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Teoria crítica - Escola de Frankfurt e a indústria cultural Comunicação Social Prof° José Geraldo de Oliveira

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Page 1: TC - Escola de Frankfurt

Teoria crítica - Escola de Frankfurt e a indústria cultural

Comunicação Social

Prof° José Geraldo de Oliveira

Page 2: TC - Escola de Frankfurt

CONTEÚDO

• Teoria crítica - Escola de Frankfurt e a indústria cultural

[Adorno/Horkheimer]

• Importância dos meios de comunicação e da cultura de mercado na

formação do modo de vida contemporâneo;

• Comunicação não pode ser estudada como fenômeno independente,

mas atrelada aos processos históricos e sociais;

• As pessoas se “engajam” na esfera social através do consumo estético

massificado = exploração mercantil da cultura.

• Walter Benjamim – A obra de arte na época da sua reprodutibilidade

técnica.

• Habermas – Ação Comunicativa e espaço público.

Page 3: TC - Escola de Frankfurt

• A sociedade é o resultado do processo de transformação da natureza

pelo homem.

• O trabalho é o fator responsável pela socialização dos seres

humanos e a criação das bases materiais de seu modo de vida.

• Os indivíduos trabalham cooperativamente para satisfazes as suas

necessidades, estabelecendo determinadas relações sociais, que ao

mesmo tempo, se transformam em condição do próprio trabalho.

• A sociedade surge, pois, com o estabelecimento de um certo modo

de vida, em cujas base se funda o desenvolvimento da civilização.

Friedrich Engels ( 1820-1895)

Karl Marx ( 1818 -1883)

Page 4: TC - Escola de Frankfurt

• A sociedade é dividida em homens que trabalham e homens que

dirigem os vários processos de trabalho, condiciona os processos

comunicativos.

• A consciência é produzida dentro de condições de desigualdades.

• O trabalho possibilita a formação de consciência do meio sensível

e esta se expressa necessariamente na linguagem, nascida com a

necessidade de cooperação entre os homens.

• A linguagem não é senão a condensação simbólica da praxis

humana que possibilita a comunicação.

Page 5: TC - Escola de Frankfurt

A história nada mais é do que a sucessão de diferentes

gerações, cada uma das quais explora os materiais, os

capitais e as forças de produção a ela transmitidos pelas

gerações anteriores; ou seja, de um lado, ela prossegue

em condições completamente diferentes da atividade

precedente, enquanto de outro modifica as circunstâncias

anteriores através de uma atividade totalmente diferente (

MARX e ENGELS, 1977: 70).

Page 6: TC - Escola de Frankfurt

• A comunicação deve ser estudada, em sequência, como processo de

generalização simbólica da práxis humana, enquanto mediação mais ou

menos universal do modo de produção.

• A comunicação é uma categoria abstrata, que precisa ser compreendida

no contexto da totalidade concreta, determinada em última instância pelo

modo de produção dominante na sociedade.

• O indivíduo é produto do trabalho.

• O homem não se diferencia dos animais só pelo manejo de símbolos,

mas antes pelo fato de produzir seus meios de subsistência, criar e

transformar praticamente as suas condições materiais de vida.

Page 7: TC - Escola de Frankfurt

• O primeiro ato histórico é a produção dos meios necessários à

sua sobrevida, que, em seguida, criam novas necessidades,

entre as quais a necessidade de cooperação entre os

homens.

• Em dado momento, os homens descobrem que a cooperação

pode facilitar a satisfação de suas necessidades, que o

trabalho em conjunto e sua divisão social representam uma

força produtiva, passando então a viver em sociedade.

Page 8: TC - Escola de Frankfurt

• A comunicação surge no momento, em que as necessidades de trabalhar

em conjunto determina o estabelecimento de certas relações não apenas

entre os homens e a natureza, mas sobretudo entre os próprios indivíduos.

• As relações sociais não surgem para satisfazer necessidades gregárias

abstratas, mas por necessidade de cooperação objetiva.

• Não é um produto de uma vontade de comunicação, mas efeito

comunicativamente mediado do desenvolvimento da cooperação nos

processos de trabalho.

• A produção e o trabalho são fatores de desenvolvimento da comunicação,

da linguagem e da consciência.

Page 9: TC - Escola de Frankfurt

• 1923 – Pesquisadores do Instituto de Pesquisa

Social estudam a sociedade capitalista e o

movimento operário.

• Amplia os horizontes para estudos críticos sobre a

cultura capitalista e a psicologia.

• Uma de suas principais ambições era realizar uma

síntese entre Marx e Freud, ou seja, examinar os

fundamentos culturais e psicológicos do modo

capitalista de produção e, inversamente, os efeitos

do capitalismo na cultura e no psiquismo.

Integrantes do simpósios sobre

marxismo, núcleo fundador da

Escola (1923)

Page 10: TC - Escola de Frankfurt

• O clima político na Alemanha da época não era dos melhores.

• A República de Weimar, fundada depois da queda do imperador

Guilherme II em 1919, com a derrota da Alemanha na 1ª Guerra Mundial,

já nasceu conturbada.

• Dívidas externas, desemprego, rivalidades entre diversas correntes

políticas, greves, tudo isso assolava a nação alemã.

• Tentativa de um golpe político, dado em 1922 por um obscuro líder

político de grupos direitistas, chamado Adolf Hitler.

• Em 1930, Max Horkheimer assume a diretoria da instituição. O ambiente

social e político da Alemanha não havia melhorado muito, ao contrário.

Page 11: TC - Escola de Frankfurt

• No início dos anos 1930 a Alemanha começa a sentir

os fortes efeitos da crise da Bolsa de Nova York (1929).

• As rivalidades políticas aumentam; de um lado

socialistas, comunistas e social-democratas e de outros

grupos direitistas de diversos graus de radicalismo. Os

liberais perdem gradativamente a força, enquanto

aumentava o desemprego, a miséria e a falta de

perspectivas.

• Em 1933 o Partido Nacional Socialista tem maioria no

Parlamento e Adolf Hitler tornar-se o Chanceler.

Integrantes do simpósios sobre

marxismo, núcleo fundador da Escola

(1923)

• Um período de crescente autoritarismo e antissemitismo.

• A Escola de Frankfurt, que sempre teve uma visão crítica, influenciada pelo

marxismo (neomarxismo) não tem mais função nessa sociedade.

Page 12: TC - Escola de Frankfurt

Max Horkheimer Teodor Adorno Walter Benjamin Eric Fromm Herbert Marcuse Jurgen Habermas

Page 13: TC - Escola de Frankfurt

• O instituto de pesquisas sociais muda-se para a Califórnia, em 1934 por

causa da perseguições promovidas pelo nazismo.

• Os pesquisadores se vêm diante do mais avançado exemplo de

sociedade capitalista da época [Estados Unidos].

• O choque com a sociedade de consumo americana leva os

pesquisadores a realizarem uma série de pesquisas e reflexões que

ficou conhecida pelo nome de “teoria crítica”.

Page 14: TC - Escola de Frankfurt

• Apontam que a sociedade capitalista, a

industrialização e a cultura de massa possuem

aspectos negativos.

• Denunciam a alienação, a corrupção da cultura, a

infantilização e a nova forma de escravidão a que

o ser humano “moderno” está sujeito.

• A Teoria Crítica tem nuances e opiniões às vezes

opostas, como o encantamento de Benjamim pela

cidade moderna e o pessimismo de Adorno.

Page 15: TC - Escola de Frankfurt

• A sociedade de consumo é alienante e desumanizante.

• A crítica não é sentida pelas pessoas que participam como

consumidores da sociedade.

• Boa parte dos norte-americanos acreditavam que a industrialização

trouxe os benefícios de uma vida confortável [ Casas com

eletrodomésticos].Em meio a essa festa de consumo, os teóricos veem

a opressão e recorrem à dicotomia entre “civilização” e “cultura”.

Page 16: TC - Escola de Frankfurt

• “Agente da barbárie”, os meios de comunicação, são veículos

propagadores de ideologias das classes dominantes que se

impõe às classes populares pela persuasão ou manipulação.

• A Dialética do Iluminismo é uma reflexão a respeito das

consequências nefastas da “indústria da cultura” sobre a

liberdade individual, já que os meios de comunicação nunca

encorajam o exercício do espírito crítico.

• A um indivíduo livre, liberado pela “razão objetiva”, não

escaparia que o mundo por eles apresentados não é e nem

poderia ser real.

Page 17: TC - Escola de Frankfurt

• O conceito de “indústria da cultura” se destina à análise crítica

da produção de bens simbólicos, em escala industrial.

• A produção em série e a promoção publicitária acarretam a

homogeneização dos padrões de gostos, proporcionando uma

deterioração da Kultur genuína.

• A racionalidade técnica havia subordinado os fatos de cultura a

um princípio de serialização e a um padronização,

“massificando-os”.

• O conceito-chave da proposição franfkurtiana, a “indústria da

cultura” era viva ilustração e ardorosa denúncia do processo

capitalista de mercantilização de artefatos culturais.

Page 18: TC - Escola de Frankfurt

• A exploração comercial de produções culturais trariam um

reforço à dominação ideológica exercida, proporcionando

“alienação, “conformismo político” e “passividade mental”.

• Produzidas para fins mercantis, tais criações perdem a “aura”,

tornando-se mercadorias; descaracterizando-se as

manifestações artísticas genuínas pelo espetáculo de que

devem fazer parte ou em que devem transformar.

• Para atender a um consumidor extenso e indeterminado há um

rebaixamento da qualidade dos “produtos”.

• A relação entre o artista e o público passou a ser medida pela

técnica, que não é ideologicamente neutra.

Page 19: TC - Escola de Frankfurt

• O homem ter se tornado superior à natureza também

possibilitou a noção da superioridade do homem sobre o

homem. A dominação ao outro se dá por que o outro é

somente parte da natureza já subjugada.

• Esta dominação não depende do sistema econômico-

social vigente. Em qualquer sistema, seja capitalista ou

socialista, a primazia da técnica tem os mesmos efeitos.

• A força do esclarecimento está em sua própria

contradição. O sistema vigente é sempre fortalecido na

mesma medida em que faz parecer que seu fim está

próximo, já que as tecnologias aumentam a

possibilidade de conforto para a espécie humana ao

mesmo tempo em que intensificam a exploração e a

dominação.

Page 20: TC - Escola de Frankfurt

• Assim como qualquer sistema, o esclarecimento é

totalitário, ele entra em todas as esferas da vida e se

instala dramaticamente.

• A reprodução incessante da técnica e o

desencantamento do mundo também produzem

sujeitos desencantados. Esses são sujeitos

racionalizados e completamente adaptáveis à

autoridade da esfera econômica, são vazios, são

somente casca, são sujeitos ocos, é por isso que o

mercado passa a ser o novo juiz dos valores e das

liberdades dos sujeitos da modernidade

desencantada ao extremo.

Page 21: TC - Escola de Frankfurt

• O sujeito da economia, que seria o sujeito racional,

toma o mercado, esfera última da interação humana

em um mundo desencantado, como o verdadeiro

produtor de valores que podem e devem ser

seguidos.

• Para os autores [adorno e horkheimer], a

grandiosidade que o poder do esclarecimento

forneceu ao homem foi o seu sucesso e seu fracasso.

• Foi a crescente dominação da natureza que viabilizou

o esvaziamento do homem e sua total submissão às

tecnologias.

Page 22: TC - Escola de Frankfurt

• O desenvolvimento da Indústria Cultural que

possibilitou um controle completo sobre o homem: a

indústria cultural é um complexo de comunicação e

simbolização que perpetua as estruturas vigentes,

causando estímulos aos quais o público espectador

não tem respostas adequadas.

• A indústria cultural não fomenta convicções, impulsos

de transformação, reflexões sobre o mundo, muito

pelo contrário, seu papel no mundo de

superficialidade é evitar todos os impulsos que

poderiam formar um sujeito de fato ativo.

Page 23: TC - Escola de Frankfurt

• A equação conhecimento = poder gerado pela

primazia da técnica que causa a subjugação e

dominação do homem.

• A barbárie, com uma roupagem científica e racional,

domina as esferas da vida e não é nem mesmo

percebida. Chega a ser incentivada e apoiada pelas

massas, incapazes de perceberem que o avanço

científico trouxe consigo a permanente exploração de

seus corpos e de suas almas.

Page 24: TC - Escola de Frankfurt

• Quando a tecnologia empurra o mundo para a industrialização,

os teóricos percebem que a sociedade de consumo conseguiu

colocar a civilização no lugar valorativo da cultura.

• A civilização “engole” a cultura e se transforma em “cultura de

massa”.

• O cidadão americano, intoxicado pelo consumo e pela cultura de

massa, deixou de ter aspirações elevados.

• Submete-se ao trabalho e a exploração.

• A cultura de massa cria uma hiper valorização da subjetividade,

dos sentimentos, da felicidade individual, que elimina as marcas

da dominação concreta do mundo exterior.

ESCOLA DE FRANKFURT[ Elementos da Teoria Crítica ]

Page 25: TC - Escola de Frankfurt

• O Estado totalitário não exerce mais a hedionda

“manipulação da consciência”.

• É a “Indústria da cultura” e os meios de

comunicação, provenientes do desenvolvimento

técnico, ocupam espaço na “teoria da

dominação” [ social e ideológica].

• A crítica radical é uma denúncia “apocalíptica”

da “barbárie cultural” que os meios de

comunicação transmitem.

Page 26: TC - Escola de Frankfurt

• Expressão utilizada por Adorno e Horkheimer na

Dialética do Esclarecimento (1947) no capítulo, “A

Indústria Cultural: O Iluminismo como Mistificação

das Massas”, em substituição do termo “cultura de

massas”, para designar a produção e difusão de

bens simbólicos em escala industrial.

Uma cultura concebida e vendida como

mercadoria e motivada pelo desejo de lucro.

“O consumidor não é rei, como a indústria cultural

gostaria de fazer crer, ele não é o sujeito dessa

indústria, mas seu objeto”.

Page 27: TC - Escola de Frankfurt

• Para Adorno e Horkheimer, a Indústria Cultural, como

subsistema da sociedade capitalista, reproduz a sua

ideologia e estrutura.

• A Indústria Cultural configura produtos veiculados pelos

mass media. Portanto, não designa peças culturais

provindas da elite nem da população menos favorecida.

• As reflexões de Adorno e Horkheimer assentam na

constatação de que a sociedade industrial não realizou

as promessas do iluminismo humanista. Pois o

desenvolvimento da técnica e da ciência não trouxe um

acréscimo de felicidade e liberdade para o Homem.

Page 28: TC - Escola de Frankfurt

• As reflexões de Adorno e Horkheimer assentam na

constatação de que a sociedade industrial não realizou

as promessas do iluminismo humanista. Pois o

desenvolvimento da técnica e da ciência não trouxe um

acréscimo de felicidade e liberdade para o Homem.

• Ao invés de libertar o Homem, o progresso da técnica

acabou por o escravizar, alienando-o.

• A Indústria Cultural configura produtos

veiculados pelos mass media. Portanto, não

designa peças culturais provindas da elite

nem da população menos favorecida.

Page 29: TC - Escola de Frankfurt

• A reprodutibilidade técnica retirou, tanto da

cultura popular, como da cultura erudita, o

seu valor real. O resultado, a indústria

cultural, não conduz à experiência

libertadora da fruição estética.

• O princípio da reprodução deformaria a

obra, nivelando-a por baixo. Por exemplo:

adaptações de livros a filmes, que são

adocicadas para se tornar mais apetecíveis

ao consumo.

Page 30: TC - Escola de Frankfurt

Críticas à Indústria Cultural Aquilo que a indústria cultural oferece decontinuamente novo não é mais do que arepresentação, sob formas sempre diferentes,de algo que é sempre igual (Adorno, 1967, 8).

• O sistema condiciona o tipo, a qualidade e a função do consumo na sociedade.

• A indústria cultural provoca a homogeneização dos padrões de gosto.

Page 31: TC - Escola de Frankfurt

• Para os frankfurtianos, os produtos da Indústria Cultural teriam 3 funções:

1. Ser comercializados;

2. Promover a deturpação e a degradação do gosto popular;

3. Obter uma atitude passiva dos consumidores.

Page 32: TC - Escola de Frankfurt

• [...] O cinema e o rádio não precisam mais se apresentar como arte. A

verdade de que não passam de um negócio, eles a utilizam como uma

ideologia destinada a legitimar o lixo que propositalmente produzem. Eles se

definem a si mesmos como indústrias, e as cifras publicadas dos rendimentos

de seus diretores gerais suprimem toda dúvida quanto à necessidade social

de seus produtos.

• O facto de que milhões de pessoas participam dessa indústria imporia

métodos de reprodução que, por sua vez, tornam inevitável a disseminação

de bens padronizados para a satisfação de necessidades iguais.

• A racionalidade técnica hoje é a racionalidade da própria dominação. Ela é o

caráter compulsivo da sociedade alienada de si mesma. Os automóveis, as

bombas e o cinema mantêm coeso o todo e chega o momento em que seu

elemento nivelador mostra sua força na própria injustiça à qual servia. Por

enquanto, a técnica da indústria cultural levou apenas à padronização e à

produção e, série, sacrificando o que fazia a diferença entre a lógica da obra

e a do sistema social.

Page 33: TC - Escola de Frankfurt

“O espectador não deve agir pela suaprópria cabeça: o produto prescrevetodas as reacções: não pelo seucontexto objectivo que desaparece malse volta para a faculdade de pensar –mas através de sinais. Qualquerconexão lógica que exija perspicáciaintelectual, é escrupulosamente evitada”(Horkheimer; Adorno, 1947: 148).

Page 34: TC - Escola de Frankfurt

“A sociedade é sempre a vencedora e o indivíduo não passa de um fantoche manipulado pelas normas sociais” Adorno apud Wolf (1994: 77).

• Os produtos da indústria cultural paralisam a imaginação e a espontaneidade, impedindo a atividade mental do indivíduo.

• A indústria cultural reflete o modelo do

Page 35: TC - Escola de Frankfurt

• A estrutura multiestratificada das mensagens

reflete a estratégia de manipulação da indústria

cultural.

• A recepção das mensagens dos media escapam

ao controlo da consciência. O espectador absorve

ordens, indicações, proibições, sem senso crítico.

• Uma das estratégias de dominação da indústria

cultural é a estereotipização, modelos simplificados

indispensáveis para organizar e antecipar as

experiências humanas.

Page 36: TC - Escola de Frankfurt

• A divisão dos produtos em gêneros conduz

ao desenvolvimento de formas fixas e impõe

modelos estabelecidos de expectativas.

• Os sujeitos encontram-se privados da

verdadeira compreensão da realidade e da

experiência de vida pelo uso constante de

óculos esfumaçados, oferecidos pelo

sistema através da indústria cultural.

Page 37: TC - Escola de Frankfurt

INDUSTRIA CULTURA

[Márcia Tiburi ]

• Do século XX até hoje, a inteligência e a sensibilidade coletivas vivem sob o jugo da

Indústria Cultural. Podemos dizer que o todo da cultura se tornou indústria. Nossa vida

sensível toma consciência de si por meio das manifestações artísticas, da educação, da

leitura.

• Das artes clássicas à arte culinária, podemos dizer que há um trabalho humano de

intensificação e valorização das experiências vividas. A Indústria Cultural é hoje a

produção de experiência empobrecida.

• Desde a televisão (o nervo central da produção de imagem), até a alimentação (há uma

Indústria Cultural que coordena o processo alimentar como processo social), passando

pela saúde física (a Indústria da Vida Saudável) e pela saúde mental (Indústria da Vida

Feliz), todos os processos humanos passam por um método de uniformização e

banalização ao qual podemos chamar de Indústria.

• Cabe avaliar se a Indústria Cultural da Felicidade afetou as nossas vidas.

Page 38: TC - Escola de Frankfurt

• Ela une e descaracteriza

tanto a “cultura superior”

quanto a arte popular: para a

primeira representa uma

simplificação e sem

compromisso com a

seriedade; para a segunda,

uma domesticação, que

subtrai do “popular” seu

caráter autêntico.

Page 39: TC - Escola de Frankfurt

• Ao invés de libertar o Homem, o progresso da técnica

acabou por o escravizar, alienando-o.

• A reprodutibilidade técnica retirou, tanto da cultura

popular, como da cultura erudita, o seu valor real. O

resultado, a indústria cultural, não conduz à

experiência libertadora da fruição estética.

• O princípio da reprodução deformaria a obra,

nivelando-a por baixo. Por exemplo: adaptações de

livros a filmes, que são adocicadas para se tornar mais

apetecíveis ao consumo.

Page 40: TC - Escola de Frankfurt

1. INTRA-ARTÍSTICA - a produção da obra se dá por

critérios e técnicas próprios ao objeto. A pintura é

diferente da música e se guia normas e valores

distintos.

2. EXTRA-ARTÍSTICA - típica da indústria cultural.

Busca suas técnicas e critérios em outros campos,

no caso, no campo da produção de mercadorias.

Podemos pensar que as formas de cultura criadas e

mantidas por governos autoritários [como forma de

propaganda] também se pauta por esses critérios.

Page 41: TC - Escola de Frankfurt

• A indústria cultural não acaba com o “individualismo” da arte,

mas o submete a critérios comerciais, daí sua feição

ambígua.

• O “grande escritor”, por exemplo, ainda é identificado como

tal, a pesar de se incorporar á lógica do mercado editorial

• Adorno relativiza a questão de pensar o papel da industrial

cultural no comportamento das massas.

• Esse papel não deve ser subestimado, mas que também é

importante pensar a arte em si, e não apenas na sua

dimensão social.

Page 42: TC - Escola de Frankfurt

• Tem efeitos na massa, mas esses efeitos estão

subordinados às próprias transformações [negativas]

produzidas na arte e na cultura.

• A cultura disseminada não produz uma consciência

política.

• Os padrões de comportamento dela derivados são

claramente “conformistas”.

• Democratiza uma forma de pensar e agir que é

incapaz de auxiliar o homem na sua busca por

emancipação.

Page 43: TC - Escola de Frankfurt

• O cidadão comum sabe do “logro”, mas fecha os olhos

porque ela produz uma satisfação imediata [infantilismo].

• Ela apela para a “sedução” para vender uma vida

conformista e reacionária.

• Para manter o mundo tal qual ele é, com suas contradições

justificadas pelo silêncio das massas.

• Os produtores rebatem dizendo que o que fazem é “apenas

entretenimento” e não arte. Adorno retruca: “nenhuma

infâmia é amenizada pelo fato de declarar-se como tal”. O

objetivo final da Indústria Cultural são a dependência e a

escravidão.

Page 44: TC - Escola de Frankfurt

• Adorno retruca: “nenhuma infâmia é

amenizada pelo fato de declarar-se como

tal”.

• O objetivo final da Indústria Cultural são

a dependência e a escravidão.

Page 45: TC - Escola de Frankfurt

• Indústria cultural ≠ Cultura de massas

• Cultura de massa surge espontaneamente das próprias

massas na forma de arte popular.

• A mídia adquirem poder sobre a sociedade.

• Poder dos economicamente mais fortes.

• Todo conteúdo produzido pela indústria cultural tem a

função de perpetuar a mensagem, os valores, o poder e

o domínio da situação. É sempre a representação de

uma forma diferente de uma mesma ideia.

• A mensagem é sempre a mesma apresentada com uma

nova roupagem.

• Exclui o novo

Page 46: TC - Escola de Frankfurt

• Esse tipo de mensagem determina:

• o modo como é usufruída - sem interpretação

• A qualidade do conteúdo – baixa

• Autonomia da audiência - Inexistente

• A cultura industrial promove a fuga à

subjetividade, fuga à necessidade de pensar

por ser:

• Padronizada

• Onipresente

• Baixa qualidade

Page 47: TC - Escola de Frankfurt

• Os estereótipos facilitam a fuga à subjetividade, já

que o indivíduo fica seguro de que não haverá

surpresas e suas expectativas serão supridas.

• Música Pop

• Reconhecimento = Compreensão

• Música Rica

• O reconhecimento é um meio para a

compreensão

• Chico Buarque – Cálice

• Pink Floyd – The Wall

Page 48: TC - Escola de Frankfurt

• A arte tem a função de prometer um mundo de justiça e felicidade no

futuro, enquanto o presente é marcado pela injustiça e pela opressão.

• Com o desenvolvimento da sociedade industrial “os bens culturais,

concretizados em obras literárias, sistemas filosóficos e obras de arte

são derrubados de seus pedestais, deixam de ser bens de consumo de

luxo, destinados a uma elite burguesa, para se converterem em bens

de consumo de massa”, graças à possibilidade de reprodução técnica

[WALTER BENJAMIN].

• A cultura se transforma em mercadoria e perde o seu potencial

emancipatório, a sua espiritualidade e capacidade de levar o homem a

um estado de liberdade acima das necessidades materiais do dia-a-dia.

ESCOLA DE FRANKFURT[ Elementos da Teoria Crítica ]

Page 49: TC - Escola de Frankfurt

Angelus Novus. Paul Klee - 1920

“A nova produção cultural tem a função de ocupar o

espaço do lazer que resta ao operário e ao

trabalhador assalariado depois de um longo dia de

trabalho, a fim de recompor suas forças para voltar

a trabalhar no dia seguinte, sem lhe dar trégua para

pensar sobre a realidade miserável em que vive”.

• Ela cria a ilusão de uma “felicidade” no presente,

que é sempre conquistada pelo consumo

(material ou simbólico). Se vive a liberdade de

escolha entre produtos lançados no mercado.

ESCOLA DE FRANKFURT[ Elementos da Teoria Crítica ]

Page 50: TC - Escola de Frankfurt

• A cultura é marcada por 3 fatores:

- Serialização

- Padronização

- Divisão social do trabalho

• Alguns autores apontam que a teoria crítica traz uma

certa nostalgia de uma forma de arte que, afinal,

nunca esteve disponível para a maioria das pessoas

do mundo.

• Ela é acusada de ser elitista: é uma crítica cultural

que remonta ao mundo (impossível) anterior à

técnica industrial.

ESCOLA DE FRANKFURT[ Elementos da Teoria Crítica ]

Page 51: TC - Escola de Frankfurt
Page 52: TC - Escola de Frankfurt

WALTER BENJAMINA obra de Arte na era de sua reprodutibilidade técnica

(1935/1936)

• Modo de produção capitalista e seus

reflexos na área da cultura.

• Teses sobre as tendências evolutivas

da arte, nas atuais condições

produtivas.

• Põem de lado os conceitos

tradicionais: criatividade e gênio;

validade eterna e estilo; forma e

conteúdo.

• Formulação de exigência

revolucionárias na política artística.

Page 53: TC - Escola de Frankfurt

• Modo de produção capitalista e seus reflexos

na área da cultura.

• Teses sobre as tendências evolutivas da arte,

nas atuais condições produtivas.

• Põem de lado os conceitos tradicionais:

criatividade e gênio; validade eterna e estilo;

forma e conteúdo.

• Formulação de exigência revolucionárias na

política artística.

WALTER BENJAMINA obra de Arte na era de sua reprodutibilidade técnica

(1935/1936)

Page 54: TC - Escola de Frankfurt

• A obra de arte sempre foi reprodutível

• Novidade: reprodução técnica

Imprensa: reprodução técnica da escrita

Fotografia: reprodução da imagem

Cinema falado: reprodução da imagem e do

som

• Reprodução do som – alto padrão de qualidade

das técnicas de reprodução.

• Para estudar esse padrão, nada mais instrutivo

que examinar como duas funções – a

reprodução da obra de arte e a arte

cinematográfica – repercutem uma sobre a

outra.

WALTER BENJAMINAURA

Page 55: TC - Escola de Frankfurt

• Mesmo na reprodução mais perfeita, um

elemento está ausente: o aqui e agora da

obra de arte, sua existência única, no lugar

em que ela se encontra.

• A história da obra está ausente na

reprodução.

• A autenticidade da obra é a quintessência

de tudo o que foi transmitido pela tradição, a

partir de sua origem, desde sua duração

material até o seu testemunho histórico.

• Desaparece a autoridade da obra.

WALTER BENJAMINA obra de Arte na era de sua reprodutibilidade técnica

(1935/1936)

Page 56: TC - Escola de Frankfurt

• O que se atrofia na era da reprodutibilidade técnica da obra de arte é sua aura.

• A técnica da reprodução destaca do domínio da tradição o objeto reproduzido.

WALTER BENJAMINAURA

Page 57: TC - Escola de Frankfurt

Aura

Page 58: TC - Escola de Frankfurt

Aura

A aura é a absoluta singularidade do aqui e agora.

“A aparição única de uma coisa distante, por mais

perto que ela esteja” (BENJAMIN: p. 170).

WALTER BENJAMINAURA

Page 59: TC - Escola de Frankfurt

• Substitui a existência única da obra por uma

existência serial

• Abalo da tradição

• Seu agente mais poderoso é o cinema

WALTER BENJAMINReprodução técnica

Page 60: TC - Escola de Frankfurt

“No interior de grandes períodos históricos, aforma de percepção das coletividades humanasse transforma ao mesmo tempo que seu modo deexistência” (BENJAMIN: p. 169).

WALTER BENJAMINReprodução técnica

Page 61: TC - Escola de Frankfurt

• Diferentes formas de percepção• Crescente difusão e intensidade dos movimentos de massa• Reprodução:

• Fazer as coisas ficarem mais próximas• Possuir o objeto

WALTER BENJAMINReprodução técnica

Page 62: TC - Escola de Frankfurt

A destruição da auraWALTER BENJAMINReprodução técnica

Page 63: TC - Escola de Frankfurt

A destruição da auraWALTER BENJAMINReprodução técnica

Page 64: TC - Escola de Frankfurt

A destruição da auraWALTER BENJAMINReprodução técnica

Page 65: TC - Escola de Frankfurt

A destruição da auraWALTER BENJAMINReprodução técnica

Page 66: TC - Escola de Frankfurt

WALTER BENJAMINReprodução técnica [Yasumasa Morimura ]

Page 67: TC - Escola de Frankfurt

WALTER BENJAMINReprodução técnica [Yasumasa Morimura ]

Page 68: TC - Escola de Frankfurt

• Unicidade da obra de Arte – culto/ritual (religioso

ou o culto do Belo).

• A história da Arte está entre esses dois polos

• Pré-história – magia – valor de culto

• O que importa nessas imagens é que elas

existam, e não que sejam vistas.

• Com a reprodução técnica, a obra de arte se

emancipa, pela primeira vez na história, de sua

existência parasitária, destacando-se do ritual

• A obra de arte reproduzida é cada vez mais a

reprodução de uma obra de arte criada para ser

reproduzida.

WALTER BENJAMINValor de culto e de exposição

Page 69: TC - Escola de Frankfurt

• Nas sociedades primitivas a técnica se fundia com o ritual.

• Na nossa sociedade a técnica se emancipa.• A técnica refuncionaliza a arte e exige um novo

aprendizado e uma nova percepção.• Torna-se uma segunda natureza humana.

• À medida que as obras de arte se emancipam do

seu uso ritual, aumentam as ocasiões para que

elas sejam expostas.

• De Instrumento mágico para obra de arte.

• Refuncionalização da arte.

WALTER BENJAMINValor de culto e de exposição

Page 70: TC - Escola de Frankfurt

ESTE É UM ÍCONEda obra de arte à cultura popular

O Discóbolo (lançador

de disco) - Míron Discobolus – Sui Jianguo-

2003

Page 71: TC - Escola de Frankfurt

ESTE É UM ÍCONEda obra de arte à cultura popular

Nascimento de Vênus –

Sandro Botticelli

Tomoko Nagao. Botticelli - 2012

Page 72: TC - Escola de Frankfurt

ESTE É UM ÍCONEda obra de arte à cultura popular

A última ceia – Leonard Da Vinci

Viridiana (1961), de Luis Buñuel

Page 73: TC - Escola de Frankfurt

ESTE É UM ÍCONEda obra de arte à cultura popular

Yo mama's last supper . Renée Cox. 1996

Page 74: TC - Escola de Frankfurt

ESTE É UM ÍCONEda obra de arte à cultura popular

Mona Lisa. Leonardo da Vinci.

Page 75: TC - Escola de Frankfurt

ESTE É UM ÍCONEda obra de arte à cultura popular

Mona Lisa. Leonardo da Vinci.

Page 76: TC - Escola de Frankfurt

ESTE É UM ÍCONEda obra de arte à cultura popular

A criação de Adão. Miguelangelo [ 1511]

Caravaggio. A vocação de São Mateus –

[1598 – 1601]

Page 77: TC - Escola de Frankfurt

ESTE É UM ÍCONEda obra de arte à cultura popular

Cezary Bodzianowski Onto. Lodz 2009

Page 78: TC - Escola de Frankfurt

• A fotografia pode ser feita em um grande número de cópias e

a ideia de autenticidade da cópia não faz sentido.

• Mas, no momento em que o critério da autenticidade deixa de

aplicar-se à produção artística, toda a função social da arte

se transforma.

• Em vez de fundar-se no ritual, ela passa a funda-se em outra

práxis: a política

WALTER BENJAMINAutenticidade

Page 79: TC - Escola de Frankfurt

• A reprodutibilidade técnica do filme tem seu fundamento imediato

na técnica de sua produção.

• Esta não apenas permite, da forma mais imediata, a difusão em

massa da obra cinematográfica, como a torna obrigatória.

• A difusão se torna obrigatória, porque a produção de um filme é

tão cara que um consumidor, que poderia, por exemplo, pagar um

quadro, não pode pagar um filme.

WALTER BENJAMINO filme é uma criação da coletividade

Page 80: TC - Escola de Frankfurt

• A reprodutibilidade técnica do filme tem seu fundamento imediato

na técnica de sua produção.

• Esta não apenas permite, da forma mais imediata, a difusão em

massa da obra cinematográfica, como a torna obrigatória.

• A difusão se torna obrigatória, porque a produção de um filme é

tão cara que um consumidor, que poderia, por exemplo, pagar um

quadro, não pode pagar um filme.

WALTER BENJAMINO filme é uma criação da coletividade

Page 81: TC - Escola de Frankfurt

• O filme serve para exercitar o homem nas novas percepções e

reações exigidas por um aparelho técnico cujo papel cresce

cada vez mais em sua vida cotidiana.

• Fazer do gigantesco aparelho técnico do nosso tempo o objeto

das inervações humanas – é essa a tarefa histórica cuja

realização dá ao cinema o seu verdadeiro sentido.

WALTER BENJAMINO filme é uma criação da coletividade

Page 82: TC - Escola de Frankfurt

• O cinema é sempre uma experiência coletiva,

diferentemente da obra de arte “aurática”, cuja fruição é

individual.

• O cinema se parece mais com a arquitetura do que com a

pintura: nasce para ser habitado por muitos, para abrigar a

massa.

WALTER BENJAMINO filme é uma criação da coletividade

Page 83: TC - Escola de Frankfurt

“Enquanto o capitalismo continuar conduzindo o jogo, o único

serviço que se deve esperar do cinema em favor da revolução

é o fato de permitir uma crítica revolucionária das antigas

concepções de arte”.

• A principal força revolucionária das reproduções técnicas é

o fato de corroerem a figura do “especialista”.

• A massa, diante de uma reprodução, se porta como um

semi-especialista capaz de emitir juízos.

• “No cinema, o público não separa a crítica da fruição”.

Diminui a autoridade do perito em função de que todos

podem compartilhar da criação.

• Benjamin se refere aos cinema-diversão, que era o grosso

da produção de sua época.

WALTER BENJAMINO filme é uma criação da coletividade

Page 84: TC - Escola de Frankfurt

• Com a fotografia, o valor de culto começa a recuar, em todas as

frentes, diante do valor de exposição.

• Retrato: último sopro do culto (culto da saudade).

• Fotos como autos da história – orientam a recepção num sentido

determinado.

WALTER BENJAMINFotografia e Cinema como Arte

Page 85: TC - Escola de Frankfurt

WALTER BENJAMINFotografia e Cinema como Arte

• Quando surge o cinema retoma uma questão: a fotografia alterou a

natureza da arte?

• Para dar o caráter de arte ao cinema introduzem a ideia de culto.

“É a tendência estéril de copiar o mundo exterior, com suas ruas,

interiores, estações e restaurantes, automóveis e praças, que têm

impedido o cinema de incorporar-se ao domínio da arte".

“O cinema ainda não compreendeu seu verdadeiro sentido, suas

verdadeiras possibilidades....Seu sentido está na sua faculdade

característica de exprimir, por meios naturais e com uma incomparável

força de persuasão, a dimensão do fantástico, do miraculoso e do

sobrenatural”.

Page 86: TC - Escola de Frankfurt

• As pessoas identificam-se com o que possuem;

• Encontram a sua alma no seu automóvel e

aparelhagem doméstica.

• O homem consumista chegou ao cúmulo da alienação,

pois ele não é capaz de refletir sobre os seus objetivos

e, muito menos, sobre os objetivos da sociedade.

• Marcuse defendeu a violência da luta de classes como

única forma de dar fim aos processos alienatórios e

distorcidos com os quais o poder econômico domina a

cultura e subjuga os homens, pela ignorância e

doutrinamento.

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

Page 87: TC - Escola de Frankfurt

• A luta de libertação não caberia aos trabalhadores já

que eles eram alienados pelo sistema cultural e

mediático.

• Quem lutaria seria determinados grupos sociais

minoritários: estudantes e artistas.

• Considerava que muita da infelicidade e da violência

social advém de frustrações libidinosas.

• Tornou se uma das vozes da flexibilidade dos

costumes sexuais [ Ano 60 ] tentando conjugar Marx e

Freud.

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

Page 88: TC - Escola de Frankfurt

HERBERT MARCUSE & A DIMENSÃO ESTÉTICA

• A teoria crítica influenciou muito os trabalhos do

grupo da Internacional Situacionista, contando

com Guy Debord e Raoul Vaneigem, autores

importantes para as revoltas do Maio de 68, em

França.

• Marcuse, influenciou, nos U.S.A., o aparecimento

do movimento chamado então “Nova Esquerda”,

também nos anos 60 e 70, inicialmente restrito a

estudantes universitários na Students for a

Democratic Society. Este movimento, sem nunca

ter desenvolvido uma organização tradicional,

advogou a democracia participativa e protestou

contra a guerra no Vietnã.

Page 89: TC - Escola de Frankfurt
Page 90: TC - Escola de Frankfurt

AS NOVAS FORMAS DE CONTROLE

HERBET MARCUSE

(1898-1979)

• Aclamado mundialmente como filósofo e ideólogo da

libertação e da revolução nos anos 1960.

• Critico das sociedades totalitárias: nazismo, fascismo,

stalinismo e da sociedade de consumo norte-americana.

• Critico de todas as formas de poder totalitário: combinação de

coordenação política terrorista da sociedade e coordenação

técnico econômica não terrorista que se dá pela manipulação

dos desejos e necessidades vitais humanas.

• Influenciou o movimento dos intelectuais revolucionários e os

ativistas radicais norte-americanos dos anos 1960

(movimento de minorias, estudantes e Panteras Negras etc.)

Page 91: TC - Escola de Frankfurt

AS NOVAS FORMAS DE CONTROLE

HERBET MARCUSE

(1898-1979)

• Influências teóricas: Hegel, Heidegger, Husserl, Lukács, Karl Jasper

diminuídas à partir da leitura dos Manuscritos Econômicos-

Filosóficos de Marx em1932, onde a partir questão da alienação

encontra o fundamento filosófico da teoria da revolução.

• Com a ascensão do nazismo se exila nos EUA e elabora uma Teoria

Critica da sociedade capitalista do pós-guerra, a sociedade afluente.

• O centro é a denúncia do papel da indústria cultural, da

comunicação de massas como poderoso elemento de dominação,

conformismo e alienação.

• Teórico da Contra-cultura.

Page 92: TC - Escola de Frankfurt

• A sociedade industrial-consumista com seus

mecanismos do Estado do Bem-Estar Social e avanços

tecnológicos são os responsáveis por um sistema

totalitário de dominação.

• Controlada pela racionalidade e lógica da produtiva,

produção de massa, criadora de um artificialismo e de

uma racionalidade institucional.

• Reino da pseudo-liberdade: ilusão de poder escolher

o que o sistema. Liberdade é meio de dominação.

• O inconformismo perde sentido na medida que

necessidades padronizadas são satisfeitas: Sociedade

sem oposição. Sensação de liberdade: euforia na

infelicidade, no consumo.

AS NOVAS FORMAS DE CONTROLE

HERBET MARCUSE

(1898-1979)

Page 93: TC - Escola de Frankfurt

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

• Proclama a igualdade abstrata “todos são

consumidores” que se realiza como desigualdade

concreta.

• Exerce controle sobre a consciência humana, cria

mecanismos de cooptação e reduz a impotência o

pensamento contestador e crítico.

• Atitudes dos indivíduos prescritas e previsíveis.

• Ideologia dominante: liberação dos desejos regulados

pelo mercado o que implica na sua degradação.

• Revolução/Liberdade sexual: armadilha soporífera e

manipulada: “sexo o ópio da juventude”.

• Erotização como fuga da realidade.

Page 94: TC - Escola de Frankfurt

• Sociedade eficaz utilização de todos os recursos

tecnológicos para o controle dos indivíduos.

• A dominação funciona com uma administração das

necessidades e prazeres do indivíduo.

• Questão central: produção de falsas necessidades

impostas e alienadas. O consumo pelo consumo.

• Repressão das necessidades libertárias.

• Perda da autonomia humana, a independência de

pensamento e o espaço para a de oposição.

• Presente em todas as esferas da vida pública e privada.

• Ao indivíduo resta a “adaptação voluntária” e a-crítica ao

sistema ao sistema de conduta e pensamento.

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

Page 95: TC - Escola de Frankfurt

• Ponto comum das sociedades totalitárias: supressão

da individualidade pela mecanização de

desempenhos e procedimentos.

• Impostos pelas instituições políticas e de ordem

tecnológicas.

• Consumo manipulado pela propaganda e mídia.

• Processos de cooptação e absorção dos conflitos.

• O indivíduo não luta mais por liberdade, as falsas

necessidades e as satisfações repressivas mascaram

e impõe a consciência de servidão.

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

Page 96: TC - Escola de Frankfurt

• A redução do elemento crítico e contestador leva o

indivíduo a impotência e produz a mediocrização

em massa.

• Sociedade controlada por um (ir) racionalidade

produtiva.

• Implantação de pensamento e modo de vida

único.

• Não há alternativa ao sistema só aprimoramento.

• Império da razão técnica: tudo possui um único

valor e significado. Eliminação de qualquer

contradição.

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

CONSCIENCIA UNIDIMENSIONAL

Page 97: TC - Escola de Frankfurt

• A liberdade e os direito individuais tão importantes na

origem da sociedade industrial, perdem o sentido e o

conteúdo tradicional. A falta liberdade confortável.

• A liberdade individual tornou-se a liberdade de morte,

de alienação, de ausência de valores e de

degradação social.

• Mecanismo do conformismo: o homem na busca

dos desejos pessoais manipulados, perda a

dimensão de totalidade e multilateralidade e vê

a-criticamente o sistema capitalista de consumo.

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

CONSCIENCIA UNIDIMENSIONAL

Page 98: TC - Escola de Frankfurt

• A superação do sistema é possível pela utopia

da Grande Recusa, pelo questionamento do

modo de vida e pensamento dominantes e pelo

resgate da liberdade individual perdida.

• Sujeito histórico do processo todos aqueles

que rejeitam o consumo programado a

integração na sociedade capitalista:

movimentos de juventude, beatniiks, hippies,

explorados e marginalizados etc.

• A classe operária incorporada pelo sistema.

• Ideólogo de das manifestações de1968.

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO

Page 99: TC - Escola de Frankfurt

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

O FIM DA RACIONALIDADE TECNOLOGIA

• O desenvolvimento tecnológico pervertido e gerador de

desperdício (consumo manipulado e produção de

armamentos) não liberou o tempo livre para o

desenvolvimento da individualidade.

• Instrumento de controle do tempo de trabalho e tempo livre

(lazer). A técnica como o mais eficaz instrumento de político.

• Necessidade de ser redimensionado para o

desenvolvimento da individualidade e de necessidades

vitais.

• A Grande Recusa não se realizou, o sistema capitalista com

o avanço tecnológico continua amortecendo, absorvendo e

derrotando o lógica do protesto.

• Che Guevara ícone daqueles tempos virou grife.

Page 100: TC - Escola de Frankfurt

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

• Marcuse separa progresso técnico de progresso

humanitário.

• Progresso humanitário ligado a noções de qualidade

vida e liberdade humana.

• Progresso técnico pressuposto de todo progresso

humanitário tem como finalidade a satisfação de

necessidades humanas.

• Progresso técnico não leva automaticamente ao

humanitário, não é um fim em si mesmo.

• Sempre é preciso saber a que necessidades atende.

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

PROGRESSO TÉCNICO E PROGRESSO HUMANITÁRIO

Page 101: TC - Escola de Frankfurt

JÜRGEN HABERMAS (1929)

• Integra a segunda geração da Escola de Frankfurt.

• Foi integrado à escola só depois da publicação de sua

teoria sobre a esfera pública.

• Retoma a teoria crítica, fazendo uma reflexão sobre a

opinião pública e a relação entre a mídia e política.

• Seu trabalho mais importante é a “A mudança

estrutural da esfera pública burguesa” (1962) e

a“Teoria do agir comunicativo” (1981).

• Seu sistema filosófico busca revelar as possibilidades

da razão, da emancipação e da comunicação crítica e

racional das instituições da modernidade.

• Acredita que a modernidade é um projeto que foi

interrompido. Nega o termo pós-modernidade.

Page 102: TC - Escola de Frankfurt

TEORIA CRÍTICA HOJE

• A continuidade dos trabalhos da Teoria Crítica

foram desenvolvidos por Jurgen Habermas.

• Os seus conceitos mais conhecidos são os de

Racionalidade Comunicativa e Esfera Pública.

• A Racionalidade Comunicativa é aquela que é

possibilitada, por qualquer linguagem, num

debate em que nenhum dos participantes

esteja limitado por coação e todos estejam

apostados em produzir a melhor proposta e os

melhores argumentos.

Page 103: TC - Escola de Frankfurt

• Em toda sua obra, Habermas defende a retomada dos

valores iluministas. Ele afirma que a modernidade não

terminou, mas que seu projeto foi interrompido. É

preciso retomá-lo.

• Afirma que a “esfera pública” se desenvolveu na

era burguesa. Algo semelhante – embora mais

limitado – existia em outros períodos: Grécia – ágora;

Roma – fórum. Na Idade Média, ela deixou de existir.

• Na modernidade, no século XVIII, ela surge com a

imprensa partidária e independente. Com ela, os

cidadãos podem exercer os seus direitos políticos e

construir uma sociedade democrática.

ESFERA PÚBLICA

Page 104: TC - Escola de Frankfurt

ESFERA PÚBLICA

• É o local onde se exerce esta racionalidade

comunicativa (distinto da esfera privada e da esfera

do Estado).

• Habermas pretende legitimar propostas e ideias que

estejam fora do alcance das ciências, valorizando a

democracia participativa e o debate, livre de

coações e de jogos de força.

• Essa posição de Habermas é uma uma crítica à

forma dominante de produção de propostas e

intervenções políticas, manipuladas pelos mídia e

sem participação dos interessados.

ESFERA PÚBLICA

Page 105: TC - Escola de Frankfurt

• Habermas afirma que a “esfera pública” é

modificada já em meados do século XIX, quando a

mídia torna-se um negócio privado, dominado por

grandes empresas. A questão política e a democracia

ficam em segundo plano.

• A “Teoria da ação comunicativa”, que propõe uma

pragmática da comunicação, das relações

interpessoais, retoma elementos da teoria da “esfera

pública”. Ela prega a participação mais ativa, por meio

da comunicação, nas comunidades. Com isso, espera

enfrentar todos os tipos de arbitrariedades.

ESFERA PÚBLICA

Page 106: TC - Escola de Frankfurt

ESFERA PÚBLICA E COMUNICAÇÃO EM HABERMAS

• O pensamento de Habermas envolve duas

dimensões: uma mais ampla, relacionada à noção de

esfera pública, desenvolvida no início dos anos 1960,

e outra voltada para a interação entre indivíduos, com

o agir comunicativo, a partir do final da década de

1970.

• Esses dois planos envolvem a prática racional da

comunicação, fenômeno central da vida humana.

Com a chamada “teoria da ação comunicativa”,

Habermas se preocupa com “a pragmática universal

da comunicação”.

Page 107: TC - Escola de Frankfurt

Comunicar não é apenas trocar informações. É agir,

interferir na ação e modificar atitudes em diferentes

escalas. A racionalidade do mundo ocidental, levada a

efeito a partir do século 18, baseia-se sobretudo em um

uso racional da comunicação em várias escalas (SÁ

MARTINO, 2009: 57).

• Habermas Defende que a modernidade não teria

existido sem a mídia. Sem imprensa não havia, a

partir do século 18, a esfera pública.

ESFERA PÚBLICA E COMUNICAÇÃO EM HABERMAS

Page 108: TC - Escola de Frankfurt

A IMPRENSA E A ESFERA PÚBLICA

Habermas vê uma mudança na esfera pública já no início do

século XIX, quando os jornais passam a ser regidos por

interesses econômicos.Transformada em empresa, a mídia se

transforma em instrumento econômico sem, no entanto, perder o

caráter político. A esfera pública se liga ao mercado (SÁ

MARTINO, 2009: 59).

• O surgimento e a consolidação da imprensa diária favoreceu

a troca de ideias e os debates. Dentre os efeitos políticos,

podem ser enumerados:

- fim do monopólio da Igreja quanto ao conhecimento;

- mudança das relações do poder, já que as decisões políticas,

divulgada nos jornais, poderia ser do conhecimento de todos.

Page 109: TC - Escola de Frankfurt

Para satisfazer os anunciantes e o mercado, surge um

jornalismo apolítico e imparcial, que é criticado por

Habermas como potencialmente danoso ao debate

político, pois “ [...] seu aspecto político-estratégico

torna-se parte do interesse econômico”. Assim, a nova

esfera pública é “ [...] colonizada pelas regras do

mercado que regem os meios de comunicação (SÁ

MARTINO, 2009: 59).

A IMPRENSA E A ESFERA PÚBLICA

Page 110: TC - Escola de Frankfurt

ESFERA PÚBLICA

• Essa posição de Habermas é uma uma crítica à forma

dominante de produção de propostas e intervenções políticas,

manipuladas pelos mídia e sem participação dos interessados.

• No começo da modernidade o espaço público fazia a mediação

entre o Estado e a Sociedade.

• O desenvolvimento do industrialismo faz com que a função

pública se transforme em função publicitária.

• Não é mais o debate entre homens livres e esclarecidos, mas

um mecanismo de criação de opiniões, baseadas em discursos

de sedução e manipulação.

• O cidadão tende a se transformar em um consumidor de

comportamentos espetacularizados e atitudes estereotipadas.

Page 111: TC - Escola de Frankfurt

• Sob a ótica de Habermas, em

sociedades complexas a esfera

pública forma uma estrutura

intermediária que faz a mediação

entre o sistema político, de um

lado, e os setores privados do

mundo da vida e sistemas de ação

especializados em termos de

funções de outro lado.

ESFERA PÚBLICA

Page 112: TC - Escola de Frankfurt

• Hoje, os meios de comunicação e até o jornalismo

colaboram com essa construção.

• O que vemos no jornal e na TV não é capaz de mobilizar

as pessoas para que percebam a real situação de

exploração da sociedade. Os fatos não são conectados

nem interpretados de maneira a constituírem um todo,

que permitiria uma visão transformadora do mundo.

• As transformações pelas quais passa a esfera pública

dentro da perspectiva de Habermas podem ser divididas

em três momentos.

ESFERA PÚBLICA

Page 113: TC - Escola de Frankfurt

1. Corresponde aos interesses privados da nobreza no

tocante à construção da esfera pública;

2. constitui-se pelo estabelecimento da esfera pública

burguesa, no qual a racionalidade e a reflexão a

respeito dos interesses da burguesia seriam os

parâmetros de sua construção;

3. Se processaria uma refeudalização da esfera

pública, ou seja, ocorreria uma interpenetração entre

interesses públicos e privados.

ESFERA PÚBLICA

Page 114: TC - Escola de Frankfurt

A MÍDIA NA ESFERA PÚBLICA

• A imprensa passa, historicamente, a ser um espaço

privilegiado para a formação da opinião pública, uma

vez que consegue atingir grande número de pessoas.

• No jornalismo veiculado via internet, televisão, rádio,

jornais e revistas se formaria uma gama

suficientemente diversificada de formas de abordar a

notícia, com conteúdos diversos, e possibilidades de

ilustrar o cidadão com opiniões capazes de lhe dar

condições de efetivamente tomar decisões.

• A mídia e o jornalismo propriamente dito constituem-se

desta forma, elementos fundamentais na formação da

esfera pública.

Page 115: TC - Escola de Frankfurt

USOS DA COMUNICAÇÃO

• No final da década de 1970, Habermas volta a

publicar trabalhos sobre a comunicação. Desta vez,

interessa-se pela pragmática do discurso. Ela visa

estudar a interação entre as pessoas para obter

melhores resultados com a comunicação.

Page 116: TC - Escola de Frankfurt

USOS DA COMUNICAÇÃO

Ao selecionar as informações, o profissional de mídia

utiliza sua premissa de ser o portador de um discurso

válido e, no entanto, faz uso estratégico da comunicação

na medida em que a informação passada gera uma ação

enquanto que as que não foram selecionadas

simplesmente não têm existência social. Aqui é possível

notar a unidade na obra de Habermas: a seleção das

informações que atingem a esfera pública é uma das

situações de uso estratégico da comunicação (SÁ

MARTINO, 2009: 62).

Page 117: TC - Escola de Frankfurt

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOSUmberto Eco• Segundo Umberto Eco, o problema apontado pelos

teóricos da Escola de Frankfurt assemelha-se a uma visão

apocalíptica. Seriam críticos e teóricos que anunciam o

“desastre” trazido pela indústria cultural.

• Existem também aqueles que defendem a existência da

indústria cultural, como um fenômeno positivo, são os

integrados.

• Apocalípticos: frankfurtianos

• Integrados: funcionalistas

• Eco lança um novo olhar sobre as antigas teorias que

tentavam explicar a relação entre a sociedade e os meios

de comunicação.

• Há uma “problemática mal formulada".

Page 118: TC - Escola de Frankfurt

• Os Integrados não conseguem perceber os problemas gerados pela indústria cultural, defendendo a democratização do acesso a determinadas obras e bens culturais.

• Segundo os mesmos a cultura de massa oferece um acervo de informações e dados acerca do Universo sem sugerir critérios de discriminação, mas sensibilizando o homem contemporâneo diante do mundo.

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOSUmberto Eco

Page 119: TC - Escola de Frankfurt

“A cultura de massa é a cultura dohomem contemporâneo”(UmbertoEco).

A cultura de massa se torna uma“definição de ordem antropológica,válida para indicar um preciso contextohistórico, no qual os fenômenos dacomunicação estão entrelaçados e jánão se pode comparar o nível daprodução cultural recente com a deoutras épocas”(ECO, apud SANTOS).

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOSUmberto Eco

Page 120: TC - Escola de Frankfurt

• A cultura de massa modifica, adapta e destrói a verdadeira cultura para poder vende-la.

• A culura de massa nivela por baixo e equipara tudo nesse patamar: mostra Beethoven, a Mona Lisa e o Pica-Pau como se fosse a mesma coisa.

• Nem todo mundo está preparado para ter acesso à cultura. A ideia de uma “cultura para as massas”é uma contradição.

• “facilitar” significa mudar, cortar, adaptar: a cultura é destruída em nome do sucesso e do lucro.

XX

X

X

A cultura de massa permitiu o acesso

de mais pessoas a bens culturais

antes restritos a pouco.

A cultura de massa eleva o nível

intelectual das pessoas e permite a

popularização da arte: agora todo

mundo conhece Beethoven e a Mona

Lisa.

A cultura de massa acabou com os

preconceitos: agora qualquer um pode

ouvir todo tipo de música, ter acesso à

cultura.

A cultura de massa facilita o acesso à

obra de arte, tornando-as mais

populares e conhecidas.

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOSUmberto Eco

Page 121: TC - Escola de Frankfurt

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOS

X

X

• Os valores humanos são deixados de lado, enquanto futilidades ganham status de arte e política.

• Na indústria cultural os artistas são transformados em operários. A criatividade é substituídas por fórmulas e padrões, e a inovação é sempre vista com desconfiança: sucesso significa lucro.

Cultura não é mais uma coisa erudita e distante: qualquer coisa se torna cultura imediatamente.

Artistas sempre trabalharam para os nobres, para os reis, e tinham que criar conforme a vontade deles. A cultura de massa deu até mais espaços para a criação individual – veja-se Chaplin, Disney ou Griffith.

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOSUmberto Eco

Page 122: TC - Escola de Frankfurt

• Os "apocalípticos" estariam equivocados por considerarem a cultura

de massa ruim simplesmente por seu caráter industrial.

• Não se pode ignorar que a sociedade atual é industrial e que as

questões culturais têm que ser pensadas a partir dessa constatação.

• Os "integrados", por sua vez, estariam errados por esquecerem que

normalmente a cultura de massa é produzida por grupos de poder

econômico com fins lucrativos, o que significa a tentativa de

manutenção dos interesses desses grupos por meio dos próprios

MCM.

• Não é pelo fato de veicular produtos culturais que a cultura de massa

deva ser considerada naturalmente boa, como querem os

"integrados".

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOSUmberto Eco

Page 123: TC - Escola de Frankfurt

“O erro dos apologistas é afirmar que a multiplicação dosprodutos da indústria seja boa em si, segundo uma idealhomeostase do livre mercado, e não deva submeter-se a umacrítica e a novas orientações”(ECO).

“O erro dos apocalípticos é pensar que a cultura de massa sejaradicalmente má, justamente por ser um fato industrial, e quehoje se possa ministrar uma cultura subtraída aocondicionamento industrial”(ECO).

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOSUmberto Eco

Page 124: TC - Escola de Frankfurt

“A falha está em formular o problema nestes termos: é bom ou mau que exista a

cultura de massa?”

“Na verdade, o problema é: do momento em que a presente situação de uma

sociedade industrial torna ineliminável aquele tipo de relação comunicativa

conhecido como conjunto dos meios de massa, qual a ação cultural possível a

fim de que permitir que esses meios possam veicular valores culturais?” (ECO)

“Daí a necessidade de uma intervenção ativa das comunidades culturais no

campo das comunicações de massa. O silêncio não é protesto, é cumplicidade; o

mesmo ocorrendo com a recusa do compromisso.” (ECO)

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOSUmberto Eco