elaborao e gesto das polticas pblicas, para que, contrariando as crticas citadas acima, os eixos de preveno e cuidado sejam de fato operacionalizados, garantindo a humanizao e reinsero do usurio de crack. Somadas s questes da relao entre a Psicologia poltica e as polticas pblicas, outra problemtica relacionada s drogas destacada: o alto ndice de usurios de crack em situao de rua. De acordo com Ribeiro & Laranjeira (2012, p.39) o usurio de crack apresenta um mais grave padro de consumo, maior envolvimento em atividades ilegais e prostituio, maior risco dos efeitos adversos e maior chance de morar ou ter morado na rua. A pesquisa de Bastos & Bertoni (2014, p. 50) indica que os usurios de crack e/ou similares so, majoritariamente, adultos jovens com idade mdia de 30,28 anos. Embora a maior parcela da populao usuria de crack seja adulta, importante tambm compreender que crianas e adolescentes em situao de rua que fazem uso e abuso de drogas tem suas condies ainda mais agravadas devido ao efeito do crack que dificulta, a curto e longo prazo, o estabelecimento das relaes sociais, implicando no processo de socializao.

O presente projeto possui ento uma importncia social, pois, a anlise da influncia da Psicologia nas polticas pblicas essencial para a construo de diretrizes gerais para as prticas psicolgicas na sociedade, alm de proporcionar possveis estratgias de operacionalizar propostas e polticas que j esto em vigor, porm que ainda no so eficazes. Em termos administrativos Megginson (1998, p. 11) define eficcia como:

A capacidade de fazer as coisas certas ou de conseguir resultados. Isto inclui a escolha dos objetivos mais adequados e os melhores meios de alcan-los. Isto , administradores eficazes selecionam as coisas certas para fazer e os mtodos certos para alcan-las.Desse modo, as polticas para usurios de crack e outras drogas existem e so teoricamente muito bem construdas (so eficientes), mas acabam no sendo apropriadas pela populao que delas se beneficiam. Enquanto pesquisador e sujeito que me deparo no cotidiano [in]comum (Santa Morte, 2015) com indivduos que vivem em situao de rua, e que por vezes, pedem alguns minutos de ateno seja para pedir algumas moedas, pedir um prato de comida, ou simplesmente ser ouvido. quando se caminha longas distncias nas principais ruas da cidade - e se deparando de esquina a esquina com pessoas alojadas em marquises, embrulhadas em papelo, dividindo o que conseguiu do almoo, guardando os pertences nas tampas de registro de gua, vivendo um dia aps o outro para subsistir, e ainda, muitas vezes tudo isso ainda somado dependncias - que se pode ter o mnimo de sensibilidade e se perguntar, ser mesmo que eles vivem assim por que querem? Para a justificativa acadmica, destaca-se a importncia desta e de outras pesquisas sobre o crack e seus efeitos sobre a sociedade, pois o uso e abuso desta substncia promovem transformaes dialticas entre sujeitos e polticas de sade sobre o crack e seus efeitos sobre a sociedade de uma forma ampla desde aspectos de sade at segurana pblica, habitao, educao, assistncia social, entre outros.

O conceito de dialtica ser o plano terico que ser utilizado para fundamentar o atual projeto. O terico que estruturou a Psicologia Scio-Histrica, Lev Semyonovich Vygotsky (2007, p. 62), admite que a influncia da natureza sobre o homem, afirma que o homem, por sua vez, age sobre a natureza e cria, atravs das mudanas provocadas por ele na natureza, novas condies naturais para sua existncia, ou seja, o indivduo e a sociedade no so compreendidos de forma isolada, mas sob uma tica interacionista e dinmica (dialtica).

Os princpios da Psicologia social que so caracterizados pelo compromisso social, um trabalho transformador e emancipador, sero norteadores para a compreenso do processo de reinsero social do usurio de crack. O conceito de Paulo Freire (1987, p. 38) de emancipao que a libertao autntica, que a humanizao em processo, no uma coisa que se deposita nos homens [...] prxis, que implica na ao e reflexo, ou seja, a Psicologia social no compreende o indivduo de forma cristalizada ou ainda passiva, Para ela o sujeito tem um papel ativo em seu contexto em um processo dialtico em que o indivduo e o ambiente se modificam mutuamente. Diante dos atuais desafios para o governo e ainda do paradigma de uma Psicologia Social baseada no mtodo materialista histrico dialtico, possvel questionar: como a Psicologia pode intervir nas polticas pblicas para o processo de reinsero social do usurio de crack em situao de rua?

O objetivo principal deste trabalho analisar a influncia da Psicologia na formulao de polticas pblicas, no que diz respeito aos processos de reinsero social do usurio de crack em situao de rua quando submetidos s polticas de assistncia social e sade.

Como objetivos especficos pode-se apontar: a) analisar como o psiclogo participa da formulao das polticas pblicas e se o mesmo possu poder deliberativo nesse processo; b) compreender as suas funes especficas nas polticas de sade e assistncia social. c) levantar informaes atravs de referncias bibliogrficas sobre a reinsero social do usurio de crack em situao de rua, e quais so as alternativas de trabalho que podem possibilitar a reinsero social ; d) verificar qual o papel do psiclogo no programa crack possvel vencer e de que forma este programa atua para que as polticas para o crack sejam eficazes, e se ele de fato eficaz.

Como metodologia do presente estudo, que de base exploratria, utilizar-se- a anlise qualitativa, a partir da coleta de dados em base miditica, ou seja, reportagens, grficos, mapas e descries disponveis em bancos de dados eletrnicos do programa crack possvel vencer. Como procedimento foi realizado levantamento bibliogrfico acerca do marco terico, psiquiatria, cincias sociais e direito.

Para tanto, o presente estudo se organiza da seguinte maneira: No Captulo 01. O Capitalismo e o surgimento da Psicologia buscou-se fazer um resgate da histria da Psicologia enquanto cincia, bem como destacar os ideais iluministas burgueses que a mesma se apropriou. Demonstrando assim que a Psicologia s foi necessria por uma condio histrica, e que de alguma forma contribuiu para a excluso, e como posteriormente a mesma passou por uma transformao paradigmtica e finalmente assume um papel construtivo nas polticas pblicas e volta-se s parcelas esquecidas da sociedade.O Captulo 2.Polticas pblicas e o processo de reinsero social.O Captulo 03. A participao social da psicologia na formulao de polticas pblicas.Captulo 04: discusso. Onde foi realizada uma anlise dos processos de reinsero social do usurio de crack a partir dos materiais encontrados, que foram confrontados com o marco terico da psicologia...

Captulo 05: Consideraes finais1. O CAPITALISMO E O SURGIMENTO DA PSICOLOGIAA ascenso do capitalismo bem como as revolues burguesas na Europa foram fatores que estiveram atrelados consolidao da Psicologia como cincia. De acordo com Bock (2001, p.15), entre os principais ideais que permeavam o pensamento cientfico-filosfico no sculo XIX, destacavam-se a nfase na razo humana, na liberdade do homem, na possibilidade de transformao do mundo real e nfase no prprio homem. O Capitalismo apropria-se desses discursos filosficos, assim como a Psicologia, e legitima-se medida que a sociedade passa a reproduzir tal discurso. Para que o mesmo se consolidasse, foram necessrios no s que os modos de produo se aprimorassem, mas tambm que outras revolues de conceitos religiosos at os cientficos ocorressem, criando assim um contexto poltico, econmico, filosfico, religioso, cultural e cientfico favorvel para que o capitalismo firmasse colunas e expandisse os seus territrios. importante ressaltar que o mundo, como naturalizado pela sociedade contempornea, s foi possvel atravs das revolues mencionadas. Corroborando com esse o raciocnio, Hobsbawm (2010, p.) enfatiza que esta revoluo transformou, e continua a transformar, o mundo inteiro". A Revoluo Industrial, conforme indica Hobsbawm (2010, p.) foi o triunfo no da indstria como tal, mas da indstria capitalista; no da liberdade e da igualdade em geral, mas da classe mdia ou da sociedade burguesa liberal. Os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade, da Revoluo Francesa trazem consigo uma pergunta que acaba sendo inevitvel de fazer: igualdade, liberdade e fraternidade para quem? Essa pergunta tambm pode ser feita se trocarmos esses sufixos por Psicologia. Conforme exposto acima, a cincia tambm passou por diversas transformaes, rompendo com o paradigma teocntrico da idade mdia, e voltando-se para o homem e o ambiente. Hobsbawm (2010, p.) enfatiza que em 1789:

As hipteses gerais sobre o mundo e o homem estavam marcadas por um penetrante individualismo, que se devia mais introspeco dos indivduos da classe mdia ou observao de seu comportamento do que aos princpios a priori nos quais declarava estar fundamentada, e que se expressava em uma psicologia (embora a palavra ainda no existisse em 1789).

As cincias conquistaram espao na era moderna, dentre elas a Psicologia que passou a servir e atender demanda de uma classe burguesa. Seu sujeito de estudo e suas origens epistemolgicas so produtos de concepes capitalistas. De acordo com Bock (2001, p.19) a histria do capitalismo carrega a ideia de um mundo interno aos sujeitos, da existncia de componentes individuais, singulares, pessoais, privados, toma fora permitindo que se desenvolva um sentimento de eu. Os discursos liberais se utilizam o saber Psicolgico para explicar as injustias sociais, justificando que os homens, sujeitos singulares, podem ascender na sociedade conforme se aproveitam do que recebem de forma igualitria da sociedade (Revoluo Francesa). Newton Duarte (2004, p.127) destaca que a Psicologia burguesa possui um carter aistrico, estabelecendo estgios de desenvolvimento que independem do contexto social/cultural e, alm disso, psicologiza as diferenas de classe pela ideologia do talento e da naturalizao da hierarquia social. Com uma base filosfica racionalista e dualista, esse homem livre e racional foi dividido e estudado em um modelo mecanicista, em que o mesmo visto como um relgio. A mente e tambm o meio que esse homem vive so dissecados, desse modo, construindo assim campos fragmentados de estudo: As Cincias Humanas e as Naturais. importante ressaltar que esses pressupostos no s influenciam a cincia, mas todo um modelo de sociedade, o trabalho, por exemplo, sofre as consequncias dessa diviso fsico-psicolgica, ao passo que os trabalhos manuais vo se distinguindo dos trabalhos intelectuais, segundo Marx, fator que contribui para alienao do sujeito no processo produtivo, sua crtica alienao advinda do capitalismo expressiva em O Capital (1996, p. 274), nele Marx enfatiza que todos os meios para o desenvolvimento da produo se convertem em meios de dominao e explorao do produtor, mutilam o trabalhador, transformando-o num ser parcial, degradam-no, tornando-o um apndice da mquina. Essa crtica viso mecanicista e fragmentada e dicotmica de homem s seria superada na Psicologia a partir de um paradigma mais interacionista, com uma Psicologia de base Marxista.Em oposio a essa Psicologia burguesa e aistrica Vygotsky desenvolveu na Rssia uma teoria que buscava resgatar a historicidade do sujeito, superando vises dicotmicas de homem e compreendendo que este constitudo na relao com o mundo, condio em que ambos se modificam mutuamente. Para destacar a importncia da historicidade foi resgatada a necessidade da Psicologia para uma sociedade capitalista, ou seja, uma cincia e suas formulaes tericas esto sempre em uma relao dialtica com a realidade material de uma sociedade. Do mesmo modo, isso acorreu na Unio Sovitica com Vygotsky, de acordo com Cole & Scribner (2007, p.)

A teoria psicolgica no poderia ser elaborada independentemente das demandas prticas exigidas pelo governo, e o amplo espectro da obra de Vygotsky mostra, claramente, a sua preocupao em produzir uma psicologia que tivesse relevncia para a educao e para a prtica mdica.Portanto Vygotsky e com teoria Scio-Histrica procurou responder s questes que o seu pas necessitava, e baseou-se na metodologia e prtica marxista que foi apropriada pela toda sociedade sovitica, principalmente na esfera poltico-econmica. Um dos principais aspectos pesquisados por Vygotsky foram questes relacionada aprendizagem, sobre isso Lucci (2006, p. 2,3.) enfatiza que no pas um dos mais srios problemas a enfrentar era o da educao. Consta que por aquela poca o ndice de analfabetismo girava em torno de 70%. sob a base do materialismo histrico dialtico Vygotsky desenvolve uma teoria interacionista e segundo Bonin (1996 Apud Lucci, 2006, p. 4) uma nova teoria que abarcasse uma concepo de desenvolvimento cultural do ser humano por meio do uso de instrumentos, em especial a linguagem, tida como instrumento do pensamento.1.1 Histria da Psicologia Social no Brasil: de um fazer excludente a uma prtica transformadora*Marco terico, onde se operacionaliza os conceitos de Psicologia, como dialtica, signos, linguagem e pensamento, participao social, etc.*Falar mais sobre a Psicologia Social bem como aprofundamento em materialismo histrico dialtico, Vygotsky, etc..

O contexto histrico da construo da Psicologia como profisso no Brasil, assim como na gnese da mesma, marcado por um saber elitista, segregacionista e sem compromisso social e comunitrio. A Psicologia como um campo do saber sobre o indivduo e a subjetividade se limitava a criar mtodos para investigar e resolver mazelas acerca desse ser, dentre estes, no Brasil destacam-se os testes psicolgicos. De acordo com Bock (2011, p.1):A modernidade est diretamente relacionada tecnologia: ao saber fazer com a ajuda de uma tcnica ou aparelho. A Psicologia se apresenta com seus instrumentos tcnicos: os testes psicolgicos. Se dispe a ajudar na categorizao, discriminao, diferenciao dos sujeitos para que pudssemos (baseados na cincia e a tcnica) produzirmos processos sociais mais eficientes. O Homem certo para o lugar certo era a resposta que oferecamos elite brasileira.Apesar de regularizada em 1962, a prpria Psicologia passou por processos de redefinies ideolgicas, Bock afirma que (Ibid., p. 2) no tnhamos a corporao para dar forma profisso; no tnhamos o discurso ideolgico que caracteriza uma profisso; no tnhamos modelos nem lastro. As condies ideolgicas para as prticas no eram coerentes com as demandas e o contexto scio-histrico da populao brasileira, que em sua maioria carecia de polticas de assistncia e compromisso social.O cenrio da profisso foi se transformando na medida em que a Psicologia passa por uma transformao terica e prtica. De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (CFP. 2011, p. 14):A Psicologia brasileira passou a criticar suas referncias tericas e prticas na medida em que profissionais, professores, pesquisadores e estudantes passaram a responder s demandas dos diversos segmentos da sociedade com os quais trabalhavam. Buscam compreender, no cenrio estrutural da desigualdade socioeconmica, a fala dos sujeitos imersos em prticas e discursos institudos que legitimavam a segregao e a excluso. So gestadas, nessas condies, prticas que procuram atender s demandas da maioria da populao, at ento alijada do acesso ao trabalho do psiclogo, como a Psicologia comunitria e jurdica, entre outras prticas.A partir dessa mudana paradigmtica, de uma prtica social e historicamente contextualizada, a Psicologia encontra um papel construtivo nas polticas pblicas. No entanto, deve-se observar em que tica atuar, pois para Bock (2011, p.6), polticas pblicas no so polticas para pobres. Polticas Pblicas so polticas para todos, portanto devemos construir uma cincia que promova os direitos humanos para todos, atentando para as populaes que nunca tiveram servios de Psicologia ao seu alcance.A Psicologia Social foi desenvolvendo-se a partir de diversos acontecimentos que ocorreram no mundo todo. A Psicologia social latino americana possui caractersticas diferenciadas da norte americana, em decorrncia do contexto scio estrutural que se encontrou no momento de sua insero. Sobre as prticas comunitrias, Quintal Freitas (2012, p. 375) indica que: Todas eram prticas orientadas por um tipo de Psicologia Social, Nacional e Latino-Americana, que buscava conhecer a realidade concreta das pessoas; eram trabalhos que explicitavam algum tipo de compromisso poltico em favor dos setores populares; defendiam uma ligao necessria com outras reas do conhecimento; e criticavam as teorias psicolgicas que fossem ahistricas e reducionistas e que, infelizmente, predominavam na formao dos futuros psiclogos.A aproximao do psiclogo com as realidades cotidianas das comunidades possibilitou que os objetivos fossem alcanados com exito, que o mesmo compreendesse que a prtica social no fundamentada em roteiros pr-estabelecidos, mas sim em trabalhos contextualizados, voltados s demandas da sociedade e das condies existenciais dos indivduos nela vivem e nela sofrem. 2. POLTICAS PBLICAS E O PROCESSO DE REINSERO SOCIAL

A reinsero social s mencionada, quando de alguma forma existe seus outros extremos: a excluso, isolamento e alienao em relao sociedade. Corroborando com Ganev & Lima (2011) a reinsero social pode ser definida como o processo de integrao ou reintegrao de um indivduo ou grupo que no participa (ou nunca exerceu) do convvio social e no exerce sua cidadania, atravs do trabalho, convvio familiar, escolar, etc. Os indivduos que vivem em situao de rua, como que com um grito de protesto e resistncia Gentrificao Urbana, conceito estudado e desenvolvido como fenmeno por Neil Smith, um gegrafo crtico que constri suas teorias sob uma perspectiva marxista. (MENCIONAR: As faces (in)visveis da regenerao urbana: rua Riachuelo e a produo de um cenrio gentrificado)*Declarao universal dos direitos humanos

Usar: Conselho Federal de Psicologia. Drogas, Direitos Humanos e Lao Social. - Braslia: CFP, 2013.

2.1 Polticas de assistncia social

1.2 O Estado, setor privado e o terceiro setor2.2.1 A poltica pblica e o consumo de crackAs polticas pblicas para drogas um eixo, no menos importante, das necessidades no pas quando se fala em excluso social, que tambm ocorre em um processo cclico e estrutural com diversas outras parcelas da populao que ainda sofrem com o problema da excluso, como por exemplo: as pessoas com necessidades especiais, a populao negra, a populao LGBTT, as pessoas com transtorno psiquitrico, a periferia, entre outras.

A incluso um momento histrico que temos presenciado, pois ao analisarmos as culturas da antiguidade, idade mdia e modernidade, percebemos uma excluso e elitizao sem questionamentos ticos e morais sobre tais atos. O direito cidadania garantido pela Constiuio Federal Brasileira

, no entanto, observa-se pessoas morando nas ruas, nos centros das cidades em condies precrias de existncia, mal se pode mencionar a possibilidade de um alimento, qui de cidadania.

3. O USO DE DROGAS NA HISTRIA E NOS DIAS ATUAISAssim como se entende que a Psicologia no surgiu sem uma influncia do contexto, o sentido atribudo s drogas atualmente no algo que pode ser naturalizado ou simplesmente reduzido aos efeitos da droga no sistema nervoso, sob uma perspectiva biologicista. importante mencionar que os fatores que podem contribuir para o tratamento e a reinsero social so uma compreenso interativista e contextualizada da dependncia. Pesquisadores da rea de dependncia e tratamento de drogas como Marcelo Ribeiro **citar**..., onde se considera que as drogas, situao de rua, a prostituio e o trfico (trabalho) e a violncia, entre outros fatores sociais se influenciam mutuamente e de uma forma multideterminada constituem o usurio de crack.3.1 O Estado da Arte em pesquisas sobre o crack

3.2 O uso de drogas nas concepes hegemnicas dos manuais

3.3 Cultura do consumo: de rituais at os dias atuais

3.4 Histria do crack no Brasil3.5 Perfil do usrio de crackOs organizadores Bastos & Bertoni realizaram uma pesquisa nacional sobre o uso e abuso de crack, fazendo um mapeamento, nos municpios amostrados, nos locais onde se concentravam os usurios de crack. No que diz respeito ao perfil do usurio Bastos & Bertoni (2014, p. 50-54) destacam que:Revelou-se que, no Brasil, os usurios de crack e/ou similares so, majoritariamente, adultos jovens com idade mdia de 30,28 anos [...] predominantemente do sexo masculino 78,68% [...] com um predomnio importante de usurios no brancos nas cenas de uso. Cerca de 20% dos usurios de crack e/ou similares no Brasil eram de cor branca. [...] A proporo de usurios no Brasil que cursaram/ concluram o Ensino Mdio se mostrou baixa, alm da baixssima proporo de usurios com Ensino Superior. No se pode afirmar de maneira simplista que os usurios de crack e/ou similares so uma populao de/na rua, mas expressiva a proporo de usurios que se encontram nesta situao aproximadamente 40% dos usurios no Brasil se encontravam em situao de rua no momento da pesquisa.No possvel constatar que a maioria da populao de rua de fato viciada, tampouco se chegou necessariamente nessas condies por tal motivo, embora seja importante ressaltar que o uso da droga pela droga um agravante para um indivduo j to marginalizado. Alm dos adultos, as crianas tambm fazem uma pequena parte da populao de usurios de crack, o que indica o Levantamento nacional sobre o uso de drogas entre crianas e adolescentes em situao de rua nas 27 capitais brasileiras, realizado pelo Centro Brasileiro de Informaes Sobre Drogas Psicotrpicas (CEBRID). No levantamento Noto (2003, p. 56) que aponta que:

O consumo de derivados da coca (cocana, crack, merla) entre as 2.807 crianas e adolescentes entrevistados que os maiores ndices ocorreram em So Paulo, Recife, Curitiba e Vitria (entre 15 e 26%), seguidas de Natal, Joo Pessoa, Fortaleza, Salvador e Belo Horizonte (entre 8 e 12%).Nesse momento de extrema importncia destacar a infncia e adolescncia, no pela alta incidncia de consumo ou abuso de drogas, mas sim para que as disposies preliminares do Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA) sejam observadas.

A infncia e adolescncia so compreendidas como uma fase singular do desenvolvimento, perodo no qual o indivduo carece de ateno especial, e conforme o 3 artigo do estatuto (1990, p.3) deve ser assegurado por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento fsico, mental, moral, espiritual e social, em condies de liberdade e de dignidade. Para que seja possvel um desenvolvimento de qualidade nas funes psicolgicas superiores, necessrio que existam condies reais para que isso ocorra. 3.5.1. Usurio de crack em situao de rua (cap. 43) ___________

4. A PARTICIPAO SOCIAL DA PSICOLOGIA NA FORMULAO DE POLTICAS PBLICAS.4.1 Reforma PsiquitricaIVAN, SERA QUE VOCE NO PODE FAZER UMA DISCUSSO GERAL NESSE TOPICO 4, UM TEXTO DISCURSIVO SEM ABRIR TOPICOS? FICA DESGASTANTE INICIAR CADA TOPICO.Esse aqui um trecho de um trabalho que eu fiz, pode ficar se quiser..so de sua melhorada iniciando esse topico descrevendo a breve descrio histrica da entrada da psicologia nesse contexto. Pode usar aqueles artigos que eu vi voc falando com a SILVIA para articular e enriquecer esse tpico......... A reforma Psiquitrica entre os anos de 1970 e 1980, a Organizao Mundial da Sade (OMS) analisa o crescimento das doenas mentais, compreendendo que o seu tratamento no mais cabe a responsabilidade de seu cuidado ficar a cargo exclusivo da classe mdica. Preconiza ento a descentralizao dos servios existentes, a integrao de servios psiquitricos em unidades de cuidados gerais, e o aumento da participao de outros profissionais e a participao da comunidade. No Brasil, essas ideias passam a ser direcionadas pelo movimento da Reforma Psiquitrica Brasileira, que nasceu em decorrncia da Reforma Sanitria, tendo seguindo os princpios e diretrizes que a orientam.

Por conta do processo de reforma psiquitrica ocorrido no Brasil como discutido anteriormente, a entrada da psicologia como integrante da equipe multidisciplinar foi necessria para compreender esse fenmeno emaranhado de nexos interfuncionais. Para essa compreenso Diemenstein (1998) aponta em que circunstncias se deram essa insero, esclarece de forma precisa como essa entrada ocorreu nas polticas publicas em um momento preciso em um contexto histrico-poltico-econmico determinado:

A dcada de 70 ficou marcada como uma poca em que o Brasil viveu inmeras transformaes a nvel social e econmico que vieram determinar os rumos das polticas pblicas de sade... pode-se dizer que a partir do final dos anos 70, o campo da sade mental configurou-se como um grande plo de absoro de psiclogos, insero que deu se em parte devido s crticas quanto predominncia de mdicos nas equipes de sade, e ao investimento que passou a ser efetivado em outras categorias profissionais, na tentativa de mudar o modelo mdico pregnante e de formar as equipes multiprofissionais. (1998, pg. 57 e 58).

Ao decorrente deste marco o psiclogo vem adquirindo espao cada vez mais nas redes pblica de sade. Seu papel sempre promover a promoo da sade e qualidade de vida. Assim, tem-se uma atuao no convencional onde classificar-se o trabalho clinico, ou seja, tem-se psiclogos com uma atuao prxima de movimentos institucionais e grupais, saindo do padro clinico. Portanto, neste paradigma, h a equipe do Centro de Ateno Psicossocial (CAPS), promovido pelo SUS, onde h psiclogos atuando junto com uma equipe multiprofissional.

A insero do psiclogo vem contribuir para o crescimento da psicologia social nas redes de sade, mas com todo o crescimento, investimento e conquista sabe-se que, na pratica, no ocorre desta forma. Muitas vezes, esta insero ainda estudada e pesquisada, pois este trabalho recente, segundo Menegon e Colho (2006, pg. 168) A participao sistemtica do psiclogo integrando equipes interdisciplinares na rea da sade tem histria bem recente no Brasil, muito embora se tenha conhecimento de profissionais atuando nesta rea h mais de 20 anos.Referencias

DIMENSTEIN, M. D. B. (1998) O psiclogo nas Unidades Bsicas de Sade: Desafios para a formao e atuao profissionais. Estudos de Psicologia Disponvel no site: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2010000300006 (acesso em 29/10/2014 s 18h25min).MENEGON, V. S. M., & Colho, A. L. E. (2006), A insero da Psicologia no sistema de sade pblica: Uma prtica possvel. Barbari, (24), 177-189, disponvel no site: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_nlinks&ref=000127&pid=S0102-7182200800040000600014&lng=en (acesso em 02/06/2014 s 14horas).

4.2 Histria Do Sus/Suas/Caps

4.2.1 Conselhos de sade

_________________5. Reflexes sobre a participao da Psicologia e anlise crtica das polticas atuais para o crack

5.1 Crack possvel vencer?Referncia (CRACK - um novo olhar)5.2 Cuidado, Preveno e Autoridade: A Psicologia no processo5.3 Processo de ressignificao social e vocacional (p. 434 livro)

*Mencionar crtica (cap. 29) necessidade de um indivdiduo produtivo para ser aceito ou reinserido na sociedade.

_________________

CONSIDERAES FINAIS

REFERNCIASBASTOS, Francisco I., BERTONI, Neilane. Pesquisa Nacional sobre o uso de crack: quem so os usurios de crack e/ou similares do Brasil? Quantos so nas capitais brasileiras? Rio de Janeiro: Editora ICICT/FIOCRUZ, 2014.BOCK, Ana M. B.; GONAALVES, M. G. M.; FURTADO, O. (Orgs). Psicologia scio-histrica: uma perspectiva crtica em Psicologia, So Paulo: Cortez, 2001.BOCK, Ana M. B. Psicologia e Polticas Pblicas, 2001.CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA da 6 regio (org.) Exposio 50 anos da Psicologia no Brasil: A Histria da Psicologia no Brasil./ Conselho Regional de Psicologia da 6 Regio. - So Paulo: CRPSP, 2011.DUARTE, Newton (Org.) Critica ao fetichismo da individualidade. Campinas, SP:

Autores Associados, 2004.ENGELS, Friedrich . Sobre o papel do trabalho na transformao do macaco em homem. In: ANTUNES, Ricardo. (Org.) A dialtica do trabalho: escritos de Marx e Engels. So Paulo: Expresso Popular, 2009. p. 11-28.FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido, 17.ed. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1987.FREITAS, MFQ. Interveno psicossocial e compromisso: desafios s polticas pblicas. In JAC-VILELA, AM., and SATO, L., orgs. Dilogos em Psicologia social [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2012. p. 370-386. ISBN: 978-85-7982-060-1. Available from SciELO Books .GANEV, Eliane; LIMA, Wagner L. Reinsero Social: Processo que implica continuidade e cooperao. Revista Servio Social & Sade. UNICAMP Campinas, v. X, n. 11, Jul. 2011.

GOVERNO FEDERAL. Balano Programa. Disponvel em: acesso em: 20 de maio de 2015.

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no esquecer da pg

No me esquecer da p.

Ivan faa isso at no mximo sexta que vem noite

Maisculas e citar o ano pr nas referncias bibliogrficas. Citar o artigo, pode ser em rodap, caso no cole no texto (mas procure usar rodap o mnimo possvel).

Tudo o que vc est trazendo sobre dogras e consumo estado da arte. O que vc precisa fazer aqui citar pelo menos 5 entrevistas, em psicologia, sobre o seu tema. Na hora de reestruturar, veja a necessidade de tantos subttulos.